Gabro.....................................................................................................................................................................................................................................................................................Gabro

Gabbro / Gabro / Gabbro (Gestein) / 辉长岩(岩) / Габбро / Gabro (rocca) /

Rocha intrusiva máfica, de cor escura e grão grosseiro, quimicamente, equivalente ao basalto. A grande maioria da superfície terrestre é suportada por gabros formados dentro da crusta oceânica pelo magmatismo basalto nas dorsais oceânicas.

Ver: « Subducção do tipo-A (Ampferer) »
&
« Ofiólito »
&
« Crusta »

O gabro é uma rocha ígnea plutónica (formada a partir de arrefecimento lento, em profundidade de grandes massas de magma) composta de plagioclases (tectossilicatos da família dos feldspatos), minerais ferromagnésicos e piroxenas (inosilicatos, isto é, um conjunto de cadeias simples de complexos tetraédricos SiO4). Um gabro contém silicatos de alumínio, e de cálcio como minerais fundamentais. Os gabros são rochas pesadas, granuladas de cor entre cinzento-escuro e verde. São as plagioclases básicas, piroxenas, olivinas (minerais do grupo dos silicatos, subgrupo dos neossilicatos, isto é, grupo SiO44- associado a um grupo carregado positivamente), anfíbolas (nome genérico dado a um extenso grupo mineralógico (conhecido por grupo das anfíbolas), constituído por silicatos complexos de dupla cadeia de SiO4, contendo o ião hidroxil e catiões metálicos variados (Ca2+, Mg2+, Fe2+, Al3+, Na+, e outros). Agrupam-se, geralmente, em anfíbolas monoclínicas e anfíbolas ortorrômbicas) e outros minerais que lhes conferem a sua cor. Geralmente, os gabros ocorrem na crusta oceânica em associação com os basaltos. Alguns geocientistas dividem os gabros em : (i) Gabros augíticos (isto é, rica em augite, que é um mineral da família das piroxenas, uma clinopiroxena ferromagnesiana e cálcica) e (ii) Gabros hipersténicos (a hipertensa é um mineral do grupo dos silicatos, subgrupo dos inosilicatos, que pertence às piroxenas). Um gabro feldspático contém nefelina (tectosilicato de alumínio e sódio no qual o sódio é em parte substituído por potássio e alguma vezes por cálcio) e outros feldspatos (grupo de minerais tectosilicatos, isto é, minerais formados pela associação de motivos elementares tetraédricos, SiO44-, em todos os vértices, que são os constituintes principais das rochas ígneas, mas que se podem encontrar em qualquer outro tipo de rocha. Os astronautas trouxeram da Lua amostras rochosas muito semelhantes ao gabros terrestres, mas que se distinguem pela sua riqueza, mas em elementos refractários (titânio, zircónio e ítrio) e um baixo teor em elementos voláteis (potássio, sódio e bismuto).

Gaia (hipótese)................................................................................................................................................................................................................................................................Gaia

Gaïa (hypothèse) / Gaia (hipótese) / Gaia-Hypothese / 蓋亞假說 / Гипотеза Геи / Ipotesi Gaia /

A Terra é um sistema vivo. É difícil saber o que fazer com a hipótese de Gaia, que diz que a Terra é um sistema vivo, porque ela não tem nenhuma previsão original que possa ser testada, experimentalmente, o que é um requisito de toda a teoria científica.

Ver: « Terra »
&
« Big Bang (teoria) »
&
« Teoria dos Sistemas »

A hipótese Gaia propõe que a biosfera e os componentes físicos da Terra (atmosfera, criosfera, hidrosfera e litosfera) são, intimamente, integrados de modo a formar um complexo sistema, que mantêm as condições climáticas e biogeoquímicas em homeostase (propriedade de um sistema aberto de regular o seu ambiente interno para manter uma condição estável). Originalmente, proposta por James Lovelock como hipótese de resposta da Terra, é frequentemente descrita como a Terra como um único organismo vivo. Lovelock e outros geocientistas que apoiam a ideia actualmente consideram-a como uma teoria científica e não apenas uma hipótese. A hipótese da Gaia não é errada. A Terra constitui, na realidade, um sistema vivo autoregulado, capaz de metabolizar energia de maneira cibernética, isto é, por mecanismos de comunicação e de controlo, onde as florestas escuras, por exemplo, absorvem a luz, enquanto que os espaços brancos da superfície terrestre a reflectem, o que provoca todo um sistema de interacções atmosféricas. Esta hipótese formulada como ela é, isto é, "A terra é um ser vivo", muitos geocientistas a acham incompleta. Para Joël de Rosnay (2008) uma tal hipótese parece fazer do homem o ponto final da evolução e assim, pode induzir-se uma visão geopolítica perigosa, porque muito global, toma o aporte das culturas humanas como uma quantidade pouco importante, ou ao contrário, recusa o homem porque ele é perigoso para a Gaia. Neste sentido, particularmente, reivindicado pelos adeptos da ecologia profunda, o pensamento sistémico pode tornar-se totalitário, como certos autores dizem, os quais pensam que a sistémica não como um ponto de chegada, mas como um ponto de partida. Todos os modelos são pontos de partida da reflexão, nunca pontos de chegada. Um ponto de chegada implica que certas pessoas acreditam e tornam-se totalitários, como certos ecologistas. Uma visão totalitária pode conduzir a todas as espécies de ideologias. Assim, para Rosnay, o homem não é uma finalidade, mas um ponto de partida e o catalisador de uma nova forma de vida, da qual já podemos traçar a emergência.

Galgamento...............................................................................................................................................................................................................................Overbanking

Débordement / Desbordamiento / Überlauf / 溢出 / Разлив (перелив) / Traboccamento /

Quando uma corrente de água, como um rio ou uma corrente turbidítica, despeja uma parte da água por cima das margens que ladeiam o leito ou a corrente, formando, em geral, diques marginais naturais, mas não só.

Voir: «Avulsão»

Garganta (topografia)...............................................................................................................................................................................................................................Gorge

Gorge (topographie) / Garganta (topografia) / Schlucht (Tal eingelöst) / 峡谷(谷兑现) / Ущелье (узкий проход) / Gola, Gorge (valle incassato) /

Vale profundo e estreito ao longo do qual um rio permanente ou intermitente se escoa. Uma garganta, é, por vezes, denominada canhão de um rio ou desfiladeiro.

Ver: « Rio »
&
« Aluvial »
&
« Caverna »

Como ilustrado na fotografia inferior (Marrocos), uma garganta de um rio (desfiladeiro ou canhão) é um vale profundo com paredes, mais ou menos, abruptas cavado nas rochas por um rio, ao longo da qual os meandros de vale são predominantes. Quase todas as gargantas se formam por um longo processo de erosão, por um rio, de uma região com uma topografia, mais ou menos, plana. Neste exemplo, é fácil de constatar (pela inclinação dos estratos), que originalmente, o terreno correspondia a um planalto ligeiramente inclinado. Em geral, mais os estratos são resistentes à erosão, mais as paredes da garganta são verticais (neste exemplo as paredes da garganta são menos inclinadas onde os estratos são menos resistentes). As gargantas são muito mais frequentes nas regiões áridas do que nas regiões húmidas, uma vez que é nestas áreas, que a decomposição das rochas, solos e o contacto directo com a atmosfera (meteorização) é mais importante do que nas regiões não-áridas. A meteorização pode ocorrer in situ (sem nenhum movimento). A meteorização não deve ser confundida com a erosão (transporte, geralmente, vertente abaixo de sedimentos, rochas, solos e outras partículas por agentes de agentes de erosão), a qual envolve movimento das rochas e minerais por agentes de erosão como a água, gelo, vento e gravidade, embora ambos os processos possam actuar ao mesmo tempo. Em termos de estratigrafia sequencial, muitas gargantas correspondem a vales cavados (ou vales incisos), que sublinham, no talude continental superior e a montante do rebordo da bacia e, particularmente, a montante da linha da costa, os limites entre os ciclos estratigráficos (discordâncias). Quando uma descida significativa do nível do mar relativo põe o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia (discordância do tipo I), a linha da costa desloca-se para jusante e expõem aos agentes de erosão a antiga plataforma continental (se ela existir) e o limite superior do talude continental. Desta maneira, o perfil de equilíbrio provisório dos rios é rompido, o que obriga os rio a cavar os leitos, criando assim gargantas profundas para que um novo perfil de equilíbrio provisório seja estabelecido.

Gás..........................................................................................................................................................................................................................................................................................................Gas

Gaz / Gas / Gas/ 气体 / Газ / Gas /

Produto natural resultante do cracking da matéria orgânica dos sedimentos, quando estes são enterrados a profundidades, suficientemente, grandes para que as grandes moléculas dos hidrocarbonetos se partam em moléculas mais pequenas, quer isto dizer, em moléculas compostas por 1 a 5 átomos de carbono. O caso limite de um cracking é atingido quando os sedimentos atingem cerca de 5 km de profundidade (função do fluxo térmico), com a formação de metano (gás natural seco), cuja molécula só tem um átomo de carbono (CH4).

Ver: « Metano »
&
« Gás Biogénico »
&
« Janela do Gás »

Na industria petrolífera, os geocientistas distinguem quatro tipos de gás: (i) Gás dissolvido no petróleo ; (ii) Gás de cobertura, que, por vezes, se encontra acima de uma acumulação de petróleo ; (iii) Gás formado debaixo do que a janela do petróleo (em geral metano) e (iv) Gás do carvão ou metano do carvão em camadas. O gás natural (metano) é, raramente, seco. Ele tem, quase sempre, pequenas quantidades de etano (C2H6), propano (C3H8), butano (C4H10), pentano (C5H12), que são removidos antes que o metano seja utilizado como combustível. Além destes gases acessórios, anidrido carbónico (CO2), azoto (N), hélio (He), sulfureto de hidrogénio (SH2) e outros podem, também, encontrar-se associados ao metano. O gás natural ou metano (todos os outros gases são, igualmente, naturais) têm duas características importantes: (i) Incolor e (ii) Inodoro. Do ponto de visto ambiental, o gás natural (metano seco) é muito mais perigoso do que o petróleo, que é liquido e cheira mal (muito mais fácil de detectar em caso de fuga). O gás é muito mais difícil de transportar que o petróleo, uma vez que, sem ser tóxico, ele forma uma mistura explosiva quando combinado com o ar. Além disso, ele têm um efeito de estufa 23 vezes maior do que o CO2, que também não é tóxico (não confundir com CO). Contudo, o "lobby" ecologista, por razões dogmáticas mais do que por ignorância, continua a considerar o gás natural (o petróleo também é natural) muito menos perigoso e menos poluente que CO2 (o que é verdade, menos 20-30 %). Esta fotografia (tirada por L. Magoon) ilustra uma exsudação de gás natural, no condado de Humboldt (Califórnia, USA), a qual era usada pelos habitantes locais par grelhar alimentos. Esta exsudação emite uma mistura de gases inflamáveis, incluindo, metano, etano e propano.

Gás Biogénico........................................................................................................................................................................................................................Biogenic gas

Gaz biogénique / Gas biogénico / Biogene Gase / 生物气 / Биогаз / Gas biogenico /

Gás produzido nas camadas sedimentares, situadas acima da janela de formação do petróleo, pela acção das bactérias. Acumulações económicas de gás biogénico são conhecidas, mas, em geral, elas não são económicas.

Ver: « Metano »
&
« Gás »
&
« Janela do Gás »

Esta figura ilustra o esquema, geralmente, adoptado pela grande maioria dos geocientistas da génese dos hidrocarbonetos em função da profundidade, para um grau geotérmico médio. Três grandes zonas podem ser diferenciadas: (i) Diagénese ; (ii) Catagénese e (iii) Metagénese. É na zona da diagénese, quando a matéria orgânica contida nos sedimentos ainda está imatura, que se forma o metano biogénico (também chamado gás dos pântanos). Este gás resulta da decomposição da matéria orgânica pela acção de micróbios anaeróbicos (que não toleram oxigénio e altas concentrações de sulfato). A formação de gás biogénico é significativa em determinados ambientes como: (a) Pântanos e baías deficientemente drenadas ; (b) Fundo de certos lagos ; (c) Ambientes marinhos debaixo da zona da de redução do sulfato. O gás biogénico forma-se a uma pequena profundidade, perto da superfície, enquanto que o gás húmido (mais de 85% de metano, mas com etano e outros hidrocarbonetos mais complexos) e o gás seco (natural gás sem condensados ou hidrocarbonetos líquidos e com uma relação gás / petróleo maior que 100000 scf/STB, isto é, por "stock tank barrel", se formam, respectivamente, na zona de catagénese e metagénese, a profundidades que variam entre 3 e 5 quilómetros função do fluxo térmico. A janela do petróleo, onde a maior parte dos hidrocarbonetos líquidos se forma, localiza-se na parte superior da zona de catagénese. Os fósseis geoquímicos, que são os produtos orgânicos produzidos pelas plantas ou animais que atravessam a decomposição orgânica (diagénese) e a parte superior da zona de catagénese sem serem alterados (como, por exemplo, o hopano - C30H52), desaparecem, em geral, depois da janela do petróleo. A maior parte dos geocientistas pensa que o gás de origem biogénica constitui cerca de 20 por cento das reservas de gás do mundo. Vários campos gigantes de gás biogénico (reservas provadas superiores a 25 Gm3) foram descoberto,s recentemente, na área de Sanhu, a Este da bacia de Qaidam na China, num depocentro Quaternário com cerca de 3500 m de espessura.

Gás de Clatrato (gás de hidrato).................................................................................................Hydrate of Gas, Gas Clathrate

Gaz de clathrate / Gas de clatratos / Gashydrat / 天然气水合物 / Гидрат газа / Idrato Clatrato /

Sólido cristalino resultante da congelação de uma mistura de gás e de água (debaixo do permafroste ou do fundo do mar). A molécula dominante do gás natural, isto é, o metano é, unicamente, uma da dúzia de moléculas que formam os clatratos. Dentre elas pode citar-se: o azoto, oxigénio, clorina, dióxido de carbono, clorofórmio, etc. O hidrato de metano contém 4 moléculas de metano e 23 moléculas de água. Ele não é estável à temperatura e pressões ambientes. Uma descida relativa do nível do mar importante, ou um aumento de temperatura global, podem libertar os hidratos que se encontram a umas centenas de metros debaixo do fundo do mar e provocar imensas catástrofes, visto que ele é um gás com um forte efeito de estufa e altamente inflamável. Sinónimo de Gás Hidratos.

Ver: « Metano »
&
« Gás »
&
« Gás Biogénico »

O gás dos clatratos é, basicamente, o gás natural armazenado nos cristais de gelo, quer nas área de pergelissolo, quer no assoalho oceânico (enterramento inferior a 500 metros). Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica regional do offshore profundo norte de Angola, o grupo de reflexões sísmicas diacrónicas, i.e., que cortam os reflectores cronostratigráficos (detalhe da linha sísmica cima e à esquerda da figura), sublinha o limite superior da zona com hidratos de gás ou clatratos. Este reflector RSFM (Reflector Simulando o Fundo do Mar) é mimético do reflector associado com o fundo do mar. Ele não pode ser um múltiplo do fundo do mar, uma vez que a profundidade da água é muito maior do que a distância entre o fundo do mar e o reflector. O reflector diacrónico corresponde, provavelmente, a um RSFM induzido pelas gotas de gás natural (metano) na base da zona de estabilidade do gás de clatratos, a qual não pode ser considerada como uma zona impermeável (zona de cobertura), visto que a porosidade é preenchida (mais de 95%) por água. Embora alguns geocientistas afirmem que os recursos potenciais associados aos hidratos sejam, em alguns offshores, superiores da 100 000 Tcf*, actualmente, ninguém é capaz de recuperar a partir de hidratos de gás, os quais desaparecem desde que a broca perfuração penetra a zona de clatratos. Várias plataformas de perfuração se afundaram quando os poços de pesquiza entraram na zona de hidratos, antes que que os dispositivos de prevenção tenham sido instalados. O gás libertado rapidamente atinge a superfície e cria um fluido de densidade baixa, o que força a plataforma de perfuração a mergulhar até ao fundo do mar segundo o princípio de Arquimedes. A zona de estabilidade do gás de clatratos (ZEGC) ocorre nas primeiras centenas de metros dos sedimentos do fundo do mar. Nesta zona, todo o metano produzido pela decomposição da matéria orgânica, incluído exsudações vinda debaixo dela, é convertido em hidratos sólidos e armazenado, in situ. A origem do metano é mal compreendida. Mesmo a sua origem biogénica é posta em dúvida. Actualmente, não há produção de gás a partir dos clatratos, embora alguns geocientistas pensem, que no campo de Messoyakha (norte da Sibéria central), onde os clatratos servem de cobertura vertical a uma acumulação de gás, eles tenham contribuído à produção. Alguns geocientistas pensam, que no futuro, o gás de clatratos pode, em parte resolver o problema energético. Contudo a grande maioria não acredita, visto que desde que o RSFM é atravessado por um poço de pesquiza, o gás desaparece.

(*) Medida de volume de gás natural utilizado pela indústria de petróleo e gás dos EUA. Um trilhão de pés cúbicos (1x 1012 =1000000000000 de pés cúbicos) é uma medida de volume que é equivalente a aproximadamente um Quad of Btu (British Thermal Unit). Um Quad é uma abreviatura de um quadrilhão (1 x 1015= 1000000000000000) de Btu. Um Btu (British Thermal Unit) é uma unidade de medida para energia, que representa a quantidade de calor que é necessária para aumentar a temperatura de uma libra de água em um grau Fahrenheit ao nível do mar.

Gás Condensado................................................................................................................................................................................................Gas Condensate

Gaz à condensât / Gas condensado / Gas-Kondensat / 凝析气 / Газоконденсат / Gas condensato /

Um dos hidrocarbonetos líquidos dissolvidos no gás natural saturado e que sai da solução quando a pressão é inferior ao ponto de condensação (“dew point” em inglês). Os gases condensados são uma mistura de hidrocarbonetos líquidos de baixa densidade presentes como componentes gasosos em muitos campos de gás natural. Esta mistura condensa-se quando a temperatura é reduzida abaixo da temperatura e pressão do ponto de condensação do gás. Os gases condensados são também chamados simplesmente condensados ou mesmo, por vezes, gasolina porque eles contém hidrocarbonetos dentro da escala de ebulição da gasolina.

