Não Conformidade.....................................................................................................................................................................................................Nonconformity

Non-conformité / No-conformidad / Nichteinhaltung / 非整合 / Стратиграфическое несогласие / Non-Conformità /

Superfície que separa tipos profundamente diferentes de rochas, como uma superfície entre as rochas metamórficas e sedimentares. Em geral, uma não conformidade corresponde a uma discordância, mas nem sempre. Ela pode, muitas vezes, ser confundida com uma conformidade, em particular nas bacias salíferas (desarmonia tectónica).

Ver: « Discordância »
&
« Descida do Nível do Mar Relativo »
&
« Erosão »

Figura 451 (Não Conformidade) - Uma descontinuidade designa uma transição ou contacto entre intervalos quer com densidades diferentes (descontinuidade de Mohorocovici), quer com diferentes fácies sedimentares, quer entre intervalos separados por um hiato. Existem vários tipos de descontinuidades: 1- Estratigráficas ; 2- Sedimentares ; 3- Litológicas ; 4- Tectónicas, etc., Dentro das descontinuidades litológicas podem reconhecer-se as: (i) Descontinuidades Concordantes, quando há continuidade entre os intervalos sucessivos ; (ii) Descontinuidades Paraconformes ou Paraconformidades, quando não há diferença de atitude entre os intervalos sobrepostos, mas há um hiato por ausência de deposição importante entre eles ; (iii) Descontinuidades Não Conformes ou Não Conformidades, quando há um contacto entre um intervalo sedimentar e um corpo ígneo mais antigo ; (iv) Descontinuidades Desconformes ou Desconformidades, quando as camadas dos intervalos são paralelas de um e de outro lado da superfície de contacto a qual não é conforme com a estratificação regional ; (v) As Descontinuidades Discordantes ou Discordâncias quando os dois intervalos estão separados por uma superfície de erosão induzida por uma descida do nível do mar relativo ; (vi) As Descontinuidades Discordantes Reforçadas ou Discordâncias Reforçadas pela Tectónica, quando os sedimentos do intervalo sobrejacente a uma discordância foram deformados pela tectónica ; (vii) Descontinuidades Intrusivas, quando um corpo ígneo atravessa uma série sedimentar ; (viii) Descontinuidade Mecânicas, quando elas são induzidas por falhas, etc. (https://estpal13.wordpress.com/2013/06/04/descontinuidades-sedimentares-e-estratigraficas/). Para muitos geocientistas, uma não conformidade corresponde a uma discordância, ou seja, a uma superfície de erosão, em particular, quando ela não está exageradas pela tectónica (discordância angular). Esta expressão é utilizada, sobretudo, quando, aparentemente, uma interface parece conforme mas, na realidade, não é. Numa linha sísmica, as discordâncias inferiores e superiores que limitam um ciclo estratigráfico, como, por exemplo, os limites de um ciclo sequência, só são evidentes onde as terminações das linhas cronostratigráficas correspondem a biséis de agradação ou de truncatura. Em geral, as discordâncias podem ser evidentes perto do rebordo continental (que pode ou não coincidir com o rebordo da bacia), quando existem preenchimentos de canhões submarinos e, em certas zonas da planície costeira, quando a ocorrência de preenchimentos de vales cavados permite reconhecer a superfície de erosão que as caracteriza. Na maior parte dos casos e, sobretudo, quando as discordâncias não estão exageradas pela tectónica, elas correspondem a não conformidades, uma vez que elas parecem concordantes, mas não o são, uma vez que elas representam um hiato importante. Uma não conformidade existe sempre entre um soco e as rochas sedimentares sobrejacentes, mesmo se a interface é paralela as linhas cronostratigráficas das rochas sedimentares. Como ilustrado nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de uma linha sísmica do offshore de Angola, o qual corresponde à sobreposição de vários tipos de bacias da classificação das bacias sedimentares de Bally e Snelson, certos geocientistas dividem a coluna estratigráfica em dois grandes intervalos separados por um horizonte salífero ou pela desarmonia tectónica associada, quase sempre, ao topo do sal. Neste offshore, pode dizer-se que entre os sedimentos infra e suprassalíferos, quando eles são separados por uma sutura salífera, existe sempre uma não conformidade. Todavia, uma sutura salífera não corresponde a uma superfície de erosão. Ela não pode ser considerada como uma discordância (como definida na estratigrafia sequencial), visto que, não há erosão associada com uma descida significativa do nível do mar relativo mas, simplesmente, como uma desarmonia tectónica induzida por um escoamento lateral total dos evaporitos, em geral, sal, o que cria um hiato entre os sedimentos supra e infrassalíferos. Como se pode constatar na tentativa de interpretação, os sedimentos infrassalíferos, isto é, os sedimentos inferiores da margem divergente (tipo Atlântico) e os sedimentos das bacias de tipo rifte, não estão deformados, o que contrasta com a deformação em extensão (alongamento) dos sedimentos suprassalíferos. A estrutura em carapaça de tartaruga ilustrada nesta tentativa de interpretação corrobora o alongamento dos sedimentos suprassalíferos. As falhas normais no ápice da estrutura, assim como a configuração interna divergente dos intervalos sedimentares caracterizam as deformações associadas aos movimentos do sal.

Nível de Acção das Vagas....................................................................................................................................Fair Weather Wave Base

Profondeur d'action des vagues / Nivel de acción de olas / Tiefe von Wellenschlag / 波浪作用的深度 / Глубина воздействия волн / Profondità di azione dell’onde /

Profundidade da acção erosiva das vagas. Esta profundidade depende das condições climáticas. Três situações podem-se considerar: (i) Nível de acção das vagas em mar calmo, ou seja cerca de 10 m de profundidade, o que corresponde, mais ou menos, à posição da ruptura costeira da superfície de deposição ; (ii) Nível de acção vagas em mar agitado, cerca de 30 m de profundidade e (iii) Nível de acção das vagas durante as tempestades, que corresponde, mais ou menos, a 50 m de profundidade.

Ver: « Acção das vagas (mar calmo) »
&
« Delta de Tempestade »
&
« Superfície de Ravinamento »

