Sinforma...................................................................................................................................................................................................................................................................Synform

Sinforma / Sinforma / Synform (Geometrie) / Synform(几何)/ Синформа / Synform (geometria) /

Estrutura de forma côncava, semelhante a um sinclinal, isto é, na qual as camadas mergulham para o centro, mas induzida por um regime tectónico (regional ou local) extensivo. Contrariamente a um sinclinal, uma sinforma desenvolve-se durante regimes tectónicos em extensão, o que quer dizer, que as sinformas alongam os sedimentos, enquanto que os sinclinais os encurtam.

Ver: « Lei de Goguel »
&
« Levantamento Tectónico »
&
« Teoria da Tectónica das Placas »

Figura 596 (Sinforma) - O offshore de Angola e particularmente o offshore norte de Angola corresponde a sobreposição de várias bacias da classificação das bacias sedimentares de Bally e Snelson (1980). Nas linhas sísmicas regionais é fácil reconhecer, de baixo para cima: (i) Um soco que, muitas vezes, corresponde a uma cadeia de montanhas dobradas aplanada de idade Paleozóico ; (ii) Bacias de tipo rifte, de idade Jurássico Terminal / Cretácico Inicial, que alongaram a litosfera do pequeno supercontinente Gondwana antes da sua ruptura ; (iii) Uma margem divergente de tipo Atlântico, cuja coluna sedimentar pode ser dividida em dois grandes intervalos tectónico sedimentares: (i) Fase transgressiva de geometria globalmente retrogradante e (ii) Fase regressiva, que fossiliza a fase transgressiva e que trem uma geometria progradante. Certos geocientistas, tendo em conta o importante depósito de uma camada de sal (*) (evaporitos) na margem divergente consideram dois grandes intervales sedimentares: a) Intervalo infrassalífero e b) Intervalo suprassalífero. Estes dois intervalos reconhecem-se, facilmente, nos dados sísmicos, uma vez que a presença do intervalo salífero cria uma desarmonia tectónica. Os sedimentos do intervalo suprassalífero são deformados pela halocinese e pela tectónica en jangadas (induzida pela gravidade e pelo sal), enquanto que os sedimentos infrassalíferos são, mais ou menos, indeformados. Assim, nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de um detalhe de uma linha sísmica deste offshore, é fácil de constatar que estruturas sinformas estão associados com a halocinese (tectónica salífera sem vector tectónico). Elas formaram-se à medida que o sal se escoou lateral e verticalmente. De facto, quando o sal flui, o escoamento cria um vazio, o qual é preenchido pelos sedimentos já depositados ou por sedimentos síncronos do escoamento. Como dizem muitos geocientistas, a natureza tem horror do vazio. O preenchimento do espaço vazio faz-se por alargamento dos sedimento sobrejacente o qual só se pode fazer por falhas normais. A maior parte das vezes, como é o caso nesta tentativa, as falhas normais não são visíveis porque os seus saltos são muito pequenos e inferiores à resolução sísmica. Todavia, essas falhas normais são, perfeitamente, visíveis nas diagrafias de inclinação e, sobretudo, nos testemunhos de sondagem. É importante notar, que neste autotraço particular, a geometria das sinformas foi, mais tarde, ligeiramente deformada, uma vez que durante o Pliocénico, os sedimentos foram encurtados por um regime tectónico compressivo (constrangimento pelas dorsais oceânicas), como os biséis de agradação, na parte superior (acima dos bulbos salíferos), o sugerem. Esta deformação não tem nada a vez com o levantamento (alongamento e não encurtamento) que a parte proximal deste offshore sofreu, durante o Terciário Tardio, e que é bem visível na tentativa de interpretação de linha sísmica agregada, ilustrada no canto superior direito desta figura. O constrangimento (**) pelas dorsais oceânicas contribuiu à formação das suturas salíferas verticais (suturas de 2a ordem), que separam o sal autóctone do alóctone, embora o mecanismo principal tenha sido a diferença de densidade entre o sal e os sedimentos. Os sedimentos compactam-se à medida que se enterram, o que aumenta a sua densidade. O sal não se compacta. A densidade do sal é, mais ou menos, constante em profundidade (2,15-2,17 função do teor em magnésio). Um domo salífero com paredes verticais (geometria cilíndrica) é uma impossibilidade física. Existe um nível de inversão, acima do qual o sal é mais denso do que os sedimentos. Acima desse ponto (ponto de inversão), o sal exerce uma pressão que não é compensada pela pressão dos sedimentos. Debaixo do ponto de inversão, é o contrário, a pressão que os sedimentos exercem contra o sal não é compensada pela pressão que o sal exerce contra os sedimentos e por isso o sal desliga-se formando uma estrutura salífera com a geometria de uma gota. A desconexão da gota salífera (sal alóctone) pode ser total ou não da rocha-mãe salífera (não confundir com rocha-mãe do petróleo) que é o horizonte salífero autóctone.

(*) A salmoura dos evaporitos foi enriquecida em potássio pela presença de lavas subaéreas, depositadas imediatamente depois da ruptura da litosfera, no fundo do mar. Efectivamente, a espilitização do basalto do vulcanismo subaéreo é, provavelmente, a origem da formação dos evaporitos ricos em potássio e pobres em MgSO4 que constituem o intervalo salífero do offshore de Angola.

(**) Constrangimento pelas dorsais oceânicas e placas litosféricas descendentes são termos informais utilizados na literatura da Tectónica de Placas. Estas expressões designam as forças horizontais associadas: (i) À compressão horizontal resultante das diferenças de elevação entre o centro de expansão (alastramento) oceânico e o fundo oceânico e (ii) Aos efeitos de tensão de uma placa litosférica oceânica originados pelo movimento descendente ao longo de uma zona de subducção de Benioff (subducção de tipo-B).

Sintema.......................................................................................................................................................................................................................................................................Synthem

Synthème / Sintema / Synthem (chronostratigraphischen Einheit) / 构造层 / Синтема / Sintema (unità cronostratigrafica) /

Intervalo discordante ou seja intervalo sedimentar limitado entre duas discordâncias de tipo I ou de tipo II. É importante não confundir um intervalo estratigráfico discordante com um ciclo estratigráfico dito ciclo sequência, uma vez que um ciclo sequência é limitado por discordâncias e pelas suas paraconformidades correlativas (em água profunda).

Ver: « Ciclo Sequência »
&
« Discordância do Tipo I »
&
« Rebordo da Bacia »

Figura 597 (Sintema) - Contrariamente a um ciclo sequência, que é um intervalo sedimentar, depositado em associação com um ciclo eustático de 3a ordem, cuja duração varia entre 0,5 e 3-5 My, limitado entre duas superfícies de erosão (chamadas pelos geocientistas discordâncias) que, para além do rebordo continental (quer ele seja rebordo da bacia ou não), nas partes mais profundas da bacia, se transformam em paraconformidades correlativa com as discordâncias, um intervalo estratigráfico discordante ou sintema, em geral, só se pode identificar no talude continental superior e a montante do rebordo da bacia, onde, teoricamente pode haver erosão. De facto, a erosão, induzida pelas descidas do nível do mar relativo é, muitas vezes, apenas, materializada pelos preenchimentos de canhões submarinos (biséis de agradação e biséis de truncatura, no talude continental superior), e pelo preenchimento de vales cavados a montante do rebordo continental (quando a bacia, ao nível de um ciclo sequência tem uma plataforma continental. Tome nota que o nível do mar relativo é o nível do mar local, referenciado a qualquer ponto da superfície terrestre, que ele seja o fundo do mar ou a base dos sedimentos (topo da crusta continental) e que é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático (nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite, que é dependente (i) Tectonicoeustasia, (ii) Glacioeustasia, (iii) Geoidaleustasia e (iv) Aumento estérico do nível do mar ou dilatação térmica dos oceanos) e da tectónica ( subsidência ou levantamento do findo do mar), Como, as unidade estratigráficas limitadas por discordâncias, os sintemas mais frequentes, provavelmente, são os limitados por discordâncias regionais e interregionais e por isso têm uma espessura importante (comparável à dos subciclos estratigráficos de invasão continental). Isto quer dizer, que o termo sintema é recomendado para tais unidades. Ele é muito útil nas bacias cratónicas, onde a coluna estratigráfica é, fundamentalmente, constituída por intervalos depositados sob uma lâmina de água, relativamente, pouco profunda (a montante do rebordo da bacia). O termo intertema foi proposto, por certos geocientistas, para designar pequenas unidades estratigráficas limitadas por discordâncias mais locais, com uma espessura e intervalo de tempo equivalentes às formações e andares geológicos. Os prefixos "sub" e "super" podem, eventualmente, ser utilizados para hierarquias superiores. O offshore sul da Ilha aos Ursos (Bjørnøya (*)), o qual é constituído pela sobreposição de diferentes bacias sedimentares da classificação de Bally e Snelson (1980) que, debaixo para cima a bacia, são: (i) Soco ou cadeia de montanhas dobradas do Paleozóico, (ii) Bacias de tipo rifte que precedem a ruptura da litosfera do supercontinente associado e (iii) Uma margem divergente de tipo Atlantico. Nesta tentativa de interpretação de um autotraço de uma linha sísmica deste offshore, a bacia de tipo rifte, entre o substrato (cadeia de montanhas dobradas do Paleozóico) e a margem divergente, que é limitada por duas discordâncias (discordância superior é, nitidamente, angular, o que quer dizer que ela foi reforçada pela tectónica) e, por conseguinte, pode dizer-se que esta bacia forma um sintema. Como a grande maioria dos sedimentos que formam esta e outras bacia de tipo-rifte são não marinhos, pequenas desarmonias internas permitem, muitas vezes, como é o caso nesta tentativa de interpretação, subdividir o sintema em subsintemas. Esta interpretação geológica corrobora a conjectura, muitas vezes admitida, a priori, que a extensão do supercontinente, provavelmente, induzida por uma anomalia térmica (subsidência diferencial) termina com a ruptura da litosfera. Na realidade, a grande maioria das falhas normais, responsáveis do alargamento da litosfera, e da formação das bacias de tipo rifte, não se prolongam para margem divergente, salvo, quando localmente forma reactivadas, como é o caso da falha que borda esta bacia de tipo-rifte. Isto quer dizer, que a subsidência térmica criada pelo resfriamento e colapso da anomalia térmica e responsável da formação da maior parte do espaço disponível durante a margem divergente, começou quando a subsidência diferencial parou. Todavia, como a discordância da ruptura do supercontinente foi reforçada pela tectónica (biséis por truncatura dos sedimentos subjacentes à discordância), um encurtamento do substrato da margem (soco, cintura dobrada do Paleozóico e bacias de tipo rifte) deve ter ocorrido entre o período de subsidência diferencial e térmica.

