Jacto Axial.....................................................................................................................................................................................................................................................Axial jet
Jet axial / Chorro axial / Axiale jet / 轴向射流 / Осевая струя / Getto assiale /
Em geologia, um jacto ou fluxo axial é um escoamento de água característico de uma corrente hipopicnal, que quando entra noutro corpo de água (por definição menos denso) se propaga em forma de cone com um determinado ângulo apical).
Ver: « Jacto Plano »
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« Delta »
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« Turbiditos »
Figura 380 (Jacto Axial) - Um rio tem : (i) Uma nascente, que é o local onde nasce o rio ; (ii) Um leito que é o terreno ocupado pela água do rio ; (iii) As margens, que são os terrenos que rodeiam o rio e (iv) A foz, que é o local onde ele desemboca, que pode ser o mar, um lago ou outro rio, e neste caso ele denomina-se afluente. Um rio transporta sedimentos de várias e diferentes maneiras: (i) Material em solução (a água, ao percolar as rochas, dissolve substâncias diversa que são, assim transportadas em solução) ; (ii) Material em suspensão mecânica e coloidal (uma corrente de água tem a capacidade de manter em suspensão partículas sólidas graças à sua velocidade e turbulência) e (iii) Material por arrastamento e por saltos. O movimento da água cria uma pressão horizontal sobre o leito, que aumenta com a velocidade e viscosidade da água. Se o leito for constituído de material incoerente, este será posto em movimento pela força da água. Os sedimentos maiores são empurrados e, frequentemente, tombam enquanto que os mais pequenos rolam e pulam num movimento desordenado. É o conjunto do material transportado que determina a densidade da corrente que entra numa bacia de recepção ou bacia de drenagem (conjunto formado pela corrente principal e os afluentes constitui a bacia hidrográfica de um curso de água, isto é: o conjunto das terras que fazem a drenagem da água das precipitações para esse curso de água, a qual é medida em km2). Quando a densidade de uma corrente é inferior à densidade do corpo de água em que ela entra, como ilustrado nesta figura, o fluxo do rio é dito hipopicnal. Nestas condições, a água do rio escoa-se por cima da água do corpo de água que o recebe, por um fluxo de jacto axial, depositando, gradualmente, as partículas argilosas para formar, em geral, um prodelta. As partículas de argila deixam de estar em suspensão por floculação (*) (elas aglutinam-se devido à relação da carga positiva / negativa criada pela água do mar). Situações deste tipo são comuns quando um rio entra no mar ou num lago salgado, uma vez que a grande densidade da água do mar, separa, facilmente, a carga basal da carga transportada em suspensão. A carga basal de uma corrente é composta por partículas de granulometria significativa, como por exemplo, areia e cascalho, que são transportadas quer por saltação, deslizamento ou rolamento na sua superfície. Devido ao volume e à densidade das partículas, a velocidade da carga do leito é muito mais lenta que a do fluxo. Um fluxo hipopicnal, é frequente, quando o rio transporta, sobretudo, material, relativamente, fino em suspensão, é responsável da formação da maior parte dos deltas. Além do fluxo hipopicnal, existem também os fluxos hiperpicnal e homopicnal. Se a densidade da água do rio é maior do que a densidade da água de recepção, o fluxo do rio é hiperpicnal. A água do rio mergulha para o fundo do corpo de água receptor bacia de recepção, como uma corrente de turbidez (ou turbidítica), com um fluxo de jacto planar na parte central e uma zona de mistura na parte externa. Não confundir com bacia de recepção ou bacia de captação que é depressão do terreno (geralmente de forte inclinação), onde as águas de escoamento superficial se acumulam, dando origem a cursos de água com um caudal rápido e irregular. Se a densidade da água do rio for, mais ou menos, igual à da água de recepção, o fluxo do rio é homopicnal e os sedimentos depositam-se formando um banco de desembocadura e, muitas vezes, um delta de tipo-Gilbert (sedimentos aluviais depositados, directamente, no mar ou num lago, quando a linha da costa está perto da linha de baía), em particular quando a corrente do rio transporta uma carga arenosa importante. A maneira como o rio se mistura com a água da bacia de recepção, a fricção da água do rio na desembocadura e a flutuabilidade (**) da água do rio na desembocadura, têm, também, que ser tomadas em linha de conta, par compreender os sistemas de deposição induzidos pela descarga de um rio.
