Planalto..................................................................................................................................................................................................................................................................................Plateau
Planalto / Plateau / Hochebene / 高原 / Плато / Altopiano /
Área plana cuja altura se destaca em relação ao plano das regiões vizinhas.
Ve : « Peneplanície »
&
« Barra de Meandro »
&
« Erosão »
Figura 481 (Planalto) - Em geologia, um planalto é um terreno plano, elevado, de grandes dimensões (para não se confundir com uma mesa) ou uma grande planície sobre montes. Quando um planalto é muito erodido como, o que está ilustrado nesta fotografia (Planalto do Colorado, EUA), ele é, por vezes, chamado planalto dissecado. Quando um planalto é criado pela actividade vulcânica fala-se de um planalto vulcânico. Certos geocientistas consideram que um planalto deve ser mais alto pelo menos 500 metros do que os terrenos à sua volta e que um dos seus lados deve ser muito íngreme. A superfície de um planalto é muito variável. Existem planaltos do tamanho da cidade do Porto, mas também existem outros que têm várias vezes a superfície de Portugal. O maior e mais alto planalto no mundo é o planalto do Tibete, que é talvez, mais conhecido, pela denominação de "Tecto do Mundo". O planalto do Tibete, que resultou da colisão entre as placas litosféricas Indoaustraliana e Euroasiática, continua ainda hoje a levantar-se. Alguns planaltos resultam de um levantamento geológico local e rápido (em termos geológicos), outros estão associados a lentos movimentos verticais das grandes unidades geológicas estáveis. Outros, ainda, como o tecto do mundo, que se localizam-se, em geral, entre as montanhas, resultam da colisão das placas litosféricas. Cerca de 45% da superfície total da Terra é formada de planaltos. Na Austrália, dois terços da superfície terrestre é ocupada pelo Planalto Ocidental, que existe, provavelmente, desde há mais de 500 Ma (Paleozóico). Cerca de 25% da superfície da China é formada por planaltos. Os planaltos, como todos os terrenos elevados são, continuamente, cinzelados pela erosão. Quando os planaltos têm rios eles são cortados por canhões, que os cavam, na medida em que eles tentam alcançar o nível de base dos lagos ou do oceano para os quais eles fluem. A formação de tais canhões com meandros de vale (não confundir com meandros de planície aluvial), como o ilustrado nesta fotografia, pode levar dezenas de milhões de anos. De facto, existem dois tipos principais de meandros: (i) Meandros de vale ou meandros encaixados são aqueles em que o vale do rio meandra como o rio, à mesma escala, o que quer dizer que os meandros são mais ou menos permanentes (ii) Meandros de planície de aluvial, que certos geocientistas franceses chamam, de maneira errada, meandros livres ou meandros divagantes, são aqueles em que as sinuosidades do rio são independentes do traçado do vale e têm escalas muito diferentes, isto é, o vale é muito maior do que o rio e que os meandros não são permanentes. A tendência para os rios de planície formarem meandros é uma forma de dissipação de energia nos períodos em que os caudais (*) (caudal = precipitação - infiltração - evapotranspiração) são maiores. Como exemplo dos primeiros podemos citar os meandros do rios Douro ou do rio Mondego (entre Penacova e Coimbra, onde o rio percorre um apertado vale) e dos segundos os meandros do rio Mississipi (estados Unidos) ou do Amazonas (Brasil). O termo planalto é também utilizado, por muitos geocientistas, para designar certas topografias submarinas, quer associadas a crusta continental, como, o planalto das Seychelles, quer a escoamentos ou derrames vulcânicos como Planalto Ontong Java, no SE da Ásia. Relativamente ao terreno circundante, os tepuis da Venezuela, do Brasil e da Guiana são os planaltos mais altos, com paredes verticais de mais de um quilómetro de altitude. O termo tepui, que na língua nativa do Pemon (povos indígenas que habitam a Grande Sabana) significa "casa dos deuses”, designa topo horizontal ou mesa das terras altas da Guiana (América do Sul), especialmente na Venezuela e no este da Guiana. Os tepuis encontram-se mais como entidades isoladas do que conectados, o que favorece o desenvolvimento de espécies endémicas de plantas e animais. Dentre os tepuis mais conhecidos pode citar-se são Neblina, Autana, Auyantepui e o Monte Roraima que são, normalmente, compostos de blocos de arenito quartzífero do Pré-Câmbrico que se levantam abruptamente da selva, dando origem a paisagens naturais espetaculares. O tepui de Auyantepui é a fonte das “Quedas do Anjo” (Estado da Bolivia, na Venezuela), que são as quedas de água mais elevada do mundo, com uma altura de 979 metros e um mergulho de 807 metros. Os 979 metros de altura incluem cerca de 400 metros de cascadas inclinadas e rápidos debaixo do salto principal e um mergulho de cerca de 30 metros a jusante dos rápidos (https://en.wikipedia.org/wiki/Angel_Falls).
(*) Quando os caudais aumentam verifica-se aumento do nível da água e erosão do fundo do rio Quando os caudais diminuem, o nível da água baixa e há deposição dos sedimentos.
Planetário (em geologia)................................................................................................................................................................................................................................Global
Planétaire (en géologie) / Planetario (en geología) / Allumfassend / 全球 / Всемирный (распространяющийся на всю землю) / Globali, Mondiale /
Quando contém ou se aplica à superfície inteira da Terra. Sinónimo de Global (em Geologia).