(*) A Ilha aos Ursos (Bjørnøya), faz parte do arquipélago de Svalbard (Noruega) localizado no limite do Oceano Ártico e do Oceano Atlântico, entre a Groenlândia a Oeste, e o arquipélago de Franz Josef a Este e A Europa continental ao sul, cujos afloramentos de camadas geológicas e os fósseis que elas contêm proporcionar uma melhor compreensão das placas tectónicas. Como a ilha de Spitzberg, que é a maior do arquipélago, Bjørnøya é, também, povoada.

Sismostratigrafia...............................................................................................................................................................................................Sismostratigraphy

Sismostratigraphie / Sismostratigrafía / Seismische Stratigraphie / 地震地层学 / Сейсмостратиграфия / Stratigrafia sismica /

Estratigrafia feita a partir dos dados sísmicos, quer isto dizer, o estudo da sucessão dos depósitos sedimentares que, geralmente, se depositam em estratos ou camadas, pela análise da propagação das ondas sísmicas criadas por explosões, choques ou ultrassons nas camadas superficiais da crusta terrestre (onshore ou offshore). Tendo em linha de conta a resolução dos dados sísmicos (em geral, de sísmica de reflexão), é evidente que um reflector corresponde a uma interface entre grupos de camadas e não a planos de estratificação, como é o caso na estratigrafia convencional (de campo), na qual a escala é 1:1 (escala natural).

Ver: « Estrato »

Sistema...............................................................................................................................................................................................................................................................................System

Système / Sistema / System / 系统 / Система / Sistema /

Conjunto de elementos interconectados de maneira a formar um todo organizado. Os sistemas se encontram em várias disciplinas, como em biologia, medicina, geologia, geologia do petróleo, informática, administração, etc.

Ver: « Sistema de Deposição »
&
« Sistema (teoria) »
&
« Tempo Geológico »

Figura 598 (Sistema) - O termo sistema vem do grego onde ele significa "combinar", "ajustar", "formar um conjunto". Todo o sistema, quer ele seja geológico, petrolífero, ou outro, tem um objectivo geral a ser atingido. Um sistema é um conjunto de órgãos funcionais, componentes, entidades, partes ou elementos e as relações entre eles. A integração entre esses componentes pode realizar-se por fluxo de informações, fluxo de matéria, fluxo de energia, etc. A boa integração dos componentes de um sistema é a sinergia, que determina que as transformações ocorridas em uma das partes influenciará todas as outras. A alta sinergia de um sistema faz com que seja possível que ele cumpra a sua finalidade e atingia seu objectivo com eficiência. Um sistema é mais do que a simples soma das suas partes. O método cartesiano (estudo individual das partes para compreender o todo) não funciona, particularmente, na geologia do petróleo. Nesta figura está ilustrado um dos muitos quadros de estudo de um sistema petrolífero (relação genética entre uma rocha-mãe e uma acumulação de petróleo), com uma análise do risco, um cálculo das probabilidades de sucesso (geológico não económico) e um cálculo das reservas em Mínimo (5% da probabilidade cumulativa), Moda ou mais provável (ponto de inflexão da curva de probabilidade cumulativa) e Máximo (90-95% probabilidade cumulativa). Um sistema petrolífero é constituído por três subsistemas: (i) Subsistema Gerador ; (ii) Subsistema Migração Armazenamento e (iii) Subsistema Preservação, nos quais diferentes parâmetros petrolíferos devem ser considerados: (a) Rocha-mãe ; (b) Rocha-reservatório ; (c) Rocha-de-cobertura (lateral e vertical) ; (d) Maturação da matéria orgânica ; (e) Migração ; (f) Armadilha ; (g) Preservação (*), etc. É a interacção entre todos estes parâmetros que pode criar um sistema petrolífero, o qual pode ser: (i) Sistema Conhecido, simbolizado por por um sinal de afirmação (!), quando, na base de informações geoquímicas, se define uma correlação positiva entre uma rocha geradora (rocha-mãe) e o petróleo en encontrado ; (ii) Sistema Hipotético, simbolizado por um ponto (.), quando se identificou uma rocha-mãe, porém não se tem informações, em particular geoquímicas, para correlacionar tal rocha-mãe com o petróleo encontrado e : (iii) Sistema Especulativo, simbolizado por um ponto de interrogação (?), quando a presença de uma rocha-mãe ou um jazigo de petróleo estão definidos por evidência geológica e geofísica. Não confunda sistema, que é um todo formado por várias partes interconetadas, com teoria. Uma teoria é um conjunto coerente de hipóteses testadas (palpites ou conjecturas, que pode ser refutados, mas nunca verificadas) por evidência e raciocínio, que tem um grande poder explicativo, o que quer dizer, que uma teoria é um conjunto des hipóteses interconetadas baseadas em evidência ou observações, em raciocínio ou lógica, coerentes e internamente consistentes. Uma abordagem científica dos sistemas petrolíferos é uma abordagem holística, na qual, o Todo (sistema) é mais do que a soma das partes (parâmetros petrolíferos), o que quer dizer que estudos das características dos parâmetros petrolíferos, raramente permite reconhecer as características do sistema que eles compõem. A teoria dos sistemas diz que os sistemas abertos aqueles que sofrem interações com o ambiente onde estão inseridos. Desta forma, a interação gera realimentações que podem ser positivas ou negativas, criando assim uma auto regulação regenerativa, que por sua vez cria novas propriedades que podem ser benéficas ou maléficas para o todo independente das partes. Toda organização é um sistema aberto, assim como todo sistema petrolífero. O sistemas fechados são aqueles que não sofrem influência do meio ambiente no qual estão inseridos, de tal forma que ele se alimenta dele mesmo. A entropia apenas se mantém constante nos sistemas fechados. Assim como é possível tentar entender o funcionamento de um carro só olhando as suas partes separadamente, o observador talvez não consiga compreender o que é um carro só olhando suas peças. O mesmo se passa num sistema petrolífero. É preciso entender de que forma as diferentes partes do sistema interagem. Essa interação dos elementos do sistema é chamada de sinergia. A entropia de um sistema pode ser considerada é a desordem ou ausência de sinergia. Um sistema pára de funcionar, adequadamente, quando ocorre entropia interna. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_geral_de_sistemas)

(*) O tempo de preservação começa imediatamente a seguir ao processo de formação-migração- acumulação e prolonga-se até hoje. Ele compreende todas as mudanças nas acumulações durante esse período. Durante o tempo de preservação, pode acontecer uma remigração, degradação física e biológica, ou uma completa destruição do petróleo. O petróleo remigrado (migração terciária) durante o tempo de preservação pode acumular-se em rochas-reservatório formadas após a formação do sistema petrolífero. A intensidade da actividade tectónica condiciona a preservação das rochas-reservatório iniciais ou a existência de remigrações. Se as acumulações forem destruídas ao longo do tempo de preservação, obviamente, o sistema petrolífero deixa de existir. (http://geomuseu.ist.utl.pt/GSP2009/Introdu%E7%E3o%20GSP/GSP% 20defini%E7%F5es%20PT1A.pdf).

Sistema (teoria)......................................................................................................................................................................................................................................................System

Système (théorie) / Sistema (teoría) / Systemtheorie /系统理论 / Система (теория) / Teoria dei Sistemi /

Conjunto de entidades interactivas e interdependentes, reais ou abstractas, que formam um todo.

Ver: « Sistema de Deposição »
&
« Sistema (Teoria) »
&
« Tempo Geológico »

Figura 599 (Sistema, teoria) - Muitos dos geocientistas que usam a Estratigrafia Sequencial utilizam uma metodologia analítica ou reducionista, que se baseia, principalmente, na concepção mecânica da natureza e do homem (Descartes), ou seja, na concepção de que tudo e todos podem ser divididos em partes cada vez mais pequenas que podem ser analisadas e estudadas separadamente. Eles seguem o antigo paradigma analítico cartesiano com o qual a ciência ocidental progrediu muito, quer isto dizer: "O Todo é igual à soma das Partes". Alguns geocientistas ainda acreditam que em certos sistemas geológicos complexos, como a Tectónica, Paleontologia, Estratigrafia, etc., o comportamento do "todo" pode ser compreendido a partir do estudo das "partes". Eles pensam, que é possível compreender (não confundir com descrever) o preenchimento de uma bacia sedimentar fazendo apenas estudos analíticos dos intervalos sedimentares (que eles sejam ciclos de invasão continental, subciclos de invasão continental ou ciclos sequência). Eles trabalham por indução e tentam progredir do particular para o geral, isto é, das "partes" para o "todo", rejeitando a hipótese de que a "Teoria precede a Observação" (K. Popper). Contudo, a grande maioria dos geocientistas sabe que o grande choque científico do século passado foi a introdução dos sistemas, que não podem ser compreendidos por análise. Numa abordagem sistémica os conceitos fundamentais são: (i) Entropia (todo sistema sofre deterioração mais ou menos importante) ; (ii) Sintropia, também designada Negentropia ou Entropia Negativa (para que o sistema continue a existir, ele tem que desenvolver forças contrárias à entropia ; (iii) Homeostase (capacidade do sistema manter o equilíbrio) ; (iv) Heterostase (desde que há uma ação imprópria ou desgaste do sistema, ele tende a se equilibrar) O método holístico ou contextual (ou método sistémico), e a maneira de pensar global, que implica que as propriedades das partes de um todo não são intrínsecas e que o “Todo” é mais do que a soma das “Partes”, estão encontrando, indubitavelmente, uma aceitação crescente na comunidade científica. Na geologia do petróleo, por exemplo, fala-se de sistema petrolífero, que é uma relação genética entre uma rocha-mãe e uma acumulação de hidrocarbonetos. Um sistema petrolífero (“Todo”), como ilustrado acima, é constituído por vários subssistemas : (i) Subsistema Gerador ; (ii) Subsistema Armadilha / Migração (*); (iii) Subsistema Preservação (engloba as mudanças nas acumulações durante o período de preservação, como remigrações, degradações físicas e biológicas ou uma destruição completa dos hidrocarbonetos), etc. Todavia, o sistema petrolífero é muito mais do que uma simples adição dos subsistemas gerador, armadilha /migração e outros. Numa bacia sedimentar se não existir um desses subsistemas, a presença de um sistema petrolífero é impossível. Na pesquiza petrolífera, não vale a pena começar a gastar dinheiro em sísmica se, por exemplo, os geocientistas não reconheceram na coluna estratigráfica da bacia um ou vários intervalos sedimentares ricos em matéria orgânica, isto é, uma ou várias rochas-mãe potenciais, que podem formar subsistemas geradores se elas estiverem ou tenham sido, suficientemente, enterradas. Na realidade, a probabilidade de encontrar um sistema petrolífero (isto é o “Todo”), que ele seja (i) Conhecido (!), quando, na base de informações geoquímicas, se define uma correlação positiva entre uma rocha geradora (rocha-mãe) e o petróleo en encontrado ; (ii) Hipotético (.), quando se identificou uma rocha-mãe, porém não se tem informações, em particular geoquímicas, para correlacionar tal rocha-mãe com o petróleo encontrado ou : (iii) Especulativo (?), quando a presença de uma rocha-mãe ou um jazigo de petróleo estão definidos por evidência geológica e geofísica, é o produto da probabilidade de presença dos parâmetros petrolíferos (isto é as “partes”), principalmente, da rocha-mãe, rocha-reservatório, migração (idade da migração em relação à idade da armadilha) e preservação. Se a probabilidade de presença de um destes parâmetros é zero, a probabilidade de presença do sistema petrolífero será zero.