(*) Processo no qual os colóides (um ou mais dos componentes têm pelo menos uma das suas dimensões entre 1nm a 1µm), saem de suspensão sob a forma de agregados, formando partículas maiores (chamadas flocos), A floculação difere da precipitação uma vez que antes da floculação, os colóides são simplesmente suspensos em um líquido e não realmente dissolvidos. Num sistema floculado não há a formação de um adensamento de material no fundo do recipiente, dado que todos os flocos estão em suspensão.
(**) O princípio de Arquimedes determina que “um objecto total ou parcialmente imerso num líquido sofre a acção de uma força vertical, de baixo para cima, de intensidade igual ao peso do fluido deslocado por esse objecto”. I = ρ.g.V onde I é a impulsão, ρ é a densidade do fluido, g é a aceleração da gravidade e V é o volume de fluido deslocado. Arquimedes concluiu que um corpo que flutua desloca uma quantidade de fluido igual ao seu próprio peso. Assinalar que este “fluido” não é necessariamente água, podendo ser inclusive um gás. (http://ciencia-em-si.webnode.pt/products/principio-da-flutuabilidade/).
Jacto Plano............................................................................................................................................................................................................................................Planar jet
Jet planaire/ Chorro plano / Planar-Jet / 平面射流 / Плоская струя / Getto piatto /
Em geologia, um jacto ou fluxo planar é um escoamento de água característico de uma corrente hiperpicnal, a qual, quando entra noutro corpo de água (por definição mais denso) se propaga de maneira planar ao longo do fundo do corpo de água receptor).
Ver: « Jacto Axial »
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« Delta »
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« Turbiditos »
Figura 381 (Jacto Plano) - Da precipitação que atinge o solo, uma da superfície terrestre, uma parte fica retida quer em depressões quer retida como uma película em torno de partículas sólidas. Do excedente da água retida, uma parte infiltra-se no terreno (podendo aflorar, mais tarde, como fonte para novo escoamento superficial) e uma parte escoa-se livremente à superfície do terreno até encontrar um rio, cujo caudal ou vazão (volume escoado por unidade de tempo, expresso em metros cúbicos por segundo, m3.s-1 ou em litros por segundo L.s-1) é a principal grandeza que caracteriza um escoamento que pode ser alimentado quer por um excesso de precipitação por águas subterrâneas. Um rio pode transportar sedimentos de várias e diferentes maneiras: (i) Em solução (a água, ao percolar as rochas, dissolve substâncias diversas) ; (ii) Em suspensão mecânica e coloidal (uma corrente de água possui a capacidade de manter em suspensão partículas sólidas graças à sua velocidade e turbulência) e (iii) Por arrastamento e por saltos (o movimento da água exerce uma pressão horizontal sobre o leito, que aumenta com a velocidade e a viscosidade da água). Se o leito for constituído de material não consolidado, este será posto em movimento pela força da água. Os sedimentos maiores são empurrados e, frequentemente, tombam, enquanto que os mais pequenos rolam e pulam num movimento desordenado. É o conjunto de todo o material transportado que determina a densidade da corrente quando esta entra num corpo de água receptor (mar, lago ou outro rio). Quando um rio entra num corpo de água o comportamento da corrente e a maneira como os sedimentos se depositam depende da predominância relativa entre: (i) A inércia da corrente do rio e da maneira como o rio se mistura com a água da bacia de recepção ; (ii) A fricção da água do rio na desembocadura e (iii) A flutuabilidade na água do rio na desembocadura. Os factores que determinam o papel desempenhado por cada um elementos são: (a) O contraste de densidade entre