Turbidito..........................................................................................................................................................................................................................................................Turbidite
Turbidite / Turbidita / Turbidit / 浊流沉积 / Турбидит / Torbiditici /
Depósito sedimentar depositado a partir de correntes de gravidade que transportam sedimentos de tamanhos muito variados. Uma das característica principais de estes depósitos é que eles exibem uma estratificação granodecrescente.
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Antes do advento da estratigrafia sequencial, os turbiditos eram depósitos sedimentares originados por correntes de turbidez submarinas, sobretudo nas bacias de antepaís, em contextos tectónicos de margens continentais activas e um turbidito é uma camada (não visível numa linha sísmica) granodecrescente para cima formada por um conjunto de estratos de arenito/pelito depositados por uma corrente de turbidez e, normalmente, coberto por pelitos hemipelágicos contendo fósseis de águas profundas. Na estratigrafia sequencial e, sobretudo, na sismostratigrafia, os depósitos turbidíticos associados com as descidas do nível do mar relativo, isto é, com as discordâncias são bem conhecidos de todos os geocientistas. Estes turbiditos (cones submarinos de bacia, CSB e de talude CST) depositam-se em condições geológicas de nível baixo do mar (nível do mar local, referenciado a qualquer ponto fixo da superfície terrestre, que ele seja a base dos sedimentos ou o fundo do mar e que é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático, o qual é referenciado ao centro da Terra, e da tectónica), quer isto dizer, que o nível do mar está mais baixo do que o rebordo da bacia (ao nível de um ciclo sequência, o rebordo da bacia, quando a bacia não tem plataforma continental, é o último rebordo continental do ciclo sequência precedente). Todavia, segundo Emiliano Mutti, nos registos estratigráficos, quer no campo quer nos dados sísmicos, a evidência de depósitos turbiditos depositados em condições geológicas de nível alto do mar (quando o nível do nível do mar acima do rebordo da bacia (quando a bacia tem uma plataforma continental) é difícil de refutar. Como ilustrado nesta figura, isto é, particularmente, verdadeiro para os turbiditos de tipo 1 de E. Mutti, nos quais os níveis argilosos são raros e os lóbulos turbidíticos são não canalizados e se sobrepõem, verticalmente, para formar depósitos amalgamados. Para Emiliano Mutti, há uma relação entre os diferentes tipos de turbiditos (Tipo 1, Tipo 2 e Tipo-3) e o volume dos escoamentos gravitários. No tipo 1, as camadas individuais e grupos de camadas que ocorrem num lóbulo atingem, normalmente, volumes da ordem de 1 e 10 km3. O volume de 10 km3 é da mesma ordem que o volume de sedimentos de uma barra de desembocadura moderna de um grande edifício deltaico (sobreposição vertical de deltas). No tipo ou subestágio 3, as camadas arenosas são finas e lateralmente impersistentes. A abundância de argilitos siltosos finos e muito finos, sugere escoamentos de fraco volume com teores de lama, relativamente, altos. Nos sistemas de tipo-2, a geometria das camadas turbidíticas arenosas sugere escoamentos de volume intermediário, geralmente, com teores de areia, relativamente, altos. Tendo em conta as diferentes condições do nível do mar relativo (nível alto ou nível baixo do mar), pode dizer-se, que os turbiditos de Tipo-1, que não são canalizados, correspondem, mais ou menos, aos cones submarinos de bacia (CSB) de P. Vail, quando estes estão destacados da base do talude continental. Da mesma maneira, os turbiditos de tipo-2 correspondem, mais ou menos, aos cones submarinos de talude (CST) depositados na base do talude continental, quer isto dizer, que estão, mais ou menos, conectados com canais turbidíticos. Igualmente, os turbiditos de tipo-3 são, praticamente, equivalente dos cones submarinos de talude (CST), onde as estruturas em forma de "asas de gaivota" são características. Os depósitos turbidíticos de tipo-1 são, muitas vezes, conhecidos como lóbulos turbidíticos sem canal anexo e localizados, relativamente, longe da ruptura da base do talude continental. Os depósitos turbidíticos de tipo-2 são, igualmente, conhecidos como lóbulos turbidíticos com canal anexo e localiza-se junto da ruptura inferior do talude continental. Por sua vez, os depósitos turbidíticos de tipo-3 correspondem a complexos de canais (ou depressões entre os lóbulos) e diques marginais naturais turbidíticos com uma geometria semelhante a de uma gaivota em voo e cuja localização corresponde, mais ou menos, ao sopé continental. É importante notar que E. Mutti não excluí a formação de depósitos turbidíticos em associação com as descidas significativas do nível do mar relativo, isto é, com as discordâncias. Tudo que Mutti diz é que se podem, igualmente, depositar sistemas turbidíticos em condições geológicas de nível alto do mar, em associação com as cheias dos grandes rios ou com instabilidades dos rebordos continentais ou mesmo com rupturas e deslizamentos do talude continental. P. Vail considera, ao contrário de E. Mutti, que o desenvolvimento de correntes de turbidez, em condições geológicas de nível alto do mar é pouco significativo e não desempenha nenhum papel importante na estratigrafia sequência.