(*) A migração dos hidrocarbonetos através da rocha-mãe é chamada migração primária (não esqueça que transformação do cerogénio em petróleo produz um aumento de pressão na rocha uma vez que o volume ocupado pelo petróleo é maior do que o volume ocupado pelo cerogénio). A migração dos hidrocarbonetos da rocha-mãe para a rocha-reservatório é chamada de migração secundária, cujo mecanismo deriva da pressão dos fluidos do hidrocarbonetos em relação à água presente nos poros da rocha-reservatório. A migração secundária cessa quando a pressão capilar do rocha-reservatório excede a força de pressão na direção das camadas superiores. A migração dos hidrocarbonetos durante uma remigração é uma migração terciária. Os hidrocarbonetos migram, sobretudo, através das fracturas, falhas, rochas com porosidade até encontrarem uma armadilha.

Sistema Deltaico.......................................................................................................................................................................................................... Deltaic System

Système deltaïque / Sistema deltaico / Deltaischen System / 三角洲系统 / Дельтовая система / Sistema deltizio /

Um dos muitos sistemas de deposição não marinha localizados próximo da linha da costa, e directamente influenciados pelas variações relativas do nível do mar, as quais são o principal factor da ciclicidade dos depósitos parálicos: (i) Sistemas Fluviais Baixos ; (ii) Sistemas Eólicos ; (iii) Sistemas Deltaicos (certas partes) ; (iv) Sistemas Litorais (cordões litorais) ; (v) Sistemas de Praia (certos sistemas). Os depósitos litorais e as área localizadas acima do limite máximo da maré alta são considerados como ambientes não marinhos costeiros.

Ver: « Depósito Costeiro não-Marinho »

Sistema Deltaico-Aluvial............................................................................................................................................................Fan-Delta System

Système deltaïque-alluvial / Sistema deltaico-aluvial / Delta-alluvialen-System / 扇三角洲系统 - / Дельтово-аллювиальная система / Sistema delta-alluvionale /

Sistema sedimentar, geralmente antigo, depositado em bacias tectonicamente activas e construído, essencialmente, por sistemas de deltas aluviais e deltas rios dominados por inundações catastróficas. Estes sistemas e os elementos de deposição que os compõem, não podem ser descritos pelos modelos sedimentares correntes, ou seja, pelos: (i) Processos fluviais e deltaicos “normais” ; (ii) Litologias e (iii) Contextos geomorfológicos derivados do estudo do ambientes marinhos modernos (Mutti, 1996).

Ver: « Aluvial »
&
« Delta »
&
« Ambiente de Deposição »

Figura 600 (Sistema Deltaico Aluvial) - Geralmente, os sistemas deltaico aluviais progradam a partir de uma ruptura importante de uma linha cronostratigráfica, como o sopé de uma montanha, como está ilustrado nesta figura pelo modelo geológico proposto por E. Mutti para os sistemas deltaicos aluviais. Na simulação ilustrada na parte superior esquerda desta figura, os pequenos lóbulos de sedimentos formados, sob um lâmina de água muito pequena, nas margem de um cone sedimentar mais importante, comportam-se como um delta digitado e simulam um sistema deltaico aluvial. No modelo de Mutti, os lóbulos associados com as inundações que, normalmente, se diferenciam, facilmente, dos cones submarinos do talude (CSB), induzidos por correntes turbidíticas e depositados nas partes profunda da bacia, podem, em certos casos, ultrapassar, largamente, o rebordo da bacia (em condições geológicas de nível alto do mar). O sistema deltaico aluvial de Mutti desenvolve-se nos arredores do que P. Vail e Posamentier (1988) denominaram, na estratigrafia sequencial, a linha de baía. O conceito de linha de baía, foi definido na base da conjectura de que a deposição deltaica ocorre quando uma curso de água encontra um corpo de água, quase imóvel, e a velocidade da corrente de água diminui quase instantaneamente: (i) A planície costeira forma-se por processos de progradação do fundo do mar, mais do que por exumação ; (b) Os sedimentos que se acumulam na planície costeira durante a progradação (deslocamento para o mar) da linha da costa fazem parte do que se chama o prisma costeiro, o qual inclui depósitos fluviais e de água pouco profunda ; (c) O prisma costeiro tem a forma de cunha e prolonga-se para o continente por biséis de agradação costeiros sobre a topografia pré-existente ; (d) O limite a montante do prisma costeiro é a linha da baía, que pode deslocar-se rio acima quando a progradação da linha da costa é acompanhada de agradação (deposição vertical) ; (e) A linha de baía é o limite entre a planície costeira e a planície aluvial ; (f) A montante da linha da baía, as variações relativas do nível do mar não têm, praticamente, nenhuma influência nos sistemas de deposição. Certos geocientistas, consideram que a ideia de base de Posamentier e Vail, ou seja, que a deposição deltaica ocorre quando um curso de água encontra um corpo de água quase imóvel que controla o seu perfil de equilíbrio provisório, não é a linha de baía, mas a desembocadura da corrente, o que quer dizer que a cabeça ou ápice dos deltas, não é linha de baía mas a desembocadura ou foz da corrente). Assim, na terminologia da estratigrafia sequencial de P. Vail Em tais condições, a diferenciação entre os lóbulos deltaicos e os cones submarinos, quando possível é muito subtil. Mutti admite que nem sempre o depósito de cones submarinos, quer eles sejam de bacia ou de talude, se faz em condições geológicas de nível baixo do mar (nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia) em associação com uma descida significativa do nível do mar relativo (hipótese de P. Vail). O nível do mar pode ser de dois tipos: (i) Nível do mar relativo, que é o nível do mar local, referenciado a qualquer ponto fixo da superfície terrestre, que ele seja a base dos sedimentos ou o fundo do mar e (ii) Nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite. O nível do mar relativo é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático e da tectónica (subsidência ou levantamento). O nível do mar absoluto é o resultado da combinação da: i) Tectonicoeustasia que é controlada pela variação do volume das bacias oceânicas em associação com alastramento oceânico no seguimento da ruptura dos supercontinentes ; (ii) Glacioeustasia, que é controlada pela variação de volume de água dos oceanos função da quantidade de gelo (assumindo que a quantidade de água sob todas as suas formas é constante desde a formação da Terra, há cerca de 4,5 Ga) ; (iii) Geoidaleustasia que é controlada pela distribuição da água dos oceanos causada pelas variações do campo da gravidade terrestre (onde a gravidade é mais forte que o valor normal, o nível do mar é atirado para o centro da Terra) e (iv) Aumento estérico do nível do mar ou dilatação térmica dos oceanos, que é controlo pelo aumento da temperatura dos oceanos ( se a temperatura aumenta, a densidade da água diminui e, para uma massa constante, o volume aumenta). Durante as inundações a carga dos rios é tão grande, que quando eles entram no mar, eles podem induzir correntes de turbidíticas, que transportam para as partes profundas da bacias os sedimentos carregados pelas cheias e que são depositados como sistemas turbidíticos, desde que as correntes perdem a faculdade de os transportar. Quando em condições de nível baixo do mar (nível do mar mis baixo do que o rebordo da bacia), a linha de baía está próxima do rebordo continental (não confundir com o rebordo da bacia, embora eles possam ser coincidentes), é possível que um sistema deltaico aluvial possa entrar, directamente, no mar, em água profunda, e criar aquilo que muitos geocientistas chamam um delta aluvial ou delta tipo-Gilbert.

Sistema de Deposição.....................................................................................................................................................................Depositional System

Système de dépôt / Sistema de depositación / Ablagerungssystem / 沉积体系 / Система осадконакопления / Sistema deposizionale /

Conjunto tridimensional de litologias, geneticamente, ligadas por processos e ambientes sedimentares activos (modernos) ou inferidos (antigos). Um encadeamento lateral de sistemas de depósito contemporâneos forma um cortejo sedimentar. Os sistemas depósitos são usados para subdividir, correlacionar e mapear as rochas.