Ver: « Metano »
&
« Gás Convencional »
&
« Petróleo »

Estes detalhes de linhas sísmicas ilustram a evolução da produção dos gases condensados no campo de Sleiper (campo gigante de gás natural/condensados na parte norueguesa do Mar do Norte) entre 1999 e 2002. Esta evolução é sublinhada pelas reflexões sísmicas induzidas pelas sucessivas injecções de CO2 nas rochas-reservatório. A injecção de CO2 começou em 1996. As linhas sísmicas (nesta figura está unicamente ilustrado o campo petrolífero) foram tiradas em 1999 (linha da esquerda) e 2002 (linha do centro). A linha à direita corresponde à diferença entre as linhas tiradas em 1994 e 2002. Uma anomalia de amplitude é, perfeitamente, visível, em todas as linhas, a cerca de 900 milisegundos de profundidade (tempo duplo). A injecção de CO2 tornou-se uma técnica muito importante de recuperação assistida do petróleo (EOR) nos Estados Unidos para recuperar o petróleo residual. Cerca de metade das injecções de CO2 feitas no mundo são feitas na Bacia Pérmica, onde elas contribuem à produção de mais de 20% da produção total de petróleo da bacia. Da maneira aproximativa, pode dizer-se que as injecções de CO2 nos EUA aumentam em cerca de 43 Gb as reservas convencionais. É evidente que se o CO2 for um dos responsáveis do aumento da temperatura global (conjectura muito refutável, mas admitida por muitos homens políticos, jornalista, ecologistas e certos geocientistas), as injecções de CO2 nas rochas-reservatório sequestram grandes quantidades de CO2 (à condição que não haja desmigrações) e, por isso, são boas para o ambiente. Contudo, o CO2 tem que estar disponível não muito longe dos campos, senão qualquer projecto ambiental (não confundir com negócio) será uma pura utopia.

Gás Convencional....................................................................................................................................................................................Conventional gas

Gaz conventionnel / Gas convencional / Konventionelle Gas / 常规天然气 / Обычный (традиционный) газ / Gas convenzionali /

Gás proveniente dos diferentes depósitos sedimentares que, historicamente. têm fornecido a maior parte do gás natural utilizado até hoje e, que se formou de maneira convencional na zona de catagénese e metagénese. À medida que as reservas de gás convencional diminuem (e o preço aumenta), quantidades significativas de gás não convencional têm sido produzidas estes últimos anos.

Ver: « Metano»
&
« Gás »
&
« Gás Biogénico »

Esta figura mostra como os geocientistas, que trabalham nas companhias petrolíferas, detectam o gás convencional nos poços de pesquisa, neste caso particular, num poço perfurado no sul da Argélia. Eles utilizam os registos eléctricos de FDC-CNL (diagrafias do neutrão e densidade). A densidade aparente de uma formação é mais baixa, devido ao facto que ela contém fluídos menos densos e, também, porque a relação entre a densidade electrónica (que é o que a sonda mede) e a massa específica é um pouco diferente em presença de gás do que para uma rocha que contém petróleo ou água. Igualmente, como se pode verificar nestes registos eléctricos, a porosidade neutrão é mais baixa devido ao facto que a formação (rocha-reservatório) é menos rica em hidrogénio. Este poço de pesquiza está bem calibrado, como é sugerido pelo registo do diâmetro ("caliper"). O gás convencional não é só condicionado pela sua origem (rocha-mãe), mas também pela rocha-reservatório onde se armazenou. Em termos de recursos de gás, o gás convencional, isto é, o gás que flui, livremente, representa, provavelmente, uma pequena quantidade dos recursos quando comparado com o gás não-convencional, o qual pode ter origens muito diferentes: (i) Gás Biogénico, o qual é formado pela decomposição da matéria orgânica dos intervalos greso-argilosos pouco profundos ; (ii) Gás do Carvão (ou metano do carvão em camadas) que é um gás natural que existe dentro da estrutura do carvão ; (iii) Gás das Areias Impermeáveis, isto é, areias com muito baixa permeabilidade ; (iv) Gás dos Argilitos Orgânicos de Baixa Permeabilidade, o qual, por vezes, que pode ser produzido por fracturação ; (v) Gás contido nos Clatratos (ou hidratos gasosos) ; (vi) Gás dos Pântanos ; (vii) Gás do Fundo dos Lagos ; (viii) Gás Natural Sintético ou GNS, que é produzido, quer a partir do carvão, quer a partir da biomassa, etc.

Gás não-Convencional....................................................................................................................................................Unconvencional Gas

Gaz non-conventionnel / Gas no-convencional / Unkonventionelle Gas / 非常规天然气 / Нетрадиционный газ / Gas non convenzionale/

Gás, actualmente, pouco explorado, mas que num futuro, mais ou menos, próximo, pode contribuir (um pouco) para retardar a crise energética. A diferença fundamental entre um gás não-convencional e convencional é mais económica do que geológica. Exemplos de gases não-convencionais são, por exemplo: (i) Gás dos Pântanos ; (ii) Gás do Carvão ; (iii) Gás das Areias Impermeáveis ; (iv) Gás das Rochas Argilosas (fracturadas) ; (v) Gás de Clatratos, etc.

Ver: « Metano »
&
« Gás Biogénico »
&
« Gás Convencional »

A produção de gás convencional concentrou-se nas formações geológicas arenosas ou carbonatadas com boas características petrofísicas, isto é, com boa porosidade e, sobretudo, permeabilidade (lei de Fermat-Maupertius ou princípio de acção mínima). Esta lei diz que quando ocorre uma variação na natureza, a quantidade de acção, que é proporcional ao produto da massa pela velocidade e pelo espaço, empregue para essa variação, é sempre a mais pequena possível. A produção de gás a partir de rochas-reservatório com baixa permeabilidade (areias e argilitos impermeáveis) ou a partir do carvão, é, cada vez, mais importante e será muito significativa num futuro próximo, uma vez que as reservas de gás convencional declinam, rapidamente, e os recursos de gás não convencional são importantes. Do ponto de vista do investimento, a pesquiza de gás convencional pode, até, ser mais riscada do que a do não convencional. As rochas-reservatório de pequenas dimensões não só armadilham pouco gás, mas são difíceis de localizar, sobretudo, quando não há uma indicação directa da presença dos hidrocarbonetos. Ao contrário, certos reservatórios de gás não-convencional podem estender-se sobre áreas muito grandes, que, em certos casos, são foram penetradas por poços de pesquiza, o que reduz o risco. As novas técnicas de perfuração, como, o poço horizontal (ver figura) e as novas técnicas de aumento da permeabilidade (fracturação hidráulica, etc.) podem contribuir para o sucesso de uma futura produção de gás não-convencional. As principais fontes de gás não-convencional são: (i) Gás Biogénico ; (ii) Gás do Carvão (ou metano do carvão em camadas) ; (iii) Gás das Areia Impermeáveis ; (iv) Gás dos Argilitos de Baixa Permeabilidade ; (v) Gás dos Clatratos (ou hidratos gasosos) ; (vi) Gás dos Pântanos ; (vii) Gás do Fundo dos Lagos ; (viii) Gás Natural Sintético (GNS), etc.

Gás com Efeito de Estufa.......................................................................................................................................................Greenhouse Gas

Gaz à effect de serre / Gas de efecto invernadero / Treibhausgas / 温室气体 / Парниковые газы / Gas serra /

Gás não transparente aos raios infravermelhos. O vapor de água, metano, dióxido carbónico, ozono, óxidos de azoto e cloroflurocarbonetos são os principais gases de efeito de estufa. Estes gases não são transparentes aos raios infravermelhos, isto, eles não os deixam passar para o espaço extra atmosférico, o que natural e felizmente, produz um aquecimento da atmosfera e da superfície terrestre. A hipótese avançada por certos geocientistas, que sem o efeito de estufa, a temperatura da superfície terrestre seria de cerca de -18°C , parece ter sido, recentemente, refutada.

Ver: « Metano »
&
« Aquecimento Global »
&
« Efeito de Estufa Natural »

Uma parte da radiação solar é absorvida pelas nuvens ou reflectida pela superfície terrestre. Unicamente uma pequena fracção é absorvida pela Terra. O aumento da temperatura da superfície da Terra induzida pela absorção da radiação solar provoca um radiação de raios infravermelhos para a atmosfera e uma perda de calor, que é dissipado no espaço. A presença na atmosfera de gases de efeito de estufa impede, que uma parte dos raios infravermelhos, deixe a atmosfera, o que contribui ao seu aquecimento. Este sistema, que é natural, parece ter sido alterado pela produção de gases de efeito de estufa produzido pelo homem. É muito frequente ouvir dizer que a atmosfera actua como a estufa de um jardim aquecendo a Terra da mesma maneira que uma estufa é aquecida pela impermeabilidade das paredes de vidro. O raciocínio é o seguinte: (i) Como o vidro, os gases na atmosfera deixam entrar a luz e impedem o calor de se escapar ; (ii) Este aquecimento natural é chamado efeito de estufa ; (iii) Os gases de efeito de estufa (CO2, CH2, NO e outros) são transparentes a certos comprimentos de onda dos raios solares e permitem que eles entrem na atmosfera e atinjam a Terra ; (iv) As nuvens, calotes glaciares e outras partículas reflectem cerca de 30% da radiação solar, mas os oceanos e continente absorvem o resto, que volta para o espaço como radiação infravermelha ; (v) Os gases de efeito de estufa e as nuvens impedem uma parte da radiação infravermelha de se escapar, bloqueando assim o calor próximo da superfície da Terra aquecendo a baixa atmosfera. Muitos cientistas consideram tudo isto como simples conjecturas baseadas numa falsa comparação, uma vez que a atmosfera não funciona como uma estufa de um jardim (meio fechado), na qual é a convexão do ar num sistema fechado que aquece a estufa.

Gás de Hidrato (Gás de Clatratos)................................................................................................Gas clathrates, Gas hydrates

Gaz de hydrate / Gas de clatratos / Gas Clathraten / 天然气水合物 / Газовые гидраты / Gas clatrati /

Sólido cristalino resultante da congelação de uma mistura de gás e de água (debaixo do permafroste ou do fundo do mar). A molécula dominante do gás natural, isto é, o metano, é unicamente uma da dúzia de moléculas que formam os clatratos. Dentre elas pode citar-se: o azoto, oxigénio, clorina, dióxido de carbono, clorofórmio, etc. O hidrato de metano contém 4 moléculas de metano e 23 moléculas de água. Ele não é estável à temperatura e pressões ambientes. Uma descida relativa do nível do mar importante, ou um aumento de temperatura global, podem libertar os hidratos que se encontram a umas centenas de metros debaixo do fundo do mar e provocar imensas catástrofes, visto que ele é um gás com um forte efeito de estufa e altamente inflamável. Sinónimo de Gás de Clatrato.

Ver: « Metano »
&
« Gás »
&
« Gás Biogénico »

O gás dos clatratos é, basicamente, o gás natural armazenado nos cristais de gelo, quer nas área de pergelissolo, quer no assoalho oceânico (enterramento inferior a 500 metros). Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore oeste da Colômbia, um reflector diacrónico é, facilmente, visível a cerca de 0.5 segundos (tempo duplo) de profundidade. Este reflector (RSFM, quer isto dizer, Reflector Simulando o Fundo do Mar) é causado pelas bolhas de gás na base da zona de estabilidade do gás de clatratos, a qual não pode ser considerada como uma zona estanque, visto que a porosidade é preenchida por mais de 95% de água. A zona de estabilidade do gás de clatratos (ZEGC) ocorre nas primeiras centenas de metros dos sedimentos do fundo do mar. Nesta zona, todo o metano produzido pela decomposição da matéria orgânica, incluído exsudações vinda debaixo dela, é convertido em hidratos sólidos e armazenado, in situ. A origem do metano é mal compreendida. Mesmo a sua origem biogénica é posta em dúvida. Actualmente, não há produção de gás a partir dos clatratos, embora alguns geólogos pensem, que no campo de Messoyakha (norte da Sibéria central), onde os clatratos servem de cobertura vertical a uma acumulação de gás, eles tenham contribuído à produção. Alguns autores pensam, que no futuro, o gás de clatratos pode, em parte resolver o problema energético. Contudo a grande maioria não acredita, visto que desde que o RSFM é atravessado por um poço de pesquiza, o gás desaparece.

Gás Natural...................................................................................................................................................................................................................................Natural Gas

Gaz naturel / Gas natural / Erdgas / 天然气 / Природный газ / Gas naturale /

Hidrocarboneto composto por 1 a 5 átomos de carbono e que existe quer como gás ou vapor a temperaturas e pressões normais. Os gases naturais mais comuns são: (i) Metano ; (ii) Etano ; (iii) Propano, etc. O termo natural, imposto por certos lóbis ecologistas, é mal apropriado. À excepção dos sintéticos, todos os hidrocarbonetos são naturais e quando queimados produzem todos CO2. A quantidade de CO2 produzida pela utilização do gás, como combustível, para produzir energia, é só 20% menor que a produzida pelo petróleo (todas as outras condições iguais), o que muita gente ignora.

Ver: « Metano »
&
« Gás Biogénico »
&
« Gás Natural Sintético (GNS) »

O maior campo de gás do mundo é o campo Norte no offshore do Qatar. As reservas são estimadas a cerca de 35 triliões de metros cúbicos (± 900 Tcf) de gás “in situ”, o que corresponde a cerca de 200 anos de produção (não confundir com consumo) ao ritmo actual. O segundo maior campo é Pars Sul no offshore do Irão (Golfo Pérsico), o qual, na realidade, está, mais ou menos, conectado com o campo de Qatar. As reservas estimadas (“in situ”) são de cerca 8-14 triliões de metros cúbicos, isto é entre 280 e 500 Tcf*. Em barris equivalentes as reservas do Campo Norte do Qatar, ultrapassam todos as reservas conhecidas do Iraque, por exemplo. A maior dificuldade para utilizar o gás natural como combustível fóssil é o transporte e armazenamento devido à sua baixa densidade. Os pipelines são económicos no onshore, mas praticamente impossíveis no offshore. Na América do Norte, os pipelines transportam ao máximo da capacidades. Navios especiais podem transportar o gás natural liquefeito (LNG) através dos oceanos. Camiões-tanques podem transportar, eventualmente, o gás natural comprimido (CNG) ou liquefeito (LNG), mas durante distâncias, relativamente, pequenas quer, directamente, para os utilizadores ou pontos de distribuição. Tudo isto custa muito caro, uma vez que, a grande escala, em relação ao transporte do petróleo, são necessárias facilidades adicionais, isto é, liquidificação ou compressão, na área de produção, depois transporte, e facilidades de desgasificação ou descompressão antes que gás possa ser enviado aos utilizadores. É importante não esquecer que o gás é incolor e inodoro, quer isto dizer, que em relação ao petróleo, ele polui de maneira mais discreta, contudo certos países produtores perdem entre 10-20 % das reservas durante o transporte (fugas nos oleodutos).

(*) Um 'Trillion Cubic Feet ou Tcf é uma medida de volume utilizada na indústria petrolífera. Um trilhão de pés cúbicos (1000000000000 = 1012 de pés cúbicos ) é uma medida de volume de gás natural equivalente, aproximadamente, a um Quad. Um Quad é a abreviatura de um quadrilhão (1000000000000000 = 1015 ou mil trilhões) de Btu. Um Btu (British Thermal Unit) é uma unidade de medida de energia, que representa a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de um quilo de água de um grau Fahrenheit.

Gás Natural Líquido.............................................................................................................................................................................Gas Condensate

Gaz naturel liquide / Gas natural líquido / Flüssigerdgas / 液化天然气 / Сжиженный природный газ / Gas naturale liquefatto /

Hidrocarbonetos líquidos dissolvidos no gás natural saturado e que saem da solução quando a pressão é inferior ao ponto de saturação (“dew point”). Mistura de hidrocarbonetos líquidos de baixa densidade presentes como componentes gasosos em muitos campos de gás natural. Esta mistura condensa-se quando a temperatura é reduzida abaixo da temperatura e pressão do ponto de condensação do gás. Gases condensados são também chamados, simplesmente, condensados, ou mesmo por vezes, gasolina porque eles contém hidrocarbonetos dentro da escala de ebulição da gasolina.

Ver: « Metano »
&
« Gás Convencional »
&
« Petróleo »

Os condensados ou gases naturais líquidos são hidrocarbonetos gasosos, que se encontram com frequência em certas rochas reservatório e que se condensam para formar hidrocarbonetos líquidos às condições atmosféricas. Em geral, os condensados têm uma baixa densidade e um alto grau API (America Petroleum Institute). Se o grau API é maior que 10, o condensado flutua na água. Como ilustrado neste diagrama pressão/temperatura, a presença de um condensado, como fase líquida, depende das condições de temperatura e pressão da rocha-reservatório, que permitem a condensação de um líquido para vapor. A produção de condensados pode ser complicada devido a sensibilidade da pressão para certos condensados (reacção de minerais com o fluído, a qual é função da estrutura do reservatório e da distribuição dos minerais). Assim, durante a produção, há sempre o risco que o condensado mude de gás para líquido se a pressão do reservatório descer para baixo do ponto de saturação ("dew point pressure" é a pressão à qual o primeiro condensado líquido se transforma em gás). Se a produção de gás for preferível à produção de líquidos, a pressão do reservatório pode ser mantida por injecção de fluídos. O gás produzido em associação com um condensado chama-se gás húmido. O grau API de um condensado típico varia entre entre 50° e 120°. Como ilustrado no esquema acima, tudo isto, quer dizer, que função da temperatura e pressão, um sistema unitário simples pode comportar-se como um gás, líquido, sólido ou como uma misturas dos três. Um condensado é, principalmente, composto por propano, butano, pentano e fracções de hidrocarbonetos mais pesados. Um condensado não se forma, unicamente, numa rocha-reservatório, uma vez que pode forma-se num oleoduto e nas instalações de superfície.

