Kaimu.............................................................................................................................................................................................................................................................................Kaimoo
Kaimoo / Kaimu / Kaimoo (Eis und Sedimente) / Kaimoo(冰和沉积物) / Лёд и донные отложения / Kaimoo (ghiaccio e nei sedimenti) /
Plataforma ou terraço constituído por camadas alternadas de gelo e sedimentos, que se forma nas praias árcticas e antárcticas, durante o Outono e Inverno, quando a praia não é atingida pelas ondas.
Ver: « Plataforma »
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« Glacioeustasia »
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« Teoria Astronómica dos Paleoclimas »
Em termos de assinaturas geomórficas existem diferenças importantes existem entre os corpos de água cobertos de gelo e não cobertos de gelo. Trabalhos de campo mostraram que as formações clássicas criadas por corpos de água não cobertos de gelo, como por exemplo restingas, barras, bermas, tombolos e plataformas abrasão estão ausentes quando os corpos de água estão cobertos por gelo. As formas morfológicas mencionadas são o resultado do acoplamento directo do vento e da superfície livre da água. Uma capa de gelo actua como um agente protector. As margens dos corpos de água cobertos por gelo são ambientes de baixa energia devido à uma acção das ondas restrita ou inexistente. Todavia, sectores de água não cobertos por gelo podem existir durante 1/2 meses por ano, mas a proximidade de gelo permanente limita muito a distância do varrido e, consequentemente, a magnitude da acção das ondas. Outra barreira para qualquer efeito de acção das ondas é a presença de uma estreita faixa de gelo junto da costa que não é afectada por movimentos de maré. Esta estreita franja de gelo ligada à costa é o que os geocientistas chamado sopé de gelo, o qual é composto de gelo do mar, neve congelada, salsugem gelada. Em regimes sem maré, uma camada de gelo com sedimentos interestratificados é denominado um kaimu. O kaimu é uma palavra esquimó que designa, nas praias dos climas frios, uma pequena falésia composta de uma alternância de sedimentos de praia e o gelo. Um kaimu desenvolve-se, muitas vezes, na parte superior de uma praia pela acção das ondas antes da formação do mar de gelo (plataforma de gelo) ou do sopé de gelo (“ice foot”). Durante a corrente de afluxo (corrente de água do mar, que se dirige para a costa depois da rebentação das ondas ou seja depois da transformação das ondas de oscilação em ondas de translação), uma fina camada de gelo forma-se na praia superior, o que pode ser seguido pela deposição de uma camada de areia ou cascalho. A repetição desta sucessão forma uma intervalo com intercalações de gelo e sedimentos, cuja espessura pode atingir vários metros. A extensão horizontal de um kaimu é controlada pelo comprimento da onda da corrente de afluxo e a altura é determinada pelo período de tempo disponível para a acreção antes do sopé de gelo se desenvolva. Nas costas baixas do Alasca, o kaimu forma um pequeno terraço litoral, na parte superior da costa, a qual é composta de gelo intercalado com sedimentos. O kaimu forma-se no Outono, antes da cobertura de gelo, sob a acção da rebentação das ondas que projecta a água e os sedimentos sobre a margem superior da costa. Nas regiões onde existe, unicamente, mar aberto durante por 1/2 meses por ano, a proximidade do gelo permanente limita de maneira drástica o varrido (extensão da superfície do oceano sobre a qual o vento sopra durante um certo tempo até gerar uma onda ou um sistema de ondas) e, consequentemente, a magnitude da acção das ondas. Uma outra constrição ao efeito da acção das ondas é a presença de uma estreita faixa de gelo até à costa que não é afectada pelo movimento das marés. Esta estreita franja do gelo ligada à terra é chamada sopé do gelo. Ela é composta de gelo do mar, neve congelada e salsugem congelada (nuvem de espuma formada por gotículas de água do mar e bolhas encerrando microcristais salinos, resultantes da espuma da rebentação). Nos regimes sem marés, uma camada de água gelada misturada com sedimentos forma o kaimu. O sopé de gelo e o kaimu são importantes na medida em que eles protegem as praias de qualquer acção da ondas, as quais são pouco desenvolvidas e estreitas. Nestas áreas, o relevo mais característico produzido pela cobertura de gelo dos lagos são as chamadas dorsais empurradas. Como ilustrado na fotografia maior, estas formas constituem discretas muralhas de pedregulhos e sedimentos empurrados uns por cima dos outros ao longo das margens dos lagos e mares. As linhas da costa são, geralmente, construídas com essas muralhas que definem a borda interna da costa e que têm, geralmente, um manto heterogéneo e fino de pedras, seixos, areia e cascalho, que cobre um núcleo de gelo que, mais tarde, se derrete deixando para trás o material sedimentar sob a forma de sulcos irregulares e descontínuos. O núcleo de gelo pode persistir anos se ele é, suficientemente, isolado, pelo manto sedimentar.