Ver: « Ambiente Sedimentar »
&
« Ciclo Sequência »
&
« Deposição (clásticos) »

Figura 601 (Sistema de Deposição) - Neste esquema, construído com o programa Marco Polo, estão representados três ciclos estratigráficos ditos ciclos sequência separados por discordâncias (superfícies de erosão), as quais são induzidas por descidas significativas do nível do mar relativo (nível do mar local, referenciado a qualquer ponto fixo da superfície terrestre que pode ser a base dos sedimentos ou o fundo do mar e que é o resultado da combinação do nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar global referenciado ao centro da Terra ou a um satélite e da tectónica, quer seja a subsidência ou o levantamento do fundo do mar), quer isto dizer, que puseram o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia. Cada um destes ciclos sequência foi induzido por um ciclo eustático de 3a ordem, que é caracterizado por um tempo de duração entre 3-5 My e limitado entre duas descidas consecutivas do nível do mar relativo. Por conseguinte, a diferencia de idade entre as duas discordâncias que limitam os ciclo sequências não pode ser superiores a 3-5 My (milhões de anos). Destes três ciclos sequência, apenas o ciclo sequência intermediário está completo. Um ciclo sequência completo é composto por vários grupos de cortejos sedimentares (associações laterais de sistemas de deposição síncronos e geneticamente associados, o que quer dizer, que se um sistema de deposição não se deposita, os outros, em geral, também não se depositam) de nível baixo do mar (CNB) e de nível alto do mar (CNA). No grupo de sistemas de deposição de nível baixo (CNB) existem três subgrupos: (i) Cones Submarinos de Bacia (CSB) ; (ii) Cones Submarinos de Talude (CST) e (iii) Prisma de Nível Baixo (PNB). No grupo de cortejos sedimentares de nível alto (CNA), existem dois subgrupos: (iv) Intervalo transgressivo (IT) e (v) Prisma de nível alto (PNA). Cada um destes subgrupos de cortejos sedimentares é constituído por um ou por uma sobreposição de cortejos sedimentares (sobretudo nas linhas sísmicas), que em geral, se depositam durante o período de estabilidade do nível do mar relativo que ocorre depois de cada subida do nível do mar relativo (ingressão marinha). Cada cortejos sedimentar formado por uma associação lateral de sistemas de deposição (litologia e fauna depositados num determinado ambiente sedimentar) geneticamente associados.Por outras palavras, os paraciclos sequência depositam-se entre dois paraciclos eustáticos consecutivos, entre os quais não há descida do nível do mar relativo, mas uma estabilidade do nível do mar. Durante um paraciclo eustático (acréscimo de ingressão marinha), a linha da costa desloca-se para o continente, ao mesmo tempo que a planície costeira é inundada, criando ou aumentando o espaço disponível para os sedimentos (acomodação) já existente. Isto quer dizer que durante um paraciclo eustático não há deposição. Ao contrário, pode haver (no caso de inundação da planície costeira) desenvolvimento de uma superfície de ravinamento sobre a topografia pré-existente. Durante o período de estabilidade do nível do mar relativo entre dois paraciclos eustáticos depositam-se um ou vários cortejos sedimentares, cuja geometria é sempre progradante uma vez, a grande maioria do acarreio sedimentar vem do continente. Nos sistemas de deposição clásticos, o cortejo sedimentar típico é um delta, o qual corresponde a uma associação lateral e síncrona de, em geral, quatro sistemas de deposição, que do continente para o mar, são: (a) Siltitos de planície deltaica ; (b) Areais de frente de delta ; (c) Argilitos de prodelta e (d) Argilitos e, por vezes, areias de natureza turbidítica (turbiditos proximais) e que formam três tipos de camadas deltaicas (superiores, inclinadas e inferiores). As camadas superiores, de geometria sub-horizontal, são formadas por sedimentos da planície deltaica e de frente de delta. As camadas inclinadas, inclinam para o mar e correspondem aos sedimentos do prodelta, enquanto que as camadas inferiores que são, mais ou menos, sub-horizontais são formadas por argilitos da base do prodelta, aos quais, por vezes, juntam areias turbidíticas depositadas em associação com deslizamentos das areias de frente de delta. Das camadas deltaicas, as mais importantes são, naturalmente, as camadas inclinadas que são as únicas sempre existem sempre em qualquer tipo de delta. Note que tendo em linha de conta a resolução sísmica, na sismostratigrafia (estratigrafia sequencial feita a partir das linhas sísmica), assim como no modelo geológico aqui ilustrado, raramente, um paraciclo sequência é constituído por um único cortejo sedimentar.

(*) Uma subida do nível do mar relativo ou uma ingressão marinha faz-se, em geral, por etapas ou seja por acréscimos separados por períodos de estabilidade durante os quais os sedimentos se depositam.

Sistema Eólico (deposição)......................................................................................................................................................................................Eolian system

Système éolien / Sistema eólico / Wind Systems / 风力发电系统 / Эоловая система / Sistema eolico /

Sistema de deposição que tem o vento, que é um pobre agente de erosão (mas é eficaz no transporte de areia solta, lodo e poeira), como principal agente geológico.

Ver: « Depósito Costeiro não Marinho »

Sistema Fluvial.......................................................................................................................................................................................................................Fluvial System

Système fluvial / Sistema fluvial / Fluss-System / 河流系统 / Речная система / Sistema fluviale /

Que se desenvolve a montante da linha de baía, com leques aluviais importantes. É importante não esquecer que não há consenso no limite jusante dos depósitos fluviais. Posamentier e Vail (1988) consideram a linha de baía como limite jusante, mas para Miall (1997), o conceito de linha de baía é muito questionável.

Ver: « Depósito Costeiro não Marinho »

Sistema Fluvial Baixo.................................................................................................................................................................Lower Fluvial System

Système fluvial inférieur / Sistema fluvial bajo / Niedrigere Flusssystem / 河流下游系统 / Нижняя речная система / Sistema fluviale inferiore /

Sistema fluvial localizado próxima da linha de baia. Todavia, é importante não esquecer que não há consenso no limite jusante dos depósitos fluviais. Posamentier e Vail (1988) consideram a linha de baía como limite jusante, mas para Miall (1997), o conceito de linha de baía é muito questionável.

Ver: « Linha de Baía »

Sistema Inferior de Nível Baixo (do mar)...........................................................................Lower Lowstand System

Système inférieur de bas niveau (de la mer) / Sistema inferior de nivel bajo (del mar) / System weniger Low-Level-(See) / 低水位沉积体系(海)/ Нижняя система низкого уровня моря / Sistema inferiore di basso livello (mare) /

Cones submarinos da bacia (CSB). O grupo de cortejos sedimentares de nível baixo (CNB) é composto de três subgrupo: (i) Superior, que é composto pelos preenchimentos dos vales cavados (Pvc), preenchimentos de canhões submarinos (Pc) e prisma de nível de nível baixo (PNB), com o qual por vezes estão associados turbiditos em telhado de ripas ; (ii) Médio, que é composto pelos cones submarinos do talude (CST) e (iii) Inferior, que é composto pelos cones submarinos da bacia (CSB) e contornitos (quando presentes).

Ver: « Cortejo de Nível Baixo »
&
« Cortejo Sedimentar »
&
« Nível Baixo (do mar) »

Figura 602 (Sistema Inferior de Nível Baixo, do mar) - O grupo de cortejos sedimentares de nível baixo do mar (CNB), que compõe um ciclo sequência, é formado por três subgrupos. De baixo para cima, eles são: (i) Cones submarinos de bacia (CSB), caracterizados por terem uma geometria agradante e limites abruptos, com os quais, muitas vezes, se podem encontrar contornitas (*), como ilustrado neste esquema ; (ii) Cones submarinos de talude (CST), que têm uma geometria ondulada (dita em asas de uma gaivota em voo), caracterizada por biséis de progradação em sentidos opostos, a qual é, muitas vezes, bem visível quando os diques marginais naturais turbidíticos são bem desenvolvidos e (iii) Prisma de nível baixo (PNB), que é constituído por um conjunto de cortejos sedimentares com uma geometria progradante e biséis de agradação e biséis somitais (ou de truncaturas) na parte superior. Os cones submarinos de bacia (CSB) depositam-se durante as descidas significativas s do nível de mar relativo (nível do mar local, referenciado a qualquer ponto fixo da superfície terrestre que pode ser a base dos sedimentos ou o fundo do mar e que é o resultado da combinação do nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar global referenciado ao centro da Terra ou a um satélite e da tectónica, quer seja uma subsidência ou o levantamento do fundo do mar em função do regime tectónico predominante). Eles pertencem ao único subgrupo de cortejos sedimentares que se deposita sem aumento da acomodação, isto é, sem aumento de espaço disponível para os sedimentos. Os cones submarinos de talude (CST) depositam-se quando o nível do mar relativo, depois de atingir o ponto mais baixo da curva das variações do nível do mar relativo, começa a subir. Os cortejos sedimentares que formam o prisma de nível baixo (PNB) depositam quando o nível do mar relativo sobe (em aceleração), antes de atingir o ponto de inflexão da curva das variações do nível do mar relativo. Dentro de um ciclo sequência, em condições geológicas de nível baixo, a bacia sedimentar não tem plataforma continental, uma vez, que o nível do mar está mais baixo do que o rebordo da bacia, que é o último rebordo continental da bacia do do ciclo sequência subjacente. Durante o depósito do prisma de nível baixo (PNB), a linha da costa corresponde, mais ou menos, ao rebordo continental, como ilustrado acima, mas este rebordo não é o rebordo da bacia. Os sistema de depósitos que formam o prisma de nível baixo são de água pouco profunda (planície costeira) e de água profunda (argilitos de prodelta ou de talude continental). Grandes edifícios deltaicos podem depositar-se em condições geológicas de nível baixo do mar (nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia), o que quer dizer que condições geológicas de nível alto ou baixo (do mar) não tem nada a ver com a profundidade de água de deposição. O rebordo externo do prisma de nível baixo (PNB) coincide, mais ou menos, com a ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição, a qual não está longe do rebordo continental, um vez que bacia, ao nível dos ciclos sequência, não tem plataforma. Todos os sistemas de nível do baixo são localizados a jusante do rebordo da bacia (último rebordo continental do ciclo sequência precedente), excepto os preenchimentos de vales cavados (Pvc), que depositam durante a fase terminal do prisma de nível baixo, não obstante que a formação do vale cavado seja contemporânea da formação da discordância da base do ciclo sequência (mais ou menos a idade de deposição dos cones submarinos de bacia). Desde que uma ingressão marinha em aceleração (mais importante que a precedente) inunda a planície costeira do prisma de nível baixo e desloca para o continente a linha da costa, ao mesmo tempo que ela desenvolve uma superfície de ravinamento na topografia pré-existente. A bacia passa a ter uma plataforma continental e o rebordo do prisma de nível baixo passa a ser o novo rebordo da bacia. Durante o período de estabilidade do nível do mar que ocorre depois a ingressão marinha, a linha da costa começa a deslocar-se para o mar à medida que se inicia o depósito do intervalo transgressivo (IT). Nos detalhes do autotraço de uma linha sísmica do Mar do Norte, ilustrado nesta figura, podem reconhecer-se os cones submarinos de bacia (CSB) e as contornitas associadas que são o resultado da erosão dos cones submarinos por correntes de contorno.