Ver: « Global (evento geológico) »
&
« Mudança Geológica »
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« Eustasia »
Figura 481 (Planalto) - Em geologia, um planalto é um terreno plano, elevado, de grandes dimensões (para não se confundir com uma mesa) ou uma grande planície sobre montes. Quando um planalto é muito erodido como, o que está ilustrado nesta fotografia (Planalto do Colorado, EUA), ele é, por vezes, chamado planalto dissecado. Quando um planalto é criado pela actividade vulcânica fala-se de um planalto vulcânico. Certos geocientistas consideram que um planalto deve ser mais alto pelo menos 500 metros do que os terrenos à sua volta e que um dos seus lados deve ser muito íngreme. A superfície de um planalto é muito variável. Existem planaltos do tamanho da cidade do Porto, mas também existem outros que têm várias vezes a superfície de Portugal. O maior e mais alto planalto no mundo é o planalto do Tibete, que é talvez, mais conhecido, pela denominação de "Tecto do Mundo". O planalto do Tibete, que resultou da colisão entre as placas litosféricas Indoaustraliana e Euroasiática, continua ainda hoje a levantar-se. Alguns planaltos resultam de um levantamento geológico local e rápido (em termos geológicos), outros estão associados a lentos movimentos verticais das grandes unidades geológicas estáveis. Outros, ainda, como o tecto do mundo, que se localizam-se, em geral, entre as montanhas, resultam da colisão das placas litosféricas. Cerca de 45% da superfície total da Terra é formada de planaltos. Na Austrália, dois terços da superfície terrestre é ocupada pelo Planalto Ocidental, que existe, provavelmente, desde há mais de 500 Ma (Paleozóico). Cerca de 25% da superfície da China é formada por planaltos. Os planaltos, como todos os terrenos elevados são, continuamente, cinzelados pela erosão. Quando os planaltos têm rios eles são cortados por canhões, que os cavam, na medida em que eles tentam alcançar o nível de base dos lagos ou do oceano para os quais eles fluem. A formação de tais canhões com meandros de vale (não confundir com meandros de planície aluvial), como o ilustrado nesta fotografia, pode levar dezenas de milhões de anos. De facto, existem dois tipos principais de meandros: (i) Meandros de vale ou meandros encaixados são aqueles em que o vale do rio meandra como o rio, à mesma escala, o que quer dizer que os meandros são mais ou menos permanentes (ii) Meandros de planície de aluvial, que certos geocientistas franceses chamam, de maneira errada, meandros livres ou meandros divagantes, são aqueles em que as sinuosidades do rio são independentes do traçado do vale e têm escalas muito diferentes, isto é, o vale é muito maior do que o rio e que os meandros não são permanentes. A tendência para os rios de planície formarem meandros é uma forma de dissipação de energia nos períodos em que os caudais (caudal = precipitação - infiltração - evapotranspiração) são maiores. Como exemplo dos primeiros podemos citar os meandros do rios Douro ou do rio Mondego (entre Penacova e Coimbra, onde o rio percorre um apertado vale) e dos segundos os meandros do rio Mississipi (estados Unidos) ou do Amazonas (Brasil). O termo planalto é também utilizado, por muitos geocientistas, para designar certas topografias submarinas, quer associadas a crusta continental, como, o planalto das Seychelles, quer a escoamentos ou derrames vulcânicos como Planalto Ontong Java, no SE da Ásia. Relativamente ao terreno circundante, os tepuis da Venezuela, do Brasil e da Guiana são os planaltos mais altos, com paredes verticais de mais de um quilómetro de altitude. O termo tepui, que na língua nativa do Pemon (povos indígenas que habitam a Grande Sabana) significa "casa dos deuses”, designa topo horizontal ou mesa das terras altas da Guiana (América do Sul), especialmente na Venezuela e no este da Guiana. Os tepuis encontram-se mais como entidades isoladas do que conectados, o que favorece o desenvolvimento de espécies endémicas de plantas e animais. Dentre os tepuis mais conhecidos pode citar-se são Neblina, Autana, Auyantepui e o Monte Roraima que são, normalmente, compostos de blocos de arenito quartzífero do Pré-Câmbrico que se levantam abruptamente da selva, dando origem a paisagens naturais espetaculares. O tepui de Auyantepui é a fonte das “Quedas do Anjo” (Estado da Bolivia, na Venezuela), que são as quedas de água mais elevada do mundo, com uma altura de 979 metros e um mergulho de 807 metros. Os 979 metros de altura incluem cerca de 400 metros de cascadas inclinadas e rápidos debaixo do salto principal e um mergulho de cerca de 30 metros a jusante dos rápidos (https://en.wikipedia.org/wiki/Angel_Falls).
Planície Abissal...................................................................................................................................................................Abyssal Plain, Deep Sea Rise
Plaine abyssale / Planicie abisal / Abyssisch Ebene / 深海平原 / Абиссальная равнина / Pianura abissale /
Região do assoalho (ou fundo) oceânico na base do talude continental com uma inclinação inferior a 1:1 000. Ela é, geralmente, coberta de depósitos turbidíticos e pelágicos que dissimulam, parcialmente, a topografia original.
Ver: « Fundo Oceânico »
&
« Abissal »
&
« Lâmina de Água de Plataforma »
Figura 483 (Planície Abissal) - Num contexto geológico em extensão (regime tectónico caracterizado por elipsóide dos esforços efectivos (*) com o maior eixo σ1 vertical), o assoalhado oceânico é, geralmente, limitado entre a crista ou dorsal médio oceânica (centro de expansão mais recente) e a base do talude continental (sopé continental). Num contexto em compressão (regime tectónico caracterizado por elipsóide dos esforços efectivos com a maior eixo σ1 horizontal), o assoalhado oceânico, como ilustrado neste esquema, é, a maior parte das vezes, limitado entre uma fossa oceânica (zona de encontro de duas placas litosféricas, onde uma dessas placas mergulha sob a outra) e o sopé continental. O assoalhado oceânico corresponde quase sempre a planície abissal, na qual as colinas abissais são, facilmente, identificadas. A planície oceânica tem dimensões muito grandes e é, quase sempre, constituída por uma crusta oceânica nova, criada pelos centros de expansão ou de alastramento oceânico localizados quer no rifte da dorsal média oceânica, quer ao longo das falhas transformantes (um dos três tipos de contactos entre placas litosféricas, diferente dos outros dois, uma vez que não há produção nem consumo de placas), que se podem por em evidência entre as extremidades do rifte. Não confundir o rifte da dorsal média oceânica, que zona onde a litosfera sofre fracturação e afastamento em duas direcções opostas à medida que nova crusta oceânica se forma, com bacias sedimentares de tipo rifte da classificação das bacias sedimentares de Bally e Snelson que alongam a litosfera dos supercontinentes antes da sua ruptura). As falhas transformantes, que formam um tipo muito particular de falhas, uma vez que elas são activas, unicamente, entre os segmentos da crista ou dorsal médio oceânica, são, parcialmente, dissimuladas pela deposição de sedimentos turbidíticos e pelágicos na planície abissal. À medida que a crusta oceânica do assoalhado oceânico envelhece-se, ela torna-se mais densa e mais pesada e, a maior parte das vezes, ela entra em subducção, quer isto dizer, que ela mergulha sob um sector da crusta oceânica mais ligeiro ou sob a crusta continental que é muito menos densas. Um tal mergulho cria uma zona de subducção de tipo B (a placa descendente é oceânica), que se reconhece-se sem grande dificuldade pela batimetria da fossa oceânica associada, como, no esquema ilustrado nesta figura. A crusta oceânica, que mergulha ao longo da zona de subducção, é assimilada, pouco a pouco, pela astenosfera (zona superior do manto terrestre pouco rígida que se encontra debaixo da litosfera, entre cerca de 80 e 200 km de profundidade, ou seja, acima da isotérmica 1250° C), ao mesmo tempo que se forma um importante arco vulcânico na placa litosférica cavalgante, o qual limita a parte superior da zona de subducção. Desta maneira, inexoravelmente, as montanhas oceânicas, associadas ao alastramento ou expansão oceânica e a dorsal médio oceânica, entram em subducção e desaparecem, reduzindo, substancialmente, a planície abissal entre o sopé continental e a fossa oceânica. Com o tempo, toda a planície oceânica desaparece e o continente, que a placa litosférica transporta, entra em colisão com o arco vulcânico, fechando completamente o mar que existia entre eles. Devido em parte ao sua grande extensão, as planícies abissais são consideradas como um grande reservatório de biodiversidade. Elas exercem, também, uma influência significativa sobre o ciclo do carbono do oceano, a dissolução do carbonato de cálcio e as concentrações atmosféricas de CO2 (períodos de 100-1000 anos). A estrutura e a função dos ecossistemas abissais são fortemente influenciadas pela taxa de fluxo de nutrimentos para o fundo do mar e pela composição do material que aí se instala. Factores como mudanças climáticas, práticas de pesca e fertilização do oceano devem ter um efeito substancial sobre os padrões de produção primária na zona eufótica, o que certamente tem um impacto significativo sobre o fluxo de material orgânico para planície abissal e, assim, um profundo efeito sobre a estrutura, função e diversidade de ecossistemas abissais (http://www.wikiwand.com/en/Abyssal_plain).