Figura 452 (Nível de Acção das Vagas) - As ondas do mar são criadas pelo vento que transfere a energia do movimento para a água. Quando a velocidade do vento é pequena (entre 5 e 20 km/h) formam-se pequenas ondas que não ultrapassam alguns centímetros de altura. À medida que a velocidade do vento aumenta, a altura das ondas aumenta. A altura das ondas aumenta com: (i) A velocidade do vento ; (ii) O tempo durante o qual o vento sopra e (iii) A distância sobre a qual o vento sopra. As tempestades formam ondas muito grandes e irregulares que se propagam para fora da zona de tempestade, como quando se deixa cair uma pedra no lago calmo. À medida que as ondas se afastam da zona de tempestade elas tornam-se mais pequenas, regulares e arredondadas. As ondas viajam como uma forma, mas a água fica no mesmo sítio. As pequenas partículas de água debaixo ou à superfície das ondas movem-se em órbitas verticais circulares. Num dado ponto, ao longo do trajecto de uma onda, todas as partículas de água estão nas mesmas posições relativas às suas orbitas, independentemente, da profundidade. Os raios das órbitas, como ilustrado nesta figura são, relativamente, grandes próximo da superfície da água, mas diminuem, gradualmente, em profundidade até se tornarem nulos. A profundidade, à qual os raios das órbitas são nulos determina o limite do nível de acção das vagas. A razão desta diminuição, é que maior é a distância de uma partícula de água à superfície, mais longe ela está da força do vento (mais as forças da viscosidade resistem ao movimento da água). O movimento da forma da onda em direcção da costa é dado pelo traço da órbitas, as cavas seguindo a base das órbitas e as crista seguindo o topo. A velocidade de uma onda é uma velocidade de fase. O que se move não é a água, mas as cavas e cristas, isto é, a fase da superfície da água. Como nas ondas do mar, a “ola" realizada pelos espectadores de um evento desportivo, como num desafio de futebol, mostra que é o efeito visual de uma onda que percorre o público, e que os espectadores não se deslocam (eles levantam-se, em filas sucessivas perpendiculares ao campo de futebol, e erguem os braços e depois sentam-se). A amplitude de onda corresponde ao máximo afastamento que uma partícula sofre face à posição de equilíbrio. Para determinar a amplitude de onda basta medir a distância desde a posição de equilíbrio até a uma crista (ou a uma cava). A frequência de onda, corresponde ao número de cristas que passam por um determinado ponto em 1 segundo ou ao número de vibrações completas que uma partícula efectua em 1 segundo. A frequência tem como unidade o Hertz: 10 Hertz (Hz) = 10 vibrações completas por segundo. A velocidade de propagação de onda é a rapidez com que a onda se propaga num determinado meio. Ela depende da distância percorrida pela onda e do intervalo de tempo gasto para percorrer essa distância. A acção erosiva das vagas depende o do estado mar: (i) Quando o mar está agitado, ela pode atinge cerca de 50 m, ou mais, de profundidade de água, o que acontece, sobretudo, durante as fortes tempestades ; (ii) Quando o mar está, mediamente, agitado, ela pode atinge a profundidade de, mais ou menos, 30 metros, o que quer dizer, que a distância entre duas vagas sucessivas (distância entre duas cristas ou duas cavas consecutivas) é cerca de 60 metros, ou seja, metade do comprimento de onda ; (iii) Quando do mar está calmo, ela pode atingir, mais ou menos, a profundidade de 10 metros, o que corresponde, aproximadamente, à posição da ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição. Cerca de 20% das terras emersas em contacto com o mar são formadas por praias arenosas. Destas, 70% se encontram em predominante processo de erosão (retrogradação), 20% em processo de construção (progradação) e os 10% restantes estão em equilíbrio relativo (https://pt.wikipedia.org/wiki/Eros%C3%A3o_marinha). A razão, mais provável, da predominância da erosão e retrogradação das linhas de costa modernas é, para a maioria dos geocientistas, a consequência da subida do nível do mar eustático ou absoluto desde o fim da última idade do gelo. Como ilustrado nesta figura, o nível de acção das ondas pode ser facilmente determinado a partir do comprimento de onda. Ele corresponde a metade do comprimento de onda. Assim, quando a distância entre duas crista é de, por exemplo, 40 metros, a profundidade de acção das ondas é de cerca de 20 metros de profundidade, o que quer dizer que se a profundidade do fundo do mar é a mais de 20 metros, ele não é afectado pela acção das ondas.

Nível Alto (do mar)...................................................................................................................................................................................................................................Highstand

Haut niveau (de la mer) / Nivel alto (del mar) / Höchststand, Über dem Meeresspiegel / 高位, 海拔 / Высокий уровень моря / Highstand, Alto livello del mare /

Intervalo de tempo, dentro de um ciclo eustático, durante o qual o nível de mar está acima do rebordo da bacia. No início de um ciclo sequência (ciclo estratigráfico), o rebordo da bacia de referência é o último rebordo da bacia do prisma de nível alto (PNA) do ciclo sequência subjacente. Desde que esse rebordo é fossilizado, pelos primeiros sedimentos do intervalo transgressivo (IT), o novo rebordo da bacia é o rebordo da planície costeira do prisma de nível baixo (PNB).

Ver: « Ciclo Sequência »
&
« Nível Baixo (do mar) »
&
« Variação do Nível do Mar Relativo »

Figura 453 (Nível Alto, do mar) - Neste modelo estratigráfico (sem escala), está representado um ciclo sequência induzido por um ciclo eustático de 3a ordem (tempo de duração entre 0,5 e 3-5 My). O limite inferior é uma discordância do tipo I, uma vez que o nível do mar relativo (nível do mar local, referenciado à base dos sedimentos ou ao fundo do mar e que é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite, e da tectónica) desceu mais baixo do que o rebordo do prisma de nível alto (PNA) do ciclo subjacente. Esta discordância é caracterizada pelas terminações das linhas cronostratigráficos e pela presença do preenchimento de um vale cavado (Vi). Uma discordância do tipo II (induzida por uma descida do nível do mar relativo insuficiente para que o nível do mar fique debaixo do rebordo da bacia) é visível na parte superior do ciclo. Esta discordância do tipo II permitiu o depósito de um prisma de bordadura da bacia (PBB), que alguns geocientistas chamam prismas de bordadura da plataforma. Com o tempo, os geocientistas realizaram que as discordâncias de tipo II são, ou muito raras, ou não existem, sobretudo, quando a estratigrafia sequencial é feita nos dados sísmicos, o que certos geocientistas chamam sismostratigrafia. Actualmente, os geocientistas preferem fala-se de regressões forçadas que, em grande parte, correspondem aos cortejos sedimentares descendentes de Vail, que não são outra coisa que os prismas de bordadura da bacia de P. Vail. Dentro de um ciclo sequência completo, de baixo para cima, dois grupos de os cortejos sedimentares podem pôr-se em evidência: (i) Grupo de cortejos de nível baixo (CNB) e (ii) Grupo de cortejos de nível alto (CNA). Dentro do grupo de cortejos de nível baixo (CNB), três subgrupos de cortejos sedimentares são a considerar: (a) Cones Submarinos da Bacia (CSB), de geometria planar ou monticular, com os quais, muitas vezes, se encontram contornitas (*) associadas ; (b) Cones Submarinos do Talude (CST), cuja geometria é, mais ou menos, ondulada, com estruturas em asas de gaivota em voo e (C) Prisma de Nível Baixo (PNB) de geometria progradante. O grupo de cortejos de nível alto (CNA) é composto por dois subgrupos: (1) Intervalo transgressivo (IT), caracterizado por uma geometria, globalmente, retrogradante, criada por uma sucessão de ingressões marinhas cada vez mais importantes que induzem regressões sedimentares cada vez mais pequenas e (2) Prisma de Nível Alto (PNA), que como o prisma de nível baixo tem uma geometria progradante bem marcada, que é o resultado de uma sucessão de ingressões marinhas, cada vez menos importantes, que induzem regressões sedimentares cada vez mais importantes. Nos primeiros tempos da estratigrafia sequencial, um prisma de bordadura de bacia (PBB) era por vezes considerado em associação com o prisma de nível alto. Actualmente, fala-se sobretudo de regressão forçada. Durante os três subgrupos dos cortejos de nível baixo (CNB), isto é, durante os cones submarinos de bacia (CSB), de talude (CST) e do prisma de nível baixo (PNB), as condições geológicas são de nível baixo, uma vez que o nível do mar está sempre mais baixo do que o rebordo da bacia (último rebordo da bacia do prisma de nível alto do ciclo subjacente). A partir do momento em que o nível do mar inunda a planície costeira do prisma de nível baixo (PNB), quer isto dizer, desde que a primeira superfície transgressiva ocorre as condições geológicas mudam e o intervalo transgressivo (IT) do grupo de cortejos de nível alto começa a depositar-se. A bacia tem um novo rebordo (último rebordo continental do prisma de nível baixo), o qual se mantém até que as progradações do prisma de nível alto (PNA) o fossilizem e criem um novo rebordo que é muito mais alto e que corresponde à linha da costa, uma vez que a bacia não tem mais plataforma. Ao nível hierárquico dos ciclos sequência, quando o nível do mar é alto, a bacia tem quase sempre uma plataforma continental, excepto na 2a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto, uma vez que alinha da costa coincide com o rebordo continental. Durante o depósito do grupo de cortejos de nível baixo (CNB), a bacia não tem plataforma continental, uma vez que todos os subgrupos de cortejos sedimentares se depositam na planície abissal da bacia ou agradam contra o talude continental (o rebordo da bacia é o último rebordo continental do ciclos sequência precedente).

(*) Depósitos de água profunda associados com os cones submarinos de bacia e, geneticamente, induzidos por correntes de contorno criadas pela força de Coriolis. Litologicamente, os contornitos são formados por pacotes espessos de areia fina (sem matriz argilosa), com geometria progradante e uma inclinação ascendente (biséis superiores ascendentes). Certos geocientistas, como Bouma, chamaram contornitos às estruturas de mar profundo (canais preenchidos por um aporte lateral), encontradas no fliche da Suíça, as quais são caracterizadas por uma abundância significativa de minerais pesados, como por exemplo zircão, allanite, etc.

