Abissal ....................................................................................................................................................................................................................................................................................Abyssal

Abyssal / Abisal / Abyssal / 深海的 / Глубоководный / Abissale /

Ambiente sedimentar ou morfologia do fundo do mar caracterizada, em geral, por uma lâmina de água superior a 3500 metros.

Ver: " Batial "
&
" Ambiente Sedimentar "
&
" Lâmina de Água de Plataforma "

Figura 1 (Abissal) - Função da lâmina de água e em direcção do mar, como ilustrado nesta figura, vários ambientes sedimentares marinhos, com lâminas de água diferentes, podem reconhecer-se: (i) Litoral ; (ii) Nerítico ; (iii) Batial ; (iv) Abissal e (v) Hadal. Para a maioria dos geocientistas, o ambiente litoral é limitado entre o nível máximo da maré alta (preiamar) e o nível mínimo da maré baixa (baixamar). O limite entre o ambiente batial e abissal varia segundo os geocientistas. Na carta ilustrada no canto inferior esquerdo desta figura, adivinha-se, mais ou menos, a distribuição espacial do ambiente abissal, cuja profundidade de água é aqui admitida como variando entre 3500 e 5000 metros. Obviamente, a profundidade de água não pode ser, correctamente, determinada nas linhas sísmicas convencionais, isto é, nas linhas sísmicas em tempo mas, unicamente, nas suas versões em profundidade, cuja obtenção requere um tratamento especial e, sobretudo, o conhecimento, mais exacto possível das velocidades de intervalo (é por isso que as linhas sísmicas em profundidade são caras e pouco disponíveis). Uma variação abrupta da profundidade água, que é muito frequente nas linhas sísmicas dos offshores, como ilustrado, aqui, por uma autotraço de uma linha sísmica do offshore Este de Bornéu (Estreito de Makassar) induz um artefacto ou engano sísmico muito importante, que modifica, substancialmente, a morfologia do fundo do mar e a geometria dos reflectores subjacentes. Isto pode constatar-se comparando o autotraço de versão tempo (em cima) com o autotraço da versão profundidade (em baixo) ilustrados nesta figura. As ondas sísmicas viajam mais lentamente dentro da água, que através dos sedimentos. A velocidades das ondas sísmicas dentro de água varia ente 1,4 e 1,5 km/s, enquanto que dentro de arenitos do Terciário, por exemplo, ela varia entre 2,0 e 2,5 km/s (*). Os diferentes limites propostos para os ambientes marinhos não têm nenhuma implicação geológica ou sedimentar. Certos ambientes podem ser subdivididos. O ambiente batial pode subdividir-se em: (a) Batial Superior ; (b) Batial Médio e (c) Batial Inferior. O ambiente hadal, que é caracterizado por uma lâmina de água superior à do ambiente abissal, existe, sobretudo, nas margens continentais convergentes, quando uma placa litosférica oceânica mergulha sob uma placa litosférica continental formando, uma zona de subducção de tipo B ou zona de Benioff (ou Wadati-Benioff). É neste ambiente, muito profundo, que se localizam as fossas oceânicas, nas quais, o fundo do mar pode ultrapassar 6 km de profundidade, o que induz anomalias gravitacionais negativas. As fossas oceânicas são, em geral, mais ou menos, paralelas à costa (**). Na estratigrafia sequencial, o ambiente abissal é, basicamente, o domínio do grupo de cortejos sedimentares de nível baixo do mar (acrónimo CNB) e, particularmente, do seu subgrupo inferior, quer isto dizer, dos cones submarinos de bacia (CSB). Os cones submarinos de talude (CST), que formam o subgrupo médio do grupo de cortejos de nível baixo (CNB), podem estar presentes, mas, normalmente, eles depositam-se sob uma lâmina de água mais pequena na parte inferior do ambiente batial (ao redor da ruptura de inclinação inferior do talude continental). Dentro de um ciclo sequência (ciclo estratigráfico induzido por um ciclo eustático de 3a ordem, cuja duração varia entre 0,5 e 3-5 My) os sedimentos distais das progradações, mais jovens, quer do prisma de nível baixo (PNB), que forma subgrupo superior dos cortejos de nível baixo, quer do prisma de nível alto (PNA) depositam-se, em geral, no ambiente abissal, em particular, quando a geometria dos prismas é muito progradante. Os intervalos sedimentares de água profunda do PNB e do PNA correlacionam-se, a montante e em tempo, com depósitos de água pouco profunda depositados ao longo da mesma linha cronostratigráfica (linha tempo ao longo da qual se depositam diferentes sistemas de deposição síncronos e geneticamente ligados, quer isto dizer, que se um sistema de deposição não se deposita, os outros, em geral, também não se depositam). Pode dizer-se, grosseiramente, que ao longo de uma linha cronostratigráfica se deposita um paraciclo sequência formado por um ou vários cortejos sedimentares, sem esquecer que a deposição se faz, sobretudo, durante o período de estabilidade do nível do mar relativo (nível do mar, local, referenciado a qualquer ponto fixo da superfície terrestre) que ocorre depois de uma subida do nível do mar relativo, ou seja, depois de uma ingressão marinha.

(*) A velocidade das ondas sísmicas varia ente 2,0 e 6,0 km/s, nos calcários (função da idade) ; entre 2,5 e 6,5 km/s nas dolomites ; entre 4,5 e 5,0 km/s no sal, ; entre 4 e 6,5 km/s na anidrite ; entre 2,0 e 3,5 km/s no gesso ; entre 5,5 e 6,0 km/s no granito, entre 1,3 e 1,4 km/s no petróleo e cerca de 0,3 km/s no ar.

(**) Zona limite entre a terra e o mar que se encontra, permanentemente, submetida a transformações induzidas quer pela acção abrasiva das vagas, correntes litorais e de maré e às variações do nível do mar relativo.

Abrupto (de praia) ..............................................................................................................................................................................................................................Beach Scarp

Abrupt de la plage / Escarpa (de playa) / Strand Böschung / 海滩崖 / Откос пляжа (береговой уступ) / Brusco dalla spiaggia /

Escarpa entre dois patamares ou bermas de praia consecutivas. Cada degrau de praia é formado por um patamar (berma) e um abrupto. Os degraus de praia são, particularmente, frequentes nos arredores do limite superior (à montante) da praia média. Um grande abrupto (escarpa de praia) existe entre a praia baixa e a praia média em associação com o ponto de inflexão, que é o limite jusante da praia média. Para certos geocientistas, o conjunto da praia baixa e praia média forma a praia propriamente dita. Os abruptos de praia sugerem os níveis de preiamar viva e preiamar morta.

Ver: " Ruptura costeira "
&
" Praia "
&
" Intervalo Transgressivo "

Figura 2 (Abrupto, de praia) - A nomenclatura dos elementos geológicos que formam a morfologia do litoral, o qual, para a maior parte dos geocientistas, é a porção da região marinha que abrange a zona atingida pela preiamar e baixamar e cuja extensão espacial depende do declive da costa. Os abruptos de praia ou abruptos de berma (como, indicado pelo número 7 no esquema ilustrado nesta figura) sublinham o limite superior da praia propriamente dita, a qual corresponde à parte inferior do espraiado ou estrão (espaço entre os limites atingidos pelas marés vivas). Na fotografia do canto superior direito desta figura, a pequena falésia marca a escarpa de praia (número 10 no esquema geológico). O abrupto de praia, localizado na parte interna da praia média é mal visível nesta fotografia. A área a montante da escarpa de praia (10 neste esquema), limitada entre a linha de deflexão (9), no topo, e o crescente de praia (8), na base, corresponde, mais ou menos, à praia média, a qual pode ser considerada como uma grande berma de praia definida entre a linha de deflexão (9) e o abrupto de praia (7). Tendo em conta as suas dimensões, pode dizer-se que os abruptos de praia, obviamente, não são visíveis nas linhas sísmicas convencionais (migradas ou não migradas). As suas dimensões são sempre inferiores à resolução sísmica que, em geral, é superior a 20-30 metros. Quando numa tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica, o geocientista, que fez a interpretação, propõe, dentro de um ciclo sequência, um abrupto de praia, ele está, provavelmente, a confundir um abrupto de praia com a linha da costa ou com o rebordo continental (*), que em certos casos podem coincidir. Da mesma maneira, as diferentes bermas de praia (5), que limitam, grosseiramente, a praia média da praia alta, também não são visíveis nas linhas sísmicas convencionais. Quando elas são propostas numa tentativa de interpretação, o mais provável é que a ou o geocientista, responsável da tentativa de interpretação, as confundia com a retrogradação (sucessão para montante) das diferentes posições da ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição (equivalente, mais ou menos, à linha da costa, sobretudo nas linhas sísmicas), a qual é, particularmente, bem visível dentro do intervalo transgressivo (IT) de um ciclo sequência ou seja dentro do subgrupo inferior do grupo de cortejos sedimentares de nível alto (CNA). Quando o nível do mar relativo (nível do mar local) sobe (paraciclo eustático ou ingressão marinha), a linha da costa e a ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição, são deslocadas para o continente, o que induz a formação de uma superfície ravinamento na topografia pré-existente. É fundamental não confundir nível do mar relativo como o nível do mar absoluto ou eustático. O primeiro é referenciado a qualquer ponto fixo da superfície terrestre, que pode ser o topo da crusta continental (base dos sedimentos) ou o fundo do mar. O segundo, é o nível do mar global referenciado ao centro da Terra ou a um satélite. O nível do mar relativo é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto e da tectónica (levantamento ou subsidência). Durante a o período de estabilidade do nível do mar relativo que segue uma ingressão marinha, gradualmente, a ruptura costeira e a linha da costa (em geral, grosseiramente coincidentes) deslocam-se para jusante (para o mar), uma vez que há deposição e progradação ou, por outras palavras, uma vez que há uma regressão sedimentar. Todavia, elas não alcançam as posições que ocupavam antes da subida do nível do mar relativo, visto que o acarreio terrígeno diminui, devido à inundação do continente (aumento da extensão da plataforma continental). Uma nova subida do nível do mar relativo, desloca, de novo, a ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição para montante e uma nova superfície de ravinamento se forma sobre os sedimentos depositados antes. Esta história repete-se até que a subida do nível do mar relativo seja em desaceleração (ingressão marinha mais pequena que a precedente, o que induz o início da deposição do prisma de nível alto (PNA). Assim, pode dizer-se que dentro de um ciclo sequência, o intervalo transgressivo (IT) cria uma geometria retrogradante que não deve ser confundida com os degraus (3) e abruptos de praia (7) que sublinham, grosso modo, os níveis de preiamar viva e preiamar morta.

(*) Dentro de um ciclo sequência, durante o depósito do grupo de cortejos de nível baixo (CNB), como a bacia não tem plataforma, os sedimentos depositam na base ou no talude continental. Assim, o rebordo da bacia, que corresponde ao limite superior do talude continental, encontra-se no ciclo sequência anterior (último rebordo continental do ciclo sequência precedente). Durante o depósito do grupo de cortejos sedimentares de nível alto (CNA), como a bacia tem uma plataforma continental (intervalo transgressivo e 1a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto), o rebordo da bacia corresponde ao limite superior do talude continental quer isto dizer o rebordo continental.

Acarreio Sedimentar.................................................................................................................................................Sediment Supply

Apport sédimentaire / Aporte sedimentario / Sedimentversorgung / 沉积物供给 / Осадочный нанос / Apporto solido /

Quantidade de partículas sólidas transportadas (sedimentos), em geral, por uma combinação da força da gravidade e / ou escoamento de um fluído, para os ambientes de deposição. O acarreio sedimentar é um dos parâmetros que controla os sistemas de deposição. Sinónimo de Acarreio Terrígeno e Aporte Sedimentar.

Ver: " Ambiente Sedimentar "
&
" Erosão"
&
" Fluxo Granular "

Figura 3 (Acarreio Sedimentar) - Esta figura ilustra de maneira esquemática a influência do acarreio sedimentar num sistema de deposição deltaico. Assumindo que todos os outros parâmetros que controlam um sistema de deposição (eustasia, ou seja, as variações do nível do mar absoluto ou eustático, tectónica, clima, etc.), são constantes, a influência do acarreio sedimentar reconhece-se pelos deslocamentos da linha da costa ou da ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição, as quais, nas linhas sísmicas podem, ser tomadas, como coincidentes. Quando o acarreio sedimentar é fraco (esquema superior), como é o caso nas áreas entre os canais distributivos ou distribuidores de um edifício deltaico, para uma série de subidas do nível do mar relativo (as ingressões marinhas tem sempre a mesma amplitude(*)), sem descidas do nível do mar relativo entre elas, ou seja, para uma série de paraciclos eustáticos cada vez mais importantes, a linha da costa, com o tempo, desloca-se, globalmente, em direcção do continente e,. Todavia, no fim de cada ingressão marinha (acréscimo de uma ingressão marinha composta) há um período, mais ou menos longo, de estabilidade do nível do mar relativo durante o qual o qual há deposição à medida que a linha da costa se desloca para o mar. Contudo, como o parte terrígeno é fraco, a progradação da linha da costa não atinge a posição que ela tinha antes da ingressão marinha. Quando o acarreio sedimentar é forte, como é o caso em frente dos canais distributivos, para a mesma série de subidas do nível do mar relativo, sem descidas do nível do mar relativo entre elas, durante o período de estabilidade do nível do mar relativo que ocorre depois de cada paraciclo eustático, a agradação costeira (distância entre o os biséis de agradação costeiros associados) é a mesma que no caso anterior, mas a linha da costa desloca-se para o mar, isto é, ela prograda. Neste caso, as regressões sedimentares sedimentares são cada vez mais importantes, o que, globalmente, cria um geometria progradante. No terceiro caso (o acarreio sedimentar equilibra a subida do nível do mar relativo), que é pouco frequente, o acarreio sedimentar é tal, que para a mesma série de paraciclos eustáticos, quer isto dizer, para a mesma agradação costeira, a linha da costa mantém-se, mais ou menos, na mesma posição. Neste caso, não há nem retrogradação (regressões sedimentares cada vez mais pequenas) nem progradação (regressões sedimentares cada vez mais importantes), mas uma estabilização da posição da linha da costa, visto que o acarreio sedimentar equilibra a subida do nível do mar relativo, que corresponde à soma das agradações costeiras dos paraciclos sequência (conjunto das ingressões marinhas). Quando uma ou um geocientista diz que durante uma “transgressão” a linha da costa se desloca para o continente, ele está a cometer um pequeno erro de linguagem. O conjunto de ingressões marinhas cada vez mais importantes (paraciclos eustáticos) e das regressões sedimentares cada vez mais pequenas associadas (paraciclos sequência), colectivamente, foi chamado transgressões e não transgressão por Cesare Emiliani, em 1992. Em português, uma transgressão é uma invasão gradual do mar sobre as terras (Dicionário da Academia das Ciencias de Lisboa) ou seja, uma ingressão marinha o que não tem nada a vez com os sedimentos. Os sedimentos costeiros não se depositam durante as subidas do nível do mar relativo, mas durante os períodos de estabilidade do nível do mar relativo entre elas. Todos os depósitos costeiros progradam (para o mar, por definição). Não há sedimentos que vêm do mar (excepção aos transportados pelas correntes litorais). À medida que o nível do mar relativo sobe em aceleração (ingressões marinhas cada vez mais importantes), a extensão espacial da plataforma continental aumenta, uma vez que a linha da costa se desloca para o continente. Um tal deslocamento diminui, normalmente, o acarreio sedimentar tornando-o, por vezes, insuficiente para que durante a deposição, a linha da costa possa atingir a posição que ela tinha antes da subida do mar relativo precedente. Assumindo que o acarreio sedimentar é constante, pode dizer-se que : (i) Quando há aumento da taxa de criação de espaço disponível para os sedimentos (acomodação), ou seja, quando as ingressões marinhas são cada vez mais importantes, há retrogradação e os paraciclos sequência (depositados durante os períodos de estabilidade do nível do mar relativo), são cada vez mais espessos ou seja, estratocrescentes para cima ; (ii) Quando não há nenhuma alteração da taxa de criação de espaço de disponível (acomodação), a posição da linha da costa mantém-se estável (mais ou menos no mesmo sítio) e a espessura dos paraciclos sequência é, mais ou menos, constante ; (iii) Quando há uma diminuição da taxa de criação do espaço disponível, há progradação da linha da costa e a espessura dos paraciclos sequência diminui, que dizer que eles são estratodecrescentes para cima.

(*) Quando as ingressões marinhas tem a mesma amplitude, o nível do mar relativo sobe a velocidade constante (os paraciclos eustáticos têm a mesma magnitude).

Acarreio Terrígeno.............................................................................................................................................................................................Sediment Supply

Apport sédimentaire / Aporte sedimentario / Sedimentversorgung / 沉积物供给 / Осадочный нанос / Apporto solido /

Um dos quatro factores que controlam a geometria dos ciclos estratigráficos e, em particular, dos ciclos sequência. Os outros três factores principais são: (i) Tectónica ; (ii) Eustasia e (iii) Clima. A interacção entre a tectónica (subsidência ou levantamento do fundo do mar) e a eustasia (variações do nível do mar absoluto ou eustático) gera as mudanças do nível do mar relativo, as quais controlam o espaço disponível para os sedimentos (acomodação). O acarreio terrígeno determina quanto do espaço disponível é preenchido. Sinónimo de Acarreio Sedimentar e Aporte Sedimentar.

Ver: " Acomodação "
&
" Regressão "
&
" Transgressão "

Figura 4 (Acarreio Terrígeno) - Quando a relação entre a taxa de criação de espaço disponível para os sedimentos (acomodação) e a taxa de sedimentação é superior a 1 (> 1), os depósitos têm, globalmente, uma geometria progradante e têm um padrão grano e estratocrescente para cima. Eles formam regressões sedimentares cada vez mais importantes. Ao contrário, quando a relação entre a taxa de criação de espaço disponível (acção combinada da tectónica e da eustasia) e a taxa de sedimentação é inferior a 1 (< 1), os sedimentos depositados têm, globalmente, uma geometria retrogradante. Eles formam transgressões sedimentares, isto é, um conjunto de ingressões marinhas cada vez mais importantes e regressões sedimentares associadas cada vez mais pequenas, com um padrão sedimentar grano e estratodecrescente para cima. Quando dentro de um ciclo sequência, o acarreio sedimentar é constante, uma série de subidas do nível do mar relativo (*) é em aceleração (ingressões marinhas cada vez mais importantes) do segmento crescente e côncavo da curva das variações do nível do mar relativo), desenvolve transgressões sedimentares. Globalmente, a linha da costa desloca-se para o continente à medida que a plataforma continental aumenta (**). Ao contrário, para uma subida do nível do mar relativo em desaceleração (conjunto de ingressões marinhas cada vez menos importantes), a linha da costa desloca-se para o mar e a extensão da plataforma continental aumenta, progressivamente (segmento da curva das variações do nível do mar relativo crescente e convexo). É o que os geocientistas chamam uma regressão sedimentar. Por outras palavras: (i) Quando o aporte terrígeno é suficiente para que a ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição se desloque para o mar, desenvolve-se uma regressão sedimentar ; (ii) Quando o acarreio sedimentar não é suficiente produzem-se regressões sedimentares cada vez mais pequenas que colectivamente formam transgressões sedimentares. Em ambas as situações, criação de espaço disponível para os sedimentos, induzida por uma subida do nível do mar relativo, é necessária. Dentro de um ciclo sequência, para haver deposição a montante do rebordo da bacia, o nível do mar relativo tem que subir, ou seja, o espaço disponível para os sedimentos tem que aumentar. Todavia, durante as transgressões sedimentares, as subidas do nível do mar relativo são em aceleração, enquanto que durante as regressões sedimentares as subidas relativas do nível do mar são em desaceleração. A cada subida do nível do mar relativo em aceleração, a linha da costa desloca-se para o continente o que aumenta a extensão espacial da plataforma continental. Com o aumento da extensão da plataforma continental, o acarreio terrígeno disponível não é, normalmente, suficiente para que um determinado paraciclo sequência seja maior que o precedente. No caso das regressões sedimentares, é o contrário. Há sempre mais acarreio sedimentar do que é necessário para preencher o espaço disponível, o que obriga os depósitos costeiros a progradar reduzindo a extensão da plataforma à medida que o nível do mar relativo sobe em desaceleração. Resumindo: (i) Um conjunto de paraciclos sequência retrogradantes e estrato crescentes para cima resulta de um aumento da taxa de criação de espaço de disponível para cada paraciclo sequência superior a do acarreio constante de sedimentos ; (ii) Um conjunto de paraciclos sequência retrogradante, no qual cada paraciclo tem um espessura constante (ingressões marinhas de importância mais ou menos, constante) resulta de uma taxa constante de aumento no espaço de acomodação entre parasequências, mas com uma diminuição da taxa de acarreio sedimentar ; (iii) Um conjunto de paraciclos sequência agradantes (posição da linha da costa, mais ou menos, constante) resulta de um equilíbrio entre a taxa de acarreio sedimentar e a taxa de aumento da acomodação ; (iv) Um conjunto de paraciclos sequência progradante e estrato decrescentes, par cima, resulta de uma taxa de criação de espaço disponível entre os paraciclos sequência menor do que a taxa constante de acarreio sedimentar (se os paraciclos são estratocrescentes as ingressões são cada vez maiores) ; (v) Um conjunto de paraciclos sequência progradantes sem agradação resulta de um espaço disponível constante e um acarreio sedimentar continuo ; (vi) Um conjunto de paraciclos sequência progradantes com uma agradação negativa da linha da costa (regressão forçada) resulta de uma diminuição da taxa de criação de acomodação, mais ou menos, constante.