Gás Natural Sintético (GNS)...............................................................................................................................Synthetic Natural Gas

Gaz naturel synthétique (GNS) / Gas natural sintético (GNS) / Synthetisches Erdgas / 合成天然气 / Синтетический природный газ / Gas naturale sintetic /

Há uns anos atrás, o gás natural sintético era, unicamente, o gás feito a partir do carvão. Actualmente, esta designação engloba todo o gás "verde" que é feito, em geral, a partir da biomassa. Hoje, pode dizer-se que GNS designa todo o substituto de gás natural de maneira a reduzir o mais possível a utilização dos combustíveis fósseis e a emissão de gases a efeito de estufa.

Ver: « Metano »
&
« Metano do Carvão »
&
« Gás Natural »

Este esquema ilustra uma proposição de produção do gás natural "verde" feita em duas fases (Holanda): (i) Biogás melhorado até cerca de 2013 e (ii) Gás natural sintético a partir de 2015. A curto prazo, o projecto começaria com um melhoramento do biogás produzido pela digestão biológica de materiais como, por exemplo, o estrume e, depois, a produção de gás natural sintético. A tecnologia está disponível e pode já ser comercializada em pequenos projectos utilizando, localmente, a biomassa disponível. Convencionalmente, o termo biogás refere-se ao gás produzido pela digestão ou fermentação anaeróbica da matéria orgânica: (i) Estrume ; (ii) Lama do esgoto ; (iii) Resíduos sólidos municipais ; (iv) Desperdícios biodegradáveis, etc. Processos comerciais (catalizadores) de metanização do monóxido de carbono (CO) e do hidrogénio (H2) estão também já disponíveis. As sociedades Lurgi e Haldor/Topsøe, por exemplo, constroem já sistemas de metanização. De maneira geral, os processos de metanização são realizados a pressões mais elevadas do que as previstas nas plantas de gás natural sintético (GNS), isto é, mais ou menos, entre 20 a 30 bares em vez de 7 bares. Estes sistemas são projectados com ciclos de gás e controladores de temperaturas para impedir a degradação térmica dos catalizadores. Quando a metanização é efectuada a baixa pressão, o aumento de temperatura adiabática (transformação termodinâmica que se efectua sem trocas de calor com o exterior) é mais pequeno. Por conseguinte, a metanização pode ser efectuada, adiabaticamente, sem ciclos de gás e em recipientes simples sem refrigeração interna. Três reactores de metanização, com refrigeração intermediária, são suficientes para obter uma conversão suficiente de CO e H2. Embora a origem dos combustíveis fósseis (petróleo, gás e carvão) esteja associada com biomassa antiga, eles não são considerados biomassa, uma vez que eles contém carbono que saiu, desde há muito tempo do ciclo de carbono convencional.

Gás dos Pântanos............................................................................................................................................................................................................Swamp Gas

Gás dos pântanos / Gas de los pantanos / Sumpfgas / 沼泽气体 / Болотный газ / gas di palude /

Metano produzido nos pântanos, a temperaturas ambientes, pela acção das bactérias sobre a matéria orgânica, principalmente,sobre a matéria vegetal.

Voir: « Metano »
&
« Gás Biogénico »
&
« Pântano de Maré »

Um dos primeiros geocientistas a dizer que o gás dos pântanos ("ignis fatuus" fogo dos idiotas) era inflamável foi Corliss, W. R. (1832): "A água do pântano é ferruginosa e coberta com uma crosta iridescente. Durante o dia vêm-se as bolhas do ar, durante a noite vêm-se chamas azuis sobre sua superfície. Como eu suspeitei que havia alguma conexão entre estas chamas e as bolhas do ar, localizei durante o dia o lugar aonde as bolhas eram mais abundante, e visitei o durante a noite. A minha grande alegria foi muito grande quando observei as chamas e não hesitei a aproximar-me delas, contudo ao aproximar-me delas elas desapareceram. Todas as tentativas que fiz para as observar de perto foram ineficazes. Noutro dia, ao crepúsculo, voltei ao lugar e esperei a caída da noite. As chamas tornaram-se pouco a pouco visíveis, mas mais vermelhas do que anteriormente, o que mostra que o gás se queimou durante todo dia. Convencido que elas voltariam outra vez, quando a agitação do ar terminasse, permaneci quieto e imóvel, e vi que elas começaram a aparecer pouco a pouco. Como podia alcança-las tentei que elas queimassem um papel, mas devido à minha respiração não consegui. Assim coloquei um lenço entre frente da minha cara e vi que o papel se tornou, pouco a pouco, castanho e cobriu-se de um líquido viscoso. Em seguida utilizei uma tira de papel e tive o prazer de o ver arder. O gás era evidente inflamável, e não fosforescente, como alguns afirmavam". Nesta figura, as bolhas de gás que sobem até a superfície do pântano são, provavelmente, de metano, uma vez que elas se inflamam quando se aproxima um fósforo aceso e queimam papel (como no caso descrito por Corliss). Este gás resulta da decomposição da matéria orgânica existente no fundo do pântano, onde não há oxigénio ou muito pouco, o que permite o desenvolvimento de bactérias anaeróbicas, isto é, bactérias que não toleram oxigénio e altas concentrações de sulfato. Embora, a grande maioria dos geocientistas pensem, que o gás dos pântanos resulta da desintegração das gorduras, celulose e proteínas pelas bactéria anaeróbicas, outros contestam esta origem, o que quer dizer, que a origem do gás dos pântanos origem é sujeita a controvérsia.

Gás das Rochas Argilosas Fracturadas.......................................................Gas from Fractured Shales

Gaz des schistes (argilas fracturées) / Gas de arcillas fracturadas / Gas aus gebrochenen Schiefers / 天然气从裂缝页岩 / Газ из растрескавшихся глинистых сланцев / Gas da scisti fratturati /

Gás produzido a partir das rochas argilosas fracturadas, relativamente, ricas em matéria orgânica, como o que é produzido no Estado de Nova Iorque (USA) desde 1821. Este tipo de produção de gás contribui para cerca de 2% da produção de gás dos Estados Unidos.

Ver: « Metano »
&
« Gás Biogénico »
&
« Gás Não Convencional »

A exploração do gás das rochas argilosas fracturadas, ricas em matéria orgânica, como o que está ilustrado nesta figura, foi ignorada por muito tempo pelas grandes companhias petrolíferas, que se concentraram em objectivos mais fáceis e com retornos mais rápidos do investimento, i.e., a produção do gás convencional. Com a diminuição das reservas de gás convencional, que provocou uma subida significativa dos preços, este tipo de exploração está a fazer a fortuna das companhia petrolíferas de tamanho médio, particularmente, nos Estados Unidos, onde a quantidade de gás natural armadilhada (in situ) neste tipo de reservatório é estima a cerca de 500-780 Tcf. Isto é, particularmente, verdadeiro no estado do Texas, onde exploração a partir dos argilitos da formação Barnett (Mississipiano, isto é, de idade, mais ou menos, 330 milhões de anos atrás) tem sido um tremendo sucesso. Certos geocientistas têm sugerido que estes argilitos constituem, certamente, o maior campo de gás do onshore dos Estados Unidos. As reservas provadas são cerca de 2,5 Tcf de gás natural (recursos cerca de 30 Tcf*). Pequenas quantidades de petróleo encontram-se também nos argilitos de Barnett, que serão, economicamente, rentáveis quando preço do petróleo atingir, de maneira estável, pelo menos 110 dólares americanos. São estas reservas e, sobretudo, a produção do gás a partir dos argilitos e areias impermeáveis, que explica a diferença de preço do gás entre a Europa e Estados Unidos. O desafio para as companhias petrolíferas é de libertar o gás de uma rocha que é, quase, tão impermeável como o cimento, mas os progressos recentes feitos na perfuração e produção, como, por exemplo, a fracturação hidráulica, estão a tornar a produção de gás a partir deste tipo de rochas, largamente, económica (quando o preço do barril é superior a 70-80 $USA. Tentativas de pesquiza e produção destas rochas-reservatório têm sido feitas em vários outros países, como, por exemplo, no Canadá (Saskatchewan, Alberta e Colômbia Britânica), mas até agora nenhum projecto, viável, economicamente, foi anunciado.

(*) Um 'Trillion Cubic Feet ou Tcf é uma medida de volume utilizada na indústria petrolífera. Um trilhão de pés cúbicos (1000000000000 = 1012 de pés cúbicos ) é uma medida de volume de gás natural equivalente, aproximadamente, a um Quad. Um Quad é a abreviatura de um quadrilhão (1000000000000000 = 1015 ou mil trilhões) de Btu. Um Btu (British Thermal Unit) é uma unidade de medida de energia, que representa a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de um quilo de água de um grau Fahrenheit.

Geneticamente Relacionado (sistemas de deposição)...................................................Genetically Related

Génétiquement associé (système de dépôt) / Genéticamente relacionado (sistemas de depósito) / Genetisch verwandt / 与基因有关 / Генетически связанные / Geneticamente correlati /

Quando a presença de um sistema de deposição (litologia e fauna associada num determinado ambiente sedimentar) implica a presença de outros sistemas deposição, que, por definição, são coevos (contemporâneos) do primeiro. Os três sistemas de deposição que, geralmente, formam um delta (siltitos de planície deltaica, areias de frente de delta e argilitos de prodelta) são, geneticamente, relacionados. O mesmo se passa com os sistemas de deposição que formam um complexo recifal (zona anterrecife, recife, zona externa do recife).

Ver: « Ciclo Estratigráfico »
&
« Cortejo Sedimentar »
&
« Fácies »

Em 1838, as diferentes litologias com uma fauna típica foram denominadas fácies (sedimentar) por Armanz Gressly: (i) O aspecto litológico da unidade estratigráfica, que está ligado a um conjunto paleontológico e (ii) O conjunto de fósseis que excluí, invariavelmente, outras fácies. Em 1898, J. Walther propôs a lei ou a correlação das fácies dizendo que : “Os depósitos de uma região com a mesma fácies (“faciesbezirk” que em alemão quer, literalmente, dizer fácies da região), assim como, um conjunto de rochas, da mesma região, com diferentes fácies são formadas, lado à lado, embora em numa seção transversal seja vistos uns em cima dos outros”. Em 1907, Haug estandardizou o significado de fácies como a soma das características litológicas e paleontológicas de um determinado depósito num determinado lugar. Em 1970, Selley sublinhou que todas as definições propostas de fácies são, meramente, descritivas e por conseguinte, expressões como fácies fluvial ou fácies turbidítico não são relevantes. Assim, é mais correcto dizer: uma fácies arenosa associada a um ambiente fluvial, do que uma areia de fácies fluvial. Isto quer dizer, que quando os geocientista americanos consideram que uma sequência vertical de fácies (lei de fácies de Walther) é o produto de uma série de ambientes deposicionais que ficam lateralmente adjacentes uns aos outros (em situações em que não há interrupção de sedimentação), eles afastam-se muito da definição original de Armanz Gressly e J. Walther. Em 1971, Busch aplicou o conceito de cortejos de fácies "faciesbezirk" de Walther a todo um corpo rochoso, e não unicamente a uma sucessão vertical considerando o “incremento genético de estratos” (IGS) e a “sequência genética dos estratos” (SGI), ou seja, um conjunto de incrementos envolve mais que um incremento do mesmo tipo genético (um delta é um incremento genético de estratos, enquanto que um edifício deltaico é uma sequência genética de estratos) . Em 1977, Brown e Fischer utilizaram o mesmo conceito (“faciesbezik” de Walther) na análise de fácies e renomearam o do “cortejo sedimentar” ("systems tract” geocientistas anglo-saxões). Como ilustrado neste esquema, um cortejo de fácies é uma associação lateral de sistemas de deposição, geneticamente, relacionados, o que quer dizer, que eles são contemporâneos e que se um dos sistemas não se deposita, os outros, em princípio, também não se depositam. O exemplo típico de um cortejos de fácies é um delta. Ao longo da mesma linha tempo (superfície de deposição), num delta, de montante para jusante, reconhecem-se, principalmente, três sistemas de deposição (*): (i) Argilitos e areias argilosas da planície deltaica ; (ii) Areias de frente do delta : (iii) Argilitos de prodelta. Todos estes sistemas de deposição são geneticamente relacionados. Se o prodelta não se deposita, é evidente que os outros dois sistemas também não se depositam, uma vez que eles formam uma unidade. Na estratigrafia sequencial, os ciclos sequência, são compostos por sobreposição de cortejos sedimentares, que correspondem, grosseiramente, a cortejos de fácies, como ilustrado na tentativa de interpretação do autotraço de um detalhe de uma linha sísmica do offshore de Angola. Convencionalmente, num ciclo sequência completo, de baixo para cima podem reconhecer-se dois grupos de cortejos sedimentares: (i) Grupo de cortejos de nível alto, constituído por dois subgrupos: a) Prisma de nível alto (PNA) e (ii) Intervalo Transgressivo (CT) ; (ii) Grupo de cortejos de nível baixo (CNB), constituído, de cima para baixo, por: (c) Prisma de Nível Baixo (PNB) ; (d) Cones Submarinos de Talude (CST) e (e) Cones Submarinos de Bacia (CSB). Cada um deste subgrupos de cortejos sedimentares e, particularmente, os cortejos depositados em associação com as subidas do nível do mar relativo (todos, excepto os cones submarinos) são formados por uma sobreposição de paraciclos sequência que correspondem, mais ou menos, a um cortejo de fácies. Depois de cada subida do nível do mar relativo, ou seja, depois de cada ingressão marinha, que desloca para o continente a linha da costa, durante o período de estabilidade do nível do mar relativo, deposita-se um cortejo de fácies, em progradação, que desloca a linha de costa para o mar à medida que os sedimentos se depositam. Um cortejo de fácies (paraciclo-sequência) é constituído por vários sistemas de deposição, cada um dos quais é caracterizado por uma litologia e uma fauna, que sublinha, quase sempre, um ambiente sedimentar particular. Os cones submarinos de bacia, por exemplo, são caracterizados por um fauna profunda (na camada pelágica) e uma litologia arenosa, enquanto que os sistemas de deposição do intervalo transgressivo são caracterizados por uma fauna de plataforma e minerais autígenos de água pouco profunda, como a glauconite e com secções estratigráficas condensadas na parte distal da plataforma.

(*) Por vezes pode haver um outro sistema de deposição na base dos argilitos do prodelta, que constituem as chamadas camada sub-horizontais inferiores do delta.

Geóide....................................................................................................................................................................................................................................................................................Geoid

Géoïde / Geóide / Géoïde / 大地 / Гео́ид / Geoide /

Superfície equipotencial do campo da gravidade da Terra determinada pelos potenciais de atracção e rotação. Superfície teórica contínua e perpendicular, em cada ponto, à direcção da gravidade. É, mais ou menos, a forma que a Terra teria se a superfície do nível médio do mar se prolongasse sobre os continentes.

Ver: « Variação do Nível do Mar Relativo »
&
« Eustasia »
&
« Eustasia Geodésica »

A Terra é mais larga cerca do equador que entre o Pólo Norte e Pólo Sul. Ela é semelhante a um elipsóide ou esferóide. O elipsóide terrestre (em violeta) é uma figura matemática aproximada da forma da Terra, utilizada como quadro de referência para computações geodésicas, astronómicas e nas geociências. O geóide (em vermelho) é a superfície que é complexa para descrever matematicamente, mas que pode ser, facilmente, identificada medindo a gravidade. O geóide é considerado como sendo, mais ou menos, igual ao Nível Médio do Mar. Na Estratigrafia Sequencial utilizam-se, sobretudo, o nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite e o nível do mar relativo, que é o nível do mar, local, referenciado à base dos sedimentos (topo da crusta continental) ou referenciado ao fundo do mar. Obviamente, o nível do mar relativo é o resultado da combinação do nível do mar eustático ou absoluto e da tectónica (subsidência ou levantamento). Como uma subida do nível do mar é, talvez, o efeito mais familiar das mudanças climáticas e, provavelmente, aquele com mais consequências, é importante quando se fala de nível do mar precisar sempre de qual nível do mar se está a falar (eustático, relativo, médio, preiamar, etc.) e como é que ele foi calculado. Como uma subida do nível do mar é, talvez, o efeito mais familiar das mudanças climáticas e, provavelmente, aquele com mais consequências, é importante sempre precisar de qual nível do mar (eustático, relativo, médio, preiamar, etc.) se trata e como é que ele foi calculado. Nos oceanos, o geóide e o nível médio do mar são, aproximadamente, os mesmos mas, nas áreas continentais, eles podem ser muito diferentes. O terreno (verdadeira forma da Terra) é dada pela topografia e pela batimetria. Como ilustrado nesta figura, as relações entre estas quatro superfícies são muito variáveis. O nível do mar varia muito no tempo e no espaço. Ele é afectado pelas marés, vento, pressão atmosférica, diferenças locais da gravidade, temperatura, salinidade, subsidência, etc. Assim, para determinar o “nível médio do mar”, a melhor coisa que se pode fazer é determinar um lugar e calcular o nível médio nesse ponto e utilizá-lo como ponto de referência. Geralmente, a partir de observações horárias, feitas durante um período de cerca de 20 anos, pode calcular-se a média para esse ponto de medida. Pode dizer-se que o geóide é a superfície equipotencial da gravidade mais próxima do nível médio do mar. Ele é a superfície de referência para todas as medidas gravimétricas. A sua superfície difere do elipsóide tridimensional teórico de cerca de + 67 m no Atlântico Norte e -100 m no sul da Índia, devido às diferenças laterais de densidade do manto. Um barco, que navegue da Índia para o Atlântico Norte, tem que subir 167 m, mas como ele navega ao longo de uma superfície equipotencial ele não consome energia. O campo da gravidade terrestre não é nem perfeito nem uniforme (o material que forma a Terra não está, uniformemente, distribuído em camadas concêntricas). Um elipsóide aplainado é, em geral, utilizado para idealizar o nosso planeta, mas mesmo se este fosse, perfeitamente, esférico, a força da gravidade não é a mesma em toda parte, porque a densidade varia de um ponto para outro (cadeias de montanhas, distribuição dos magma, etc.). Se Terra fosse coberta de água, esta não estaria à mesma altura em toda a parte, ela seria mais alta ou mais baixa função da força da gravidade. Em condições reais, o nível do mar não é o mesmo em todos os lugar, o que tem consequências importantes na estratigrafia sequencial. O impacto do sistema GPS nos programas geodésicos de controlo é imenso. Embora o GPS seja um sistema a três dimensões, as altitudes obtidas pelo GPS estão num sistema diferente das altitudes obtidas pelo nivelamento geodésico. Os dados do GPS podem ser processados, facilmente, para obter a altitude elipsoidal, que é a altitude acima ou abaixo do modelo simples do elipsóide da Terra. O nivelamento geodésico dá a altura ortométrica que, muitas vezes, é conhecida como a altitude acima do nível de mar médio. Estas altitudes são aquelas encontradas nos mapas topográficos, marcos geodésicos e dados digitais. Para passar de um sistema de altitudes ao outro é necessário conhecer a altitude do geóide. Nos Estados Unidos (Geoid 03), como ilustrado nesta figura, as escalas das altitudes do geóide variam de -51,6 metros, no Atlântico (azul escuro, neste mapa) a -7,2 metros nas Montanhas Rochosas (verde, vermelho).

