Comercio electrónico: "surfar entre bits" | ___________________________________ | Índice |
Capítulo II - HISTÓRIA
Há já anos que os computadores se tornaram parte integrante
do nosso quotidiano. Hoje em qualquer sítio que vamos eles estão
sempre presentes ajudando a simplificar o dia a dia.
Este, cada vez mais, melhor amigo do Homem, está a ficar de tal
maneira importante que se assiste gradualmente à diluição
da fronteira entre ambos, devido ao aparecimento de interfaces mais interactivos.
Devido à crescente "fome de informação",
torna-se necessário que os inúmeros sistemas de informação
se interliguem, formando comunidades virtuais de conhecimento. Por outro
lado a informação transmitida não é só
texto mas, inclui já também som, imagens e animação,
chamando a intervir o maior número de sentidos possível até
agora.
A esta ligação entre sistemas chamamos redes. Existem vários
tipos de redes, as LAN (Local Area Network), as MAN (Metropolitan
Area Network) e as WAN (Wide Area Network). No entanto a rede
de todas as redes é a Internet. Esta é a rede do futuro que
liga todos a todos. Mas afinal como nasceu esta coisa de Internet de que
muito se fala?
Em 1969, nos Estados Unidor da América, a ARPA (Advanced Research
Projects Agency), uma agência que pertencia ao departamento de
defesa americano, criou uma rede, a ARPANET.
O objectivo desta criação era de ligar organizações
de investigação com fins militares de forma a possibilitar
uma melhor troca de informação.
Rapidamente esta estrutura foi crescendo, e a rede ficou pequena de mais
para as necessidades dos utilizadores. Em 1973, nasceu o projecto "Internetting
Project" que visava estudar a união de todas as redes existentes.
No início dos anos 80 a ARPANET foi dividida em duas: a MILNET,
com fins militares e a CSNET, com fins científicos. O protocolo
de transmissão escolhido foi o TCP/IP sendo rapidamente adoptado
pela maior parte dos construtores, o que é muito importante para
a implantação de um sistema de funcionamento, estando assim
lançadas as bases para uma hiper rede de comunicações.
Devido à necessidade de vulgarização da rede, não
demoraram a aparecer vários fornecedores de informação,
tanto públicos como privados. Mas é na década de 90,
com o aparecimento de interfaces mais amigáveis -o World Wide
Web- que se regista o boom da Internet.
A World Wide Web (WWW), foi um projecto de Tim Berners-Lee, cientista
no CERN (Laboratório Europeu da Física de Partículas)
em Genebra, em 1989. A sua ideia era de que a informação
deveria ser acessível a todos através de um interface de
fácil utilização, num qualquer computador e em qualquer
lado em que se estivesse ligado a uma rede. Este protocolo baseia-se na
utilização de um sistema de navegação chamado
hipertexto, que permite, a partir do documento que estamos a consultar,
aceder a informação relacionada, bastando um clique numa
palavra ou imagem relacionada com o tema a pesquisar.
figura 2.1 - Hipertexto. Clicar no texto sublinhado faz aparecer
outra página com mais informação sobre o assunto clicado.
in: Microsoft Flight Simulator 98
Em 1991, foi tornado público o acesso e a comunidade então
ligada à Internet mudou logo para a Web. Em 1993, com o aparecimento
do Mosaic - um interface gráfico chamado browser - que permite a
navegação e pesquisa de informação, e que corre
em qualquer tipo de computador - é que a Web teve o seu incremento
final.
Com este tipo de apresentação, a Web teve um crescimento
fenomenal nos anos que se seguiram, tornando-se global com cerca de 25,3
milhões de assinantes de serviços na Internet*
.
Assim, temos a Internet como hoje a conhecemos, sendo uma rede global que
é de toda a gente e não é de ninguém.
Vagas | Primeira vaga | Segunda vaga | Terceira vaga | Quarta vaga |
Uso Público | Acesso limitado
Custos proibitivos |
Acesso frequente
Custos elevados Sistemas proprietários |
Acesso generalizado
Custos razoáveis Sistemas abertos |
Acesso banalizado
Custos irrelevantes Sistemas abertos |
Uso Privado | Inexistente | Acesso individual
Custos infra-estruturais World Wide Web |
Acesso empresarial
Custos de inovação Comunidades virtuais |
Acesso generalizado
Custos de formação Comércio virtual |
figura 2.2 - A evolução da Internet
in "Fortuna", Setembro de 1996
Assim como nos outros países europeus, foi também na década
de 80 que a Internet passou a ser utilizada em Portugal. As primeiras ligações
tratavam-se de acessos remotos a universidades estrangeiras (da Grã-Bretanha
e EUA) por ex-estudantes nessas universidades, que mantinham as suas contas.