Nível Alto Precoce (do mar)......................................................................................................................................................................Early Highstand

Haut niveau précoce (de la mer) / Nivel alto precoz (del mar) / Frühe Highstand, Früh hoch (Meer) / 早期高位 / Преждевременно высокий уровень моря / Alto livello del mare (precoce) /

Condições geológicas de nível durante as quais os canhões submarinos e, sobretudo, os vales cavados são preenchidos. Também chamado nível alto (do mar) inferior. São os sedimentos do topo do prisma de nível baixo (PNB) que são depositados durante o nível alto precoce e os preenchimentos dos vales cavados e canhões submarinos. Os sedimentos da base do intervalo transgressivo (IT), são já depositados durante um nível alto do mar. Estes são caracterizados por uma geometria retrogradante embora. entre duas subidas do mar relativo (em aceleração), a geometria das linhas cronostratigráficas seja progradantes. Os sedimentos do topo do prisma de nível baixo têm uma geometria progradante.

Ver: « Ciclo Sequência »
&
« Nível Alto (do mar) »
&
« Variação do Nível do Mar Relativo »

Figura 454 (Nível Alto Precoce) - Um ciclo estratigráfico dito ciclo sequência é induzido por um ciclo eustático de 3a ordem, isto é, um ciclo eustático limitado entre as duas descidas significativas consecutivas do nível do mar relativo, cuja diferença de idade (tempo de duração do ciclo) é entre 0,5 e 3-5 My. A morfologia da superfície de erosão associada à discordância inferior, que é o limite basal do ciclo sequência, é controlada pelo último rebordo da bacia do ciclo estratigráfico subjacente (último rebordo do prisma de nível baixo do ciclo anterior). No início do novo ciclo sequência, o nível do mar está mais baixo do que o rebordo da bacia e, assim, as condições geológicas da bacia são ditas de nível baixo do mar. É durante essas condições geológicas, que se deposita o grupo de cortejos sedimentares de nível baixo (CNB), o qual é constituído por três subgrupos: (i) Cones submarinos da bacia (CSB), na base ; (ii) Cones submarinos do talude, no meio e (iii) Prisma de nível baixo (PNB), no topo. Isto quer dizer que durante o depósitos destes subgrupos o rebordo da bacia é sempre, mais ou menos, o último rebordo do prisma de nível alto do ciclo anterior (quando o ciclo subjacente é completo, isto é, constituído pelos dois grupos cortejos sedimentares e por todos os seus subgrupos o que não é sempre o caso). Desde que o nível relativo do mar inunda a planície costeira do prisma de nível baixo (PNB) que agrada o talude continental, que certos geocientistas chamam nível alto precoce, as condições geológicas mudam para nível alto com o início do depósito do subgrupo inferior do grupo de cortejos de nível alto (CNA), isto é do intervalo transgressivo (IT), Todavia, outros geocientistas utilizam a expressão nível alto precoce para designar as condições geológicas durante as quais os canhões submarinos e, sobretudo, os vales cavados são preenchidos. Para estes geocientistas, durante o nível alto precoce, o nível do mar relativo (*), ainda está mais baixo do que o reborda da bacia, mas que, localmente, devido à erosão induzida pela descida precedente do nível do mar relativo, em certas áreas (canhões submarinos e vales cavados) pode ocorrer deposição. Nesta tentativa de interpretação de um autotraço de um detalhe de uma linha sísmica do offshore do Labrador (Canadá), os subgrupos de cortejos sedimentares inferiores ou seja os cones submarinos de bacia (CSB) e os cones submarinos de talude (CST) do ciclo sequência considerado, assim como a parte inferior do prisma de nível baixo (PNB) não são visíveis, eles estão localizados a Este desta linha. Todavia, desde a primeira inundação da planície costeira do do nível baixo (PNB), as condições geológicas mudam para condições de nível alto, uma vez que o novo rebordo da bacia é, agora, determinado pela último rebordo da planície costeira do prisma de nível baixo (PNB). Depois o período de nível alto precoce, que precede a inundação marinha da planície costeira, a subida do nível do mar relativo é em aceleração, o que permite a deposição do intervalo transgressivo (IT), que, como ilustrado nesta tentativa, é caracterizado por uma geometria, globalmente, retrogradante (deslocamento global da linha da costa ou da ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição para o continente). A geometria retrogradante do intervalo transgressivo (IT) é o resultado da combinação de ingressões marinhas cada vez mais importantes (subida do nível do mar em aceleração) e das regressões sedimentares associadas, cada vez mais pequenas, o que quer dizer que aquilo que muitos geocientistas chamam uma “transgressão sedimentar” é unicamente uma sobreposição de regressões sedimentares cada vez mais pequenas. Ao contrario, a geometria progradante do prisma de nível alto, é o resultado de um conjunto de ingressões marinhas cada vez menos importantes (subida do nível do mar relativo em desaceleração) e das regressões sedimentares cada vez mais importantes. Assim, é evidente que ao nível de um ciclo sequência é errado dizer que. “quando o nível do mar sobe (que ele seja relativo ou o absoluto) há transgressão e que quando ele desce há regressão”. Dentro de um ciclo sequência, para haver deposição, à excepção dos cones submarinos, o nível relativo do mar tem sempre que subir, o que quer dizer que a acomodação tem que aumentar.

(*) Nível do mar, local, referenciado à base dos sedimentos ou ao fundo do mar e que é o resultado da acção conjunta do nível do mar absoluto ou eustático (nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite,) e da tectónica (subsidência, quando o regime tectónico predominante é em extensão ou levantamento, quando ele é em compressão.

Nível Baixo (do mar)..............................................................................................................................................................................................................................Lowstand

Bas niveau (de la mer) / Nivel bajo (del mar) / Low-Level-(See) / 低水位(海) / Низкий уровень (моря) / Di basso livello (mare) /

Intervalo de tempo dentro de um ciclo estratigráfico, dito ciclo sequência, durante o qual o nível do mar está mais baixo que o rebordo da bacia. Durante condições geológicas de nível baixo, o rebordo da bacia, é o último rebordo continental do ciclo sequência anterior, o qual coincide, geralmente, com a última ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição do prisma de nível alto (se o ciclo sequência é completo).

Ver: « Ciclo Sequência »
&
« Nível Alto (do mar) »
&
« Variação do Nível do Mar Relativo »

Figura 455 (Nível Baixo, do mar) - Neste esquema, dentro de um ciclo sequência (ciclo estratigráfico induzido por um ciclo eustático de 3a ordem, quer isto dizer, que tem uma duração entre 3 e 5 My), debaixo da primeira superfície de inundação, que enfatiza o fim da deposição do prisma de nível baixo (PNB) e acima de uma discordância tipo I, que pôs o nível do mar relativo (*) debaixo co rebordo da bacia, estão representados os três subgrupos que constituem o grupo de cortejos de nível baixo (CNB). Debaixo para cima, reconhecem-se: (i) Cones submarinos de bacia (CSB), com contornitas associadas ; (ii) Cones submarinos de talude (CST) e (iii) Prisma de nível baixo (PNB), com turbiditos em telhado de ripas depositados na base das progradações do prisma. As contornitas (**) são depósitos induzidos pelas correntes de contorno (corrente subterrâneas, típicas dos sopés continentais, que se escoam ao longo dos limites ocidentais das bacias oceânicas e que ocorrem, principalmente, nas regiões em que a estratificação por densidade das águas é forte devido ao acarreio de águas frias originárias dos pólos) que erodem, localmente, os cones submarinos de bacia, depositando os sedimentos não muito longe com um ângulo deposicional importante. Os turbiditos com geometria em telhado ripas (“Shingled turbidites” des geocientistas da “Exploration Petroleum Research” da Exxon) estão, muitas vezes, associados a instabilidades do rebordo continental do prisma de nível baixo, que induzem importantes correntes de turbidíticas. À excepção dos sedimentos depositados durante a primeira inundação da planície costeira (ou deltaica do prisma de nível baixo, PNB), todos os outros intervalos sedimentares se depositaram em condições geológicas de nível baixo do mar. A discordância, que limita a base destes depósitos (incluindo o preenchimento do vale cavado), foi criada por uma descida significativa do nível do mar relativo, que pôs o nível do mar relativo mais baixo do que o rebordo da bacia. Durante este período, o rebordo da bacia corresponde ao último rebordo continental do prisma de nível alto (PNA) do ciclo precedente (se ele for completo, isto é, constituído por todos os subgrupos de cortejos sedimentares), uma vez que no fim do prisma de nível alto (PNA), em geral (2a fase de desenvolvimento do PNA) a bacia não tem plataforma (linha da costa, mais ou menos, coincidente com o rebordo continental). Exceptuando as discordâncias reforçadas pela tectónica, a erosão que acompanha uma tal descida relativa do nível do mar é, insuficiente para destruir a morfologia do prisma de nível alto do ciclo sequência anterior, uma vez que por definição, o tempo de acção dos agentes erosivos é inferior a 3-5 My. O preenchimento do vale cavado, embora localizado a montante do rebordo da bacia, fez-se, em condições geológicas de nível baixo do mar, durante os últimos estágios da deposição do prisma de nível baixo (nível alto precoce de certos geocientistas). A mudança de condições geológicas de nível baixo para alto corresponde a uma aceleração da taxa de subida do mar nível relativo. Durante condições geológicas de nível baixo do mar, a bacia não tem plataforma continental, o que quer dizer que, praticamente e sobretudo, nas linhas sísmicas (tendo em linha de conta a resolução sísmica) a linha da costa coincide com o rebordo continental. Tudo isto quer dizer que o rebordo da bacia durante a deposição do grupo de cortejos de nível baixo (CNB) corresponde, como ilustrado neste esquema ao último rebordo continental do ciclo sequência precedente. Dentro de um ciclo sequência, deste a primeira superfície transgressiva, que marca o início de das condições geológicas de nível alto do mar, uma vez que a bacia passa a ter uma plataforma continental, o novo rebordo da bacia é o último rebordo continental do prisma de nível baixo. A 1a superfície transgressiva de fossiliza igualmente o topo dos preenchimentos dos vales cavados.

