Inovação e criação de empresas

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O FUTURO DO LIVRO

O futuro do livro, Victor Coelho
Multimédia como substituto do livro, Pedro Oliveira Alves
O futuro do livro, Sofia Gonçalinho
Livros vs Bytes, Rui Pedro Silva
O livro… que futuro?, Maria Goreti Ramos Nogueira
Livro: o novo conceito, Ana Mafalda de Sousa Moreira


O futuro do livro

Victor Coelho
14 de Março 97 de 1997

O livro poderá ser visto em duas vertentes: suporte de uma ideia (ensaio), de uma construção cénica mais ou menos elaborada (novela, romance, conto etc.), de registo factual (história); ou como objecto não interactivo, mas de decoração, de exibição, de gozo próprio por o manusear (o toque de um livro diz muito a uma grande quantidade de pessoas).

Analisando a primeira vertente teremos aqui de certeza o maior plano de mudança e evolução. O CD Rom deu os primeiros passos nesse sentido, com a possibilidade multimédia os livros são agora capazes de mostrar o que só era possivel recorrendo a uma imaginação muito fértil e educada.

Daí que possamos falar em termos futuros da democratização de uma cultura elitista, quem hoje em dia é capaz de ler "Guerra e Paz" de Tolstoi e compreender todo o seu significado, simbolismo, envolvente social e política na era em que foi escrito. Com um livro diferente no futuro (mais adiante mencionarei o suporte), poderemos ter uma informação adendada ao conto principal que servirá de "ambiance" para melhor compreendermos o cenário. Poderá também ter uma base de dados com todas as características dos personagens envolvidos, de modo a podermos consultar sempre que tenhamos dúvidas acerca do nome e valor situacional (tio de, patrão de, amante do, etc.) de determinado personagem.

No caso de livros factuais estes poderão conter diagramas animados das estratégias de batalha (como as actuais enciclopédias multimédia). O suporte poderá ser um "leitor", uma peça de hardware capaz de lêr textos, imagens, sons com um sistema aberto (como na internet). Esta peça teria o formato de um livro (A4) e um ecrãn LCD equipado com colunas de modo a exibir som, poderia ter uma drive (tipo zip Yomega com capacidade de 100 Mb de forma a conter mais que 1 livro.

A compra dos livros poderia ser efectuada da seguinte maneira: numa livraria escolheriamos os livros pretendidos e estes eram carregados na diskete (a um custo baixissimo porque não teriam os custos de papel e impressão). Concluindo o meu raciocinio o livro não desaparecerá tão depressa mas a pressão económica e ecológica começarão em breve a dar os seus frutos.

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Multimédia como substituto do livro

Pedro Oliveira Alves
oliveiralves@mail.telepac.pt
14 de Março de 1997

Foi-nos proposto para este primeiro ensaio um título: "Os substitutos do livro" ou, por outras palavras, de que forma os avanços tecnológicos podem pôr em causa a posição actualmente ocupada pelo livro.

Parece-me um tema interessante, se procedermos a uma pequena alteração, será mais interessante discutir em que medida o livro e os produtos de origem tecnológica, leia-se produtos multi-mediáticos (porque em bom rigor o livro teve, também ele, uma origem tecnológica) são concorrentes.Penso que não: em minha opinião existe um ponto que devemos clarificar. Tanto o livro como o cd-rom, por exemplo, podem servir de suporte para uma criação literária ou plástica, só para citar dois exemplos.

Nesta perspectiva, e porque ambos os suportes referidos apresentam características completamente diferentes, não faz sentido falar em substituição. Reformulando: pelo facto de aparecer um novo suporte, o livro não vai perder mercado, pelo simples facto de que é o mercado globalmente considerado que aumenta, não sendo necessário que algum dos suportes existentes perca consumidores para que um outro os vá ganhar.

Seria preocupante que os produtos multimédia fossem ocupar o mercado dos livros, que pela sua escassa dimensão não augurava um futuro brilhante ao multimedia.

De qualquer forma penso que o tema tem um alcance temporal alargado, ou seja, pretende-se que a nossa opinião seja balizada pelo longo-prazo, o que de resto só acrescenta interesse ao tema. A longo prazo creio que o livro, como entidade física irá evoluir num sentido de uma maior aproximação às próprias necessidades dos seus utilizadores e na exacta medida da evolução dos seus utilizadores.

Todavia esta lógica só tem alguma validade numa perspectiva de longo-prazo porque creio que na nossa geração, quer o livro quer os outras suportes físicos têm o seu presente assegurado pelo simples facto de que nós pertencemos ainda às "gerações do papel", preferimos ter o jornal na nossa mão a lê-lo na Internet, o livro é para nós algo de muito material e desenvolvemos com ele uma relação curiosa de quase homorfisação: ele acompanha-nos numa viagem ou numas férias, temos o nosso livro de cabeceira, muitas vezes meses a fio à nossa espera...

O que eu defendo é que mantemos uma relação de tal forma próxima relativamente ao livro que dificilmente o trocaríamos por qualquer outro suporte, mesmo que este último apresente claras vantagens, quer elas sejam meramente ao nível da utilização quer mesmo ao nível dos custos.

Talvez os nossos filhos possam constituir-se na primeira geração 100% digital, cá para mim falar de multimédia e livros é o mesmo que falar de lâmpadas ultravioletas e do sol. As primeiras são de uma utilidade inegável, mas o sol será sempre o sol.