(*) Nível do mar local e referenciado a qualquer ponto fixo da superfície terrestre, que é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático, o qual é global referenciado ao centro da Terra ou a um satélite, e da tectónica (subsidência ou levantamento).

(**) O rebordo continental coincide com a linha da costa durante a 2a fase do prisma de nível alto (PNA), isto é, particularmente verdadeiro nas linhas sísmicas. Todavia, tendo em linha de conta a resolução sísmica, uma bacia sem plataforma continental, pode na realidade ter uma plataforma continental com uma coluna de água inferior inferior à resolução sísmica. O rebordos da bacia é o reborda continental quando a bacia tem uma plataforma continental

Acção das vagas (mar agitado, limite máximo)....................................................................................Major Storm Wave Base

Limite maximale d'action des vagues de tempête / Límite máximo de acción de olas de tormenta / Aktion der Wellen (Seegang, Höchstgrenze) / 最大风浪行动 / Максимальное действие штормовых волн / Limite massimo di azione di onde di tempesta /

Quando a acção erosiva das ondas do mar atinge cerca de 50 m, ou mais, de profundidade de água, o que acontece, sobretudo, durante as fortes tempestades.

Ver: « Acção das Vagas (mar mediamente agitado) »
&
« Nível de Base (de deposição) »
&
« Turbiditos »

Figura 7 (Acção das Vagas, mar agitado, limite máximo) - Quando o mar está muito agitado, a profundidade da acção erosiva das vagas é tão grande que os sedimentos de uma vasta área do fundo do mar são postos em suspensão tornando-o muito lamacento, como se pode constatar nesta fotografia aérea do Mar Vermelho. A mancha acastanhada que se observa na parte Oeste do Mar Vermelho, não deve ser interpretada como nuvens, as quais correspondem, aqui, às manchas brancas. Ela é devido à forte carga sedimentar que o mar tinha no momento em que a fotografia foi tirada. A escala do fenómeno aqui ilustrado é elucidativa do impacto da acção erosiva das vagas quando o mar está muito agitado. Esta acção pode explicar a formação de certas correntes turbidíticas durante períodos geológicos de nível alto do mar (quando o nível do mar relativo está acima do rebordo da bacia, o qual que corresponde ao rebordo continental, quando a bacia tem plataforma continental e durante o depósito da 2a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto, PNA). Efectivamente, dentro de um ciclo sequência, induzido por um ciclo eustático de 3a ordem, cuja duração varia entre 0,5 e 3-5 My (milhões de anos), durante o depósito do prisma de nível alto (PNA), mesmo se no início a bacia tem uma plataforma continental (o rebordo da bacia é o rebordo continental), a partir de um determinado momento, a bacia sedimentar não têm mais plataforma continental, uma vez que não só o rebordo continental coincide, mais ou menos, com a linha da costa (a ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição e o rebordo continental são, praticamente, coincidentes). Nestas condições, quando o mar está muito agitado, a acção das vagas erode e remobiliza os depósitos costeiros, criando correntes de gravidade (correntes de turbidez, que se tornam, mais ou menos, opacas devido as partículas em suspensão), as quais transportam os sedimentos para a planície abissal via o talude continental. Função da quantidade de sedimentos transportados pelas correntes de gravidade, vários tipos de sistemas turbidíticos podem depositar-se no talude inferior e na planície abissal. Emiliano Mutti (1995) considera três tipos de turbiditos principais: (i) Turbiditos de Tipo 1 ; (ii) Turbiditos de Tipo 2 e (iii) Turbiditos de Tipo 3. A quantidade de material arenoso transportado pelas correntes diminui dos turbiditos de Tipo 1 para os turbiditos de Tipo 3. Peter Vail (1988) considera, unicamente, dois tipos de depósitos turbidíticos: (a) Cones Submarinos de Talude (CST) e (b) Cones Submarinos de Bacia (CSB). A grande diferença entre o modelo de P. Vail e o modelo de E. Mutti é que Vail considera, que dentro de um ciclo sequência, os turbiditos se depositam, unicamente, durante períodos de nível baixo do mar (quando o nível do mar relativo está mais baixo do que o rebordo da bacia) o que não é o caso de E. Mutti. Para P. Vail, os turbiditos estão sempre associados a descidas significativas do nível do mar relativo, isto é, a superfícies de erosão, consideradas como discordâncias (limites de ciclos estratigráficos). Mutti pensa e, provavelmente com razão que os depósitos turbidíticos não são restritos à condições de nível baixo do mar e que eles se podem depositar, igualmente, durante períodos de nível alto, em particular, em associação com fortes tempestades, grandes cheias de rios importantes (subidas rápidas e acentuadas do nível de água com inundações por transbordamento) ou em associação com rupturas (deslizamentos gravitários) do rebordo continental. Os depósitos turbidíticos, quer eles sejam associados a condições geológicas de baixo ou alto nível do mar, são os únicos sistemas de deposição que não requerem um aumento do espaço disponível para os sedimentos (acomodação), isto é, uma subida do nível do mar relativo. Quando se fala de nível do mar, deve-se sempre precisar se ele é absoluto (eustático) ou relativo. O primeiro é global e referenciado a um ponto fixo terrestre (em geral o centro da Terra) ou a um satélite artificial da Terra. O segundo, ou seja, o nível do mar relativo é, local, e referenciado quer ao topo da crusta continental (em geral, a base dos sedimentos) quer ao fundo do mar. O nível do mar absoluto é o resultado da combinação da: i) Tectonicoeustasia que é controlada pela variação do volume das bacias oceânicas em associação com alastramento oceânico no seguimento da ruptura dos supercontinentes ; (ii) Glacioeustasia, que é controlada pela variação de volume de água dos oceanos função da quantidade de gelo (assumindo que a quantidade de água sob todas as suas formas é constante desde a formação da Terra, há cerca de 4,5 Ga) ; (iii) Geoidaleustasia que é controlada pela distribuição da água dos oceanos causada pelas variações do campo da gravidade terrestre e (iv) Aumento estérico do nível do mar ou dilatação térmica dos oceanos, que é controlo pelo aumento da temperatura dos oceanos. O nível do mar relativo é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático e da tectónica (subsidência ou levantamento).

Acção das vagas (mar agitado, limite médio)..................................................................................................Average Storm Wave

Limite moyenne d'action des vagues de tempête / Acción de olas (mar agitado) / Aktion der Wellen (raue See, Durchschnittsgrenze ) / 平均风浪限制行动 / Средний предел действия штормовых волн / Limite medio di azione di onde di tempesta /

Quando a acção erosiva das vagas (ondas do mar) atinge a profundidade de, mais ou menos, 30 metros, o que quer dizer, que a distância entre duas vagas sucessivas (distância entre duas cristas ou duas cavas consecutivas) é cerca de 60 metros, ou seja, metade do comprimento de onda.

Ver: « Nível de Acção das Vagas »
&
« Nível de Base (de deposição) »
&
« Variação Do Nível do Mar Relativo »

Figura 6 (Acção das Vagas, mar agitado, limite médio) - Quando o mar está agitado, como ilustrado nestas fotografias, ele é, em geral, muito lamacento, visto que ele contém muito material em suspensão arrancado, principalmente, ao fundo do mar pela acção erosiva das vagas. Como nestes exemplos, o comprimento de onda das vagas (distância entre duas cristas ou duas cavas sucessivas) é, mais ou menos, de 40 m, pode dizer-se, que acção erosiva atinge uma profundidade de cerca de 20 m. De facto, num determinado ponto, a profundidade da acção erosiva das vagas é, aproximadamente, metade do comprimento de onda das vagas. A velocidade das ondas varia com a profundidade do fundo mar. Ela corresponde, na realidade, a uma velocidade de fase (velocidade com que um ponto, caracterizado por uma determinada fase numa onda periódica simples, se desloca no espaço). A distinção entre as vagas e a ondulação (deformação da superfície da água dos mares, oceanos o grandes lagos devido a propagação das ondas) é bastante delicada. Grosseiramente, pode-se dizer que a ondulação é uma oscilação de perfil, sensivelmente, sinusoidal, muito regular, ligada a uma depressão móvel, e que se propaga sobre distâncias muito longas, ou seja, principalmente, nos grandes oceanos. Ao contrário, as vagas, que representam o que os pescadores chamam "mar de vento" são oscilações formadas in situ sob a influência de um vento local, à condição que este exceda 1,5 a 2 metros por segundo. As partículas da superfície da água posta em movimento por atrito do vento seguem circunferências, num plano vertical orientado segundo eixo do vento. Estas partículas superficiais transmitem, por fricção, um certo movimento às partículas de água subjacentes, mas o diâmetro dos círculos descritos por elas diminui, exponencialmente, com a profundidade. Fora da zona de rebentação das ondas (área onde as ondas de oscilação, isto é, as ondas que se propagam apenas, verticalmente, quando a profundidade é igual ou superior ao comprimento da onda, se transformam em ondas de translação, ou seja, em ondas que se propagam horizontalmente, desde que a lâmina de água é inferior a metade do comprimento da onda) não são as partículas de água que se movem, mas as cristas e as cavas das ondas, quer isto dizer, a fase da superfície da água (pense ao movimento de um objecto que flutua no mar). Em termos de estratigrafia sequencial, pode dizer-se, que a acção erosiva das vagas é responsável das superfícies de ravinamento criadas, principalmente, durante os paraciclos eustáticos que induzem o intervalo transgressivo (IT) de um ciclo sequência. Dentro de um ciclo sequência, o mecanismo de formação de tais superfícies de de ravinamento pode resumir-se da seguinte maneira: (i) Durante o depósito do prisma de nível baixo (PNB) de um ciclo sequência, os biseis de agradação, embora costeiros, fossilizam o talude continental do ciclo sequência precedente, uma vez que a bacia não tem plataforma continental, o que quer dizer, que linha da costa durante o prisma de nível baixo (PNB) não enfatiza um verdadeiro rebordo continental ; (ii) Desde que nível do mar relativo sobe em aceleração, a ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição individualiza-se deslocando-se para o continente (ingressão marinha) ; (iii) Uma tal deslocamento da linha da costa inicia uma plataforma continental com uma lâmina de água equivalente à subida do nível do mar relativo ao mesmo tempo que individualiza, a jusante, um novo rebordo da bacia, que corresponde rebordo da plataforma ; (iv) Durante a subida do nível do mar relativo, que aqui é em aceleração, a acção erosiva das vagas produz no fundo do mar uma superfície de ravinamento (pequena erosão) que, mais tarde, é, progressivamente, fossilizada pelos sedimentos que se depositam durante a fase de estabilidade do nível do mar, que ocorre depois da ingressão marinha, isto é, à medida que a linha da costa se desloca para o mar ; (v) A progradação da ruptura costeira e dos sedimentos costeiros associados termina com uma nova subida do nível do mar relativo, em aceleração, que desloca a linha da costa, outra vez, em direcção do continente, criando uma nova superfície de ravinamento ; (vi) Uma novo período de estabilidade do nível do mar relativo se segue ao paraciclo eustático (não há descida do nível do mar relativo entre os paraciclos eustáticos), o qual permite de novo deposição, o que obriga a linha da costa a deslocar-se para o mar e assim por diante… até que a nova subida do nível do mar relativo seja em desaceleração (início do prisma de nível alto do ciclo sequência). O nível do mar é absoluto ou eustático, quando ele é referenciado ao centro da Terra e relativo quando ele referenciado a um qualquer da superfície terrestre , o qual pode ser a base dos sedimentos (topo da crusta continental) ou o fundo mar.

Acção das vagas (mar calmo)..........................................................................................................................................................Fair Weather Wave Base

Limite d'action des vagues de beau temps / Acción de olas (mar calmo) / Aktion der Wellen (ruhige See) / 波行动的限制(宁静的海)/ Предел волнового воздействия (спокойное море) / Limite di azione delle onde (mare calmo) /

Quando a acção erosiva das ondas do mar atinge, mais ou menos, a profundidade de 10 metros. Este nível corresponde, aproximadamente, à posição da ruptura (ou quebra) costeira de inclinação da superfície de deposição.

Ver: « Nível de Acção das Vagas »
&
« Ruptura Costeira (Superfície de Deposição) »
&
« Acção das Vagas (mar muito agitado) »

Figura 5 (Acção das Vagas, mar calmo) - Quando o mar está calmo, como ilustrado nesta fotografia da praia de Bells, próximo de Melbourne (Austrália), ele é pouco ondulado e o nível de acção erosiva das vagas atinge apenas 5 - 10 m de profundidade. Nestas condições, o mar é, em geral, relativamente límpido, uma vez que a banda do fundo do mar afectada pela acção das ondas é, geralmente, constituída por areia, mais ou menos, grossa. Na falésia ou arriba de praia, visível nesta fotografia, diferentes patamares se podem pôr em evidência na praia propriamente dita (praia média e praia baixa). As correntes da ressaca (conjunto da corrente de afluxo e de refluxo para certos geocientistas) são bem visíveis. O promontório ou falésia, isto é, a escarpa íngreme, à beira mar, formada pela acção da erosão marinha e a plataforma de abrasão (região, mais ou menos, aplainada pela acção da vagas) são, facilmente, reconhecidas na parte Norte da costa, embora ela seja mais evidente na fotografia da costa do Algarve (Portugal). A velocidade das ondas do mar é função do comprimento de onda das vagas (L). Quando a profundidade do fundo do mar é maior do que o comprimento de onda, a velocidade é dada por v = (gL / 2π)1/2 = 1,56 L1/2. Se a profundidade do mar (h) é mais pequena do que o comprimento de onda, a velocidade das ondas é dada por v= (g . h)1/2. Quando o mar é calmo, como neste exemplo, a acção das vagas, corresponde, principalmente, a uma lavagem dos sedimentos arenosos e grosseiros do fundo do mar, o quer isto dizer, que não há formação de um superfície de ravinamento, a qual corresponde a uma superfície de erosão submarina na plataforma. Ao contrário das outras superfícies de erosão, as superfícies de ravinamento não estão associadas a descidas do nível do mar relativo, como as discordâncias, mas a subidas do nível do mar relativo. Elas são, sobretudo, associadas aos paraciclos eustáticos, que induzem o depósito do intervalo transgressivo (IT) de um ciclo sequência, os quais deslocam para o continente as sucessivas rupturas costeiras de inclinação da superfície de deposição (ingressões marinhas). Em nenhum caso, as superfícies de ravinamento podem ser interpretadas como discordâncias, as quais na estratigrafia sequencial, limitam os pacotes sedimentares depositados durante os ciclos eustáticos. As superfícies de ravinamento podem, facilmente, pôr-se em evidência no campo, pelo estudo das relações geométricas entre os planos de estratificação, mas nas linhas sísmicas elas são difíceis de reconhecer directamente (elas podem ser, unicamente, prognosticadas dentro de um ciclo sequência, uma vez que elas coincidem correspondem aos limites entre os diferentes cortejos sedimentares). Só as discordâncias (superfícies de erosão induzidas por descidas significativas do nível do mar relativo) são visíveis nos dados sísmicos, sobretudo na parte superior do talude continental (preenchimentos de canhões submarinos) e a montante do rebordo da bacia (preenchimento de vales cavados). Na ausência de um reforço das relações geométricas pela tectónica (formação de discordâncias angulares) e de preenchimentos de canhões submarinos e vales cavados, unicamente, o reconhecimento de biséis de agradação verdadeiros (costeiros ou marinhos) permite a identificação dos limites entre os ciclos estratigráficos. É por isso, que na estratigrafia sequencial, as tentativas de interpretação geológica das linhas sísmicas regionais, que ilustram as diferentes províncias fisiográficas (planície costeira, plataforma continental, talude continental e planície abissal) são fundamentais. Quando se fala do nível do mar, deve-se sempre precisar-se se trata do nível do mar absoluto (também chamado nível do mar eustático) ou do nível do mar relativo. O primeiro é global e referenciado a um ponto fixo terrestre (em geral o centro da Terra) ou a um satélite artificial da Terra (actualmente, as medidas do nível do mar absoluto são determinadas a partir dos satélites). O segundo, ou seja, o nível do mar relativo é local e referenciado quer ao topo da crusta continental (em geral, a base dos sedimentos) quer ao fundo do mar. O nível do mar absoluto sobe ou desce em função do volume das bacias oceânicas e do volume das calotas glaciárias (glaciares incluídos), uma vez que o volume de água sob todas s suas forma (sólida, liquida e gasosa) é considerado constante desde a formação da Terra há cerca de 4,5 Ga (109 ou bilhões de anos). O nível do mar relativo sobe ou desce função da acção combinada do nível do mar absoluto (eustasia) e da tectónica (levantamento ou subsidência).

Achafalaia (lóbulo deltaico).....................................................................................................................................................................................................Achafalaya

Achafalaya (lobe deltaïque) / Achafalaya / Achafalaya / Achafalaya / Атчафалая / Achafalaya /

O mais alto nível ou grau atingido. O mais alto estágio de desenvolvimento. Em topografia, o acme é o ponto de uma superfície que tem a mais alta elevação em relação a todos os pontos imediatamente adjacentes. Em biostratigrafia, o acme (zona de acme, zona de abundância ou zona de pico) é a área de um intervalo estratigráfico, limitado entre a primeira e a última aparição de determinado táxon (numa certa área), onde o táxon fóssil alcança um nível máximo de abundância.

Ver: " Biostratigrafia "
&
" Biozona "
&
" Fóssil Característico "

Figura 8 (Achafalia, lóbulo deltaico) - O lóbulo deltaico de Atchafalaya (Mississipi) é um delta moderno, que se tornou um delta subaquoso, cerca de 1952 e que adquiriu características subaéreas, mais ou menos, em 1973. Canais distributivos alongados, abandonos e bifurcações de canais são típicos deste lóbulo deltaico. Os ambientes de sedimentação actuais são semelhantes aos de um subdelta e aos dos depósitos de transbordo. Um subdelta não é outra coisa, que um delta secundário induzido por derrames de fendas, quer isto dizer, por um leque sedimentar formado quando uma corrente de água rompe os seus diques marginais naturais e deposita os sedimentos numa planície de inundação. Os sistemas de deposição incluem barras de desembocadura, barras distais, canais distributivos, diques marginais naturais e planícies de algas perifíticas (que vivem no perifíton, o qual é representado por uma fina camada ou biofilme de alguns milímetros, que actua na interface entre o substrato e a água circundante). Estes ambientes de deposição fazem parte do mais recente subgrupo de cortejo sedimentares de nível alto, o qual parece ter-se formado há cerca de 1500 anos. Cada um dos complexos deltaicos, induzidos pelos deslocamentos laterais do leito do rio (efeito de pêndulo), abrange uma área de cerca de 30000 km2 e tem uma espessura média de cerca de 35 metros. O delta Atchafalaya é o mais jovem dos grandes complexos deltaicos que existem, actualmente, no litoral da Luisiana. Dentro deste complexo, pelo menos, 12 subdeltas se formaram durante os últimos 4000 anos. O edifício deltaico do Mississipi é um exemplo típico de um conjunto de deltas digitados, que foi construído, sobretudo, pelo aluvião depositado pelo rio Mississipi ao entrar no Golfo do México. Ele corresponde à sobreposição progradante de um grande número de deltas com uma espessura média de 30-50 m. Como um arranha-céu, que é uma sobreposição de andares com uma altura média de, mais ou menos, 2,40 metros, um edifício deltaico é uma sobreposição de deltas, cuja espessura média é cerca de 30-50 metros. Em termos de estratigrafia sequencial, um delta é um cortejo sedimentar composto, principalmente, por três sistemas de deposição (litologia e fauna associada), que de montante para jusante são: (a) Siltitos e argilitos da planície deltaica e areias, por vezes, carbonatadas da frente de delta ; (b) Argilitos do prodelta e (c) Argilito por vezes com leques arenosos turbidíticos (turbiditos proximais) da base do prodelta. Estes sistemas de deposição são síncronos e, geneticamente, associados (se um sistema de deposição não se deposita, em geral, os outros sistemas também não se depositam). Um edifício deltaico é um conjunto, mais ou menos, progradante de cortejos sedimentares de idade diferente que, em geral, formam um subgrupo de cortejos que pode pertencer a um ou vários ciclos sequência. O edifício deltaico do Mississipi é caracterizado por: (i) Uma fraca acção das ondas ; (ii) Uma quantidade de areia transportada para a praia inferior à areia dispersa no offshore pelas tempestades ; (iii) Uma diferença entre a baixamar e a preiamar de cerca de 30 cm, a qual é suficiente para ter um papel importante na sedimentação, uma vez que a inclinação do delta é muito pequena ; (iv) Uma forte subsidência, induzida pela compactação (*) dos sedimentos (30-60 cm / 100 anos). Desde há 7000 anos, os processos de sedimentação deslocaram a linha da costa, para jusante, entre 30 e 80 quilómetros. Várias vezes (mais ou menos, todos os 1000 anos), a corrente principal do rio Mississipi mudou de leito o que criou vários lóbulos deltaicos importantes (cada um parece ter sido iniciado pela captura da corrente principal por um dos seus distributivos): (a) Maringoiun ; (b) Teche ; (c) St. Bernardo ; (d) Lafourche ; (e) Achafalaya e (vi) O actual. O efeito de pêndulo pode também ter sido a causa de certos deslocamento laterais, que criaram, episódios de ingressões marinhas locais, que não devem ser confundidos com as duas grandes ingressões marinhas que ocorreram nesta região criadas pela glacioeustasia, ou seja: (1) A Ingressão Salobra, quando lagos, baías e lagunas cobriram os sedimentos aluviais da planície deltaica e (2) A Ingressão Marinha, quando a pré-praia dos cordões litorais avançou para o continente. A primeira fez-se, praticamente, sem ravinamento, o qual, na ingressão marinha (2) é muito importante.