Geóide Oceânico.......................................................................................................................................Geodetic sea level, Ocean Geoid

Géoïde océanique / Geóide oceánico / Geodätische Meeresspiegel / 大地海平 / Средний уровень моря / Geodetic livello del mare /

Nível do mar do geóide, também, chamado nível do mar geodésico, corresponde a um conjunto de valores digitais dos pontos mais altos de geóide em relação a um elipsóide de referência. O geóide é definido como a superfície equipotencial do campo da gravidade terrestre que melhor representa o nível do mar global médio. O nível do mar é ondulado e imita, mais ou menos, a topografia do fundo do mar, contudo estas ondulações são muito pequenas e só podem ser medidas por radares altimétricos a partir de satélites.

Ver: « Nível do mar Geodésico »
&
« Eustasia »
&
« Eustasia Geodésica »

Neste geóide oceânico é fácil de distinguir as ondulações do nível do mar global médio. Estas têm, necessariamente, que ser tomadas em linha de conta na estratigrafia sequencial sobretudo para determinar a validade de certos eventos geológicos considerados como globais. A missão do GOCE ("Gravity field and steady-state Ocean Circulation Explorer") mediu com grande precisão os gradientes (taxa de variação de uma quantidade no intervalo de variação de outra quantidade de que a primeira depende) da gravidade e propôs um modelo global do campo da gravidade terrestre e do geóide, o qual serve de referência para todos os elementos topográficos. Tudo depende do conhecimento do campo da gravidade terrestre, o qual define a horizontal. Função de vários factores, como a presença das cadeias de montanhas e das fossas oceânicas, que tornam a superfície da Terra muito desigual e devido ao facto que os materiais, que formam a Terra, tenham densidades diferentes e que não estejam, uniformemente, distribuídos, a força da gravidade varia de um lugar par o outro à superfície da Terra. A exactidão dos valores da força da gravidade é fundamental não só para a geodesia, mas também para melhor compreender os processos geológicos, que ocorrem no interior da Terra, a circulação dos oceanos, o movimento das calotas glaciárias e, evidentemente, as variações do nível do mar (medidas em referência a um ponto fixo, que pode ser o centro da Terra ou medidas em relação a um satélite), o que interessa, particularmente, a estratigrafia sequencial. Tendo em conta o geóide oceânico, uma subida do nível do mar absoluto ou eustático, constatada num certo ponto da superfície terrestre, provavelmente, não tem as mesmas consequências sedimentológicas em todas as partes da superfície da Terra. Suess (1888) pensava que os deslocamentos da linha da costa eram causados pelas variações do nível do mar. Ele utilizou Eustasia para denominar essas variações que ele considerava globais. Um tal conceito de eustasia foi falsificado quando os geocientistas mostraram que os ciclos transgressões/regressões sedimentares não se correlacionam, globalmente, e que eles são, principalmente, induzidos por levantamento e subsidência locais. A Eustasia ou Eustatismo é, a maior parte das vezes, definida como as “variações do nível do mar simultâneas e globais” ou seja as variações do nível do mar absoluto ou eustático para bem as diferenciar das variações e locais do nível do mar relativo. Isto quer dizer, que, muitas das discordâncias, induzidas por descidas significativas do nível do mar relativo (medidas em referência a um ponto qualquer da superfície terrestre o qual, geralmente, é o fundo do mar ou a base dos sedimentos), provavelmente, não têm um valor global, como muitas vezes se pensa. Em certos lugares, a tectónica (subsidência, quando o regime tectónico predominante é em extensão ou levantamento, quando o ele é em compressão) pode ser mais importante do que a eustasia. Uma subida significativa do nível do mar relativo pode ocorrer devido, unicamente: (i) A uma subsidência antropogénica do fundo do mar, como é o caso de muito litorais junto das grandes aglomerações, com na cidade de Jacarta, na Indonésia e (ii) A uma subsidência natural (peso dos sedimentos) como é o caso no delta do Ganges e particularmente no Bangladesh. Não esqueça que a Terra é mais larga cerca do equador que entre o Pólo Norte e Pólo Sul. Ela é semelhante a um elipsóide ou esferóide. O elipsóide terrestre é uma figura matemática aproximada da forma da Terra, utilizada como quadro de referência para computações geodésicas, astronómicas e nas geociências. O geóide é uma superfície que é complexa para descrever matematicamente, mas que pode ser, facilmente, identificada medindo a gravidade. De facto, se todos pontos da Terra que têm a mesma gravidade forem unidos e esta gravidade é a que tem a superfície do mar, forma-se uma figura geométrica, mas ela não é regular e perfeita, mas com deformações que sobem e descem dependendo da composição e da densidade da massa de terra situada abaixo de cada ponto. Pode dizer-se que o elipsóide é uma figura matemática enquanto o geóide é uma figura física. O geóide é considerado, mais ou menos, igual ao nível médio do mar, contudo nos oceanos, o geóide e o nível médio do mar são, aproximadamente, o mesmo, mas, nas áreas continentais, elas podem ser muito diferentes. O “nível médio do mar”, pode ser determinado num certo lugar e utilizado como ponto de referência. Geralmente, ele determina-se a partir de observações horárias, feitas durante um período de cerca de 20 anos, pode calcular-se a média para esse ponto de medida. Neste geóide oceânico é fácil de distinguir as ondulações do nível do mar global médio. Estas têm, necessariamente, que ser tomadas em linha de conta na estratigrafia sequencial sobretudo para determinar a validade de certos eventos geológicos considerados como globais. A missão do GOCE ("Gravity field and steady-state Ocean Circulation Express") mediu com grande precisão os gradientes (taxa de variação de uma quantidade no intervalo de variação de outra quantidade de que a primeira depende) da gravidade e dá um modelo global do campo da gravidade terrestre e do geóide, o qual serve de referência para todos os elementos topográficos. Tudo depende do conhecimento do campo da gravidade terrestre, o qual define a horizontal. Função de vários factores (presença das cadeias de montanhas e fossas oceânicas torna a superfície da Terra muito desigual e o facto que os materiais, que formam a Terra, têm densidades diferentes e não estão, uniformemente, distribuídos), a força da gravidade varia de um lugar par o outro à superfície da Terra. A exactidão dos valores da força da gravidade é fundamental não só para a geodesia, mas também para melhor compreender os processos geológicos, que ocorrem no interior da Terra, a circulação dos oceanos, o movimento das calotes glaciárias e, evidentemente, as variações do nível do mar, o que interessa, particularmente, a estratigrafia sequencial. Tendo em conta o geóide oceânico, uma subida do nível do mar constatada num certo ponto da superfície terrestre (fusão de uma calote glaciar, por exemplo), provavelmente, não tem as mesmas consequências sedimentológicas em todas as partes da superfície da Terra. Isto quer dizer, que, muitas das discordâncias, provavelmente, não têm um valor global, como muitas vezes se pensa.

Geoindicador (ambiente)........................................................................................................................................................................................Geoindicator

Géoindicateur / Geoindicador (ambiente) / Geoindicator, Geologische Indikator / 地质指标 / Геоиндикатор / Indicatore geologico /

Medida da magnitude, frequência, taxa e tendência dos processos geológicos e fenómenos que ocorrem na superfície da Terra (ou perto), sujeitos a alterações que são significativas para a compreensão das mudanças ambientais em períodos de 100 anos ou menos. Os geoindicadores ajudam a focalizar a atenção sobre as causas das mudanças climáticas, quer elas sejam antropogénicas ou não. Entre outras áreas, onde os geoindicadores podem ser utilmente aplicados, pode citar-se a gestão dos parques nacionais, a gestão das linhas da costa, a avaliação dos impactos ambientais da indústria extractiva, a identificação dos problemas de saúde pública, etc.

Ver: «Mudança Geológica»

Geometria Progradante........................................................................................................................................................................Forestepping

Géométrie progradante / Geometría progradante / Progradierender Geometrie / Progradational几何 / Проградационная геометрия / Geometria progradazionale /

Geometria resultante de uma sucessão de deslocamentos da linha de ruptura costeira de inclinação de uma superfície de deposição para o mar e para cima. Este tipo de geometria é típico dos depósitos regressivos, nos quais as sucessivas linhas de ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição, que correspondem, muitas vezes, ao rebordo da bacia, avançam de maneira significativa para o mar com uma agradação (construção vertical) variável, mas sempre positiva.

Ver: « Retrogradação »
&
« Regressão Marinha »
&
« Bisel de Progradação »

Como ilustrado nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de um detalhe de uma linha sísmica do Golfo do México (EUA), o ciclo de invasão continental pós-Pangeia é composto por duas fases sedimentares com geometrias, globalmente, muito diferentes. A primeira fase, isto é, a fase transgressiva tem uma geometria retrogradante, o que quer dizer, que a espessura dos intervalos sedimentares, que a compõem, aumenta em direcção do continente, antes de se acunharem contra a infraestrutura pré-Pangeia. A segunda fase, que fossiliza a fase transgressiva, é a fase regressiva, a qual é caracterizada por uma geometria progradante. Ao contrário do que acontece na fase transgressiva, durante fase regressiva os intervalos sedimentares espessam-se para o mar, para depois se condensarem nas partes profunda da bacia antes de desaparecerem. Durante a fase transgressiva, a retrogradação é preponderante, enquanto que durante a fase regressiva é a progradação que é dominante. Durante a fase transgressiva, a linha da costa desloca-se (globalmente) em direcção do continente, enquanto que durante a fase regressiva ela se desloca para o mar, o que significa que a profundidade de água (lâmina de água) aumenta durante a fase transgressiva e diminui durante a fase regressiva. Isto significa que durante a fase transgressiva, os períodos em que a bacia tem uma plataforma continental são predominantes o que não é o caso para a maior parte da fase regressiva. Por outro lado, durante fase transgressiva o nível do mar eustático ou absoluto (nível do mar medido em relação a um ponto de referência fixo, em geral o centro da Terra ou um satélite e não em relação a um ponto de referência local como o fundo do mar), globalmente sobe, o que quer dizer que as dimensões da plataforma continental aumentam o que implica uma diminuição relativa do acarreio sedimentar. Ao contrário, durante a fase regressiva, o nível eustático, globalmente, desce e a profundidade de água de deposição diminui ao mesmo tempo que o acarreio sedimentar aumenta, uma vez que mais superfície continental é exumada. A superfície da base das progradações principais (sublinhada nesta tentativa de interpretação pela linha tracejada) separa as duas fases. Ela marca um hiato de deposição que, naturalmente, aumenta, de maneira progressiva, em direcção da parte profunda da bacia. Esta superfície, que marca o máximo da ingressão marinha (deslocamento para o continente da linha da costa induzido pela subidas do nível do mar relativo sucessivas), sugere a localização, mais provável, das rochas-mãe marinhas potenciais, depositadas durante este ciclo de invasão continental. Como se pode, facilmente, constatar, neste caso particular, a matéria orgânica das rochas-mãe marinhas potenciais, associada com a superfície de base das progradações de idade 91,5 Ma (Cenomaniano/Turoniano) é, provavelmente, madura (atingiu a janela do petróleo), a jusante do rebordo da bacia, durante o máximo das transgressões, e imatura a montante. Na fase transgressiva (geometria retrogradante) é interessante notar as falhas normais se amortizam (horizontalizam) no horizonte salífero e as construções recifais que enfatizam o rebordo da bacia em determinadas épocas. Como os sedimentos clásticos vêm todos do continente, pode dizer-se que todos os paraciclos sequência que compõem os diferentes subgrupos de cortejos sedimentares, que formam um ciclo sequência, têm uma geometria progradante, uma vez que a linha da costa se desloca para o mar à medida que a sedimentação ocorre. Durante as ingressões marinhas (incrementos de uma subida do nível do mar relativo) a linha da costa desloca-se para o continente aumentando os espaço disponível para os sedimentos. Depois de cada ingressão marinha ocorre um período de estabilidade do nível do mar relativo durante o qual o espaço disponível para os sedimentos (acomodação) criado pela ingressão é preenchido à medida que a linha da costa, devido ao depósito dos sedimentos (regressão sedimentar), se desloca para o mar. O conjunto de ingressões marinhas, cada vez mais importantes, induz o depósito de um conjunto de regressões sedimentares cada vez mais pequenas que, colectivamente, formam um intervalo sedimentar retrogradante que os geocientistas chamam simplesmente transgressões ou transgressões sedimentares. Ao contrário, o conjunto de ingressão marinhas cada vez menos importantes cria um conjunto de regressões sedimentares cada vez mais importantes que, colectivamente, formam um intervalo sedimentar progradante, que os geocientistas chamam, simplesmente, regressões*.

(*) Na terminologia utilizada neste glossário uma “Regressão Sedimentar” é um paraciclo sequência, formado, em geral, por um único cortejo sedimentar, durante o qual a linha da costa se desloca para o mar, em geral, sem agradação. “Regressões “ ou “Regressões Sedimentares” é o conjunto de regressões sedimentares cada vez mais importantes, que colectivamente têm uma geometria progradante. “Transgressões” ou “Transgressões Sedimentares” é o conjunto de ingressões marinhas cada vez mais importantes e da regressões sedimentares, cada vez menos importantes que elas induzem, que colectivamente, têm uma geometria retrogradante.

Geometria Retrogradante.............................................................................................................................................................Backstepping

Géométrie rétrogradante / Geometría retrogradante / Backstepping / 几何rétrogradante, 反推 / Ретроградационная геометрия / Geometria rétrogradante, Backstepping /

Geometria resultante do deslocamento global (não em detalhe) da linha de ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição (± alinha da costa) para o continente, o que implica uma aumento progressivo da extensão da plataforma continental. Este tipo de geometria caracteriza os depósitos transgressivos, uma vez que, globalmente, a linha de ruptura das sucessivas linhas cronostratigráficas recua e sobe em direcção do continente. Atenção ao termo recua, uma vez que , na realidade, a linha de ruptura avança menos que a do paraciclo sequência precedente). O conjunto das ingressões marinhas (cada vez mais importantes e das regressões sedimentares associadas (cada vez mais pequenas) é o que os geocientistas chamam, colectivamente, transgressões sedimentares. Os sedimentos (regressões sedimentares) são depositados durante os períodos de estabilidade do nível do mar relativo entre os paraciclos eustáticos. A geometria retrogradante é devida ao facto que mesmo se acarreio sedimentar é, mais ou menos constante, a extensão da plataforma continental aumenta a cada paraciclo eustático.

Ver: « Progradação »
&
« Regressão Marinha »
&
« Bisel de Progradação »

Nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de um detalhe da linha sísmica do offshore do Labrador (Canadá), a geometria retrogradante do intervalo transgressivo (IT) de um ciclo sequência, induzido por um ciclo eustático de 3a ordem, cuja duração varia entre 0,5 e 3-5 My, é bem visível. Os reflectores (coloridos em verde) do intervalo transgressivo (IT), assim como o seu limite superior (em azul), que corresponde a uma superfície de base das progradações globalmente, têm uma geometria retrogradante. O termo globalmente quer, aqui, dizer que embora entre duas superfície de ravinamento sucessivas (subida do nível do mar relativo ou ingressão marinha), os reflectores dos paraciclos sequência, que sublinham regressões sedimentares, tenham, individualmente, uma geometria progradante, o conjunto de todos os paraciclos-sequência tem uma geometria é retrogradante, uma vez que, globalmente, a linha da costa se desloca para o continente. Como todos os sedimentos clásticos vêm do continente (excepto os remobilizados pelas correntes marinhas litorais), esta geometria é, perfeitamente, compreensível e lógica, na medida em que uma superfície de ravinamento enfatiza uma subida do nível de mar relativo induzida por um paraciclo eustático e que os sedimentos depositados entre duas superfícies de ravinamento consecutivas sublinham um paraciclo-sequência, o qual é depositado durante o período de estabilidade do nível do mar relativo, que separa cada subida do nível do mar relativo (não há descidas relativa entre elas). Durante o depósito de um intervalo transgressivo de um ciclo sequência (transgressões sedimentares), tudo parecer passar-se da maneira seguinte: (i) A primeira subida do nível do mar relativo (ingressão marinha), cria uma superfície de inundação e ravinamento, em geral, em condições geológicas de nível alto ; (ii) A ingressão marinha desloca a linha da costa (mais ou menos, a ruptura costeira da inclinação da superfície de deposição) para o continente, com formação de uma pequena plataforma continental ; (iii) Durante o período de estabilidade do nível do mar relativo que segue a ingressão marinha (sem que haja uma descida do nível do mar relativo), os sedimentos, pouco a pouco, depositam-se e progradam em direcção do mar diminuindo a extensão da plataforma (regressão sedimentar) e deslocando para o mar a linha da costa, mas sem que esta atinja a posição que ela tinha antes da ingressão marinha ; (iv) Nova subida do nível do mar relativo em aceleração (mais importante que a precedente), que desloca, outra vez, para o continente, a linha da costa com formação de uma nova superfície de ravinamento e aumento da extensão da plataforma ; (v) Durante o novo período de estabilidade do nível do mar relativo, que se segue, os sedimentos depositam-se por progradações e a linha da costa desloca-se para o mar, mas sem alcançar a sua posição extrema que ela alcançou durante o paraciclo sequência precedente ; (vi) Nova ingressão marinha em aceleração, a qual desloca, outra vez para o continente, a linha da costa com formação de uma nova superfície de ravinamento ; (vii) Novo período de estabilidade e novo deslocamento da linha da costa para jusante, à medida que os sedimentos se depositam por progradações, mas sem a linha da costa atingir a posição que ela tinha no fim do paraciclo sequência precedente, e assim por diante, até que a nova subida do nível do mar relativo seja em desaceleração, isto é, mais pequena do que a anterior, o que implica o início da deposição do prisma de nível alto (PNA), que pouco a pouco vai fossilizar o intervalo transgressivo (IT). Em conclusão, é a sucessão de ingressões marinhas, cada vez mais importantes (subidas do nível do mar relativo em aceleração) e das regressões sedimentares (paraciclos sequência) cada vez mais pequenas associadas que, colectivamente, formam o intervalo transgressivo (IT) de um ciclo sequência (Transgressões), cuja geometria é retrogradante uma vez que a linha da costa se desloca, globalmente, para o continente. Assim, para evitar confusões é sempre preferível definir sempre certos termos utilizados na estratigrafia sequencial tais como: “Ingressão Marinha” (subida do nível do mar relativo ou absoluto) ; “Regressão Sedimentar” (paraciclo sequência, formado, em geral, por um único cortejos sedimentar, durante o qual a linha da costa se desloca para o mar, em geral, sem agradação, formado por um ou vários cortejos sedimentares) ; “Regressões Sedimentares” (conjunto de regressões sedimentares cada vez mais importantes, que colectivamente têm uma geometria progradante) ; “Transgressões Sedimentares” (conjunto de regressões sedimentares cada vez menos importantes induzidas por ingressões marinhas cada vez mais importantes que, colectivamente, têm uma geometria retrogradante ; “Nível do Mar Relativo” (nível do mar local referenciado a base dos sedimentos ou ao fundo do mar) ; “Nível do Mar Absoluto ou Eustático” (nível do mar global referenciado ao centro da Terra ou a um satélite).

