Prodelta..............................................................................................................................................................................................................................................................................Prodelta

Prodelta / Prodelta / Prodelta / 前三角洲 / Продельта / Prodelta /

Parte do delta que está debaixo da profundidade efectiva da erosão das vagas (em mar calmo). O prodelta é localizado para além da frente de delta e inclina para a parte profunda da bacia na qual o delta prograda e onde os sedimentos clásticos, transportados pela corrente, não são mais preponderantes.

Ver: « Cortejo Sedimentar »
&
« Delta »
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« Planície Deltaica »

Figura 544 (Prodelta) - Um delta é um depósito sedimentar, mais ou menos, sub-horizontal, localizado na embocadura de um rios e que tem, em geral, uma morfologia triangular ou em forma de leque. Um delta é atravessado por numerosos rios distributivos que, por vezes, se estendem ao de lá da costa. Quando a desembocadura de um rio é num lago, formam-se deltas lacustres, os quais são tão frequentes como os deltas marinhos. Um delta resulta da acumulação do acarreio sedimentar transportado por uma corrente, que não é removido pelos marés, ondas ou correntes marinhas. Três ambientes sedimentares principais podem reconhecer-se num delta: (i) Planície Deltaica, que é a parte superior do delta, onde se depositam as camadas superiores, mais ou menos, horizontais e que termina na frente do delta, que é a parte proximal do delta onde se depositam os sedimentos arenosos ; (ii) Prodelta, que é a parte do delta que, em geral está debaixo da acção erosiva das vagas e onde se depositam as canadas inclinadas ou frontais e (iii) Base do Prodelta, onde se depositam as camadas horizontais inferiores, quando elas existem, e onde se podem depositar cones turbidíticos proximais. É importante não confundir um delta com um edifício deltaico, o que é muito frequente, na interpretação geológica das linhas sísmicas. Da da mesma maneira que um arranha-céus é a sobreposição vertical de um conjunto de andares cuja altura média é 2,40 m, um edifício deltaico é a sobreposição, mais ou menos, vertical de deltas, cuja espessura média varia entre 30 e 60 metros (isto quer dizer que ma maioria dos casos a espessura de um delta é inferior a resolução sísmica). A espessura de um edifício deltaico pode ultrapassar 5-10 km, enquanto, que a espessura de um delta raramente ultrapassa 60 metros. Um prodelta ou talude deltaico não se pode confundir com um talude continental, embora, em certos casos, quando a bacia não tem plataforma continental, a parte superior do talude continental possa ser formada por um talude deltaico. Assim, nesta figura não está ilustrado um delta, mas sim um edifício deltaico. Um delta é formado pela associação lateral de vários sistemas de depósito ou fácies, quer isto dizer, por diferentes litologias com uma fauna, mais ou menos característica, depositadas em ambientes sedimentares, mais ou menos típicos. Por outras palavras, um delta é um cortejo sedimentar, no qual do continente para o mar, ao longo do qual se reconhecem-se, em geral, as seguintes fácies: (i) Siltitos de planície deltaica ; (ii) Arenitos de frente de delta ; (iii) Argilitos de prodelta e (iv) Argilito com ou sem areia da base do prodelta, Todos estas fácies ou sistemas de deposição são síncronos e geneticamente ligados, embora em casos particulares as camadas superiores e inferiores possam estar ausentes, o que não é o caso das camadas inclinadas do prodelta. Um delta é induzido por um paraciclo eustático, isto é, por uma subida do nível do mar relativo, que não é outra coisa que ingressão marinha, que deslocando a linha da costa para o continente, aumenta o espaço disponível para os sedimentos (acomodação). Este espaço disponível, assim formado, é preenchido durante o período de estabilidade do nível do mar relativo que ocorre depois de um paraciclo eustático (não há descidas do mar relativo entre os paraciclos eustáticos), à medida que a linha da costa se desloca para o mar. Os preenchimentos do espaço disponível, ou seja, a deposição faz-se, em geral por progradações sigmoides (quando as camadas horizontais superiores e inferiores do delta são presentes) ou por progradações oblíquas (quando unicamente as camadas inclinadas do delta se depositaram). Todavia, todos os casos intermediários são possíveis. Na estratigrafia sequência feita a partir de observações de campo, ao nível de um ciclo sequência, pode dizer-se que um delta é um paraciclo ciclo sequência, induzido por um paraciclo eustático, quer num contexto de ingressões marinhas em aceleração (ingressões marinhas cada vez mais importante), ou seja, em associação com um intervalo transgressivo (IT), quer num contexto de ingressões marinhas em desaceleração, ou seja, em associação com o prisma de nível alto (PNA) ou de nível baixo (PNB). Na sismostratigrafia, tendo em linha de conta a resolução sísmica, a maior parte das vezes, um paraciclo sequência vários cortejos sedimentares (vários deltas, neste caso particular) e é por isso, que os geocientistas que trabalham com os dados sísmicos consideram subgrupos e grupos de cortejos sedimentares e não unicamente cortejos sedimentares com os geocientistas que trabalham no campo.

Produção Orgânica (carbonatos).............................................................Organic production, Carbonate function

Carbonate function / Production organique / Producción orgánica (carbonatos) / Ökologische Produktion (Carbonate) / 有机生产(碳酸盐岩)/ Органическое производство (карбонаты) / Produzione organica (carbonati) /

Produção de material carbonatado em função da profundidade de água. Sinónimo de Curva de Produção de Carbonatos.