(*) A compactação dos sedimentos pode apresentar-se sob dois aspectos: (i) Químico e (ii) Mecânico. A compactação química engloba a dissolução de minerais sob pressão. A Compactação mecânica não engloba processos químicos, mas aspectos físicos, como mudança no empacotamento intergranular (diminuição da porosidade da permeabilidade) e a deformação ou quebra de grãos individuais.

Acme (auge, climax).........................................................................................................................................................................................................................................................Acme

Acmé / Acme / Höhepunkt / 頂點 / Высшая точка / Acme

O mais alto nível ou grau atingido. O mais alto estágio de desenvolvimento. Em topografia, o acme é o ponto de uma superfície que tem a mais alta elevação em relação a todos os pontos, imediatamente, adjacentes. Em biostratigrafia, o acme (zona de acme, zona de abundância ou zona de pico) é a área de um intervalo estratigráfico, limitada entre a primeira e a última aparição de determinado táxon (numa determinada área), onde o táxon fóssil alcança um nível máximo de abundância. Em biologia, um táxon é cada um dos grupos ou divisões que se utiliza na sistemática biológica para dividir os indivíduos, incluindo género, família, ordem e subordem.

Ver: " Biostratigrafia "
&
" Biozona "
&
" Fóssil Característico "

Figura 9 (Acme, auge, clímax) - Como ilustrado nesta figura, o termo acme pode ser utilizado em diferentes contextos, mas sempre para designar um alto nível ou estágio de desenvolvimento (apogeu, auge, culminância ou clímax). Topograficamente, como ilustrado pela imagem Google Earth desta fotografia, pode dizer-se que, na cintura dobrada dos Alpes, o pico do Monte Branco é o acme dos Alpes, assim como o pico do Monte Evereste (Pico de Qomolangma), na cintura dobrada dos Himalaias, é o acme do mundo. Da mesma maneira, pode dizer-se, que a fossa oceânica das Marianas, localizada na parte Oeste do Oceano Pacífico, a Este das ilhas Mariana, é o acme da profundidade do mar. Uma fossa oceânica sublinha, numa margem continental convergente, a depressão entre uma placa descendente oceânica e a placa cavalgante quer esta seja de natureza continental ou oceânica. O acme topográfico de cada cadeia ou cintura montanhosa dobrada é, muitas vezes, associado a uma zona de subducção de tipo A (subducção de Ampferer), enquanto que o acme das fossas oceânicas é sempre associado a uma zona de subducção de tipo B (subducção de Benioff). Numa zona de subducção de tipo A, a placa litosférica descendente é sempre de natureza continental, enquanto que numa zona de subducção de tipo B, a placa descendente é sempre oceânica. Por essa razão, o mecanismo de subducção numa zona de subducção de tipo Ampferer (tipo A) é muito diferente do que uma zona de subducção de tipo B (também chamada zona de subducção Wadati-Benioff), uma vez que é muito difícil de fazer mergulhar uma material pouco denso num material de densidade igual ou maior. Na biostratigrafia, como ilustrado no canto inferior esquerdo desta figura, a zona de acme de um táxon(*) (singular de taxa) é a zona de máximo desenvolvimento do taxón, entre os limites superior e inferior do taxón. Cada taxón, isto é, cada entidade que agrupa todos os organismos vivos que têm em comum certas características taxonómica ou diagnósticas bem definida, tem sempre uma zona acme, ou seja, uma zona de desenvolvimento máximo entre limite de aparição e desaparecimento do táxon. Por exemplo, os Euripterídeos, que são os maiores artrópodes da história Terra (filo de animais invertebrados que possuem exoesqueleto rígido e vários pares de apêndices articulados, cujo número varia de acordo com a classe), uma vez que eles tinham, mais ou menos, 250 centímetros de comprimento, quando adultos (extinguiram-se há cerca de 250 milhões de anos, no fim do Pérmico). Eles tiveram o seu acme durante o Silúrico e Devónico. Na realidade, como os fósseis destes escorpiões gigantes se encontram desde o Ordovícico até ao Pérmico, é permitido pensar que eles viveram, mais ou menos, entre 505 e 248 milhões de anos atrás (escala tempo de Harland et al. 1982). Na curva eustática (curva das variações do nível do mar eustático ou absoluto referenciado ao centro da Terra) construída a partir dos biséis de agradação costeiros reconhecidos nas linhas sísmicas regionais e, em particular, nas linhas regionais das margens divergentes (de tipo Atlântico ou não Atlântico), pode dizer-se que : (i) Durante o Paleozóico (ciclo eustático de 1a ordem mais antigo do Fanerozóico), o acme eustático ocorreu no Câmbrico / Ordovícico e (ii) Durante Mesozóico / Cenozóico, que corresponde segundo ciclo eustático de 1a ordem do Fanerozóico, o acme eustático ocorreu durante o Cenomaniano / Turoniano. Foi durante este períodos de nível alto do mar (nível do mar mais alto do que o rebordo do ciclo de invasão continental pós-Pangeia), que o nível do mar ingressou ou invadiu a maior parte dos continentes. Tais ingressões marinhas deslocaram a linha da costa para o continente desenvolvendo, nas partes distais das plataformas continentais, zonas de subalimentação. Estas zonas de fraca taxa de sedimentação, quando influenciadas por correntes marinhas frias ascendentes (ricas em oxigénio e nutrimentos) favoreceram a formação e a preservação da matéria orgânica. Foi nestas zonas de subalimentação que se depositaram rochas argilosas ricas em matéria orgânica, isto é, as rochas-mãe marinhas principais que geraram cerca de 60% das reservas mundiais de hidrocarbonetos (petróleo e gás), tendo em linha de conta que muitas rochas-mãe foram erodidas durante o acme da orogenia Hercínica.

(*) Alguns geocientistas de língua portuguesa utilizam taxons ou taxones como plural de táxon. Todavia, certos especialistas da língua portuguesa (http://www.iac.sp.gov.br/publicacoes/agronomico/pdf/542_42_pv2_manihot.pdf): “Táxon, de plural taxa (neutro) é grego latinizado (classe) e tem o sentido do “binómio” em sistemática entre os autores de língua inglesa, que também usam a palavra “binomial” para designar não somente o nosso taxonómico, como para se referir ao binómio a±b em matemática. Em português, pode-se, certamente, continuar adoptar táxon (singular) e taxa(plural)”.

Acomodação (sedimentação marinha)....................................................................................Accommodation, Space Available

Accommodation / Acomodación / Unterkunft / 可用空间 / Жилое помещение (размещение) / Accomodamento

Espaço disponível para os sedimentos entre o fundo e nível de mar. As variações do espaço disponível são induzidas por mudanças do nível do mar relativo, ou seja, pelos efeitos combinados da tectónica (subsidência ou levantamento) e da eustasia (tendo em conta as variações do nível do mar induzidas pela precessão e excentricidade) e a espessura dos sedimentos depositados e não, unicamente, as variações induzidas pelas variações eustáticas (variações do nível do mar , global, referenciadas ao centro da Terra ou a um satélite radar).

Ver: " Mudança do Nível do Mar Relativo "
&
" Lâmina de Água de Plataforma "
&
" Ciclo Estratigráfico "

Figura 10 (Acomodação, sedimentação marinha) - A acomodação ou espaço disponível para os sedimentos varia com as mudanças do nível do mar relativo. Dentro de um ciclo sequência, a jusante da linha da costa a acomodação é marinha, enquanto que a montante da linha da costa, que é, mais ou menos, a ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição, a acomodação é subaérea (esquema superior desta figura). Quando há uma subida do nível do mar relativo, a lâmina de água aumenta e, em geral, há deposição (sobretudo a montante da ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição), durante o período de estabilidade do nível do mar relativo que ocorre depois de cada paraciclo eustático ou seja, depois de cada ingressão marinha. Ao contrário, quando há uma descida relativa do nível do mar, a lâmina de água diminui e, em geral, há erosão ou um deslocamento forçado para o mar e para baixo, dos depósitos costeiros (regressão sedimentar forçada), sobretudo, a montante do rebordo da bacia. A erosão ocorre quando a descida do nível do mar relativo é significativa e põe o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia, que é o rebordo continental durante o intervalo transgressivo (IT) e do prisma de nível alto (PNA), ou seja, durante o grupo de cortejos de nível alto). Uma regressão forçada (depósito dos sistemas de deposição descendentes, na terminologia inicial de P. Vail) ocorre quando a descida do nível do mar relativo é insuficiente para exumar a plataforma continental e pôr o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia. Dentro de um ciclo estratigráfico e, particularmente, dentro de um ciclo sequência não confunda, o rebordo da bacia que, em geral, corresponde ao rebordo continental com a ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição, a qual corresponde, grosseiramente, à linha da costa. Durante o depósito dos subgrupos de cortejos de nível baixo (cones submarinos de bacia, cones submarinos de talude e prisma de nível baixo) o rebordo continental da bacia, é o último rebordo continental do ciclo sequência precedente e que os sedimentos se depositam contra o talude continental). Com excepção dos sistemas de deposição turbidítica, ou seja, exceptuando os cones submarinos (CSB) e os cones submarinos de bacia (CST), que se depositam, segundo P. Vail, quando o nível do mar relativo desce de maneira significativa, isto é, quando a plataforma continental (se ela existia) e a parte superior du talude continental são exumadas, todos os outros subgrupos de cortejos sedimentares, que compõem um ciclo sequência, se depositam durante os períodos de estabilidade do nível do mar que seguem as ingressões marinhas ou seja as subidas do nível do mar relativo. O nível do mar que pode ser relativo e absoluto (eustático) pode subir ou descer em aceleração ou em desaceleração. O nível do mar relativo é local e referenciado a um ponto qualquer da superfície terrestre que, em geral, é o topo da crusta continental (base dos sedimentos) ou o fundo do mar, enquanto que o nível do mar absoluto ou eustático é referenciado ao centro da Terra ou a um satélite. Num ciclo sequência, quando o nível do mar relativo sobe em aceleração depositam-se: (i) O prisma de nível baixo (PNB) e (ii) O intervalo transgressivo (IT). Quando ele sobe em desaceleração deposita-se o prisma de nível alto (PNA). Além da acomodação, os outros parâmetros que controlam os sistemas de deposição são: (i) Eustasia (variações do nível do mar absoluto ou eustático) ; (ii) Tectónica (subsidência ou levantamento) ; (iii) Acarreio sedimentar e (iv) Clima. O clima é muito importante. As mudanças climáticas são uma realidade que existe desde que a Terra se formou há cerca de 4,5 Ga. Numa coluna sedimentar, toda a alternância entre uma camada ou grupo de camadas de areia e uma camada ou grupo de camadas de argilitos (rocha formada de partículas de argila) ou de calcários, é uma consequência, directa ou indirecta, de uma mudança climática, que implica, pelo menos, uma subida do nível do mar relativo (combinação do nível do mar absoluto e da tectónica). Uma discordância (superfície de erosão), que separa os ciclos estratigráficos, os quais são induzidos por ciclos eustáticos, é, muitas vezes, induzida pela glacioeustasia, em particular, quando ela limita ciclos sequência (induzidos por ciclos eustáticos de 3a ordem, cuja duração varia entre 0,5 e 3-5 My). Entre os paraciclos sequência (depositados em associação com as ingressões marinhas que caracterizam os paraciclos eustáticos) não há discordâncias, isto é, não há descidas do nível do mar relativo. Os paraciclos sequência são limitados por superfícies de inundação e de ravinamento. Dentro de um ciclo sequência, a jusante do rebordo continental, quer ele coincida ou não com o rebordo da bacia, a acomodação (espaço disponível para os sedimentos) é suficiente para a deposição de cones submarinos, aventais sedimentares, depósitos pelágicos (profundidade de água superior a 1000 m) e hemipelágicos (profundidade de água entre 200 e 1000 m).

Acomodação Potencial...........................................................................................................................................Potential Accommodation

Accommodation potentielle / Acomodación potencial / Mögliche Akkommodation / 潜在可用空间 / Потенциальное размещение / Accomodamento potenziale /

Espaço, potencialmente, disponível para os sedimentos criado variações do nível do mar relativo (nível do mar local referenciado a um ponto qualquer da superfície terrestre, quer seja o fundo do mar ou a base dos sedimentos, e que é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático, que é global e referenciado ao centro da Terra ou a um satélite, e da tectónica).

Ver: " Mudança do Nível do Mar Relativo "
&
" Lâmina de Água de Plataforma "
&
" Ciclo Estratigráfico "

Figura 11 (Acomodação Potencial) - O espaço disponível para os sedimentos ou acomodação, em particular, a montante do rebordo continental, é o resultado da combinação da curva eustática (curva das variações do nível do mar absoluto ou eustático, como a representada em vermelho na figura) e da subsidência (em amarelo no diagrama). Neste exemplo, o nível do mar absoluto ou eustático subiu em desaceleração, cerca de 30 metros, entre 16 Ma e 1,2 Ma, para depois descer, cerca de 60 metros, até há 400 ka. No início, ele desceu em aceleração, até 800 ka e, depois, em desaceleração, até 400 ka, para depois subir (cerca de 30 metros) em aceleração até hoje (0 ka). Quando a geometria da curva das variações do nível do mar, quer ele seja relativo ou absoluto é crescente (1a derivada positiva) e côncava (2a derivada positiva), o nível do mar sobe em aceleração (as ingressões marinhas são cada vez mais importantes). Quando a geometria é crescente e convexa, o nível do mar sobe em desaceleração (1a derivada positiva e 2a derivada negativa). Quando a geometria da curva é decrescente e convexa (1a derivada negativa e 2a derivada negativa), o nível do mar desce em aceleração. Quando o geometria da curva das variações do nível do mar é decrescente e côncava (1a derivada negativa e 2a derivada positiva), o nível do mar desce em desaceleração. A subsidência do rebordo continental aumenta, com o tempo, para o mar de maneira, mais ou menos, linear (como no modelo de deposição de EPR, ou seja, no modelo de “Exploration Production Research” da Exxon). O nível do mar de referência (en azul tracejado) é horizontal. Quando o nível eustático (nível do mar absoluto) sobe (acomodação positiva), o espaço criado na plataforma pela eustasia é aumentado pelo espaço criado pela subsidência. Quando o nível eustático desce (acomodação negativa), o espaço disponível para os sedimentos criado pela subsidência (acomodação positiva) é diminuído do valor negativo da acomodação induzido pela descida eustática. Uma diminuição do espaço disponível para os sedimentos induz erosão. Todavia, é importante considerar se a bacia sedimentar (ciclo estratigráfico considerado) tem uma plataforma continental ou não. No caso de uma bacia com plataforma (quando a ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição, grosseiramente, a linha da costa está a montante do rebordo continental, que neste caso coincide com o rebordo da bacia), uma subida do nível do mar relativo cria ou aumenta o espaço disponível para os sedimentos (acomodação). Assim haverá deposição em função do acarreio sedimentar, durante o período de estabilidade do nível do mar relativo que ocorre depois de uma ingressão marinha (paraciclo eustático). Se o acarreio sedimentar for suficiente, todo o espaço disponível criado será preenchido e a lâmina de água de deposição manter-se-à, mais ou menos, constante. Se o acarreio sedimentar não for suficiente, para preencher todo o espaço disponível para os sedimentos criado pela subida do nível do mar relativo, haverá deposição, mas a lâmina de água aumentará. Quando a bacia não tem plataforma continental, a linha da costa (mais ou menos a ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição, sobretudo nas linhas sísmicas) coincide, grosseiramente, com o limite superior do talude continental, o qual marca o rebordo continental. Neste caso, várias hipóteses são possíveis : (a) Se o espaço disponível, criado pela subida do nível do mar relativo, for todo preenchido, a lâmina de água resta nula ; (b) Se espaço disponível não for todo preenchido, forma-se uma lâmina de água ou a lâmina de água aumenta ; (c) Se o espaço disponível é insuficiente, uma parte do acarreio sedimentar depositar-se-á, directamente, no sector superior do talude continental. A acomodação subaérea (ver o esquema superior desta figura) é, para muitos geocientistas, o espaço disponível para os sedimentos fluviais quando a linha baía (limite interno do prisma costeiro de Posamentier e Vail, 1998, o que inclui depósitos fluviais e de água pouco profunda) migra rio abaixo, na sequência de uma descida do nível do mar relativo. Ela é definida pelo espaço entre o velhos e os novos perfis provisórios de equilíbrio dos rios. Não esqueça que, geralmente, os geocientistas consideram dois níveis do mar: (i) Nível do mar absoluto ou eustático, quando o nível do mar é global e referenciado ao centro da Terra ou a um satélite e (ii) Nível do mar relativo, quando o nível do mar é local e referenciado a um ponto da superfície terrestre que, em geral, é o topo da crusta continental (base dos sedimentos) ou o fundo do mar. Quando o nível do mar é referenciado, localmente, a um ponto do fundo do mar, desde que há uma variação da lateral da lâmina de água (profundidade de água), como, por exemplo, a induzida por uma construção recifal, certos geocientistas falam de descida (local) do nível do mar relativo.

 

Acontecimento, Evento (geológico).........................................................................................................................................................................Event

Événement (géologique) / Acontecimiento (geológico) / Geologische Ereignis / 地质事件 / Геологическое событие / Evento geologic

Tudo o que pode suceder e contribuir para a história da Terra. Os acontecimentos geológicos podem ser: (i) Regulares (um cada 100 anos) ; (2) Comuns (um cada 1 000 anos) ; (iii) Recorrentes (um cada 1 x 10^6 anos) ; (iv) Ocasionais (um cada 10 x 10^6 anos) e (v) Raros (um cada 1 x 10^9 anos). Um acontecimento geológico raro, à escala humana, é um evento comum nos registos estratigráficos.