(*) Depósitos de água profunda associados com os cones submarinos de bacia e, geneticamente, induzidos por correntes de contorno criadas pela força de Coriolis. Litologicamente, os contornitos são formados por pacotes espessos de areia fina (sem matriz argilosa), com geometria progradante e uma inclinação ascendente (biséis superiores ascendentes). Certos geocientistas, como Bouma, chamaram contornitos às estruturas de mar profundo (canais preenchidos por um aporte lateral), encontradas no fliche da Suíça, as quais são caracterizadas por uma abundância significativa de minerais pesados, como por exemplo zircão, allanite, etc.

Sistema Médio de Nível Baixo (do mar)...................................................................................Lower Lowstand System

Système Moyen de bas niveau (de la mer) / Sistema médio de nivel bajo (del mar) / Durchschnittliche System-Low Level (Sea) / 均线系统低电平(海)/ Средняя система низкого уровня (море) / Sistema di medio basso livello (mare) /

Cones submarinos de talude (CST). O grupo de cortejos sedimentares de nível baixo (CNB) é composto de três subgrupo: (i) Superior, que é composto pelos preenchimentos dos vales cavados (Pvc), preenchimentos de canhões submarinos (Pc) e prisma de nível de nível baixo (PNB), com o qual por vezes estão associados turbiditos em telhado de ripas ; (ii) Médio, que é composto pelos cones submarinos do talude (CST) e (iii) Inferior, que é composto pelos cones submarinos da bacia (CSB) e contornitos (quando presentes).

Ver: « Sistema inferior de nível baixo »

Sistema Superior de Nível Baixo (do mar)........................................................................Upper Lowstand System

Système Supérieur de bas niveau (de la mer) / Sistema inferior de nivel bajo (del mar) / Superior-System Low Level (Sea) / 高级系统低电平(海)/ НУлучшенный уровень системы Low (море) / Sistema di basso livello superiore (mare) /

Preenchimentos de vales cavados (Pcv), preenchimentos de canhões submarinos (Pc) e Prisma de nível baixo. O grupo de cortejos sedimentares de nível baixo (CNB) é composto de três subgrupo: (i) Superior, que é composto pelos preenchimentos dos vales cavados (Pvc), preenchimentos de canhões submarinos (Pc) e prisma de nível de nível baixo (PNB), com o qual por vezes estão associados turbiditos em telhado de ripas ; (ii) Médio, que é composto pelos cones submarinos do talude (CST) e (iii) Inferior, que é composto pelos cones submarinos da bacia (CSB) e contornitos (quando presentes).

Ver: « Sistema inferior de nível baixo »

Sistema Litoral (deposição)..............................................................................................................................................................................Littoral System

Système littoral / Sistema litoral (depositación) / Litoralen System / 滨海系统 / Прибрежная система / Sistema di Litorale /

Sistema de deposição entre as dunas e a linha de ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição. É um dos vários sistemas de deposição não marinha: (i) Sistemas Fluviais Baixos ; (ii) Sistemas Eólicos : (iii) Sistemas Deltaicos (certas partes), (iv) Sistemas Litorais (cordões litorais) ; (v) Sistemas de Praia (certos sistemas). Como todos estes sistemas de deposição estão localizados próximo da linha da costa, eles são, directamente, influenciados pelas variações relativas do nível do mar, as quais são o principal factor da ciclicidade dos depósitos parálicos.

Ver: « Depósito Costeiro não-Marinho »

Sistema Misto (deposição)..........................................................................................................................................................................................Mixed System

Système mixte / Sistema mixto (depositación) / Gemischtes System / 混合系统 / Система смешанного типа / Sistema misto /

Que se forma quando a bacia quase não tem plataforma continental e, por isso, a linha da baía está muito próxima da linha da costa, o que implica a formação de deltas aluviais (quando a parte distal dos deltas aluviais ou delta tipo Gilbert, atinge o rebordo da bacia ; deslizamentos gravitários produzem correntes de turbidez que depositam os sedimentos transportados em cones submarinos).

Ver: « Deposição Fluvial »

Sistema Praia..................................................................................................................................................................................................................................Beach System

Système de plage / Sistema de playa / Strand-System / 海滩系统 / Береговая система / Sistema di spiaggia /

Conjunto das dunas costeiras atrás da praia e dos depósitos da antepraia, no qual um desses depósitos tem diferenças únicas, embora haja troca de areia entre eles. Vários sistemas de deposição não marinha são conhecidos: (i) Sistemas Fluviais Baixos ; (ii) Sistemas Eólicos ; (iii) Sistemas Deltaicos (certas partes) ; (iv) Sistemas Litorais (cordões litorais), (v) Sistemas de Praia (certos sistemas). Como todos estes sistemas de deposição estão localizados próximo da linha da costa, eles são, directamente, influenciados pelas variações relativas do nível do mar, as quais são o principal factor da ciclicidade dos depósitos parálicos.

Ver: « Depósito Costeiro não-Marinho »

Sistema Rio-Delta...........................................................................................................................................................................................River-Delta System

Système fleuve-delta / Sistema río-delta / Fluss-Delta-System / 河流三角洲 / Система река-дельта / Sistema fluviale-delta /

epósitos sedimentares, associados a um rio e ao delta por ele criado, em geral, dominados por inundações. Num sistema rio delta, a configuração do empilhamento sedimentar e evolução são, aparentemente, controladas pelo: (i) Levantamento inicial da bacia de drenagem ; (ii) Velocidade de desnudação ; (iii) Gradiente de cada um dos sistemas e (iv) Volume e concentração em sedimentos de cada inundação, os quais são função da quantidade de água e sedimentos disponíveis no sistema (Mutti, 1996).

Ver: « Ciclo de Davis »
&
« Sistema Litoral »
&
« Sistema Deltaico-Aluvial »

Figura 603 (Sistema Rio Delta) - Um delta (não confundir com edifício deltaico) pode ter uma grande variedade de formas e características função do balanço entre a energia, a carga do sistema fluvial e a dinâmica do mar. Existem várias classificações de deltas. A mais utilizada baseia-se na forma do delta, que reflecte os factores que controlam a energia do sistema. Duas grandes classes podem ser consideradas: (i) Deltas Construtivos e (ii) Deltas Destrutivos. Os deltas construtivos formam-se quando a acção e processos sedimentares fluviais dominam o sistema. Eles apresentam-se sob duas formas: (a) Deltas em Pata de Ave, como o delta do Mississipi e (c) Deltas Lobados, como o delta o Yukon. Em ambos os casos, o acarreio sedimentar é muito importante, relativamente, aos processos marinhos, os quais tendem a dispersar os sedimentos ao longo da linha da costa. Os deltas em pata de ave ou digitados tem um teor em lama maior do que os deltas lobados e tendem a enterrar-se mais, rapidamente, quando se tornam inactivos. Os deltas destrutivos formam-se quando a energia da linha da costa é forte. Os sedimentos fornecidos pelos rios são remobilizados pelas ondas do mar ou correntes litorais. Certos deltas como o do Ródano ou do Nilo são dominados pela acção das ondas. Os sedimentos depositam-se em cordões litorais em forma de arco. Os deltas dominados pelas marés têm quase sempre uma geometria radial. Os deltas aluviais (“fan-delta") e os entrançados são compostos por material grosseiro. Os primeiros formam-se quando um leque aluvial se deposita, directamente, num corpo de água (deltas tipo Gilbert). Os segundos são associados a um sistema fluvial entrançado (os rios entrançados são caracterizados pela presença de depósitos de conglomerados e arenitos arcósicos, nos quais já se adivinha uma certa estratificação). Nos deltas aluviais e rio deltas, a actividade tectónica e as inundações catastróficas são preponderantes. Eles são caracterizados por pequenos e médios sistemas fluviais com bacias de drenagem elevadas e zonas de transferência localizadas perto do rebordo da bacia (que é quase sempre o rebordo continental). No modelo geológico de Emiliano Mutti, ilustrado nesta figura, a linha da costa e o rebordo continental são bem visíveis. O rebordo continental é, também, o rebordo da bacia (o rebordo continental não é o reborda da bacia, unicamente, quando a bacia não tem plataforma continental, isto é em condições geológica de nível baixo do mar e durante a 2a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto (PNA) de um ciclo sequência). A bacia, nesse momento, tem uma plataforma continental, cuja lâmina de água é, relativamente, pouco profunda. A retrogradação global das barras de embocadura e lóbulos de frente de delta são, facilmente, reconhecidos, o que implica ingressões marinhas relativas cada vez mais importantes e uma deficiência de acarreio terrígeno depois do depósito de um prisma de nível baixo que fossilizou depósitos turbidíticos (talude e bacia). Isto quer dizer que, provavelmente, e em função da escala tempo (ordem ou duração dos ciclos eustáticos associados), eles fazem parte do subgrupo inferior do grupo de cortejos sedimentares de nível alto, ou seja, do intervalo transgressivo (IT) de um ciclo sequência. Dentro deste intervalo transgressivo, quatro paraciclos sequência depositaram-se entre os paraciclos eustáticos (ingressões marinhas), durante os períodos de estabilidade do nível do mar relativo que ocorrem depois de cada ingressão marinha, ou melhor, depois de cada acréscimo de uma ingressão marinha composta. Individualmente, cada um dos paraciclos sequência, que pode conter um ou vários cortejos sedimentares, tem uma configuração interna progradante embora, colectivamente, a geometria seja retrogradante. Por outras palavras, o conjunto de ingressões marinhas, cada vez mais importantes e das regressões sedimentares cada vez mais pequenas, que, colectivamente, formam o que se chama em estratigrafia sequencial “Transgressões” ou transgressões sedimentares e não transgressão, tem uma geometria global retrogradante. a qual enfatiza o deslocamento progressivo da linha da costa para o continente ao fim de cada paraciclo sequência. Do continente para o mar, dentro de cada paraciclo sequência do intervalo transgressivo (IT), os seguintes sistemas de deposição são, facilmente, reconhecidos: (i) Siltitos e argilitos da planície deltaica ; (ii) Areias de barra de embocadura ; (iii) Areias de lóbulo de frente de delta, etc.