(*) Em glaciologia, o sopé de gelo corresponde à parte baixa da frente de um glaciar ou um banco de neve endureci ou parcialmente convertida em gelo, localizada na base de uma colina escarpada (Jean-Claude Dionne, La Notion de pied de glace (Icefoot), en particulier dans l’estuaire du Saint-Laurent, Cahiers de géographie du Québec, vol. 17, n° 41, 1973, p. 221-250).
Kame........................................................................................................................................................................................................................................................................................Kame
Kame / Kame / Kame / 冰砾阜 / Кам / Kame /
Monte baixo ou cume irregular, curto, isolado ou não, formado de areia ou cascalho estratificado e depositado por uma corrente subglaciária como um preenchimento de uma cavidade do glaciar ou a formação de um delta na margem de um glaciar em fusão.
Ver: « Depósito Fluvioglaciar »
&
« Delta »
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« Moreia »
Quando um glaciar (massa de gelo, formada pela recristalização da neve, que se escoa costa abaixo) começa a fundir, as correntes transportam sedimentos para os lagos ou cavidades que se formam no glaciar e podem formar “kames” no topo dos glaciares. Quando o glaciar funde, completamente, como é o caso ilustrado na fotografia desta figura, os depósitos colapsam para a superfície do terreno criando uma topografia invertida típica de montículos e depressões (como quando o preenchimento arenoso de um canal é invertido por compactação diferencial). Contrariamente aos “drumlins” (a montante do lago no bloco diagrama da direita), que são as colinas, mais ou menos, perfiladas, compostas, em grande parte, por tilo (sedimentos não trabalhados e não estratificados, que não são reactivados pelas águas de fusão e que se depositam directamente na frente ou sob um glaciar) e orientadas na direcção segundo a qual o glaciar se deslocou, os “kames” têm uma forma, mais ou menos, irregular. Os “drumlins” que se encontram, geralmente, sobre o fundo dos vales glaciários, são pequenas colina em forma de dorso de baleia. Certos geocientistas consideram que os “drumlins” são ou pequenas moreias médias ou mediais* depositadas durante um curto período de estagnação do glaciar, a quando do seu adelgaçamento, ou o preenchimento de um grande entalhe no sentido do comprimento do glaciar, formado por uma corrente de água escoando-se à superfície do glaciar. Os “drumlins” são constituídos por depósitos glaciares do mesmo tipo e organização que as moreias. Os “kames” são compostos por depósitos estratificados e não por tilo (sedimentos não trabalhados e não estratificados depositados, directamente, por ou sob um glaciar e que não são reactivados pelas águas de fusão do glaciar), que são, quase sempre, associados com gelo estagnante, no qual a fusão produz grandes cavidades, as quais são preenchidas por areias e cascalho de escorrência. Quando as paredes de gelo das cavidades fundem, uma forma irregular, em montículo, substitui o preenchimento canalizante da cavidade inicial. Um terraço de “kame” é formado de areia e cascalho estratificados depositados entre os resíduos do glaciar e as paredes do vale glaciar. Quando o glaciar desaparece, o depósito permanece como um terraço ao longo de um lado do vale. Estes terraços podem ser deformados quando as paredes de gelo colapsam ou quando o glaciar engrossa (avança). Um glaciar não recua, uma vez que ele é uma espessa massa de gelo que se desloca, lentamente, costa abaixo, devido a acção da gravidade. Por definição, um glaciar não pode recuar. Quando um glaciar se adelgaça, ou seja, quando a ablação é superior a acumulação, o glaciar retrograda, quer isto dizer, avança menos. Os geocientistas chamam terraço de kame aos terraços fluviais formadas ao longo do vale glaciar por depósitos de um rio que flui entre a parede parede rochosa e glaciar. Esses terraços encontram-se suspensos acima do vale quando o gelo do glaciar fundiu. Os eskers** ocorrem por vezes entre os kames (como ilustrado na fotografia), como preenchimentos de canais de água de fusão, junto das margens dos glaciares onde há um grande volume de detritos e água de fusão. Os eskers são formados como depósitos de fluxos de água que fluem perto da base do glaciar (fluxos subglaciários) ao longo de túneis dentro do gelo. Eles têm, em geral, 20-30 metros de altura e nunca são encontrados para além do limite de gelo. Como as correntes fluem nos túneis dentro do gelo, não há possibilidade que uma planície se forme, de modo que o leito do canal constrói-se com o material depositado, deixando-o acima do nível do terreno circundante. Os eskers são, geralmente, fáceis de identificar na paisagem porque suportam vegetação, geralmente, ervas e árvores, que é bastante diferente de o terreno circundante, que é, muitas vezes, usado como terras agrícolas.