Ver: « Ciclo Estratigráfico »
&
« Integralidade Sedimentar »
&
« Tempo Geológico »

Figura 12 (Acontecimento ou Evento, geológico) - Para definir quantitativamente o conceito de evento geológico, como um terramoto, uma erupção vulcânica ou um deslizamento, Gretener (1967) utilizou um jogo de dados. Como um evento natural depende da ocorrência simultânea de vários factores, a probabilidade de ocorrência de um tal evento é o produto das probabilidades de ocorrência dos diferentes factores. A formação de uma acumulação de petróleo, por exemplo, depende, principalmente, de cinco parâmetros: (i) Rocha-mãe ; (ii) Armadilha ; (iii) Maturação da matéria orgânica das rochas-mãe potenciais ; (iv) Idade da Migração dos hidrocarbonetos em relação a idade de formação da armadilha e (v) Retenção. A probabilidade de descobrir uma acumulação petrolífera (económica ou não) é o produto das probabilidades desses cinco parâmetros. Se a probabilidade de um parâmetro for zero, a probabilidade de descoberta será zero. Se o parâmetro rocha-mãe (presença e maturação da matéria orgânica) for zero, isto é, se não existe uma rocha-mãe, na região, capaz de gerar hidrocarbonetos, o estudo dos outros parâmetros petrolíferos é inútil. É por isso que muitos geocientistas consideram o parâmetro rocha-mãe como um parâmetro petrolífero assassino. Lembremos que num jogo de 8 dados, a probabilidade de sair 8 vezes a face 6, quando se lançam todos os dados (oito dados) é de 1 em 2 milhões de lançamentos. Todavia, quando o número de lançamentos aumenta, a probabilidade de obter um lançamento com oito faces 6 aumenta, também. Teoricamente, como ilustrado nesta figura, há 95% de probabilidade de obter, pelo menos uma vez, oito faces 6 num total de cerca de 5 milhões de lançamentos e 95% de probabilidade de não obter, pelo menos uma vez, nenhum seis em 13 lançamentos. Tudo isto quer dizer que: (i) À escala humana (2-3 gerações), uma pequena probabilidade de ocorrência de um certo evento geológico, é considerada como uma impossibilidade, embora não exista nenhuma lei natural que impeça esse evento de acontecer e (ii) O que é impossível, à escala humana (uma colisão de um asteróide com a Terra, por exemplo) é, unicamente, pouco provável à escala geológica. Para compreender o significado e a importância de um acontecimento (ou evento) geológico, é, igualmente, importante não esquecer que um sistema estratigráfico, como o Silúrico, é ocasional e incompleto. Ele têm numerosas lacunas (de sem deposição ou de erosão), o que quer dizer que, em geral, os sistemas estratigráficos não traduzem o intervalo do tempo geológico equivalente, mas, unicamente, o tempo durante o qual ocorreu deposição. A completude sedimentar, que certos geocientistas chamam integralidade sedimentar (razão entre tempo real de deposição e o tempo total do intervalo) e a preservação de um depósito são elementos importantes. Todos os geocientistas sabem que a completude sedimentar de uma camada turbidítica é, mais ou menos, de 1, enquanto que a de um argilito pelágico é, largamente, inferior 1. Uma laminação de um depósito de praia deposita-se em, mais ou menos, em um segundo. Uma camada de estratificação cruzada (camada HCS) característica dos depósitos de tempestade, deposita-se em poucos minutos. Uma camada turbidítica deposita-se em poucas horas. Os depósitos de inundação, como os Scablands do Canadá (depósitos e erosões associadas às inundações provocadas pela ruptura da retenção dos lagos localizados atrás dos glaciares do Pliocénico / Pleistocénico), depositam-se em algumas semanas. As varvas glaciárias depositam-se em um ano. Um centímetro de sedimentos pelágicos deposita-se em cerca de 103 anos. Um subciclo de invasão continental deposita-se entre 10 e 20 x 106 anos. Um ciclo de invasão continental deposita-se em 100 e 200 x 10 6 anos. Assim, podemos imaginar um intervalo estratigráfico composto de 100 camadas de turbidíticas de um metro de espessura e 100 camadas de argilitos pelágicos de 2 cm de espessura, depositadas entre as camada turbidítica (camada E da terminologia de Bouma para as camadas turbidíticas), a espessura total é de 102 metros. Como a taxa média de deposição dos argilitos pelágicos é de cerca de 1 cm / 1000 anos e que as correntes turbidíticas são eventos estratigráficos, praticamente, instantâneos, podemos deduzi que: (i) O tempo total de deposição é de 200 ky e (ii) A frequência das correntes turbidíticas é de 2000 anos, e concluir-se que a quase totalidade do intervalo sedimentar foi depositado por eventos instantâneos, cuja frequência é de um evento todos os 2 mil anos e que em 10 milhões de anos, 5000 eventos, geologicamente, instantâneos podem depositar uma secção estratigráfica de 10200 metros de espessura.

Acreção (litosfera, linga da costa).............................................................................................................................................................................................Accretion

Accrétion / Acreción / Anlagerung, Zuwachs / 增加 / Аккреция (нанос смытой породы) / Accrezione

Processo pelo qual material terrestre é adicionado a uma placa litosférica ou a um continente. O material adicionado pode ser sedimentar, vulcânico (subaéreo ou oceânico) ou ígneo. Dois tipos de acreção são possíveis: (i) Acreção associada com a tectónica das placas litosféricas e (ii) Acreção associada com a evolução da linha da costa (gradual aumento de terreno, no litoral, devido ao acarreio fluvial, à ação das marés, das correntes ou do vento), e à acumulação de depósitos aluviais.

Ver: " Subducção de tipo-A "
&
" Barra de Meandro (fóssil) "
&
" Moreia "

Figura 13 (Acreção, continental) - Nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de uma linha sísmica do offshore da Namíbia (margem continental divergente tipo Atlântico depositada sobre bacias de tipo rifte ou sobre um soco de idade Pré-Câmbrico ou Paleozóico), uma acreção lateral vulcânica (subaérea) seguida de uma acreção sedimentar clástica do Oeste do continente africano é, perfeitamente, visível. Antes dos resultados dos poços de pesquisa petrolífera perfurados nesta região, um dos quais foi localizado, praticamente, na linha sísmica deste autotraço, muitos geocientistas pensavam, que o intervalo sísmico inferior (em violeta nesta tentativa de interpretação), que é caracterizado por reflectores, mais ou menos, contínuos e inclinados para o mar (“SDR”, en inglês, acrónimo de "Seaward Dipping Reflector”), correspondia a uma bacia do tipo rifte e não à parte inferior da margem divergente do Este do Atlântico Sul. Os resultados dos poços corroboraram que a discordância (BUU), induzida pela ruptura do pequeno supercontinente Gondwana, a qual individualizou o continente africano, corresponde, localmente, à interface entre o soco (cadeia de montanhas do Paleozóico, mais ou menos, aplanada) e a base do intervalo vulcânico (“SDRs”) o qual é, basicamente, constituído por lavas subaéreas. Actualmente, a grande maioria dos geocientistas pensa que a história geológica, mais provável, desta área se pode resumir da maneira seguinte: (i) Alongamento do pequeno supercontinente Gondwana por um sistema de falhas normais e formação de bacias de tipo rifte, de idade Jurássico Terminal / Cretácico Inicial, as quais têm não só uma geometria de demigraben mas, igualmente, uma vergência Este (as bacias de tipo rifte não são visíveis neste autotraço) ; (ii) Preenchimento das bacias de tipo rifte por sedimentos não marinhos, dentro do quais se encontram intervalos sedimentares lacustres ricos em matéria orgânica (rochas-mãe potenciais), inclinando para Oeste, isto é, ao contrário da inclinação do intervalo violeta deste auto traço (SDRs - lavas subaéreas) ; (iii) Ruptura da litosfera do pequeno supercontinente Gondwana e individualização de duas placas litosféricas (placa da América do Sul e placa Africana) acompanhada de um importante derrame de lavas, em direcção das margens a partir de centros de expansão subaérea (vulcões e diques vulcânicos localizados ao longo da zona de ruptura) ; (iv) Acreção das margens por lavas subaéreas (alastramento vulcânico subaério), as quais se adelgaçam em direcção dos continentes à medida que elas se afastam dos centros de alastramento (vulcões) ; (v) Afundamento diferencial das margens em direcção do proto-oceano, formado entre elas, e início da acreção ou alastramento oceânico, ou seja, alastramento por formação de crusta oceânica seguida do depósito do prisma sedimentar. Como a escala vertical da linha sísmica original, assim como a do autotraço, é em tempo, a profundidade de água tem que ser corrigida para se obter um geometria da margem mais próxima da realidade. Numa versão em profundidade da linha sísmica original, a geometria da margem é mais similar à de uma secção geológica convencional. Os reflectores sísmicos, sobretudo os da parte ocidental da linha sísmica, num autotraço em profundidade, inclinarão, muito menos, para Oeste do que é aqui ilustrado (em tempo). Eles podem mesmo inclinar para Este, sobretudo os mais profundos, como se observa, praticamente, em todas as linhas sísmicas regionais em profundidade dos offshores das margens divergentes (quer elas sejam de tipo Atlântico ou de tipo não Atlântico). Isto é, particularmente, verdadeiro, quando a profundidade da lâmina de água varia, de maneira abrupta, em direcção da planície abissal. Esta geometria, das margens divergentes de tipo Atlântico (contexto tectónico extensivo) ou de tipo não Atlântico (contexto tectónico compressivo) é, muitas vezes esquecido, por certos geocientistas, o que pode ter implicações desastrosas, em particular, na pesquisa petrolífera (na definição da armadilha, na maturação da matéria orgânica das rochas-mãe potenciais, na direcção de migração dos hidrocarbonetos, etc.). A tentativa de interpretação proposta neste autotraço foi feita em subciclos de invasão continental, induzidos por ciclos eustáticos de 2a ordem, cuja duração varia entre 3-5 Mv e 50 My. Os subciclos de invasão continental considerados são limitados por discordâncias (SB. 68 Ma; SB. 49,5 Ma ; SB. 30 Ma ; SB. 10,5 Ma e SB. 5,5 Ma), ou seja, por superfícies de erosão induzidas por descidas significativas do nível do mar relativo que puseram o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia e que, localmente, criaram canhões submarinos importantes, como o visível ao nível da discordância SB. 30 Ma. Dentro de cada um dos subciclos de invasão continental considerados, vários ciclos sequência se podem individualizar.

Acumulação (sedimentar) ...............................................................................................................................................................................................Aggradation

Aggradation / Agradación / Ablagerung / 沉積 / Аградация (намыв) / Aggradazione

Abandono e deposição de materiais transportados pelos agentes geodinâmicos. Aumento de altitude da superfície terrestre devido à deposição de sedimentos. A acumulação sedimentar ocorre em áreas onde o acarreio de sedimentos é maior do que a quantidade de material que o sistema é capaz de transportar. A acumulação sedimentar faz-se por biséis de agradação (acumulação vertical preponderante) ou por biséis de progradação (acumulação lateral preponderante). Quando na acumulação lateral, as progradações são obliquas, praticamente, não há construção vertical, o que não é o caso quando as progradações são sigmóides (em forma de S ao revés). Sinónimo de Agradação.

Ver: " Deposição (clásticos) "
&
" Deposição Fluvial "
&
" Subida do Nível do Mar Relativo "

Figura 14 (Acumulação, sedimentar) - O conceito de acumulação está ilustrado nesta figura, quer pela fotografia, que representa um rio durante a estação seca, quer pelos esquemas geológicos de uma simulação de acumulação num ambiente glaciário. Teoricamente, para haver acumulação de sedimentos, isto é, para haver deposição, em geral, é necessário criar ou aumentar o espaço disponível para os sedimentos (acomodação marinha ou subaérea). Todavia nos sistemas turbidíticos e em particular nos sistemas de turbidíticos profundos, isto não é verdade, uma vez que, num ciclo sequência, a jusante do rebordo continental (profundidade de água > 200 m) há espaço suficiente para a sedimentação. Nos sistemas de deposição marinha e, particularmente, a montante do rebordo continental, quer este corresponda ou não ao rebordo da bacia, o qual pode corresponder, mais ou menos, à linha da costa, a acumulação requer sempre uma criação ou um aumento de espaço disponível para os sedimentos. Esta criação ou aumento faz-se por uma subida do nível do mar relativo ou seja por uma ingressão marinha (paraciclo eustático), em resposta à acção combinada da eustasia (*) (nível do mar absoluto) e tectónica (subsidência ou levantamento). O espaço assim criado, pode ser o resultado de: (i) Uma subida do nível do mar absoluto (eustasia) ; (ii) Uma descida do fundo do mar (subsidência) ou (iii) Uma combinação de (i) e (ii). O espaço disponível criado, a montante do rebordo da bacia, isto é, na plataforma (acomodação marinha) ou na planície costeira (acomodação subaérea), função do acarreio sedimentar, pode ser, totalmente preenchido ou não. Nos sistemas de deposição não marinha, o princípio de criação de espaço disponível é, mais ou menos, o mesmo, mas os mecanismos são diferentes. No caso, ilustrado nesta fotografia, a acumulação dos diferentes intervalos sedimentares (três são, mais ou menos, evidentes) fez-se durante períodos de cheia de um curso de água (rio, ribeira, riacho, etc.). Desde que o nível da água da corrente subiu, o espaço disponível aumentou, o que permitia a deposição de vasa fluvial. Outros tipos de acumulação fluvial são possíveis, quer na planície de inundação, como ilustrado nos esquemas (fase 1 e 2), quer no leito, quer nos meandros das correntes. No primeiro caso, um período de cheia da corrente é necessário para que a água, carregada de sedimentos, transborde o leito e os diques marginais naturais para depositar os sedimentos na planície de inundação. A deposição no leito da corrente implica que, para uma determinada competência de transporte da corrente, o tamanho das partículas sedimentares seja suficiente para impedir todo transporte por arrastamento ou saltação (transporte de partículas sedimentares que saltam de ponto a ponto, sendo, sucessivamente, soerguidas e impulsionadas pelo vento ou água em correntes turbilhonadas ou com variação de fluxo de energia intermediária entre à que permite a suspensão e a que promove o arrasto). A acumulação nos meandros obedece a uma simples perda da competência de transporte da corrente na parte côncava do meandro, onde a velocidade de escoamento é mais pequena. Numa acumulação marinha, uma subida do nível do mar relativo (ingressão marinha) é necessária para criar ou aumenta o espaço disponível para os sedimentos, o qual, mais tarde, é, parcial ou totalmente, preenchido durante a fase de estabilidade relativa do nível do mar que ocorre depois de uma ingressão marinha, e que precede uma nova subida do nível do mar relativo. Uma ingressão marinha desloca a linha da costa para o continente, todavia, durante fase de equilíbrio do nível do mar relativo, a sedimentação retoma deslocando, pouco a pouco, a linha da costa de novo para o mar até que uma nova ingressão marinha ocorra. Dito de outra maneira, depois de cada ingressão marinha uma regressão sedimentar se desenvolve até que uma nova ingressão marinha desloque, de novo, a linha da costa para o continente. Uma simulação de acumulação num ambiente glaciar, no qual períodos secos e húmidos alternam, está ilustrada na parte esquerda desta figura. A água proveniente do gelo dos glaciares cria leques aluviais, delta e lagos. Durante o primeiro período seco, a erosão cria sedimentos que são transportados costa abaixo para uma área que era, antes, rica em água. Durante o período húmido, os cursos de água transportam os sedimentos rio abaixo construindo deltas (em particular deltas de tipo Gilbert) e o fundo de um lago. No período seco subsequente (simulação inferior), a água desaparece. O leque aluvial (delta tipo Gilbert) e o fundo do lago ficam mais elevados devido à acumulação dos sedimentos transportados durante o período húmido anterior.

(*) É por isso que o termo eustatismo é utilizado para exprimir as variações do nível do mar absoluto ou eustático e não para a curva das variações do nível do mar relativo. A eustasia traduz-se ao nível planetário por uma alteração do nível das águas do mar em relação ao centro da Terra, causada, principalmente, pelas variações do volume de água no oceano global (glacioeustasia) ou pelas variações do volume global das bacias oceânicas (tectonicoeustasia).

Acumulação Anómala Pobre (crescimento)...................................................................Anomalous Accumulation

Accumulation anormale / Acumulación anómala (sedimentos) / Anomale Akkumulation / 异常加积accumulation / Аномальное накопление / Accumulazione anomalo /

Acumulação, geralmente, pouco espessa, caracterizada por uma taxa de sedimentação muito pequena (como, por exemplo 1-10 mm por 1000 anos) de sedimentos hemipelágicos e pelágicos (quase sem influência terrígena). Muitas vezes, sinónimo de Secção Estratigráfica Condensada. Uma secção estratigráfica condensada deposita-se na parte distal da plataforma continental, talude ou planície abissal, durante os períodos de nível alto (do mar) e de máxima ingressão marinha (deslocamento para montante da linha da costa). Estas secções estão, quase sempre, associadas com a superfícies de base das progradações que, dentro de um ciclo sequência, limitam o intervalo transgressivo (IT), do prisma de nível alto (PNA). As acumulações anómalas pobres contrastam com as acumulações anómalas ricas (anormalmente espessas) como as construções carbonatadas e lóbulos turbidíticos.

Ver “ Secção Estratigráfica Condensada

Acumulação Carbonatada (construção, estrutura)..........................................................................Carbonate Buildup

Accummulation carbonatée / Acumulación carbonática / Karbonate Aufbau / 碳酸鹽建隆 / Карбонатная залежь / Accumulazione carbonato

Termo não genérico que designa qualquer corpo geológico carbonatado anómalo que se diferencia e que é mais espesso do que os equivalentes laterais e sedimentos sobrejacentes. Morfologicamente, uma acumulação carbonatada anómala, é, quase sempre, mais alta do que nível de base de sedimentação. Quando o clima e o acarreio sedimentar são apropriados, as construções carbonatadas são, muito frequentes, no intervalo transgressivo (IT) dos ciclos sequência, quando a taxa de subida do nível do mar realtivo (em aceleração) compensa, mais ou menos, a taxa de construção das anomalias carbonatadas, o que mantém a lâmina de água constante e dentro da zona fótica.

Ver: " Recife "
&
" Coral "
&
" Deposição (carbonatos) "

Figura 15 (Acumulação Carbonatada) - O offshore de Bornéu, onde a linha sísmica deste autotraço foi tirada, corresponde, geologicamente, a uma margem divergente de tipo não Atlântico, desenvolvida por cima de uma bacia interna ao arco, na qual se podem pôr em evidencia duas fases tectónico-sedimentares: (i) Fase de Alargamento (riftização), na base, que é caracterizada por uma subsidência diferencial e (ii) Fase de Abatimento, na parte superior, que é caracterizada por uma subsidência térmica. Nos ciclos sequência que constituem a fase de abatimentos construções carbonatadas (*) são frequentes. Esta tentativa de interpretação é proposta em ciclos sequência, induzidos por ciclos eustáticos de 3a ordem, que têm uma duração entre 0,5 e 3-5 milhões de anos. Os limites entre os ciclos sequência, como entre todos os outros ciclos estratigráficos (ciclos de invasão continental, subciclos de invasão continental, ciclos sequência e ciclos de alta frequência) são discordâncias ou seja, superfícies de erosão criadas por descidas do nível do mar relativo, resultantes dos efeitos combinados da eustasia (nível do mar absoluto) e da tectónica (subsidência ou levantamento). Na parte proximal deste offshore, onde foi tirada a linha sísmica deste autotraço, dentro dos ciclos sequência apenas o intervalo transgressivo (IT) e o prisma de nível alto (PNA), assim como o prisma de nível baixo (PNB) se depositaram. Os outros subgrupos do grupo de cortejos de nível baixo (CNB), isto é, os cones submarinos de bacia (CSB) e os cones submarinos de talude (CST) são visíveis, unicamente, a Este desta região, isto é, na parte mais profunda deste offshore. Nesta tentativa de interpretação, a grande maioria das construções carbonatadas desenvolveram-se dentro dos intervalos transgressivos (IT) dos ciclos sequência, que correspondem a transgressões sedimentares, ou seja, a um conjunto de ingressões marinhas cada vez mais importantes (subidas do nível do mar relativo em aceleração) e regressões sedimentares cada vez mais pequenas. Desde que o nível relativo do mar subiu (em aceleração) e inundou a topografia pré-existente, ou seja, a planície costeira do prisma de nível baixo subjacente (PNB), em violeta nesta tentativa, formou-se uma plataforma continental que aumentou, progressivamente, à medida que as subidas do nível do mar relativo se sucederam. Entre as subidas do nível do mar relativo, que correspondem a paraciclos eustáticos, não há descidas do nível do mar relativo entre elas, mas um período de estabilidade do nível do mar. A sedimentação ocorre, fundamentalmente, durante as fases de estabilidade do nível do mar relativo entre os paraciclos eustáticos, embora, certas construções recifais possam crescer durante as ingressões marinhas. Em certas partes da plataforma continental, especialmente perto do rebordo da bacia, a taxa de subida do nível do mar relativo foi tal que permitiu a construção de carbonatos, visto que a lâmina de água se manteve, mais ou menos, constante. Certos geocientistas consideram as construções carbonatadas do intervalo transgressivo como carbonatos de compensação, uma vez que eles se depositam durante subidas contínuas e lentas do nível do mar relativo, de maneira que o espaço disponível para os sedimentos criado, pela acção conjunta da eustasia e da tectónica (subsidência ou levantamento), é, completamente, preenchido pelo material carbonatado recém-formado. Pode dizer-se que o depósito dos carbonatos de compensação compensa a subida do nível do mar relativo. Este tipo de construções carbonatadas do intervalo transgressivo (carbonatos de compensação) contrasta com os carbonatos de recuperação do prisma de nível alto (PNA), nos quais as progradações são, particularmente, características porque o carbonato é derramado para o talude ou para a bacia, uma vez que sua produção excede a taxa ou criação do espaço disponível (acomodação). A estabilidade da profundidade da água é uma condição, sina que non, para que as estruturas orgânicas carbonatas de compensação continuem a crescer durante a 1a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto (quando a linha da costa ainda está a montante do rebordo continental, ou seja, enquanto a bacia ainda tem uma plataforma continental). Se a altura de água ultrapassar a profundidade da zona fótica a produção de carbonate cessa.