(*) Na estratigrafia sequencial os geocientistas devem sempre precisar se estão a falar do nível do mar relativo, isto é, do nível do mar, local, referenciado à base dos sedimentos (topo da crusta continental) ou mesmo ao fundo do mar, ou se estão a falar do nível do mar absoluto ou eustático que é o nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite. Obviamente, o nível do mar relativo é o resultado da acção conjunta do nível do mar absoluto e da tectónica (subsidência ou levantamento).

(**) Depósitos de água profunda associados com os cones submarinos de bacia e, geneticamente, induzidos por correntes de contorno criadas pela força de Coriolis. Litologicamente, os contornitos são formados por pacotes espessos de areia fina (sem matriz argilosa), com geometria progradante e uma inclinação ascendente (biséis superiores ascendentes). Certos geocientistas, como Bouma, chamaram contornitos às estruturas de mar profundo (canais preenchidos por um aporte lateral), encontradas no fliche da Suíça, as quais são caracterizadas por uma abundância significativa de minerais pesados, como por exemplo zircão, allanite, etc.

Nível Baixo Comparativo (do mar)................................................................................................................Comparatif Lowstand

Bas niveau comparatif (de la mer) / Nivel bajo comparativo (del mar) / Niedrige vergleichende Ebene (SEA) / 相对低水位(海)/ Сравнительно низкий уровень (моря) / Basso livello comparativo (mare) /

Expressão utilizada, por certos geocientistas, para designar uma situação geológica determinada por uma descida do nível do mar relativo que pôs o nível do mar mais baixo do que a antiga ruptura costeira, mas mais alto do que o rebordo da bacia. Durante uma situação geológica de nível baixo comparativo apenas uma parte da plataforma continental é exumada, o que não é o caso durante uma situação geológica de nível baixo, na qual toda a plataforma é exumada.

Ver: « Ciclo Sequência »
&
« Nível Baixo (do mar) »
&
« Variação do Nível do Mar Relativo »

Figura 456 (Nível Baixo Comparativo, do mar) - Esta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de uma linha sísmica regional do offshore Oeste da Índia, é proposta ao nível hierárquico dos subciclos de invasão continental, quer isto dizer, que os intervalos sísmicos considerados foram, provavelmente, induzidos por ciclos eustáticos de 2a ordem, ou seja, por ciclos eustáticos de duração superior a 3-5 My e inferior a 50 My. Teoricamente e à priori, este offshore corresponde a uma sobreposição de diferentes bacias da classificação de Bally e Snelson (1989). De baixo para cima, sobre a litosfera do pequeno supercontinente Gondwana, depositaram-se bacias de tipo rifte, durante o alargamento da litosfera e antes da sua ruptura. Desde que a ruptura da litosfera ocorreu depositou-se uma margem divergente tipo Atlântico, a qual, na sua base, é composta sobretudo por espessos escoamentos de lava que se depositaram em associação com um alastramento vulcânico subaéreo que precedeu o alastramento ou expansão oceânica. Dentro da margem divergente, dois grandes intervalos sedimentares se podem pôr em evidência: (i) Uma fase transgressiva, na base, que é fossilizada por (ii) Um fase regressiva. A fase transgressiva tem uma geometria retrogradante (deslocamento global da linha da costa e dos depósitos costeiros associados para o continente), que enfatiza um conjunto de ingressões marinhas cada vez mais importantes e de regressões sedimentares cada vez mais pequenas. A fase regressiva (*) tem uma geometria progradante (deslocamento global da linha da costa e dos depósitos costeiros associados para o mar) que é o resultado de ingressões marinhas cada vez mais pequenas e regressões sedimentares cada vez mais importantes. Nesta tentativa de interpretação pode comparar-se um intervalo estratigráfico formado por rochas depositadas em condições geológicas de nível baixo (nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia), com um intervalo formado por rochas depositadas em condições de nível alto (nível do mar mais alto do que o rebordo da bacia), mas durante as quais períodos de nível baixo comparativo são prováveis. É importante precisar que as condições de nível baixo comparativo são, na realidade, condições de nível alto, uma vez que o nível do mar está mais alto do que o rebordo da bacia. Em relação, as condições geológicas precedentes, o nível do mar baixou, mas só uma parte da plataforma continental foi exumada (discordância de tipo nII de P. Vail). As discordâncias sublinhadas nesta tentativa, limitam ciclos estratigráficos que não estão associados a ciclos eustáticos de 3a ordem, mas a ciclos de 2a ordem, isto é: (i) A diferença de idade entre as descidas relativas do nível do mar, que induziram as duas discordâncias, é superior a 3-5 My ; (ii) Os intervalos sedimentares, como dito acima, correspondem a subciclos de invasão continental e não a ciclos sequência ; (iii) A geometria interna destes intervalos é muito diferente da dos ciclos sequência, embora cada um deles seja constituído pela uma sobreposição de um certo números de ciclos sequência completos ou incompletos. A posição do rebordo da bacia ao nível da discordância inferior (colorida em castanho) é, mais ou menos, como indicado, o que quer dizer, que o intervalo sobrejacente é, basicamente, um intervalo que se depositou durante condições geológicas de nível alto. Os resultados dos poços de pesquisa, perfurados neste offshore, e as tentativas de interpretação geológica das linhas sísmicas de detalhe sugerem, que várias vezes o nível relativo do mar relativo desceu exumando uma parte da plataforma (a resolução das linhas sísmicas é, insuficiente, para reconhecer as diferentes posições da linha da costa). Ao contrário, o intervalo inferior (em cor laranja) sobrejacente à discordância superior (colorida em azul) depositou-se sempre em condições de nível baixo. Tenha em linha de conta o artefacto sísmico induzido pela variação abrupta da profundidade de água. A geometria dos reflectores da parte direita desta tentativa é aparente. Numa versão em profundidade (em metros e não em segundos) os reflectores estão muito menos inclinados para Este. Os mais profundos podem mesmo inclinar para Oeste.

(*) A este nível hierárquico, as ingressões marinhas são, sobretudo, induzida por subidas do nível do mar absoluto ou eustático, quer isto dizer pelo nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou referenciado a um satélite e não a subidas do nível do mar relativo (nível do mar, local referenciado quer à base dos sedimentos ou mesmo ao fundo do mar, que é o resultado da acção combinado do nível do mar eustático e da tectónica).