Geopético (critério).......................................................................................................................................................................................................................Geopectic

Géopétique (critère) / Geopético (crtério) / Weg nach oben Kriterium / 一路标准 / Геопетальный / Criterio geòpeta /

Critério a partir do qual um geocientista, no campo, pode inferir o topo original de um estrato, isto é, determinar se as camadas estão na posição de deposição original ou se foram invertidas por um regime tectónico compressivo (caracterizado por um elipsóide dos esforços efectivos com o eixo principal, σ1, horizontal).

Ver: « Estratificação (sedimentos) »
&
« Lei de Steno »
&
« Estratifigrafia (objectivos) »

Muitas vezes, nas regiões em que os sedimentos foram encurtados por um regime tectónico compressivo (σ1 horizontal), os geocientistas têm dificuldades em determinar se a série sedimentar está na sua ordem natural (as camadas mais antigas cobertas pelas camadas mais recentes) ou, se ao contrário, a série está invertida, quer isto dizer, que as camadas, topograficamente, mais altas são as mais antigas. Um tal problema é frequente no campo, uma vez que a escala da observação é mesoscópica, o que quer dizer, que não há continuidade entre os afloramentos. Um dos critérios geopéticos mais importante e mais fácil de utilizar é o de ver, num afloramento, se as camadas têm um estratificação granocrescente para cima ou para baixo. Quando o modo de deposição implica uma variação da granulométrica espacial e temporal (como, por exemplo, nos sistemas de deposição turbidítica), os intervalos clásticos, na sua posição original de deposição, exibem sempre uma estratificação granodecrescente para cima. Se num afloramento, a estratificação é granodecrescente para baixo, isso quer dizer que as camadas foram invertidas pela tectónica. Todavia, nem todos os intervalos clásticos têm uma estratificação granoclassificada. Assim, os geocientistas descobriram outros critérios geopéticos como, por exemplo: (i) Marcas ou Figuras de Fundo, Marcas de ondulação (quando preservadas nas rochas, dão-nos informações acerca do ambiente sedimentar nas quais elas se formaram, assim como a posição original das camadas e a direcção das correntes que as produziram) ; (ii) Moldes em Canelura ; (iii) Marcas de Objectos (com os ilustrado nesta figura) ; (iv) Estruturas em Chama ; (v) Estruturas de Carga (deformação das lâminas argilosas devido ao afundamento de uma camada de areia ; (vi) Fendas de Dessecação ou Fendas de Retracção (podem permanecer conservadas nas rochas antigas, formadas devido à forte evaporação, principalmente nos sedimentos argilosos e siltosos); (vii) Estratificação Entrecruzada (máximo de espessura) ; (viii) Estratificação Entrecruzada (posição dos sinformas) ; (ix) Ondulações de Oscilação; (x) Posição dos Fósseis ; (xi) Impressões das gotas da chuva (podem ficar impressas na superfície de sedimentos macios) ; (x) Icnofósseis (pegadas de animais, pista de reptação, fezes fossilizadas, etc.), que fornecem informações sobre os hábitos dos animais, sobre o os hábitos dos animais, sobre o tipo de alimentos, etc. Todos estes critérios baseiam-se no modo de deposição gravitário dos sedimentos. No bloco de um afloramento, ilustrado nesta figura, que não está na sua posição geológica natural, a superfície superior corresponde ao topo da camada, uma vez que os traços de objectos são bem visíveis e têm a mesma morfologia que a ilustrada no modelo de deposição (canto superior esquerdo). Na interpretação geológica das linhas sísmicas, em particular, das linhas sísmicas das cinturas dobradas, onde, por vezes, os intervalos sísmicos estão invertidos, a orientação das superfícies de deposição pode ser utilizada como critério geopético. Uma superfície de deposição (linha cronostratigráfica) é, do continente para o mar profundo, formada por três segmentos principais: (i) Segmento subhorizontal superior ou proximal (planície costeira e plataforma continental) ; (ii) Segmento inclinado para o mar (talude continental) e (iii) Segmento subhorizontal inferior ou distal (planície abissal), o que quer dizer que, em condições normais, a jusante do segmento inclinado para o mar se encontra o segmento sub-horizontal inferior. Por outras palavras, numa bacia não invertida, a jusante dos sedimentos de talude continental encontram-se sedimentos profundos, em geral pelágicos e turbidíticos, enquanto que a montante predominam sedimentos de plataforma. Assim, se numa tentativa de interpretação de uma linha sísmica, lóbulos turbidíticos em telhado de ripas (corroborados por um poço de pesquisa), por exemplo, se encontram a montante dos argilitos do segmento inclinado, da mesma a linha cronostratigráfica, o mais provável é que a bacia tenha sido totalmente virada para baixo.

(*) Quando numa carta geológica, em particular, de uma região montanhosa como, por exemplo, na carta geológica da Colômbia, os terrenos mais antigos são os que formam os cumes montanhosos, é evidente que a série sedimentar foi invertida.

Geosoufflé (teoria).......................................................................................................................................................................................................................Geosoufflé

Géo-soufflé (théorie) / Teoría del Geo-soufflé / Geo-soufflé Theorie, Geo-blown Theorie / 地缘成熟理论 / Теория геологической пористости / Teoria do Geo-soffiato /

Teoria proposta por C. Emiliani (1992) para explicar as ingressões marinhas (subida do nível do mar absoluto ou eustático) e regressões marinhas (descidas do nível do mar absoluto ou eustático). O calor interno da Terra provoca um inchaço da dorsal média oceânica que produz uma ingressão marinha. O inchaço obriga as rochas do fundo do oceano a fracturar-se, o que induz uma circulação hidrotermal a cerca de 5 km de profundidade. O calor sendo, rapidamente, perdido, as dorsais entram em colapso, o que produz uma rápida regressão marinha.

« Variação do Nível do Mar Relativo »
&
« Eustasia »
&
« Expansão Oceânica »

As variações do nível do mar absoluto ou eustático (não confundir com o nível do mar relativo, o qual é local e referenciado quer à base dos sedimentos quer ao fundo do mar) desde o início do Câmbrico propostas por por Vail, formam dois grandes ciclos com um comprimento de onda de cerca de 400 My. Cada um desses ciclos eustáticos é considerado um ciclo eustático de 1a ordem, uma vez que a sua duração é superior a 50 My). Cada ciclo eustático de 1a ordem é constituído por vários ciclos eustáticos de 2a ordem (duração entre 3-5 e 50 My), os quais são, por sua vez constituídos por vários ciclos eustáticos de 3a ordem, cuja duração varia entre 0.5 e 3-5 My, etc. Em todos estes ciclos, e particularmente nos ciclos sequência, as ingressões marinhas durante as transgressões de C. Emiliano (conjunto de ingressões marinhas cada vez mais importantes e das regressões sedimentares associadas cada vez mais pequenas) são mais lentas (0,1 cm por 1000 anos) do que durante as regressões (conjunto de ingressões marinhas cada vez menos importantes e das regressões sedimentares associadas cada vez mais importantes) cujo valor médio é 2 cm por 1000 anos). Isto pode ser explicado pela teoria do Geosuflé que Emiliani propôs em 1992, a qual pode ser resumida da seguinte maneira : (i) O calor interno da Terra causa um lento, mas importante inchaço do sistema das dorsais médio oceânicas, que produz uma ingressão marinha* (irrupção de água que resulta numa submersão durável), o que significa que a linha da costa é deslocada para o continente ; (ii) O inchaço causa a fracturação das rochas da superfície do fundo do mar, estabelecendo uma circulação hidrotermal a uma profundidade de 5 km ou mais ; (iii) O calor é, rapidamente, perdido e o sistema de dorsais médias oceânicas colapsa (como uma panqueca) criando uma rápida regressão, isto é, um deslocamento importante da linha da costa para o mar devido a deposição de sedimentos que grosseiramente, preenchem o espaço disponível para os sedimentos (acomodação). Isto é, o que acontece a quando da ruptura de um supercontinente e do subsequente alastramento subaério e oceânico entre duas placas litosférica individualizadas. Como, ilustrado nesta figura, que representa, mais ou menos, a teoria de geosuflé de C. Emiliani, em termos modernos de uma ruptura da litosfera, pode mesmo dizer-se, em termos de estratigrafia sequencial, que a fase transgressiva do ciclo de invasão continental posterior ao supercontinente considerado como, por exemplo, que a fase transgressiva do ciclo de invasão continental pós-Pangeia, corresponde à ingressão marinha provocada pelo inchaço da geopanqueca e que a fase regressiva corresponde ao colapso da geopamqueca induzido pelo arrefecimento criado pela circulação hidrotermal. Igualmente, as transgressões (conjunto de regressões sedimentares cada vez menos importantes que, colectivamente, têm uma geometria retrogradante) e as regressões (o conjunto de regressões sedimentares cada vez mais importantes, que colectivamente têm uma geometria progradante) associadas com aumento e diminuição do volume de gelo durante os períodos de glaciação (glacioeustasia) têm dinâmicas o conjunto de regressões sedimentares cada vez mais importantes, que colectivamente têm uma geometria progradante. As transgressões sedimentares são lentas (duram, mais ou menos, cerca de 80000 anos). As regressões sedimentares são mais rápidas, elas duram, mais ou menos, 10000 anos. Efectivamente, é necessário muito mais tempo para depositar o gelo no continente do que para o derreter. A troca de calor entre as calotas de gelo e o oceano arrefece a superfície da água, que tornando-se mais fria e mais densa se afunda sendo substituída por água mais quente vinda do fundo. A formação de calotas de gelo requere uma arrefecimento de toda a coluna de água, o que não é o caso durante a deglaciação ou degelo, o qual espalha em superfície uma camada de água pouco salgada. Como seguido neste glossário, o termo ingressão marinha é usado para designar o deslocamento da linha da costa para o continente, quando o nível do mar sobe de maneira significativa, enquanto que o termo regressão sedimentar designa para o deslocamento da linha da costa quer o nível do mar suba ou desça, uma vez que o deslocamento se realiza durante o período de estabilidade do nível do mar entre as ingressões marinhas. Numa ingressão marinha não há deposição. Desde que há deposição (clástica) ela ocorre sempre como uma numa regressão. O conjunto de ingressões marinhas cada vez mais importantes e regressões sedimentares cada vez mais pequenas formam, colectivamente, o que a maior parte dos geocientistas chamam transgressões ou transgressões sedimentares.

(*) Como a quantidade de água sob todas as forma é considerada constante desde à formação da Terra, desde que o volume das dorsais médias oceânicas aumenta, obviamente, o volume das bacias oceânicas diminui o que induz uma subida significativa do nível do mar absoluto ou eustático ou seja uma ingressão marinha.

Geostrófica (corrente)....................................................................................................................................................................................................Geostrophic

Géostrophique (courant) / Geostrófica (corriente) / Geostrophische (Storm) / 地转(电流) / Геострофический поток / Corrente geostrofica /

Corrente oceânica que se escoa ao longa de linhas que não correspondem ao máximo de declive, devido ao efeito de Coriolis. O movimento da água, resultante do balanço entre a força da gravidade e a deflexão causada pela força de Coriolis, é uma corrente geostrófica. As correntes geostróficas contribuem muito para a formação das grandes correntes superficiais oceânicas (giros).

Ver : « Efeito de Coriolis »
&
« Corrente de Ondulação »
&
« Correntes de Superfície »

Se localmente a superfície dos oceanos é inclinada há uma variação de da pressão hidrostática ao longo de superfícies horizontais em profundidade (gradientes horizontais de pressão) e água tende a deslocar-se das área de alta a pressão (onde o nível do mar é mais alto, ou sejam da área com maior coluna de água) para as área de baixa pressão (nível do mar mais baixo, quer isto dizer, as área com mais pequena coluna de água) afim de eliminar as diferenças horizontais de pressão. A força que dá origem a este movimento designa-se por força do gradiente horizontal de pressão. Inicialmente há um movimento acelerado descendente da água, ao longo do gradiente de pressão. até que força de Coriolis, que actua sobre a água em movimento, seja equilibrada pela força do gradiente horizontal de pressão. Em tais condições, a corrente está em equilíbrio geostrófico e designa-se por Corrente Geostrófica. Assim, em condições de equilíbrio geostrófico a força do gradiente de pressão e a força de Coriolis* anulam-se e o movimento da água tem uma velocidade constante ou velocidade geostrófica (lei da inércia). Assim, pode dizer-se que uma corrente geostrófica resulta do equilíbrio entre as forças gravitacionais e o efeito Coriolis. O efeito gravitacional é controlado pela inclinação da superfície do mar e a densidade da água é controlada por mudanças horizontal de temperatura (termohalina) e salinidade (haloclina). As correntes geostróficas são ondas de inércia nos oceanos (tipo de onda mecânica que ocorre nos fluídos em rotação e ao contrário de ondas gravitárias de superfície que se observam nas praias ou nas banheiras, as ondas de inércia percorrem a maior parte do fluido, e não unicamente a superfície). As correntes geostróficas deslocam a água horizontalmente, e como o calor e a salinidade estão envolvidos, a circulação geostrófica é um tipo de circulação termohalina. A circulação termohalina é um termo um pouco mais geral, que engloba tanto a circulação das massas de água horizontal e verticalmente. A circulação termohalina controla a distribuição vertical da temperatura e da salinidade nos oceanos e é responsável por movimentos verticais da água que ventila massas de águas profundas do oceano. Uma corrente geostrófica de água ou do vento é uma corrente teórica que resultaria de um equilíbrio exacto entre a força de Coriolis e a força do gradiente de pressão. Esta condição é chamada de equilíbrio geostrófico. A corrente geostrófica é paralela às isóbaras (linhas de pressão constante). Este equilíbrio, raramente, se mantém, exactamente, na natureza. A corrente real quase sempre difere da corrente geostrófico devido a outras forças como o atrito do solo ou a força centrífuga de fluxo de fluido curvo. A corrente (real) seria igual à corrente geostrófica se não houvesse atrito e se as isóbaras fossem, perfeitamente, em linha recta. Fora dos trópicos (paralelos geográficos que delimitam a zona onde a projecção zenital dos raios do Sol ocorre ao menos uma vez ao longo do ano ; ao norte do Trópico de Câncer e ao sul do Trópico de Capricórnio o Sol nunca alcança o zénite do observador) a maior parte da atmosfera, por exemplo, tem um fluxo próximo do escoamento geostrófico. As baixas pressões atmosféricas e as correntes oceânicas convergentes tendem a elevar o nível do mar (mais ou menos, 1 m) . As altas pressões atmosféricas e as correntes marinhas divergentes tendem a baixar de, mais ou menos, 1 m a superfície do nível do mar. A água escoa dos altos para os baixos, mas não flui ao longo do declive máximo, mas ao longo de linhas de contorno devido ao efeito de Coriolis. No que diz respeito ao ar, quando o ar é relativamente frio, ele desce lentamente e comprime o ar que está por baixo, causando uma maior pressão, que embora seja causada pelo ar frio, provoca um tempo quente e com Sol, uma vez que ao descer o ar, impede a formação de nuvens, originando um céu limpo. Quando o ar quente se eleva, cria, por baixo dele, uma zona de baixa pressão o que significa mau tempo, uma vez que ao arrefecer o vapor de água se transforma em nuvens que podem produzir chuva, neve, etc.

(*) A força de Coriolis surge como consequência de observarmos os movimentos de uma corrente (ar, água) num sistema de coordenadas não inercial, isto é, um sistema de coordenadas fixo sobre a superfície, que gira com ela. As leis de Newton do movimento são válidas para sistemas de referência inerciais (sem aceleração). Para usá-las num sistema não inercial pode-se adaptar as leis de Newton introduzindo forças fictícias. Um passageiro fixo de um carro que descreve uma curva circular de um certo raio com uma determinada velocidade. Um observador externo constata que o carro e o passageiro estão submetidos a uma aceleração centrípeta que muda continuamente a direcção de sua velocidade. O passageiro fixo ao carro está, contudo, em repouso em relação a um sistema de coordenadas também fixo ao carro. Para expressar esta condição de repouso (ou força resultante nula), usando as leis de Newton, é necessário adoptar a existência de uma aceleração centrífuga de maneira tal que a força resultante seja nula. No caso do movimento do ar ou da água segundo um sistema de coordenadas que gira junto com a Terra, aparecem duas forças fictícias: a força centrífuga e a força de Coriolis.

