Rodínia...............................................................................................................................................................................................................................................................................Rodhinia

Rodínia / Rodínia / Rodhinia (Superkontinent) / Rodinia超级大陆 / Родиния (гипотетический суперконтинент) / Rodhinia (supercontinente) /

Supercontinente que se formou há cerca de 750 milhões de anos, no fim o Proterozóico, quando toda a crusta continental estava, mais ou menos, aglutinada, no meio de um grande oceano, formando uma ou poucas placas litosféricas. Também chamado Protopangeia. Este supercontinente era formado por cinturas montanhosas dobradas internas, muito antigas com pouco vulcanismo e por cinturas periféricas, mais recentes e com forte actividade vulcânica.

Ver: « Colisão Continental »
&
« Pangeia »
&
« Supercontinente »

Figura 575 (Rodínia) - O termo supercontinente é, geralmente, associado com o supercontinente Pangeia, o qual é formado pelo pequeno supercontinente Gondwana (ao sul) e o pequeno supercontinente Laurasia (ao norte). A lista dos supercontinentes é bastante extensa: (i) Supercontinente Vaalbará, que existiu há cerca de 3,8 Ga ; (ii) ; Supercontinente Ur, que existiu há cerca de 3,0 Ga ; (iii) Supercontinente Kenorland, que existiu há cerca de 2,7 Ga ; (iv) Supercontinente Nena que existiu há cerca de 1,8 Ga ; (v) Supercontinente Columbia que existiu há cerca de 1,8 Ga ; (vi) Supercontinente Atlântica, que existiu há cerca de 1,8 Ga ; (vii) Super continente Protopangeia ou Rodínia, que existiu há cerca de 1,1 Ga ; (viii) Supercontinente Panótia, que existiu há cerca de 0.6 Ga ; (ix) Supercontinente Euramérica, que existiu há cerca de 0,4 Ga ; (x) Supercontinente Pangeia, que existiu há cerca de 0,3 Ga. O pequeno supercontinente Gondwana, que existiu há cerca de 0,2 Ga era formado pelo seguintes continentes: 1) Antártida ; 2) África ; 3) Madagáscar ; 4) Seicheles ; 5) Índia ; 6) Austrália ; 7) Nova Guiné ; 8) Nova Zelândia e 9) Nova Caledónia. O supercontinente Protopangeia é considerada, por certos geocientistas, como o sétimo continente, também chamado Rodínia (que em russo quer dizer terra-mãe), parece ter existido (segundo as reconstituições da Tectónica das Placas) aproximadamente entre 1100 e 750 Ma. Muitos geocientistas pensam que o Rodínia se formou a partir do supercontinente Ur, que ele estava cercado pelo oceano Mirovia e que ele se fracturou em oito (8) continentes (parece que a ruptura originou não só o período glaciário do Criogeniano (segundo período do Neoproterozóico, entre 720 Ma e 635 Ma, que precedeu o Ediacariano, que é o último período do Pré-Câmbrico, durante o qual que ocorreu um fenómeno glaciário global conhecido como Terra Bola de Neve, ou seja, o ”Snowúall” des geocientistas de língua inglesa), mas também a rápida evolução da vida no Ediacariano e do Câmbrico) que depois de se afastarem uns dos outros se reuniram para formar, numa primeira fase o supercontinente Panótia e depois o supercontinente Pangeia. As reconstruções paleogeográficas derivadas da tectónica das placas sugerem, que no passado geológico e, particularmente, no início do Proterozóico (entre, mais ou menos, 2500 Ma e 541 Ma), existiu um supercontinente (quando a superfície terrestre é constituída por um número mínimo de placas litosféricas e toda, ou quase toda, a massa continental está aglutinada e rodeada por um grande oceano), visto que os geocientistas notaram a existência de cadeias de montanhas dessa idade em quase todos os continentes: (i) As montanhas criadas pela orogenia de Grenville na América do Norte ; (ii) As montanhas do Ural formadas durante a orogenia Urálica e (iii) As montanhas induzidas pela orogenia Dalslandiana (Gótica ou Sueco-Norueguesa) na Europa. Contrariamente, ao supercontinente Pangeia, que foi o último supercontinente, que se formou há cerca de 300 Ma, conhece-se muito pouca coisa sobre a configuração e história geodinâmica da Rodínia. Existem duas hipóteses sobre este supercontinente, isto é, sobre o supercontinente Protopangeia, Rodínia ou Pré-Câmbrico, como certos geocientistas lhe chamam: (a) Hipótese SWEAT, que admite que no Proterozóico, mais ou menos, entre 1100 Ma e 590 Ma, a Austrália estava aglutinada com a parte setentrional da América do Norte e (ii) Hipótese AUSWUS, que está ilustrada nesta figura, e na qual a Austrália está ligada a parte sudoeste da América do Norte. Nesta última hipótese (AUSWUS), a Tasmânia marca o limite este da plataforma proterozóica da Austrália e a linha 87Sr / 86Sr = 0,706 marca o limite Oeste do Proterozóico do continente Laurência. Nesta hipótese, os continentes ter-se-iam deslocado à volta de um pólo de Euler localizado a 51,46 ° N 106,70° E, com um ângulo de rotação de 114,33°. Note, que num espaço em três dimensões, o deslocamento de um corpo rígido (como as placas litosféricas) é equivalente à uma rotação à volta de um eixo fixo, chamado o pólo de Euler. Quando um supercontinente se forma ele bloca o fluxo de calor proveniente do interior da Terra, o que provoca um aquecimento da astenosfera e, por vezes, o aparecimento de fenómenos sísmicos na litosfera como a formação de vulcões, subidas de magma e a separação de dos diferentes fragmentos de supercontinente, o que que conduz à sua desintegração. O processo que leva à re-formação de um novo supercontinente é, ainda, sujeito a debate.