a água do rio e do corpo de água receptor ; (b) A concentração e granulometria dos sedimentos transportados, assim como, a relação entre o material transportado em suspensão e a carga total ; (c) A profundidade da água do corpo de água receptor ; (d) A descarga da água do rio e (e) A velocidade de escoamento do rio. O factor mais importante é, provavelmente, a diferença de densidade entre a água do rio e do corpo de água receptor. Três situações são possíveis: (i) Se a densidade da água do rio é maior do que a densidade da água da bacia de recepção, o fluxo do rio é hiperpicnal (a água do rio mergulha para o fundo da bacia de recepção, como uma corrente de turbidez, com um fluxo de jacto planar na parte central e uma zona de mistura na parte externa, como ilustrado no mapa e perfil AB) ; (ii) Se a densidade da água do rio é menor do que a densidade da água de recepção, o fluxo é hipopicnal (os sedimentos espalham-se à superfície da bacia de recepção e, gradualmente, depositam-se no fundo como um hemipelagito) e (iii) Se a densidade da água do rio é igual à da água de recepção, o fluxo é homopicnal (os sedimentos depositam-se formando um banco de desembocadura e, muitas vezes, um delta de tipo-Gilbert (sedimentos aluviais depositados, directamente, no mar ou num lago, quando a linha da costa está perto da linha de baía), em particular, quando a corrente do rio transporta uma carga arenosa importante. No modelo de deposição turbidítica de E. Mutti (cheia dos rios) e de Vail (discordâncias) as correntes turbidíticas são hiperpicnais. Tendo em linha de conta o escoamento da água, os rios podem ser: (i) Intermitentes ou temporários, quando correm unicamente durante um período do ano, em geral, por razões climáticas ; (ii) Perenes, quando correm o ano inteiro ; (iii) Efémeros, quando correm apenas em ocasiões de grandes chuvas. Tendo em conta a forma de relevo, dois tipos de rios são muitas vezes considerados ; (A) Rios de planalto que correm em áreas de relevo acentuado com um fluxo forte nos quais a diferença de altitude entre a nascente e foz ; (B) Rios de planície, os quais têm um curso, mais ou menos, regular, com um fluxo pouco rápido caracterizado pela presença de meandros e barras de meandros. Tendo em conta a maneira com os rios fluem, as bacia hidrográficas podem ser classificadas em: 1) Exorréicas, quando as águas drenam directamente para o mar ; 2) Endorréicas, quando as águas terminam num lago ou mar fechado ; 3) Arréicas, quando as águas se escoam para lençóis freáticos ; 4) Criptorréicas, quando os rios se infiltram no solo sem alimentar lençóis freáticos ou se evaporar.
(*) O princípio de Arquimedes determina que “um objecto total ou parcialmente imerso num líquido sofre a acção de uma força vertical, de baixo para cima, de intensidade igual ao peso do fluido deslocado por esse objecto”. I = ρ.g.V onde I é a impulsão, ρ é a densidade do fluido, g é a aceleração da gravidade e V é o volume de fluido deslocado. Arquimedes concluiu que um corpo que flutua desloca uma quantidade de fluido igual ao seu próprio peso. Assinalar que este “fluido” não é necessariamente água, podendo ser inclusive um gás. (http://ciencia-em-si.webnode.pt/products/principio-da-flutuabilidade/ )
Jazigo (hidrocarbonetos)..........................................................................................................................................................................................................................Oil Pool
Gisement (hydrocarbures) / Yacimiento (de hidrocarburos) / Öl-Schwimmbad / 油池 / Месторождение (залежь) / Accumulazione di olio /
Acumulação subterrânea de hidrocarbonetos numa rocha-reservatório particular. Um campo de petróleo pode conter um ou vários jazigos de petróleo em rochas-reservatórios distintas dentro de uma mesma armadilha quer ela seja estrutural ou não.