Turbiditos Amalgamados.....................................................................................................................Amalgamated Turbidites
Turbidite amalgamée / Turbidita amalgamada / Amalgamated Turbidit / 合并浊流沉积 / Объединенный турбидит / Torbiditici amalgamato /
Depósitos associado aos cones submarinos profundos. Frequentemente, os turbiditos amalgamados são localizados na parte central dos lóbulos turbidíticos. Eles são compostos de um empilhamento de depósitos produzidos por correntes turbidíticas consecutivas (mas muito separadas no tempo). A espessura deste depósitos pode exceder várias centenas de metros. Pode dizer-se, que estes depósitos são caracterizados por uma presença muito fraca de níveis argilosos (o que contrasta com os turbiditos laminados). Os turbiditos amalgamados correspondem ao Tipo ou Subestágio 1 de E. Mutti.
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Nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de um detalhe de uma linha sísmica do Mar Adriático, o intervalo, imediatamente, sobrejacente à discordância localizada entre 2 e 2,3 segundos (tempo duplo), a qual foi, ligeiramente, reforçada pela tectónica, corresponde a uma sobreposição vertical de turbiditos do tipo-1 de E. Mutti. Esta interpretação foi corroborada pelos resultados dos poços de pesquisa de petróleo, perfurados nesta região e, em particular pelos resultados do poço de pesquisa A (ilustrado nesta figura), o qual que também confirmou que a direcção da linha sísmica é, grosseiramente, perpendicular, e não paralela, ao sentido ao escoamento das correntes turbidíticas. Isto quer dizer, que ruptura de inclinação da discordância, perceptível na parte Oeste deste autotraço, não corresponde à ruptura da base do talude continental e que os lóbulos turbidíticos estão, provavelmente, desconectados da base do talude continental. Na terminologia de P. Vail, este intervalo corresponde a uma sobreposição de cones submarinos de bacia (CSB) associados a uma descida significativa do nível do mar relativo, isto é, do nível do mar local, referenciado a qualquer ponto da superfície terrestre e que é o resultado da combinação do nível do mar absoluto ou eustático (nível do mar global referenciado ao centro da Terra ou a um satélite) e da tectónica (subsidência ou levantamento). Na maior parte das vezes, os eventos geológicos que estão na origem destes depósitos não são os mesmos para Mutti e para Vail. P. Vail pensa que os depósitos turbiditos são induzidos por uma descida significativa do nível do mar relativo, que põe o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia (rebordo continental quando, ao nível de um ciclo sequência, a bacia tem plataforma continental), o que quer dizer que para ele, os turbiditos estão directamente associados as discordâncias (superfícies de erosão) que limitam os ciclos sequência. Não esqueça que ao nível de um ciclo sequência (ciclo estratigráfico limitado entre duas discordâncias, cuja diferença de idades é maior que 0,5 My e menor que 3/5 My) para haver deposição o nível relativo do mar relativo tem que subir para criar ou aumentar o espaço disponível para os sedimentos (acomodação), excepto para os sistemas de deposição turbidíticos profundos, uma vez que a jusante da ruptura continental 8que a bacia tenha ou não uma plataforma continental) há sempre espaço disponível para os sedimentos. E. Mutti não nega a possibilidade de haver depósitos turbiditos em associação com as descidas significativas do nível do mar relativo (como sugerido por P. Vail), mas pensa, que no caso dos turbiditos não canalizados e sobretudo nos turbiditos amalgamados, o mais provável é que eles se tenham depositado durante condições geológicas de nível alto do mar (nível do mar mais alto do que o rebordo da bacia) em associação com cheias dos grandes rios, instabilidades e rupturas diversas do rebordo continental ou do talude continental superior. Para Mutti, as correntes turbidíticas podem ser, igualmente, induzidas por deslizamentos ou por rupturas, a grande escala do rebordo da bacia, de preferência quando este coincide com a rebordo continental que é, mais ou menos, coincidente (pelos menos sismicamente), com a linha da costa, o que é o caso, em condições geológicas de nível alto do mar, durante o depósito da 2a fase de desenvolvimento prisma de nível baixo (PNA) de um ciclo-sequência. Quando o nível do mar está mais baixo do que o rebordo da bacia, o que ocorre, imediatamente, depois da de uma discordância (descida significativa do nível do mar relativo), obviamente, o rebordo da bacia corresponde ao último rebordo continental do ciclo sequência precedente, uma vez que um novo ciclo sequência se inicia com a discordância. Nestas condições a origem dos sistemas turbidíticos na parte profunda da bacia é facilmente explicada pelo modelo proposto por Vail, embora o modelo de Mutti possa também funcionar. Os registos eléctricos do poço de pesquisa A, ilustrados nesta figura (potencial espontâneo e resistividade), mas, principalmente, o potencial espontâneo sugerem, fortemente, que os turbiditos amalgamados são limitados por superfícies de erosão (discordâncias), o que quer dizer que eles pertencer a diferentes ciclos sequência, e que os diferentes lóbulos tem contactos (superior e inferior) abruptos, o que os diferencia dos turbiditos de Tipo-2 e, sobretudo, dos turbiditos de Tipo-3.
