Xenólito.............................................................................................................................................................................................................................................................................Xenolith

Xénolithe / Xenólito / Xénolite / ²¶Â²ÑÒ (Ò쾧Ìå) / §¬§ã§Ö§ß§à§Ý§Ú§ä / Xénolite /

Termo utilizado para as descrever as inclusões visíveis dentro de uma rocha ígnea. Actualmente, o termo xenólito é também utilizado, por certos geocientistas, para designar para qualquer fragmento de rocha que está incluído dentro de uma rocha mais recente.

Ver : « Ciclo das Rochas »
&
« Princípio Geológico »
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« Escala »

Figura 688 (Xenólito)- Dentro das rochas ígneas intrusivas, muitas vezes, como nesta pedreira granítica, podem observar-se pequenas inclusões ou xenólitos da rocha que o granito penetrou. Como neste exemplo, o tamanho dos xenólitos (literalmente rocha estrangeira), que são mais antigos do que o granito, é muito pequeno e, por conseguinte, eles não são discerníveis na fotografia. O geocientista está a observar um dique que penetrou o granito, obliquamente, à sua foliação (termo genérico para se referir a qualquer estrutura planar, repetitiva e penetrativa, ao longo da qual a rocha tende a romper-se de maneira preferencial, mas que não deve ser aplicado para os minerais, na medida em que a foliação nos minerais é resultado da clivagem). As relações geométricas entre o dique e o granito corroboram o Princípio da Intrusão (uma rocha intrusiva ígnea é mais jovem que a rocha que ela penetra) e mostram que o dique é mais recente do que o granito e que, assim, ele pode ser considerado como um xenólito. Uma tentativa de interpretação da história geológica desta pedreira pode resumir-se assim: (i) Deposição de uma série sedimentar em associação com a eustasia (variações do nível do mar absoluto ou eustático) e a tectónica (subsidência) e; (ii) Enterramento da série sedimentar a uma profundidade tal, que alguns dos intervalos sedimentares se metamorfizaram dando origem a um gnaisse quartzo-biotítico (rocha-mãe dos xenólitos) ; (iii) Intrusão do granito com formação de pequenos xenólitos de gnaisse quartzo-biotítico ; (iv) Intrusão de um dique que corta a foliação do granito. Na Serra da Freita, nas imediações do lugar da Castanheira (Portugal), o granito parideiro é uma magnifico lugar par observar xenólitos (canto inferior esquerdo desta figura). O granito tem xenólitos, da rocha que o ele penetrou, em forma de disco biconvexo e que são, mais ou menos, envolvidos de uma capa de biotite. Por efeito da erosão, os xenólitos soltam-se do granito (rocha-mãe) a quem a população local chama "rocha parideira". Um xenocristal, que é um cristal estrangeiro incluído num corpo ígneo, não é um xenólito. Um verdadeiro xenólito tem que ser um tipo de rocha diferente do da rocha encaixante, senão ele é um autólito ou inclusão parente. Um autólito distingue-se de um xenólito (que, literalmente, significa rocha estranha) que é um fragmento de qualquer outro tipo de rocha arrancado das rochas encaixantes e envolvido pelo magma da intrusão. Os xenólitos ocorrem também nas rochas vulcânicas (parte superior esquerda da figura). Eles podem ser blocos da rocha circunvizinha ou vir das partes profundas onde o magma se forma. Neste exemplo, o xenólito foi parcialmente metamorfizado pela lava que o engloba. A compreensão dos xenólitos obedece ao princípio geológico da intrusão que diz que uma rocha intrusiva ígnea é mais jovem que a rocha que ela penetra. Na geologia. além do Princípio da Intrusão, acima mencionado existem muitos outros princípios, tais como. a) Princípio da Composição, uma rocha representada por fragmentos noutra rocha é mais velha que a rocha que os contém ; b) Princípio do Balde Carbonatado, a arquitectura do crescimento de uma plataforma carbonatada orlada assemelha-se à geometria de um balde ou de tronco de cone invertido ; c) Princípio da Horizontalidade Original, as camadas sedimentares depositam-se horizontalmente (não é totalmente verdadeiro) ; d) Princípio da Intersecção, os filões mais recentes deslocam os filões mais antigos ; e) Princípio de Ochkam, a pluralidade não deve ser invocada sem necessidade: “Pluritas non est ponenda sine necessita” ; f) Principio de Goguel, durante a deformação, o volume dos sedimentos resta, mais ou menos, constante ; g) Princípio da Continuidade Lateral Original, as camadas sedimentares depositam-se em continuidade lateral ; h) Princípio de Walther, em estratos conformes, as fácies que se sucedem, verticalmente, sucedem-se, lateralmente, nos ambientes adjacentes ; i) Princípio Dextrógiro, se um sistema de referência gira no sentido dos ponteiro de um relógio a deflexão (efeito de Coriolis) é para a esquerda do objecto, na direcção do movimento ; j) Princípio do Uniformitarismo, as mudanças geológicas são devidas, principalmente, aos mesmo processos e mudanças contínuas que se observam actualmente ; k) Princípio da Sobreposição, numa série sedimentar, ligeiramente, deformada, as camadas mais antigas estão na base e as camadas mais recentes acima ; l) Princípio do Catastrofismo, alterações que ocorreram na Terra foram devida à ocorrência de grandes catástrofes naturais ; m) Princípio da Deriva dos Continentes, as massas continentais tem uma pequena densidade e, por esse motivo, flutuavam sobre as densas massas oceânicas, movimentando-se e alterando a superfície do planeta ; n) Princípio da Tectónica das Placas, não são os continentes que se movimentam, mas as placas litosféricas que contêm esses continentes, etc., etc.