(*) A moreia média ou medial é um montículo de moreia que se desloca para o centro de um assoalho do vale glaciário. Ela forma-se quando dois glaciares se encontram e os detritos nas bordas dos lados adjacentes do vale se unem e são transportados no topo do glaciar assim alargado. À medida que o glaciar derrete ou retrograda, os detritos são depositados e um montículo se forma no fundo do vale.
(**) Longa e estreita crista de areia e cascalho, mais ou menos, estratificados. Ela é depositado por uma corrente subglaciária que se desloca entre as paredes ou túneis de um glaciar estagnante ou em adelgaçamento e que é abandonada quando o gelo funde. Um “esker" pode ramificar-se e ser, mais ou menos, descontínuo. A sua direcção é, geralmente, perpendicular à frente do glaciar e o comprimento varia entre 100 m e 500 km (descontinuidades incluídas), enquanto a largura varia entre 3 e 200 m.
Karst (carso)...........................................................................................................................................................................................................................................................Karst
Érosion du calcaire (karst) / Carst, Karst/ Karst / 喀斯特地形 / Карст / Carsismo /
Processo morfológico que afecta as áreas constituídas por rochas calcárias, caracterizado pela dissolução do carbonato de cálcio e pelo seu transporte sob a forma de bicarbonato, o que cria uma topografia superficial, mais ou menos, caótica. Sinónimo de Carso.
Ver: « Carsificação »
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« Carso (erosão do calcário) »
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« Deposição (carbonatos) »
O karst, que também é conhecido como relevo cárstico ou sistema cárstico, é um tipo de acidente orográfico (em geografia a orografia é o estudo descritivos das montanhas da superfície terrestre) caracterizado pela dissolução química (corrosão) das rochas, que leva ao aparecimento de uma série de características físicas, tais como cavernas ou grutas (cavidades naturais subterrâneas suficiente grande para que um homem a possa explorar e onde, normalmente, a luz do sol não penetra), dolinas (depressões naturais ou buracos na superfície topográfica causada pelo remoção do solo ou da rocha subjacente ou de ambos pela água), vales secos (vales escavados num carso por um curso de água superficial, que já não apresenta, normalmente, nenhuma circulação subaérea), vales cegos ou mortos (vales numa região cársica, com inversão do declive do seu leito a jusante, terminando numa vertente ou numa escarpa), cones cársticos (morros de vertentes fortemente inclinadas e paredes rochosas, que resistiram à dissolução, rios subterrâneos (que fluem sob a superfície do solo de maneira inteiramente natural), canhões fluviocársicos (gargantas profundas e estreitas, ou seja, canhões, mas numa zona cársica), paredões rochosos expostos e lapiás (formações geológicas de superfície, nas rochas calcárias e dolomíticas, criada pelo escoamento da água da chuva, a qual dissolve a rocha, ou pelos ciclos de gelo e degelo no interior das rochas). O relevo cárstico ocorre, predominantemente, em terrenos constituídos por rochas calcárias, mas também pode ocorrer em outros tipos de rochas carbonáticas, como o mármore e rochas dolomíticas. O processo de carsificação ou dissolução química inicia-se pela combinação da água da chuva ou de rios superficiais com o dióxido de carbono (CO2) proveniente da atmosfera ou do solo (raízes da vegetação e matéria orgânica em decomposição). O resultado é uma solução de ácido carbónico (H2CO3) ou água ácida: H2O + CO2 → H2CO3. A paisagem cárstica ocorre, principalmente, em regiões com pluviosidade elevada, que garante um fluxo de água suficiente para dissolver grandes porções de rocha. Também é importante a presença de vegetação para garantir que a água penetre no solo e não seja perdida para a atmosfera. Regiões cársticas possuem muito poucas águas superficiais, uma vez que a água da chuva é, rapidamente, absorvida pelo solo e se acumula na zona freática. A zona freática é o aquífero livre, que se estende em profundidade até atingir um nível impermeável. Ela está em contacto vertical directo com a atmosfera através da zona de arejamento e sujeita apenas à pressão atmosférica e não tem nenhuma camada confinante superior. A profundidade do substrato compacto da zona freática varia com o ambiente geológico, entre poucos centímetros a várias dezenas de metros, dependendo da região. A água, ao passar pelas fissuras, corrói o carbonato de cálcio (CaCO3) ou outros sais constituintes da rocha, como sulfato de cálcio ou carbonato de magnésio. No caso da calcite, composta, basicamente, de carbonato de cálcio, o resultado dessa reacção é uma solução de bicarbonato de