Turbiditos não-Amalgamados......................................................................................Unamalgamated Turbidites
Turbidite non-amalgamée / Turbidita no amalgamada / Unamalmagated Turbidit / 交合浊流沉积 / Разединённый турбидит / Torbiditici no amalmagato /
Fácies distal dos cones submarinos da bacia (CSB), conhecida, igualmente, por « turbidito laminado». Os turbiditos não amalgamados exprimem uma alternância, mais ou menos, regular (1/2 m), de níveis argilosos e areia. Esta fácies corresponde ao tipo-2 de Emiliano Mutti uma vez que eles se depositam na embocadura dos canais turbidíticos, em condições geológicas de nível alto.
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Nos sistemas de deposição turbidítica de E. Mutti, diferentes factores geológicos controlam a geometria e a distribuição da fácies do sistema turbidítico, os quais podem ser agrupados em duas grandes famílias: (I) A fisiografia da plataforma continental, talude continental e planície abissal ; (ii) A textura inicial e a composição litológica da corrente turbidítica e a sua evolução. A primeira família (largura e inclinação da plataforma continental, inclinação do talude continental, presença ou não de minibacias e/ou canhões submarinos no talude continental, fossa bacia ou planície abissal plana) está relacionada com a evolução geodinâmica e tectónica da bacia sedimentar. A segunda (rica em cascalho, rica em areias, rica em lama, siliciclástica ou carbonatada) relaciona-se com os sistemas de deposição desenvolvidos costa a dentro do rebordo da plataforma continental (plataforma carbonatos, recifes, estuário lamacento, deltas entrelaçados (efeito de pêndulo), cones aluviais, etc.). Teoricamente, os sistemas turbidíticos parecem corresponder a grandes sistemas complexos geológicos naturais com muitos componentes que evoluem para um estado crítico, longe do equilíbrio, onde pequenos distúrbios podem levar a eventos catastróficos. Os sistemas turbidíticos e, em particular, os de E. Mutti (desenvolvidos em condições geológicas de nível alto) podem ser tomados como sistemas auto-organizados criticamente (SOC de P. Bak). Nos sistemas turbidíticos de Tipo-2 de E. Mutti, a geometria das camadas turbidíticas arenosas sugere escoamentos de volume significativos, com pouco volume de areia carregados de lama. Eles correspondem, mais ou menos, aos cones submarinos de bacia (CSB) de P. Vail, mas depositados na base do talude continental, quer isto dizer, que estão, mais ou menos, conectados, a montante, com os preenchimentos canais turbidíticos. Elas ilustram, perfeitamente, o que certos geocientistas chamam turbiditos não amalgamados. Efectivamente, e ao contrário dos lóbulos dos turbiditos de Tipo-1, que se sobrepõem verticalmente para formar pacotes homogéneos de areia, os lóbulos dos turbiditos de Tipo-2 depositam-se, lateralmente, uns em relação aos outros (como os lóbulos deltaicos sob o efeito de pêndulo). Ao contrário dos turbiditos amalgamados, eles estão, perfeitamente, conectados com os canais turbidíticos (ou depressões, sem erosão significativa, por onde passam as correntes turbidíticas, como ilustrado no esquema superior. Neste esquema, no qual as condições geológicas de nível alto (o nível do mar mais alto do que o rebordo da bacia, que aqui corresponde ao talude continental uma vez que a bacia tem uma pequena plataforma continental) são evidentes, é sugerido que as correntes de turbidez foram induzidas por desabamentos de sedimentos do talude continental e rebordo da bacia. A conexão da fácies mais arenosa dos lóbulos com os preenchimentos dos canais (ou depressões) turbidíticos é evidente. Os lóbulos dos turbiditos de Tipo-1 estão, totalmente, desconectados dos preenchimentos dos canais turbidíticos, embora existam entre eles depósitos residuais (ou depósitos de fundo), o que não é o caso nos turbiditos de Tipo-2. O esquema inferior, desta figura, ilustra não só a sucessão lateral das diferentes zonas: (i) Zona de Formação (ZF), onde se iniciam as correntes turbidíticas, em associação com rupturas no talude continental e erosões submarinas ; (ii) Zona de Transferência (ZT), que correspondem a zonas sem depósito e (iii) Zona de Deposição (ZD), onde se depositam os sedimentos desde que as correntes perdem, uma grande parte, da capacidade de transporte, mas também as diferentes fácies (litologias), ou seja : (a) Preenchimento de canais turbidíticos (quando há evidência de erosão) ou depressões entre os lóbulos ou entre os diques marginais naturais turbidíticas, com estratos de areia espessos ; (b) Fácies de transição entre os preenchimentos dos canais (ou depressões) e o lóbulo; (c) Lóbulo de areia com estratos espessos e (d) Lóbulo com estratos finos. É sobretudo a parte distal dos lóbulos turbidíticos que muitos geocientistas reconhecem os turbiditos não amalgamados. No modelo estratigráfico de Vail, como os cones submarinos de bacia correspondem, mais ou menos, aos turbiditos de tipo-1 e tipo-2 de Mutti, pode dizer-se que os turbiditos não amalgamados encontram-se nos cones submarinos de bacia (CSB), em particular quando estes estão conectados à ruptura da base do talude continental. Os cortejos de fácies turbidíticos de E. Mutti só podem ser reconstruídos de maneira significativa dentro de um contexto de classificação de fácies preditivas que relaciona fácies e os processos, ou seja, através de um nível genético de análise de fácies. Este quadro de referência, proposto por Mutti (1977, 1992), engloba um espectro muito amplo de fácies a partir de depósitos de fluxo de detritos coesivos, com clastos de cascalho, seixos, areias até argilitos. As evidências de campo sugerem que os fluxos de detritos coesivos, os fluxos hiperconcentrados e as correntes de turbidez de alta densidade de cascalho produzem tipos de fácies, que são claramente inter-relacionados geneticamente, que podem ser subdivididas em três grupos principais: A) Fácies granulares muito grosseiras ; B) Fácies granular grosseiras e C) Fácies de grão fino.