Ver: « Modelo de Deposição (carbonatos) »
&
« Recife »
&
« Variação do Nível do Mar Relativo »

Figura 545 (Produção Orgânica, carbonatos) - Segundo W. Schlager (*), a luz é, indiscutivelmente, o factor mais importante na precipitação de carbonato dos esqueletos devido à predominância dos organismos fotoautotrófico na produção de carbonato, pelo menos no Cenozóico. A fotossíntese é um processo complexo e apenas parcialmente compreendido. A reação básica pode ser simplificada como CO2 + H2O + energia solar ---- HCHO + O2, onde HCHO representa uma simples fórmula sumária da matéria orgânica. Esta reacção ilustra, claramente, a ligação entre a fotossíntese e a química dos carbonatos. A fotossíntese extrai CO2 da água do mar, aumentando assim a sua saturação em carbonato o que facilita a precipitação de carbonato mineral. Para os próprios organismos, a precipitação de CO3Ca tem a vantagem adicional de que os iões Ca2 + potencialmente deletérios (nocivos à saúde) podem ser removidos do sistema e um esqueleto protector pode ser construído. A relação entre a fixação de carbonato nos esqueletos, fotossíntese e luz explica o aumento da produção de carbonato esquelético com ambientes tropicais de profundidade de água. Acima do nível do mar, a produção de carbonatos cai rapidamente para zero nas zonas supramareais e se torna negativa na maioria dos ambientes terrestres à medida que o material carbonato se dissolve na água da chuva e nos solos ácidos. Neste exemplo, a curva de produção de carbonato sugere uma produção máxima sob 3-10 metros de lâmina de água. A produção de algas termina cerca de 35-40 metros e a produção é, praticamente, nula, abaixo de 60-70 metros. Esta curva de produção entra em linha de conta com a intensidade da luz do Sol que penetra na água e a sua forma depende, principalmente, da profundidade da zona fótica e da zona de saturação da luz. A penetração da luz segue uma simples diminuição exponencial com a profundidade de água. A curva de produção orgânica é uma função hiperbólica dependente da intensidade da luz. A produção orgânica é, relativamente, importante sob uma fraca lâmina de água, quer isto dizer, na zona de saturação da luz, onde a luz não é um factor de crescimento, mas a produção diminui, rapidamente. com a profundidade de água. É a curva de produção orgânica que cria a grande diferença entre as plataformas continentais siliciclásticas e as plataformas carbonatadas. Numa plataforma continental siliciclástica, normalmente, o acarreio terrígeno é abundante e, largamente, dependente da posição do ponto de equilíbrio (ponto da margem no qual o espaço disponível para os sedimentos, induzido pela tectónica e pela eustasia (variações do nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar global referenciado ao centro da Terra ou a um satélite) se compensam, o que quer dizer, que no ponto de equilíbrio não há variação do nível do mar relativo. À medida que o nível do mar relativo sobe ou desce, o ponto de equilíbrio desloca-se, respectivamente, para o continente ou para o mar. A montante do ponto de equilíbrio, o espaço disponível para os sedimentos diminui e há erosão, enquanto que a jusante o espaço disponível aumenta e, por conseguinte, há deposição. Numa plataforma carbonatadas e, em particular, nas plataformas orlados (ou aureoladas), nas quais o acarreio sedimentar é, praticamente, ausente, os depósitos de moderada a alta energia depositam-se próximo da linha da costa (função da largura e profundidade da laguna), mas as areias carbonatadas de alta energia e recifes formam-se por construção orgânica e litificação síncrona da sedimentação, longe da linha da costa (margem externa e abrupta da laguna). Numa plataforma siliciclástica a lâmina de água aumenta, mais ou menos, regularmente até ao ruptura de declive que marca o início do talude continental, enquanto que numa plataforma carbonatada orlada, devido a curva de produção orgânica, a lâmina de água entre a linha da costa e a ruptura do declive (que pode ser coincidente com o rebordo da bacia) é, mais ou menos, constante e função da profundidade da laguna. O perfil das plataformas siliciclásticas está em equilíbrio com a profundidade de acção das ondas, o que não é o caso nas plataforma orlados, uma vez que as construções orgânicas resistem à acção das ondas. Por outro lado, uma plataforma carbonatada, raramente, corresponde a uma plataforma continental.

(*) Wolfgang Schlager, 2007- Carbonate Sedimentology and Sequence Stratigraphy, SEPM Concepts in Sedimentology and Paleontology ≠8

Profundidade de Compensação (carbonatos)............................................................................Compensation depth

Profondeur de compensation (carbonates) / Profundidad de compensación (carbonatos) / Carbonate Entschädigung Tiefe / 补偿深度 / Компенсационная глубина (карбонаты) / Profondità di compensazione (carbonati) /

Profundidade da água abaixo da qual o carbonato de cálcio, produzido no oceano, é dissolvido completamente. Profundidade abaixo da qual não há nenhuma deposição do carbonato de cálcio.

Ver: « Sedimentação de Carbonatos »
&
«Estratificação (da água) »
&
« Modelo de Deposição (carbonatos) »