(*) É a associação dos esforços efectivos que deforma os sedimentos e não o vector tectónico. Num determinado ponto, os esforços efectivos são: (i) Pressão geostática (σg), que é o peso da coluna sedimentar que se podem representa por um elipsóide biaxial ; (ii) Pressão hidrostática ou pressão dos poros (σp), que o peso da coluna de água mantida nos poros das rochas e que se pode representa por um elipsóide uniaxial ou seja por uesfera e (iii) Vector tectónica (t), que corresponde a uma força tectónica que actua, mais ou menos, paralelamente a superfície terrestre. A combinação da pressão geostática, hidrostática e do vector tectónico pode representar-se por um elipsóide triaxial (elipsóide dos esforços efectivos), no qual o eixo principal é 𝞂1, o eixo médio 𝞂2 e o eixo mais pequeno 𝞂3.
Planície Aluvial.........................................................................................................................................................................................................................Alluvial Plain
Plaine alluviale / Llanura aluvial / Schwemmebene / 冲积平原 / Аллювиальная равнина / Pianura alluvionale /
Horizonte ou intervalo estratigráfico ligeiramente inclinado para jusante ou uma superfície, mais ou menos, ondulada criada pelo depósito extensivo de aluviões, geralmente, junto a um rio que transborda, periodicamente, das suas margens. Uma planície aluvial é, em geral, associada a uma planície de inundação, delta ou cone aluvial.
Ver: « Barra de Meandro »
&
« Linha da Baía »
&
« Aluvial »
Figura 484 (Planície Aluvial) - As planícies aluviais são formações geológicas que se caracterizam por serem planas ou muito pouco inclinadas, que se formam pela deposição dos sedimentos transportados por um ou mais rios, criando um solo aluvial constituído de argila, silte e areia. As planícies de inundação ou várzeas, que são faixas sedimentares, mais ou menos, estreitas que são alagadas toda vez que o rio transborda que, muitas vezes, são cultivadas, formam-se como parte do processo da formação das planícies aluviais, que são muito maiores abarcando a área de antigas várzeas que já não inundam devido à elevação do solo pelo acúmulo de sedimentos, ou à mudança do curso do rio ao longo de milhares ou milhões de anos (https://pt.wikipedia.org/wiki/Plan%C3%ADcie_aluvial). Como exemplos de planícies aluviais pode citar-se a planície do Tejo e do Sado. O Crescente Fértil, onde a invenção agricultura permitiu sedentarização do homem (deixando de ser nómade) é a região que compreende os actuais estados da Palestina, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano e Chipre, bem como partes da Síria, do Iraque, do Egipto, do sudeste da Turquia e do sudoeste do Irão que, geologicamente, corresponde, a um conjunto, mais ou menos, contínuo de planícies aluviais. Esta fotografia mostra, claramente, uma cintura de meandros e a planície aluvial do Rio Animas (Colorado, EUA), poucos quilómetros a montante da cidade de Durango. Nesta fotografia, o rio Animas corre para a esquerda, e a escala é dada pelas estradas (fáceis de reconhecer de cada lado da planície aluvial). A inclinação regional da planície aluvial, que é muito pequena, é para a esquerda, mas a presença de numerosos diques marginais naturais cria, localmente, planícies de inundação que podem inclinar, suavemente, para montante. Esta planície aluvial pode interpretar-se de várias maneiras. Tudo depende da maneira como os meandros se formaram. Note antes de mais que se podem-se distinguir dois tipos principais de meandros: i) Meandros de vale ou meandros encaixados são aqueles em que o vale do rio meandra como o rio, à mesma escala, o que quer dizer que os meandros são mais ou menos permanentes (ii) Meandros de planície de aluvial, que certos geocientistas franceses chamam, de maneira errada, meandros livres ou meandros divagantes, são aqueles em que as sinuosidades do rio são independentes do traçado do vale e têm escalas muito diferentes, isto é, o vale é muito maior do que o rio e que os meandros não são permanentes. A tendência para os rios de planície formarem meandros é uma forma de dissipação de energia nos períodos em que os caudais (caudal = precipitação - infiltração - evapotranspiração) são maiores (quando os caudais aumentam verifica-se aumento do nível da água e erosão do fundo do rio e quando os caudais diminuem, o nível da água baixa e há deposição dos sedimentos). Os meandros de vale são tão, frequentes, como os de planície aluvial. Com exemplo dos primeiros pode citar-se os meandros do rio Colorado, particularmente no Grande Canhão (USA), assim como os meandros do rio Douro (Portugal) ou do Rio Mondego (entre Penacova e Coimbra, onde o rio percorre um apertado vale). Como os exemplos de meandros de planície aluvial, os meandros do rio Mississipi, nos Estados Unidos da América do Norte, ou do rio Amazonas no Brasil. Muitas vezes, como, provavelmente, é o caso dos meandros do rio Animais ilustrados nesta figura, certos meandros de planície aluvial são meandros de vale que evoluíram em meandros livres por calibração do vale. Os meandros de planície aluvial formam-se em consequência da evolução simples e normal de um rio que constrói a sua planície aluvial, pouco a pouco, uma vez que os meandros têm a tendência a exagerar-se e a cortarem-se uns aos outros, quer por transbordo quer osculação (contacto de duas curvas de meandro). Quando os meandros meandros encaixados (meandros de vale) evoluem em meandros, o que quer dizer, que o vale foi, pouco a pouco, calibrado, os meandros exageram-se e migram para jusante, uma vez que é preciso um certo tempo para que a linha de maior velocidade da corrente atinja o seu deslocamento máximo em direcção da margem côncava. Esta migração para jusante tem como resultado a calibração de todo o vale às dimensões dos meandros, o que transforma os meandros de vale em meandros de planície aluvial. Note que quando um vale cavado, induzido por uma descida do nível do mar relativo (nível do mar, local, que é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático e da tectónica) que rompeu o perfil de equilíbrio provisório do rio, é preenchido (quando o nível do mar relativo começou a subir) durante o depósito da parte superior de um prisma de nível baixo, ele forma uma aparente ou falsa planície aluvial.
Planície Costeira.....................................................................................................................................................................................................................Coastal Plain
Plaine côtière (Plaine littorale) / Planicie litoral, Planicie costera / Litoralebene, Küstenebene / 沿海平原 / Прибрежная равнина / Pianura costiera /
Superfície deposição costa a dentro da linha da costa e cuja altitude é próximo do nível de mar.