Geostrófico (vento)......................................................................................................................................................................................................Geostropic

Géostrophique (vent) / Geostrópico (viento) / Geostrophischer vent / 地转(电流) / Геострофический ветер / Vento geostrofico /

Vento teórico que resulta do exacto balanço do efeito de Coriolis e do gradiente de pressão (quantidade física que descreve a direcção e a taxa da mudança de pressão mais rápida à volta de um sítio particular). O vento geostrófico desloca-se paralelamente às isóbaras, isto é, às linhas de pressão constante (a uma dada altitude).

Ver : « Atmosfera »
&
« Efeito de Coriolis »
&
« Equilíbrio »

O vento geostrófico é um vento teórico que resultaria de um equilíbrio exacto entre a força de Coriolis* e a força do gradiente de pressão. Esta condição é chamada equilíbrio geostrófico. O vento geostrófico é paralelo às isóbaras (linhas de pressão constante a uma dada altitude). Este equilíbrio, raramente, se mantém na natureza. O vento real difere quase sempre do vento geostrófico devido a outras forças como o atrito do solo ou a força centrífuga ligada ao escoamento curvo do fluído. Isto quer dizer, que o vento (real) seria igual ao vento geostrófico se não houvesse atrito com a superfície do solo e se as isóbaras fossem, perfeitamente, em linha recta. Fora dos trópicos, a maior parte da atmosfera tem um fluxo próximo do escoamento geostrófico. Naturalmente, devido à força de gradiente de pressão, o ar desloca-se das áreas de alta pressão para áreas de baixa pressão. Desde que o ar começa a deslocar-se, a força de Coriolis desvia-o. O desvio é para a direita no hemisfério norte e para a esquerda no hemisfério sul. Como o ar se move da zona de alta pressão, a sua velocidade aumenta, assim como o efeito de Coriolis. O desvio aumenta até que a força de Coriolis e gradiente de pressão entrem em equilíbrio geostrófico. A partir desse momento, o fluxo do ar não se faz mais da área de alta pressão para a baixa, mas segundo uma isóbara (linha de pressão constante a uma dada altitude). Esta explicação pressupõe que a atmosfera começa num estado de desequilíbrio geostrófico. O balanço geostrófico ajuda a explicar porque é que, no hemisfério norte, os sistemas de baixa pressão giram no sentido contrário às agulhas de um relógio e os sistemas de alta pressão em sentido das agulhas de um relógio. No hemisfério sul tudo se passa ao contrário. Todo escoamento geostrófico na atmosfera (ar) ou no oceano (água) corresponde a uma onda de inércia de frequência zero.

(*) A força de Coriolis surge como consequência de observarmos os movimentos de uma corrente (ar, água) num sistema de coordenadas não inercial, isto é, um sistema de coordenadas fixo sobre a superfície, que gira com ela. As leis de Newton do movimento são válidas para sistemas de referência inerciais (sem aceleração). Para usá-las num sistema não inercial pode-se adaptar as leis de Newton introduzindo forças fictícias. Um passageiro fixo de um carro que descreve uma curva circular de um certo raio com uma determinada velocidade. Um observador externo constata que o carro e o passageiro estão submetidos a uma aceleração centrípeta que muda continuamente a direcção de sua velocidade. O passageiro fixo ao carro está, contudo, em repouso em relação a um sistema de coordenadas também fixo ao carro. Para expressar esta condição de repouso (ou força resultante nula), usando as leis de Newton, é necessário adoptar a existência de uma aceleração centrífuga de maneira tal que a força resultante seja nula. No caso do movimento do ar ou da água segundo um sistema de coordenadas que gira junto com a Terra, aparecem duas forças fictícias: a força centrífuga e a força de Coriolis.

Geotermómetro...............................................................................................................................................................................................Geothermometer

Géothermomètre / Geotermómetro / Geologische Thermometer / 地质温度计 / Геологический термометр / Termometro geologico /

Mineral, rocha ou propriedade que permite de determinar, aproximadamente, o enterramento máximo de um intervalo sedimentar. A combinação da cristalinidade da ilite (mineral argiloso, KAl2(SiAl)4O10(OH)2nH2O, de estrutura intermediária entre a moscovite e a montmorilonite) e da reflectância da vitrinite (um dos componente principais dos carvões e de muitos cerogénios sedimentares) pode ser utilizada como um geotermómetro. Os geotermómetros são muito úteis na pesquisa petrolífera.

Ver : «Meta-argilito»

Gigante Vermelha (estrela).....................................................................................................................................................................................Redgiant

Géante rouge (étoile)/ Gigante rojo (estrella) / Roter Riese (Stern) / 红巨星(明星) / Красный гигант (звезда) / Gigante rossa (stella) /

Estrela que gastou todo o seu carburante de hidrogénio e que queima hélio. A injecção de energia devido à combustão do hélio infla o envelope da estrela até um tamanho que é dezenas de vezes superior à ao seu tamnho original, donde a denominação de gigante. Ao mesmo tempo, a estrela arrefece à sua superfície o que lhe dá uma luz avermelhada.

Ver : « Estrela »
&
« Sol »
&
« Evolução Estelar »

As gigantes vermelhas são estrelas que, anteriormente, tinham um tamanho equivalente ao do Sol (até 8 vezes a massa solar), mas que esgotaram as reservas de hidrogénio do seu núcleo. Durante a fase inicial de vida, a estrela queima o hidrogénio do núcleo, a uma temperatura de 2x107 K*, transformando-o em hélio. O hélio produzido nesta primeira fase acumula-se no núcleo, devido à gravidade. Quando a estrela esgotar o todo hidrogénio do núcleo, as reacções no centro da estrela diminuirão para, finalmente, terminarem. A estrela entra em colapso gravitacional. Quer isto dizer que as camadas interiores colapsam mais, rapidamente, que as exteriores e, devido à compressão, a temperatura do núcleo volta, novamente, a aumentar. Este novo aumento de temperatura permite uma nova fase de combustão do hidrogénio na "casca" ao redor do núcleo. Esta combustão da casca é um processo rápido, uma vez que a casca está colapsando e a temperatura aumentando. A luminosidade aumentará e, no diagrama HR (diagrama de Hertzsprung-Russell, o qual ilustra a relação matemática entre magnitude absoluta, luminosidade, classificação estelar e a temperatura de superfície da estrela), a estrela começa se deslocar da sequência principal em direcção ao topo superior direito. A camada externa da estrela expande-se devido à nova onda de energia vinda do interior. A estrela torna-se uma subgigante e posteriormente tornar-se-á uma gigante vermelha (raio, mais ou menos, 50 x 106 de km). Quando o combustível de uma gigante vermelha é, completamente, exausto, ela transforma-se quer numa estrela à neutrões e colapsa num buraco negro, quer numa pequena anã branca (6000 km de raio,mais ou menos o raio da Terra), o que quer dizer, que mais tarde ou mais cedo, o nosso Sol transformar-se-á numa anã branca.  Na realidade, o nosso Sol será um gigante vermelha dentro de, mais ou menos, 5 mil milhões de anos. O seu diâmetro será cerca de 400 vezes maior do que hoje e a sua luminosidade aumentará cerca de 10000 vezes.

(*) A escala Celsius, embora originalmente definido como o ponto de congelamento da água (e depois o ponto de fusão do gelo), é agora oficialmente uma escala derivada, definida em relação à escala de temperatura de Kelvin. Na escala Celsius, o zero (0° C) é agora definido como igual a 273,15 K, com uma diferença de temperatura de 1 graus C equivalente a uma diferença de 1 K, ou seja, que o tamanho da unidade em cada escala é o mesmo. Isto significa que 100 ° C, previamente definido como o ponto de ebulição da água, é agora definido como o equivalente a 373,15 K .

Giro do Atlântico Norte.................................................................................................................................................North Atlantic Gyre

Gyre de l'Atlantique Nord / Giro de Norte Atlántico / North Atlantic Gyre /北大西洋环流 / Североатлантический круг / Giramento Nord Atlantico /

Turbilhão da corrente geostrófica marinha do Norte Atlântico, no qual se podem distinguir quatro correntes: (A) Corrente Norte Equatorial ; (B) Corrente do Golfo ; (C) Corrente Norte Atlântica e (D) Corrente das Canárias. Os amontoados de água onde se formam os giros são formados pelo deslocamento da água para o interior devido ao transporte de Ekman.

Ver : «Corrente Oceânica»

Glaciação.....................................................................................................................................................................................................................................................Glaciation

Glaciation / Glaciación / Eiszeitalter, Kaltzeit / 冰河時期 / Ледниковая эпоха (мерзлота) / Era glaciale /

Modificação da superfície da Terra pela acção dos glaciares. Os períodos glaciares podem ser, parcialmente, documentados pelo estudo das análises isotópicas do oxigénio, visto que a temperatura dos oceanos e a quantidade de gelo nos continentes, tem uma forte influência na relação entre os isótopos de oxigénio (O16 e O18) da água do mar. Desde o Paleozóico, reconheceram-se seis principais épocas nas quais glaciações apareceram e desapareceram: (i) Proterozóico (mais ou menos 2,7 Ga) ; (ii) Proterozóico (mais ou menos 2,2 Ga) ; (iii) Pré-câmbrico (700 - 600 Ma) ; (iv) Ordovícico (500 - 400 Ma) ; (v) Carbonífero Tardio (290 Ma) e (vi) Plio-Pleistocénico (3 - 2 Ma).

Ver : « Glaciar »
&
« Ciclo de Milankovitch »
&
« Teoria Astronómica dos Paleoclimas »

A extensão provável da glaciação, durante o Ordovícico Tardio, está ilustrada no mapa da esquerda desta figura. A geometria e extensão da calote glaciária durante o Ashgiliano Tardio permite uma predição da posição mais provável do pólo sul a essa época (atenção: os pólos não mudaram, o que mudou foi a posição dos continentes). No mapa mostrado na parte direita da figura, está ilustrado, segundo Scotese, a paleogeografia do Ordovícico Tardio, durante o qual, a grande maioria dos depósitos glaciares se depositaram. As glaciações do Proterozóico ocorreram entre 2 e 3 Ga. As rochas onduladas com estrias glaciares e depósitos associados com ambientes glaciários desta época encontram-se, principalmente, no Este do Canadá. A segunda idade glaciar ocorreu durante o Pré-câmbrico, cerca de 0,6-0,7 Ga. Ela afectou, principalmente, a Austrália, África do Sul, China, Europa e América do Norte. Depois de um longo período (cerca de 200 My) com temperaturas mais altas e sem glaciares, uma nova idade glaciar começou no fim do Ordovícico. Um novo período de temperaturas, relativamente, suáveis (150 My) ocorreu antes do época glaciar do Carbonífero Tardio (290 Ma). Esta época glaciar foi, relativamente, curta (entre 20-30 My). Ela foi, em parte, induzida pela aglutinação da Pangéia. As glaciações ocorreram na Antárctica, América do Sul, África, Arábia, na Índia e Austrália. Depois de um período de cerca de 270 My de clima suave, a última época glaciar ocorreu no Plio/Pleistocénico (2-3 Ma). Note, que são necessários cerca de 50-100 ky para haver uma glaciação e só 10 ky para a destruir. A fusão do gelo não requere o aquecimento de todo o oceano mas só da sua superfície.

Glaciar...........................................................................................................................................................................................................................................................................Glacier

Glacier / Glaciar / Gletscher / 冰河 / Ледник / Ghiacciaio /

Massa de gelo formada pela recristalização da neve que se escoa costa abaixo, ou que fluiu, certas vezes, no passado. Os glaciares não se devem confundir com os “glacierets” (ou “glacierettes”, AGI, 1999), que são pequenos volumes de gelo se encontram, por vezes, nos taludes ou nos circos das montanhas, como, frequentemente, sucede, por exemplo, na Serra Nevada (Califórnia).

Ver: « Glaciação »
&
« Ciclo de Milankovitch »
&
« Teoria Astronómica dos Paleoclimas »

O termo glaciar inclui os pequenos glaciares de montanha assim como as camadas de gelo continentais e icebergues (gelo flutuante), os quais são alimentados por gelo formado no continente. Um glaciar escoa-se para jusante devido à força da gravidade (metros por dia ou ano). Muitos glaciares estão a tornar-se cada vez mais pequenos (extensão e volume). O engrossamento e adelgaçamento dos glaciares é uma consequência das mudanças climáticas. Não obstante, neste últimos anos, certas personalidades avançaram a hipótese, que o adelgaçamento dos glaciares é o resultado do aquecimento global (subida da temperatura verificada, estatisticamente, em medidas terrestres desde 1990) que eles pensam ser de origem antropogénica. Nós preferimos os termos adelgaçamento e engrossamento aos termos recuo e avanço, uma vez que uma glaciar é uma corrente de gelo e uma corrente avança sempre. Nesta fotografia, o contraste entre as cores induzidas pela diagénese das rochas supracrustais, que formam o substrato rochoso do vale do glaciar de Briksdalsbreen, sublinha um adelgaçamento do glaciar. Desde à 4500 anos, os glaciares do Pliocénico-Pleistocénico adelgaçaram-se sempre durante os períodos quentes, isto é: (i) Pré-dinastia do Egipto Antigo ; (ii) Egipto Antigo (período intermediário) ; (iii) Império Romano ; (iv) Idade Média (até ao fim da caída de Constantinopla, 153 DC) e (v) Durante os séculos XIX, XX e início do XXI. Contudo eles engrossaram, de maneira significativa, durante as épocas quentes intermediárias: (a) Vida Nómada ; (b) Império Grego ; (c) Idade das Trevas ; (d) Pequena Idade Glaciar e (e) Século XX (explosão do vulcão de Pinatubo). Estas variações não têm nada a ver com o aquecimento global antropogénico. Certos ecologistas começaram já a falar de mudanças climáticas e daqui a uns anos, eles vão nos dizer que a humanidade não tem nada a vez com que as mudanças climáticas, o que todos os geocientistas sabem desde a muitos anos (não confunda mudanças climáticas e clima).

Glaciar Suspenso...........................................................................................................................................................................................Hanging Glacier

Glacier suspendu / Glaciar colgante / Hängende Gletscher / 挂冰川 / Висячий ледник / Ghiacciaio pensile /

Glaciar que se encontra na parte alta da parede de um vale glaciar e que, em geral, não desce para o glaciar principal. Avalanches e quedas de gelo são os mecanismos de transferência do gelo e neve para o vale glaciar.

Ver: « Glaciação »
&
« Ciclo de Milankovitch »
&
« Glaciar »

Como ilustrado nesta fotografia, um glaciar suspenso termina no, ou muito próximo, do topo da parede do vale glaciar principal. A glaciofracturação induzida pelo engrossamento do glaciar cria avalanches de gelo, em direcção do vale glaciar como a que se pode prever a partir desta fotografia. No esquema do ambiente glaciar, de cima para baixo, os seguintes elementos podem ser observados: (i) Fissura de Despego ; (ii) Campo de Neve ; (iii) Circo Glaciar ; (iv) Glaciar Suspenso ; (v) Substrato ; (vi) Riegel (crista transversal do leito rochoso que foi exposta pela erosão glacial) ; (vii) Moreia Mediana; (viii) Fissura ; (ix) Moreia Lateral ; (x) Serac; (xi) Língua Glaciar ; (xii) Escoamento de Água ; (xiii) Moreia de Base ; (xiv) Moreia do Fim ; (xiv) Moreia Terminal e (xv) Planície Fluvioglaciar. Num glaciar existem vários tipo de fissuras: (a) Transversais; (b) Marginais; (c) Longitudinais; (d) De Despego e (e) De Glaciofracturação (a glaciofracturação, que representa a forma principal de ablação de um sistema glacial, corresponde à individualização de blocos de gelo por fracturação, quer num icebergue, quer na parte dianteira de um glaciar). As transversais são as mais comuns. Elas formam-se na zona de extensão ou de alargamento (zona onde o glaciar acelera o seu movimento vertente abaixo). As transversais são perpendiculares à direcção do movimento do glaciar e, em geral, estão abertas. As marginais orientam-se diagonalmente e iniciam-se na extremidade do glaciar, uma vez que a velocidade do glaciar é maior na parte central do que nas margens (prolongam-se para montante). As longitudinais formam-se paralelamente ao movimento do glaciar quando a largura do glaciar entra em expansão. As de despego separam a parte do glaciar que está em movimento da parte que está estagnada (podem prolongar-se até ao substrato rochoso). As de glaciofracturação formam-se na extremidade de um glaciar suspenso. Uma fissura atrás o glaciar, entre a parede rochosa e gelo, paralela à parede rochosa, e induzida por movimento de rotação do glaciar, é também chamada fissura de despego. Um glaciar é como uma corrente de gelo. Ele existe, unicamente, enquanto se escoa, isto é, enquanto que a acumulação é equilibrada pela ablação. Se a ablação for maior do que a acumulação, o glaciar não se encolhe, ele continua a escoar costa a baixo, mas adelgaçando-se.

Glacioeustasia...............................................................................................................................................................................................................Glacio-Eustasy

Glacio-eustasie / Glacioeustasia / Glacioeustasy / Glacioeustasy(地质学) / Глациоэвстазия (образование ледников) / Glacio-eustatismo /

Eustatismo induzido pelas variações climáticas, isto é, criado pelos ciclos glaciação/degelo (deglaciação). Eustatismo criado pelas variações da criosfera (parte da superfície da terra que está congelada permanentemente). Na glacioeustasia, o ajustamento da litosfera, em resposta ao carregamento e descarregamento induzido pela adição e remoção do gelo das calotas glaciárias, tem que ser tomado em linha de conta. A glacioeustasia ou glacioeustatismo tenta explicar as variações globais do nível do mar, principalmente, durante o Quaternário, como a consequência das variação do volume do gelo sobre os continentes e oceanos, e sugere que a um período glaciário corresponde uma regressão marinha e que a um período interglaciar correspondem uma ingressão marinha.