Xisto Betuminoso..................................................................................................................................................................................................................................Oil Shale

Schiste bitumineux / Esquisto bituminoso / Ölschiefer / ÓÍÒ³ÑÒ / §¢§Ú§ä§å§Þ§Ú§ß§à§Ù§ß§í§Û §ã§Ý§Ñ§ß§Ö§è / Scisto bituminoso /

Expressão a evitar. Na grande maioria dos casos, ela corresponde uma tradução errónea de "oil shale", que não traduz o verdadeiro significado geológico. Um "oil shale" é uma rocha argilosa petrolífero (argilito não metamórfico físsil), isto é, uma rocha sedimentar (e não metamórfica, como um xisto), de grão fino, mais ou menos, argilosa, que contém uma grande quantidade de cerogénio (e não betume) e que dá hidrocarbonetos líquidos ou gasosos por destilação.

Ver: « Shale »
&
« Argilito de Abandono »
&
« Reserves »

Figura 689 (Xisto Betuminoso) - Um argilito betuminoso (não diga xisto, uma vez que este termo designa uma rocha metamórfica) é uma rocha sedimentar rica em matéria orgânica, que pertence ao grupo dos combustíveis sapropélicos (ricos em matéria orgânica com uma concentração de carbono orgânico que, geralmente, excede 2% do peso). Um argilito betuminoso contém uma grande quantidade de cerogénio e não de betume (betume, pez mineral ou popularmente piche que é uma mistura líquida de alta viscosidade, cor escura e é,, facilmente inflamável, formada hidrocarbonetos e que pode tanto ocorrer na natureza como ser obtido artificialmente). O cerogénio é a matéria orgânica fóssil, insolúvel nos solventes orgânicos comuns, dispersa no seio de algumas rochas sedimentares. O cerogénio, que quimicamente é muito semelhante ao sapropel, é uma mistura de grandes moléculas de hidrocarbonetos complexos, como as que integram as ceras e as resinas e cujas cores variam entre amarelo, alaranjado, vermelho e acastanhado. O aumento da temperatura no interior da crusta terrestre e o tempo transformam a matéria orgânica neste tipo de cerabetume. As reservas de cerogénio são estimadas a cerca 10^16 t, a maioria das quais é associadas a pelitos depositados nas margens continentais. Um argilito petrolífero (xisto betuminoso) diferencia-se das rochas impregnadas de betume, carvões húmicos (*) e argilitos carbonosos, visto que o seu cerogénio ainda não foi transformado em petróleo por aumento de temperatura e pressão. Um argilito petrolífero não tem uma definição geológica definitiva, nem uma formula química específica. Os argilitos petrolíferos variam, consideravelmente, nos teores minerais, composição química, idade, tipo de cerogénio e história de deposição. Eles derivam de diferentes organismos. Alguns geocientistas classificam-os segundo a composição petrográfica e consideram, normalmente, três categorias principais: (i) Argilitos Petrolíferos Ricos em Carbonato ; (ii) Argilitos Petrolíferos