Turbiditos de Base (finamente estratificado)...............................Basin Floor Thin Bedded Turbidites
Turbidite de base (finement stratifié) / Turbidita da base (finamente estratificada) / Turbidit Basis (fein laminiert) / 盆地底部薄层浊流沉积 / Турбидит, залегающий тонким слоем на дне бассейна / Torbiditici di base (finemente laminato) /
Depósitos distais, finamente, estratificados dos cones submarinos e em particular dos associados com os cones submarinos do talude.
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Na base de observações de campo (escala 1:1), Mutti (1977, 1992) definiu um cortejo de fácies turbidítico como: "Uma associação lateral de fácies genéticas que podem ser observadas dentro de uma cama individual ou um pacote de camas estritamente equivalentes em tempo” que se pode desenvolver quer na direcção da corrente turbidítica ou contra a corrente. Todavia, para Mutti, os cortejos laterais de fácies, referem-se, principalmente, as mudanças de fácies que são observadas na direcção paralela ao fluxo. O reconhecimento dos cortejos de fácies tem duas limitações: (i) A primeira está relacionado ao facto de que os cortejos de fácies só podem ser estabelecidos dentro de padrões de correlação de tempo precisos, isto é, dentro de unidades estratigráficas finas, mas fisicamente presentes, quer isto dizer, que se podem mapear, em áreas significativas ; (ii) A segunda limitação é representada pelas variações de fácies de gradiente muito baixo que a maioria dos sistemas sofre sobre as áreas de afloramento disponíveis. Isto quer dizer que uma atenção muito particular tem que ser feita quando se comparam os sistemas turbiditos de E. Mutti e de P. Vail, uma vez que a abordagem científica e sobretudo as escalas de observação são completamente diferentes. Mutti baseou-se em observações de campo (escala mesoscópica de observação), enquanto que Vail baseou-se, sobretudo, em observações sobre as linhas sísmicas (escala macroscópica de observação). Este tipo de depósitos turbidítico é presente, quer nos sistemas turbidíticos de Mutti, quer nos cones submarinos de Vail. Nos modelos de Mutti, eles ocorrem nas partes distais dos lóbulos dos turbiditos de Tipo-1 e de Tipo-2, onde existe sempre uma alternância de finos intervalos arenosos e argilosos. Todavia, como ilustrado nesta figura, o que Vail chama "Turbiditos da Base Finamente Estratificados", corresponde mais aos argilitos distais dos cones submarinos de talude (CST) que cobrem os cones de bacia (CSB) de um ciclo sequência. É importante não esquecer que Mutti estudou os depósitos turbidíticos, sobretudo, à escala mesoscópica, isto é, a escala do afloramento e das fácies (consideradas sob ponto de vista descritivo e genético), o que lhe permitiu de considerar, mais ou menos, a seguinte hierarquia: (i) Complexo turbidítico (de duração entre 106 a 107 milhões de anos) ; (ii) Sistema turbidítico, cuja duração é da ordem de 105 My) ; (iii) Estágio turbidítico com uma duração de, mais ou menos, 104 My) ; (iv) Fácies turbidítica de duração cerca de 103 My) e (v) Camada turbidítica (virtualmente instantânea, em termos geológicos). Ao contrário, os geocientistas da EPR (“Exploration Production Research” da Exxon) e, particularmente, P. Vail, estudaram os turbiditos, sobretudo, a escala macroscópica, isto é, a escala das linhas sísmicas, onde a continuidade e as relações geométricas parecem mais evidentes. O método de Vail permite um certo número de predições, mas não pode ser utilizado para prognosticar os tipos de fácies e a geometria dos corpos arenosos. Por outro lado, Mutti considera que os depósitos turbiditos derivam, principalmente, de grandes eventos erosivos submarinos causados por rupturas sedimentares, que podem ser induzidas pela eustasia (variações do nível do mar absoluto ou eustático), tectónica ou uma combinação das duas (variações do nível do mar relativo). Vail pensa, que mesmo nas bacias tectonicamente activas, como, por exemplo, as bacias de antepaís, a eustasia é sempre o factor preponderante. Nesta figura está esquematizado o modelo proposto por P. Vail e coautores para os turbiditos associadas com as descidas do nível do mar relativo, ou seja, associados às discordância, o qual resume as principais características dos três subgrupos de cortejos sedimentares que formam o grupos de cortejos de nível baixo (CNB). Debaixo para cima, ele reconhecem: (1) Cones submarinos de bacia (CSB) ; (2) Cones submarinos de talude (CST) e (3) Prisma de nível baixo (PNB). Os cones submarinos de bacia (CSB) têm uma geometria planar, com limites abruptos. Eles são amalgamados na parte central dos lóbulos e não amalgamados na parte proximal com fácies canalizadas enquanto que na parte distal a fácies é mais argilosa. Os cones submarinos de talude (CST) são formados por preenchimentos de canais ou de depressões, depósitos de transbordo e diques marginais naturais turbidíticos, cujo conjunto tem uma geometria ondulada semelhantes a geometria de uma gaivota em voo, que Vail chamou estruturas em asas de gaivota. O prisma de nível baixo (PNB) é, principalmente, caracterizado pela geometria progradante dos cortejos sedimentares que o formam, na base dos quais, em certos caso se podem depositar lóbulos turbidíticos, mais ou menos imbricados (turbiditos em telhado de ripas) associados a correntes de turbidez induzidas por rupturas e deslizamentos do rebordo continental, que neste caso particular não é o rebordo da bacia, uma vez que esta não tem plataforma continental.