Nível de Base (de deposição)....................................................................................................................................................................Depositional Base

Niveau de base (de déposition) / Nivel de base de depositación / Grundlinie / 基线(沉积, 沉积基准面) / Базовый уровень, Основной уровень осадконакопления / Linea di base, Livello base deposizionale /

Posição relativa do nível do mar. Ela pode relacionar-se à superfície da água dos lagos e / ou das superfícies de equilíbrio locais associadas com os sistemas fluviais. Normalmente, a menos que indicado de outra maneira, o nível de base é a posição relativa do nível de mar o qual é controlado pela acção conjunta da eustasia e tectónica. O nível da acção das ondas do mar, isto é, a profundidade da acção erosiva das vagas, é quase sempre considerado como insignificante (sobretudo nos dados sísmicos).

Ver: « Variação do Nível do Mar Relativo »
&
« Nível de Acção das Vagas »
&
« Superfície de Ravinamento »

Figura 457 (Nível de Base, de deposição) - O nível de base de deposição é a superfície em que os sedimentos se acumulam ou são erodidos. Ele está relacionado com a erosão continental e a zona de acumulação dos sedimento que se preenche ou que é erodida função das variações relativas do nível do mar considerado. As variações do nível do mar podem ser: (i) Do nível do mar relativo, quer isto dizer do nível do mar, local, referenciado quer à base dos sedimentos (topo da crusta continental), quer, por exemplo, ao fundo do mar num determinado lugar ou (ii) Do nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou referenciado a um satélite. Obviamente o nível do mar relativo, local, é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático e da tectónica (subsidência, quando o regime tectónico predominante é em extensão ou levantamento, quando o regime tectónico predominante é em compressão). Assim, o nível de base de deposição é uma superfície dinâmica controlada pela: (i) Erosão ; (ii) Deposição ; (iii) Eustasia (variações do nível do mar absoluto ou eustático) e (iv) Tectónica (alargamento ou encurtamento dos sedimentos). Normalmente, o nível de base é dado pela posição do nível do mar relativo, mas ele podem ser associado à superfície do nível de água de um lago e, ou a uma superfície de equilíbrio, local, associada com os sistemas fluviais. Por outras palavras, o nível de base, que é o nível de base de erosão de certos geocientistas, como ilustrado nesta figura é a linha altimétrica abaixo da qual os cursos de água não conseguem mais erodir e a deposição dos sedimentos se torna predominante. O nível de base pode ser dado em relação ao nível médio do mar (*), no caso de rios que ai desembocam ou em relação a mares fechados e lagos. O Lago Titicaca, que está a mais de 3 800 m de altitude, é o nível de base da maioria dos rios do planalto boliviano, como o Lago Tanganica, que está a uma altitude de cerca 700 m, é o nível de base da maioria dos rios da região, em particular do Ruzizi e do Malagarasi. Este rio, que já esteve ligado ao rio Congo, é mais antigo que o lago. O rio Lukuga é o seu principal efluente, quando o nível do lago é muito alto. O nível de base de uma região muda com o nível do mar relativo. Durante uma ingressão marinha (subida do nível do mar relativo), o nível de base sobe, o que aumenta a área de deposição. Durante uma regressão sedimentar (subida do nível do mar relativo em desaceleração ou pequena descida) ocorre o contrário, a área sujeita à erosão aumenta o que cria um forte acarreio sedimentar. Nas plataforma clásticas, o nível de base é, para alguns geocientista, o perfil de equilíbrio da plataforma e representa o contrabalanço entre o acarreio sedimentar e o movimento da água. Um tal equilíbrio é uma superfície de equilíbrio dinâmica conceptual, que modifica muito o conceito de equilíbrio marinho de certos geocientistas, que consideram o perfil marinho de equilíbrio como a maior profundidade a que o fundo do mar é agitado pelas ondas durante as tempestades. Nos carbonatos, a diversidade de perfis de deposição e a distribuição das cinturas de fácies é maior do que nos sistemas clásticos, o que reflecte grandes diferenças nos factores genéticos. Como a energia hidráulica depende das condições oceanográficas da plataforma, as diferenças entre os sistemas carbonatados e clásticos traduzem as diferenças de acarreio sedimentar. Num regime sedimentar com um nível do mar relativo estável, a variabilidade dos perfiles de deposição nas diferentes plataformas carbonatadas pode ser considerada como um contrapeso entre: (a) Os diferentes tipos de sedimentos produzidos ; (b) O depocentro (centro de deposição) e (iii) A energia hidráulica.

(*)  A Terra é mais larga cerca do equador que entre os pólos. Ela é semelhante a um elipsóide ou esferóide. O elipsóide terrestre, que é uma figura matemática aproximada da forma da Terra, é utilizado como quadro de referência para computações geodésicas, astronómicas e nas geociências. O geóide é uma a superfície muito complexa para se descrever matematicamente, mas ele que pode ser, facilmente, identificado medindo a gravidade. O geóide é considerado como sendo, mais ou menos, igual ao Nível Médio do Mar. Nos oceanos, o geóide e o nível médio do mar são aproximadamente o mesmo, mas, nas áreas continentais, eles podem ser muito diferentes. O terreno (verdadeira forma da Terra) é dada pela topografia e batimetria. Para determinar o “nível médio do mar”, a melhor coisa que se pode fazer é determinar um lugar e calcular o nível médio nesse ponto e utilizá-lo como ponto de referência. Geralmente, a partir de observações horárias, feitas durante um período de, mais ou menos, pode calcular-se ser média para esse ponto de medida. Como uma subida do nível do mar é, talvez, o efeito mais familiar das mudanças climáticas e, provavelmente, aquele com mais consequências, é importante sempre precisar de qual nível do mar (eustático, relativo, médio, preiamar, etc.) se trata e como é que ele foi calculado. Diferentes níveis do mar podem ser deduzidos da morfologia de uma praia. O nível de preiamar viva corresponde, mais ou menos, ao limite entre a praia-média e praia-alta (as marés vivas que ocorrem perto dos equinócios, que têm os máximos de amplitude, são as marés equinociais). O nível da baixamar (maré vazia) corresponde ao limite superior das cristas e sulcos pré-litorais, enquanto que a escarpa da praia (ultimo degrau da praia), limite entre a praia-baixa e praia-média, sublinha o nível de preiamar morta (Lua Nova), no topo, e, mais ou menos, o nível médio do mar, na base.

Nível Endurecido, Superfície Endurecida...............................................................................................................................................Hardground

Surface enduré / Superficie dura, Hardground / Oberflächen ertragen / 表面忍着 / Затвердевшая поверхность / Hardgound /

Zona no fundo do mar, que pode mais tarde ser fossilizada, geralmente, de alguns centímetros de espessura, na qual os sedimentos estão litificados e formam uma superfície endurecida, encrostada e, frequentemente, descolorada. Esta superfície implica uma pausa na sedimentação ou uma taxa de deposição muito fraca e assim não pode, geralmente, ser considerada como uma discordância.