Ruptura (superfície de deposição)...............................................................................................................................................................................Offlap Break

Rupture (surface de déposition) / Ruptura (superficie de deposición) / Kreuzbandriss (Oberfläche Deposition) / 前积断点 / Перелом, разрыв (поверхность накопления) / Rottura (deposizione superficiale) /

Mudança brusca na inclinação da superfície de deposição que naturalmente exprime uma variação da profundidade de água de deposição. Traduz o nível de erosão das ondas quando o mar está calmo, o que corresponde, mais ou menos, a 10 m de profundidade (variando entre em 8 e 20 m). A maioria dos geocientistas consideram que a ruptura de inclinação da superfície de deposição corresponde, grosseiramente, à ruptura costeira da superfície de depósito ou da superfície de deposição.

Ver: « Rebordo da Bacia »
&
« Ruptura (superfície de deposição costeira) »
&
« Superfície de Deposição »

Figura 576 (Ruptura, da superfície de deposição) - Quando se fala de ruptura da superfície de deposição, em geral, está-se a falar da ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição, a qual marca o nível de erosão das ondas, quando o mar está calmo (mais ou menos, 10 m de profundidade) que, pelo menos nas linhas sísmicas, é impossível de diferenciar da linha da costa. A ruptura costeira de superfície de deposição pode coincidir com o rebordo da bacia. Uma tal coincidência (pelo menos nos dados sísmicos) só é possível durante a 2a fase de desenvolvimento o prisma de nível alto (PNA) de um ciclo sequência, isto é, quando o nível do mar relativo está, mais ou menos, ao nível do rebordo continental que neste caso funciona, também, como rebordo da bacia, uma vez que a bacia já não tem plataforma continental. Durante o prisma de nível baixo (PNB) de um ciclo sequência, como o nível do mar está mais baixo do que o rebordo da bacia (que, neste caso, é o último rebordo da bacia do ciclo precedente), a ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição (mais ou menos, a linha da costa) coincide com o rebordo continental, uma vez que o rebordo da bacia é, neste caso particular, o último rebordo rebordo da bacia do prisma de nível alto do ciclo sequência precedente, quando este ciclo está completo). Dentro de um ciclo estratigráfico dito ciclo sequência (induzido por um ciclo eustático de 3a ordem, cujo tempo de duração varia entre 3-5 My), desde a primeira superfície transgressiva (limite entre condições geológicas de nível baixo e de nível alto do mar), o nível do mar relativo fica mais alto do que o rebordo continental continental do prisma de nível baixo (PNB), o qual passa a ser o novo rebordo da bacia. No intervalo transgressivo (IT), que é subgrupo de cortejos sedimentares inferior do grupo de cortejos de nível alto (CNA), cuja geometria global é retrogradante, a cada paraciclo eustático (ingressão marinha), a ruptura costeira der inclinação da superfície de deposição desloca-se para o continente afastando-se, assim, do novo rebordo da bacia (rebordo continental), o que, naturalmente, cria uma plataforma continental. Durante o período de estabilidade do nível do mar relativo que se segue a um paraciclo eustático, a ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição desloca-se, pouco a pouco, para o mar à medida que os cortejos sedimentares se depositam em progradação. Todavia, como o acarreio sedimentar é insuficiente, devido a formação da plataforma continental, a ruptura costeira não atinge a posição que ela tinha anteriormente, antes que um novo paraciclo eustático ocorra e a desloque, outra vez para o continente, para que um novo paraciclo eustático se forme e induza, em seguida, a deposição de um novo paraciclo sequência, etc., etc. Isto é visível no esquema geológico ilustrado nesta figura, entre os paraciclos sequência 12-14 e 27-29, nos quais a ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição que, corresponde, mais ou menos. à linha da costa, sobretudo nas linhas sísmicas, está localizada a montante do rebordo da bacia (bacia com plataforma continental). Na 1a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto (PNA), a ruptura de inclinação da superfície de deposição não coincide com o rebordo da bacia. Todavia, à medida que ela prograda para o mar, a plataforma continental diminui de tamanho e desde que ela desaparece (início da 2a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto) forma-se um novo rebordo da bacia que coincide com a linha da costa, uma vez que o nível do mar está, grosseiramente ao nível do rebordo continental, que neste caso é também o rebordo da bacia. Neste modelo geológico, P. Vail e os seus colegas da EPR (“Exploration Production Research” da Exxon) assumiram: (i) Uma determinada curva eustática, que pode ser considerada ao nível dos ciclos eustáticos de 1a ordem (duração superior a 50 My), de 2a ordem (duração entre 50 e 3-5 My) e ao nível dos ciclos eustáticos de 3a ordem (duração entre 0,5 e 3-5 My) e construída a partir das variações do nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite ; (ii) Uma subsidência do rebordo continental aumentando, regularmente, e de maneira linear ; (iii) Um acarreio sedimentar constante (enfatizado pela área entre duas linhas cronostratigráficas consecutivas) ; (iv) Uma erosão negligenciável e (v) Uma diferença de tempo entre cada linha cronostratigráfica de 100 My ou, por outras palavras, que cada paraciclo eustático tem uma duração de 100 My (um paraciclo eustático é uma subida do nível do mar relativo, que é o nível do mar, local, referenciado à base dos sedimentos ou ao fundo do mar, resultante da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático e da tectónica, que é seguida, depois de um período de estabilidade do nível do mar relativos, por uma outra subida sem nenhuma descida do nível do mar relativo entre elas).