Em meados desta década de 80, é instalado, em Lisboa, o primeiro
nó da EARN (European Academic and Research Network), uma
das primeiras redes europeias a fazer parte da Internet, e o nó
português da EUNET (European Unix Networ"), outra das
primeiras redes europeias. Mas só em 1986 com a criação
da Fundação de Cálculo Científico Nacional
(FCCN, hoje Fundação para a Computação Cientifica
Nacional) é que foi criada por esta entidade a primeira rede realmente
nacional, a RCCN (Rede da Comunidade Científica Nacional).
No entanto até cerca de 1994 o acesso e utilização
da Internet só era possível a poucas centenas de pessoas
na comunidade científica e académica, nomeadamente da área
da informática.
De facto, só nestes últimos anos é que a Internet
teve um acesso mais generalizado, nomeadamente, devido a um mais fácil
acesso dos alunos nas Universidades, ao aumento do número de fornecedores
de acesso e, consequentemente, ao aumento do número de locais de
acesso e ainda devido ao aumento de entidades ligadas à Internet.
Algumas destas entidades provocaram uma maior visibilidade social, como
por exemplo alguns media, nomeadamente os jornais Público e Jornal
de Notícias e as televisões TVI e SIC (que já inclui
a consulta da Internet nos seus noticiários), passando a dar mais
atenção a este fenómeno.
Em Portugal o fenómeno da Internet ainda está numa fase
de desenvolvimento. A provar isso está a capacidade computacional
portuguesa, de 0,26%, bem longe dos 48% dos Estados Unidos da América
e já mais perto dos 1,74% da Espanha. Possui cerca de 650 mil computadores,
e um número de ligações telefónicas perto de
3,6 milhões, sendo esperado que próximo do ano 2000 o número
de utilizadores seja de 1 milhão* .
Os fornecedores de acesso em Portugal tentam atrair um maior número
de ligações, tanto individuais como de empresas, com o tarifário
a variar muito, consoante a utilização. Os seus custos não
estão associados à distância, mas sim ao tempo de utilização,
o que torna o seu uso relativamente barato.
Além das ligações, os fornecedores disponibilizam
diversos serviços da Internet, sendo eles o WWW, o correio electrónico,
os newsgroups, o FTP e o IRC.
Até 1994 apenas os universitários disponibilizavam informação
na Internet, mas agora são várias as entidades, tanto públicas
como privadas, assim como individuais que possuem a sua página publicada
num media com o tamanho do Mundo.
O mundo dos negócios português começa a perceber que
a relação custo beneficio de uma página é entusiasmante.
Em Janeiro de 1996 estavam registados 234 domínios portugueses.
No segundo trimestre de 1997 esse número já foi elevado para
1911. Isto prova que a cada minuto que passa mais páginas sejam
criadas na rede. Logicamente o que acontece é que com este aumento
passem a aparecer também mais páginas de fraca qualidade
tanto ao nível do design, interactividade e, o que é
mais preocupante, ao nível do conteúdo. Como é natural,
esta primeira geração necessita de apreender este novo mercado,
assim como aprender a dominar o meio.
Hoje é difícil não se ter já ouvido falar na
Internet. Em quase todos os media, diariamente, vem um artigo ou uma história
acerca dela. Mas porquê só agora se fala tanto sobre uma coisa
que já existe à mais ao menos vinte anos?
A resposta é simples a Internet já não é o
que era. A Internet já não é aquele monstro enfadonho
de à uma década atras, sendo o paraíso para os cientistas
e para os génios dos computadores. Hoje a Internet deixou para trás
a sua aparência gasta e pouco amigável e reinventou-se, tornando-se
fácil de utilizar, até mesmo por aqueles que nunca tiveram
contacto com um computador.
Falar em Internet é para a maioria falar apenas em um dos seus serviços,
World Wide Web, ou simplesmente Web, que possui uma aparência
cheia de cores e gráficos atraentes.
figura 2.3 - Exemplo de uma página Web
in http://www.telepac.pt
Na Web tudo parece mágico. Uma vez instalado um browser
e ligando-se à rede, basta um simples clique num botão para
se viajar para algum sitio do nosso interesse. Num segundo está-se
com a informação requerida no nosso monitor de algum Web
Site ou Home Page. Nesta página normalmente existe um
índice que nos liga a outra informação no site. Esta
ligação é feita através de hyperlinks,
ou seja, clicando num determinado sitio mais informação é
automaticamente descarregada para o nosso monitor. Pode-se continuar a
procurar browsing e o sistema de hyperlinks leva-nos a outras
páginas nesse site ou a outros sites. Isto tudo podendo
estar a acontecer a milhares de quilómetros da nossa presença
física, através da conectividade global da Web.
[up]
Monografia realizada por Rui Pedro Silva
5º ano Marketing
Universidade Fernando Pessoa