Figura 546 (Profundidade de Compensação PCC, carbonatos) - Debaixo da profundidade de compensação dos carbonatos (PCC), a taxa de aporte do carbonato de cálcio (calcite e aragonite) e taxa de dissolução compensam-se, quer isto dizer, que nenhum carbonato de cálcio se deposita. O carbonato de cálcio é, praticamente, insolúvel nos níveis superficiais da água do mar. As conchas do plâncton (*) calcário que tombam nas água profundas estão, praticamente, intactas até atingirem a lisoclina (termo utilizado na geologia para indicar a profundidade de água do mar a partir da qual a taxa de dissolução da calcite aumenta drasticamente). Quando elas atingem a profundidade de compensação do carbonato de cálcio, todo o carbonato de cálcio se dissolve. O plâncton e sedimentos calcários só se encontram na coluna de água acima da profundidade de compensação. Se o fundo do mar estiver acima da profundidade de compensação do carbonato de cálcio (PCC acrónimo de profundidade de compensação do carbonato), os sedimentos do fundo do mar podem ser sedimentos calcários. Se o fundo do mar estiver mais baixo do que a profundidade de compensação, todas as conchas calcárias são dissolvidas antes de atingirem o fundo. A solubilidade do carbonato de cálcio depende da temperatura, pressão, composição química da água e quantidade dióxido de carbono (CO2) dissolvida na água. O carbonato de cálcio dissolve-se mais, facilmente, a baixas temperatura e altas pressões. O esquema ilustrado nesta figura mostra que a morfologia do fundo oceânico e da dorsal médio oceânica controlam, parcialmente, a natureza dos sedimentos que aí se depositarão. Quando a crusta oceânica está acima da profundidade de compensação do carbonato (PCC), a maioria dos sedimentos depositados é de natureza orgânica (vasas orgânicas). Quando a crusta oceânica atinge maiores profundidades, unicamente, sedimentos detríticos terrígenos se depositam no fundo oceânico (finos níveis de argilitos abissais). À medida que a crusta oceânica arrefece, ela fica mais pesada e afunda-se mais. Esta subsidência combinada com a eustasia (variações do nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar, global, referenciado ao centro da t^Terra ou a um satélite) faz variar o espaço disponível para os sedimentos, o que permite a deposição dos prismas sedimentar nas margens das bacia oceânicas, os quais são posterior às bacias de tipo rife, que se formaram e foram preenchidas antes ruptura da litosfera do supercontinente associado. Um prisma sedimentar de idade Mesozóico / Cenozóico corresponde ao ciclo estratigráfico de invasão continental pós-Pangeia, o qual se depositou em associação com segundo ciclo eustático de 1a ordem do Fanerozóico. Um tal ciclo eustático tem uma duração superior a 50 milhões de anos e é induzido pelas variações de volume das bacias oceânicas criadas pela dispersão (alastramento oceânico) e aglutinação dos continentes (formação de um supercontinente), assumindo que a quantidade de água sob todas as suas formas é constante desde a formação da Terra há cerca de 4,5 Ga. Sobre este assunto pode ler-se em http://www.ebah.com.br/ content/ABAAAANHMAJ/a-analise-sedimentar-conhecimentos-dos-sistemas-marinhos?part=5, “Há uma permuta constante de CO2 entre a atmosfera e a hidrosfera. Nas regiões ricas em fitoplâncton (zonas húmidas) o excesso de CO2 é libertado para a atmosfera, enquanto que nas zonas áridas o CO2 é removido da atmosfera pelas águas oceânicas. Globalmente, e principalmente devido à actividade biológica, o CO2 é removido do oceano, sob forma de carbonatos, que são incorporados nos sedimentos marinhos. O zoneamento vertical da sedimentação pelágica carbonatada foi observada pela primeira vez durante a expedição do Challenger (1872 a 1876). Efectivamente, solubilidade do CaCO3 aumenta com o acréscimo da pressão (aumento a profundidade) e o decréscimo da temperatura e da salinidade. A água oceânica fica, progressivamente, menos saturada em carbonatos à medida que a profundidade aumenta. A profundidades de 2000 a 4000 metros a água está subsaturada. Na parte superficial do oceano, as isolinhas de saturação estão directamente relacionadas com as condições hidroquímicas e têm, em geral, traçado sinuoso, o qual se vai suavizando à medida que a profundidade aumenta. No Atlântico, a isolinha de 100% de saturação localiza-se a profundidades da ordem de 4000m (no Pacífico é de apenas 2000m), tornando-se progressivamente menos profunda para norte e para sul,. Fora da zona de sedimentação carbonatada, isto é, a norte e a sul de 60º de latitude, a isolinha de 100% de saturação em calcite atinge a superfície. As diferenças entre os oceanos, no que se refere à sedimentação carbonatada (e consequente dissolução das partículas), estão relacionadas com características da circulação. No hemisfério norte, onde os continentes tornam mais complexa a circulação, estas diferenças são maiores, sendo muito pequenas no chamado oceano austral, onde as perturbações causadas na circulação pelas massas continentais são mínimas.”

(*) O plâncton é formado por organismos uni ou pluricelulares, em sua grande maioria microscópica, que flutuam com pouca capacidade de locomoção nos oceanos e mares, na superfície de águas salobras, doces ou lagos. Alguns invertebrados, as medusas e o krill são exemplos de plâncton macroscópicos.

Profundidade de Fricção (correntes de superfície)...............................................................................................Depth friction

Profondeur de friction / Profundidad de fricción (movimento de Eckman) / Tiefe Reibung / 摩擦的深度 / Глубина трения / Profondità d’attrito /

Ponto de inversão do vector velocidade. Quando o vento sopra numa determinada direcção, as corrente de superfície, devido ao efeito de Coriolis, são desviadas 45° (para a direita no hemisfério Norte e para a esquerda no hemisfério Sul). Por outro lado, o vector velocidade é cada vez mais desviado, à medida que a profundidade aumenta, até que ele se oriente na direcção oposta à do vento (profundidade de fricção).

Ver: « Movimento de Ekman »

Progradação ......................................................................................................................................................................................................................................Progradation

Progradation / Progradación / Progradation / 前积 / Проградация / Progradazione /

Sobreposição lateral das unidades sedimentares que se produz quando o acarreio sedimentar excede a taxa de subida do mar relativo, o que obriga os sedimentos a depositarem-se em direcção do mar. Deslocamento para o mar (exterior) e, em geral, para cima (posição mais elevada, agradação), da linha da costa ou do rebordo da bacia, devido à deposição dos sedimentos transportados pelos rios, acumulação de material litoral devido às ondas, correntes costeiras ou construções orgânicas.