(*) Corpo circunscrito de carbonato com um relevo topográfico acima dos sedimentos laterais equivalentes que, normalmente são mais finos, e diferente dos depósitos circundantes e sobrejacentes. Os recifes são construções carbonatadas que podem manter o crescimento na zona de rebentação das ondas. A resistência às ondas dos recifes, que varia de um ambiente para outro, pode derivar: (i) Da cimentação inorgânica do espato (variedade de calcite) num ambiente submarino ou subaéreo ; (ii) Da construção orgânica de estruturas esqueléticas rígidas ou não ; (iii) Da ligação de sedimentos por esteiras de algas ; (iv) Dos organismos enraizados, etc. As construções carbonatadas podem classificar-se na base da composição dos seus constituintes e do tipo de revestimento dos constituintes esqueléticos, quando esses constituintes são dominantes ; por outro lado, elas podem originar-se in situ ou pela intercalação entre o crescimento orgânico e forças hidrodinâmicas.

Acunhamento (biselamento).............................................................................................................................................................................................................Lapout

Bisellement / Biselamiento (acuñamiento) / Abschrägung / 斜角 / Седиментационное выклинивание пластов / Smussatura, Bisello /

Terminação lateral de um estrato ou de um reflector sísmico nos limites do seu depósito, em geral, contra uma discordância (superfície de erosão). Há dois tipos de acunhamento: (i) Bisel de base que ocorre no limite inferior e (ii) Bisel de topo que ocorre no limite superior. Um bisel de base pode ser de agradação (bisel de agradação) ou de progradação (bisel de progradação). Um bisel de topo (somital ou superior) pode ser por truncatura (erosão) ou por sem deposição. Sinónimo de Biselamento.

Ver: " Limite do Ciclo-sequência "
&
" Biselamento "
&
" Agradação "

Figura 16 (Acunhamento, biselamento) - Nesta tentativa de interpretação geológica de uma autotraço de uma linha sísmica do offshore da Mahakam (costa Este de Bornéu, Indonésia), o qual corresponde a uma bacia interna ao arco, na qual se podem pôr em evidência uma fase de alargamento ou de riftização, na base e uma fase de abatimento na parte superior. A fase de alargamento é caracterizada por uma subsidência diferencial que induz a formação de estruturas em hemigraben, enquanto que a fase de abatimento é caracterizada por uma subsidência térmica. A linha sísmica, a partir da qual este autotraço foi feito, passa por um campo de gás que tem reservas recuperáveis entre 15-20 Tcf (*) (não confundir reservas que são hidrocarbonetos, que se podem produzir de maneira rentável nas condições tecnológicas e económicas actuais, com recursos que representam hidrocarbonetos in situ que poderão um dia ser produzidos se as condições económicas e tecnológicas melhorarem). Os acunhamentos dos reflectores sísmicos, que neste caso particular parecem ser acunhamentos por biséis de agradação, são, facilmente, visíveis. Isto é, sobretudo, verdadeiro, debaixo do limite superior do ciclo sequência, limitado pelas discordâncias SB 10,5 Ma e SB 12,5 Ma. A diferença de idade entre estas discordâncias é inferior a 3-5 My, o que sugere que o intervalo estratigráfico que elas limitam foi induzido por um ciclo eustático de 3a ordem, quer isto dizer, por um ciclo com uma duração entre 0,5 My e 3-5 My). Os reflectores sísmicos, que nesta tentativa de interpretação estão sublinhados por traços contínuos com diferentes cores, correspondem a linhas tempo, isto é, a linhas cronostratigráficas que são, mais ou menos, paralelas aos planos de estratificação dos pacotes sedimentares que definem as interfaces sísmicas. Os biséis de agradação (terminações laterais dos reflectores) definem superfícies sísmicas (linhas tracejadas) que caracterizam, neste caso particular, descidas significativas do nível do mar relativo (discordâncias). Estas descidas do nível do mar relativas) causaram o deslocamento, para a bacia (jusante) e para baixo (agradação negativa) dos biséis de agradação costeiros (próximos da linha da costa), o que criou condições geológicas de nível baixo do mar (nível do mar relativo mais baixo do que o rebordo da bacia). A forte taxa de sedimentação, que ocorreu nesta área durante o Miocénico, permite reconhecer, dentro do ciclo sequência SB. 10,5 Ma / SB. 12,5 Ma, duas outras discordâncias, que estão sublinhadas nesta interpretação pelas linhas tracejadas mais finas. Pode dizer-se, que o ciclo sequência SB. 10,5 Ma / 12,5 Ma é formado pela sobreposição de ciclos estratigráficos de ordem hierárquica mais alta (ciclos de alta frequência), os quais, muitas vezes, não estão representados na curva de Vail (curva dos biséis de agradação costeiros). Na Geologia e em particular na Estratigrafia Sequencial, por convenção, SB. 10,5 Ma, por exemplo, é a discordância de idade 10,5 milhões de anos atrás, que é o limite entre dois ciclos estratigráficos, eventualmente dois ciclos sequência. Dito de outra maneira, 10,5 Ma é uma idade geológica, enquanto que 10,5 My é um intervalo de tempo. A idade de uma discordância é dada pela idade da descida do nível do mar relativo que a induziu, assim como a sua paraconformidade correlativa em água profunda. Em geral a idade de uma discordância é dada pela idade dos depósitos turbidíticos de água profunda (cones submarinos de bacia) do ciclo sequência sobrejacente que sublinha o hiato de mínimo entre os ciclos sequência separados pela discordância. Neste sentido, pode dizer-se que uma discordância corresponde, grosseiramente, a uma linha cronostratigráfica e que ao longo dela se podem individualizar as províncias fisiográficas convencionais (planície costeira, plataforma continental, talude e planície abissal). Numa linha sísmica regional e na ausência de um reforço das relações geométricas entre os reflectores pela tectónica, uma discordância reconhece-se, facilmente, na parte superior do talude continental quando preenchimentos de canhões submarinos estão presentes. A montante do rebordo continental, com o qual pode coincidir com o rebordo da bacia (quando a bacia não tem plataforma continental), a identificação de uma discordância depende, principalmente, da presença ou não de preenchimentos de vales cavados (Pvc). Em todos os outros casos, as discordâncias são crípticas. Tendo em linha de conta a resolução sísmica, a qual, geralmente, é superior a 20-40 metros, é obvio que um reflector cronostratigráfico (linha tempo) não corresponde a um plano de estratificação entre duas camadas sedimentares, mas a uma interface entre dois pacotes sedimentares (que se podem mapear) com características litológicas, petrofísicas e ambientais, mais ou menos, semelhantes.

(*)   Tcf é uma medida de volume usada pela indústria de petróleo e gás. Um bilião de pés cúbicos (1x 1012 de pés cúbicos) é uma medida de volume de gás natural que é equivalente a aproximadamente um Quad. Um Quad é uma abreviatura para mil biliões (1 x 1015) de Btu. A Btu (Unidade Térmica Britânica) é uma unidade de medida de energia, representando a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de um quilo de água em um grau Fahrenheit. Na indústria de petróleo e gás, as unidades de medida representadas por letras onde M = mil ; MM = 1 milhão (1 x 106); B = um bilião (1 x 1012) e T = um trilião (1 x 1018). Qualquer destas pode aparecer antes de alguns termos, tais como MMBOE (milhões de barril de óleo equivalente) ou (Tcf biliões de pés cúbicos). (https://www.flip.pt/Duvidas-Linguisticas/Duvida-Linguistica/DID/4389).

Afloramento............................................................................................................................................................................................................................................................Outcrop

Affleurement / Afloramiento / Aufschluss, Aufschluß / 露出 / Обнажение (породы) / Affioramento

Porção do substrato rochoso (rocha firme) exposta ao ar libre com dimensões, relativamente, pequenas. Para certos geocientistas, um afloramento típico corresponde ao campo de visão do observador. Um afloramento corresponde à escala geológica mesoscópica de Wegmann (1935), isto é, à escala da continuidade de observação. Além da escala mesoscópica, Wegmann considera a escala microscópica e a escala macroscópica, que é a escala da descontinuidade, ou seja, a escala das cartas geológicas e de muitos cortes geológicos. A escala das linhas sísmicas, quer elas sejam regionais ou não, e que elas sejam em tempo ou em profundidade, é sempre mesoscópica, uma vez que a maioria dos reflectores correspondem a linhas cronostratigráficas que se podem seguir em continuidade. Por isso, é mais fácil fazer tentativas de interpretação geológica das linhas sísmicas que fazer cortes geológicos a partir de observações de campo ou das cartas geológicas. Foi, provavelmente, por esta razão que a Estratigrafia Sequencial nasceu com a interpretação geológica das linhas sísmicas de reflexão e não com a geologia de campo.

Ver: " Agradação "
&
" Escala "
&
" Princípio Geológico "

Figura 17 (Afloramento) - Este afloramento, localizado na área de Samarinda (ilha de Bornéu, Indonésia), é formado por depósitos turbidíticos do Miocénico Inferior. Ele caracteriza o que C. E. Wegmann chamou a escala mesoscópica ou a escala da continuidade de observação, a qual contrasta, não só, com a escala macroscópica, que é a escala da descontinuidade, observada, principalmente, nas cartas geológicas e sísmicas, mas também com a escala microscópica. A sucessão de depósitos turbidíticos observada neste afloramento, é constituída por fácies imaturas (litologia e fauna), com depósitos associados a escoamentos (fluxos) de fraca densidade. As fácies e os estudos micropaleontológicos sugerem que estes depósitos turbidíticos se depositaram na parte superior do talude continental e que eles são ricos em matéria orgânica re-depositada. Nestes sedimentos profundos, que foram encurtados e levantados por um regime tectónico compressivo, identificam-se diferentes tipos de clastos (termo que vem do grego klastós, que significa “quebrado ou fragmentado” e que em geologia designa os fragmentos de minerais ou de rochas que podem, mais tarde, constituir as rochas detríticas): (i) Largos clastos de carvão, nos depósitos coesivos de escoamentos de detritos ; (ii) Clastos angulares de carvãweo (*) dispersados na parte central dos depósitos dos escoamentos hiperconcentrados ; (iii) Clastos arredondados de carvão flutuando na parte superior dos depósitos dos escoamentos de alta densidade ; (iv) Detritos de plantas (partículas revestidas) dispersados em depósitos maciços de escoamentos de alta densidade e (v) Partículas revestidas de resina concentradas em depósitos de escoamentos de baixa densidade. A grande quantidade de clastos de carvão, sugere que estes depósitos turbidíticos, em condições geológicas favoráveis, podem funcionar como rochas-mãe potenciais, principalmente, de gás e condensado (rochas-mãe de tipo III dispersivo). Em termos de estratigrafia sequencial e na hipótese de P. Vail, que assume que estes depósitos se depositaram durante condições geológicas de nível baixo do mar (nível do mar mais baixo que o rebordo da bacia) estes turbiditos pertencem ao subgrupo médio do grupo de cortejos de nível baixo do mar (CNB), isto é, aos cones submarinos de talude (CST), nos quais diferentes sistemas de deposição podem, normalmente, ser observados: (a) Avental ou apron (depósito da base) ; (b) Diques marginais naturais turbidíticos ; (iii) Argilitos de cobertura, etc. O subgrupo inferior do grupo de cortejos de nível baixo (CNB), é constituído pelos cones submarinos de bacia (CSB) e o subgrupo superior pelo prisma de baixo nível (PNB). Os cones submarinos (de bacia e de talude) depositam-se durante uma descida significativa do nível do mar relativo, que induziu a discordância inferior do ciclo sequência, enquanto que o prisma de nível baixo (PNB) começa a depositar-se quando o nível do mar relativo começa a subir. Obviamente, a escala 1:1 dos afloramentos (e também das diagrafias eléctricas) permite uma estratigrafia sequencial muito mais detalhada do a determinada a partir dos dados sísmicos, uma vez que a resolução sísmica vertical e horizontal têm que ser tomadas em linha de conta. A resolução sísmica vertical é, mais ou menos, o tamanho que um objecto tem que ter para ser visto numa linha sísmica. Intervalos estratigráficos com uma espessura igual a 1/4 do comprimento de onda (d =V/F, onde V é a velocidade das ondas sísmicas e F a frequência) das ondas sísmicas podem ser reconhecidos. A resolução sísmica horizontal é derivada da zona de Fresnel (parte de um reflector coberta pelo sinal sísmico a uma certa profundidade), uma vez que as ondas sísmicas se deslocam em três dimensões e se propagam sobre uma área cada vez maior à medida que se afastam da fonte. Num horizonte, mais ou menos, profundo, todos os objectos com uma extensão lateral superior à zona de Fresnel serão visíveis (a migração dos dados sísmicos focaliza a propagação de energia na zona de Fresnel, reorganiza as reflexões deslocadas, devido à inclinação, e remover as reflexões associadas às arestas). Como, normalmente, a escala vertical de uma linha sísmica é em tempo (tempo duplo, tempo de ida e volta), em profundidade, a frequência do sinal diminui, enquanto que a velocidade e o comprimento de onda aumentam. Isto significa que quanto maior é a profundidade mais pobre é a resolução sísmica (as altas frequências são reflectidas dos reflectores pouco profundos, enquanto que as baixas frequências vão mais baixo). Por outro lado, como em profundidade os sedimentos tornam-se mais compactos, pode dizer-se que velocidade das ondas sísmicas aumenta com a profundidade.Este afloramento, localizado na área de Samarinda (ilha de Bornéu, Indonésia), formado por turbiditos do Miocénico Inferior, caracteriza bem a escala mesoscópica. Do ponto de vista da deposição, a sucessão turbidítica é constituída por fácies (litologias) imaturas, com depósitos associados a escoamentos de fraca densidade. As fácies e os estudos micropaleontológicos sugerem que estes depósitos turbidíticos se depositaram na parte superior do talude continental e que eles são ricos em matéria orgânica rédepositada. Neste afloramento, os sedimentos foram encurtados e, por isso, levantados por um regime tectónico compressivo, foi possível identifcar: (i) Largos clastos (fragmentos) de carvão nos depósitos coesivos de escoamentos de detritos ; (ii) Clastos angulares de carvão dispersados na parte central dos depósitos dos escoamentos hiperconcentrados ; (iii) Clastos arredondados de carvão flutuando na parte superior dos depósitos dos escoamentos de alta densidade; (iv) Detritos de plantas (partículas revestidas) dispersados em depósitos maciços de escoamentos de alta densidade e (v) Partículas revestidas de resina concentradas em depósitos de escoamentos de baixa densidade. A grande quantidade de clastos de carvão, sugere que estes depósitos turbidíticos, em condições geológicas favoráveis, possam funcionar como rochas-mãe, principalmente, de gás e condensados (rochas-mãe do tipo III dispersivo). Em termos de estratigrafia sequencial (hipótese de P. Vail), estes turbiditos pertencem ao membro médio do cortejo de nível baixo (CNB), isto é, aos cones submarinos do talude (CST) nos quais diferentes sistemas de deposição podem, normalmente, ser individualizados, tais como: (a) Avental ou depósito de base de talude continental ; (b) Diques marginais naturais ; (iii) Argilitos pelágicos de cobertura.

(*) Presença de clastos de carvão A, quando associada a clastos de glauconite. é típica dos sistemas turbidíticos profundos.

Afogamento (plataforma carbonatada)..............................  .....................................................................................................................................Drowning

Ennoiment (carbonates) / Ahogamiento (carbonatos) / Ertrinken (Carbonate) / 溺水(碳酸盐岩)/ Затопление (погружение) / Affogamento (carbonati) /

Processo geológico que põe uma plataforma carbonatada sob uma lâmina de água superior à profundidade da zona fótica. Um afogamento está associado a uma subida do nível do mar relativo rápida e importante. Na estratigrafia sequencial, um afogamento mata, completamente, a sedimentação carbonatada, uma vez que não há mais formação de carbonato (a plataforma carbonata é posta debaixo da zona fótica). Um afogamento não corresponde a uma discordância. Uma discordância (superfície de erosão) requere um descida do nível do mar relativo que exuma a plataforma continental e que favoreça o depósito, nas partes profunda dos ciclos sequência, de cones submarinos turbiditicos. Certos geocientistas, como W. Schlager, consideram que na deposição carbonatada, a verdadeira ruptura de sedimentação é associada a um afogamento e não com uma descida do nível do mar relativo (discordância). Eles consideram que para haver depósito de sistemas turbiditicos carbonatados a formação de carbonato é essencial e, que para isso suceda, a plataforma carbonatada não pode estar expostas ao ar livre (exumada).
Ver “ Discordância por afogamento

Agradação (sobreposição de sedimentos) .....................................................................................................................................................Aggradation

Agradation / Agradación / Ablagerung / 沉積 / Аградация (намыв) / Aggradazione

Termo geral que exprime a sedimentação à superfície da Terra. Na Estratigrafia Sequencial, a agradação descreve, sobretudo, o empilhamento dos intervalos sedimentares depositados durante os períodos de estabilidade que seguem as subidas do nível do mar relativo (ingressões marinhas), quer elas sejam em aceleração (intervalo transgressivo, IT e prisma de nível baixo, PNB) ou em desaceleração (prisma de nível alto, PNA). A agradação dos depósitos profundos, isto é, dos cones submarinos de bacia (CSB) e de talude (CST) é, muitas vezes, associada às descidas do nível do mar relativo. A jusante do rebordo continental, o espaço disponível para os sedimentos (lâmina de água) é, largamente, suficiente para que haja deposição sem uma subida do nível do mar relativo seja necessária. Sinónimo de Acumulação e, por vezes, de Assoreamento.

Ver: " Bisel de Agradação "
&
" Progradação "
&
" Cone Submarino do Talude "

Figura 18 (Agradação, sobreposição de sedimentos) - O Mar do Norte, de onde vem a linha sísmica do autotraço ilustrado nesta figura, corresponde ao que se pode chamar uma margem divergente abortada. Com efeito, a zona de alongamento do substrato (caracterizada por uma subsidência diferencial) ao longo da qual se desenvolveram bacias de tipo rifte, deslocou-se para Oeste antes da ruptura da litosfera do pequeno supercontinente Eurasia. Isto quer dizer que no Mar do Norte não houve alastramento oceânico. De facto, por cima das bacias de tipo rifte, a partir do Jurássico Tardio e até ao Presente, formou-se uma bacia cratónica, caracterizada por uma subsidência térmica, cuja margem Este foi deformada pela glacioisostasia (re-emergência regional da crusta continental em resposta à fusão das grandes camadas de gelo que antes a afundaram). Nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de uma linha sísmica do Mar do Norte, os sedimentos da bacia cratónica de idade Cenozóico (subsidência térmica regional) fossilizam a discordância (A) que correlaciona, lateralmente (na margem divergente Atlântica, ou seja na margem Este do Banco de Rockwall), com a ruptura da litoesfera do Eurasia (pequeno supercontinente setentrional do supercontinente Pangeia). Esta discordância, muitas vezes designada de maneira errónea BUU (acrónimo de “Breakup Unconformity”) limita, superiormente, um monte enterrado (paleoalto) de uma bacia de tipo rifte de idade Mesozóico (uma outra discordância é, igualmente, bem visível dentro da bacia cratónica). A discordância A (superfície de erosão) foi induzida pela acção combinada da eustasia (variações do nível do mar absoluto ou eustático) e tectónica (subsidência ou levantamento), isto é, por uma descida do nível do mar relativo (*). Esta discordância separa a bacia de tipo rifte da bacia cratónica. Embora esta discordância (A) tenha sido, principalmente, induzida por uma descida do nível do mar relativo, ela foi, localmente, reforçada pela tectónica e transformou-se no que muitos geocientistas (sobretudo os estruturalistas) chamam uma discordância angular. Os geocientistas especialistas da estratigrafia sequencial, para bem precisar que este tipo de discordância não é induzido pela tectónica, chamam-lhe discordância reforçada pela tectónica (“Enhanced Unconformity” em inglês), uma vez que ela é induzida, fundamentalmente, por uma descida do nível do mar relativo. A tectónica reforça-a apenas, localmente, uma vez que, lateralmente, ela passa a uma discordância críptica, ou seja, uma discordância difícil de reconhecer, mais ou menos, oculta o que é a característica principal das discordâncias na estratigrafia sequencial. No campo e nas linhas sísmicas, como ilustrado nesta tentativa de interpretação, uma discordância é sublinhada por uma superfície sísmica definida por biséis de agradação (flechas) dos sedimentos suprajacentes (da bacia cratónica) e por biséis somitais ou biséis superiores dos sedimentos subjacentes (da bacia de tipo rifte). Nesta tentativa de interpretação, provavelmente, os biséis de agradação são marinhos, uma vez que o ambiente sedimentar, na base da bacia cratónica, é de água profunda (a lâmina de água de deposição diminui à medida que a agradação ocorre). Na bacia de tipo rifte, as terminações dos reflectores que correspondem, mais ou menos, às interfaces sedimentares (linhas cronostratigráficas), contra a discordância são biséis superiores (ou somitais) por truncatura. Em geral, nas linhas sísmicas, não há nenhum reflector, que possa ser seguido em continuidade em associação com uma discordância, em particular com uma discordância reforçada pela tectónica (discordância angular) uma vez que o perfil de impedância acústica muda lateralmente. Nesta tentativa, o interpretador sublinhou em continuidade a superfície sísmica teórica definida pelas terminações dos reflectores que caracterizam a superfície de erosão que separa a bacia de tipo rifte da bacia cratónica. Dentro da bacia cratónica, a agradação pode ser calculada (em tempo) pelas terminações dos biséis de agradação. Ela é aqui, mais ou menos, de 2 segundos (t.w.t., tempo duplo), o que em profundidade corresponde, aproximadamente, a 2600 metros (para uma velocidade de intervalo de cerca de 2600 m/s). É por isso, que estes biséis de agradação são considerados biséis de agradação marinhos.

