Caricatura de Almada Negreiros feita por João Abel Manta (pormenor) José de Almada Negreiros (1893-1970)

início

 

Vida

 
José com a mãe e o irmão António
 

1893

Nasce a 7 de Abril de 1893, na Roça Saudade em São Tomé, São Tomé e Príncipe.
Filho de Elvira Freire Sobral, santomense, e de António Lobo de Almada Negreiros, português.

           
        1895 Nasce o seu irmão António.
           
        1896 A mãe morre no parto da irmã.
           
        1900 A Academia das Ciências da Sociedade de Geografia de Paris contrata o pai para organizar o Pavilhão das Colónias Portuguesas na Exposição Universal de Paris.
É internado com o irmão no colégio dos Jesuítas de Campolide, em Lisboa.
           
        1911 Os dois irmãos vão para Coimbra continuar os estudos, José para fazer o sétimo e último ano do curso secundário no Liceu, e o irmão para o quinto ano.
Matricula-se, como aluno interno, na Escola Internacional, em Lisboa.
           
        1913 Acaba os seus estudos e decide emancipar-se, na companhia do irmão, passando a viver de pensões da herança da mãe e de desenhos que ia vendendo.
Em Maio, com apenas 20 anos, expõe sozinho, pela primeira vez, na Escola Internacional e, a partir desta altura a sua actividade não pára, envolvendo-se nas mais variadas áreas, do desenho à literatura, do circo à pintura, do bailado às artes gráficas, dos vitrais ao jornalismo.
           
        1914 É director artístico do semanário monárquico Papagaio real.
           
        1917

Publica a sua “Tábua bibliográfica” onde se intitula “pintor”pela primeira vez, além de desenhador e poeta.

           
        1919 Sem os amigos (Santa-Rita Pintor e Amadeo de Souza-Cardoso) que entretanto tinham morrido , sem emprego e quase sem dinheiro da herança da mãe, decide ir para Paris, a capital do Modernismo, onde fica um ano e meio.
Aí trabalha num armazém de velas, é domador de cavalos e dançarino no cabaré Patapoom em Biarritz, enquanto se dedica ao desenho e à escrita de poesia e teatro, convivendo com os artistas radicados em Paris, como Pablo Picasso (1881-1973), com quem tem em comum o desenho da figura humana, especialmente de Pierrot e Arlequim, e os Ballets Russes.
         



Obra literária

 
Capa do livro A engomadeira
 

1912

Colabora nos jornais A rajada, de Coimbra, A manhã e A bomba, do Porto, e A lucta, de Lisboa.
Escreve a peça de teatro "23, 2º andar".
           
        1913

Começa a escrever poesia com “Rondel do Alentejo” (publicado em 1922).
Publica:

  • “A exposição da Sociedade Nacional apreciada pelo caricaturista José de Almada Negreiros” no Diário da tarde.
  • “O que será a exposição dos humoristas?: falam os próprios expositores.” no Diário da tarde.
  • O “Texto de apresentação” do Catálogo do 2º Salão dos Humoristas Portugueses.
           
        1914 Escreve o poema “A cena do ódio
Publica “Silêncios” no Portugal artístico.
           
        1915

Inicia a sua colaboração na revista Orpheu.
Escreve:

Publica:

           
        1916

Escreve:

  • Litoral: a Amadeu de Sousa Cardoso.

Publica:

           
        1917

Em Abril, Almada Negreiros e Santa-Rita Pintor convocam a Conferência Futurista no Teatro da República, em Lisboa e Almada lê o seu “Ultimatum futurista às gerações portuguesas do século XX”.

Escreve:

  • “A história autêntica da fada louca (fragmento)”.

Publica:

           
        1918 Publica “O jardim da Pierrette”.
           
        1919

Escreve:

         



Obra plástica

 
Paisagem casa cara
 

1911

Publica o seu primeiro desenho, Razão ponderosa, no nº 4 de A sátira, tendo assinado “J. Sobral Almada Negreiros”
Redige e ilustra o jornal manuscrito A paródia (reproduzido dentro da própria escola).
Pinta Paisagem casa cara.

           
        1912

Desenha a primeira auto-caricatura, destinada ao jornal A briosa, que nunca chegou a sair.
Em Maio, é convidado a participar na I Exposição dos Humoristas no Grémio Literário, em Lisboa, ao lado de Emmerico Nunes (1888-1965) e Cristiano Cruz (1892-1951). Segundo a crítica, aqui mostrou a sua tendência modernista e a vontade de romper com a tradição.
A sua assinatura é “Almada Negreiros”.
Publica Arma de defesa, A liberdade, Cine, Já está em minha casa, Imperio e No electrico: impressões d'hontem nos jornais A rajada, A bomba, Jornal de Arganil, A manhã e A lucta.

           
        1913

Elabora quatro pinturas decorativas para a Alfaiataria Cunha, em Lisboa, e o seu primeiro cartaz, Boxe.
Publica Baccho moderno, O peor da festa, caricatura a André Brun, Judite, Moto-continuo, um desenho para A torre de Nuno Simões, Rodopio e um auto-retrato em A manhã, O século cómico, A capital e Illustração portugueza.

           
        1914

Desenha Pierrots, Arlequins e Colombinas, personagens da Commedia dell’Arte.
Publica desenhos para Uma aventura de Dom Polichinelo, de Manoel de Sousa Pinto, Liberdade, egualdade e fraternidade e Errare fumanum est em Illustração portugueza e Papagaio real.

           
        1915 Publica O covil dos valentes: o doctor Rits Martins, escritor de medicina… em A capital
           
        1916 Publica A semana, Elegancias, Dona Theresa de Mello Breyner y Burnay (Mafra), Paradoxo, Cristo na cruz e O sport em A ideia nacional
           
        1917

Começa a interessar-se pelo Políptico de S. Vicente de Fora atribuído a Nuno Gonçalves (1425-91), que vai estudar durante o resto da sua vida.
Em Dezembro, após a chegada a Portugal dos Ballets Russes, de Serge Diaghilev (1872-1929), envolve-se com o bailado, chegando a criar a sua companhia de bailado como um evento modernista em que é encenador, ensaiador, cenógrafo, figurinista e primeiro bailarino.
Publica Scheherazade em Atlântida

           
        1918 Publica Carnaval, Soleil de nuit e O soldado – E à esquerda volver» é exactamente a mesma coisa em Atlântida e Sempre fixe.
         



Contexto

 
Retrato de Mário Sá-Carneiro
 

1915

A 14 Maio 1915, inicia-se uma revolução contra a ditadura.

           
        1916 Sá-Carneiro suicida-se em Paris.
           
        1917 Amadeo de Souza-Cardoso, Santa-Rita Pintor e Almada Negreiros estão fascinados pelo Futurismo.
           
        1918 Santa-Rita Pintor e Amadeo de Souza-Cardoso morrem de doença.
         

 

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Ana Viale Moutinho 2009