Ver: « Eustasia »
&
« Levantamento Isostático »
&
« Eustatismo »

A glacioeustasia, que é controlada pelas variações o volume da água dos oceanos, é uma das principais causas das variações do nível do mar absoluto ou eustático (as outras principais causas são a tectonicoeustasia, que é controlada pela variações do volume das bacias oceânica e a geoidaleustasia, que é controlada pela distribuição da água dos oceanos causada pelas variações do campo da gravidade). A glacioeustasia e a tectonicoeustasia são variações eustáticas, que, por vezes, são consideradas, globalmente, uniformes. Contudo para muitos geocientistas, elas não podem ser nem globais nem uniformes, uma vez que qualquer causa do nível do mar afecta, igualmente, o geóide terrestre. Se isto é verdade, nenhuma curva eustática é válida globalmente. Durante o degelo das calotas glaciárias, em resposta à carga da água adicionada às bacias oceânica, o nível do mar será deprimido, e em resposta à carga removida (onde as calotas glaciárias derreteram), o continente será levantado. A redistribuição do material no interior da Terra é afectada pela sobrecarga e forcará, ainda mais, as variações da superfície do oceano (induzidas pelas anomalias da gravidade) e, assim, mais redistribuições da água serão necessárias para tentar igualizar o potencial gravítico. Este contínuo processo retroactivo gravítico entre as calotas glaciárias, oceanos e o continente é o processo que, por fim, determina a assinatura do nível do mar absoluto, que é observado em todo os lugares onde o continente e o oceano se encontram. Todavia, unicamente as mudanças glacioeustáticas são, ao mesmo tempo, importantes (superiores a 10 m) e rápidas ( duração inferior a 1 My). Durante uma glaciação, o peso das camada de gelo (3-4 km de espessura) afunda a litosfera. Quando o gelo funde, a superfície da Terra eleva-se, lentamente, de novo para atingir a posição de equilíbrio. O mecanismo da subsidência crustal é muito semelhante ao de um bloco de madeira que é colocado dentro de um líquido viscoso, um vez que, quando o bloco é libertado, ele vai procurar encontrar uma posição de equilíbrio, que é determinada, principalmente, pela sua densidade. A velocidade a que esse equilíbrio é atingido é controlada pela viscosidade do líquido. O que acontece com o bloco de madeira acontece com a litosfera. Uma espessa camada de gelo obriga a litosfera a mergulhar na astenosfera. Todavia, desde que a pressão causada pelo gelo desaparece uma posição de equilíbrio é restabelecida, lentamente, uma vez que a astenosfera é muito viscosa. São necessários cerca de 15000 anos para que a superfície da Terra recupere a sua atitude original e restabeleça as condições necessárias para uma outra glaciação. Como a quantidade de água sob todas as suas formas é considerada constante desde a formação da Terra (há cerca de 4,5 Ga), é evidente que durante uma glaciação o nível absoluto ou eustático (nível do mar, global, referenciado a um ponto fixo que, em geral, é o centro da Terra ou referenciado a um satélite) vai descer e que durante uma deglaciação ou época de degelo o nível do mar vai subir. Isto foi, exactamente, o que se passou durante o Pliocénico/Pleistocénico. O nível do mar começou por descer cerca de 120 metros, criando condições geológicas de nível baixo do mar (nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia), para depois subir, mais ou menos, o mesmo criando condições geológicas de nível alto (nível do mar mais alto do que o rebordo da bacia). Todavia, é necessário não esquecer é necessário muito mais tempo para depositar gelo no continente do que para o derreter. A troca de calor entre as calotas e mares de gelo e o oceano arrefece a superfície da água, que tornando-se mais fria e mais densa, a qual se afunda e é substituída por água mais quente vinda do fundo. Isto que dizer que a formação de plataformas de gelo (mares de gelo que não devem ser confundidas com calotas glaciárias) requere uma arrefecimento de toda a coluna de água, o que não é o caso durante a deglaciação ou degelo, que espalha em superfície uma camada de água pouco salgada. O reequilíbrio isostático associado à glacioeustasia deve ser tomada em linha de conta para compreender as variações do nível do mar. É importante não esquecer que nas áreas onde o levantamento (salto crustal) foi importante, os sedimentos foram inclinados (por alongamento) de maneira significativa. No Mar do Norte (offshore da Noruega), por exemplo, o levantamento crustal (salto crustal para certos geocientistas) em resposta à fusão do gelo, é actualmente cerca 1500 metros, o que tem implicações importantes na pesquisa dos sistemas petrolíferos, uma vez que ele implica uma desmigração (remigração para certos geocientistas) dos hidrocarbonetos e, em certos casos, uma destruição total ou parcial, das armadilhas que poderiam ter estado saturadas com hidrocarbonetos.

Glaciofracturação........................................................................................................................................................................................................................Calving

Glacio-fracturation / Glaciofracturación / Eis Kalben / 冰产犊 / Отламывание льда / Distacco del ghiaccio /

Individualização de blocos de gelo por fracturação, quer num icebergue, quer na parte dianteira de um glaciar. A glaciofracturação representa a forma principal de ablação de um sistema glacial. As dimensões dos blocos de gelo criados por glaciofracturação podem ultrapassar os 40 metros de altura, como é o caso, por exemplo, no glaciar de Blomstrand na ilha Spitzberg.

Ver: « Glaciar »
&
« Levantamento Isostático »
&
« Ablação »

Esta fotografia ilustra um exemplo de glaciofracturação na frente do glaciar de Stutfield (Canadá). Dentro das fissuras há formação de serac (massa caótica e instável de gelo). Este glaciar é suspenso. A queda dos blocos individualizados pela glaciofracturação no vale glaciar, que está muito mais baixo (canto inferior direito da fotografia), é uma fonte importante de alimentação em gelo do glaciar principal. Num glaciar, além das fissuras induzidas pela glaciofracturação, ilustradas nesta fotografia, existem mais quatro tipos de fissuras principais: (a) Transversais ; (b) Marginais ; (c) Longitudinais ; (d) De Despego, as quais podem ser de duas espécies (as que separam a parte do glaciar que está em movimento da parte que está estagnada e as localizadas nos circos glaciares, que limitam a parte de atrás de um glaciar, entre a parede rochosa e gelo). As fissuras transversais são as mais comuns, elas são perpendiculares à direcção do movimento do glaciar e, em geral, elas estão abertas. As fissuras marginais iniciam-se na extremidade do glaciar, uma vez que a velocidade do glaciar é maior na parte central do que nas margens e prolongam-se para montante. As fissuras longitudinais formam-se paralelamente ao movimento do glaciar, quando a largura do glaciar entra em expansão. Todas estas fissuras podem estar cobertas por uma ponte de neve e não estar, necessariamente, preenchidas pela neve, o que quer dizer, que utilizar uma ponte de neve para passar de um bloco de gelo para outro pode ser muito perigoso, uma vez que é difícil de saber se a fissura está, totalmente, preenchida ou não. A glaciofracturação é, também, muito importante na formação dos icebergues. Quando um glaciar se escoa para o mar ele é pressurizado pelo terreno subjacente irregular e fissura-se. Desde que ele entra no mar ele parte-se pelas fracturas e forma icebergues. Se o glaciar ou corrente de gelo ainda está intacto quando alcança o mar ele não se parte imediatamente, as ondas erodem o por baixo até que o suporte se torne instável.

Glacioisostasia............................................................................................................................................................................................................Glacio-isostasy

Glacio-isostasie / Glacio-isostasia / Glazialisostasie / 冰河地壳均衡 / Глациоизостазия / Glacio-isostasia /

Hipótese que assume que o peso das calotas e mantos glaciários provoca um afundamento dos continentes e que o levantamento dos mesmos, devido ao degelo, mantém o equilíbrio isostático (processo de compensação de peso de um corpo menos denso e um corpo mais denso) o qual se pode exemplificar pela altura de um icebergue: quanto maior for a altura de um icebergue acima da água do mar mais profunda é a sua base, debaixo da água.

Ver: «Isostasia»

Glauconite..............................................................................................................................................................................................................................................Glauconite

Glauconite / Glauconita / Glaukonit / 海绿石 / Глауконит / Glauconite /

Filossilicato (silicato caracterizado por partilhar três dos quatro oxigénios em cada tetraedro com os tetraedros vizinhos) do grupo das micas. Tem uma cor verde oliva ou verde escuro (por isso se confunde muitas vezes com a clorite), cristaliza com uma geometria do sistema monoclínico, tem um dureza 2 (escala de Mohs) e uma densidade entre 2,4 e 2,9.

Ver: « Intervalo Transgressivo »
&
« Secção Estratigráfica Condensada »
&
« Superfície Endurecida »

A glauconite é considerada como um mineral característico de uma plataforma continental com uma taxa de sedimentação pequena e aparecem em conjunção com a matéria orgânica das bolas fecais que preenchem as tocas dos Glossifungitos (conjunto de bioperfurações verticais, em forma de U ou finamente ramificadas que ocorrem nos sedimentos de fraca profundidade de água mais ou menos consistentes mas não litificados). A glauconite pode formar-se por alteração diagénica de certos depósitos sedimentares, a partir da biotite ou em relação com a decomposição da matéria orgânica. Ela forma-se, principalmente, em ambientes redutores, quer junto à costa, quer em mar aberto ou mesmo em água doce. A glauconite é, frequentemente, interestratificada com smectites (minerais argilosos dioctaédricos ou trioctaédricos) e oxida-se quando exposta ao ar. Na estratigrafia sequencial, a importância da glauconita é devida ao facto que ela se encontra, por vezes, nos sedimentos dos cortejos transgressivos, em particular, em associação com as superfícies da base das progradação. Durante a perfuração de um poço de pesquiza petrolífera, a associação de detritos de glauconite e carvão sugere depósitos turbidíticos, isto é, sedimentos de plataforma transportados, rapidamente, para as partes profundas da bacia por correntes de turbidez. A presença de detritos de glauconita autígena e a ausência de detritos de carvão sugere depósitos de plataforma. Por outro lado, a presença de detritos de carvão e a ausência de detritos de glauconita sugere depósitos não-marinhos. Nesta fotografia, a glauconite está associada a um calcário transgressivo. Os sedimentos ricos em glauconita têm idades que vão do Pré-câmbrico até ao Presente. Eles depositam-se, quase sempre, acima das superfícies transgressivas. Os arenitos ricos em glauconite são chamados arenitos verdes. Eles são frequentes nos sedimentos cretácicos do Reino Unido, Argentina, Estados Unidos, etc, que, por vezes, são boas rochas reservatório.

Glendonite.............................................................................................................................................................................................................................................Glendonite

Glendonite / Glendonita / Glendonite (Mineral) / Glendonite(矿产) / Глендонит / Glendonite (minerale) /

Uma variedade da calcite, que acima de 8° C se desidrata, rapidamente, para se transformar em calcite. A glendonite (pseudomorfo depois da ikaite) indica que a água do mar (pouco profundo) estava próximo de zero.

Ver: « Calcite »
&
« Calcário »
&
« Glaciação »

Glendonite (de Glendon, Austrália) é uma forma singular e distintiva de calcite (CaCO3). As glendonites começam como massas cristalinas de ikaite, um mineral de carbonato de cálcio hidratado (CaCO3 6H2O). A ikaite forma-se apenas na água próximo do congelamento (± 0°/7° C), de alta alcalinidade e em sedimentos orgânicos ricos na interface água-sedimento. A temperaturas mais quentes, a ikaite não é estável, e perde o seu conteúdo de água. Ela converte-se em calcite (carbonato de cálcio anidro). Durante a conversão ikaite-calcite, a estrutura cristalina original da ikaite pode manter-se. As massas de calcite que contém cristais ikaite são chamadas glendonites. A glendonite não é um mineral, mas um pseudomorfo de calcite, depois da ikaite. A presença de glendonite numa sucessão de rochas é considerada como uma evidência de presença de glaciares no passado geológico (uma vez que a ikaite se forma a baixas temperaturas). Muitos antigas sucessões conhecida por se terem depositados em ambientes glaciais têm glendonite, como, por exemplo, no Pérmico da Austrália. Durante o Paleozóico, o supercontinente Gondwana (de que a Austrália fazia parte) sofreram várias eras glaciais (do Mississipiano ao Pérmico). O engrossamento e adelgaçamento durante o Paleozóico Tardio dos mantos de gelo do Gondwana é sublinhado na América do Norte sob a forma de ciclotemas (pacotes cíclicos de sedimentos, indicando numerosas eventos transgressivo-regressivo de pequena duração). A grande maioria das amostras de glendonite vêm das margens do rio Olenitsa, na República da Carélia, Península de Kola, na Rússia, etc. A cor da glendonite é muito variável, mas depende muito das inclusões de lama, quando, durante um aquecimento da água, a calcite substitui a ikaite. A glendonite é um bom indicador paleoclimático e paleooceanográfico. Ela encontra-se: (i) Nas plataforma de alta latitude ; (ii) Mares profundo ; (iii) Lagos alcalinos e (iv) Em ambientes gelados. Por outro lado, ela aparece desde Proterozóico até hoje.

Gliptólito........................................................................................................................................................................................................................................................Glyptolith

Glyptolithe / Gliptolito / Glyptolith (Erosion) / Glyptolith(侵蚀) / Источенный ветром камень / Glyptolithe (erosione) /

Termo proposto por Woodworth para designar blocos de uma rocha talhados pelo vento (ablação eólica). A gliptogénese é a escultura da superfície da Terra pela erosão. Sinónimo de Ventifacto.

Ver : « Erosão »
&
« Deserto »
&
« Ambiente Sedimentar »

De maneira geral, a maioria dos geocientistas admite, actualmente, que a gliptogénese é a formação de um relevo após a sua destruição por agentes erosivos. Um gliptólito pode ser considerado num sentido mais vasto do que o admitido Woolworth, como um bloco resultante da gliptogénese. Exemplo de ciclos de sedimentação e gliptogénese foram, recentemente, muito bem estudados no NO de Portugal (região do Minho) por Caetano Alves e Pereira (2000), que, resumindo, descreveram os principais episódios de sedimentação e gliptogénese do Cenozóico da seguinte maneira: "Os vestígios mais antigos de sedimentação cenozóica estão relacionados com redes de drenagem exorreicas e ocorrem na dependência desses vales. Admite-se que este enchimento tenha decorrido no Placenciano e que tenha sido ravinado pelo primeiro episódio de gliptogénese quaternária (Antepleistocénico Médio). Identificaram-se mais três ciclos de gliptogénese/sedimentação quaternários responsáveis pelo encaixe acentuado dos rios minhotos. A erosão regressiva desencadeada, originou a captura do rio Homem para a bacia do Cávado e, também por captura, o desvio da foz do rio Neiva para a posição actual. Estas capturas permitiram a conservação dos depósitos de Alvarães. A composição sedimentar da colmatação do último ciclo é distinta da dos anteriores ; inclui algumas partículas de rochas e minerais alteráveis e/ou com menor grau de alteração, maior teor de ilite e de interestratificados. Este último escavamento dos vales minhotos ocorreu durante o último período glaciário. Existiram ainda outros episódios de menor amplitude, que modelaram patamares embutidos nos ciclos maiores, originados principalmente por oscilações climáticas; os indícios de movimentações tectónicas, foram observados somente no vale do rio Minho". Evidentemente, que a maior parte dos vales cavados identificados por estes autores, sublinham discordâncias que limitam os ciclos estratigráficos associados aos ciclos eustáticos de alta frequência (100 e 500 My) induzidos pela glacioeustasia do Plio/Pleistocénico, responsável da alternância de condições geológicas de alto e baixo nível do mar.

Global (evento geológico)........................................................................................................................................................................................................................Global

Global (événement géologique) / Global (evento geológico) / Globalen / 全球 / Глобальный / Globale /

Evento que é à escala global ou que se aplica à superfície inteira da Terra. Sinónimo de Planetário (geologia).

Ver: « Estratigrafia Sequencial »
&
« Correlação »
&
« Discordância »

Na estratigrafia sequencial, o evento associado com a discordância SB. 30 Ma (superfície de erosão de idade de 30 milhões de anos atrás) é, provavelmente, o evento global mais difícil de refutar. Neste contexto, o termo refutar implica, necessariamente, uma hipótese. Em Geologia, como aliás em qualquer outra ciência (excepto na Matemática) não existem certezas, tudo são hipóteses. Desde que uma hipótese é refutada, várias vezes, ela é substituída por outra mais robusta, que, provavelmente, também será refutada mais tarde. Por outras palavras, uma hipótese não é boa porque ela se verifica muitas vezes, mais sim porque é difícil de a falsificar ou refutar, o que quer dizer, que é o critério de refutação e não o critério da verificação (a verdade não existe em ciência) que determina a robustez de uma hipótese. A hipótese de que a discordância SB. 30 Ma, que é muito bem visível nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de um detalhe de uma linha sísmica do offshore do Camarão (ver autotraço mais preciso da mesma linha, no canto superior esquerdo da figura), ocorreu em todas as partes do mundo é corroborada por todas as linhas sísmicas regionais tiradas através do mundo e, que eu saiba, ela ainda não foi refutada. Pessoalmente, nunca conseguimos corroborar de uma ausência de uma erosão submarina (SB. 30 Ma) importante entre os sedimentos do Paleocénico e Oligocénico, como a que está ilustrada nesta tentativa de interpretação. Isto é verdade, não só para as margens divergentes (de tipo Atlântico e não-Atlântico), mas também para as margens convergentes. Todavia, é muito possível que no futuro alguém mostre o contrário. Esta discordância que, localmente, pode estar reforçada pela tectónica, corresponde, necessariamente, a uma descida significativa do nível do mar absoluto ou eustático eustático (referenciada a um ponto fixo que, geralmente, é o centro da Terra ou um satélite) e não do nível do mar relativo, que é o nível do mar, local, referenciado a um ponto qualquer da superfície terrestre, quer seja o fundo do mar ou a base dos sedimentos e que é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto e da tectónica) que mudou de maneira, mais ou menos, drástica as condições geológicas de nível alto par nível baixo (nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia). Efectivamente, como se pode constatar nesta tentativa de interpretação, as condições de nível alto do mar eram, preponderantes, durante o Paleocénico, mas de nível baixo durante o Oligocénico Inicial e Médio. Antes da discordância SB. 30 Ma, a qual é aqui sublinhada pelo preenchimento de um canhão submarino, o nível do mar estava quase sempre mais alto do que o rebordo da bacia, enquanto que a partir da discordância e, durante a parte inicial do Oligocénico, o nível do mar estava mais baixo do que o rebordo da bacia. Isto explica, em parte, o grande desenvolvimento dos sistemas de deposição turbidítica, que fossilizam uma grande parte dos canhões submarinos induzidos pela descida significativa do nível do mar absoluto, como é o caso, em quase todos os offshores da África do Oeste e do Este da América do Sul. A descida significativa do nível do mar absoluto, que induziu discordância SB. 30 Ma, que é considerada, pela maior parte dos geocientistas como um evento geológico global, parece ter sido o resultado da formação da calota glaciária (sobre o continente) e da plataforma glaciária (ou mar de gelo) da Antárctica. Embora a formação desta calota tenha começado, mais ou menos no Oligocénico, a sua extensão máxima (*) (plataforma e mar de gelo incluída) foi atingida, mais ou menos, há 19 000 anos (Burdigaliano). Em seguida, o gelo começou a derreter. Actualmente, a retrogradação da plataforma de gelo da Antárctica é cerca de 450 km, o que quer dizer, que ela retrogradou, em média, 24 metros por ano.