Sistema Rochoso..................................................................................................................................................................................................................Rock System

Système rocheux / Sistema rocoso / Rock-System / 岩系 / Система горных пород / Sistema roccia /

Sequência de eventos que envolve a formação, alteração, destruição e a reformação das rochas em consequência dos processos geológicos. Ao contrário do ciclo de rocha, um sistema rochoso é um sistema aberto e não retorna ao ponto de partida (S. Judson & S.M. Richardson, 1995).

Ver: « Ciclo de Davis »
&
« Erosão »
&
« Princípio Geológico »

Figura 604 (Sistema Rochoso) - Um sistema é um todo que é feito de várias partes. O sistema terrestre, por exemplo, é constituído pela atmosfera, terra sólida, oceanos e organismos que ai vivem, o que forma um todo que é, continuamente, activo. O sistema terrestre é constituído por um número incalculável de subsistemas: subssistema hidrológico, subssistema glaciário, subssistema fluvial, etc., etc. A tectónica das placas é também um sistema no qual pedaços da crusta terrestre (placas litosféricas) se movem, lateralmente, sobre a astenosfera (a zona superior do manto terrestre, sobre a qual as placas litosféricas se deslocam, limitada, aproximadamente entre 30 / 130 km e 670 km de profundidade) e interferem nas suas extremidades. Da mesma maneira, um sistema rochoso é um sistema que descreve os membros de uma mesma família de rochas quando eles mudam de ambiente geológico e se tornam membros de uma outra família. As rochas ígneas são destruídas por meteorização (ou intemperismo, que é o processo natural de decomposição ou desintegração das rochas e solo e seus minerais constituintes, por acção dos efeitos químicos, físicos e biológicos que resultam da sua exposição aos agentes externos). Os sedimentos resultantes dessa meteorização são os tijolos ou blocos de construção das rochas sedimentares. Estas, por sua vez são, parcial ou totalmente, destruídas por meteorização ou convertem-se em rochas metamórficas (rochas derivadas da transformação das rochas ígneas ou sedimentares, as quais sofreram uma modificação da sua composição, devido à influência das condições ambientais em que elas foram integradas em comparação aos locais onde elas foram, originalmente, formadas). As rochas metamórficas podem também ser destruídas por meteorização, ou ser mais metamorfizadas ou, mesmo, fundidas para formar um magma, que pode criar novas rocha ígneas. A teoria dos sistemas diz que um sistema pode ser aberto ou fechado. Os sistemas abertos aqueles que sofrem interações com o ambiente onde estão inseridos (num sistema aberto há transferência de massa). Desta forma, a interação gera realimentações que podem ser positivas ou negativas, criando assim uma autorregulação regenerativa, que por sua vez cria novas propriedades que podem ser boas ou más para o Todo independente das Partes. O sistemas fechados são aqueles que não sofrem influência do meio ambiente no qual estão inseridos, de tal forma que ele se alimenta dele mesmo (num sistema fechado não há transferência de massa). Quando um sistema rochoso é descrito de maneira circular (não temporal), ele torna-se um sistema fechado e fala-se, então, de um ciclo das rochas. Quando o tempo é tomado em linha de conta, o sistema é aberto e nesse caso fala-se de um sistema rochoso. Ao contrário do ciclo das rochas, que representa um sistema fechado, um sistema rochoso é aberto (temporal), uma vez, que ele não regressa ao ponto de partida. O ciclo das rochas é uma sucessão recorrente (que volta ao ponto de partida) de eventos geológicos (fenómenos físicos, como, por exemplo uma erupção vulcânica ou um tremor de terra) que, geralmente, ocorreram há milhares de anos, que induziram a formação de rios, lagos, crateras vulcânicas, fossas oceânicas ou cadeias de montanhas, etc. Um sistema rochoso é o conceito de uma sucessão temporal de eventos que compreende a formação, alteração, destruição e reformação das rochas em resultado de um certo número de processos geológicos. Como uma tal sucessão é aqui temporal (na direcção do tempo), o sistema é aberto e não volta ao ponto de partida. De todos os planetas que formam o sistema solar, parece que o ciclo das rochas só existe na Terra, porque o sistema da Tectónica das Placas litosféricas e o do clima são diferentes de todos os outros planetas. Na Lua, por exemplo, não há rochas sedimentares, uma vez que ela não tem hidrosfera nem atmosfera e o clima é muito diferente do clima da Terra. Todas as rochas encontradas em Vénus foram afectadas e modificadas de maneiras diferentes pelas altas temperaturas e pela sua atmosfera, rica em ácido sulfúrico, que caracteriza o seu clima actual. Igualmente, a falta de água e a fina atmosfera de Vénus sugerem que o intemperismo e a erosão actual no planeta Março são muito diferentes dos da Terra (https://pt.slideshare.net/YagoVerling/ciclo-das-rochas-4). A presença de água abundante na Terra é de grande importância para o ciclo das rochas. Mais talvez, são os processos da água para formação de erosão e intemperismo. As chuvas, alagamentos dos solos e águas subterrâneas é bastante eficaz na dissolução de minerais, especialmente, as rochas ígneas, metamórficas e sedimentares marinhas que são instáveis sob condições atmosféricas perto da superfície. A água leva embora os iões dissolvidos em solução e os fragmentos desagregados que são os materiais de intemperismo Água transporta grandes quantidades de sedimentos através de interiores de bacias de hidrográficas dos rios que vai para os oceanos. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclo_das_rochas)

Sistema Turbidítico........................................................................................................................................................................................Turbiditic System

Système turbiditique / Sistema turbidítico / Turbiditen System / 浊积系统 / Система измерения мутности / Torbiditici sistema /

Que se forma a quando de uma descida do nível do mar relativo significativa ou quando instabilidades do rebordo da bacia produzem deslizamentos gravitários de grandes dimensões, que põem em movimento grandes quantidades de sedimentos, que são transportados, durante grandes distâncias, para as partes mais profundas da bacia e depositados sob a forma de cones submarinos.

Ver: « Deposição Fluvial »

Sistema Turbidítico Grande.........................................................................................................................Large Turbiditic System

Système turbiditique grand (STG) / Gran Sistema turbidítico (GST) / Große turbiditischen System / 大浊流系统 / Большая система измерения мутности / Grandi sistema di torbiditica /

Sistema turbidítico que se desenvolve em condições geológicas de nível alto do mar (nível do mar acima ou ao nível do rebordo da bacia), mas de preferência quando o rebordo da bacia coincide com a ruptura costeira da inclinação da superfície de deposição, isto é, quando a bacia não tem plataforma continental. Quando as correntes de turbidez são, normalmente, induzidas por instabilidades do rebordo da bacia, que coincide com o rebordo da planície costeira (rebordo continental) e quando as correntes de turbidez são muito importantes e transportam, para as partes profundas bacia, uma grande quantidade de sedimentos.

Ver: « Deposição Fluvial »

Sobrederrame (turbiditos)..........................................................................................................................................................................................Overbanking

/ Débordement / Desbordamiento / Überlauf / 溢出 / Разлив (перелив) / Traboccamento /

ransbordo que ocorre, numa depressão com uma grande curvatura, quando o escoamento de uma corrente turbidítica se divide em duas partes devido a inabilidade que ela tem de atravessar o leito. Nos escoamentos gravitários em desaceleração, pode produzir-se galgamento, o que implica uma deposição do material transportada quase imediata à volta do leito. Em contraste, sobrederrame (ou transbordo) pode ocorrer, uma vez que o escoamento se torna estável, o que produz a formação de um gradiente dinâmico acima e aos lados do escoamento. Isto causa um contínuo (ou periódico descontínuo) transporte dos sedimentos para cima e por cima dos diques naturais o que aumenta fortemente a taxa de agradação.

Ver: « Avulsão »

Sobreposição(datação)................................................................................................................................................................................................Superposition

Superposition / Superposición (datación) / Überlagerung / 叠加 / суперпозиция / Sovrapposizione /

Conceito de datação, em idade relativa, nas rochas estratificadas. Numa série de rochas sedimentares não ou, ligeiramente, deformadas, a camada superior é sempre a mais nova e a camada mais baixa é sempre a mais velha.

Ve : « Princípio Geológico »
&
« Sedimentação Lateral »
&
« Idade Relativa »