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O futuro do livro

Sofia Gonçalinho
14 de Março de 1997

O livro na minha opinião ainda tem pernas para andar mais uns anos, ainda não é prático levar um portátil para a praia (para ver um CD-ROM) ou para a mesinha de cabeceira. O aspecto táctil da questão é ainda importantíssimo, todos nós gostamos do toque de um livro, de sentir o volume entre as mãos.

O aspecto visual da capa não é um factor a desprezar, existem livros belíssimos. Quanto ao conteudo não será fácil converter um intelectual a deixar de lêr um livro comum onde a exigência é feita ao mais alto nível da cultura e capacidade de imaginar, para "lêr" um CD ROM onde as imagens, os sons e todo o ambiente multimédia retira essa magia da descoberta.

Talvez para os jovens que não gostam de lêr se invente algo capaz de exigir o menor esforço e que transmita o máximo de informação sem necessidade de forçar a imaginação a tirar imagens de umas letrinhas apenas. Desta forma enquanto o número de computadores por pessoa não se aproximar de 1/1 será dificil fazer vingar qualquer substituto para o livro conforme o conhecemos.

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Livros vs Bytes

Rui Pedro Silva
14 de Março de 1997

A informática já está em todos os passos da produção de um livro. O único elemento chamado de "baixa tecnologia" é o papel em que é impresso.

O livro já passou por várias fases mudando de suporte, pedra, pele, papiro, mas sempre sobreviveu. O que acontece é que os conteudos passam a existir sob mais uma forma, coexistindo uns com os outros.

Com o formato digital é o que vai acontecer , passando a existir maior liberdade de escolha, sendo criada uma sinergia entre suportes que vai levar a uma complementariedade entre eles.

Em relação e esta complementariedade podemos falar na triologia que irá passar a existir entre o papel/formato digital/Internet, nomeadamente devido à actualização de alguns livros. De referir que num prisma esta triologia varia do mais fisico(papel) ao mais virtual (internet), sendo que em relação â acessibilidade varia entre o mais fãcil (papel) ao mais dificil (internet).

Para obras de referencia é possivel que venham a ser completamente o papel. O mesmo já não irá acontecer com os livros escolares.

Outro aspecto do digital é o de permitir que documentos que se encontram em estado de degradação avançado possam ser digitalizados o que permite a consulta de todos sem os danificar mais.

Para concluir penso que os CD-ROM's nunca irão substituir os livros, e como já referi apenas servirão para os complementar, dando aos livros som e imagem que se tem vantagens evidentes tambem tem desvantagens, pois limita a imaginação de quem o lê.

Vantagens do livro em papel

Vantagens do formato digital

Para mais informações recomenda-se a leitura do artigo "Os novos suportes do livro" contido na revista "Exame Informática" nº11, de Maio de 1996, de onde se baseou este texto.

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O livro… que futuro?

Maria Goreti Ramos Nogueira
14 de Março de 1997

Tem - se assistido nos últimos anos a uma evolução, a um ritmo alucinante, das tecnologias de informação.

O papel tem vindo cada vez mais a ser substituido por bytes.

Muita da informação que até há bem pouco tempo só era possivel encontrar em livros, encontra-se agora facilmente numa simples diskete, ou num CD-ROM. Que além do pouco espaço que ocupa, substitui um "amontoado" de papéis, ou muitos livros, de uma forma organizada e de consulta rápida.

Por outro lado torna-se cada vez mais fácil as pessoas terem à sua disposição um computador. Por um lado com a generalização da sua utilização, por outro pela tendência À diminuição do preço destes.

Assim, na minha opinião, grande parte dos livros, principalmente os académicos, tenderão a cair em desuso.

No entanto, apesar de todas estas facilidades e vantagens que as tecnologias de informação representam, penso que mesmo a longo prazo o livro não será totalmente substituido, pois nada substituirá o prazer de ir de férias e levar um livro para ler (na praia, no campo, numa viagem, etc.), ou de ter uma boa colecção de livros.

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LIVRO: O NOVO CONCEITO

Ana Mafalda de Sousa Moreira
20 de Março de 1997

Em minha opinião o Livro irá sempre existir e terá cada vez mais um papel preponderante quer a nível do ensino, quer a nível da leitura pelo prazer da leitura. No entanto, o que irá mudar e, quanto a mim, já está em franca mudança é a forma que lhe é atribuída mais do que o conteúdo, ou seja, a matéria é a mesma mas o formato é trabalhado de acordo com a evolução tecnológica tendo como objectivo aumentar o interesse dos indivíduos pela mensagem tornando-a cada vez mais atractiva e interactiva.

Antes de transcrever este meu pensamento efectuei uma pesquisa na internet e, em poucos segundos encontrei vários, para não dizer muitos, construtores de livros multimédia. Esta pesquisa veio reforçar a minha convicção de que o Livro é uma das apostas de futuro ao nível da linguagem multimédia. Estamos a caminhar para uma situação de "extinção" do Livro enquanto objecto "morto", sem possibilidade de interacção, para uma nova definição de livro como algo dinâmico, interactivo e, sobretudo muito mais atractivo!

Considero que a grande mudança verificar-se-à nas editoras. Exemplo deste facto é a Porto Editora que já editou a Diciopédia e que, concerteza, irá editar muitas mais obras da mesma forma pois só assim conseguirá manter vantagem competitiva no sector onde desenvolve a sua actividade.

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Página mantida por Emanuel Leite e Luís Gouveia
Última alteração: 3/4/97