Ver: « Secção Estratigráfica Condensada »
&
« Superfície da Base das Progradações »
&
« Intervalo Transgressivo »

Figura 458 (Nível Endurecido) - O offshore Este dos Estados Unidos corresponde a uma sobreposição de diferentes bacias da classificação das bacias sedimentares de Bally e Snelson (1980). Numa linha sísmica regional, em geral, de baixo para cima, reconhece-se: (i) Um soco ou uma cadeia de montanhas do Paleozóico, que funciona como uma infraestrutura e que corresponde ao supercontinente Pangeia ; (ii) Bacias de tipo rifte que alongaram o supercontinente antes da ruptura da litosfera e (iii) Uma margem divergente tipo Atlântico, formada na base por uma espessa acumulação de derrames de lava, que se depositaram durante o alastramento vulcânico subaéreo que precedeu o alastramento ou expansão oceânica. Na margem divergente reconhecem-se duas fases tectónico sedimentares. A fase transgressiva, que se depositou durante a subida do nível do mar absoluto ou eustático (nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite), que é coberta pela fase regressiva que se depositou durante a descida do nível do mar durante ciclo eustático de 1a ordem do Mesozóico / Cenozóico. Localmente, a fase transgressiva tem uma geometria paralela, mas globalmente ela é retrogradante, uma vez que ela é o resultado do conjunto de ingressões marinhas, cada vez mais importantes, e das regressões sedimentares associadas, cada vez mais pequenas. Durante a fase regressiva, cuja geometria é progradante, como se pode, facilmente, constatar nesta tentativa de interpretação, ingressões marinhas são cada vez menos importantes e as regressões sedimentares, associadas, cada vez mais importantes. Como ilustrada nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de uma linha sísmica do Canhão de Baltimore (EUA), os níveis endurecidos, que correspondem, geralmente, às secções estratigráficas muito condensadas, são, praticamente, sempre fossilizadas por superfícies da base das progradações. Os níveis endurecidos representam períodos de sem deposição ou períodos com uma taxa de sedimentação muito pequena. Estas condições ocorrem, por exemplo, dentro de um ciclo sequência (ciclo estratigráfico), quando os centros de deposição são deslocados para montante (continente), devido a uma subida significativa do nível do mar relativo em aceleração. Efectivamente, desde que o nível do mar relativo (não confundir com nível do mar absoluto ou eustático) começa a subir em desaceleração (quando as ingressões marinhas são cada vez mais pequenas), os centros de deposição, progressivamente, deslocam-se para jusante e os níveis endurecidos são parcial ou totalmente fossilizados pelos sedimentos progradantes sobrejacentes. Nesta tentativa de interpretação, a fossilização do nível endurecido parece ter sido mais mais complexa. Ela não se fez durante o depósito do prisma de nível alto de um ciclo estratigráfico, dito ciclo sequência, como dito anteriormente, mas pelo depósito de uma série de subciclos de invasão continental com geometria progradante. Estes subciclos depositaram-se em associação com descidas sucessivas do nível do mar absoluto ou eustático, que ocorreram durante o Neogénico (a geometria, mais ou menos subhorizontal, do nível endurecido sugere que estes subciclos foram condicionados, quase unicamente, pela eustasia, o quer significa que a influência do factor tectónico era, praticamente, inexistente.). Uma descida global do nível do mar (descida, mais ou menos contínua, do nível do mar absoluto ou eustático), engloba, necessariamente, várias subidas do nível do mar relativo, de uma hierarquia mais pequena, que são as verdadeiras responsáveis da deposição). Devido às suas características litológicas, as superfícies endurecidas têm fortes impedâncias acústicas e, por conseguinte, podem induzir reflexões sísmicas com fortes amplitudes. Em certas bacias, determinadas anomalias de amplitude, inicialmente, interpretadas como induzidas pela presença de hidrocarbonetos em rochas-reservatório, correspondem, muitas vezes, a superfícies endurecidas. Muitos animais perfuram os sedimentos que formam as superfícies endurecidas (bioerosão). Um dos exemplos mais conhecidos é o molusco bivalve litófago (que come sedimentos): Lithophaga Lithophaga. Muitos animais incrustam as superfícies endurecidas (ostras, briozoários, cracas e crinóides, etc.).

(*) Note que aqui estamos a falar ao nível hierárquico de um ciclo estratigráfico de invasão continental de invasão, induzido pelo ciclo eustático de 1a ordem (ciclo eustático pós-Pangeia), o qual é definido em relação as variações do nível do mar absoluto ou eustático e não pelas variações do nível do mar relativo como é o caso num ciclo sequência.

Nível Freático......................................................................................................................................................................................................................................Freatic level

Niveau phréatique / Nivel freático / Phreatisches Niveau / 潜水水平 / фреатическое уровень / Livello freatica /

Nível superior de um aquífero, no qual a pressão da água é igual à pressão atmosférica.

Ver: «Sabkha»

Nível Hierárquico (ciclos estratigráficos).......................................................................................................................Hierarchical Level

Niveau hiérarchique / Nivel jerárquico (ciclos estratigráficos) / Hierarchieebene (stratigraphische Zyklen) / 分层级(地层旋回)/ Иерархический уровень (стратиграфических циклов) / Livello gerarchico (cicli stratigrafici) /

Um dos quatros tipos de ciclos estratigráficos que compõem a estratigrafia sequencial, a qual obedece à teoria das hierarquias. Uma linha sísmica, por exemplo, pode ser interpretada, em termos geológicos, a vários níveis hierárquicos, função dos ciclos eustáticos considerados. Convencionalmente, quatro grandes hierarquias de ciclos estratigráficos podem ser consideradas: (i) Ciclos de Invasão Continental ; (ii) Subciclos de Invasão Continental ; (iii) Ciclos sequência e (iv) Paraciclos sequência. Os paraciclos sequência, como o seu nome sugere, não são ciclos estratigráficos, uma vez que eles são limitados por superfícies de inundação ou de ravinamento e não por discordâncias. Os paraciclos sequência, que são induzidos por paraciclos eustáticos (sem descidas do nível do mar relativo entre eles), compõem os cortejos sedimentares que constituem os ciclos sequência.

Ver: « Ciclo Eustático »
&
« Ciclo Estratigráfico »
&
« Estratigrafia Sequencial»

Figura 459 (Nível Hierárquico, ciclos estratigráficos) - Um dos princípios básicos da estratigrafia sequencial é a conjectura de que os ciclos estratigráficos são induzidos pela eustasia (*) (variações do nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar global referenciado ao centro da Terra ou a um satélite), o que quer dizer, que ela é a principal responsável do espaço criado para que os sedimentos se depositem (acomodação). Naturalmente, a hierarquia dos ciclos estratigráficos depende da hierarquia dos ciclos eustáticos, que os induziram. Em geral, na estratigrafia sequencial, feita a partir dos dados sísmicos (tendo em linha de conta a resolução sísmica), consideram-se três ciclos estratigráficos principais, que se depositaram durante ciclos eustáticos de 1ª, 2ª, 3ª ordem, o que quer dizer, os ciclos eustáticos com durações, respectivamente, superiores a 50 My, entre 50 e 3-5 My, entre 3-5 e 0,5 My: (i) Ciclo de Invasão Continental ; (ii) Subciclo de Invasão Continental ; (iii) Ciclo-sequência. Os ciclos de invasão continental estão associados à ruptura dos supercontinentes (Protopangeia e Pangéia). Os subciclos de invasão continental estão associados com as mudanças de velocidade da subsidência tectónica. Os ciclos sequência estão associados com a glacioeustasia. Os paraciclos sequência, são induzidos por paraciclos eustáticos, cujo tempo de duração varia 0,01 e 0,5 My, são, provavelmente, associados com a glacioeustasia. Os paraciclos eustáticos, são caracterizados por sucessivas subidas do nível do mar relativo (resultado da acção conjunta do nível do mar absoluto ou eustático e da tectónica) sem que nenhuma descida do nível do mar ocorra entre elas. Entre cada paraciclo eustático existe um período de estabilidade do nível do mar relativo durante o qual a linha da costa se deslocar para o mar à medida que a deposição ocorre. Quando o nível do mar relativo sobe (paraciclo eustático), a linha costa desloca-se para o continente, ao mesmo tempo, que no fundo do mar da zona submersa se forma uma superfície de ravinamento. Durante o período de estabilidade do nível do mar relativo que se segue a uma ingressão marinha, à medida que os sedimentos se depositam, mais ou menos, em progradação, a linha da costa desloca-se para o mar até que uma nova subida do nível do mar relativo a desloque de novo para o continente e assim por diante. Os ciclos sequência são os tijolos ou os blocos de construção da estratigrafia sequencial. É a partir do estudo destes ciclos, os quais são compostos por diferentes cortejos sedimentares, que predições litológicas podem ser avançadas. A terminologia aqui apresentada é menos enganosa do que a inicialmente adoptada pelos geocientistas da Exxon (Megassequência, Superssequência, Sequência e Parassequência), uma vez que ela entra em linha de conta com uma das características básicas da Geologia: "Toda a interpretação geológica é dependente da escala". Durante muito tempo, certos geocientistas das companhias petrolíferas (os primeiros a utilizar a estratigrafia sequencial), interpretavam as megassequências de Exxon como "mega" ciclos sequência constituídos por "mega" cortejos sedimentares, o que é totalmente errado, e que levou alguns geocientistas a prognosticar "mega" turbiditos, que os poços de pesquisa refutaram totalmente. Esta hierarquia significa, por exemplo, que as características de um ciclo de invasão continental (de um “todo” como diriam os filósofos), não se podem definir a partir das características dos subciclos de invasão continental (“partes”) que os compõem. O "todo" é muito mais do a soma das "partes". É importante não esquecer que “uma parte” significa qualquer coisa de fragmentário e incompleto, que por ela mesmo não tem uma existência legítima. Um paraciclo sequência isolado não existe e não tem nenhum sentido. Todavia, um conjunto de paraciclos sequência forma uma cortejo sedimentar e um conjunto de cortejos sedimentares forma um ciclo sequência. Por outro lado, “um todo” é considerado como qualquer coisa de completo e que, por ele mesmo, não necessita de mais explicação. Mas “todos” e “partes”, em absoluto, não existem nem no domínio das estruturas geológicas, nem no domínio da estratigrafia sequencial, nem no domínio dos organismos vivos. O que normalmente encontramos são estruturas intermediárias a vários níveis hierárquicos em ordem ascendente de complexidade. Os "Subtodos" mostram, conforme os olhamos, certas características, geralmente, atribuídas as "Partes" (Abraham, 1999).