Figura 605 (Sobreposição, datação) - Em 1667, Nicholas Steno argumentou que como os fluídos, que se decantaram dentro da Terra, da mesma maneira, que os cristais se depositam durante uma reacção química, os estratos que se depositaram na parte de cima de um conjunto sedimentar, não deformado, devem ser mais recentes do que os estratos depositados na parte de baixo. Esta hipótese, que hoje é para todos os geocientistas evidente e conhecida como o princípio da superposição de Steno, foi uma das importantes contribuições à Geologia. Este principio, que permite datações relativas entre os diferentes intervalos sedimentares não ou pouco deformados, como ilustrado nesta figura, pode, e deve aplicar-se, às tentativas de interpretação geológica das linhas sísmicas, uma vez que muito raramente as companhias petrolíferas tiram linha sísmicas nas cadeias de montanhas onde, eventualmente, os intervalos sísmicos podem ser muito deformados e mesmo invertidos. Steno apercebeu-se que outros processos geológicos poderiam criar aparentes excepções às suas leis de superposição e da horizontalidade. Ele argumentou que a formação de cavernas poderia, por exemplo, remover parte de uma camada inferior, e que o colapso de uma caverna poderia transportar grandes pedaços de uma camada superior para baixo. Ele reconheceu, igualmente, que as rochas podem ser levantadas por forças subterrâneas. Os geocientistas modernos reconhecem que inclinação, dobramento e falhamento podem complicar a análise de uma sequência estratigráfica. Da mesma maneira que uma rocha fundida pode forçar a sua trajectória através das rochas circunvizinhas e pode, às vezes, ser comprimida entre as camadas mais velhas da rocha, o que, igualmente é uma exceção à lei de Steno. Todavia, tais anomalias a lei da sobreposição à lei de Steno deixam evidências físicas nas rochas deformadas. Assim, por exemplo, as camadas de rochas fracturadas podem ser partidas, quebradas ou metamorfizadas ao longo de um plano de falha. Existem muitos outros princípios na geologia, que certos geocientistas consideram "óbvios", mas que há poucos séculos atrás não eram nada evidentes. Por exemplo: (i) Princípio da Composição - uma rocha representada por fragmentos noutra rocha é mais velha que a rocha que os contém ; (ii) Princípio da Continuidade Lateral Original - as camadas sedimentares depositam-se em continuidade lateral ; (iii) Princípio da Horizontalidade Original - as camadas sedimentares depositam-se horizontalmente ; (iv) Princípio da Intersecção - os filões mais recentes deslocam os filões mais antigos ; (v) Princípio da Intrusão - uma rocha intrusiva ígnea é mais jovem que a que ela penetra ; (vi) Princípio da Sucessão dos Fósseis - a distribuição dos fósseis não é imprevisível, ela segue uma sucessão vertical definida ; (vii) Princípio do Uniformitarismo - as mudanças geológicas são devidas sobretudo aos processos e mudanças contínuas como as que se observam actualmente ; (viii) Princípio do Catastrofismo - as alterações que ocorreram na Terra foram devida à ocorrência de grandes catástrofes naturais ; (ix) Princípio de Ochkam (*)- a pluralidade não deve ser invocada sem necessidade: “Pluritas non est ponenda sine necessita” , etc. Como princípios mais modernos podem citar-se : (a) Princípio de Goguel, durante a deformação, o volume dos sedimentos mantém-se, mais ou menos, constante ; (b) Princípio de Walther, as fácies que se sucedem verticalmente nos estratos conformes sucedem-se, lateralmente, nos ambientes adjacentes ; (c) Princípio Dextrógiro, se um sistema de referência gira no sentido dos ponteiro do relógio a deflexão é para a esquerda do objecto, na direcção do movimento ; (d) Princípio do Balde Carbonatado, crescimento de uma plataforma orlada é determinado pelo crescimento da orla ; (e) Princípio da Deriva dos Continentes, as massas continentais tem uma pequena densidade e, por esse motivo, flutuavam sobre as densas massas oceânicas, movimentando-se e alterando a superfície do planeta ; (f) Princípio da Tectónica das Placas, não são os continentes que se movimentam, mas as placas litosféricas que contêm esses continentes ; (g) Princípio do Neocatastrofismo, admite o uniformitarismo como o guia principal, mas não exclui que fenómenos catastróficos ocasionais tenham contribuído para eventuais alterações da superfície terrestre, etc.

(*) Este princípio é o antecessor do chamado princípio KISS (“Keep It Simple, Stupid” que em português se pode traduzir por “simplifique, estúpido”. Kant - na Crítica da Razão Pura - aceita a máxima de que "os rudimentos ou princípios não devem ser multiplicados desnecessariamente (entia praeter necessitatem non esse multiplicanda)" e diz que esta é uma ideia reguladora da razão pura que subjaz à teorização dos cientistas sobre a natureza (Kant, 1781/1787, pp. 538-9).

Sobreposição Progradante.............................................................................................................................................................................................Offlap

Superposition progradante / Superposición progradante / Überlagerung progradierenden / 前超 / Регрессивное залегание / Sovrapposizione progradante /

Expressão utilizada por certos geocientistas para exprimir a geometria de um intervalo sedimentar que prograda para a bacia. Esta expressão caracteriza uma expansão para jusante (para o mar) das zonas de sem deposição e de erosão. Três famílias de sobreposição progradante podem ser consideradas : (i) Sigmóide ; (ii) Oblíqua e (iii) Agradante.

Ver: « Cortejo de Nível Alto »
&
« Regressão Marinha »
&
« Progradação »

Figura 606 (Sobreposição Progradante) - Nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de uma linha sísmica do Mar Negro, um intervalo regressivo, durante o qual os depósitos costeiros são deslocados par ao mar é, facilmente, reconhecido por cima de um intervalo agradante, provavelmente, associado a um episódio transgressivo (deslocamento para o continente dos depósitos costeiros). Por outro lado, não é difícil de constatar, que em certos casos, o deslocamento para jusante dos depósitos costeiros se faz com uma agradação significativa e que noutros a agradação, se ela existe, é inferior à resolução das linhas sísmicas (mais ou menos 30-50 m). Nos primeiros, as linhas cronostratigráficas correspondem a progradações sigmóides, enquanto que nos segundos casos, isto é, quando a agradação é nula, elas correspondem a progradações oblíquas. Os intervalos sedimentares limitados entre duas linhas cronostratigráfica (a grande maioria dos reflectores sísmicos) consecutivas que, provavelmente, correspondem a paraciclos sequência (depositados durante os períodos de estabilidade do nível do mar relativo (*) que ocorre depois de uma subida relativa do nível do mar, ou seja, de pois de uma ingressão marinha) têm, no primeiro caso, uma geometria fusiforme e no segundo uma geometria prismática. Dentro de um ciclo sequência (ciclo estratigráfico induzido por um ciclo eustático de 3a ordem, que tem uma duração entre 0,5 e 3-5 My), no grupo de cortejos sedimentares de nível baixo (CNB), a bordadura da planície costeira do prisma de nível baixo (PNB), que corresponde ao rebordo continental (limite superior do talude continental) está sempre localizada a jusante do rebordo da bacia, o qual é o último rebordo da bacia do ciclo sequência precedente. Durante os cortejos de nível alto (quando o nível do mar está mais alto do que o rebordo da bacia), isto é, durante a deposição dos cortejos sedimentares que formam os subgrupos denominados intervalo transgressivo (IT) e o prisma de nível alto (PNA), de um ciclo sequência, os depósitos sedimentares de água pouco profunda depositam-se, por definição, a montante do rebordo da bacia, que nestas condições coincide com o rebordo continental, o qual é, aqui, quase sempre o limite entre a plataforma e o talude continental. Desde a 1a superfície transgressiva, e durante a deposição de todo o intervalo transgressivo (IT), o rebordo da bacia é a bordadura do prisma de nível baixo subjacente. Durante a 1a fase do depósito do prisma de nível alto (PNA), isto é, quando a bacia ainda tem uma plataforma continental, obviamente, o rebordo da bacia continua a ser a bordadura do prisma de nível baixo (PNB). Todavia, na 2a fase do prisma de nível alto (PNA), a bacia deixa de ter uma plataforma continental, uma vez que a plataforma é, totalmente, fossilizada pelas progradações do prisma de nível alto (PNA). Assim, o rebordo da bacia passa a ser o novo rebordo continental. Ao ponto de vista litológico (fácies), numa série estratigráfica composta por areias e argilas, os horizontes arenosos são preponderantes nos sectores sub-horizontais superiores das progradações sigmóides, enquanto que nas progradações oblíquas, eles depositam-se de preferência, na parte superior da zona frontal inclinada para a bacia. O termo de progradação agradante é, muitas vezes, utilizado para um intervalo progradante, no qual a agradação é significativa, mas, obviamente, sem igualar o deslocamento para o mar dos depósitos costeiros. É não é muito dizer que um intervalo progradante é associado a um deslocamento da linha da costa e dos depósitos costeiros par o mar. Na realidade, numa série estratigráfica clástica e, sobretudo, à escala de um ciclo sequência, todos os paraciclos sequência têm uma geometria progradante, uma vez que durante a ingressão marinha, que cria o espaço disponível para os sedimentos, a linha da costa é deslocada para o continente e que é, durante o período de estabilidade do nível do mar relativo, que a linha da costa se desloca de novo para o mar, à medida que os sedimentos se depositam ao longo de superfícies de deposição, mais ou menos, em revezamento progradante.

(*) O nível do mar pode ser absoluto ou eustático e relativo. O nível do mar absoluto ou eustático é o nível do mar global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite. O nível do mar relativo é o nível do mar local, referenciado a qualquer ponto fixo da superfície terrestre, que ele seja a base dos sedimentos (topo da crusta continental) quer ele seja o fundo do mar. O nível do mar relativo é o resultado da combinação do nível do mar absoluto ou eustático e da tectónica (subsidência, quando o regime tectónico predominante é em extensão, quer isto dizer quando os sedimentos são alargados ou levantamento, quando o regime tectónico preponderante é compressivo, ou seja, quando os sedimentos são encurtados.

Sopé Continental..............................................................................................................................................................................Continental Rise, Glacis

Glacis continental / Sopé continental / Kontinentale Aufstieg / 大陆隆 / Нижняя часть континентального склона / Ascesa continentale /

Parte da margem continental localizada entre o talude continental e a planície abissal. O sopé inclina para a planície abissal com pendores de 1:40 até 1:2000. Ele tem, geralmente, uma topografia muito plana, embora, localmente, possa estar afectado por canhões submarinos induzidos por correntes de fundo oceânico. Para certos geocientistas, o sopé continental é sinónimo de talude continental inferior.

Ver: « Planície Abissal »
&
« Plataforma Continental
&
« Talude Continental "