Ruptura (superfície de deposição continental)............................................................................Depositional Shoreline Break

Rebord de la plaine côtière, Rupture (surface de déposition continentale) / Borde de la planicie costera, Ruptura (superficie de deposición continental) / Rand der Küstenebene, Kreuzbandriss (Oberfläche Ablagerung Festland) / 沉积海岸线-断点 / Линия седиментационного перехода / Bordo della pianura costiera, Rottura (superficie di deposizione continentale) /

Dentro de um ciclo sequência, corresponde à ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição quando a bacia não tem uma plataforma continental, isto é, quando a ruptura costeira (mais ou menos a linha da costa) coincide com o rebordo continental (limite superior do talude continental), o que acontece quase sempre durante o depósito do prisma de nível baixo (PNB) e cones submarinos, assim como durante a 2a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto (PNA).

Ver: « Rebordo da Bacia »
&
« Ruptura (superfície de deposição costeira) »
&
« Superfície de Deposição »

Figura 577 (Ruptura, continental da superfície de deposição) - O offshore do Suriname corresponde é sobreposição de várias bacias da classificação das bacias sedimentares de Bally e Snelson (1980). Na linhas sísmicas regionais, é fácil de reconhecer, de baixo para cima: (i) Um soco que, em geral corresponde à uma cadeia dobrada, quer do Paleozóico quer do Pré-Câmbrico ; (ii) Bacias de tipo rifte, que alongaram a litosfera do pequeno supercontinente Gondwana (parte sul do supercontinente Pangeia), antes da ruptura da litosfera ; (iii) Uma margem divergente do tipo Atlântico, na qual se podem pôr em evidência, uma fase transgressiva, de geometria retrogradante, a qual é fossilizada pela fase regressiva sobrejacente, cuja geometria é progradante. Nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de um detalhe de uma linha sísmica deste offshore, pode dizer-se (sismicamente) que durante a fase regressiva do ciclo estratigráfico de invasão continental pós-Pangeia (induzido pelo segundo ciclo eustático de 1a ordem do Fanerozóico), a bacia (globalmente e nas linhas sísmica) não tinha plataforma continental. As sucessivas posições do rebordo da bacia (mais ou menos, coincidentes com os sucessivos rebordos continentais, que marcam, grosseiramente, a linha da costa) sugerem a presença, em determinados ciclos sequência, de intervalos transgressivos (IT) com uma espessura próxima ou inferior à resolução sísmica. Nestas condições (nível alto do mar, provavelmente, do nível do mar absoluto ou eustático (*)), a linha da costa, que enfatiza o limite externo da planície costeira, sublinha, ao mesmo tempo, o rebordo continental, que aqui coincidente com o rebordo da bacia. Muitos geocientistas, consideram que neste caso particular se pode falar de ruptura continental de inclinação da superfície de deposição. Os poços de pesquisa que reconheceram a fase regressiva do ciclo de invasão continental, sugerem que quando a ruptura costeira da inclinação da superfície de depósito está à montante do rebordo da bacia, há uma sucessão vertical de depósitos regressivos (pouco espessos e de espessura inferior à resolução sísmica), que globalmente têm uma geometria retrogradante. Não esqueça que aquilo a que muitos geocientista chamam transgressão, ao nível de um ciclo sequência, é uma sobreposição vertical de regressões cada vez mais pequenas. A predominância dos episódios regressivos é evidente. O resultado da análise sequencial dos testemunho de perfuração sugere, fortemente, que os episódios transgressivos não são outra coisa que episódios regressivos, durante os quais o aporte terrígeno é insuficiente para que a linha da costa e os depósitos costeiros progradem globalmente. Durante as subidas do nível do mar relativo (paraciclos eustáticos), em aceleração, a linha da costa é deslocada para o continente, para depois, durante uma fase de estabilidade do nível do mar relativa, se deslocar para a bacia à medida que os cortejos sedimentares progradantes se depositam. Todavia, a linha da costa não atinge a sua antiga posição, o que, coletivamente, cria uma geometria retrogradante. Contrariamente, ao que muitos geocientistas dizem, ao nível de um ciclo sequência uma regressão não corresponde a uma descida do nível do mar relativo, assim como uma “transgressão” (**) (termo a evitar) também não corresponde, exactamente, a uma subida nível do mar. Dentro de um ciclo sequência, para haver depósito tem sempre que haver uma aumento do espaço disponível para os sedimentos. Quando ele é em aceleração a deposição é retrogradante (sobreposição de regressões sedimentares cada vez mais pequenas), quando ele é em desaceleração ela é progradante (sobreposição de regressões sedimentares cada vez mais importantes). O termo transgressões é utilizado para designar a sobreposição de ingressões marinhas, cada vez mais importantes, e das regressões sedimentares associadas, que são cada vez mais pequenas, o que, colectivamente, cria uma unidade sedimentar retrogradante (intervalo transgressivo de um ciclo sequência).