Ver: « Linha da Costa »
&
« Ruptura (superfície de deposição costeira) »
&
« Linha de Baía »
Figura 485 (Planície Costeira) - Neste caso particular (Estados Unidos), entre Nova Jersey e o Texas, a planície costeira que têm aqui uma largura de cerca de 300 km, corresponde a uma baixa e larga planície adjacente ao oceano, na qual os estratos são horizontais ou, ligeiramente, inclinados para o mar. Ela é constituída por sedimentos recentes que progradam (para o mar) ou que foram exumados durante a descida do nível do mar absoluto ou eustático (nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite), induzida pelas glaciações do Quaternário, e que depois foram, pouco a pouco, submersos pela subida do nível do mar absoluto à medida que o gelo fundia. O nível do mar pode ser absoluto ou eustático e relativo. O nível do mar relativo é o nível do mar, local, referenciado à base dos sedimentos (topo da crusta continental) ou a qualquer outro ponto da superfície terrestre, como, por exemplo o fundo do mar. O nível do mar relativo é o resultado da combinação do nível do mar absoluto ou eustático e da tectónica (subsidência quando os sedimentos são alargados, por um regime tectónico extensivo, ou levantamento quando o sedimentos são encurtados por um regime tectónico compressivo). Na parte norte, o levantamento isostático (levantamento da terra, que tinha sido, anteriormente, enterrada pelo peso das calotas glaciárias depositadas durante o último período glaciar, desde que o gelo se derreteu) também contribuiu para formação da planície costeira. Na estratigrafia sequencial, a posição do limite interno (a montante) da planície costeira, que corresponde, a linha de baía, que limita a planície costeira da planície aluvial. O limite externo da planície costeira é, praticamente, a linha da costa, a qual permite de definir contextos sedimentares muitos diferentes. Para os adeptos da estratigrafia sequencial, a planície costeira forma-se por processos de progradação do fundo do mar, mais do que por exumação e os sedimentos que se acumulam na planície costeira durante a progradação da linha da costa fazem parte do que se chama "o prisma costeiro", o qual inclui depósitos fluviais e de água pouco profunda. O prisma costeiro tem a forma de cunha e prolonga-se para o continente por biséis de agradação sobre a topografia pré-existente até a linha de baía. Em geral, quando as condições geológicas são de nível do mar alto (nível do mar acima do rebordo da bacia), o limite externo da planície costeira está muito longe do rebordo da bacia (que nestas condições coincide com o rebordo continental), uma vez que a bacia tem uma plataforma continental. Isto é verdadeiro, sobretudo, durante o intervalo transgressivo (IT) dos ciclos sequência (subgrupo inferior do grupo superior dos cortejos sedimentares de nível alto), visto que o nível do mar relativo sobe em aceleração, o que quer dizer que os sucessivos acréscimos da ingressão marinha são cada vez maiores e as regressões sedimentares associadas são cada vez mais pequenas). Uma ingressão marinha significativa não se faz em continuidade, mas por acréscimos separados por períodos de estabilidade do nível do mar relativo: (i) O nível do mar relativo sobe ; (ii) O nível do mar relativo estabiliza-se e (iii) O nível do mar relativo sobe novamente, etc., etc. Todavia os acréscimos podem ser em aceleração ou em desaceleração. No primeiro caso, os acréscimos são cada vez mais importantes, enquanto que no segundo, eles são cada vez mais pequenos. Por outro lado, durante os acrescimentos da ingressão marinha maior, a linha da costa desloca-se para o continente com a formação de uma superfície de ravinamento sobre a topografia pré-existente. Durante o período de estabilidade do nível do mar relativo entre os acréscimos, a linha da costa desloca-se para o mar à medida que a sedimentação ocorre por progradações, mais ou menos, inclinadas. Durante a deposição de um prisma de nível alto, que é o subgrupo superior do grupo de cortejos sedimentares de nível alto (PNA), o nível mar relativo do sobe, mas em desaceleração, o que quer dizer, que os acréscimos de ingressões marinhas são cada vez menos importantes e as regressões sedimentares cada vez maiores. Se ao princípio da deposição do prisma de nível baixo, a linha da costa (limite o externo da planície costeira) está muito afastada do rebordo da bacia, pouco a pouco, ela vai deslocar-se para o mar. Este deslocamento diminuiu a distância entre a planície costeira e o rebordo da bacia. As dimensões da plataforma continental diminuem até que ela seja, completamente, fossilizada pelas progradações do prisma de nível alto. A partir desse momento, a bacia não tem mais plataforma continental e o limite externo da planície costeira passa a ser o novo rebordo da bacia, que corresponde ao rebordo continental. Uma descida significativa do nível do mar relativo muda as condições geológicas de nível alto do mar para condições de nível baixo com formação de uma discordância, deposição de sistemas turbidíticos, na parte profunda da bacia, iniciando assim um novo ciclo estratigráfico.
Planície Deltaica..............................................................................................................................................................................................................................Delta Plain
Plaine deltaïque / Planicie deltaica / Deltaebene / 三角洲平原 / Дельтовая равнина / Piana deltizia /
Superfície a montante de um grande delta que está, mais ou menos, ao nível do mar e que é uma combinação de canais distributivos com diferentes ambientes sedimentares entre os distributivos (como as planícies de inundação, por exemplo). Certos geocientistas dividem a planície deltaica em duas áreas: (i) Planície Deltaica Superior e (ii) Planície Deltaica Inferior.
Ver: « Delta »
&
« Planície Costeira »
&
« Prodelta »
Figura 486 (Planície Deltaica) - A planície deltaica é a planície de acumulação fluviomarinha a jusante do ápice de um delta (ponto de defluência do canal fluvial, que se encontra mais a montante, geralmente até onde penetra a maré alta, e que marca o limite superior do delta). Ela é formada por sedimentos arenosos e pelíticos ou grosseiros (particularmente nos deltas árcticos). Na planície deltaica inserem-se os distributivos (qualquer dos numerosos braços nos quais um rio se divide para atingir o seu delta). e canais de maré (canais utilizados pelas correntes de maré, que se estendem do oceano até ao pântano de maré ou planície de maré, também denominada mareal ou raso de maré). A planície deltaica superior é a parte que se estende junto ao ápice e que é caracterizada por um declive médio próximo de 5° e pela predominância das formas e processos fluviais. Ela está, permanentemente, emersa e sujeita à inundação durante as cheias das correntes. A planície deltaica inferior ocupa a faixa jusante do sector emerso. Ela é inundada, periodicamente, pelas marés e cheias fluviais. O seu declive médio é igual ou inferior a 1°. No sector mais interno, a planície deltaica é o domínio das lagunas, mouchões (ilhotas arborizadas), pântanos salgados, canais anastomosados, etc.), enquanto que no sector mais externo marinho os cordões litorais, restingas, praias, etc.). AS formas eólicas (dunas) desenvolvem-se no sector externo, em contacto com o mar. Um delta é uma forma de desembocadura de um rio caracterizada por um balanço positivo entre a acumulação e a degradação, o que têm como consequência a progradação da linha da costa para o mar. Como se pode constatar nesta figura, a extensão da planície deltaica de um delta pode variar muito. Ela tem cerca de 450 km no fim do edifício deltaico do Níger, 100 km no fim do edifício deltaico do Mississipi, 32 km no fim edifício deltaico do Ródano, 16 km no fim edifício deltaico Reno, etc.). Não confunda um delta com um edifício deltaico. Um delta corresponde, em geral, a um cortejos sedimentar (associação lateral de sistemas de deposição síncronos e geneticamente relacionados), e a sua espessura, raramente, ultrapassa, os 30-60 metros. Um edifício deltaico é uma sobreposição, mais ou menos progradante. de deltas de idade diferente que podem, ou não, pertencer ao mesmo ciclo sequência, quer isto dizer, que podem estar associados a um ou vários ciclos eustáticos. Embora, a altura do talude de um delta com uma grande planície deltaica seja maior do que a de um delta com uma pequena planície, não se pode dizer, que a altura do talude deltaico é função das dimensões da planície deltaica. A altura média do talude deltaico dos deltas que formam os edifícios deltaicos citados acima é, respectivamente, de 115, 106, 61 e 36 metros. Isto é muito importante, sobretudo na interpretação geológica das linhas sísmica, cuja resolução sísmica pode ser próxima ou mesmo inferior à espessura de um delta, nas quais muitos geocientistas confundem, por vezes, um delta com um edifício deltaico, o quer isto dizer, que eles confundem o talude de um delta com o talude continental, o qual pode ser o resultado da sobreposição vertical de vários taludes deltaicos, como é o caso, por vezes, num edifício deltaico. Em termos de estratigrafia sequencial, pode dizer-se que um delta é um paraciclo sequência induzido por um paraciclo eustático que aumentou o espaço disponível para os sedimentos (acomodação), por deslocamento da linha da costa para o continente. O espaço disponível é preenchido durante o período de estabilidade do nível do mar relativo que, normalmente, ocorre depois de cada acréscimo de subida do nível do mar relativo (nível do mar, local, referenciado à base dos sedimentos (topo da crusta continental) ou a qualquer outro ponto da superfície terrestre, como, por exemplo o fundo do mar e que é o resultado da combinação do nível do mar absoluto ou eustático e da tectónica ou seja da subsidência quando os sedimentos são alargados, por um regime tectónico extensivo, ou do levantamento quando o sedimentos são encurtados por um regime tectónico compressivo) . Os sedimentos depositam-se por progradações, em geral, sigmóides (progradação e agradação), à medida que a linha da costa se desloca par o mar, até que um novo paraciclo eustático ocorra. Cada um desses paraciclos sequência é formado por sistemas de deposição (siltitos de planície deltaica, areias frente de delta, argilito de prodelta e argilitos com areias (por vezes) nas camadas inferiores do delta areias) síncronos e geneticamente ligados entre eles (cortejos sedimentares na estratigrafia sequencial).
