Luís
Borges Gouveia
Junho de 2004 332 Páginas, Dimensões (cm): 1,6 x 26 x 20
ISBN:
972-8830-18-1 distribuído por
Tabela de conteúdos |
|
TABELA DE CONTEÚDOS
Luís Borges Gouveia
Junho de 2004 ISBN: 972-8830-18-1 |
Prefácio Joaquim Borges Gouveia
Introdução: balanço e implicações e Sociedade da Informação Viver o Território Cidades e Regiões Inteligentes – uma reflexão sobre
o caso português Sociedade de Informação e regiões insulares e
periféricas: perspectivas de viabilidade económica e igualização de
oportunidades sociais e culturais Utilização da Internet na Região de Trás-os-Montes
e Alto Douro: Relato da Experiência Acumulada Governo Electrónico Local: O Caso das Juntas de
Freguesia Trás-os-montes.net: o portal de serviços de
Trás-os-montes e alto douro Gaia Global: Infra-estrutura Digital: Consolidação
de Conceitos do Portal para o Cidadão Aprender Educação e Sociedade Tecnológica
Digital Globalizada A construção de uma Sociedade de
Informação inclusiva: reflexões e medidas, nacionais e europeias A importância da aprendizagem ao longo
da vida face aos desafios da sociedade da informação e da economia do
conhecimento Educação de Adultos e Ensino à
Distância: A Importância de conhecer as Características Individuais dos
Adultos Aprendizes à Distância Utilização Educativa da Internet no
Distrito de Vila Real Difusão Autónoma de Materiais
Curriculares A utilidade das tecnologias de
computação móvel no ensino: o caso da gestão de informação pessoal do
professor Comunicar Objecto ou função? O livro e o(s)
seu(s) formato(s) na mudança de paradigma da comunicação A Internet e o novo papel do
jornalista Rádio Digital – Com emissores mas sem
ouvintes em Portugal Tecnologia - arte - comunicação:
convergências A Marca na era digital Interagir O modelo das organizações virtuais e o
teletrabalho: Algumas práticas em empresa brasileira Sociedade da Informação: mudanças e
desafios psicossociais no contexto sócio-laboral Implementação
e futuro da cultura digital Arquitectura de Software para apoio ao
Projecto de Arquitectura O Turismo On-line - Viagem pelas
Pousadas de Portugal Poesia em meio digital: algumas
considerações |
[ início da página ]
Introdução: balanço e implicações
e Sociedade da Informação
Luís Borges Gouveia, Sofia Gaio
Universidade Fernando Pessoa
A Sociedade da Informação
Com o advento da Sociedade da Informação e da caracterização da sociedade actual como uma sociedade em rede (Castells, 2001), o ambiente em que vivemos pode ser visto como um entrelaçado de fluxos de informação a que indivíduos e organizações tem que se readaptar.
Outro dos aspectos que carateriza a Sociedade da Informação é o recurso intensivo às Tecnologias de Informação, nomeadamente ao computador e às comunicações. Desta forma, a troca de informação é em grande parte realizada pela mediação de dispositivos que permitem considerar que um número crescente de interacções entre indivíduos e organizações se produz em formato digital e mediada por computador ou dispositivos baseados em computador.
Existem autores, como Ramonet (2002), para quem as Tecnologias da Informação (TI) jogam um papel ideológico central, para domesticar o pensamento. Este autor, da mesma forma que advoga a influência das TIs na nossa sociedade, defende igualmente que a riqueza das nações é resultado, no séc XXI, da massa cinzenta, do saber, da informação, da capacidade de inovação e já não da produção de matérias primas.
Parece pois existir a tentação de tomar as Tecnologias da Informação e, mais recentemente da Comunicação, como óptimas oportunidades para moldar novos hábitos e influenciar comportamentos profissionais e mesmo sociais. As políticas associadas à Sociedade da Informação, nomeadamente as iniciativas na União Europeia como é o caso o eEurope, propõem planos que incentivam o recurso às Tecnologias da Informação e da Comunicação em todas as áreas de actividade. Neste caso, destaque para os planos de acção eEurope 2002 (UE, 2000) e a sua revisão eEurope 2005 (UE, 2002).