(*) A extensão máxima das calotas de gelo e dos mares de gelo nos hemisférios Norte e Sul) foi atingida durante a última idade do gelo. O alcance máximo de expansão foi atingido, aproximadamente, ao mesmo tempo, mais ou menos, há 19 ka e, em seguida, o gelo começou a derreter. O derretimento simultâneo, foi, provavelmente, causado por mudanças na circulação das águas profundas do Oceano Atlântico, que transportaram água mais quente para margem continental da Antárctica. A retrogradação de 450 km da calota e do mar de gelo da Antárctica, contribuiu, fortemente, para a subida pós-glaciação do nível do mar absoluto ou eustático (mais ou menos, 130 metros). A contribuição dos mares de gelo é nula, uma vez que a água é mais densa do que o gelo.

Globigerina.....................................................................................................................................................................................................................................Globigerina

Globigérine / Globigerina / Globigerina (Foraminiferen) / Globigerina(有孔虫) / Планктонная корненожка / Globigerina (foraminiferi) /

Um dos organismos que formam o grupo das globigerinas, que é um dos grupos mais comuns dos foraminíferos que se encontram no plâncton marinho. As globigerinas produzem uma concha calcária hialina e são conhecidos a partir do Jurássico.

Ver: « Foraminífero »
&
« Jurássico »
&
« Paleontologia »

As globigerinas são um género de protozoários marinhos, isto é, organismos unicelulares marinhos. A estrutura das globigerinas assemelha-se à das amibas, mas elas têm uma concha muito compartimentada de carbonato de cálcio coberta de espinhos. A concha contém poros através dos quais se projectam pseudópodes. Os pseudópodes são extensões do citoplasma que as globigerinas utilizam para a locomoção e para a recolha de alimentos. O alimento principal das globigerinas é o plâncton. As globigerinas vivem em grande número perto ou à superfície do mar. Quando morrem, as suas conchas acumulam-se, lentamente, no fundo do mar, formando camadas da lama fina, que o geocientistas chamam vasa de globigerinas. Esta vasa solidifica-se lentamente em giz (cré) , que é uma forma finamente granulada de calcário. As falésias de cré da Inglaterra e França, e muitos picos calcários da América do Norte, são em grande parte formadas por vasas de globigerinas. Globigerinas pertencem ao grupo de foraminíferos (considerada uma ordem por parte de alguns biólogos e um filo por outros). Alguns geocientistas admitem que as conchas das globigerinas e, particularmente, das globigerina bulóides estão a ser cada vez mais pequenas, o que eles explicam, como o resultado de uma lenta acidificação das águas do oceano, sobretudo perto da Antárctida. A razão de este aumento de acidez é o aumento do teor de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. A evolução de estas conchas seria uma prova que as mudanças climáticas estão tornar a vida no mar mais difícil para os construtores de conchas. Certos geocientistas pensam que as globigerinas bulóides modernas não constroem conchas tão grandes como os seus antepassados formavam um século atrás. Para eles, as conchas modernas são cerca de 35% mais pequenas do que no passado recente (em média 17,4 μg, em comparação com 26,8 μg antes da industrialização). Contudo, todos eles sabem, que no passado, houve mudanças na química do carbonato à superfície do oceano associadas com os ciclos glaciários, e que essas mudanças foram de magnitude semelhante às observadas actualmente, as quais eles consideram antropogénicas.

Glossifungito..........................................................................................................................................................................................................................Glossifungite

Glossifungite / Glosifungito / Glossifungita (ichnofacies) / Glossifungite(遗迹相) / Глоссифунгит / Glossifungite (ichnofacies) /

Conjunto de bioperfurações (verticais, em forma de U ou finamente ramificadas) que ocorrem nos sedimentos, mais ou menos, consistentes, mas não litificados, quer em arenitos, margas carbonatadas ou siltitos, na zona costeira de fraca profundidade de água e em particular na área intramareal. As superfícies nas quais os Glossifungitos ocorrem são formadas durante: (i) Uma regressão do mar ; (ii) Uma descida do nível do mar ou (iii) Depois de uma fase transgressiva inicial que termina com um período de nível baixo do mar.

Ver: « Bentos »
&
« Regressão »
&
« Descida do Nível do Mar Relativo »

Os principais tipos de glossifungitos foram resumidos por Benton e Harper (1997) como ilustrado nesta figura: (i) Thalassinoides ; (ii) Perfurações de bivalves (moluscos com conchas bipartidas e simétricas ao longo do eixo e articulação) ; (iii) Perfurações de Poliquetas (annelídios marinhos) ; (iv) Rhizocorallium e (v) Psilonichnus. Os Thalassinoides são túneis com muitas ramificações cavados por pequenos crustáceos com um diâmetro entre 2 e 5 cm e orientados, mais ou menos, paralelamente aos planos de estratificação. Os Thalassinoides são muito abundantes a partir do Jurássico. Os Rhizocorallium são túneis inclinados e longos, mas relativamente estreitos, com inclinações entre 10° e 15° em relação ao plano de estratificação. Os Rhizocorallium são, provavelmente, cavados por nemátodos (vermes não segmentados, de corpo cilíndrico e alongado, que se afilam nas extremidades) para procurar alimentos. Os Psilonichnus são túneis, mais ou menos, verticais, mas que exibem, muitas vezes, uma ramificação em forma de Y invertido. Eles são interpretados como tendo sido as residências de certos artrópodes (animais invertebrados, que possuem apêndices articulados, corpos segmentados e esqueletos rígidos), como, por exemplo, o caranguejo porcelana. No campo e, sobretudo, nas bacias em que os sedimentos foram encurtados, isto é, mais ou menos, deformados por um regime tectónico compressivo, os Glossifungitos são um bom critério geopético (critério a partir do qual um geocientista, no campo, pode inferir o topo original de um estrato), uma vez que a sua orientação permite determinar se as camadas onde eles se encontram estão na posição original de deposição ou se foram invertidas por um regime tectónico compressivo.

Golada..........................................................................................................................................................................................................................................................Gat, Narrow

Goulet / Pequeño estrecho / Enge / / Узкий проход / Stretto /

Passagem apertada entre dois corpos de água, como, por exemplo, entre as ilhas ou baixios, ou a depressão que liga uma laguna ao mar, em geral, com correntes muito fortes.

Ver: « Canal »
&
« Laguna »
&
« Corrente »

Muitos geocientistas consideram uma golada como sinónimo de canal: " Neste contexto, golada, é o canal de navegação, nos extremos dos bancos de areia de uma barra, transitável por pequenos barcos" (http://letratura.blogspot.com /2009/05/lexico-golada.html). Nós preferimos considerar uma golada uma depressão entre dois corpos de água que em certas condições e em certas épocas permite o escoamento da água de um corpo para outro. A curto prazo, função das marés o fundo de uma golada pode ser, totalmente, exumado, o que muito, raramente, sucede com um canal fluvial. Por outro lado, uma golada existe mesmo quando as ilhas ou os baixos estão cobertos de água, isto é quando os dois corpos de água se unem. Por outro lado, um canal pode ser: (i) Totalmente natural como o canal de um rio ou qualquer outra corrente de água ; (ii) Totalmente artificial, como um canal de irrigação, (iii) Parcialmente artificial, como os canis que ligam corpos de água existentes, como por exemplo o canal do Suez e (iv) Misto com porções artificiais e rios canalizados, como por exemplo o canal de Nantes a Brest (França). Em geologia e sobretudo em estratigrafia sequencial o termo canal, que serve de meio de canalização da água e partículas que ela transporta e se define pela a secção molhada que permite o escoamento, é muito confuso. Com efeito, muitos geocientistas chamam canal não só ao leito da corrente, mas, igualmente, ao seu preenchimento. Isto é sobretudo frequente na interpretação geológica da linhas sísmicas ou das diagrafia eléctricas, onde a grande maioria dos geocientistas identificam, por exemplo, canais argilosos ou canais gresosos o que é um enorme erro de linguagem, uma vez que há confusão entre o leito da antiga corrente e os sedimentos que o preenchem. Em geologia, um canal argiloso é um canal que foi talhado em sedimentos argilosos e não o preenchimento de um antigo canal talhado, por exemplo, em rochas carbonatadas, que mais tarde foi preenchido por sedimentos argilosos a quando da subida relativa do nível do mar que inundou o vale cavado. Um erro de linguagem semelhante é muito frequente nos ambientes profundos turbidíticos. Muitos dos chamados canais turbidíticos são, na realidade, preenchimentos tardios das depressões entre os lóbulos turbidíticos.

Golfo...............................................................................................................................................................................................................................................................................................Gulf

Golfe / Golfo / Busen, Golf / 海湾 / Залив / Golfo /

Grande reentrância da linha da costa, arqueada e maior do que uma baía, isto é, com uma área superior a 500 km2.

Ver: « Baía »
&
« Linha da Costa »
&
« Estuário »

Em termos de estratigrafia sequencial o Golfo de México, ilustrado nesta figura, corresponde mais a um mar marginal do que a um golfo propriamente dito. No Golfo de México, a coluna de água atinge mais de 3000 metros e uma parte do substrato deste golfo corresponde, mesmo, à crusta oceânica, uma vez que os dados sísmicos sugerem, fortemente, a presença de SDR, isto é de lavas subaéreas (crusta vulcânica subaérea) e de lavas em travesseiro por cima de diques vulcânicos, isto é, crusta oceânica. Isto significa, certamente, que a região do Golfo do México, no passado, sofreu uma extensão (alongamento), suficientemente, importante para romper a litosfera, o que permitiu uma oceanização. Em outros termos, o alongamento da antiga cadeia dobrada (Apalaches) permitiu a formação de uma bacia do tipo-Mediterrânico, sobre a qual se depositou, no Cenozóico, uma margem divergente tipo Atlântico. Por outro lado, como se pode constatar nesta figura, a desembocadura dos rios faz-se no golfo, a jusante da linha de baía. A diferenciação entre a linha da baía e desembocadura dos rios é muito importante, uma vez que para certos geocientistas os depósitos deltaicos ocorrem na linha de baía e para outros na desembocadura dos rios. Para a maior parte dos geocientistas, há deposição, quando uma corrente de água, importante, encontra um corpo de água permanente e a velocidade de escoamento da corrente diminui de maneira abrupta. Contudo, para certos geocientistas, um tal encontro ocorre na desembocadura das correntes e não na linha de baía, a montante do ápice dos deltas. Este facto explicaria porque é que os distributivos do delta de Mississipi progradaram cerca de 3 quilómetros durante o século passado e depositaram barras de desembocadura, na foz das correntes, à medida que o escoamento se deslocava para o Golfo do México e a competência das correntes diminuía de maneira abrupta. Para esses geocientistas, um tal facto só é possível quando os rios progradam, gradualmente, para esse ponto, e isto seria a razão pela qual a região distal do Mississipi é sujeita a fortes inundações, enquanto que canais de rompimento ocorrem em toda a planície do delta.

Gondwana..............................................................................................................................................................................................................................................Gondwana

Gondwana / Gondwana / Gondwana / 冈瓦那大陆 / Гондвана / Gondwana /

Pequeno supercontinente do sul da Pangeia no fim do Pérmico. O termo Gondwana significa “Terra dos Gonds” (povo do subcontinente indiano), o que quer dizer, que o termo «Gondwanaland», que se encontra em muitos livros e publicações, é uma tautologia.

Ve : « Supercontinente »
&
« Subducção Tipo-A (Ampferer) »
&
« Rodínia »

Este esquema da paleogeografia no inicio do Triásico, quando toda a massa continental estava rodeada por um único oceano, chamado Pantalassa, que em grego, quer dizer, “todos os mares juntos”, mostra a distribuição e as idades, mais prováveis, das principais zonas de fracturação (bacias de tipo-rifte) ao longo das quais o supercontinente Pangeia* se partiu. Dois enormes fragmentos crustais são evidentes: (i) O pequeno supercontinente Laurasia, localizado na parte Norte do supercontinente Pangeia e (ii) o pequeno supercontinente Gondwana, na parte Sul. Cada um destes fragmentos continentais fracturou-se em vários continentes que se separam uns dos outros à medida da expansão ou alastramento oceânico (formação de nova crusta oceânica ao longo das dorsais média oceânicas). Nas bordaduras dos continentes formaram-se margens continentais divergentes que fossilizam as bacias de tipo rifte, criadas durante a fase de alargamento (“rifting”) que precedeu a ruptura da litosfera do supercontinente. Quando o supercontinente Pangeia (termo que vem da junção de dois termos gregos “pan”, que significa junto e “Geia” ou Gaia que é a Deusa da Terra) se formou o nível do Pantalassa era muito baixo, uma vez que o volume da bacia oceânica era muito grande, visto que o numero de placas litosféricas era muito pequeno assim como o volume das montanhas oceânicas (assumindo que a quantidade de água sob todas as suas formas é constante desde há 4,5 Ga, isto é, desde a formação da Terra). Os continentes individualizados pela fracturação dos pequenos supercontinentes Gondwana e Laurasia começaram a dispersar-se e afastar-se uns dos outros. O volume das bacias oceânicas diminuiu, devido a formação das dorsais oceânicas, quer isto dizer, das montanhas oceânicas e da formação de nova crusta oceânica. Esta diminuição de volume provocou uma subida do nível do mar absoluto ou eustático, que inundou os continentes induzindo assim a formação de plataformas continentais sobre as quais se depositaram, durante os períodos de estabilidade do nível do mar que seguem os incrementos da ingressão marinha, intervalos sedimentares transgressivos caracterizados por uma geometria global retrogradante. O nível do mar absoluto ou eustático é global e referenciado ao centro da Terra ou um satélite. Ele é dependente de: (i) Tectonicoeustasia que é controlada pela variação do volume das bacias oceânicas em associação com alastramento oceânico no seguimento da ruptura dos supercontinentes ; (ii) Glacioeustasia, que é controlada pela variação de volume de água dos oceanos função da quantidade de gelo; (iii) Geoidaleustasia que é controlada pela distribuição da água dos oceanos causada pelas variações do campo da gravidade terrestre e (iv) Dilatação térmica dos oceanos ou aumento estérico do nível do mar. Cesare Emiliani**, em 1992, deu o nome de “transgressões” ao conjunto das ingressões marinhas cada vez mais importantes e das regressões sedimentares associadas, cada vez menos importantes que, colectivamente, criam uma geometria global retrogradante. Isto quer dizer, que não só os sedimentos clásticos vêm do continente mas que, ao nível de um ciclo sequência, a deposição progradante dos sedimentos que formam os intervalos ditos transgressivos (paraciclos sequência), faz-se, unicamente, durante a fase de equilíbrio do nível do mar relativo (***) que segue cada uma das subidas do nível do mar relativo (em aceleração), entre as quais não há, obviamente, descidas do nível do mar relativo, caso contrário, não seria um paraciclo eustático, mas um ciclo eustático. Embora nos dados sísmicos a geometria progradante (regressão sedimentar) dos paraciclos sequência seja, por vezes, difícil de observar, devido a resolução sísmica, ela é evidente nos testemunhos de sondagem de tais intervalos. Na história da Terra as maiores transgressões marinhas globais, segundo E.C. Emiliani, são : A) Miocénico Médio (13 Ma), subida do nível do mar de ± 135 metros ; B) Cretácico Tardio (70-90 Ma), subida do nível do mar absoluto de ± 350 metros, C) Ordovícico Inicial (480-505 Ma), subida do nível do mar absoluto de ± 350 metros. As principais descidas globais do nível do mar absoluto ocorreram no Pleistocénico (0-3 Ma), mais ou menos 120 m, Oligocénico Tardio (30 Ma), ± 200 m e Jurássico Inicial (190 Ma) com uma descida do nível do mar eustático de cerca de 165 metros.

(*) Na história da Terra, os geocientistas consideram : (i) Supercontinentes como, por exemplo, o Rodínia (Protopangeia) e a Pangeia ; (ii) Pequenos super continentes, como, por exemplo, o Laurasia e o Gondwana e (ii) Continentes como o Báltica, Laurência, Sibéria, etc.. Certos geocientistas além desta massas de terra passadas consideram também, de maneira especulativa, futuras massa de terra como: o Amasia, Novo Pangeia e Pangeia Última.

(**) Cesare Emiliani, 1992- Planet Earth, Cosmology, Geology, and the Evolution of Life and Environment, Cambridge University Press. ISBN 0-521-40123-2-

(***) O nível do mar relativo é o principal responsável das ingressões marinhas ao nível hierárquico dos ciclos sequência, mas ao nível dos subciclos e ciclos de invasão continental, o principal responsável é o nível do mar absoluto ou eustático.


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Última actualização: Março, 2018