(*) O nível do mar pode ser absoluto (eustático) quando referenciado ao centro da Terra ou a um satélite, ou relativo ou local quando referenciado a um ponto qualquer da superfície terrestre, que pode ser o topo da crusta continental (base dos sedimentos) ou fundo do mar. Assim, não se pode confundir uma subida do nível do mar relativo com uma subida do nível do absoluto, uma vez que o nível do mar relativo é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático com a tectónica (levantamento ou subsidência).

Agradação Costeira ..........................................................................................................................................................................Coastal Aggradation

Aggradation côtière / Agradación costera / Küsten Verlandung / 沿海沉积 / Береговой намыв / Aggradazione costiera

Componente vertical dos biséis de agradação costeiros. A agradação costeira sublinha as variações do nível do mar relativo. Ela é positiva, quando o nível do mar relativo sobe e negativa quando o nível do mar relativo desce. Neste último caso, os biséis de agradação costeiros são deslocados para o largo e para baixo, podendo caracterizar condições geológicas de nível baixo do mar. Num ciclo sequência, salvo para os depósitos turbidíticos (depositados, na hipótese de Vail, durante uma descida do nível do mar relativo), uma subida do nível do mar relativo é necessária para que se depositem os cortejos sedimentares de nível alto (intervalo transgressivo, IT e prisma de nível alto, PNA) e o prisma de nível baixo, PNB (subgrupo dos cortejos sedimentares de nível baixo). Todos estes depósitos exibem um agradação costeira positiva. Num ciclo sequência, durante o depósito do intervalo transgressivo (IT), a taxa de subida do nível do mar relativo é em aceleração, ao passo que, durante o depósito do prisma de nível alto (PNA), ela é em desaceleração.

Ver: " Agradação "
&
" Bisel de Agradação "
&
" Cortejo Sedimentar

Figura 19 (Agradação Costeira) - Uma agradação costeira positiva ocorre durante os episódios transgressivos e regressivos de um ciclo sequência. Um aumento do espaço disponível para os sedimentos (acomodação) é necessário em ambos os casos. Nos episódios transgressivos, a taxa de aumento do espaço disponível é em aceleração, quer isto dizer que as ingressões marinhas são cada vez mais importantes (sectores da curva das variações do nível do mar relativo com uma geometria crescente e côncava) enquanto que nos episódios regressivos, ela é em desaceleração. As ingressões marinhas são cada vez mais pequenas (sectores da curva das varrições do nível do mar relativo com uma geometria crescente e convexa). Os sistemas de deposição turbidítica (cones submarinos de bacia e de bacia talude) depositam-se, segundo Vail, durante as descidas do nível do mar relativo (agradação costeira negativa), uma vez que dentro de um ciclo sequência, a jusante do rebordo continental, a lâmina de água é suficiente para permitir deposição. Nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de um detalhe uma linha sísmica do offshore do Labrador (Canadá), o qual é constituído por uma margem divergente de tipo Atlântico de idade Mesozóico-Cenozóico, que de depositou por cima de bacias de tipo rifte de idade Jurássico Tardio - Cretácico Inicial, tenha em linha de conta o ajuste isostático ou ajuste pós-glaciário (elevação das massas terrestres que foram pressionadas pelo enorme peso das calotas glaciárias e glaciares durante a última glaciação, mediante um processo conhecido como depressão isostasia). No ciclo sequência indicado, a agradação costeira é bem visível, no intervalo transgressivo (IT), o qual é caracterizado por uma geometria retrogradante. O episódio regressivo sobrejacente (prisma de nível alto, PNA) é caracterizado por uma geometria progradante. Um ciclo eustático de 3a ordem, cuja duração varia entre 0,5 e 3-5 My induziu o depósito de um ciclo sequência, o qual é limitado por duas discordâncias. O intervalo transgressivo (IT) está associado aos segmentos da curva do nível do mar relativo, ao redor do ponto de inflexão, e particularmente, ao segmento superior caracterizado por ter a 1a e 2a derivada positivas (sector da curva das variações do nível do mar relativo com uma geometria crescente e côncava), o que sugere uma subida do nível do mar relativo em aceleração (as ingressões marinhas são cada vez maiores ou, dito de outra maneira, uma taxa de criação de espaço disponível crescente). O episódio regressivo (PNA) está associado com o sector da curva do ciclo eustático que tem a 1a derivada positiva e 2a negativa (a função é crescente e convexa) ou seja, associado a subida do nível do mar relativo em desaceleração (as ingressões marinhas são cada vez mais pequenas ou a taxa de acomodação é cada vez mais pequena) O grupo de cortejos de nível baixo (CNB) deposita-se, principalmente, em associação com o segmento decrescente e côncavo da curva das variações do nível do mar relativo (descida em desaceleração). Num ciclo sequência é errado associar o intervalo transgressivo (IT) a uma subida do nível do mar relativo e o prisma de nível alto (PNA) a uma descida. Os cortejos sedimentares que formam estes subgrupos requerem sempre um aumento de espaço disponível para os sedimentos, o que implica uma subida do nível do mar relativo. O que varia é a taxa de subida (em aceleração durante o intervalo transgressivo e em desaceleração durante o prisma de nível alto). A discordância BUU (acrónimo de “Breakup Unconformity”), que separa a bacia de tipo rifte da margem divergente sobrejacente, enfatiza a ruptura da litosfera do supercontinente Pangeia. O intervalo sedimentar entre as discordâncias coloridas em azul, corresponde, provavelmente, a um ciclo sequência, uma vez que a diferença de idade entre as discordâncias é inferior a 3-5 My. Todavia, ele é incompleto, visto que o grupo de cortejos de nível baixo (CNB) está representado, unicamente, pelo subgrupo superior, isto é, pelo prisma de nível baixo (PNB). Os outros subgrupos, ou seja, os cones submarinos de bacia (CSB) e de talude (CST) não se depositaram nesta área. Dentro deste ciclo sequência, é fácil de constatar que a 1a superfície transgressiva (em verde tracejado) separa o prisma de nível baixo (PNB) do intervalo transgressivo (IT), assim como a superfície de base das progradações principais (em azul tracejado), separa o intervalo transgressivo (IT) do prisma de nível alto (PNA).

Agradação Costeira Negativa ................................................................................Downward Shift of Coastal Onlap

Aggradation côtière négative / Agradación costera negativa / Küsten Verlandung / 负海岸沉积 / Прибрежные аккумулятивные отрицательные / Aggradazione costiera negativa

Deslocamento para o mar e para baixo dos biséis de agradação costeiros. Um tal deslocamento, que é induzido por uma descida do nível do mar realtivo, pode pôr os biséis de agradação costeiros mais baixo do que a ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição ou mais baixo do que o rebordo da bacia. Só no segundo caso é que a plataforma continental e parte superior do talude continental são exumados (condições geológicas de nível baixo do mar). Em condições geológicas de nível alto, quando a bacia não tem plataforma, isto é durante a 2a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto (PNA), a ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição e o rebordo continental são, mais ou menos, coincidentes. Neste caso,, também. o rebordo continental é o rebordo da bacia. Quando a agradação costeira é negativa, em geral, forma-se uma superfície de erosão ou seja uma discordância que limita dois ciclos estratigráficos. Durante a formação de uma discordância não há deposição, excepto a dos sistemas turbidíticos na parte profunda da bacia. Na curva do espaço disponível durante um ciclo sequência, os segmentos durante os quais se depositam o prisma de nível baixo (PNB) e o intervalo transgressivo (IT) tem a 1a e a 2a derivada positivas (a função é crescente e tem uma geometria côncava ou, por outras palavras, a taxa de subida do nível do mar relativo em aceleração). O segmento durante o qual se deposita o prisma de alto nível (PNA) tem a 1a derivada positiva, mas a 2a derivada é negativa (a função é crescente e tem uma geometria convexa o que quer dizer que a taxa de subida do nível do mar relativo em desaceleração). A deposição ocorre durante o período de estabilidade do nível do mar relativo que segue cada um dos paraciclos eustáticos.

Ver: " Agradação "
&
" Discordância "
&
" Superfície de Deposição "

Figura 20 (Agradação Costeira Negativa) - Como ilustrado nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de um detalhe de uma linha sísmica do offshore da Nova Zelândia, nos intervalos sedimentares progradantes (a geometria dos dois intervalos inferiores é, principalmente agradante), os biséis de progradação são predominantes. Estes biséis estão associados a subidas do nível do mar relativo (*)(nível do mar local e referenciado a qualquer ponto da superfície terrestre, como por exemplo a base dos sedimentos ou do fundo do mar) em desaceleração, isto é, a ingressões marinhas cada vez mais pequenas que induzem regressões sedimentares cada vez mais importantes, uma vez que acarreio sedimentar aumenta. As reflexões inclinadas, em direcção do mar, terminam contra reflexões ou superfícies sísmicas sub-horizontais por biséis de progradação. Dentro de cada ciclo estratigráfico (esta tentativa não está calibrada em ciclos sequência), uma descida do nível do ma relativo induziu um deslocamento para a bacia (invasão continental negativa) e para baixo (agradação negativa) dos biséis de agradação costeiros. Quando um geocientista fala de uma subida ou descida do nível do mar relativo, ele não está a referir-se a eventos únicos, mas a uma série de ingressões marinhas sem descidas do nível do mar relativo entre elas, no primeiro caso, ou a uma série de descidas do nível do mar relativo (regressões marinhas) sem subidas entre elas, no segundo. Uma agradação costeira negativa sublinha uma discordância, ou seja, uma superfície de erosão na plataforma e na parte superior do talude continental que foram exumadas (visíveis na continuação Oeste desta linha). Esta exumação favoreceu o depósito dos sistemas turbidíticos, nas partes profundas da bacia, uma vez que o acarreio sedimentar aumenta de maneira significativa e o espaço disponível para os sedimentos diminui. Os depósitos profundos, em particular os cones submarinos de bacia (CSB), reconhecem-se, facilmente, no sector Este desta tentativa, debaixo da superfície de base das progradações dos prismas de nível baixo e alto (do mar). Desde que o nível do mar relativo começou a subir (início da deposição do prisma de baixo nível) a superfície de erosão é, pouco a pouco, fossilizada pelos biséis de agradação do prisma de nível baixo (PNB). Nesta tentativa de interpretação, os intervalos considerados (prismas e cones submarinos) não pertencem, certamente, a um único ciclo sequência, mas, provavelmente, a uma sobreposição de ciclos sequência incompletos, que formam um ciclo estratigráfico de hierarquia inferior (subciclo de invasão continental) depositado durante um ciclo eustático de 2a ordem. Teoricamente, se a diferença de idade entre as duas discordâncias (ou entre as suas paraconformidades correlativas em água profunda), que separam os intervalos sísmicos considerados, for superior a 3 - 5 My, esses intervalos não podem ser interpretados como ciclos sequência, mas como subciclos de invasão continental (se a diferença for inferior a 50 My). Um ciclo sequência está associado a um ciclo eustático de 3a ordem (duração entre 0,5 e 3-5 My), enquanto que um subciclo de invasão continental, que é composto por vários ciclos sequência, está associado a um ciclo eustático de 2a ordem (duração entre 5 e 50 My). Dentro de um ciclo eustático de 2a ordem podem reconhecer-se vários ciclos eustáticos de 3a ordem. Um ciclo de invasão continental é induzido por um ciclo eustático de 1a ordem (duração superior a 50 My) e composto de vários subciclos de invasão continental. Tendo em linha de conta a hierarquia dos ciclos estratigráficos e eustáticos, ao nível de um ciclo sequência (ciclo eustático de 3a ordem), as variações do nível do mar relativo são primordiais. Ao nível de um ciclo de invasão continental (ciclo eustático de 1a ordem), são as variações do nível do mar absoluto ou eustático que são as responsáveis da ciclicidade (**). Tendo em linha de conta que quando um geocientista fala do nível do mar ele está, em geral, a referir-se o nível do mar relativo. Assim, pode dizer-se que num ciclo sequência ou num subciclo de invasão continental, o espaço disponível para os sedimentos é, basicamente, dado pelas variações do nível do mar. Mas isto não é verdade num ciclo de invasão continental pós-Pangeia, uma vez que neste caso se trata do nível do mar absoluto ou eustático. Assim para evitar possíveis confusões especifique sempre de que nível do mar se trata: Em associação com uma subida do nível do mar eustático ou absoluto depositam-se transgressões sedimentares e em associação com uma descida do nível do mar eustático ou absoluto depositam-se regressões sedimentares.

(*) O nível do mar relativo é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático, que é global e referenciado ao centro da Terra ou a um satélite, e da tectónica (subsidência ou levantamento).

(**) O nível do mar absoluto ou eustático é função da: (i) Tectonicoeustasia (variação do volume das bacias oceânicas em associação com alastramento oceânico no seguimento da ruptura dos supercontinentes) ; (ii) Glacioeustasia (variação de volume de água dos oceanos função da quantidade de gelo, assumindo que a quantidade de água sob todas as suas formas é constante desde a formação da Terra, há cerca de 4,5 Ga) ; (iii) Geoidaleustasia (distribuição da água dos oceanos causada pelas variações do campo da gravidade terrestre e (iv) Aumento estérico do nível do mar ou dilatação.

Agradação Costeira Positiva................................................................................................Upward Shift of Coastal Onlap

Aggradation côtière négative / Agradación costera negativa / Negative Küsten Verlandung / 负海岸沉积 / Прибрежные аккумулятивные отрицательные / Aggradazione costiera negativa /

Quando a ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição (grosseiramente a linha da costa) se desloca para o mar e para cima. Quando a agradação costeira é positiva, o espaço disponível para os sedimentos (na plataforma e planície costeira) aumenta e, por conseguinte, uma parte ou a totalidade pode ser preenchido por sedimentos. Salvo para os sistemas turbidíticos, para haver deposição tem sempre que haver um agradação costeira positiva, isto é, criação ou aumento do espaço disponível para os sedimentos (aumento da lâmina de água). Dentro de um ciclo sequência, o aumento do espaço disponível pode ser em aceleração (prisma de nível baixo, PNB e intervalo transgressivo, IT) ou em desaceleração (prisma de nível alto, PNA). Durante a formação de uma discordância não há deposição, excepto a dos sistemas turbidíticos na parte profunda da bacia. Na curva do espaço disponível durante um ciclo sequência, os segmentos durante os quais se depositam o prisma de nível baixo (PNB) e o intervalo transgressivo (IT) tem a 1a e a 2a derivada positivas (a função é crescente e tem uma geometria côncava ou, por outras palavras, a taxa de subida do nível do mar relativo é em aceleração). O segmento durante o qual se deposita o prisma de alto nível (PNA) tem a 1a derivada positiva, mas a 2a derivada é negativa (a função é crescente e tem uma geometria convexa, o que quer dizer que a taxa de subida do nível do mar relativo é em desaceleração). A deposição ocorre durante o período de estabilidade do nível do mar relativo que segue cada um dos paraciclos eustáticos.

Ver: " Configuração progradante "

Alastramento Oceânico ...........................................................................................................................................................Sea Floor Spreading

Expansion océanique / Expansión oceánica / Ozeanbodenspreizung, Meeresgrund Verbreitung / 海底扩张 / Спрединг океанического дна / Espansione della crosta oceanica

Processo no qual o fundo oceânico se estende quando duas placas litosféricas se afastam uma da outra. À medida que as placas litosféricas se afastam, as rochas partem-se e uma depressão forma-se entre elas (rifte) por onde o material do manto chega à superfície (fundo do mar) criando assim nova crusta oceânica.

Ver: " Expansão oceânica "

Alimentação (da costa) .........................................................................................................................................Upward Shift of Coastal Onlap

Alimentation (de la côte) / Alimentación (de la costa) / (Küsten) Sammlung / 功率(海岸)/ Мощность (побережье) / Potenza (costa) /

Quantidade de material (sedimentos) trazido para a costa pelos agentes morfogénicos marinhos, eólicos e continentais, que contribuem para a manutenção ou para o crescimento das formas litorais. Todo o sedimento clástico prístino é proveniente do continente. As progradações sugerem o sentido do acarreio sedimentar regional. Em certos casos, como nas estruturas em “asas de gaivota” (em voo) dos cones submarinos de talude (CST), as progradações dos diques marginais naturais turbidíticos, indicam o sentido do acarreio sedimentar local (em geral perpendicular ao acarreio sedimentar regional). Não há sedimentos prístinos vindos mar. Quando a geometria de um intervalo sedimentar é retrogradante, como por exemplo, a das transgressões sedimentares (conjunto de ingressões marinhas cada vez mais importantes e regressões sedimentares cada vez mais pequenas) que formam o intervalo transgressivo (IT) de um ciclo sequência, os sedimentos vêm do continente. Eles são depositados em progradação durante os períodos de estabilidade do nível do mar relativo que ocorrem entre os paraciclos eustáticos. No campo e nos testemunhos de perfuração, todo intervalo sedimentar, dito transgressivo, exibe progradações que indicam um acarreio sedimentar do continente.

Ver: " Linha da costa "

Alocíclico (processo)....................................................................................................................................................................................................................................Allocyclic

Allocyclique / Alocíclico / Allocyclic / Allocyclic / Аллоциклический / Alociclico

Processo de deposição resultante das mudanças da fonte de energia ou do acarreio terrígeno num sistema sedimentar, no qual os eventos responsáveis (levantamento, subsidência, variações climáticas, variações do nível do mar relativo, etc.) são externos ao sistema sedimentar propriamente dito. Um mecanismo alocíclico contrasta com um mecanismo autocíclico, no qual os eventos responsáveis pertencem ao sistema de deposição, como, por exemplo, o deslocamento lateral dos depocentros deltaicos (efeito de pêndulo), o desvio ou avulsão das correntes turbidíticas, a formação de meandros, o depósito de barras de meandro, etc. Uma vez que o termo ciclo se refere a eventos recorrentes, que podem ser ou não periódicos, o mesmo se passa com os mecanismos alocíclicos e autocíclicos que podem ser periódicos ou não. Os blocos de construção da estratigrafia sequencial, isto é, os ciclos sequência são induzidos por mecanismos alocíclicos, mais ou menos, periódicos. A duração de cada ciclo eustático, que induz um ciclo sequência, varia entre 0,5 e 3-5 My.

Ver: " Deposição (carbonatos) "
&
" Ciclo de Milankovitch "
&
" Mudança do Nível do Mar Relativo "

Figura 21 (Alocíclico, mecanismo) - A fotografia no canto inferior esquerdo desta figura ilustra um afloramento dos calcários do Oligocénico /Miocénico da formação de Abrakurrie (Sul da Austrália), nos quais os eventos responsáveis dos processo de deposição são, principalmente externos ao sistema sedimentar propriamente dito. Isto é particularmente verdadeiro para os ciclos de sedimentação associados ao nível de acção das vagas, o qual, como ilustrado, define na plataforma, uma zona de deposição de carbonatos e uma zona de erosão com uma superfície de aplanamento (aplanação). O termo superfície de aplanamento é relativo a porções, mais ou menos, continentais caracterizadas por um relevo plano ou, suavemente, ondulado, modelado pela acção da erosão subaérea (acção das vagas) e que trunca, indistintamente, estruturas geológicas de natureza e resistência diferente. O nível da acção das vagas, ou seja, a profundidade da acção erosiva das ondas do mar, o qual varia em função do estado do mar (calmo, agitado ou muito agitado), é dependente do contexto geológico da bacia e das variações do nível do mar relativo. Os processos alocíclicos ocorrem, principalmente, em condições geológicas de alto nível do mar (quando dentro de um ciclo sequência, o nível do mar relativo, está acima do rebordo da bacia) e, particularmente, durante o depósito do subgrupo inferior do grupo de cortejos sedimentares de nível alto (CNA), ou seja, durante o intervalo transgressivo (IT). Num ciclo sequência, a quando da primeira inundação marinha, quer isto dizer, quando pela primeira vez o nível do mar relativo cobre a planície costeira do prisma de nível baixo, a linha da costa (mais ou menos, equivalente, nas linhas sísmicas, à ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição) desloca-se em direcção do continente. É o que se chama uma ingressão marinha (ou transgressão). O rebordo do prisma de nível baixo (PNB), passa a ser o novo rebordo da bacia, uma vez que se forma uma plataforma continental e assim um rebordo continental. Ao fim de cada paraciclo eustático, isto é, ao fim de cada ingressão marinha, as quais, durante o intervalo transgressivo são cada vez mais importantes e separadas por períodos, mais ou menos, longos, de estabilidade do nível do mar relativo, condições geológicas de fraca taxa de sedimentação (bacia subalimentada) tornam-se predominantes na parte distal da plataforma continental. Durante as regressões sedimentares, cada vez menos importantes, induzidas pelas ingressões marinhas, depositam-se, na parte distal da plataforma, unicamente, secções estratigráficas condensadas que, por vezes, são capeadas por uma superfície endurecida. Se o nível do mar é alto (lâmina de água importante), a profundidade de acção da vagas pode não atingir o fundo do mar e, nesse caso, a superfície endurecida, que capa, nas parte distal da bacia, a secção estratigráfica condensada, não é erodida. Ao contrário, como ilustrado nesta figura, se o nível do mar é baixo (pequena lâmina de água), não se pode excluir que a acção das vagas destrua, parcial ou totalmente, a superfície endurecida, assim como a secção estratigráfica condensada. Uma sucessão de ingressões marinhas em aceleração e regressões sedimentares cada vez mais pequenas pode criar, na parte distal da bacia, uma sobreposição vertical de secções estratigráficas condensadas limitadas por superfícies endurecidas, como ilustrado nesta figura. Depois da primeira ingressão marinha em aceleração, que cria ou aumenta o espaço disponível para os sedimentos, ocorre um período de estabilidade do nível do mar relativo, durante o qual os sedimentos se depositam. O acarreio sedimentar ou a formação de material carbonatado, obrigam a linha da costa a deslocar-se, pouco a pouco, para o mar, à medida que os sedimentos se depositam, até que o paraciclo eustático seguinte ocorra (sem descida do nível do mar relativo entre eles). Assim se forma o 1o paraciclo sequência do intervalo transgressivo (IT) ou seja, a primeira regressão sedimentar das transgressões (conjunto de ingressões marinhas cada vez mais importantes e das regressões cada vez mais pequenas associadas que, globalmente tem uma geometria retrogradante(*)). O paraciclo eustático seguinte desloca, outra vez, a linha da costa para o continente (nova ingressão marinha), aumentando a acomodação e a extensão espacial da plataforma exagerando, assim, as condições de bacia subalimentada, na parte distal da plataforma. Depois da nova ingressão marinha, começa outra vez a progradação da linha da costa para o mar, à medida que os sedimentos se depositam durante o novo período de estabilidade do nível do mar relativo , etc., etc. Por outras palavras, depois de cada paraciclo eustático deposita-se um paraciclo sequência.