(*) Tendo em linha de conta a geometria sub-horizontal dos reflectores sísmicos da margem divergente, particularmente da fase regressiva do ciclo de invasão continental, a montante dos sucessivos rebordos continentais, pode dizer-se que a grande maioria do espaço criado para a sedimentação foi, principalmente, induzido, pelas variações do nível do mar absoluto ou eustático, quer isto dizer, do nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite. A influência da tectónica e, principalmente da subsidência é, quase inexistente (entre em linha de conta com o artefacto sísmico induzido pela variação da profundidade de água).

(**) Diga sempre transgressão marinha para bem precisar que está falar do nível do mar e não dos sedimentos. Em português (Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa) uma transgressão é o avanço do mar sobre as terras. Os sedimentos nunca avançam para o continente. Ao contrario, os sedimentos progradam sempre do continente para o mar, quer isto dizer, da linha da costa recuada pela transgressão marinha para o mar.

Ruptura (superfície de deposição costeira)........................................................................................Depositional Shoreline Break

Rupture (surface de déposition côtière) / Ruptura (superficie de deposición costera) / Kreuzbandriss (Küsten-Oberfläche Deposition) / 沉积海岸线-断点 / Разрыв (поверхности прибрежных отложений) / Rottura (superficie di deposizione costiera) /

Ponto a montante do qual a superfície depósito é ao nível de base (geralmente marinho) ou perto dela, e a jusante do qual a superfície depósito é baixa. A posição deste ponto coincide, aproximadamente, com a parte distal das barras deltaicas, ou com os depósitos frontais de praia. A ruptura costeira corresponde ao nível de erosão mais baixo da acção das vagas, quando o mar está calmo (mais ou menos, 10/20 metros abaixo do nível de mar). Dentro de um ciclo sequência, a ruptura costeira de inclinação da superfície de depósito pode estar longe (durante o depósito do intervalo transgressivo e durante o depósito da 1a fase de desenvolvimento do prisma de alto nível) ou coincidente com o limite da superior do talude continental (durante o prisma de nível baixo, PNB e durante a 2a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto). Em 1990, Vail substituiu a expressão ruptura da superfície de deposição costeira por ruptura de progradação, uma vez que esta última expressão não é genética.

Ver: « Rebordo da Bacia »
&
« Ruptura (superfície de deposição costeira) »
&
« Superfície de Deposição »

Figura 578 (Ruptura, costeira da superfície de deposição) - Nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de um detalhe de uma linha sísmica do onshore dos Estados Unidos, reconhecem-se várias rupturas costeiras de inclinação da superfície de deposição. Dentro do ciclo sequência considerado, que é limitado entre duas discordâncias, cuja diferença de idade não é superior a 3-5 My, o que quer dizer que ele foi induzido por um ciclo eustático de 2a ordem, algumas das rupturas costeiras de inclinação da superfície de deposição estão associadas ao intervalo transgressivo (IT), colorido em verde, que tem uma geometria retrogradante bem marcada (a espessura do intervalo aumenta para montante, isto é, em direcção do continente). A primeira ruptura de inclinação, que marca o rebordo continental do prisma de nível baixo (PNB), (intervalo do ciclo sequência não colorido), antes da primeira superfície transgressiva, está fora do autotraço (está localizado Oeste, onde praticamente o intervalo transgressivo desaparece). Todavia, três outras ruptura costeiras de inclinação da superfície de deposição são, perfeitamente, visíveis dentro do intervalo transgressivo, a última das quais é reforçada pela presença de uma construção recifal. Durante o intervalo transgressivo (IT), pode dizer-se, que a linha da costa, no fim de cada paraciclo sequência (intervalo sedimentar depositado durante um paraciclo eustático e limitado entre duas superfícies de inundação sucessivas, ou seja entre duas ingressões marinhas sucessivas (*)), se desloca para o continente afastando-a, cada vez mais do reborda da bacia (localizado com dito a Oeste deste autotraço), o que aumenta a extensão e a lâmina de água da plataforma continental. Durante o prisma de nível alto (PNA) sobrejacente, os biséis somitais das progradações sublinham as sucessivas posições das rupturas costeiras de deposição (que correspondem, mais ou menos, à linha da costa) que se deslocam, progressivamente, para o mar. Unicamente a 1a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto (durante a qual a bacia tem uma plataforma continental) é visível neste autotraço, uma vez que nenhuma destas progradações corresponde a um talude continental. Estas progradações são oblíquas, visto que, sismicamente, não há agradação significativa e elas correspondem, provavelmente a cordões litorais depositados em associação com deltas desenvolvidos sob a influência das ondas, o que sugere, fortemente, que durante todo o prisma de nível alto (PNA), a bacia não tinha plataforma continental. As progradação oblíquas que enfatizam os cortejos sedimentares do subgrupo superior do grupo de cortejos sedimentares de nível alto, ou seja, do prisma de nível alto (PNA) e que correspondem a deltas desenvolvidos sob a influência das vagas, fossilizam, pouco a pouco, a plataforma continental a qual desaparecera quando a ruptura costeira de deposição for, ao mesmo tempo, o rebordo continental bacia, que neste caso marcará, também, o rebordo da bacia (é o que é visível na continuação Oeste autotraço). Como o prisma de nível alo (PNA), do ciclo sequência, aqui considerado, se acunha e desaparece, completamente, a montante, forma-se uma armadilha estratigráfica, uma vez que, não só, no prisma de nível alto (PNA) existem cordões litorais que têm boas características de rochas-reservatório, mas também porque ele é coberto, directamente, pelo intervalo transgressivo (IT) do ciclo sequência sobrejacente, o qual é rico em rochas-de-cobertura. Este prisma de nível alto (PNA) com um acunhamento a Este e as progradações obliquas que enfatizam os cortejos sedimentares deltaicos ilustram um dos edifícios deltaicos mais bem conhecidos e estudados do mundo (Woodbine delta), uma vez que ele constitui um dos maiores campos petrolíferos dos EUA (East Texas Oil Field). Este campo, descoberto em 1930, contém as segundas maiores reservas de petróleo comprovadas dos Estados Unidos (Alasca não incluído), mais de 6 Gb de petróleo. Globalmente, este campo tem, mais ou menos, 70 km de comprimento e 8 km de largura (± 570 km2) e nele foram já perfurados mais de 30000 poços de pesquisa e desenvolvimento.