Turbiditos Proximais...........................................................................................................................................................Proximal Turbidites
Turbidite proximale / Turbidita proximal / Proximale Turbidit / 近端浊流沉积 / Проксимальныйтурбидит / Torbiditici prossimale /
Um dos depósitos gravitários de areia induzidos pelos deslizamentos das areias de frente de delta para a base do talude deltaico, quando este atinge uma inclinação superior a 3° (a estabilidade do talude depende, entre outras coisas, da profundidade da água), o que impede o delta de avançar para o mar. O depósito de turbiditos proximais diminui o ângulo do talude deltaico, o que permite que a progradação do delta retome.
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Os depósitos turbidíticos são induzidos por correntes turbidez, que podem ser definidas como correntes carregadas de sedimentos, que se deslocam, rapidamente, costa abaixo (talude continental, deltaico ou outro) através de água ou doutro fluido. Uma corrente turbidítica desloca-se porque tem uma densidade maior do que o fluido através do qual ela se escoa. A força motriz de uma corrente de turbidez deriva da sua carga sedimentar, que torna a água turva mais densa do que a água sobrejacente. As correntes de turbidez são um exemplo de correntes de densidade ou gravidade, que incluem: (i) Frentes oceânicas ; (ii) Avalanches ou deslizamentos de rocha ; (iii) Lahars ; (iv) Fluxos piroclásticos. A formação de turbiditos proximais está associada com as progradação de sistemas deltaicos, em geral, desenvolvidos em condições geológicas de nível baixo do mar, ou seja nos prisma de nível baixo (PNB) dos ciclos sequência, pode resumir-se da seguinte maneira: (i) Durante o período, mais ou menos longo, de estabilidade do nível do mar relativo, que ocorre depois de uma ingressão marinha (deslocamento para o continental a linha da costa), a ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição (círculo verde nesta figura), que é, mais ou menos, a linha da costa, prograda, sobre um substrato argiloso móvel, para o mar (estágio A, nesta afigura), com um talude deltaico estável (certos casos pode depositar sobre a parte superior do talude continental, quando a bacia não tem plataforma continental) ; (ii) A da baía*), os sedimentos da planície deltaica e a linha da costa, progradam para jusante ao mesmo tempo que se depositam os argilitos do prodelta ; (iii) No centro de deposição, a espessura dos sedimentos aumenta, devido a formação local, de uma subsidência por compensação induzida pelo fluxo lateral e vertical do substrato móvel (causa ou efeito da pressão vertical σv, ou seja, da pressão geostática ou litostática σg menos a pressão hidrostática ou de poro σp) ; (iv) Como σ3 é horizontal** e perpendicular à linha da costa (paralela a σ2), o substrato argiloso móvel flui vertical e lateralmente em direcção do mar, o que cria uma anomalia monticular ; (v) A formação desta anomalia positiva, no fundo do mar, aumenta o ângulo do talude deltaico, que, para um certa coluna de água, se torna instável (ângulo crítico) ; (vi) Desde que o ângulo crítico é atingido, os sedimentos não podem mais progradar, uma vez, que o talude é instável ; (vii) Como o talude deltaico é instável, os sedimentos que chegam a linha da costa e uma parte da frente de delta perdem coesão e desmoronaram-se vertente abaixo, por correntes de gravidade, para a base do talude deltaico onde se depositam desde que as correntes entram em desaceleração ; (vii) Desde que estes lóbulos turbidíticos proximais se depositam, em agradação, na base do talude deltaico, a inclinação do talude diminui, uma vez que a lâmina de água diminui (o nível do mar relativo é suposto em equilíbrio) ; (vii) Desde que a lâmina de água é inferior ao ângulo crítico, a inclinação do talude deltaico permite, de novo, a progradação dos sedimentos e a linha da costa (círculo verde) desloca-se par o mar ; (vii) Este mecanismo, que certos geocientistas designam, em latim macarrónico, "Agradate ut Progradamus” para sublinhar o facto que a agradação permite a progradação, repete-se, várias vezes, até que uma variação significativa do nível do mar relativo, mude as condições de deposição. Em resumo pode dizer-se que dentro dos três subgrupos de cortejos sedimentares que formam grupo de cortejos de nível baixo (CNA), diferentes tipos e fácies turbidíticas se podem reconhecer: (i) Dentro Prisma de nível Baixo (PNB): a) Turbiditos Proximais e b) Turbiditos em telhado de Ripas ; (ii) Dentro dos cones submarinos de talude (CST) : a) Preenchimentos de canhões submarinos, b) Diques marginais naturais turbidíticos, c) Fácies distais argilosa dos depósitos de transbordo, d) Preenchimentos de canis ou depressões, e) Cones submarinos de talude finamente estratificados, (iii) Dentro dos Cones submarino de bacia (CSB) : a) Lóbulos turbiditos ; b) Turbiditos amalgamado ; c) Turbiditos não amalgamados ; d) Fácies canalizadas e) Contornitas.