Ver: « Sismostratigrafia »
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« Sistema »
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Figura 382 (Jazigo, hidrocarbonetos) - É importante não confundir um campo petrolífero, que pode ser de petróleo, gás, condensado ou de uma mistura entre eles, com um jazigo. Um campo petrolífero pode ser formado por um só jazigo, mas, em geral, ele é constituído por vários jazigos, sobretudo quando o campo petrolífero é importante. Um jazigo é definido por uma determinada rocha-reservatório (qualquer tipo de rocha com características petrofísicas de porosidade e permeabilidade propícias à acumulação e produção do petróleo e/ou gás, uma vez que os hidrocarbonetos ocorrem, em geral, nos poros ou nas fracturas das rochas-reservatório), quer ela seja um arenito ou calcário e uma armadilha (dispositivo geológico no qual os hidrocarbonetos podem ser detidos), quer ela seja estrutural, morfológica (por justaposição ou não) ou estratigráfica. Se num campo petrolífero existirem diferentes armadilhas, o que é muito frequente, necessariamente, existem diferentes jazigos. Nesta figura, entre outros, reconhecem-se, facilmente, dois campos petrolíferos do onshore do Texas (EUA): (i) O campo de Porto Acres e (ii) o campo de Porto Artur. O primeiro é constituído por dois jazigos nos quais o petróleo está retido em armadilhas estratigráficas ; a extensão das rochas-reservatório (lentilhas de areia) é limitada, uma vez que elas terminam por biselamento não só costa acima mas também costa abaixo,(embora a rocha-reservatório do jazigo inferior desapareça costa-abaixo contra uma falha normal). No campo de Porto Artur que, convencionalmente, é considerado, por muitos geocientistas, como um campo estrutural, é constituído por oito jazigos. Todas as rochas-reservatório são do mesmo tipo (arenitos pouco consolidados). Neste campo há fundamentalmente três tipos de armadilhas. O jazigo mais alto, estruturalmente, está associado a uma armadilha estratigráfica por biselamento, pelo menos, costa acima da rocha-reservatório. Os cinco jazigos subjacentes estão associados a uma armadilha estrutural criada por uma antiforma (não confundir antiforma com anticlinal que é uma estrutura de encurtamento, enquanto que uma antiforma é uma estrutura de alongamento) formada no bloco falhado superior (descendente ou tecto da falha) de maneira a respeitar o volume dos sedimentos (lei de Goguel (*)). Os geocientistas que propuseram a secção geológica através destes campos petrolíferos, a qual é, certamente, baseada numa tentativa de interpretação de uma linha sísmica, interpretaram-a como uma estrutura de encurtamento (anticlinal), uma vez que eles não viram falhas normais no topo da estrutura. Todavia, como em muitos outros casos no Golfo do México, estas armadilhas consideradas "estruturais" são, na realidade, armadilhas por justaposição criadas no topo das antiformas formadas em associação com um regime tectónico extensivo (σ1 vertical ou seja, o eixo principal do elipsóide dos esforços efectivos que são: a) pressão geostática, σg ; b) pressão hidrostática, σp e c) vector tectónico, σt. Todos os regimes tectónicos com σ1 vertical (σ2 ≠ σ3 ou σ2 = σ3 ) alargam os sedimentos, o que implica a existência, no ápice das antiformas, de pequenas falhas normais, uma vez que os sedimentos só podem ser alongados por falhas normais, que não foram ser desenhadas, visto que nas linhas sísmicas, elas estão debaixo da resolução sísmica (as escarpas de falha, ou seja, as distância, medidas na vertical, entre as superfícies dos dois blocos de falha). A armadilha inferior é morfológica por justaposição, uma vez que o fecho lateral é feito pelos argilitos do bloco falhado superior (uma falha nunca retém os hidrocarbonetos). A armadilha do campo petrolífero do offshore de Angola ilustrado na tentativa de interpretação de um autotraço de um detalhe de uma linha sísmica parece ser, basicamente, uma armadilha estrutural, uma vez que o horizonte salífero (colorido em violeta) foi encurtado por um regime tectónico compressivo (σ1 horizontal). Todavia, se um movimento diapírico tardio do horizonte salífero ocorreu, a cobertura salífera será, localmente, alongada. Um tal alongamento implica a formação de falhas normais no topo das estruturas (não visíveis nesta tentativa de interpretação uma vez que o rejeito das falhas é inferior a resolução sísmica) o que pode ter consequências negativas importantes, na medida que a armadilha estrutural inicial pode transformar-se num conjunto de pequenas armadilhas morfológicas por justaposição.
(*) A lei de Goguel diz que durante a deformação, o volume dos sedimentos deve manter-se, mais ou menos, constante. Embora esta lei seja aproximativa (tendo em conta a compactação e a dissolução), ela impede, muitas vezes, os geocientistas de propor interpretações geológicas pouco coerentes (facilmente refutáveis).