(*) Uma ingressão marinha ou uma subida do nível do mar relativo não se faz em continuidade. Muitos geocientistas falam de ingressão marinha composta e ingressão marinha simples que é um acréscimo de uma ingressão marinha composta, uma vez que uma subida do nível do mar relativo não se faz em continuidade, mas por etapas , como por exemplo: (i) Subida do nível do mar relativo de 3 m (ingressão marinha simples) ; (ii) Período de estabilidade do nível do mar relativo ; (iii) Subida do nível do mar relativo de 5 m (ingressão marinha simples) ; (iv) Período de estabilidade do nível do mar relativo ; (v) Subida do nível do mar relativo de 7 m (ingressão marinha simples) ; (vi) Período de estabilidade do nível do mar relativo ; (vii) Descida do nível do mar relativo de 10 m (regressão marinha). Neste caso, globalmente o nível do mar relativo subiu 15 metros (ingressão marinha composta) e em aceleração, uma vez que as ingressões marinhas simples são cada vez maiores. Os termos ingressão marinha simples e composta devem ser utilizados sempre que uma clarificação é necessária.

Ruptura (de plataforma da superfície de deposição)..............................................................................Depositional Shelf Break

Rupture (surface de déposition de la plate-forme) / Ruptura (superficie de deposición de plataforma) / Kreuzbandriss (Oberfläche Abscheidung der Plattform) / 沉积大陆架中断 / Осадочный перегиб шельфа / Rottura (superficie di deposizione della piattaforma)

Termo que já foi abandonado para evitar confusões. Ele era usado para exprimir a ruptura de inclinação da superfície de depósito quer associada à linha da costa, quer à ruptura da plataforma. Ele foi substituído por ruptura de progradação (P. Vail), que tem um significada mais descritivo e que pode ser costeira ou continental (embora possam, também, coincidir). Dentro de um ciclo sequência, durante o prisma de nível alto (PNA), como a ruptura de inclinação da superfície de depósito costeira prograda, a partir de uma certa altura, as progradações fossilizam a plataforma (intervalo transgressivo subjacente), e assim ela passa a ser o novo rebordo da bacia (2a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto).

Ver: « Rebordo da Bacia »
&
« Ruptura (superfície de deposição costeira) »
&
« Superfície de Deposição »

Figura 579 (Ruptura, da superfície de deposição de plataforma) - Como dito acima esta expressão (ruptura da superfície de deposição da plataforma) foi abandonada porque ela só sublinhava a ignorância de um certo número de geocientistas. Antes do advento da estratigrafia sequencial, a grande maioria dos geocientistas confundia, alegremente, a planície costeira com a plataforma continental, sobretudo nas linhas sísmica, uma vez que é muito difícil de reconhecer numa linha sísmica, uma lâmina de água de deposição inferior a 100 metros. Por outras palavras: (i) Uma plataforma continental, por definição, é coberta por uma lâmina de água que varia de 0 a 200 metros ; (ii) Se a lâmina de água é de 50 metros, a espessura de água é muito próximo da resolução sísmica das linhas convencionais ; (iii) Em linguagem corrente a resolução é a capacidade de distinguir entre objectos, quer isto dizer, ver um segundo objecto, na presença de um outro ; (iv) Nos dados sísmicos, a resolução vertical é a distância mínima entre duas interfaces para que duas reflexões distintas ocorram, ou seja, a espessura mínima de um intervalo sedimentar para que ele induza duas reflexões distintas uma do top e outra da base ; (v) O comprimento (em tempo) das onduletas sísmicas (*) produz confusão porque sucessivas reflexões se sobrepõem, é por isso, que a fonte da onduleta deve ser curta ; (vi) De qualquer maneira, como resolução vertical da maioria das linhas sísmicas convencionais raramente ultrapassa 30-40 metros, uma plataforma continental com 50 metros de lâmina de água não é discernível e a ruptura costeira da inclinação da superfície de deposição, isto é, grosseiramente, a linha da costa, será interpretada como coincidente com o rebordo continental, que neste caso coincide com o rebordo da bacia. Nos siliciclásticos, durante um ciclo estratigráfico dito ciclo sequência, limitado entre duas discordância (superfícies de erosão, criadas por duas descidas significativas do nível do mar relativo (**) espaçadas entre 0,5 e 3-5 milhões de anos) e induzido por um ciclo eustático de 3a ordem, cuja duração varia entre 0,5 e 3-5 My, a bacia só tem plataforma continental durante o grupo de cortejos sedimentares de nível alto (CNA), em particular durante o intervalo transgressivo (IT) e durante a 1a fase do prisma de nível alto (PNA). Neste autotraço de uma detalhe de uma linha sísmica do offshore da China, tudo o que se pode reconhecer (tendo em linha de conta a resolução sísmica) são as rupturas costeiras de inclinação das superfícies de deposição durante episódios regressivos, que provavelmente correspondem a um sucessão de ciclos sequência incompletos( prismas de nível baixo (PNA) que fossilizam cones submarinos) ou uma sucessão de prisma de nível baixo com turbiditos proximais associados (turbiditos em telhado de ripas) e não as rupturas distais da plataforma (sismicamente não há plataforma evidente dentro dos intervalos coloridos em castanho), as quais, teoricamente, estão associadas ao intervalo transgressivo de um ciclo sequência e assim dissociadas da linha da costa que está localizada muito mais a montante. A expressão ruptura da superfície de deposição de plataforma pode ter sentido nos ambientes carbonatos, onde a grande maioria dos sedimentos são de natureza orgânica e a profundidade de água raramente ultrapassa 20 metros, Todavia, uma plataforma carbonata não corresponde sempre a uma plataforma continental.