cálcio: CaCO3 + H2CO3 → Ca(HCO3)2. Os sais removidos da rocha são carregados pela água em direcção às camadas geológicas mais baixas. Ao atingir a zona freática, a água pode correr em rios subterrâneos abrindo cavidades na rocha, principalmente, por erosão química, mas também pode ocorrer erosão mecânica em zonas vadosas (acima do lençol freático). Os sais podem sedimentar-se em camadas geológicas inferiores ou serem arrastados para fora através de fontes (local de onde a água emerge naturalmente, de uma rocha ou do solo, para a superfície do solo ou para uma massa de água superficial) ou ressurgências (lugares onde uma corrente de água subterrânea reaparece à superfície do terreno depois de ter desaparecido a montante). Desde que contaminação das águas subterrâneas está, intimamente, relacionada com o estado das águas de superfície, ar, chuva e solo, a sua protecção devem ser tratadas ao mesmo tempo para a preservar o meio ambiente de forma global. Quando um geocientista se refere à nascente de um rio, ele está a referir ao ponto da bacia de drenagem mais distante da desembocadura e onde a água subterrânea brota, o que quer dizer, que ao longo de um rio pode haver várias fontes e que, unicamente, a fonte mais a montante é que corresponde, na realidade, à nascente do rio. É esta definição do geógrafo A. Johnston do Instituto Smithsoniano que foi utilizada pela Sociedade Nacional de Geografia dos EUA para localizar as nascente da maioria dos rios.
Kenorland (supercontinente) ....................................................................................................................................................................................Kenorland
Kenorland (supercontinent) / Kenorland (supercontinente) / Kenorland / Kenorland(超)/ Кенорленд / Kenorlandia /
Supercontinente que se formou há cerca de 2,7 Ga e que fracturou-se há, mais ou menos 2,5 Ga, em diferentes pequenos supercontinentes: (i) Laurência ; (ii) Báltica ; (iii) Austrália e (iv) Kalahari, etc.
Ver: «Cratão»
Kvenvoldenite ................................................................................................................................................................................................................Kvenvoldenite
Kvenvoldenite / Kvenvoldenite / Kvenvoldenite (Methanhydrat) / 水合物(kvenvoldenite) / Гидрат метана / Kvenvoldenite (Idrato di metano) /
Nome dado ao hidrato de metano por certos geocientistas, que consideram, que ele tem as características de um mineral (substância natural com uma estrutura cristalina definida) que contém quatro moléculas de metano e vinte e três de água (Kvenvolden, 1993). Sinónimo de Gás de Clatratos.
Ver: « Metano »
&
« Gás de Clatratos »
&
« Gás Não-Convencional »
Numa época em que, provavelmente, metade das reservas provadas do petróleo foram já produzidas, certos jornalistas e mesmo certos homens de ciência avançam os hidratos de metano como o combustível do futuro, uma vez que as estimações dos recursos de gás nos hidratos de metano são da ordem de 100 000 Tcf. Certos optimistas afirmam mesmo: " Eu penso que eventualmente as companhias de hidratos metano vão substituir as companhias de petróleo" (Sassen, 1998). Um tal sonho está muito longe de ser realizado, como o afirmam diversos geocientistas : (i) "Para produzir hidratos é necessário primeiro encontrar um depósito concentrado e depois utilizar energia térmica e energia de depressurização ou solventes para libertar o gás" (Laherrere, 2000) ; (ii) "Muitos na industria pensam que as estimações de metano nos hidratos de metano, avançadas, recentemente, nas margens divergentes, são, extremamente, exageradas e além disso, como o hidrato de metano está sobretudo disperso e não concentrado, ele será muito difícil de recuperar e muito caro" (Haq, 1998) ; (iii) "É provável que muito do hidrato ocorre em baixas concentrações sem potencial comercial" (Mielke, 1999) ; (iv) "Hidratos ocorrem em baixa concentração e não têm nenhum valor comercial" (testemunho de Chevron perante a Comissão do Senado dos EUA, em 1999) ; (v) "A falta de um modelo geológico, geofísico e petrofísico torna muito difícil determinar a distribuição vertical e lateral dos depósitos de gás hidrato, assim como o volume potencial retido nas armadilhas" (Shell Gas Hydrate Team, 1999) ; (vi) "É errado comparar reservas e recursos (volume no sitio), especialmente quando aos recursos não são o volume de acumulações, mas de uma dispersão nos sedimentos" (Laherrere, 2000) ; (vii) "Os valores determinados por Kvenvolden são exagerados, uma vez que os hidratos são descontínuos quer horizontal quer verticalmente" (Ginsburg, 1998). Por outras palavras, não é, certamente, num futuro próximo que as companhias de petrolíferas serão substituídas por companhias de hidratos de metano.