Figura 607 (Sopé Continental) - O offshore do Camarão corresponde a sobreposição de várias bacias da classificação das bacias sedimentares de Bally e Snelson (1980). Numa linha sísmica regional, como ilustrado nesta figura pela tentativa de interpretação geológica de um autotraço de uma linha sísmica deste offshore, é fácil reconhecer, de baixo para cima, as bacias seguintes: (i) Um soco que, geralmente é constituído, na parte proximal do offshore, por uma cadeia de montanhas aplanadas do Paleozóico ; (ii) Bacias de tipo rifte de idade Jurássico Terminal / Cretácico Inicial, que alongaram a litosfera do pequeno supercontinente Gondwana antes da ruptura deste e (iii) Uma margem divergente tipo Atlântico de idade Mesozóico / Cenozóico. Por outro lado, nesta tentativa de interpretação, o sopé continental actual é muito bem visível. O sopé continental corresponde à zona próximo da ruptura inferior do talude continental, isto é, mais ou menos, à passagem do talude continental à planície abissal. Como se pode constar, o seu declive é, relativamente, pequeno mas, largamente, superior ao da planície abissal (tenha em linha de conta as escalas desta autotraço, o qual está muito exagerado verticalmente). É no sopé continental que as correntes de turbidez (correntes de gravidade), que transportam os sedimentos para planície abissal, começam a desacelerar para depositar os sedimentos quer sob a forma de cones submarinos de bacia (CSB) quer como cones submarinos de talude (CST). Nesta tentativa é interessante notar: (i) A ausência de bacias de tipo rifte, que estão localizadas, mais a montante desta linha sísmica, na crusta continental ; (ii) A crusta vulcânica subaérea é posterior à ruptura da litosfera (ruptura do pequeno supercontinente Gondwana), e assim posterior às bacias de tipo rifte, que se desenvolvem na crusta continental quando esta foi alongada ; (iii) O limite entre a crusta vulcânica subaérea e a custa oceânica faz-se, nesta tentativa, por intermédio de uma zona de fractura (falha de deslizamento em extensão) ; (iv) Na parte distal deste offshore, a margem continental divergente (tipo Atlântico) repousa, directamente, sobre a crusta vulcânica, que é subaérea, quando constituída por escoamentos de lava e oceânica, quando formada de lavas em travesseiro que cobrem os diques vulcânico com toldo (“sheeted dykes” dos geocientistas de língua inglesa) ; (v) Durante a fase transgressiva do subciclo estratigráfico de invasão continental pós-Pangeia (*), limitada entre a crusta vulcânica e a superfície de base das progradações SBP. 91,5 (Cenomaniano / Turoniano), reconhecem-se, relativamente bem, dois intervalos transgressivo ; (vi) O primeiro intervalo depositou-se durante o Albiano e é limitado, superiormente, pela superfície da base das progradações (biséis de progradação) SBP. 98 Ma ; (vii) O segundo intervalo depositou-se durante o Cenomaniano / Turoniano e é limitado, superiormente, pela superfície da base das progradações SPB. 91,5 Ma, que enfatiza o máximo da ingressão marinha criada pela subida do nível do mar absoluto ou relativo (**) no seguimento do alastramento oceânico pós-Gondwana ; (viii) As rochas-mãe marinhas potenciais deste offshore estão associadas com estas superfícies da base das progradações; todavia, a mais rica em sedimentos orgânicos parece ser a superfície de base das progradações do Cenomaniano / Turoniano (SBP. 91,5 Ma) ; (ix) Um importante aparelho vulcânico brotou, recentemente (em termos geológicos), do fundo do mar a cerca de 200 km da linha da costa, provavelmente, em associação com uma zona de fractura importante.

(*) A hierarquia dos ciclos estratigráficos, função da ordem, isto é, da duração dos ciclos eustáticos, que criam o espaço disponível para a sedimentação, distinguem- se: (i) Ciclos estratigráficos de invasão continental, induzidos pelos ciclos eustáticos de 1a ordem, cuja duração é superior a 50 My ; (ii) Subciclos estratigráficos de invasão continental, induzidos pelos ciclos eustáticos de 2a ordem (duração entre 50 e 3-5 My) e (iii) Ciclos sequência, induzidos por ciclos eustáticos de 3a ordem, cuja duração é entre 0,5 e 3-5 My. Nos ciclos eustáticos de 1a ordem, as variações do nível do mar absoluto ou eustático são preponderantes. Nos ciclos eustáticos de 2a ordem, as variações do nível do mar absoluto ou eustático podem ser ou não preponderantes depende das condições geológica. Nos ciclos eustáticos de 3a ordem, as variações do nível do mar relativo (nível do mar local, referenciado a qualquer ponto fixo da superfície terrestre e que é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático e da tectónica).

(**) O nível do mar absoluto é o resultado da combinação da: i) Tectonicoeustasia que é controlada pela variação do volume das bacias oceânicas em associação com alastramento oceânico no seguimento da ruptura dos supercontinentes ; (ii) Glacioeustasia, que é controlada pela variação de volume de água dos oceanos função da quantidade de gelo (assumindo que a quantidade de água sob todas as suas formas é constante desde a formação da Terra, há cerca de 4,5 Ga) ; (iii) Geoidaleustasia que é controlada pela distribuição da água dos oceanos causada pelas variações do campo da gravidade terrestre (onde a gravidade é mais forte que o valor normal, o nível do mar é atirado para o centro da Terra) e (iv) Aumento estérico do nível do mar ou dilatação térmica dos oceanos, que é controlo pelo aumento da temperatura dos oceanos ( se a temperatura aumenta, a densidade da água diminui e, para uma massa constante, o volume aumenta).

Subciclo de Invasão Continental..........................................................................................Continental Encroachment

Sous-cycle d'empiétement continental / Sub-ciclo de invasión continental / Continental Eingriff Teilzyklus / 大陆侵蚀子循环 / Подцикл распространения континента / Sottociclo di sconfinamento continentale /

Intervalo estratigráfico induzido por um conjunto de ciclos eustáticos de 2a ordem. É, mais ou menos, equivalente à antiga supersequência de Vail.

Ver: « Supercontinent »
&
« Ciclo Eustático »
&
« Ciclo Estratigráfico »

Figura 608 (Subciclo de Invasão Continental) - Como ilustrado nesta figura, a hierarquia dos ciclos estratigráficos proposta por Duval et al. (1993) considera três ciclos estratigráficos principais e um paraciclo sequência, o qual caí em desuso e que era, anteriormente, chamado pelos geocientistas da EPR (“Exploration Production Research” da Exxon) paraciclo sequência : (i) Ciclo de Invasão Continental ; (ii) Subciclo de Invasão Continental; (iii) Ciclo Sequência. Estes ciclos estratigráficos estão associados, respectivamente, a ciclos eustáticos de 1a, 2a, 3a e 4-5a ordem. As ordens dos ciclos eustáticos são determinadas pelos tempos de duração. Um ciclo eustático de 1a ordem tem uma duração superior a 50 My (milhões de anos). Um ciclo de 2a ordem dura entre 3-5 e 50 My, um de 3a ordem entre 3-5 e 0.5 My e um de 4-5a ordem 0.5 e 0.1 My. Um paraciclo sequência (que certos geocientistas chamam de maneira pouco adequada ciclo parassequência), como o seu nome sugere, não está associado a um verdadeiro ciclo eustático. A sobreposição de vários paraciclos eustáticos corresponde a subidas do nível do mar relativo sem descidas do nível do mar entre eles. Na estratigrafia sequencial, o nível do mar pode ser de dois tipos: (i) Nível do mar relativo, que é o nível do mar local, referenciado a qualquer ponto fixo da superfície terrestre, que ele seja a base dos sedimentos ou o fundo do mar e (ii) Nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite. O nível do mar relativo é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático e da tectónica (subsidência ou levantamento). O nível do mar absoluto é o resultado da combinação da: i) Tectonicoeustasia que é controlada pela variação do volume das bacias oceânicas em associação com alastramento oceânico no seguimento da ruptura dos supercontinentes ; (ii) Glacioeustasia, que é controlada pela variação de volume de água dos oceanos função da quantidade de gelo (assumindo que a quantidade de água sob todas as suas formas é constante desde a formação da Terra, há cerca de 4,5 Ga) ; (iii) Geoidaleustasia que é controlada pela distribuição da água dos oceanos causada pelas variações do campo da gravidade terrestre (onde a gravidade é mais forte que o valor normal, o nível do mar é atirado para o centro da Terra) e (iv) Aumento estérico do nível do mar ou dilatação térmica dos oceanos, que é controlo pelo aumento da temperatura dos oceanos ( se a temperatura aumenta, a densidade da água diminui e, para uma massa constante, o volume aumenta). As subidas do nível do mar relativo (ingressões marinhas) estão separadas por períodos de estabilidade do nível do mar relativo durante os quais os sedimentos se depositam. Quando o nível do mar relativo sobe não há deposição, mas criação ou aumento do espaço disponível para os sedimentos (acomodação), uma vez que a linha da costa se desloca para o continente criando sobre a topografia pré-existente uma superfície de ravinamento. Uma sobreposição de paraciclos sequência corresponde a conjunto de cortejos sedimentares (um paraciclo sequência pode representa um único ou vários cortejos sedimentares), que formam um ciclo sequência que, quando completo, é formado por um grupo de cortejos de nível baixo (CNB) e um grupo de nível alto (CNB). Dentro do grupo de cortejos sedimentares de nível baixo (CNB), há três subgrupos de cortejos de nível baixo: (a) Cones Submarinos de Bacia (CSB) ; (b) Cones Submarinos de Talude (CST) : (c) Prisma de Nível Baixo (PNB). Dentro do grupo de cortejos de nível alto (CNA) (*), nesta figura são considerados, unicamente, dois subgrupos: (d) Intervalo Transgressivo (IT) e (e) Prisma de Nível Alto (PNA). Esta classificação é mais coerente do que a proposta, inicialmente, por Vail, na medida em que os limites entre os ciclos de invasão continental, subciclos de invasão continental e ciclos sequência correspondem sempre a discordâncias, isto é, a superfícies de erosão, induzida por descidas do nível do mar quer relativo quer absoluto / eustático No caso dos paraciclos sequência os limites correspondem a superfícies de ravinamento ( inundação, que se podem considerar como superfícies de erosão menores induzidas por subidas do nível do mar relativo consecutivas. Os subciclos de invasão continental são induzidos por ciclos eustáticos de 2a ordem, os quais parecem ser criados, principalmente, pelas variações da taxa de subsidência tectónica. Dentro de um subciclo de invasão continental há, quase sempre, uma superfície de base das progradações, que separa uma subfase transgressiva (geometria retrogradante) de um subfase regressiva (geometria progradante). Em associação com a interface entre a subfase transgressiva e regressiva, podem depositar-se rochas-mãe potenciais marinhas.

(*) Em certos casos, mas sobretudo no início da estratigrafia sequencial, no grupo de cortejos de nível alto (CNA), considerava-se também, o prisma de bordadura de bacia (PBB), que era separado do prisma de nível alto (PNA) por uma discordância de tipo II, que também caiu em desuso. Actualmente, fala-se mais de transgressões forçadas, que certos geocientistas incluem entro do ciclo sequência ao qual pertence o prisma de nível alto, mas que outras colocam acima da discordância superior do ciclo sequência.

Subdelta............................................................................................................................................................................................................................................................................Subdelta

Subdelta / Subdeta / Unterdelta / 亚三角洲 / суб-дельта / Sub-delta /

Delta secundário induzido por derrames de crevasse ou o delta depositado no seguimento de uma mudança do leito do rio principal (subdeltas do Mississipi, por exemplo).

Ver: « Achafalia, lóbulo deltaico »


Envie E-mails para carloscramez@gmail.com ou para carlos.cramez@bluewin.ch com comentários e sugestões para melhorar este glossário.
Copyright © 2009 CCramez, Switzerland
Ultima actualização : Junho, 2017