(*) Uma onduleta é uma função capaz de decompor e descrever ou representar outra função (ou uma série de dados) originalmente descrita no domínio tempo (ou outra ou outras várias variáveis independentes, como o espaço), de forma a podermos analisar esta outra função em diferentes escalas de frequência e de tempo. A decomposição de uma função com o uso de onduletas conhecida como “transformada onduleta" e tem suas variantes contínua e discreta. Graças à capacidade de decompor as funções tanto no domínio da frequência quanto no domínio do tempo, as funções onduleta são ferramentas poderosas de processamento de sinais, muito aplicadas na compressão de dados, eliminação de ruído, separação de componentes no sinal, identificação de singularidades, detecção de auto-semelhança, e muito mais. (https://pt.wikipedia.org/ wiki/Wavelet)

(**) O nível do mar pode ser absoluto ou eustático e relativo. O nível do mar absoluto ou eustático é o nível do mar, global, referenciado an centro da Terra ou a um satélite. O nível do mar relativo é o nível do mar, local, referenciado a qualquer ponto da superfície terrestre, como o fundo do mar ou à base dos sedimentos e que é o resultado da acção combinado do nível do mar absoluto e da tectónica /subsidência ou levantamento). O nível do mar absoluto é função da : (i) Tectonicoeustasia que é controlada pela variação do volume das bacias oceânicas em associação com alastramento oceânico no seguimento da ruptura dos supercontinentes ; (ii) Glacioeustasia, que é controlada pela variação de volume de água dos oceanos função da quantidade de gelo (assumindo que a quantidade de água sob todas as suas formas é constante desde a formação da Terra, há cerca de 4,5 Ga) ; (iii) Geoidaleustasia que é controlada pela distribuição da água dos oceanos causada pelas variações do campo da gravidade terrestre (onde a gravidade é mais forte que o valor normal, o nível do mar é atirado para o centro da Terra) e (iv) Aumento estérico do nível do mar ou dilatação térmica dos oceanos, que é controlo pelo aumento da temperatura dos oceanos ( se a temperatura aumenta, a densidade da água diminui e, para uma massa constante, o volume aumenta).

Ruptura Costeira.......................................................................................................................................................................................................Shoreline Break

Ruptura costeira / Ruptura de pendiente costera / Kreuzbandriss (Küsten-Steigung) / 海岸线-断点 / Разрыв береговой линии / Rottura (versante costiero) /

Ruptura (quebra) na inclinação do fundo do mar muito próximo do nível de base (ver nível de acção das vagas). O termo “ruptura costeira” é utilizado, frequentemente, pelos geocientistas americanos como sinónimo quer do “Rebordo da Planície Costeira”, “Ruptura da Superfície de Deposição Costeira” ou “Ruptura do Declive da Superfície de Deposição”.

Ver: « Rebordo da Bacia »
&
« Ruptura (superfície de deposição costeira) »
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« Superfície de Deposição »