(*) Para muitos geocientistas, aa variações do nível do mar absoluto ou eustático não podem ser nem globais nem uniformes, uma vez que qualquer causa do nível do mar afecta, igualmente, o geóide terrestre. Durante o degelo das calotes glaciares, em resposta à carga da água adicionada às bacias oceânica, o nível do mar será deprimido, e em resposta à carga removida (onde as calotes glaciares derreteram), o continente será levantado. A redistribuição do material no interior da Terra é afectada pela sobrecarga e forcará, ainda mais, as variações da superfície do oceano (induzidas pelas anomalias da gravidade) e, assim, mais redistribuições da água serão necessárias para tentar igualizar o potencial gravítico. Este contínuo processo retroactivo gravítico entre as calotes glaciares, oceanos e o continente é o processo que, por fim, determina a assinatura do nível do mar relativo, que é observado em todo os lugares onde o continente e o oceano se encontram. Todavia, unicamente as mudanças glacioeustáticas são, ao mesmo tempo, importantes (> 10 m) e rápidas (< 1 My).

Nível do Mar Absoluto..................................................................................................................................Absolute sea level (eustatic)

Niveau de la mer absolu (eustátique) / Nivel absoluto del mar (eustatico) / Absoluter Meeresspiegel (eustatisch) / 绝对海平面 / Абсолютный уровень моря (эвстатической) / Livelloil del mare assoluto (eustatici) /

Nível do mar referenciado a um ponto fixo global que, em geral, é o centro da Terra ou a um satélite da Terra artificial. do geóide. O nível do mar absoluto sobe ou desce em função do volume das bacias oceânicas e do volume dos mantos e calotas glaciárias (glaciares incluídos), uma vez que o volume de água sob todas s suas forma (sólida, liquida e gasosa) é considerado constante desde a formação da Terra há cerca de 4,5 Ga (109 ou bilhões de anos). Sinónimo de Nível do mar Eustático.

Ver: «Acção das Vagas (mar calmo)»

Nível do Mar Eustático..................................................................................................................................Eustatic sea level (eustatic)

Niveau de la mer eustatique / Nivel del mar eustatico / Eustatische Meeresspiegel / 相对海平面 / Эвстатических уровня моря / Eustatici livello del mare /

Nível do mar referenciado a um ponto fixo global que, em geral, é o centro da Terra ou a um satélite da Terra artificial. do geóide. O nível do mar eustático sobe ou desce em função do volume das bacias oceânicas e do volume dos mantos e calotas glaciárias (glaciares incluídos), uma vez que o volume de água sob todas s suas forma (sólida, liquida e gasosa) é considerado constante desde a formação da Terra há cerca de 4,5 Ga (109 ou bilhões de anos). Sinónimo de Nível do mar absoluto.

Ver: «Acarreio Terrígeno»

Nível do Mar Geodésico................................................................................................................Geodesic Sea Level, Ocean Geoid

Ocean geoid / Niveau de la mer géodésique / Nivel del mar geodésico / Meeresspiegel Nullpunkt / 大地测量海平面 / Геодезический уровень моря / Livello del mare datum /

Nível do mar do geóide. Sinónimo de Geoide Oceânico.

Ver: « Variação do Nível do Mar Relativo»
&
« Eustasia »
&
« Eustasia Geodésica »

Figura 460 (Nível do Mar Geodésico) - O geóide é a superfície equipotencial que coincidiria, exactamente, com a superfície média do nível dos oceanos da Terra, se estes estivessem em equilíbrio, em repouso e se eles se estendessem através dos continentes. Assim, o geóide é, essencialmente, a figura da Terra abstraída das suas características topográficas, ou seja, uma superfície ideal de equilíbrio da água do mar ou o nível médio da superfície dos oceanos, na ausência de correntes, variações da pressão atmosférica, etc., e continuada debaixo das massas continentais. Como ilustrado neste esquema, o geóide, ao contrário do elipsóide (superfície quádrica análoga a uma elipse, que se pode representar por uma equação algébrica do segundo grau), é irregular e demasiado complicado para servir como a superfície computacional para resolver problemas geométricos como a posição de um ponto. Quando os três raios de um elipsóide são iguais, ele é uma esfera. Quando dois raios são iguais, o elipsóide é um esferóide. A separação geométrica entre o geóide e elipsóide de referência é chamada diferença geoidal ou altitude geodésica. Ela varia, globalmente, entre, mais ou menos, 110 metros. Convencionalmente, o nível do mar médio (NMM) é a altura média do mar referenciada a uma superfície de referência apropriada. Contudo, a definição do nível de referência envolve medidas muitos complexas e a determinação do nível médio do mar pode ser muito difícil. Por outro lado, para utilizar esta definição longe do mar tem de se comparar uma altura da superfície média do mar local com uma superfície de referência “nivelada” que, em geral, é o geóide. Isto quer dizer, que em condições ideais, isto é, em repouso e na ausência de forças externas, o nível do mar médio coincidiria com a superfície da geóide, ou seja, com a superfície equipotencial do campo gravitacional da Terra. Devido às correntes, variações de pressão do ar, temperatura, salinidade, etc., isto não ocorre, nem mesmo como uma média a longo prazo. Função da localização, mas persistente no tempo, a separação entre o nível do mar médio e o geóide é referido como a topografia da superfície do mar (estacionário), a qual varia, globalmente, em uma escala de, mais ou menos, 2 m. É esta superfície do mar estacionário que muitos geocientistas chamam nível do mar geodésico. Para determinar o “nível médio do mar”, a melhor coisa que se pode fazer é determinar um lugar e calcular o nível médio nesse ponto e utilizá-lo como ponto de referência. Geralmente, a partir de observações horárias, feitas durante um período de cerca de 20 anos, pode calcular-se a média para esse ponto de medida. Como uma subida do nível do mar é, talvez, o efeito mais familiar e, provavelmente, aquele com mais consequências, é importante sempre precisar de qual nível do mar (eustático, relativo, médio, preiamar, etc.) se trata e como é que ele foi calculado. Para explicar a eustasia, ou seja, as variações do nível do mar absoluto ou eustático, que é referenciado ao centro da Terra ou a um satélite, muitos geocientistas utilizam a metáfora do copo de vinho, na qual o copo é não só de borracha, mas também transparente. Para uma determinada quantidade de vinho (a quantidade de água sob todas as suas formas é considerada constante desde a formação da Terra), o tamanho do copo simula o volume das bacias oceânicas, o qual pode variar por encurtamento ou alargamento (simulação dos movimentos tectónicos), o que produz uma subida ou descida do nível do vinho. A subida e descida do nível do vinho simulam a tectonicoeustasia. O volume do vinho no copo pode variar quer bebendo um pouco de vinho (glaciações, formação de calotas glaciárias) quer deitando mais vinho no copo (deglaciações, degelo da calotas glaciárias), o que produz uma descida ou subida do nível do vinho (glacioeustasia). A dilatação do vinho, que depende da temperatura é, por vezes considerada, mas não joga um papel importante (a dilatação térmica dos oceanos ou aumento estérico do nível do mar). No copo, a superfície do vinho não é horizontal, mas ondulada (nível do mar geodésico, qualquer mudança na gravidade induz uma redistribuição das irregularidades da superfície da água), o que quer dizer que esta metáfora pode ser completada, tomando em linha de conta a eustasia geoidal, isto é, as alterações da distribuição da água dos oceanos causadas pelas variações do campo da gravidade terrestre. Assim, ao nível hierárquico dos ciclos sequência, uma ingressões marinhas é induzida por uma subida do nível do mar relativo (nível do mar, local referenciado a qualquer ponto da superfície terrestre quer ela seja a base dos sedimentos (topo da crusta continental) quer o fundo do mar, que é o resultado da acção combinado do nível do mar absoluto ou eustático e da tectónica.