Ricos em Sílica e (iii) Argilitos Petrolíferos Ricos em Carvão de Esporos. Outros geocientistas classificam os argilitos petrolíferos segundo o tipo de cerogénio que eles contém, baseando-se no teor de hidrogénio, carbono e oxigénio da matéria orgânica original. Muitas vezes, os argilitos petrolíferos são classificados como terrestres, lacustres ou marinhos, função do ambiente onde a biomassa inicial se depositou. Os argilitos petrolíferos podem ser minados e processados para extrair petróleo semelhante ao petróleo. Todavia, a extracção de petróleo a partir de um argilito petrolífero é muito mais complexa do que a recuperação convencional e muito mais cara e, por vezes, não rentável (sem ter em linha de conta os problemas ecológicos). Todavia, considerando a contínua redução de reservas de petróleo combinada com um consumo cada vez maior de seus derivados, as rochas argilosas betuminosas poderão, rapidamente, tornar-se uma reserva muito importante de energia e matérias primas. Segundo wikipedia (https://en.wikipedia.org/wiki/Oil_shale) a partir de 2008, a indústria utilizou os argilitos betuminosos no Brasil, China, Estônia e, em certa medida, na Alemanha e na Rússia. Vários outros países começaram a avaliar os seus recursos em argilitos petrolíferos ou construíram instalações de produção experimental, enquanto outros eliminam, gradualmente, a sua indústria associada aos argilitos petrolíferos. A Estônia, Brasil e China utilizam os argilitos betuminosos para a produção de petróleo, enquanto que eles servem de base à produção de electricidade na Estónia, China e Alemanha e para a produção de cimento na Estónia, Alemanha. China, Estônia e Rússia utilizam-os na indústrias química. A partir de 2009, 80% dos argilitos petrolíferos usados, globalmente, são utilizados na Estónia, principalmente nas centrais de energia eléctrica. As centrais eléctricas que utilizam os argilitos petrolíferos na Estónia, que tem uma capacidade instalada de 2.967 megawatts (MW), na China de 12 MW e na Alemanha 9.9 MW. Israel, Romênia e Rússia também os utilizaram nas centrais de energia movidas a argilitos petrolíferos, mas desligaram-as ou mudaram para outras fontes de combustível, como o gás natural.

(*) O termo húmico designa matérias constituídas por produtos carbonatados, de cor variável, segundo a qualidade das plantas que lhes deram origem. Os carvões húmicos são resultantes de acumulações de plantas incarbonizadas que na sua formação passaram por uma fase inicial húmica. Dividem-se em carvão de cutina em que o material vegetal é constituído por restos de folhas, esporos e pólen e carvões lenho-celulósicos formados por tecidos lenhosos e celulose. Este tipo de carvão pode subdividir-se em turfa, linhite, hulha e antracite (http://knoow.net/ciencterravida/biologia/carvao/).


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Ultima actualização : Junho, 2017