Planície Deltaica Inferior................................................................Lower Delta Plain, Lower Delta, Tidal Delta Plain
Plaine deltaïque inférieure (Bas du delta) / Planicie deltaica inferior / Niederdelta / 下三角洲平原 / Нижняя дельтовая равнина / Piana deltizia inferior /
Área entre o limite da maré baixa e alta, ou seja, a zona intramareal. Tipicamente, a planície deltaica inferior corresponde à zona de água salobra e ambientes salinos, onde se depositam toda uma série de depósitos sedimentares, como, diques marginais naturais, depósitos de inundação, derrames de fendas (associados com os distributivos), etc. Estes depósitos podem ser, mais ou menos, modificados pelo aporte de sedimentos marinhos durante as tempestades.
Ver: « Delta »
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« Planície Costeira »
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« Prodelta »
Figura 487 (Planície Deltaica Inferior) - De montante para jusante, os elementos fisiográficos de um delta são: (i) Planície deltaica superior ou subaérea, a qual pode ser dividida em planície deltaica superior alta (activa ou abandonada) e planície deltaica superior baixa (activa ou abandonada) ; (ii) Planície deltaica inferior ou subaquosa ; (iii) Frente deltaica ; (iv) Prodelta e (v) Base do delta (corresponde às camadas inferiores subhorizontais que, por vezes, estão presentes em determinados tipos de deltas, e nas quais se podem encontrar horizontes arenosos turbidíticos (turbiditos proximais). Estes elementos fisiográficos, caracterizados por sistemas de deposição típicos, são síncronos e geneticamente associados. Eles formam um paraciclo sequência e depositam-se durante o intervalo de estabilidade do nível do mar relativo que ocorre depois de cada acréscimo de subida do nível do mar relativo (paraciclo eustático). Na realidade, uma ingressão marinha significativa (subida do nível do mar relativo) não se faz em continuidade, mas por acréscimos separados por períodos de estabilidade do nível do mar relativo (*), ou seja, o nível do mar relativo sobe, estabiliza-se e, depois sobe novamente, etc., etc. Uma sobreposição vertical de paraciclos sequência deste tipo, isto é, de deltas, do mesmo cortejo sedimentar ou de cortejos sedimentares de ciclos sequência diferentes, forma o que os geocientistas chamam edifício deltaico. A planície deltaica inferior do delta de Paraná (província de Buenos Aires, Argentina) cobre cerca de 2999 km2. Esta área, como ilustrado nesta figura, corresponde à parte jusante do rio De la Plata, que é, actualmente, a área que agrada e prograda no estuário do rio. A hidrologia da planície deltaica inferior é determinada, principalmente, pelos estuários dos rios Paraná e De la Plata, que na realidade não é um rio mas o estuário criado pelo Rio Paraná e pelo Rio Uruguai que formam, na costa atlântica da América do Sul, um entalhe triangular de, mais ou menos, 290 km de comprimento). O rio de la Plata, que como dito antes é mais um estuário do que um rio, escoa-se de noroeste a sudeste e tem cerca de 48 km de largura na confluência dos rios Paraná e Uruguai. Ele corresponde a um grande estuário que tem, mais ou menos 220 m de largura na sua desembocadura no Mar de Argentina (que faz parte do oceano Atlântico). Anualmente, são transportadas para este estuário cerca de 57 milhões de metros cúbicos de sedimentos das províncias do norte da Argentina e do Sul Brasil, razão pela qual, o canal de navegação entre o Atlântico e Buenos Aires é dragado, continuamente, para poder ser mantido aberto à navegação. Nesta área, parece que as fendas (rupturas) do leito das correntes são mais frequente do que a formação dos diques marginais naturais, uma vez que estes são, geralmente, pouco desenvolvidos. A vegetação tolera o sal (halófila) e é confinada às plantas que podem sobreviver a inundações prolongadas. Nos contextos climáticos áridos, a planície deltaica inferior pode ser uma zona de planícies salíferas e dunas. Na planície deltaica inferior, os distributivos são influenciados por processos marinhos, como, a flutuação das marés. Os canais distributivos abandonados podem desenvolver-se em estuários e ser preenchidos por depósitos marinhos marginais. Muitos antigos depósitos de carvão são interpretados como tendo sido formados num contexto de uma planície deltaica inferior. As turfeiras (tipo de solo feito de turfa) podem formar-se em qualquer parte, quer na planície deltaica, quer ela seja a superior ou inferior. Os pântanos de água salobra e de água salgada formam-se na planície deltaica inferior e tendem a formar vasas ricas em matéria orgânica ou turfa muito rica em enxofre, devido a mistura de água salgada e do acarreio terrígeno, embora as condições climáticas sejam um factor, igualmente, muito importante. Teoricamente, na planície deltaica inferior, as formas fluviomarinhas (lagunas, mouchões, quer isto dizer, ilhotas arborizadas, pântanos e canais, mais ou menos, anastomosados) são predominantes, no sector mais interno, enquanto que no sector mais externo, predominam os cordões litorais, restingas, praias e dunas.
(*) Os acréscimos de uma ingressão maior ou seja os acréscimos de uma subida do nível do mar relativo podem ser em aceleração ou em desaceleração. No primeiro caso, eles são cada vez mais importantes, enquanto que no segundo, eles são cada vez mais pequenos. Durante os acrescimentos da ingressão marinha maior (cada acréscimo corresponde obviamente a uma ingressão marinha) a linha da costa desloca-se para o continente com a formação de uma superfície de ravinamento sobre a topografia pré-existente. Durante o período de estabilidade do nível do mar relativo entre os acréscimos, a linha da costa desloca-se para o mar à medida que a sedimentação ocorre por progradações, mais ou menos, sigmóides.
