Homotaxia............................................................................................................................................................................................................................................................Homotaxy
Homotaxie / Homotaxia / Homotaxy (Ähnlichkeit der Anordnung) / Homotaxy (相似的安排) / Гомотаксис / Homotaxy (somiglianza di sistemazione) /
Similaridade de um arranjo das partes de um todo. Analogia entre intervalos estratigráficos ou sucessões de fósseis em regiões diferentes. Analogia do arranjo dos estratos caracterizados por fósseis semelhantes que ocupam diferentes posições e sem conotação de idades. Analogia de arranjo de fósseis com a mesma posição relativa, mas que não são, necessariamente, contemporâneos. Termo introduzido para evitar a confusão entre uma analogia taxonómica e sincronismo.
Ver: « Fácies »
&
« Fóssil Característico »
&
« Idade Relativa »
Figura 361 (Homotaxia)- Homotaxia foi, inicialmente, proposto por Huxley (1982) para evitar a falácia de confundir uma semelhança taxonómica (com os mesmo grupos de organismos biológicos) com sincronismo. Assim, actualmente a homotaxia é muitas vezes definida como a similaridade taxonómica entre sequências estratigráficas ou fósseis em regiões separadas (Bates & Jackson, 1987), ou o facto que de estratos caracterizados por fósseis ocupem semelhantes posições em diferentes sequências verticais sem no entanto terem, necessariamente, a mesma idade. O termo homotaxia pode, também, ser utilizado par exprimir o facto que estratos ou camadas não contemporâneas (muitas vezes porque são muito afastadas uma das outras) possam conter os mesmos fósseis. Demonstrar que uma sucessão de fauna, flora ou taxa (plural de táxon) se pode confirmar de um corte geológico para outro, de uma bacia sedimentar para outra ou de um continente a outro, não é fácil e constitui o que, normalmente, muitos geocientistas chamam homotaxia. Observar os mesmo fósseis em dois afloramentos de bacias sedimentares diferentes não mostra, de maneira nenhuma, que esses afloramentos são síncronos. Na realidade, isto é, o grande problema dos fósseis guias (com uma grande distribuição espacial e que ocorrem durante um breve espaço de tempo) e a questão principal é de saber como é que se passa de eventos geológicos ordenados para a eventos geológicos datados. Este problema constitui o grande impasse da biostratigrafia. Os dados paleobiológicos e estratigráficos característicos de um determinado evento geológico não permitem estabelecer o seu sincronismo. Sobre este assunto não se pode esquecer que: (i) Os fósseis significam uma sucessão de eventos irreversíveis e (ii) As correlações biostratigráficas dependem da emergência evolucionária de uma espécie, a partir do seu antepassado, da sua sobrevivência e expansão geográfica. O principio das correlações assume que as comunidades biológicas, em diferentes lugares, são sincronizadas ou que os sinais biológicos são transmitidos, instantaneamente, ou ambos, o que não é, necessariamente, verdade. Scott, G. H. (1985) considerou que o principal problema na biostratigrafia é a justificação do uso de fósseis para identificar horizontes isócronos e propôs uma primeira solução, uma vez que os geocientistas estabelecem sucessões de eventos fósseis, mas não há nenhuma justificação teórica para considerar que a mesma posição estratigráfica (homotaxia) corresponde a um mesmo tempo de deposição. Ele propôs uma primeira solução usando a homotaxia como teste de diacronismo, quer isto dizer, que os eventos que não mantém uma ordem estratigráfica invariante são considerados como diacrónicos. Os eventos que resistem a este teste não são considerados isócronos, mas o diacronismo potencial das suas distribuições individuais é, inversamente, relacionado com o seu espaçamento estratigráfico. Quanto mais perto estão os eventos homotaxiais no espaço estratigráfico, menos eles estão separados no tempo. Assim, um dos principais objectivos da investigação biostratigráfica deve ser o de fazer testes de homotaxia mais rigorosos aumentando a densidade de eventos. O esquema ilustrado nesta figura, que é um bom exemplo de uma interpretação alostratigráfica (unidades estratigráficas cartografáveis definidas e identificadas na base das descontinuidades que as limitam) dos depósitos aluviais e lacustres de uma bacia de tipo rifte, quer a bacia seja do Cretácico ou Neogénico, mostra que o conceito de homotaxia se pode aplicar, igualmente, às correlações litológicas, para designar o facto que estratos caracterizados por relações geométricas e posições semelhantes em diferentes sequências verticais independentemente da sua idade. De facto, neste corte geológico, os depósitos aluviais e lacustres podem ser incluídos numa única formação geológica, ou podem ser separados lateralmente em formações geológicas distintas na base dos contrastes de litologia (cascalho, argila). As mudanças de litologia são abruptas e acentuadas, tanto vertical como lateralmente. A homotaxia não implica, necessariamente, um sincronismo dos depósitos. Os depósitos aluviais e lacustres, por exemplo, podem ser incluídos numa única formação geológica ou ser separados, lateralmente, em formações distintas, na base das relações geométricas ou na base dos seus fósseis. Contudo, quatro unidades alostratigráficas, cada uma incluindo duas ou três fácies, podem ser definidas com base nas descontinuidades lateralmente cartografáveis. Como se pode constatar no autotraço de um detalhe de uma linha sísmica regional do Indus, é evidente a similaridade e o diacronismo dos cones submarinos de talude (estruturas em asas de gaivota de P. Vail) constituem, globalmente, um bom exemplo de homotaxia.