Figura 580 (Ruptura Costeira) - No modelo geológico ilustrado neste figura, Neste modelo geológico, P. Vail e os seus colegas da EPR (“Exploration Production Research”da Exxon) assumiram: (i) Uma determinada curva eustática (*) (construída a partir das variações do nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite ; (ii) Uma subsidência do rebordo continental aumentando, regularmente, e de maneira linear ; (iii) Um acarreio sedimentar constante (enfatizado no modelo pela área entre duas linhas cronostratigráficas consecutivas) ; (iv) Uma erosão negligenciável (não tomada em linha de conta) e (v) Uma diferença de tempo entre cada linha cronostratigráfica de 100 My ou, por outras palavras, cada paraciclo eustático (**) tem uma duração de 100 My que é seguida, depois de um período de estabilidade do nível do mar relativos, por uma outra subida sem nenhuma descida do nível do mar relativo entre elas). A montante da ruptura costeira de inclinação da superfície de depósito, que corresponde, mais ou menos, à linha da costa, os sedimentos preenchem todo o espaço disponível criado para os sedimentos (acomodação), o que quer dizer, que a profundidade de água de deposição é, praticamente, sempre próximo de zero. A jusante e, particularmente, na plataforma continental, apenas uma parte do espaço disponível criado, por uma subida do nível do mar relativo (ingressão marinha), é preenchido, o que quer dizer, que a jusante da ruptura costeira de inclinação da superfície de depósito, há sempre uma profundidade de água de deposição. Neste esquema estão representados três ciclos sequência, limitados entre duas discordância (superfícies de erosão) e induzidos por três ciclos eustáticos de 3a ordem, cuja duração varia entre 0.5 My e 3-5 My. Isto implica que a diferença de idade entre a discordância superior e inferior, que limitam um ciclo sequência seja, sempre, inferior a 3-5 My (dentro do Fanerozóico, mais ou menos 600 My, um tal intervalo de tempo é considerado com instantâneo, uma vez que ele inferior a um centésimo (1/100) to tempo total). Destes três ciclos sequência unicamente um está completo. Num ciclo sequência completo há dois grupos de cortejos sedimentares (associações laterais de sistemas de deposição síncronos e geneticamente ligados entre eles), o inferior (CNB), durante o qual o nível do mar é mais baixo do que o rebordo da bacia e o superior (CNA) durante o qual o nível do mar§ é alto do mar. No grupo de cortejos de nível baixo (CNB), distinguem-se três subgrupos: (i) Cones Submarinos de Bacia (CSB) ; (ii) Cones submarinos de talude (CST) : e (iii) Prisma de nível baixo (PNB). No grupo dos cortejos de nível alto (CNA), distinguem-se dois subgrupos: (iv) Intervalo transgressivo (IT) e (v) Prisma de nível alto (PNA). Em casos particulares pode existir um outro subgrupo por cima do prisma de nível alto, que certos autores chamam prisma de bordadura de bacia (PBB) e outros regressão forçada (RF). O primeiro ciclo sequência está representado pelo prisma de nível alto (PNA) que é formado pelos paraciclos sequência de 1 a 5. As posições sucessivas da ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição deslocam-se para o mar e correspondem ao rebordo continental (que, aqui, marcam o rebordo da bacia), uma vez que, pelo menos, durante a parte final deste subgrupo de cortejos a bacia não tem plataforma. No ciclo sequência sobrejacente, que é separado do precedente por uma descida significativa do nível do mar §relativo, estão representados todos os subgrupos de cortejos sedimentares. Durante o depósito dos cones submarino de bacia (CSB), de talude (CST) e do prisma de nível baixo (PNB), o rebordo da bacia corresponde ao último rebordo da bacia do ciclo sequência precedente. Antes da 1a superfície transgressiva, que marca o início do intervalo transgressivo (IT), a ruptura costeira da superfície de deposição individualiza-se do rebordo continental, que não é o rebordo da bacia. A partir da 1a superfície transgressiva, o rebordo continental que passou a ser o novo rebordo da bacia, uma vez que a linha da costa se deslocou para o continente, criando uma plataforma continental. Todavia, à medida que a plataforma se desenvolve, a ruptura costeira, globalmente, desloca-se para montante e o rebordo continental, que é o novo rebordo da bacia, ficou estacionário até ser, mais tarde, seja fossilizado pelas progradações do prisma de alto nível (PNA).

(*) A qual pode ser considerada ao nível dos ciclos eustáticos de 1a ordem (duração superior a 50 My), de 2a ordem (duração entre 50 e 3-5 My) e ao nível dos ciclos eustáticos de 3a ordem (duração entre 0,5 e 3-5 My)., o que quer dizer que a curva eustática pode ser considerada a curto prazo (ciclos sequência), ou a longo prazo (subciclos de invasão continental), ou mesmo aplanada longo prazo (ciclos de invasão continental).

(**) Um paraciclo eustático é uma subida do nível do mar relativo, que é o nível do mar, local, referenciado à base dos sedimentos ou ao fundo do mar (resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite, e da tectónica (subsidência ou levantamento).

Ruptura de Planície Costeira........................................................................................................................Shelf Edge, Shelf Break

Rebord de la plaine côtière / Borde de la planicie costera / Rand der Küstenebene / 沿海平原的边缘 / Линия седиментационного перехода / Bordo della pianura costiera/

Limite externo da planície costeira. Coincide, grosso modo, com a ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição. Dentro de um ciclo sequência, pode coincidir, com o rebordo da bacia, quando esta não tem plataforma continental (quando as progradações do prisma da nível alto fossilizaram a plataforma continental do intervalo transgressivo) ou estar afastado, para montante, centenas de quilómetros (durante o intervalo transgressivo).

Ver: « Planície Costeira »
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« Ruptura (superfície de deposição) »
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« Ruptura (superfície de deposição costeira) »