(*) Foi C. Emiliani que, em 1991, denominou o conjunto de ingressões marinhas, cada vez mais importantes, e das regressões sedimentares, cada vez mais pequenas, associadas, que é caracterizado por uma geometria, globalmente, retrogradante, “transgressões” e não transgressão como muito geocientistas dizem. Isto quer dizer, que as transgressões sedimentares são, na realidade, uma sobreposição de regressões sedimentares cada vez mais pequenas.

Alóctone(material) .......................................................................................................................................................................Allochthone, Allothigenous

Allochtone / Alóctono / Allochthon / Allochtone / Аллохтон / Allocthono

Material que não teve origem no lugar onde se encontra. Este tipo de material é, particularmente, abundante nos depósitos turbidíticos, quer nos cones submarinos de talude (CST) ou nos cones submarinos de bacia (CSB). Unicamente, os sedimentos da camada pelágica (camada “E” na sequência de Bouma), dos cones submarinos de bacia se depositam “in situ“. Sinónimo de Alógeno e Alotígeno.

Ver: " Turbiditos "
&
" Halocinese "
&
" Subsidência Compensatória "

Figura 22 (Alóctone, material) - Nesta tentativa de interpretação geológica de uma autotraço de um detalhe de uma linha sísmica do offshore profundo do Golfo do México (EUA), é fácil distinguir o sal alóctone do sal autóctone. O sal autóctone, embora se tenha escoado lateralmente, está na posição estratigráfica original de deposição, enquanto que o sal alóctone não. Os dois horizontes salíferos comunicam por uma estrutura salífera vertical, mas, muitas vezes, eles estão separados por uma sutura ou soldadura salífera, mais ou menos, vertical. Pode haver vários níveis de alóctonia (origem estranha). Em determinadas bacias sedimentares com um importante intervalo salífero, existem domos salíferos (diápiros) de segunda e terceira geração. Domos salíferos enraizados num primeiro nível salífero alóctone (nível de 1a ordem) são domos ou diápiros de 2a geração. Domos salíferos enraizados num nível salífero alóctone de 2a ordem (enraizado num nível salífero alóctone de 1a ordem), são domos salíferos de 3a geração. Nesta tentativa de interpretação, a estrutura salífera que deformou, ligeiramente, o fundo do mar pode ser considerada, quer como um domo salífero de 1a ordem, uma vez que ela está enraizada no nível de sal autóctone, quer como um pequeno nível de sal alóctone. De qualquer maneira, desde que a parte superior de um domo de 1a ordem se escoa lateralmente, formando uma importante cornija salífera, como é o caso nesta tentativa de interpretação, o sal não está mais na sua posição estratigráfica original e tem que ser considerado como um nível de sal alóctone. Uma discordância, localmente, reforçada pela tectónica (discordância angular para certos geocientistas), divide o intervalo pós-salífero em dois grandes intervalos estratigráficos: (i) O intervalo superior (em amarelo nesta tentativa de interpretação) foi afectado, localmente, pelo regime tectónico extensivo (diapirismo) criado pelo escoamento vertical do sal, que é caracterizado por um σ1 vertical (eixo principal do elipsóide dos esforços efectivos, o qual é o resultado da combinação da pressão geostática σg, da pressão hidrostática ou pressão dos poros σp, e do vector tectónico, σt) e σ2 e σ3 horizontais e iguais ; (ii) O intervalo inferior, colorido em verde nesta tentativa de interpretação, foi encurtado por um regime compressivo (σ1 horizontal, mais ou menos, orientado Oeste-Este, σ2 horizontal e perpendicular ao σ1 e σ3 vertical) criado em resposta à extensão (alongamento sedimentar) que ocorreu a montante desta linha sísmica, ou seja, no offshore convencional (profundidade de água inferior a 200 metros) e no onshore. O encurtamento deste intervalo fez-se por dobras cilíndricas e falhas inversas (bem visíveis nesta tentativa), enquanto que o alongamento dos sedimentos do intervalo superior se fez, naturalmente por falhas normais. Todavia, as falhas normais não estão representadas nesta tentativa de interpretação, uma vez que o deslocamento vertical dos blocos falhados é inferior à resolução sísmica, que nesta linha é, mais ou menos, de 20-40 metros. De qualquer maneira, o geocientista encarregado da interpretação é obrigado de as tomar em linha de conta, uma vez que os sedimentos só podem ser alongados por falhas normais (não há outra maneira de alongar os sedimentos). Dentro do intervalo amarelo, a estrutura antiforma sobrejacente ao domo de salífero só se pode explicar por um alongamento sedimentar o qual só pode ser feito por falhas normais. Nesta tentativa de interpretação, assim como no autotraço, o levantamento da base do sal (assim como dos horizontes subjacentes), debaixo da estrutura salífera vertical, que liga o sal alóctone ao autóctone, corresponde a um artefacto ou engano sísmico. A velocidade das ondas sísmica, dentro do sal, é muito mais rápida do que através dos sedimentos, o que quer dizer que as ondas sísmica gastam menos tempo quando atravessam um intervalo sal para chegar a mesma profundidade. Numa versão em profundidade, bem processada, da linha sísmica original, a base do intervalo salífero é, mais ou menos, subhorizontal. Esta verdade de facto ou verdade empírica pode ser utilizada pelo geocientista para testar a tentativa de interpretação. Se a base do intervalo salífero ou da desarmonia tectónica associada é, mais ou menos, rectilínea (subhorizontal ou ligeiramente inclinada para a bacia), a base de todas as estruturas diapíricas salíferas deve, igualmente, obedecer a esta conjectura. Assim, tendo em linha de conta esta conjectura, aquilo que, muita vezes, é interpretado com um domo salífero, grosseiramente, cilíndrico transforma-se numa gota de sal, mais ou menos, desconectada do nível horizonte salífero autóctone. O que quer dizer, que nesta tentativa de interpretação não é impossível que o sal alóctone esteja desconectado do sal autóctone.

Alogénico(processo)....................................................................................................................................................................................................Allogenic (process)

Allogénique (processus) / Alogénico (proceso) / Allogener (Prozess) / 自旋回(碳酸盐岩)/ Аллогенных (процесс) / Allogenico (processo) /

Processo ou mecanismo que não faz parte do próprio sistema sedimentar, como, o tamanho, a forma do canal, ou a formação dos meandros, etc., num sistema fluvial..

Ver: " Autociclo "

Alongamento (rifting, riftização).............................................................................................................................................................................Lengthening

Allongement (rifting) / Alargamiento (rifting) / Verlängerung / 延长 / Удлинение / Estensione (rifting) /

Segunda fase tectonicoestratigráfica do ciclo de Wilson, na qual há formação de bacias do tipo rifte (em geral demigrabens com vergência oposta de cada lado da anomalia térmica central). As fases tectonicoestratigráficas de um ciclo de Wilson são : (i) Cratão Continental Estável ; (2) Anomalia Térmica (ponto quente) e Alongamento (riftização ou seja, extensão) ; (3) Ruptura da Litosfera, com criação de nova crusta oceânica e formação de duas margens divergentes ; (4) Expansão ou Alastramento Oceânico, que, pouco a pouco, transforma as margens divergentes jovens em margens velhas, devido ao arrefecimento e aumento de densidade da crusta oceânica ; (5) Subducção, desde que a densidade da crusta oceânica é muito grande, ela parte-se em duas porções e uma delas mergulha sob a outra criando uma margem convergente, com formação de um arco vulcânico e levantamento de uma cadeia de montanhas na placa litosférica cavalgante ; (6) Colisão Margem Divergente / Arco Vulcânico e formação de uma cadeia de montanhas ; (7) Peneplanização e nova subducção da crusta oceânica com a margem gémea criando outra margem convergente ; (8) Colisão Continente / Continente e fecho do oceano formado entre as duas margens divergentes iniciais e (9) Formação de um novo cratão continental estável.

Ver: " Ciclo de Wilson "

Alostratigrafia..................................................................................................................................................................................................................Allostratigraphy

Allostratigraphie / Aloestratigrafia / Allostratigraphy / Allostratigraphy / Аллостратиграфия / Allostratigrafia

Estudo das rochas sedimentares definidas e identificadas a partir das desconformidades que as limitam e que podem ser cartografadas. A alostratigrafia permite a cartografia das rochas sedimentares na base do tempo de deposição (cortejos sedimentares na estratigrafia sequencial). Praticamente, sinónimo de Estratigrafia Sequencial.

Ver: " Estratigrafia Sequencial "
&
" Discordância "
&
" Cortejo Sedimentar "

Figura 23 (Alostratigrafia) - Nesta figura estão representadas duas tentativas de interpretação geológica de um corte geológico. Embora a ausência da escala vertical e horizontal, não permita uma interpretação geológica plausível, na medida em toda a interpretação geológica de um corte geológico ou de uma linha sísmica é, dependente, entre outras coisa, da escala, pode dizer-se que a tentativa superior é alostratigráfica. Ela é baseada nas discordâncias e na biostratigrafia. Isto quer dizer que os diferentes pacotes sedimentares foram individualizados pelas superfícies de erosão que os delimitam. Na estratigrafia sequencial, as superfícies de erosão são, supostamente, induzidas por descidas significativas do nível do mar relativo (resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar global referenciado ao centro da Terra ou a um satélite, e da tectónica) que deslocaram para a bacia e para baixo os biséis de agradação costeiros. Um tal deslocamento é o resultado da exumação da plataforma continental (se a bacia tinha uma plataforma) e a parte superior do talude continental. Depois, da identificação dessas superfícies de erosão, que os geocientistas chamam discordâncias, elas foram datadas pela biostratigrafia, ou seja, pelos fósseis encontrados em cada um dos diferentes pacotes sedimentares, uma vez que elas correspondem, em termos geológicos, a linhas tempo. Neste caso particular, o geocientista cartografou, também, dentro de cada pacote sedimentar (ciclo estratigráfico), os diferentes sistemas de deposição, quer isto dizer, as diferentes fácies ou litologias, que os compõem. A tentativa de interpretação inferior não é em tempo, mas em fácies (litologia e ambiente sedimentar). O geocientista limitou-se a identificar e cartografar as diferentes litologias (fácies), que de montante para jusante correspondem, provavelmente, a: (i) Siltitos e argilitos (coloridas em castanho escuro) ; (ii) Siltitos (rosa claro); (iii) Areias finas (em amarelo) e (iv) Argilitos profundos (em castanho claro). Se a escala vertical for da ordem de dezenas ou centenas de metros, o mais provável é que as linhas cronostratigráficas correspondam a progradações deltaicas e que os seus diferentes segmentos correspondam, de montante para jusante, à planície deltaica e frente de delta (camadas deltaica sub-horizontais superiores), prodelta (camadas deltaicas inclinadas para o mar) e base do prodelta (camadas deltaicas sub-horizontais inferiores). Todavia, se a escala vertical for da ordem de centenas a milhares de metros, as linhas cronostratigráficas sublinham progradações continentais e os seus diferentes segmentos, de montante para jusante, correspondem à planície costeira / plataforma continental, talude continente e planície abissal. É neste sentido, que muitos geocientistas dizem que a interpretação geológica e, em particular, a interpretação geológica das linhas sísmicas é dependente da escala. Na prática, isto quer dizer que uma linha sísmica sem localização e sem as escalas (horizontal e vertical) é, impossível de interpretar de maneira correcta e, consequentemente, difícil de refutar. A tentativa de interpretação superior é a mais exaustiva do que a inferior. O geocientista que a interpretou não só pôs em evidência as litologias, mas também as linhas tempo principais (discordâncias) que individualizam os diferentes pacotes sedimentares, o que permite propor uma explicação da ciclicidade dos depósitos, o que não é o caso da interpretação inferior, que é, puramente, litostratigráfica. Para determinar a idade das discordâncias, o geocientista teve que reconhecer dentro de cada pacote sedimentar os ciclos sequência e, dentro destes, os cortejos sedimentares (associações laterais de sistemas de deposição síncronos e geneticamente ligados), particularmente, os cones submarinos de bacia (CSB). A idade de uma discordância corresponde à idade da descida do nível do mar relativo que a originou, à qual corresponde, mais ou menos, à idade do mais pequeno hiato (por sem deposição), entre os dois ciclos estratigráficos (eventualmente ciclos sequência) separados pela discordância. A idade do mais pequeno hiato é, praticamente, a idade dos cones submarinos de bacia depositados durante a descida do nível do mar relativo. Todavia, como dentro os cones submarinos de bacia (CSB), a fauna é toda transporta, unicamente, a fauna das camadas pelágicas (nível ou camada E na nomenclatura de Bouma), que separam as camadas turbidíticas, permite uma datação relativa difícil de refutar, uma vez que, em termos geológicos, o tempo de deposição de uma camada turbidítica (níveis A, B, C e D de Bouma) é instantâneo. Resumindo: a alostratigrafia baseia-se na cartografia das discordâncias (superfícies de erosão induzidas por descidas significativas do nível do mar relativo) e na biostratigrafia, enquanto que a litostratigrafia baseia-se na litologia sem ter em conta a biostratigrafia, a qual ordena as unidades litológicas em função dos fósseis que elas contém.Nesta figura estão representadas duas tentativas de interpretações geológica de um corte geológico. A tentativa superior é alostratigráfica, uma vez que ela é baseada nas discordâncias e na biostratigrafia. Isto quer dizer que os diferentes pacotes sedimentares foram individualizados pelas superfícies de erosão que os delimitam. Evidentemente, que essas superfícies de erosão foram criadas por descidas relativas do nível do mar que deslocaram para a bacia e para baixo os biséis de agradação costeiros. Depois, cada uma dessas superfícies de erosão, que os geocientistas chamam discordâncias, foi datada, uma vez que elas correspondem a linhas tempo (em termos geológicos) pela biostratigrafia, isto é, pelos fósseis encontrados em cada um dos diferentes pacotes sedimentares. Neste caso particular, o geocientista também cartografou, dentro de cada pacote sedimentar, os diferentes sistemas de deposição, quer isto dizer, as diferentes fácies ou litologias. A tentativa de interpretação inferior não é em tempo, mas sim em fácies. O interpretador limitou-se a identificar e cartografar as diferentes litologias (fácies), que de montante para jusante correspondem, provavelmente, a: (i) Areias grosseiras e, mesmo, calhaus ; (ii) Siltitos e argilas ; (iii) Areias finas e (iv) Argilas (profundos ou deltaicas função da escala vertical). A tentativa superior é a mais exaustiva, uma vez que o interpretador não só pôs em evidência as litologias, mas também as linhas tempo principais (discordâncias) que individualizam os diferentes pacotes sedimentares, explicando assim a ciclicidade dos depósitos, o que não é o caso da interpretação, puramente, litostratigráfica. Para determinar a idade das discordâncias, o interpretador teve que reconhecer dentro de cada pacote os cortejos sedimentares e, em particular, os cones submarinos da bacia. Não esqueça que a idade de uma discordância corresponde à idade da descida relativa do nível do mar, à qual corresponde à idade do hiato (sem deposição) mais pequeno, isto é, à idade dos cones submarinos de bacia depositados durante a descida relativa do nível do mar.

Altitude Elipsoidal........................................................................................................................................................................................................Elipsoid Heigh

Hauteur ellipsoïde / Altura del elipsoide / Ellipsoid Höhe / 椭圆高度 / Эллипсоид высота / Altezza ellissoide /

Distância vertical de um ponto da superfície terrestre em relação a um elipsóide de referência.

Ver: " Nível do Mar Geodésico "

Altitude Geodésica (diferença geoidal)...................................................................................................................................................Geoid Heigh

Hauteur du géoïde / Altura del geoide / Geoid Höhe/ 大地水准面高度 / геоида высота / Altezza del geoide /

Diferença entre a altitude ortométrica e a altitude elipsoidal, ou seja a diferença entre o geóide e o elipsóide.

Ver: " Nível do Mar Geodésico "

Altitude Ortométrica................................................................................................................................................................................Ortometric Heigh

Hauteur orthométrique / Altura ortométrica / Orthometrische Höhe / 正交高度 / Ортометрическая высота / Altezza ortometrica /

Distância vertical de um ponto da superfície terrestre em relação a um geóide de referência.

Ver: " Nível do Mar Geodésico "

Aluvial (intervalo)....................................................................................................................................................................................................................................................Alluvial

Alluvial / Aluvial (intervalo) / Alluvialen / 冲积 / Аллювиальный (намывной) / Alluvionale /

Intervalo sedimentar composto, em geral, de aluvião depositado por uma corrente ou curso de água numa planície aluvial. Na estratigrafia sequencial, consideram-se dois tipos de depósitos aluviais: (i) Os depósitos aluviais fluviais, que são depositados entre a ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição e a linha de baía (primeira ruptura de inclinação, rio a acima, da superfície de deposição) e (ii) Os depósitos aluviais propriamente ditos, que se depositam a montante da linha de baía (limite a montante do prisma costeiro de Posamentier e Vail). Na estratigrafia sequencial, os depósitos fluviais, nos quais as variações do nível do mar relativo não têm, praticamente, nenhuma influência directa no sistema de deposição, depositam a montante da linha da baía.Intervalo sedimentar composto, em geral, de aluvião e que é depositado por um curso de água numa planície aluvial. Na estratigrafia sequencial, os depósitos aluviais são os intervalos sedimentares depositados a montante da linha de baía, o que quer dizer que a influência das variações do nível do mar (relativas ou não) é miníma ou nula.