Planície Deltaica Submersa..................................................Submarine Delta Plain, Subaqueous Deltaic Plain
Plaine deltaïque submersible (plaine deltaïque inondable) / Planicie deltaica submarina / Submarine Ebenedelta / 水浸三角洲平原 / Затопляемая дельтовая равнина / Piana deltizia sommergibile /
Parte da planície deltaica sempre submersa. Caracteriza-se por um fraco declive, próximo ou inferior a 1° e por uma topografia irregular devido aos canais que a atravessam e aos bancos arenosos. A planície deltaica submersa termina por um rebordo, frequentemente, de forma arqueada, com contorno, mais ou menos, irregular, que é a frente de delta.
Ver: « Delta »
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« Planície Costeira »
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« Prodelta »
Figura 488 (Planície Deltaica Submersa) - De montante para jusante, os elementos fisiográficos de um delta são: (i) Planície deltaica superior ou subaérea, a qual pode ser dividida em planície deltaica superior alta (activa ou abandonada) e planície deltaica superior baixa (activa ou abandonada) ; (ii) Planície deltaica inferior submersa ou subaquosa ; (iii) Frente deltaica ; (iv) Prodelta ; (v) Base do delta (camadas inferiores subhorizontais que, por vezes, estão presentes em determinados tipos de deltas, e nas quais se podem encontrar horizontes arenosos turbidíticos). Estes elementos fisiográficos, caracterizados por sistemas de deposição típicos, são síncronos e geneticamente associados. Eles formam um paraciclo sequência e depositam-se durante o intervalo de estabilidade do nível do mar relativo (*) (nível do mar, local, referenciado à base dos sedimentos ou a qualquer outro ponto da superfície terrestre, como, por exemplo o fundo do mar ou a base dos sedimentos, quer isto dize, o topo da crusta continental) que ocorre depois da subida do nível do mar relativo (paraciclo eustático). Uma sobreposição vertical de paraciclos sequência deste tipo, isto é, de deltas, do mesmo cortejo sedimentar ou de cortejos sedimentares de ciclos sequência diferentes, forma o que os geocientistas chamam um edifício deltaico. Assim como um edifício é prédio de muitos andares, que pode ter mais de 100 metros de altura, embora cada andar tenha unicamente a de 2,40 metros de altura, um edifício deltaico pode ter várias centenas, ver mesmo, milhares, de metros de altura, embora cada delta que o compõe tenha no máximo 50-60 metros de espessura. Esta fotografia do delta do Mississipi mostra, claramente, a planície deltaica submersa que, em geral, se localiza, ligeiramente, a montante da frente do delta, a qual marca a ruptura entre as camadas horizontais superiores e as camadas inclinadas que formam o talude deltaico. Quando se fala de planície deltaica submersa, não se pode esquecer que um delta é uma forma de desembocadura de uma corrente caracterizada por um balanço positivo entre a acumulação e a degradação e que, por conseguinte, a planície deltaica e a linha da costa progradam. Isto acontece quando a capacidade de erosão e transporte dos agentes marinhos é inferior à capacidade da corrente de depositar sedimentos junto à ruptura costeira da superfície de deposição (mais ou menos a linha da costa). Certos geocientistas consideram que a dinâmica fluviomarinha, na formação de um delta é associada a uma descida do nível do mar relativo. Os dados sísmicos sugerem que uma tal associação é, provavelmente, errada, na medida em que a frente de um delta não só prograda para o mar, mas também agrada desde que o aporte terrígeno é, suficientemente, grande. Neste caso, pode falar-se de regressão sedimentar. Os depósitos costeiros deslocam para o mar. Quando o aporte terrígeno não é muito grande, a frente de delta prograda para o mar, mas sem agradação significativa. Quando o acarreio terrígeno é insuficiente, para a mesma subida do nível do mar relativo, a frente do delta avança menos e globalmente, isto é, ao fim de várias ingressões marinhas em aceleração ela pode deslocar-se para o continente. Neste caso fala-se de retrogradação. A montante do rebordo da bacia ou do rebordo continental (em certos casos, como, por exemplo, durante o depósito de um prisma de nível baixo, o rebordo continental não é rebordo da bacia), só pode haver deposição se o espaço disponível para os sedimentos aumentar. A cada incremento do espaço disponível, que é o resultado dos acréscimos de uma ingressão marinha significativa, a linha da costa desloca-se para o continente, produzindo uma superfície de ravinamento nos sedimentos já depositados. É durante o período de estabilidade do nível do mar relativo que ocorre depois de cada acréscimo da subida do nível do mar relativo, que a linha da costa e os depósitos costeiros (frente de delta) progradam para o mar ultrapassando ou não, função do acarreio terrígeno e da amplitude das ingressões marinhas, a posição que eles tinham antes da subida do nível do mar relativo precedente. Se as ingressões marinhas são em aceleração, isto é, cada vez mais importantes, as regressões sedimentares serµao cada vez mais pequena e, globalmente, a linha da costa desloca-se para a terra (retrogradação). Se, ao contrário, as ingressões marinhas são em desaceleração, ou seja, cada vez mais pequenas, as regressões sedimentares associadas serão cada vez mais importantes e a linha da costa e os depósitos costeiros deslocar-se-ão, globalmente, para o mar (progradação).
(*) O nível do mar relativo é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático (nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite) e da tectónica (subsidência quando os sedimentos são alongados, por um regime tectónico extensivo, ou levantamento quando os sedimentos são encurtados por um regime tectónico compressivo).
Planície Deltaica Superior................................................................................Upper delta plain,Upper Deltaic plain, Upper delta
Plaine deltaïque supérieure (Sommet du delta) / Planicie deltaica superior / Oberdelta / 上三角洲平原 / Верхняя дельтовая равнина / Delta pianura superiore /
Área a montante da planície deltaica, localizada acima da linha de maré alta e que estende desde o ápice do delta até a zona de influência das marés. O declive médio desta zona é cerca 5°. A planície do delta superior encontra-se acima do nível de intrusão de água salgada eficaz e não é afectada por processos marinhos. Ela é caracterizada por uma predominância de formas induzidas por processos fluviais. Ela está permanentemente emersa e sujeita à inundação das cheias. Segundo certos geocientistas, a maré ascendente só tem uma influência ecológica, na distribuição dos ecossistemas anfíbios das margens dos canais e bancos.
Ver: «Planície Deltaica Submersa»
Planície Fluvial..............................................................................................................................................................................................................................Fluvial plain
Plaine fluviale / Planicie fluvial / Flussniederung / 冲积平原 / Намывная равнина / Pianura fluviale /
Área de depósito acima do nível do mar e a montante da planície costeira. A linha, que separa a planície costeira da planície fluvial, é a linha de baía.