A iniciativa eEurope da União Europeia baseia-se na premissa de que a Internet é essencial para o crescimento económico, a criação de emprego e a melhoria da qualidade de vida – não apenas na Europa mas em tudo o mundo. O eEurope, de forma ambiciosa, pretende pôr em linha assim que possível todos os cidadãos da UE,de modo que a utilização da Internet se torne comum – no emprego, na escola ou em casa, através dum computador, dum telemóvel ou dum aparelho para ligar ao televisor, fomentando para a Europa uma cultura digital e que todo o processo seja socialmente inclusivo (CE/DGIC, 2002).
Tanto o eEurope 2002, como o eEurope 2005 têm como objectivo criar uma Sociedade da Informação inclusiva, mas a situação evoluiu após o ano 2000: algumas medidas ficaram concluídas e surgiram novos desafios. Assim, o segundo plano de acção actualiza as prioridades da UE e afina o processo (CE/DGIC, 2002).
O plano de acção 2002 era de largo espectro, tendo conseguido pôr a Internet no topo da agenda política europeia. O plano de acção 2005 está mais focalizado, incidindo no acesso efectivo, na utilização e na disponibilidade da Internet. O eEurope 2005 coloca os utilizadores no centro. A todos os níveis e em todas as medidas de execução, põe em realce a inclusão. A inclusão implica que os serviços essenciais devem estar disponíveis não só através de computadores pessoais, mas também da televisão digital interactiva, dos telemóveis de terceira geração e das redes de cabo. Deve ser assegurada a disponibilidade e utilização generalizada das redes de banda larga em toda a União em 2005, bem como na segurança das redes e da informação, na administração pública em linha, no ensino em linha, na saúde em linha e nos negócios em linha (CE/DGIC, 2002).
O Workshop Sociedade da Informação
A Sociedade da Informação, entendida como o âmbito de um conjunto de preocupações que atravessa transversalmente a nossa sociedade, quer pela discussão pública e política de acções que envolvam o seu desenvolvimento, quer pelas consequências sociais e económicas que implicam, torna o assunto recorrente desde, principalmente, os anos 90 até à data.
A crescente omnipresença das Tecnologias da Informação e Comunicação são causa directa de profundas alterações no nosso modo de viver, aprender e divertir, conduzindo a novas formas de estar e fazer por parte de actores sociais e comerciais.
Face aos paradigmas, promovidos pela Sociedade da Informação, urge efectuar a discussão e reflexão que contribua para um melhor entendimento do meio e consequentemente uma melhor adaptação dos actores. É desta consciência que nasce o impulso para a realização do Workshop Sociedade da Informação – Balanço e Implicações e, em consequência, o projecto deste livro, de que o workshop serviu como ponto de partida.
O Workshop Sociedade da Informação: balanço e implicações teve por tema a discussão do estado de arte na Sociedade da Informação, que decorreu no Auditório da Universidade Fernando Pessoa, nos dias 11 e 12 de Dezembro de 2003 (Gouveia e Gaio, 2003).
Dada a amplitude e heterogeneidade de sectores que se reinventam à luz de uma sociedade tecnológica bem como do, por vezes enorme, hiato entre potencialidades e realidades associadas às Novas Tecnologias da Informação e Comunicação o Workshop teve como principais objectivos:
Neste sentido, o Workshop promoveu a reflexão sobre as novas configurações, em torno dos seguintes temas:
Como forma de celebrar também o carácter global e multidisciplinar dos temas abordados, a comissão cientifica do Workshop foi constituída por um conjunto de personalidades oriundas do mundo académico, que aceitaram o desafio:
O evento envolveu a participação de 120 pessoas e originou a publicação de dois livros. Um em Inglês, que inclui 15 artigos que refletem a contribuição de 30 autores de vários países como Portugal, Inglaterra, Rússia, Holanda, Brasil, Grécia e Ucrânia.
O volume em Português, com 24 artigos que refletem a contribuição de 37 autores, todos eles portugueses, é também uma demonstração clara do potencial existente em Portugal para pensar e fazer a Sociedade da Informação.
A organização do livro Sociedade da Informação
A Sociedade da Informação, enquanto entendida como uma sociedade que recorre nas suas interacções predominantemente ao digital, possui inúmeras e variadas designações: Sociedade da Informação e do Conhecimento, Sociedade do Conhecimento, Sociedade do Conhecimento e Inovação. Um seu factor importante é o recurso, sempre presente, às Tecnologias da Informação e Comunicação. No entanto, a ênfase de apresentação das diversas contribuições do livro é colocada, não na tecnologia, mas no viver o território, no aprender, no comunicar e no interagir, enquanto grandes grupos de preocupação e especialidade dos seus autores. Esta é aliás, uma das noções gerais que transparecem ao longo das diversas contribuições: o impacto social e humano que a sociedade da informação nos oferece de forma tão presente e admirável.