Ver: « Acomodação »
&
« Inclinação Deposicional »
&
« Ruptura (superfície de deposição) »

Figura 547 (Progradação) - Nesta tentativa de interpretação de um auto traço de uma linha sísmica do offshore de Moçambique, é necessário não esquecer que a variação lateral, muito rápida, da profundidade de água, cria um artefacto sísmico importante. Os segmentos distais dos reflectores, localizados a Este do rebordo continental actual, numa versão profundidade, são, provavelmente, menos profundos do que os segmentos cronostratigráficos da parte Oeste, uma vez que as ondas sísmicas gastam menos tempo a atravessar a lâmina de água do que a coluna sedimentar. Efectivamente, na versão profundidade desta linha, à qual nós tivemos acesso, os reflectores localizados a jusante do rebordo continental são muito menos inclinados em direcção do mar. Pode mesmo dizer-se dizer que os horizontes profundos desta margem divergente inclinam para o continente, onde a subsidência foi mais importante e onde se localizam os depocentros (lugares de máxima deposição, onde unidade estratigráfica considerada tem a maior espessura). Um dos grandes erros que nós constatamos, até recentemente, em muitas companhias petrolíferas, é o facto de considerarem que o substrato das margens continentais divergentes, que elas sejam do tipo Atlântico ou não, inclina para o mar, o que é na maior parte das vezes um erro com consequências, por vezes dramáticas, nas pesquisa dos sistemas petrolíferas. Obviamente, este erro é o resultado de uma abordagem científica indutiva, sem critica, na qual os geocientistas esquecem, muitas vezes, que as linhas sísmica são, não só, perfis em tempo e não perfis em profundidade mas. também. simples aproximações da realidade geológica. Como disse P. Bak há uma grande diferença entre “Beeing and Observing”. Em praticamente todos offshores, o substrato da margem inclina em direção do continente, mas como a lâmina de água aumenta para o mar, em num perfil em tempo, a sua inclinação pode ser invertida. Dois intervalos sedimentares são, facilmente, reconhecidos nesta tentativa de interpretação: (i) Um intervalo agradante, no qual a configuração dos reflectores é, mais ou menos, paralela e (ii) Um intervalo progradante no qual a geometria dos reflectores é sigmóide. O intervalo inferior corresponde a fase transgressiva do ciclo de invasão continental pós-Pangeia, enquanto que o intervalo superior progradante corresponde a fase regressiva do mesmo ciclo estratigráfico. Estes dois intervalos estão separados por uma superfície de base das progradações (linha tracejada colorida em violeta). No intervalo progradante dois subintervalos podem ser considerados. No subintervalo inferior, a geometria dos paraciclos sequências, limitados entre duas cronostratigráficas consecutivas, é mal definida: a linha sísmica não é, suficientemente, longa e a tentativa de interpretação não está calibrada em tempo geológico. Ao contrário, a geometria sigmóide dos paraciclos ou ciclos sequência (tudo depende da idade das linhas cronostratigráfica consecutivas) do subintervalo superior, é perfeitamente definida. A geometria sigmóide é característica da grande maioria dos ciclos ou paraciclos sequência do subintervalo superior, definidos pelas linhas cronostratigráficas, que os geocientista chamam progradações, sobretudo, quando elas tem a forma de um S às avessas e, mais ou menos, esticado. Neste subintervalo, tendo em linha de conta a escala vertical (tempo duplo), a ruptura superior de inclinação de cada reflector corresponde ao rebordo continental e a ruptura inferior ao limite entre o talude continental e planície abissal. Assim, pode dizer-se, que neste subintervalo, com o tempo, o rebordo continental deslocou-se, pouco a pouco, para o mar e para cima, como sublinhado pelo círculos brancos. No subintervalo inferior o deslocamento para o mar (progradação) parece mais importante do que o deslocamento vertical (agradação), enquanto que no subintervalo superior, embora o deslocamento para o mar seja preponderante, o deslocamento vertical (agradação) é muito mais significativo do que no subintervalo inferior. Na parte inferior de cada um dos subintervalos da fase regressiva do ciclo de invasão continental pós-Pangeia, as condições geológicas parecem de nível baixo, uma vez que os sedimentos parecem ter-se depositado mais baixo que o rebordo da bacia. Todavia, uma observação mais atentiva mostra que que a grande ruptura de inclinação dos horizontes sísmicos corresponde, provavelmente, ao artefacto sísmico induzido pela abrupta mudança da profundidade de água. Isto quer dizer que numa versão em profundidade desta linha sísmica, a geometria e as relações geométricas entre os reflectores seria muito diferente, o que obriga, numa primeira fase das tentativas de interpretação, os geocientistas a considerar as relações geométricas entre os reflectores como aparentes sobretudo a Este do rebordo da plataforma actual.

Progradação Agradante..............................................................................................................................................................................Aggradational

Progradation aggradante / Progradación agradante / Progradation aggradante (mit Verlandungszonen) / 加积前积 / Намывное несогласное регрессивное налегание / Progradazione aggradante /

Quando a agradação (construção vertical) é significativa embora, quase, sempre inferior ao deslocamento para o mar da ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição (mais ou menos a linha da costa) ou rebordo da bacia (que podem, por vezes coincidir, quando a bacia não tem plataforma continental).