Ver: " Linha de Baía "
&
" Delta tipo-Gilbert "
&
" Ambiente de Deposição "

Figura 24 (Aluvial, intervalo) - O termo aluvial, que vem do latim “alluvius” e que quer dizer "lavar de novo" não se aplica aos depósitos subaquáticos depositados no mar, estuários, lagos ou lagoas. Os sedimentos de um aluvião são calibrados ou semicalibrados. Eles depositam-se, em geral, na base do talude de uma montanha, no leito de uma corrente, na planície de inundação ou num delta. A morfologia dos depósitos aluviais é a mesma que a dos cones (ou leques) não marinhos. Os aluviões são, sobretudo, abundantes a montante da linha de baía, a qual, na estratigrafia sequencial, separa os depósitos fluviais (a montante) dos depósitos costeiros (a jusante). A linha de baía enfatiza o limite a montante do prisma costeiro, o qual inclui depósitos fluviais e de água pouco profunda. Ela pode deslocar-se rio acima quando a progradação da linha da costa é acompanhada de agradação. A linha de baía corresponde à primeira ruptura de inclinação de uma superfície de deposição, a partir da qual uma corrente deixa de erodir, para começar sobretudo a depositar. No perfil de equilíbrio provisório de um rio, a linha de baía corresponde ao ponto de inflexão a partir do qual a corrente atinge um equilíbrio provisório. Evidentemente, que a posição da linha de baía muda com a posição da linha da costa. Uma descida do nível do mar relativo, que desloque, para a bacia, a foz das correntes, rompe o perfil de equilíbrio provisório dos rios e, por conseguinte, a linha de baía desloca-se para jusante, enquanto que os cursos de água cavam os seus leitos para atingirem um novo perfil de equilíbrio provisório. Todavia, sobre este assunto não há consenso. Para certos geocientistas, não é a linha de baía que marca o equilíbrio das correntes, mas a linha da costa (desembocadura dos rios). Não se deve confundir o perfil de equilíbrio de uma corrente com o ponto de equilíbrio de uma margem, o qual corresponde ao ponto em que a subsidência e a variação do nível do mar absoluto ou eustático se compensam. Em certos casos, contudo, o ponto de equilíbrio pode coincidir com a linha da baía. Quando o nível do mar relativo sobe ou desce, o ponto de equilíbrio desloca-se para o continente ou para o mar. Muitos aluviões podem ter um valor económico, uma vez que eles podem contém minérios como ouro, platina, diamantes e toda uma série de pedras, mais ou menos, preciosas. Os termos aluvial e aluvião devem ser evitados quanto possível uma vez que eles, tendo significados muito largos podem dar origem a confusões. Para muitos geocientistas, aluvião é um depósito de sedimentos clásticos (areia, cascalho ou lama) formado por um sistema fluvial no leito e nas margens da drenagem, incluindo as planícies de inundação e as áreas deltaicas, com material mais fino extravasado dos canais nas cheias. Contudo, os sedimentos clásticos depositados em zonas estuarinas e, para alguns geocientistas, os sedimentos terrígenos trabalhados directamente por ondas nas zonas costeiras marinhas ou lacustrinas também são considerados aluviões. Por outro lado, aluvião pode ser sinónimo de inundação ou de enxurrada. Aluvião e inundação são, actualmente, utilizado com o mesmo significado. Todavia, o termo aluvião refere-se, exclusivamente, a um evento meteorológico, enquanto inundação se aplica, a qualquer aporte de água, mesmo de origem antrópica, e nem sempre com um sentido catastrófico. Os aluviões podem ser catastróficos, quando causadas por condições atmosféricas que provocam chuvas torrenciais durante períodos de tempo longos. Eles são fenómenos, particularmente, devastadores e perigosos (pessoas, animais e bens), como os ocorridos na ilha da Madeira em 1803 e em 20 de fevereiro de 2010. Eles fazem, actualmente, parte da lista de calamidades naturais. Nesta figura está ilustrado o cone aluvial de Leuk, localizado no vale do Ródano, no cantão do Valais (Suíça), cerca de uma dezena que quilómetros a NE da cidade de Sierre. Este cone aluvial é, perfeitamente, associado aos escoamentos gravitários dos horizontes da cré ou giz(*) dos Alpes do Valais, entre o Schwarzhorn (pico ou corno negro) e o vale do Ródano. Como é bem visível nesta imagem, actualmente, a torrente “Graben” separa o leque aluvial em dois sectores. A aldeia de Leuk (Loesch) localiza-se no sector Este do leque que, ao contrário do sector Oeste, é, altamente, cultivado e habitado.

(*) Rocha sedimentar porosa que uma variedade de calcário branco constituído essencialmente por carbonato de cálcio sob a forma de calcite, que se forma em condições de águas, relativamente, profundas a partir da acumulação gradual de minúsculas placas de calcite (cocólitos) largadas por micro-organismos chamados cocolitóforos.

Ambiente de Cintura Carbonatada................................................................................................Carbonate Facies Belt

Ceinture carbonatée (milieu) / Faja Carbonática / Karbonat-Fazies Gürtel / 碳酸岩相带 / Зона карбонатных фаций / Cintura carbonato (ambiente) /

Cada um dos meios naturais de deposição dos carbonatos numa plataforma carbonatada de água pouco profunda, independentemente do tempo e contexto geológico. No modelo de plataforma carbonatada de Wilson (1975), melhorado por vários geocientistas, encontram-se, praticamente, todos os ambientes sedimentares que se podem observar numa cintura carbonatada : (i) Bacia ; (ii) Plataforma de Mar Aberto ; (iii) Bordo de Plataforma Profunda ; (iv) Talude Externo ; (v) Recifes de Bordo e Plataforma ; (vi) Zona de Deflação ; (vii) Laguna de Plataforma com circulação Aberta ; (vii) Plataforma de Circulação Restrita e Planície de Maré ; (ix) Evaporitos em Sabkhas Salinas

Ver: " Ambiente de Deposição"
&
" Deposição (carbonatos)"
&
" Sedimentação de Carbonatos (princípios) "

Figura 25 (Ambiente, de cintura carbonatada) - Nesta esquema, tirado de Schlager (1991), estão resumidos os principais ambientes encontrados numa cintura carbonatada: (i) Bacia ; (ii) Plataforma de Mar Aberto ; (iii) Bordo da Plataforma Profunda ; (iv) Talude Externo ; (v) Recifes do Bordo da Plataforma ; (vi) Zona de Deflação das Areias Carbonatadas ; (vii) Laguna de Plataforma com Circulação Aberta ; (viii) Plataforma de Circulação Restrita Planície de Maré ; (ix) Evaporitos em Sabkhas Salinas. A bacia (1) e a plataforma de mar aberto (2) formam cinturas largas, assim como a laguna de plataforma com circulação aberta (7), a plataforma de circulação restrita e planície de maré (8) e os evaporitos em sabkhas salinas (9). O rebordo da plataforma profunda (3), o talude externo (4), os recifes do rebordo da plataforma (5) e a zona de deflação de areias (6) formam cinturas muito estreitas. As microfácies e os corpos sedimentares de cada ambiente estão indicados. No ambiente talude externo, os principais corpos sedimentares são, principalmente, blocos no talude, preenchimentos de cavidades e montículos de talude, enquanto que os principais microfácies são bioclastos, litoclastos, microbrechas, conglomerados litoclásticos, “grainstones” (na classificação de Dunham, grainstones são rochas sedimentares carbonatas formadas por grãos que não contêm micrite; os espaços entre os grãos são preenchidos com cimento) e “packstones” bioclásticos ( rocha de calcária formada por grãos bioclásticos com uma matriz de micrite), recifes rudíticos, etc. Da mesma maneira no ambiente laguna de plataforma com circulação aberta, os corpos sedimentares principais são: (i) Deltas de maré ; (ii) Lagunas ; (iii) Montículos de plataforma ; (iv) Tapetes de algas em colunas ; (v) Preenchimentos de canais e barras de maré por areias carbonatadas, etc. Neste ambiente, os microfácies mais comuns são: micrites com conchas, “wackestones” bioclásticos (rochas de calcárias suportado por matriz que contém mais de 10% de aloquímicos numa matriz de micrite, lama de carbonato), micrites com grãos revestidos, pelsparite (calcário contendo menos de 25% de intraclastos e oólitos, com uma proporção de volume entre pelóides (*), e fósseis maior do que 3 para 1, e com o cimento de calcite-esparite mais abundante do que a matriz micrítica), micrites com grapestone concoidal (um conjunto de grãos de tamanho de areia, como oólitos ou pelóides, mantidos juntos por cimentação rápida logo após a deposição e encontrados, muitas vezes, como intraclastos dentro de calcários), foraminíferos, grainstones dasycladásico, ou seja, com com Dasycladáceas (algas verdes unicelulares cujo talo é protegido por uma camada calcária), etc. Este modelo não diz nada sobre a diferenciação dos ambientes da cintura carbonatada induzidos pela direcção do vento. Os ambientes sedimentares desenvolvem assimetrias em resposta à direcção do vento dominante. A plataforma de barlavento (do lado de onde o vento sopra) e de sotavento (lado oposto àquele donde sopra o vento) têm morfologias e fácies diferentes (litologias e fauna associada), as quais, por vezes, são bem marcadas nas linhas sísmicas de boa qualidade. No estudo das plataformas carbonatadas é necessário ter sempre em conta que: (i) Os carbonatos são, sobretudo, de origem orgânica ; (ii) Os carbonatos constroem estruturas resistentes à acção das vagas e (iii) Os carbonatos sofrem uma alteração diagenética importante. É por isso, que Schlager (1991) diz: (a) Os sedimentos carbonatados não são feito, "nascem", o que quer dizer, que os carbonatos são o resultado de uma actividade orgânica num ambiente marinho, onde a luz solar e nutrientes dissolvidos são disponíveis ; (b) As plataformas constroem aureolas resistentes à acção erosiva das vagas e flancos resistentes aos deslizamentos ; (c) As aureolas das plataformas carbonatadas são construídas por uma estrutura orgânica com uma carsificação muito rápida e os flancos são estabilizados pela carsificação do fundo do mar ; (d) A mineralogia muda depois da deposição, uma vez, que os carbonatos de água pouco profunda são formados, principalmente, por aragonite (polimorfo estável a alta temperatura e pressão do carbonato de cálcio, com traços de estrôncio, chumbo e zinco, cujos cristais podem atingir até 30 cm, e que se encontra, essencialmente, nos depósitos sedimentares e nos basaltos), calcite rica em magnésio e protodolomite (carbonato de cálciomagnésio cristalino com uma estrutura desordenada na qual os iões metálicos ocorrer nas mesmas camadas cristalográficas e não em camadas alternadas, como na dolomite), que depois da deposição se estabilizam em calcite ou se transformam em dolomite.

(*) Pelóides são produtos naturais formados por uma mistura de água salgada e matérias orgânicas ou inorgânicas resultantes de processos biológicos e/ou geológicos.

Ambiente de Deposição.....................................................................................................................................Depositional Environment

Milieu sédimentaire/ Ambiente sedimentario / Sedimentary Umwelt / 沉积环境 / Осадочная среда / Ambiente sedimentario

Condições (meios naturais) nas quais os sedimentos se depositam. Os ambientes de deposição descrevem as combinações dos processos físicos, químicos e biológicos associados com o depósito de um tipo de sedimento particular e, por conseguinte, das rochas que eles formarão depois da litificação. Os ambientes de deposição são muito variados. e encontram-se desde as partes profundas dos oceanos até aos recifes e corais e, mesmo, até aos lagos glaciares das altas montanhas.

Ver : « Ambiente Sedimentar »
&
« Deposição (carbonatos) »
&
« Sedimentação de Carbonatos (princípios) »

Figura 26 (Ambiente de Deposição) - Nesta figura estão ilustrados corpos sedimentares depositados em diferentes ambientes de deposição que se caracterizam pela morfologia, energia de escoamento dos fluidos (água, vento, correntes de turbidez, etc.), actividade biológica, abundância des várias substâncias químicas e clima: (i) Depósitos de Talude, os quais, em geral, devido à erosão, são, raramente, conservados nos registos geológicos ; (ii) Cones ou Leques Aluviais, que se formam, geralmente, na base de certas formas topográficas, sobretudo quando a ruptura do declive é bem marcada que, em geral, são localizados a montante da linha de baía de Posamentier e Vail ; (iii) Depósitos de Laguna, geralmente, muito argilosos e que quando ricos em matéria orgânica e enterrados suficientemente, para que a matéria orgânica atinja a maturação, podem ser magníficas rochas-mãe (rochas produtoras de hidrocarbonetos) ; (iv) Depósitos de “Playa”, ou seja, de uma área sem de vegetação, mais ou menos, plana na parte mais baixa de uma bacia desértica não drenada, quer isto dizer, de um local onde durante os períodos de chuva se formam lagos efémeros, sustentado por argilitos estratificados, lodo e areia, e frequentemente, sais solúveis (estes depósitos são, por vezes, ricos em evaporitos que se formam quando os lago secam) ; (v) Depósitos de Rios Entrelaçados, caracterizados por uma granulometria significativa e por se depositarem ao longo de vários canais que se ramificam e fusionam de maneira, mais ou menos, aleatória (em certas condições estes depósitos podem ser considerados como rochas-reservatório de petróleo ou gás) ; (vi) Depósitos de Meandro, formados, principalmente, por areia que se deposita ao longo de rios com meandros que, contrariamente, aos rios entrelaçados, têm um único canal que serpenteia na planície de inundação depositando barras de meandro e formando lagos de meandro abandonado ; (vii) Dunas de Areia Eólica, que necessitam um acarreio sedimentar constante de areia e vento para se formarem ; (viii) Depósitos Deltaicos, que se depositam nos deltas, os quais se formam quando os rios descarregam em corpos de água importantes, como, um oceano ou lago ; (ix) Depósitos Pantanosos, ou seja, sedimentos depositados numa camada de água estagnada e rasa na qual cresce uma vegetação aquática e que, na maioria das vezes, ocupa, num vale a parte abandonada pelas águas de um rio, como antigos meandros e leitos que antes eram muito largos e que se reduziram devido a uma redução do caudal do rio ; (x) Restingas ou Cabedelos, constituídos por depósitos arenosos ácidos (areias que captaram poluentes químicos durante a viagem de um lugar para outro, como ácido sulfúrico e nítrico), pobres em nutrientes, mais ou menos paralelos à linha da costa, de forma geralmente alongada, produzida por processos de sedimentação, onde se encontram diferentes comunidades que recebem a influência marinha) as restingas podem ter uma cobertura vegetal adaptada a condições secas pobres em nutrientes ; (xi) Praias, que são formações geológicas compostas por partículas soltas de minerais ou de rochas na forma de areia, cascalho, seixo ou calhaus ao longo da costa, onde se podem pôr em evidência duas áreas importantes : a) Zona de Rebentação, que é a parte da praia onde as ondas arrebentam ou se quebram e b) Zona de Espraiado ou Estrão, que é a parte da praia varrida, periodicamente, pelas vagas e localizada entre preiamar e baixamar ; (xii) Recifes que, grosseiramente, se podem definir como barras rochosa, da areia carbonata, coral ou do material similar, que em geral, se encontram sob a superfície da água, mas dentro da zona fótica, podendo aflorar durante as baixamar. A estes ambientes juntam-se os ambientes marinhos da plataforma continental e, particularmente, os ambientes de água profunda, onde se depositam os sistemas turbidíticos (cones submarinos de bacia e de talude) todas as vezes que o nível do mar relativo desce, suficientemente, para exumar a plataforma continental (se a bacia tinha uma plataforma) e a parte superior do talude continental. O nível do mar relativo é o nível do mar referenciado, localmente, a um ponto, que pode ser, por exemplo, o topo da crusta continental (base dos sedimentos) ou o fundo do mar e que é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático (nível do mar global, referenciado ao centro da Terra ou a uma satélite) e da tectónica (levantamento e subsidência).

(*) A linha de baía enfatiza o limite a montante do prisma costeiro, o qual inclui depósitos fluviais e de água pouco profunda. Ela pode deslocar-se rio acima quando a progradação da linha da costa é acompanhada de agradação. A linha de baía corresponde à primeira ruptura de inclinação de uma superfície de deposição, a partir da qual uma corrente deixa de erodir, para começar sobretudo a depositar. No perfil de equilíbrio provisório de um rio, a linha de baía corresponde ao ponto de inflexão a partir do qual a corrente atinge um equilíbrio provisório. A posição da linha de baía muda com a posição da linha da costa.

(**) O levantamento dos sedimentos pode ser o resultado de um encurtamento induzido por um regime tectónico compressivo ou o resultado de um alongamento induzido por um regime tectónico en extensão, por vezes, local, como é o caso de durante a ascensão de um diápiro de sal.

Ambiente Sedimentar............................................................................................................................................Sedimentary Environment

Milieu de fácies de dépôt / Ambiente de depositación / Ablagerungsraum / 沉积环境 / Условия осадконакопления / Ambiente deposizionale

Área, geograficamente mais ou menos, circunscrita, na qual os sedimentos são depositados e preservados. Um ambiente sedimentar é caracterizado pela: (i) Morfologia da área ; (ii) Clima ; (ii) Energia das correntes de água ; (iv) Energia do vento ; (v) Actividade biológica e (vi) Abundância relativa das várias substâncias químicas. Muitas vezes sinónimo de Ambiente de Deposição.

Ver: « Fisiográfica (província) »
&
« Deposição (carbonatos) »
&
« Sedimentação de Carbonatos (princípios) »

Figura 27 (Ambiente Sedimentar) - Como ilustrado neste esquema, as rochas sedimentares podem formar-se em vários ambientes sedimentares, os quais podem ser continentais (não marinhos) ou marinhos. Os ambientes marinhos podem ser de água pouco profunda (plataforma) ou de água profunda (a jusante do rebordo continental, o qual pode ou não coincidir com o rebordo da bacia ou com a linha da costa). Os ambientes sedimentares costeiros ou de transição são, por convenção, considerados não marinhos (depósitos parálicos). Os ambientes fluviais para Posamentier e Vail (1988) são localizados a montante da linha de baía (primeira ruptura, a partir do continente, de inclinação de uma superfície de deposição), uma vez que eles consideram que a deposição deltaica ocorre quando uma corrente encontra um corpo de água, mais ou menos, imóvel, e que a sua velocidade diminui instantaneamente. O conceito de linha de baía foi definido pelos geocientistas da EPR (“Exploration Production Research” da Exxon) assumindo que: (a) A planície costeira forma-se por processos de progradação do fundo do mar, mais do que por exumação ; (b) Os sedimentos que se acumulam na planície costeira, durante a progradação da linha da costa, fazem parte do prisma costeiro, o qual inclui depósitos fluviais e de água pouco profunda ; (c) O prisma costeiro tem a forma de cunha e prolonga-se para o continente por biséis de agradação sobre a topografia pré-existente ; (d) O limite a montante do prisma costeiro é a linha da baía, que pode deslocar-se rio acima quando a progradação da linha da costa é acompanhada de agradação (progradações sigmóides). Assim, a linha de baía é o limite entre a planície costeira e a planície aluvial. A montante da linha da baía, as variações relativas do nível do mar não têm, praticamente, nenhuma influência nos sistemas de deposição. Todavia, segundo certos geocientistas, o encontro de uma corrente como um rio com um corpo de água, quase, imóvel, o qual controla o perfil de equilíbrio provisório das correntes, ocorre na embocadura do rio, isto é, na cabeça dos deltas e não na linha de baía. É por isso, que quando se fala do perfil de equilíbrio provisório de um rio, é importante especificar se o perfil é em relação à linha de baía (posição de Vail) ou à linha da costa (posição de Miall). Em todos os casos, três processos geológicos estão sempre presentes em todos os ambientes sedimentares: (i) Transporte ; (ii) Deposição e (iii) Diagénese (conjunto das modificações química e físicas sofridas pelos sedimentos desde a deposição até à consolidação e transformação em rochas). No caso das rochas sedimentares clásticas, pode dizer-se que: (A) Os sedimentos são transportados, quer por deslizamento ao longo dos taludes (continentais ou deltaicos) e vertentes das montanhas, quer pelo vento, quer por correntes fluviais ou marinhas, quer por correntes de turbidez ; (B) A distância à qual um sedimento é transportado e a energia do meio de transporte, deixam indícios preciosos do modo de transporte nos depósitos ; (C) Os sedimentos são depositados quando a energia do meio de transporte é tão fraca, que ela não pode continuar o processo do transporte, o que quer dizer, que os sedimentos tombam para o fundo e depositam-se ; (D) O depósito final reflecte a energia do meio de transporte ; (E) O primeiro estágio da diagénese, que como dito antes é o processo que transforma os sedimentos numa rocha, é a compactação, que ocorre à medida, que o peso dos sedimentos sobrejacentes aumenta ; (F) A compactação força os grãos a apertar-se uns contra os outros, reduzindo o espaço entre os poros, eliminando uma quantidade de água importante ; (G) A água de formação ou água intersticial pode conter minerais em solução, que, mais tarde, precipitam no espaço intergranular como novos minerais, o que causa uma cimentação à medida que os grãos se soldam uns contra os outros ; (H) A subsidência (afundamento ou descida do fundo de uma bacia sedimentar) e a continuação do processo de deposição aumentam o enterramento, o que intensifica a compactação e a recristalização de outros minerais que tornam a rocha cada vez mais compacta e mais dura. Cada rocha sedimentar se compacta de maneira diferente. Os arenitos compactam-se menos do que argilitos. As diferenças de compactação das rochas, que formam os blocos falhados, deformam a geometria dos planos de falha, o que é utilizado pelos geocientistas para fazer predições litológicas nas tentativas de interpretação das linhas sísmicas (um plano de falha normal posterior a compactação, por exemplo, é menos inclinado em justaposição a uma rocha mais compactável do falhado inferior, ou seja, do muro da falha).

(*) Água que ocorre naturalmente dentro dos poros da rocha. A água dos fluidos introduzidos numa formação através de perfuração ou outras interferências, tais como lama e água do mar, não faz parte da água de formação. Água de formação ou água intersticial, pode não ter sido a água presente quando a rocha foi, originalmente, formada. A água conata é a água presa nos poros de uma rocha durante a sua formação, a qual ser chamada água fóssil.

 


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Ultima actualização : Junho, 2017