(*) O conceito de linha de baía, que é o limite entre a planície costeira e a planície aluvial, foi introduzido na estratigrafia sequencial por Posamentier e Vail, uma vez que conjecturam que deposição deltaica ocorre quando uma corrente de água, em geral um rio, encontra um corpo de água, quase imóvel, e a sua velocidade diminui quase instantaneamente. Par eles a planície costeira forma-se por processos de progradação do fundo do mar, mais do que por exumação o que é bem ilustrado neste esquema). Os sedimentos que se acumulam na planície costeira durante a progradação da linha da costa fazem parte do que eles chamaram prisma costeiro, o qual inclui depósitos fluviais e de água pouco profunda. Este prisma tem a forma de cunha e prolonga-se para o continente por biséis de agradação sobre a topografia pré-existente. O limite, a montante, do prisma costeiro é a linha da baía, que pode deslocar-se rio acima quando a progradação da linha da costa é acompanhada de agradação.
(**) σ1, σ2, σ3, são os eixos do elipsóide de deformação dos esforços efectivos.
Turbiditos em Telhado de Ripas..........................................................................................................Shingled Turbidites
Turbidite en bardeaux / Turbiditas en tejas / Geschuppt Turbidit / 叠瓦状浊流沉积 / Крытый турбидит / Torbiditici in tegole /
Depósitos turbidíticos progradantes com uma geometria muito oblíqua, que se depositam na base das progradações dos prismas de nível baixo (PNB), devido, principalmente, a deslizes criados pela instabilidade do rebordo da planície costeira (mais ou menos a linha da costa). Estes depósitos turbidíticos podem estar ligados ou destacados da base das progradações dos prismas de nível baixo (PNB).
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Os depósitos turbidíticos são induzidos por correntes turbidez, que podem ser definidas como correntes carregadas de sedimentos, que se deslocam, rapidamente, costa abaixo (talude continental, deltaico ou outro) através de água ou doutro fluido. Uma corrente turbidítica desloca-se porque tem uma densidade maior do que o fluido através do qual ela se escoa. A força motriz de uma corrente de turbidez deriva da sua carga sedimentar, que torna a água turva mais densa do que a água sobrejacente. As correntes de turbidez são um exemplo de correntes de densidade ou gravidade, que incluem: (i) Frentes oceânicas (limites entre massas de água distintas com diferentes temperaturas, salinidades ou densidades, que se movem em direcções diferentes) ; (ii) Avalanches ou deslizamentos de rocha (deslizamento de terra causado por rupturas nas rocha, em que as rochas um lado do plano de ruptura passa através as rochas intactas e onde o material colapsa em massa e não em blocos individuais) ; (iii) Lahars (fluxos de lama ou fluxos de detritos composto por uma pasta de material piroclástico, detritos rochosos e água); (iv) Fluxos piroclásticos (correntes rápidas de gás quente e rocha, que colectivamente são conhecidos como tefra e (v) Fluxos de lava (riachos de rocha derretida que derramam ou escorrem de uma abertura de erupção).Na estratigrafia sequencial, a coluna estratigráfica de uma determinada bacia é dividida em ciclos estratigráficos, que são induzidos, por ciclos eustáticos. Os ciclos estratigráficos são limitados por discordâncias, que são superfícies de erosão criadas por descidas significativas do nível do mar relativo (que põem o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia). A unida estratigráfica de base da estratigrafia sequencial é o ciclo estratigráfico dito ciclo sequência que é induzido por um ciclo eustático de 3a ordem (tempo de duração entre 0,5 e 3/5 My). Quando um ciclo sequência é completo, ele é constituído, por dois grupos de cortejos sedimentares (associações laterais de sistemas de deposição, isto é, uma litologia e fauna associada, síncronos e geneticamente ligados entre eles). O grupo inferior (CNB) é formado por três subgrupos de cortejos sedimentares que de baixo para cima são: (a) Cones Submarinos de Bacia (CSB) ; (b) Cones submarinos de Talude (CST) e (c) Prisma de Nível Baixo (PNB). O grupo superior (CNA) é formado por dois subgrupos de cortejos: (d) Intervalo Transgressivo (IT), o qual é fossilizado pelo (e) Prisma de Nível Alto (PNA). É na base das progradações sigmóides, caracterizadas por exibirem uma agradação significativa*, do prisma de nível baixo (PNB) de um ciclo sequência que se depositam os turbiditos em telhado de ripas, todas as vezes que o rebordo continental (a bacia não tem plataforma), o qual pode corresponder a uma frente de delta, perdem coesão e se desmorona talude abaixo, iniciando correntes de gravidade para a base do talude continental onde os sedimentos se depositam desde que as correntes entram em desaceleração. Nesta tentativa de interpretação geológica de um detalhe de uma linha sísmica da margem NO da Austrália, pode individualizar-se, facilmente, um ciclo sequência incompleto (neste detalhe, o que não quer dizer que ele o seja na linha sísmica original). O ciclo sequência é incompleto, não porque a discordância superior não é visível, mas porque dentre do grupo de cortejos de nível baixo (CNA), unicamente, o prisma de nível baixo (PNB), em violeta, se depositou e que é, perfeitamente, caracterizado pela sua configuração interna progradante (os cones submarinos de bacia (CSB) e os cones submarinos de talude (CST) não se depositaram. A geometria progradante do prisma de nível baixo (PNB) contrasta com a geometria agradante do intervalo transgressivo (IT), em verde, o qual é fossilizado por outro intervalo progradante que é o prisma de nível alto (PNA). Uma superfície de base das progradações separa o intervalo transgressivo (IT) do prisma de nível alto (PNA) Os cones submarinos da bacia (CSB) e da talude (CST) estão, certamente, visíveis na continuação Oeste deste detalhe da linha sísmica original. Dentro do prisma de nível baixo (PNB), os leques ou cones turbidíticos em telhado de ripas, em amarelo, são, facilmente, reconhecidos uma vez que eles estão associados com falhas de deslizamento que sublinham rupturas da parte superior do talude continental. Os turbiditos em telhado de ripas formam armadilhas morfológicas (neste caso morfológicas por justaposição, tendo em linha de conta a presença das falhas) e como a maior parte das vezes eles têm uma fácies arenosa, este tipo de turbiditos são, também, excelentes rochas-reservatório.