Ver: « Inclinação Deposicional »
&
« Progradação »
&
« Ruptura (superfície de deposição) »

Figura 548 (Progradação Agradante) - Nos intervalos estratigráficos superiores das margens continentais divergentes pós-Pangeia, os episódios regressivos são, predominantes, como ilustrado nesta tentativa de interpretação de um autotraço de um detalhe de uma linha sísmica do offshore da Austrália. Tais episódios regressivos exibem, geralmente, uma geometria progradante, com os biséis de progradação distantes orientados no sentido do acarreio sedimentar. Globalmente, nesta tentativa de interpretação, os intervalos progradantes ou regressivos, uma vez que os depósitos costeiros se deslocam para o mar e para cima, são associados com uma descida do nível do mar absoluto ou eustático (*) que é o nível do mar global referenciado ao centro da Terra ou a um satélite, a qual não deve ser confundida com o uma descida do nível do relativo (**) ) que começou no Cenomaniano / Turoniano. Esta descida do nível do mar absoluto começou, efectivamente, a partir da superfície da base das progradações maiores, cuja idade é de 91,5 Ma. De facto, assumindo que o volume de água sob todas as formas (sólido, líquido e gasosos) é constante desde a formação da Terra há cerca de 4,5 Ga, a partir do Cenomaniano / Turoniano, o volume das bacias oceânicas pós-Pangeia começou a aumentar, devido a diminuição de volume das dorsais oceânicas e à sumição da crusta oceânica densa e fria ao longo das zonas de subducção de tipo B (zonas de subducção de Benioff -Wadati, em homenagem aos sismólogos Hugo Benioff e Kiyoo Wadati)), o que, necessariamente, produziu uma contínua descida do nível do mar absoluto. Individualmente, cada intervalo progradante, particularmente, dentro dos ciclos sequência (ciclos estratigráficos induzidos por ciclos eustáticos de 3a ordem, cuja duração varia entre 0,5 My e 3-5-My), que formam os subciclos de invasão continental (limitados entre duas discordâncias cuja diferença de idade varia entre 3-5 My e 50 My) está associado a uma subida do nível do mar relativo em desaceleração (provavelmente em associação com mudanças da velocidade da subsidência tectónica, que é a subsidência total ou seja, espessura dos sedimentos mais a profundidade de água, diminuída do efeito da compensação isostática, devido a sobrecarga sedimentar e aumentada do efeito da compactação). Ao contrário, a subida do nível do mar relativo, durante intervalo transgressivo, é em aceleração (as ingressões marinhas são cada vez mais importantes e as regressões sedimentares cada vez mais pequenas). Como é fácil de constatar nesta tentativa de interpretação, cada incremento de subida do nível do mar relativo, que desloca a linha da costa para o continente, é seguido por um período de estabilidade do nível do mar relativo, durante o qual a deposição ocorre, o que implica um deslocamento da linha da costa para o mar que enfatiza o rebordo da bacia, o qual coincide com o rebordo continental, uma vez que a bacia (ao nível do ciclo sequência) tem uma plataforma continental. Durante a maior parte dos intervalos regressivos a bacia não tem plataforma, o rebordo da bacia desloca-se para o mar (progradação), mas também para cima (agradação). A agradação do rebordo da bacia (que neste caso coincide, mais ou menos, com a linha da costa) nunca atinge a amplitude do deslocamento horizontal em direcção do mar. Se a agradação é superior à resolução sísmica, as progradações agradantes são bem visíveis e a agradação, facilmente, calculada. São estas progradações que exibem a geometria sigmóide típica. Mais as progradações são agradantes mais a geometria das linhas cronostratigráficas se parece com a geometria de um S às avessas estirado. Este tipo de progradações contrasta com as progradações oblíquas, nas quais a agradação é, praticamente, nula ou inferior à resolução sísmica.

(*) O nível do mar absoluto ou eustático é função da : (i) Tectonicoeustasia que é controlada pela variação do volume das bacias oceânicas em associação com alastramento oceânico no seguimento da ruptura dos supercontinentes ; (ii) Glacioeustasia, que é controlada pela variação de volume de água dos oceanos função da quantidade de gelo (assumindo que a quantidade de água sob todas as suas formas é constante desde a formação da Terra, há cerca de 4,5 Ga) ; (iii) Geoidaleustasia que é controlada pela distribuição da água dos oceanos causada pelas variações do campo da gravidade terrestre (onde a gravidade é mais forte que o valor normal, o nível do mar é atirado para o centro da Terra) e (iv) Aumento estérico do nível do mar ou dilatação térmica dos oceanos, que é controlo pelo aumento da temperatura dos oceanos ( se a temperatura aumenta, a densidade da água diminui e, para uma massa constante, o volume aumenta).

(**) O nível do mar relativo é o nível do mar local referenciado a qualquer ponto fixo da superfície terrestre, quer seja, por exemplo a base dos sedimentos (topo da crusta continental) ou o fundo do mar e que é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático e da tectónica (subsidência quando os regimes em extensão são predominantes ou levantamento, quando os regimes tectónicos compressivos são predominantes).

Progradação Oblíqua...........................................................................................................................................................................................Oblique offlap

Progradation oblique / Progradación oblícua / Oblique Progradation / 斜前积 / Наклонное несогласное регрессивное налегание / Progradazione oblique /

Quando agradação é nula ou debaixo da resolução sísmica, o que quer dizer, que o deslocamento para o mar da linha da costa (ruptura costeira da inclinação da superfície de deposição) ou do rebordo da bacia (as quais podem coincidir) é, praticamente, horizontal.