Ver: « Linha de Baía »
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« Deposição Fluvial »
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« Planície Costeira »
Figura 489 (Planície Fluvial) - Nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de uma linha sísmica regional do Mar do Norte, uma planície fluvial pode ser proposta a montante da linha de baía, que individualiza os depósito parálico / deltaicos dos depósitos fluviais. O conceito de linha de baía, foi definido por Posamentier e Vail (1988), mais ou menos, da seguinte maneira: (i) A planície costeira forma-se por processos de progradação do fundo do mar, mais do que por exumação ; (ii) Os sedimentos que se acumulam na planície costeira durante a progradação da linha da costa fazem parte do que eles chamaram prisma costeiro, o qual inclui depósitos fluviais e de água pouco profunda ; (iii) O prisma costeiro tem a forma de cunha e prolonga-se para o continente por biséis de agradação costeiros sobre a topografia pré-existente ; (iv) O limite a montante do prisma costeiro é a linha da baía, que pode deslocar-se rio acima, quando a progradação da linha da costa é acompanhada de uma agradação significativa ; (v) A linha de baía é o limite entre a planície costeira e a planície aluvial ; (vi) A montante da linha da baía, as variações do nível do mar relativo não têm nenhuma influência nos sistemas de deposição. Esta tentativa de interpretação geológica é baseada nos seguintes factos: (i) O Mar do Norte, que é um mar do Oceano Atlântico, situado entre as costas da Noruega e da Dinamarca a Este, a costa das Ilhas Britânica a Oeste e a Alemanha, Países Baixos, Bélgica e França a Sul, na sua maior parte, está sobre a plataforma continental europeia tem uma profundidade máxima de 90 metros (excepção feita a fossa norueguesa, que estende-se paralelamente à costa, entre a região de Oslo ate ao norte de Bergen, que tem uma largura média de 25 km e uma profundidade máxima de 725 metros) ; (ii) Geologicamente, este offshore é constituído por várias bacias da classificação das bacia sedimentares de Bally e Snelson (1980), as quais de baixo para cima são: a) Soco do Pré-Câmbrico, b) Cadeia de montanhas, mais ou menos aplanadas do Paleozóico, c) Bacias de tipo rifte de idade Mesozóico, que se desenvolveram em associação com o alargamento do supercontinente Pangeia e particularmente com o alargamento do pequeno supercontinente Laurasia, d) Bacia cratónica de idade Mesozóico / Cenozóico, que se formou no seguimento de uma subsidência térmica, principalmente induzida por um resfriamento la litosfera ; (iii) A bacia cratónica do mar do Norte repousa, em discordância, sobre os sedimentos das bacias de tipo rifte ; (iv) O intervalo sedimentar da parte inferior da bacia cratónica tem uma configuração interna, ligeiramente, divergente (contra as falhas que não estão representadas nesta tentativa), o que quer dizer, que as falhas criadas durante a fase de riftização ainda eram activas durante o início da bacia cratónica ; (v) O intervalo superior, colorido em rosa, tem uma configuração interna paralela ; (vi) O intervalo sobrejacente (colorido em verde) tem uma geometria retrogradante e corresponde a um episódio transgressivo ; (vii) Este intervalo transgressivo é fossilizado por um intervalo regressivo ; (vii) Nos primeiros estágios do intervalo regressivo (colorido em caqui), a bacia sedimentar ainda tinha uma plataforma continental ; (viii) Devido as progradações do intervalo regressivo, a bacia deixou de ter uma plataforma ; (ix) O rebordo da bacia passou a ser o limite externo da planície costeira e, provavelmente, equivalente a frente do delta ; (x) O nível do mar relativo é, mais ou menos, estável e a progradação da frente de delta é mais importante do que a agradação da planície deltaica (deposição do intervalo colorido em amarelo) ; (xi) A agradação da planície costeira é inferior é de 100 milissegundos, enquanto que a progradação do delta é de cerca de 30 km ; (xii) A planície costeira é separada da planície fluvial pela linha de baía, que sublinha a ruptura de inclinação da superfície de deposição que existe entre elas. Na estratigrafia sequencial, a planície deltaica, a qual faz parte da planície costeira, é uma planície de acumulação fluviomarinha, enquanto que na planície fluvial, que se localiza a montante do prisma costeiro, a acumulação é, exclusivamente, fluvial, uma vez que as variações do nível do mar relativo (resultado da combinação do nível do mar absoluto ou eustático, o u seja, do nível do mar, global e referenciado ao centro da Terra ou a uma satélite e da tectónica) parece não terem nenhuma influência na deposição. Para terminar pode dizer-se que: (1) A planície fluvial é caracterizado por uma superfície topográfica plana com muito baixo declive ; (2) A planície fluvial é sempre situada a baixa altitude e dominada pelos relevos da sua bacia de drenagem ; (3) A planície fluvial é constituída por depósitos aluviais (geralmente sedimentos mais antigos) depositados durante as cheias dos rios ; (4) A planície fluvial pertence, teoricamente, a planície de inundação de um curso de água, mas é frequentemente os aterros reduzem a possibilidade de inundações ; (5) Na planície fluvial, rios são, geralmente, sinuosos e ricos de meandros, com ecótonos (áreas de contacto e de transição entre comunidades ecológicas adjacentes) significativos.
Planície Fluvioglaciar.........................................................................................................................................................................................Outwash plain
Plaine fluvio-glaciaire / Planicie fluvio-glaciar, Sandur / Sander / 冰水沉积平原 / Флювиогляциальная равнина / Pianura fiume-glaciale /
Planície, ligeiramente inclinada, formada de detritos, principalmente, areia grossa e fina, transportados por uma corrente de água resultante da fusão parcial de um glaciar. Em geral, a planície fluvioglaciária é o resultado da coalescência de vários cones sedimentares.
Ver: « Glacioeustasia »
&
« Linha de Baia »
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« Moreia »
Figura 490 (Planície Fluvioglaciária) - Um glaciar é uma massa de gelo, que se escoa costa abaixo e que se forma quando caí mais neve e gelo do que aquela que se derrete e se evapora dos anos anteriores. Assim, pode dizer, que como um rio, um glaciar avança sempre costa abaixo. Por isso, não é muito correcto dizer que um glaciar recua. Um glaciar, como um rio, não pode escoar-se costa acima. Assim, parece ser mais correto mais correcto dizer que um glaciar se adelgaça ou que ele retrograda (como a linha da costa durante o depósito de um intervalo transgressivo de um ciclo sequência), quando a ablação (perda de neve ou gelo de um glaciar, quer por fusão, evaporação, erosão, etc.) é maior do que acumulação. Um glaciar transporta uma grande quantidade e variedade de material rochoso, quer à superfície, quer na base, quer à frente, quer nos lados ou mesmo dentro dele. Quando o glaciar funde, ele liberta um grande volume de água que se dispersa, à frente da moreia terminal e que carrega uma grande quantidade de detritos rochosos e outros materiais. A área, em geral, uma planície, onde esses detritos se depositam é a planície fluvioglaciar, como, a que está ilustrada nesta figura (planície fluvioglaciar no Sul do Alasca). O gelo e as rochas dos glaciares actuam como agentes erosivos quando o glaciar se desloca ao longo do vale. As paredes do vale são polidas e a sua largura é aumentada, o que lhe dá uma geometria característica em forma de U, que contrasta com a geometria dos vales fluviais que tem uma forma em V. Quando dois glaciares cavam vales próximos uns dos outro forma-se, entre eles uma aresta topografia que os autores franceses chamam "arêt", e que foi traduzida em português como espinha glaciar. Quando vários vales glaciares se iniciam próximo do topo de uma montanha, forma-se, em geral, um pico agudo ou "horn" (que em alemão significa