(*) Quando, nas linhas sísmicas, a linha da costa não só se desloca para o mar (progradação ), mas também para cima (agradação).
Turbiditos Truncados...................................................................................................................................................Winnowed Turbidites
Turbidite tronquée / Turbidita truncada / Turbidit abgeschnitten / 风选的浊流沉积 / Усечённый турбидит / Torbiditici troncato /
Cones submarinos de bacia (CSB) erodidos por correntes marinhas profundas ou de gravidade. Durante condições geológicas de nível baixo (do mar), a frequência das correntes de gravidade aumenta de maneira significativa, assim como a das correntes marinhas, em particular, as correntes de contorno, que podem redistribuir o material erodido os depósitos turbidíticos.
Ver: « Cone Submarino de Bacia »
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“ Cone Submarino do Talude ”
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Antes dos anos 70, o termo turbidito utilizado um turbidito para designar uma camada, em geral, métrica (impossível de pôr em evidência numa linha sísmica) granodecrescente para cima formada por um conjunto de estratos de arenito/ pelito depositados por uma corrente de turbidez e, normalmente, cobertos por pelitos hemipelágicos contendo fósseis de águas profundas. O termo turbiditos eram utilizado para designar depósitos sedimentares, por vezes muito espessos, originados por correntes de turbidez submarinas, sobretudo nas bacias de antepaís ou seja, em contextos tectónicos de margens continentais convergentes. Actualmente, mais de 60 anos depois, que Kuenen e Migliorini (1950) interpretaram a estratificação graduada observada nos antigos depósitos de fliche como sendo o resultado de correntes de turbidez e cerca 40 anos depois dos primeiros modelos geológicos propostos para os cones submarinos (Normark, 1970; Mutti e Ricci Lucchi, 1972), o número de modelos (frequentemente misturando dados derivados de subsuperfície e de afloramentos) aproximava-se do número de turbiditos estudados (situação antecipada pela Normark em 1993). Para os geocientistas das companhias petrolíferas, esta situação, pode ser explicado, pelo facto, que antes do advento da estratigrafia sísmica, a maior parte do conhecimento sobre os turbiditos era o resultado dos estudos de campo das sucessões marinhas profundas depositada nas antigas bacias epissuturais e perissuturais. Actualmente, os geocientistas consideram dois modelos básicos para explicar os depósitos turbidíticos. O modelo de E. Mutti, que foi, basicamente, construído com dados de campo (escala mesoscópica), e o modelo de P. Vail, que foi construído a partir de dados sísmicos (escala macroscópica). No modelo de E. Mutti o estudo dos cortejos de fácies turbidítico é fundamental, enquanto que no modelo de P. Vail (sismostratigrafia) o reconhecimento das descidas significativas do nível do mar relativo (nível do mar absoluto ou eustático e da tectónica), ou seja, a reconhecimento das discordância (superfícies de erosão) é essencial. O Mar do Norte corresponde à sobreposição de várias bacias da classificação das bacias sedimentares de Bally e Snelson (1980). Sobre um soco, que localmente pode corresponder a uma cadeia de montanhas dobradas, mais ou menos aplanada, de idade Paleozóico, depositaram-se na bacias de tipo rifte, as quais são sobrepostas por uma bacia cratónica. O limite entre as bacias de tipo rifte e a bacia cratónica corresponde a uma discordância que marca, sobretudo, a mudança de uma subsidência diferencial para uma subsidência térmica. Nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de um detalhe de uma linha sísmica deste offshore, estão ilustrados cones submarinos de bacia truncados (terminologia de P. Vail). Este intervalo turbidítico repousa, directamente, sobre uma discordância induzida por uma descida do nível do mar relativo que pôs o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia. Este intervalo turbidítico é, perfeitamente, fossilizado pelas progradações de um prisma de nível baixo (PNB). A configuração interna é, mais ou menos, ondulada e tendo em linha de conta a inclinação da discordância entre a bacia de tipo rifte e a bacia cratónica, pode dizer-se que no momento de deposição os reflectores eram, praticamente, sub-horizontais, com estruturas em asas de gaivota, mais ou menos, evidentes (diques marginais naturais turbidíticos e preenchimentos de canais ou depressões). Como é bem visível nesta tentativa, certas terminações dos reflectores do topo intervalo turbidítico (cones submarinos de bacia, CSB) sublinham uma superfície sísmica de erosão e em tal caso pode-se falar de turbiditos truncados. Efectivamente, pode admitir-se que uma grande parte do material dos cones submarinos de bacia foi erodida, provavelmente, por correntes de contorno, e redistribuída por essas mesmas correntes, que se escoam, paralelamente, ao sopé