Ver: « Inclinação Deposicional »
&
« Progradação »
&
« Ruptura (superfície de deposição) »

Figura 549 (Progradação Oblíqua) - Num padrão de progradações oblíquas paralelas, como ilustrado neste esboço de tentativa de interpretação geológica de um autotraço de um detalhe de uma linha sísmica do Mar Negro, as linhas cronostratigráficas, que separam os intervalos sedimentares, quer eles sejam paraciclos sequência, ciclos sequência (raramente subciclos de invasão continental), têm uma geometria inclinada e rectilínea. As terminações superiores das linhas cronostratigráficas, que marcam quer as sucessivas posições da linha da costa, quer os sucessivos rebordos da bacia (se a bacia tem uma plataforma continental), são abruptas e estão todas ao longo do mesmo plano. Provavelmente, isto quer dizer, que durante a deposição, o nível do mar relativo era estável (nem subia nem descida) e que as rupturas de inclinação da superfície de deposição se deslocavam, unicamente, para o mar sem nenhuma agradação, uma vez que uma agradação implica uma subida do nível do mar relativo (*) ao nível dos ciclo sequência e do nível do mar absoluto ou eustático, ao nível dos subciclos e, sobretudo, ao nível dos ciclos de invasão continental). Assim, pode dizer-se que uma configuração progradante oblíqua, ao nível de um ciclo sequência, implica as seguintes condições de deposição: (i) Um acarreio terrígeno importante ; (ii) Uma subsidência pequena ou nula ; (iii) Um nível do mar relativo, mais ou menos, constante ; (iv) Uma zona de trânsito sedimentar ou de erosão na parte superior (a montante) da superfície de deposição e (v) Um ambiente sedimentar de alta energia. Numa linha sísmica, antes de se considerar se um intervalo progradante tem um configuração oblíqua ou agradante, o geocientista encarregado da interpretação tem de decidir se os biséis somitais (terminações superiores das reflexões ou planos de estratificação) são biséis somitais de sem deposição ou de erosão o que, geologicamente, significa duas coisas, totalmente, diferentes. No primeiro caso, a configuração interna é, verdadeiramente, progradante oblíqua, visto a montante e acima do bisel existe uma zona de trânsito sedimentar e que toda a deposição se faz por deposição lateral para o mar sem agradação. A mesma geometria final, pode ser obtida a partir da deposição de um intervalo progradante constituído por progradações agradantes ou seja pro progradações sigmóides, o qual, em seguida, é, parcialmente, erodido devido a uma descida significativa do nível do mar relativo que pôs o nível do mar mais baixo que o rebordo da bacia, criando assim uma superfície de erosão, isto é, uma discordância. Neste esboço de tentativa interpretação no qual um intervalo exibe uma configuração interna oblíqua paralela, várias coisas tem que ser tomadas em linha de conta: (i) A linha sísmica original é em tempo (duplo) ; (ii) À escala vertical é em décimas de segundo, o que quer dizer, que a linha sísmica é, provavelmente, um registro sísmico de alta resolução (fontes sonoras “boomer”), muito exagerado verticalmente ; (iii) As variações laterais da lâmina de água, particularmente na extremidade Este do autotraço, que modificam, consideravelmente, a inclinação dos reflectores dos intervalos sobrejacentes à anomalia sedimentar (enfatizada por progradações obliquas paralelas por sem deposição), os quais, provavelmente, num a versão, em profundidade, da linha sísmica original são subhorizontais. Os os reflectores sísmicos podem ser: 1) Convergentes, quando eles adelgaçam, lateralmente, em direcção da bacia ; 2) Divergentes, quando se espessam e divergem, lateralmente, em direcção da bacia ; 3) De Preenchimento, quando preenchem as anomalias topográficas negativas dos estratos subjacentes ; 4) Ondulados, quando, mais ou menos, descontínuos e com inclinação oposta ; 5) Montículares, quando formam anomalias topográficas em forma de montículo, acima do nível de base ; 6) Paralelos, como estratos depositados paralelamente ; 7) Progradantes, quando têm uma geometria progradante ; 8) Oblíquos / Paralelos, quando terminam a jusante com uma inclinação relativamente importante 9) Oblíquos / Tangentes, quando terminam com uma inclinação decrescente para a base ; 10) Em telhado de ripas, quando têm uma geometria oblíqua progradante, quase deitados uns sobre as outros, como num telhado de ripas ; 11) Sigmóide, quando têm a forma um S às avessas o que quer dizer, que a inclinação nas partes superiores e inferiores é, relativamente, pequena enquanto que na parte mediana é muito mais forte.

(*) O nível do mar relativo é o nível do mar, local, referenciado a qualquer ponto fixo da superfície terrestre, quer ele seja, por exemplo a base dos sedimentos (topo da crusta continental) ou o fundo do mar e que é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático (nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite) e da tectónica (subsidência quando os regimes em extensão são predominantes ou levantamento, quando os regimes tectónicos compressivos são predominantes).

Progradação Sigmóide.............................................................................................................................................................................Sigmoidal Offlap

Progradation sigmoidale / Progradación sigmoidal / Sigmoidal Progradation / S形前积 / Сигмовидное несогласное регрессивное налегание / Progradazione sigmoidale /

Quando os deslocamentos sucessivos da linha da costa (grosseiramente equivalente à ruptura da superfície de deposição costeira) ou do rebordo da bacia para o mar são acompanhados de uma agradação significativa. Dentro de um ciclo sequência, a linha da costa e o rebordo da bacia coincidem (mais ou menos) quando a bacia não tem plataforma, ou seja durante o prisma de nível baixo (PNB) e durante a 2a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto (PNA).

Ver: « Inclinação Deposicional »
&
« Progradação »
&
« Ruptura (superfície de deposição) »