Oriundos de diferentes áreas de especialidade, mas com uma preocupação comum, membros da comunidade científica e empresarial aceitaram em conjunto o desafio de organizar um fórum de discussão que, centrado na problemática da Sociedade da Informação, realize um balanço e análise das implicações em áreas tão diversas como as sociais, as tecnológicas e estéticas, que resultam da crescente utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação, do cada vez mais comum suporte digital em que a informação se encontra disponível e, talvez mais importante, da forma como esta é acedida e partilhada.
Cabe aqui uma palavra de apreço para a Universidade Fernando Pessoa que disponibilizou todas as facilidades para tornar possível a realização desta obra, num tão curto espaço de tempo.
Também gostariamos de agradecer a todos aqueles que participaram no Workshop e se associaram ao desafio de contribuir com as suas opiniões e conhecimento para o resultado final que é, acima de tudo, um exemplo vivo de uma construção colectiva, recorrendo a redes de competência e conhecimento, para a partilha da informação – esses três conceitos tão sublimemente semelhantes mas complementares.
É que antes das tecnologias e mesmo das competências, é a paixão do ser humano que garante a realização das coisas, por vezes tão simples, mas ambiciosas, como esta obra que propomos. E também o facto de se poder demonstrar que, com portugueses, é possível pensar e construir a Sociedade da Informação.
Referências
Gouveia, Luis Borges e Gaio, Sofia. (2003). Workshop Sociedade da Informação: balanço e implicações. Auditório da Universidade Fernando Pessoa. 11 e 12 de Dezembro [http://www.ufp.pt/~lmbg/sinfo03].
Castells, M. (2001). The Internet Galaxy. Reflections on the Internet, business, and Society. Oxford University Press.
CE/DGIC (2002). Para uma Europa do Conhecimento A União Europeia e a Sociedade da Informação Comissão Europeia, Direcção-Geral da Imprensa e Comunicação ISBN 92-894-4426-6
MSI (1997). Livro Verde para a Sociedade da Informação em Portugal. Missão para a Sociedade da Informação / Min. da Ciência e da Tecnologia.
Ramonet, I. (2002). Guerras do século XXI. Novos medos, novas ameaças. Campo das Letras.
UE (2000). eEurope: plano de acção 2002. União Europeia. Cimeira da Feira, Junho de 2000.
UE (2002). eEurope: plano de acção 2005. União Europeia. Cimeira de Sevilha, Junho de 2002.
UMIC (2003). Uma Nova Dimensão de Oportunidades. Plano de Acção para a Sociedade da Informação. Unidade de Missão, Inovação e Conhecimento. Presidência do Conselho de Ministros.
[ início da página ]
CV
Luís Borges Gouveia
lmbg@ufp.pt,
http://www.ufp.pt/~lmbg
Luis Borges Gouveia é Doutorado (UK, Lancaster, 2002) em Computação com tese sobre Ambientes Virtuais e Partilha do Conhecimento, possui o Mestrado (FEUP, 1995) em Engenharia Electrotécnica e Computadores, com dissertação sobre Aplicações Multimédia para o Sistema de Informação da empresa, e a licenciatura (UPT, 1989), em Matemáticas Aplicadas / Informática, tendo realizado um trabalho de final de curso sobre o serviço Videotex.
Actualmente é Professor Auxiliar na Faculdade de Ciência e Tecnologia na Universidade Fernando Pessoa e responsável pela concepção e estratégia do projecto Gaia Global, a iniciativa de cidade digital de Gaia. Os seus interesses passam pelas implicações que a utilização dos computadores e telecomunicações tem na nossa concepção de espaço e de tempo. Possui cerca de uma centena de trabalhos científicos publicados em livros, revistas e actas de conferencia de carácter científico. Possui página Web e um diário digital (BLOG).
[ início da página ]
CV
Sofia Gaio
sgaio@ufp.pt,
http://www.ufp.pt/homepage/sgaio/
Sofia Gaio é Mestre Assistente na Universidade Fernando Pessoa nas áreas de Marketing, Relações Públicas e Comunicação Corporativa. Possui o grau de Mestre em Ciências da Comunicação, especialização de Marketing e Comunicação Estratégica pela UFP.
[ início da página ]