Nível do Mar Relativo.............................................................................................................................................................................Relative sea level

Niveau de la mer relative / Nivel relativo del mar / Relativer Meeresspiegel / 海平面 / Относительный уровень моря / Relativo livello del mare /

Nível do mar referenciado a um ponto qualquer da superfície terrestres quer seja o topo da crusta continental (base dos sedimentos) ou o fundo do mar e que é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar global referenciado ao centro da Terra ou a um satélite, e da tectónica (subsidência ou levantamento do fundo do mar) a um satélite da Terra artificial. Sinónimo de Nível do mar absoluto.

Ver: «Acção das Vagas, (mar agitado, limite máximo)»

Nível Médio das Águas do Mar...........................................................................Mean Sea Level, Middle Sea Level

Niveau moyen de la mer / Nivel medio del mar / Meeresspigel, Seewaage / 平均海平面 / Средний уровень моря / Livello medio del mare /

Altura média da superfície do oceano (como o ponto médio entre a maré alta média e a maré baixa média), utilizado como padrão no cálculo elevação de terreno. O nível do mar varia muito no tempo e no espaço (distância). Ele é afectado pelas marés, vento, pressão atmosférica, diferenças locais da gravidade, temperatura, salinidade, subsidência, etc. Para determinar o nível médio do mar, a melhor coisa que se pode fazer é escolher um lugar e calcular o nível médio nesse ponto e utilizá-lo como ponto de referência. Geralmente, a partir de observações horárias, feitas durante um período relativamente importante (mais ou menos 20 anos), pode calcular-se ser a média para esse ponto de medida. Como uma subida do nível do mar é, talvez, o efeito mais familiar das mudanças climáticas e, provavelmente, aquele com mais consequências, é importante precisar sempre de qual nível do mar (eustático, relativo, médio, preiamar, etc.) se trata e como é que ele foi calculado.

Ver: « Variação do Nível do Mar Relativo»
&
« Eustasia »
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« Nível Alto (do mar) »

Figura 461 (Nível Médio das Águas do Mar) - Antes de mais quando se fala de nível do mar tem que se precisar de qual nível do mar se trata. Na realidade, há vários níveis do mar. Na estratigrafia sequencial, os níveis do mar mais utilizados são: (i) Nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar, global referenciado ao centro da Terra ou a um satélite e (ii) Nível do mar relativo, quer isto dizer, o nível do mar, local, referenciado quer à base dos sedimentos (topo da crusta continental), que ao fundo do mar num ponto determinada, quer qualquer outro ponto tomado como referência). O nível do mar absoluto ou eustático é função da tectonicoeustasia (controlada pela variação do volume das bacias oceânicas), glacioeustasia (controlada pela variação de volume de água dos oceanos), geoidaleustasia (controlada pela distribuição da água dos oceanos causada pelas variações do campo da gravidade terrestre) e da dilatação térmica dos oceanos ou aumento estérico (*) do nível do mar (se a temperatura dos oceanos aumenta, a densidade da água diminui e, para uma massa constante, o volume aumenta). O nível do mar relativo é, obviamente, o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático e da tectónica (levantamento do fundo do mar quando o regime tectónico predominante é em compressão ou subsidência quando o regime tectónico predominante é em extensão). O nível do mar varia muito no tempo e no espaço. Ele é afectado pelas marés, vento, pressão atmosférica, diferenças locais da gravidade, temperatura, salinidade, subsidência, etc. Para determinar o “nível médio do mar”, a melhor coisa que se pode fazer é determinar um lugar e calcular o nível médio nesse ponto e utilizá-lo como ponto de referência. Geralmente, a partir de observações horárias, feitas durante um período suficientemente longo (20 anos, por exemplo), pode calcular-se a média para esse ponto de medida. Assim, pode dizer-se que o nível médio do mar é a altitude média da superfície do mar medida em relação a uma superfície terrestre de referência. O nível médio do mar é, por sua vez, utilizado como ponto de referência a partir do qual são medidas as altitudes dos acidentes topográficos e marcadas as curvas de nível e as altitudes nos mapas. Um conceito relacionado com o nível médio do mar é o de zero hidrográfico (altitude de referência a partir da qual são medidas as profundidades). Após verificados os registos de baixamares durante vários anos (50 +/-), escolhe-se a baixamar mais pequena desse período, e tirando, ainda, cerca de 20/30 cms, encontra-se, mais ou menos, o zero hidrográfico que, em geral, é utilizado em hidrografia costeira e na medição de profundidades de portos e barras. Na maior parte dos casos o zero hidrográfico faz-se coincidir com o nível médio do mar ou tem com ele uma relação simples e constante. A determinação do nível médio do mar foi, tradicionalmente, feita com base nas leituras dos marégrafos, isto é, instrumentos que registam, automaticamente, o fluxo e o refluxo das marés num determinado ponto da costa. O registro produzido, sob a forma de gráfico, denomina-se maregrama. Eliminando dos dados recolhidos as flutuações devidas às ondas, a factores meteorológicos e às marés e a outros factores astronómicos, obtém-se uma leitura do nível médio do mar, durante determinado período, por referência à área utilizada. As medidas assim obtidas incorporam os efeitos eustáticos e isostáticos, sendo, em geral, escolhidas como referência para os ambientes geológicos estáveis, onde as variações isostáticas e outras, que afectam a altitude do ponto de referência, sejam negligenciáveis, isolando assim apenas os efeitos eustáticos. O geóide é considerado, mais ou menos, igual ao nível médio do mar. Nos oceanos eles são aproximadamente iguais, mas, nas áreas continentais, eles podem ser muito diferentes. Em Portugal o zero hidrográfico é o plano da maré mais baixa, em relação à qual são referidas as sondas e as linhas isobatimétricas das cartas náuticas, bem como as previsões de altura de maré publicadas nas Tabelas de Marés do Instituo Hidrográfico. Esta figura ilustra o cálculo do nível médio do mar a partir de 9 estações para um período de cerca de 80 anos (entre 1908 e 2000) e para 177 estações durante um período de cerca de 50 anos. Isto quer dizer, que a taxa de variação do nível médio do mar, durante uma determinada época, não se pode exprimir por um simples número, mas por um número acompanha da variância (medida da dispersão estatística que indica indicando "o quão longe" em geral os seus valores se encontram do valor esperado), como por exemplo 4 (6/2) mm /por ano, o que quer dizer que em certos sítios ela foi de 6 mm/ano, mas noutros, unicamente, 2 mm/ano.

(*) O efeito estérico vem do facto que cada átomo contido numa molécula ocupa um determinado espaço. Se certos átomos são trazidos muito perto uns dos outros, há um gasto de energia associado com uma tal aproximação. Com efeito, uma certa quantidade de energia é requerida para sobrepor as nuvens dos lóbulos orbitais electrónicos (repulsão de Pauli ou de Born). Um gasto ou um ganho de energia afectam a forma normal da molécula e as suas propriedades. Grosseiramente, pode dizer-se que um aumento da temperatura aumenta o tamanho dos átomos.

Notação (astronomia)...................................................................................................................................................................................................................................Nutation

Nutation / Nutación / Nutation (Astronomie) / 章動 / Нутация / Nutazione /

Movimento irregular do eixo de rotação de um objecto, axialmente, simétrico, como, um giroscópio ou a Terra.

Ver: «Precessão»


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Ultima actualização : Junho, 2017