continental. O material transportado pelas correntes de contorno depositou-se sob a forma de contornitas, não muito longe dos cones submarinos. Como constatado noutras tentativas de interpretação desta mesma área, ao contrário dos cones submarinos da bacia (CSB), a configuração interna dos intervalos interpretados como contornitas é paralela, mas os reflectores são inclinados de cerca de 10° para Este. A eficiência das correntes de contorno é contestada por certos geocientistas: (i) Escoando-se a uma velocidade de, mais ou menos, 20 cm/s, são elas, suficientemente, energéticas para construir intervalos tão espessos, como os sopés continentais e (ii) Como é que os sedimentos entram nas correntes de contorno? O mais provável é que a maior parte do material seja, originalmente, transportado por correntes de gravidade e que outra parte seja o resultado da erosão induzida nos cones submarinos por essas mesma correntes.
Turboglifo......................................................................................................................................................................................................................................................Flutecast
Moulage en flûtes / Moldeado en flauta / Form Flöte, Strömungsmarke / 成型笛 / литье флейта / Stampaggio flauto /
Caneluras cavadas em sedimentos argilosos por um escoamento de água e preenchidas pelos sedimentos da camada sobrejacente. A concavidade das caneluras indica o topo da camada. O alongamento dos turboglifos dá a direcção do fluxo e a extremidade cónica aponta o sentido, costa abaixo, do escoamento. Sinónimo de Marcas em caneluras.
Ver : « Delta Tipo Gilbert »
Turfa...............................................................................................................................................................................................................................................................................................Peat
Tourbe / Turba / Torf / 泥炭 / Торф / Torba /
Acumulação de matéria vegetal, parcialmente, decomposta. Segundo a Wikipedia, em volume existem cerca de 4 Tm3 de turfa no mundo (cerca de 2% dos 3 Mkm2 ocupados pela superfície continental), os quais contém cerca de 8 G terajoules (TJ=1012 J) de energia. Contudo, e ao contrário do que o Parlamento Europeu sugeriu a Comissão (14 Dezembro de 2006), a turfa não pode, nem deve, ser considerada como uma fonte de energia renovável.
Ver : « Carvão »
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« Gás Biogénico »
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« Matéria Orgânica (tipos) »
A turfa forma-se à superfície da Terra desde há mais de 350 milhões de anos. A quantidade de carbono associada às turfas é da ordem de 550 Gt. A turfa forma-se, em geral, nas regiões pantanosas, quando condições ambientais ácidas e anaeróbicas, impedem o material orgânico vegetal de se decompor completamente. Ela é composta, principalmente, de vegetação pantanosa, quer isto dizer, de árvores, relva, fungos e de detritos orgânicos (insectos, cadáveres de animais, etc.). Sob determinadas circunstâncias, a decomposição dos cadáveres animais (na ausência de oxigénio) é inibida, o que regala os arqueólogos. O crescimento das camadas de turfa e o grau de decomposição (ou de humificação) dependem, sobretudo, da composição e grau de saturação de água. A turfa formada sob condições de forte humidade cresce mais, rapidamente, e é menos decomposta que a turfa formados em áreas mais secas, o que permite aos geocientistas de a utilizar como um indicador potencial das mudanças climáticas. A composição da turfa (tipos e quantidades dos elementos orgânicos) também pode ser utilizada para reconstituir antigas ecologias (relações dos seres vivos com o seu meio natural). Em certas condições, a turfa é o primeiro estágio da formação do carvão. As mais importantes turfeira modernas formaram-se nas áreas de alta latitude, desde que os glaciares da última idade glaciar (mais ou menos 9 mil anos), começaram a adelgaçar-se (retrogradar), com uma velocidade de crescimento de cerca 1 milímetro por ano. Como as turfeiras armazenam carbono, se elas secarem (o que está a acontecer em vários países), elas libertarão para a atmosfera uma quantidade de carbono superior a das emissões industriais durante dezenas de anos. Este problema é, totalmente, ignorado pela maior parte dos ecologistas e políticos, uma vez que as turfeiras não podem ser penalizados com taxas de carbono.
Turvação..........................................................................................................................................................................................................................................................Turbidity
Turbidité / Turbidez / Trübung, Schlammgehalt / 浊度 / Мутность / Torbidità /
Quantidade de materiais em suspensão na água, a qual, normalmente, é expressa em g/m3.
Ver : « Corrente de Turbidez »