Figura 581 (Ruptura da Planície Costeira) - Alguns geocientistas americanos utilizam os termos “shelf break”, “shoreline break”, “depositional shelf edge”, “depositional coastal break” e “offlap break” para exprimir o mesmo ou diferentes conceitos geológicos. Nos últimos trabalhos de Vail, Wagonner e Posamentier, estes termos foram abandonados e substituídos “offlap break” (ruptura da superfície de deposição), que é uma expressão muito vaga e que exprime a ruptura costeira da superfície de deposição a montante do ponto em que o nível base do mar está muito próximo do fundo do mar. Como em português, o termo plataforma continental e ruptura d inclinação são precisos, o que não é o caso em inglês com "shelf", "edge" e "offlap", neste glossário consideramos que: (i) O rebordo da bacia, que dentro de um ciclo sequência, em determinados momentos, pode coincidir com o rebordo continental (quando a bacia tem uma plataforma continental), corresponde ao “shelf break”, mas pode também corresponder ao “depositional coastal break”, quando a bacia não tem plataforma ; (ii) O rebordo da planície costeira ou ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição corresponde ao “shoreline break” e “depositional coastal break”, que podem coincidir com o rebordo continental quando a bacia não tem plataforma (em geral, pode dizer-se que ele marca o bordo externo do prisma costeiro (*)) ; (iii) A ruptura de inclinação da superfície de deposição da plataforma corresponde o “depositional shelf edge” e marca a posição da linha da costa no fim de cada paraciclo sequência (Camada ou sucessão de camadas sedimentares, mais ou menos, conformes, geneticamente ligadas e limitadas por duas superfícies ravinamento consecutivas induzidas por inundações marinhas (ingressões) ; um paraciclo sequência é a unidade estratigráfica depositada durante um paraciclo eustático). Dentro de um ciclo sequência, durante o intervalo transgressivo (IT), globalmente, a linha da costa é retrogradante, uma vez que a sua posição ao fim de cada paraciclo sequência é cada vez mais próximo do continente. Nos esquemas ilustrados nesta figura, que sublinham a evolução de um prisma de nível alto (PNA) e de um prisma de bordadura da bacia (PPB), que é, mais ou menos o equivalente de uma regressão força (RF) e que certos geocientistas chamam cortejos sedimentares descendentes (CSD), antes de uma abrupta descida do nível do mar relativo (**) (que originou a discordância), o rebordo da planície costeira corresponde ao rebordo da bacia, o qual corresponde também, mais ou menos, o rebordo continental (a bacia não tem plataforma continental). A descida do nível do mar relativo termina o ciclo sequência que é incompleto ; unicamente se depositaram o prisma de nível alto (PNA) e o obsoleto prisma de bordadura da bacia (PBB). Um novo ciclo sequência se inicia com o depósito dos cones submarinos de bacia (CSB). Durante os cortejos de nível baixo do mar (CNB) deste novo ciclo sequência, o rebordo da bacia continua a ser, grosseiramente, a antiga ruptura da planície costeira do prisma de nível alto (PNA) do ciclo precedente. Não se esqueça que ao longo da superfície de deposição, isto é, ao longo de uma linha cronostratigráfica, existem várias rupturas de inclinação, que do continente par o mar, durante a deposição do prisma de nível alto (PNA) são: (i) Linha da Baía ; (ii) Linha da costa, que 1a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto (PNA) está individualizada da ruptura continental, mas não na 2a fase ; (iii) Ruptura Continental ; (iv) Ruptura da base do talude continental.

(*) O prisma costeiro é o conjunto dos sedimentos que se acumulam na planície costeira durante a progradação da linha da costa, o qual inclui depósitos fluviais e marinhos de água pouco profunda. O prisma costeiro (Poseamentier e Vail, 1988) tem a forma de cunha e prolonga-se para o continente por biséis de agradação sobre a topografia pré-existente. O limite, a montante, do prisma costeiro é a linha de baía.

(**) O nível do mar relativo é o nível do mar, local, referenciado a qualquer ponto da superfície terrestre, como o fundo do mar ou à base dos sedimentos e que é o resultado da acção combinado do nível do mar absoluto e da tectónica (subsidência do fundo do mar quando o regime tectónico predominante é em extensão ou levantamento do fundo do mar, quando o regime tectónico é em compressão). O nível do mar pode ser absoluto ou eustático e relativo. O nível do mar absoluto ou eustático é o nível do mar, global, referenciado an centro da Terra ou a um satélite. O nível do mar absoluto é função da : (i) Tectonicoeustasia ; (ii) Glacioeustasia ; (iii) Geoidaleustasia e (iv) Dilatação térmica dos oceanos ou aumento estérico do nível do mar.

Ruptura da Litosfera.........................................................................................................................................................Break-up of lithosphere

Rupture de la lithosphère / Ruptura de la litosfera / Aus der Lithosphäre / 岩石圈的分离 / Распадлитосферы, Порог (течение) / Rottura della litosfera /

Uma das fases tectonicoestratigráficas de um ciclo de Wilson: (i) Cratão Continental Estável ; (2) Anomalia Térmica (ponto quente) e Alargamento (rifting) do cratão, com formação de bacias do tipo rifte (em geral demigrabens com vergência oposta de cada lado da anomalia térmica) ; (3) Ruptura da Litosfera, com criação de nova crusta oceânica e formação de duas margens divergentes ; (4) Expansão Oceânica, que, pouco a pouco, transforma as margens jovens em margens velhas devido ao arrefecimento e aumento de densidade da crusta oceânica ; (5) Subducção, quer isto dizer, desde que a densidade da crusta oceânica é muito grande, ela parte-se em duas porções e uma delas entra em subducção (mergulha sob a outra) criando uma margem convergente, com formação de um arco vulcânico e levantamento de uma cadeia de montanhas na placa litosférica cavalgante ; (6) Colisão Margem Divergente / Arco Vulcânico, com formação de uma Cadeia de Montanhas (note na outra extremidade a margem divergente gémea) ; (7) Peneplanização (cadeia de montanhas) e nova Subducção da crusta oceânica com a margem gémea criando outra margem convergente ; (8) Colisão Continente / Continente e fecho do oceano criado entre as duas margens divergentes iniciais e (9) Fim do ciclo de Wilson com a formação de um novo cratão continental estável.

Ver: «Ciclo de Wilson»


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Ultima actualização : Junho, 2017