Figura 550 (Progradação Sigmóide) - Nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de um detalhe de a linha sísmica do Mar Negro existem vários intervalos sedimentares discordantes (separados por distâncias induzidas, provavelmente, por descidas significativas do nível do mar relativo, que foram depositados durante a fase regressiva do ciclo de invasão continental pós-Pangeia, a qual se depositou por cima da fase transgressiva, cuja geometria é, ligeiramente, retrogradante (mal visível nesta tentativa de interpretação) com uma configuração interna paralela. A grande maioria dos intervalos regressivos, ou seja, globalmente progradantes (*), tem uma configuração interna marcada por progradações sigmóides. Unicamente o intervalo profundo, sobrejacente ao intervalo amarelo, parece ter uma configuração interna progradante oblíqua, uma vez que a agradação, se existir, é muito pequena. Nas linhas sísmicas, a maior parte dos geocientistas consideram que as progradações de um intervalo progradante são sigmóides quando há uma agradação significativa, a montante dos rebordos das bacias ou das linhas das costas, que neste exemplo são, praticamente, coincidentes com o rebordo continental, e que várias linhas cronostratigráficas (reflectores) se podem por em evidência. Estas condições são, facilmente, reconhecidas no intervalo sublinhado pela primeira flecha com vergência NE (intervalo colorido em castanho claro entre o intervalo verde e o intervalo castanho escuro), no qual as sucessivas posições do rebordo da bacia, que neste caso, coincidem com o rebordo continental, uma vez que a bacia tem uma plataforma continental. Quando, nenhuma linha cronostratigráfica é evidente, a montante dos rebordos das bacias, sem grande erro, pode dizer-se que as progradações são oblíquas e que os rebordos da bacias coincidente, grosseiramente, com as sucessivas linhas da costa (tendo em linha de conta a resolução sísmica). Como uma linha sísmica é uma secção em tempo e não uma secção em profundidade, pode dizer-se, que numa configuração sigmóide, o ângulo de deposição é, relativamente, pequeno (em geral inferior a 1°). Os segmentos inferiores das linhas cronostratigráficas aproximam-se das paraconformidades correlativas das discordância, em água profunda, com ângulos muito pequenos e as terminações dos reflectores associados são quer biséis de progradação verdadeiros quer aparentes (quando o intervalo sedimentar profundo está debaixo da resolução sísmica). Num intervalo sedimentar constituído por progradações sigmóides a forma dos paraciclos sequência é fusiforme, o que implica: (i) Um acarreio sedimentar relativamente abundante ; (ii) Uma subida significativa e rápida do nível do mar relativo, que desloque para o continente a linha da costa e aumente a acomodação (espaço disponível para os sedimentos) de maneira significativa ; (iii) Um período de estabilidade do nível do mar relativo, suficientemente, longo que permita o depósito e a preservação do segmento superior das progradações, à medida que a linha da costa se desloca para o mar e (iv) Um ambiente sedimentar pouco energético. Em certos casos, rochas-mãe potenciais, isto é, sedimentos ricos em matéria orgânica, encontram-se, por vezes, associados com os segmentos inferiores destas progradações onde a sedimentação é condensada. Alem da configuração sigmóide, os reflectores sísmicos podem ser: 1) Convergentes, quando eles adelgaçam, lateralmente, em direcção da bacia ; 2) Divergentes, quando se espessam e divergem, lateralmente, em direcção da bacia ; 3) De Preenchimento, quando preenchem as anomalias topográficas negativas dos estratos subjacentes ; 4) Ondulados, quando, mais ou menos, descontínuos e com inclinação oposta ; 5) Montículares, quando formam anomalias topográficas em forma de montículo, acima do nível de base ; 6) Paralelos, como estratos depositados paralelamente ; 7) Progradantes, quando têm uma geometria progradante ; 8) Oblíquos / Paralelos, quando terminam a jusante com uma inclinação relativamente importante 9) Oblíquos / Tangentes, quando terminam com uma inclinação decrescente para a base ; 10) Em telhado de ripas, quando têm uma geometria oblíqua progradante, quase deitados uns sobre as outros, como num telhado de ripas.

(*) Tome nota que, globalmente, pode haver intervalos clásticos com geometria progradante (intervalos regressivos) e intervalos clásticos com geometria agradante (intervalos transgressivos). Todavia, a pequena escala, quer isto dizer, à escala dos paraciclos sequência, que constituem quer os intervalos clásticos regressivos quer os transgressivos, à geometria interna é sempre progradante, o que quer dizer que paraciclos sequência, que são os blocos de construção ou os tijolos dos ciclos sequência, são regressões sedimentares. Pode mesmo dizer-se que à excepção dos intervalos pelágicos que se depositam, principalmente por decantação, todos os outros intervalos clásticos são regressões sedimentares. É unicamente colectivamente que eles podem desenvolver um geometria retrogradante, como por exemplo o intervalo transgressivo (IT) de um ciclo sequência, que não é outra coisa que um conjunto de regressões cada vez mais pequenas.

Promontório (falésia).........................................................................................................................................................................................Promontory (cliff)

Promontoire (falaise) / Promontorio (acantilado) / Küstenvorsprung (Klippe) / 海角(崖) / Выступ (Клифф) /Promontorio (scogliera) /

Escarpa íngreme, à beira mar, formada pela acção da erosão marinha.

Ver: « Acção das vagas, mar calmo »

Protocontinente..............................................................................................................................................................................................................Protocontinente

Protocontinent / Proto-continente / Protokontinent / 原大陆 / Протоконтинент / Protocontinente /

Um dos primeiros continentes da Terra que se formaram durante os éons Hadeano e Arcaico, em associação com o movimento das placas tectónicas. Os protocontinentes aglutinaram-se formando continentes mais grandes. Como os protocontinentes eram, geologicamente, jovens, facilmente deformáveis e foram submetidos a processos geológicos intensos, eles são considerados, por muitos geocientistas, como instáveis.

Ver: « Cratão »

Protopangeia....................................................................................................................................................................................................................................Proto-Pangea

Proto-Pangée / Proto-Pangea / Proto-Pangea / 原始的盘古 / Прото-Пангея / Proto-Pangea /

Supercontinente que se formou no fim o Proterozóico. Sinónimo de Rodínia. A formação e ruptura dos supercontinentes parece ter sido cíclica ao longo da história da Terra. Dever ter havido vários supercontinentes antes da Pangeia. Dentre eles o Columbia (ou Nuna) parece ter-se formado entre 2,0-1,8 Ga. O Rodínia parece ter durado entre, mais ou menos, 1,1 Ga e 0.75 Ga, mas a sua configuração exacta e a sua história geodinâmica não são tão bem conhecidos as dos supercontinentes mais recentes como Panótia e Pangeia.