Horizonte (geológico, sísmico)...........................................................................................................................................................................................................Horizon
Horizon (géologique, sismique) / Horizonte (geológico, sísmico) / Horizont (geologischen, seismischen) / 地平线(地质,地震) / Горизонт (геологический, сейсмический) / Orizzonte (geologico, sismico) /
Camada ou um conjunto de camadas com uma composição particular e fósseis característicos, que permitem de lhe dar uma idade relativa. Nas linhas sísmicas, um horizonte é um reflector, mais ou menos, contínuo, que sublinha uma interface entre dois intervalos estratigráficos com impedâncias acústicas diferentes (produto da velocidade das ondas sísmicas através um intervalo pela densidade do mesmo).
Ver: « Reflexão Sísmica »
&
« Secção Geológica »
&
« Camada de Referência »
Figura 362 (Horizonte, geológico, sísmico) - Estes esquemas ilustram, em profundidade e em tempo, um dos mecanismos básicos da sísmica de reflexão, o qual nunca deve ser esquecido quando os geocientistas interpretam as linhas sísmicas em termos geológicos. À esquerda, no esquema “Profundidade” pode ver-se a fonte de energia, a profundidade de um reflector (interface entre dois intervalos sedimentares), o receptor (geofone) e trajecto das ondas sísmicas, materializado pelo trajecto de um raio, enquanto que no esquema “Tempo” se encontra resposta em tempo. O tempo gasto por uma onda é igual a duas vezes a profundidade do reflector, ou seja, ida e volta (ida = fonte / reflector e volta = reflector / geofone) a dividir pela velocidade das ondas no meio considerado. A resposta em profundidade é dada pela profundidade do reflector em tempo multiplicada pela velocidade das ondas sísmicas dentro do intervalo sedimentar sobrejacente ao reflector. No esquema da direita “Comprimento de Onda”, está ilustrada uma comparação entre (A) um ciclo de uma onda sísmica de 30 Hz (*), num meio de velocidade 1 832 m/s (60 Hz com 3 500 m/s), (B) altura dos edifícios de uma cidade e (C) a coluna estratigráfica atravessada por um poço de pesquisa numa área onde foi encontrado uma acumulação económica de hidrocarbonetos, ou seja, um campo petrolífero. Um ciclo de uma onda sísmica normal é, quase sempre, inferior a um prédio de 50 m de altura. Quando um geocientista propõe, numa tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica, corpos geológicos de pequeno tamanho como, o preenchimento de um vale cavado, uma barra de meandro, etc., ele têm, imperativamente, que tomar em linha conta as escalas e a resolução das linhas sísmica. A resolução sísmica vertical, que corresponde à distância vertical mínima entre duas interfaces, necessária para que uma reflexão simples possa ser observada, raramente, é inferior a 50 m. Ela é controlada, principalmente, pelo comprimento de onda do sinal sísmico. À medida que a espessura de um intervalo se aproxima de um quarto de comprimento de onda, a interferência construtiva produz uma acumulação de amplitude conhecida como o efeito de sintonização, cuja espessura é, geralmente, considerada como o limite de resolução ou da separabilidade como dizem certos geocientistas. Como o comprimento de onda é igual à velocidade dividida pela frequência, um quarto de comprimento de onda representa cerca de 7 m para intervalos pouco profundos com uma velocidade de, mais ou menos, 1 828 m/s, para uma onduleta (“wavelet” dos geocientistas de língua inglesa, que é uma função capaz de decompor e descrever ou de representar outra função, originalmente, descrita em tempo, de forma a que s e possa analisar esta outra função em diferentes escalas de frequência e de tempo) de 60 Hz ou de, mais ou menos, 76 metros para intervalos profundos com uma velocidade de 4 500 m/s e uma onduleta de 15 Hz. A resolução diminui com a profundidade porque a velocidade aumenta e frequência diminui. A resolução sísmica lateral é determinada pelo raio da zona de Fresnel a qual depende do comprimento de onda da onduleta (pulso acústico) e da profundidade do reflector. De facto, As ondas sísmicas que dão origem a um evento de reflexão são reflectidas a partir de uma área bastante grande, aproximadamente circular da interface reflectora conhecida como a primeira zona de Fresnel. Reflexões desta zona chegam a um geofone para interferir construtivamente. O raio desta zona é muitas vezes tomado como a resolução horizontal para dados sísmicos não migrados. Para uma onduleta de 60 Hz a 1706metros / segundo, este raio seria de cerca de 152 metros a uma profundidade de 1 524 metros. O tamanho da zona de Fresnel, também, aumenta rapidamente com a profundidade. Como a migração colapsa zona de Fresnel, esta medida de resolução não é apropriada para os dados sísmicos migrados que são, actualmente, os mais usados para as tentativas de interpretação geológica das linhas sísmicas. Em princípio, depois da migração, a resolução horizontal é reduzida para traçar o espaçamento. Todavia, o ruído (mancha de migração de certos geocientistas), muitas vezes, torna-se um factor que ,pode reduzir de maneira significativa, a resolução. Outros factores podem contribuir para limitar a resolução lateral como, por exemplo, são a incerteza da velocidade de intervalo, a completude matemática do algoritmo de migração e amostragem espacial (intervalo entre os geofones).
(*) Unidade derivada de frequência do sistema internacional (SI), que é equivalente a um evento por segundo (s-1 ou 1 / s) e está ligado à velocidade (v) e o comprimento de onda (λ) pela relação: f = v/λ.