corno) como, por exemplo, o Matterhorn (Cervin, em francês), que tornou célebre a aldeia de Zermatt, localizada na parte mais alta do cantão do Valais, na Suíça. As planícies fluvioglaciárias são as áreas onde os sedimentos glaciares são depositados pelas correntes que se formam a jusante da frente do glaciar. Geralmente, estas planícies são formados por cascalho, areia, silte e argila e formam-se, em geral, relativamente, longe do glaciar visto que elas são as partículas sedimentares mais finas e mais leves que o glaciar transporta. O material depositado pelas antigas correntes de água ou pela actividade do gelo pode ser, mais tarde, remobilizado e retrabalhado por correntes mais recentes. A espessura da planície fluvioglaciária, que pode exceder, 50 metros, permite prognosticar, de maneira grosseira, a extensão máxima do glaciar. Como ilustrado nesta figura, a planície fluvioglaciária é o domínio dos rios anastomosados ou entrançados (leito constituído por uma rede de pequenos e temporários canais separadas por pequenas ilhas, muitas vezes chamadas de bancos entrançados ou barras de deposição). Lembremos que um curso de água pode ser classificado segundo a sua geometria, em planta, em (http://www.aquafluxus.com.br/os-rios-e-suas-configuracoes/): (i) Retilíneos ; (ii) Anastomosados ; (iii) Meandriformes e (iv) Entrelaçados. Estes padrões dos canais fluviais, que podem ser encontrados em rios diferentes, ao longo do mesmo rio ou até mesmo em períodos diferentes na mesma secção de um rio. Um rio retilíneo é um rio com baixa sinuosidade que, geralmente, corre áreas com declividade acentuada, ao longo do qual a água se escoa com grande velocidade, e que tem uma grande capacidade erosiva e pequenos desvios. Um rio anastomosado é rio com canais múltiplos, um vez que cursos de água se dividem e se entrelaçam, formando um rio sem canal principal, com uma grande capacidade de transporte e sedimentação, e que se adapta ao relevo modificando a sua trajetória desde que encontram um obstáculo. Um rio meandriforme é um rio sinuoso, com pequena velocidade de escoamento, que atravessa áreas planas, com baixa declividade, cuja carga de suspensão e de fundo são, mais ou menos, equivalentes, e que tem fluxo contínuo e regular, em geral, num único canal, e que desenvolve um padrão, mais ou menos, característico. Um rio entrelaçado, que é caracterizado por um predomínio de carga de fundo. escoa-se entre ilhas e barras formadas por assoreamento do material transportado em suspensão por suas próprias águas, é, frequentemente, encontrado em ambientes desérticos e glaciários.
Planície de Inundação.......................................................................................................................................................................................Flooding Plain
Plaine d'inondation / Planicie de inundación / Flussaue / 泛平原 / Аллювиальная равнина / Pianura di inondazioni /
Superfície ou banda de terreno, relativamente, plana e lisa adjacente ao leito de um rio, que é construída durante o regime normal do rio e que é coberta de água quando a água do rio transborda os seus bancos.
Ver: « Planície Aluvial »
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« Barra de Meandro »
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« Depósito de Transbordo »
Figura 491 (Planície de Inundação) - Todas as vezes que a quantidade de água ultrapassa o limite máximo de água que o leito de uma corrente pode conter, uma parte da corrente e os sedimentos, que ela transporta, transbordam os diques marginais naturais cobrindo a planície de inundação de água e sedimentos. É a jusante da linha de baía (linha de demarcação entre os depósitos fluviais e parálicos-deltaicos,), que a planície de inundação se desenvolve, em particular, em associação com a exageração da geometria dos meandros. O conceito de linha de baía, foi definido, mais ou menos, da seguinte maneira: (i) A planície costeira forma-se, principalmente, por processos de progradação do fundo do mar, mais que por exumação ; (ii) Os sedimentos que se acumulam na planície costeira durante a progradação da linha da costa fazem parte do que Vail e Posamentier (1988) chamaram "prisma costeiro", o qual inclui depósitos fluviais e de água pouco profunda ; (iii) O prisma costeiro tem a forma de cunha e prolonga-se para o continente por biséis de agradação costeiros sobre a topografia pré-existente ; (iv) O limite a montante do prisma costeiro é a linha da baía, que pode deslocar-se rio acima, quando a progradação da linha da costa é acompanhada de uma agradação significativa ; (v) A linha de baía é o limite entre a planície costeira e a planície aluvial ; (vi) A montante da linha da baía, as variações do nível do mar relativo não têm nenhuma influência nos sistemas de deposição. Convencionalmente, os limites entre os ciclos estratigráficos, qualquer que seja a sua hierarquia (paraciclos sequência excluídos), correspondem a discordâncias ou paraconformidades correlativas em água profunda. As discordâncias são induzidas por descidas significativas do nível do mar relativo, que põem o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia. Cada ciclo estratigráfico, quando completo, começa com a deposição de sistemas turbidíticos profundos, que permitem datar as discordâncias. Nas linhas sísmicas, utilizam-se os biséis de agradação dos depósitos turbidíticos para identificar as paraconformidades correlativas das discordâncias em água profunda. Todavia, Mutti pensa que os sistemas turbidíticos não se depositam, exclusivamente, durante condições geológicas de nível baixo, mas que eles se podem depositar, também, em condições de nível alto, em particular durante as cheias dos rios. Efectivamente, durante uma cheia, um rio transporta uma tal quantidade de sedimentos, que quando estes chegam a desembocadura, cria, muitas vezes, correntes de gravidade, que os transportam ao longo do talude continental para as partes mais profundas da bacia, onde eles se depositam sob a forma de cones submarinos. Isto quer dizer, que a presença, nos dados sísmicos e no campo, de cones turbidíticos, não implica, necessariamente, que eles sublinham uma descida significativa do nível do mar relativo e assim um limite de ciclo estratigráfico. Um dos exemplos mais clássicos de planície de inundação, também chamada várzea, era é planície de inundação do Nilo, particularmente, antes da construção da barragem de Assuão, uma vez que sobre as margens dos cursos de água, a quando das inundações anuais, se depositava uma camada de húmus, que é um adubo natural precioso que permitia o cultivo com alta fertilidade e a manutenção da civilização egípcia antiga. Infelizmente, depois da barragem, em 1970, o nível do rio foi regulado, evitando as enchentes no Egito, o que causou não só a causando a salinização de muitas áreas à jusante da barragem, mas igualmente a destruição d maior parte do solo arável. Um outro exemplo típico de planície de inundação é a várzea do rio Tejo, de orientação NE-SW que estende-se entre Constância e Lisboa (mais ou menos 80 km), e cuja largura varia entre 3 e 13 quilómetros. Durante as grandes cheias, a planície de inundação fica, completamente, submersa, criando-se um plano de água com mais de 870km2. A análise hidrológica, mostrou que as cheias de maior magnitude (centenárias) modelam os diques marginais naturais mais elevados (com o topo a 12m), enquanto as cheias com um período de retorno inferior a 5 anos modelam a maioria dos diques marginais, cujo topo não ultrapassa 10m. Todos os estudos mostram um grande dinamismo do rio Tejo e da sua planície de inundação, traduzido pela migração lateral de canais e a elevação progressiva da planície, com sobreposição de formas correlativas de acumulação (diques naturais e baixas de inundação) ou de erosão (canais abandonados).
(*) http://www.academia.edu(16787477/A-dinâmica_da_Plan%C3%ADcie_aluvial_do-Baixo_Tejo_no_Holocénico_recente-aplicação_de_métodos_de_análise_geomorfológica_e_sedimentológica