Ver: « Colisão Continental »
&
« Pangeia »
&
« Supercontinente »

Figura 551 (Protopangeia) - O registro geológico de consolidação e levantamento do protólito crustal (rochas a partir das quais se formaram nova rochas). identifica três grandes agrupamentos de núcleos cratónicos de idade Arcaica (Rogers, 1996): A) Núcleo cratónico de Ur, que existiu, mais ou menos, há 3.0 Ga, e que englobava os cratões da África Austral, Austrália Ocidental ; B) Núcleo cratónico de Árctica, que existiu, mais ou menos, há 2.5 Ga e que englobava os cratões da Groenlândia, Fennoscandia, Laurência e Sibéria e C) Núcleo cratónico de Atlântica, que existiu, mais ou menos, há cerca 2.0 Ga e que englobava os cratões da África Ocidental e América do Sul. Os dados paleomagnéticos e geológicos sugerem que a crusta continental Arcaica se aglutinou, provavelmente durante o Arcaico Médio, num supercontinente em forma de um crescente que o geocientistas chamaram Protopangeia. Os termos supercontinente e pequeno supercontinente são os nomes dados em geologia às massas terrestres que consistem em um ou mais cratões ou núcleos continentais. O termo supercontinente é, geralmente, utilizado, por exemplo, para o supercontinente Pangeia e o termo pequeno supercontinente é utilizado para os pequenos supercontinentes Gondwana e Laurasia que, respectivamente ao Sul e ao Norte o supercontinente Pangeia, e os quais são constituídos por vários continentes , como o Laurência, Báltica, Sibéria, etc. A lista dos supercontinentes bastante extensa: (i) Supercontinente Vaalbará, que existiu há cerca de 3,8 Ga ; (ii) ; Supercontinente Ur, que existiu há cerca de 3,0 Ga ; (iii) Supercontinente Kenorland, que existiu há cerca de 2,7 Ga ; (iv) Supercontinente Nena que existiu há cerca de 1,8 Ga ; (v) Supercontinente Columbia que existiu há cerca de 1,8 Ga ; (vi) Supercontinente Atlântica, que existiu há cerca de 1,8 Ga ; (vii) Super continente Protopangeia ou Rodínia, que existiu há cerca de 1,1 Ga ; (viii) Supercontinente Panótia, que existiu há cerca de 0.6 Ga ; (ix) Supercontinente Euramérica, que existiu há cerca de 0,4 Ga ; (x) Supercontinente Pangeia, que existiu há cerca de 0,3 Ga. O pequeno supercontinente Gondwana, que existiu há cerca de 0,2 Ga era formado pelo seguintes continentes: 1) Antártida ; 2) África ; 3) Madagáscar ; 4) Seicheles ; 5) Índia ; 6) Austrália ; 7) Nova Guiné ; 8) Nova Zelândia e 9) Nova Caledónia. O pequeno supercontinente Laurasia, que existiu há cerca de 0,2 Ga, era constituído, principalmente, pelos seguintes continentes: a) Laurência ; b) Báltica ; c) Sibéria ; d) Kazakhstania ; e) Norte da China ; f) Este da China. O supercontinente Protopangeia, que é considerado, por certos geocientistas, como o sétimo continente, também chamado Rodínia (que em russo quer dizer terra-mãe), parece ter existido aproximadamente entre 1100 e 750 Ma. Ao contrário do supercontinente Pangeia, que existiu à cerca de 300 Ma, a exacta configuração e história geodinâmica da Protopangeia é ainda mal conhecida. Certos dados paleomagnéticos sugerem paleolatitudes para determinadas porções da massa continental que formava o supercontinente, as quais os geocientistas tentam juntar umas contra as outras como ilustrado nesta figura. A maior parte da Protopangeia estava, provavelmente, localizada ao sul do equador, com a parte central formada pelo cratão da América do Norte (último paleocontinente da Laurência) e a SE pelos cratões Este Europeu (último paleocontinente da Báltica), Amazónica e África do Oeste. Ao Sul encontravam-se os cratões do Rio da Prata e São Francisco. As posições da Sibéria, Norte e Sul da China e do cratão da América do Norte variam segundo os geocientistas. Uma glaciação global do Proterozóico começou à cerca de 0,80 Ga no Protopangeia e terminou com a ruptura do supercontinente há, mais ou menos, 590 Ma. A conjectura de que a Protopangeia existiu desde 1100 Ma até 700-750 Ma, sem ruptura da litosfera é contestada por vários geocientistas que dizem um supercontinente não pode sobreviver sem se fracturar a um período de 400 My, devido ao desenvolvimentos de anomalias térmicas na astenosfera que provocam adelgaçamento da litosfera e provavelmente a sua ruptura. Eles avançam, um período de, mais ou menos, 100 My entre a aglutinação de um supercontinente e sua fracturação. Uma vez que o supercontinente se fractura, os continentes individualizados dispersam-se para, depois de atingirem o máximo de dispersão, começarem, pouco a pouco, a aglutinar-se para formar um novo supercontinente. Este ciclo supercontinente, fracturação, continentes, aglutinação, supercontinente, chamado ciclo de Wilson, raramente, dura mais de 400 My.

Prototétis....................................................................................................................................................................................................................................................Proto - Thetys

Proto-Téthys / Proto-Tetis / Proto-Tethys / 原特提斯洋 / Прото-Тетис / Proto-Thetys /

Antigo oceano, predecessor do oceano Paleotétis. Existiu desde o fim do Proterozóico até ao Carbonífero (550-330 Ma). Formou-se devido a fracturação do supercontinente Panótia e à individualização do continente Protolaurásia (Laurência, Báltica e Sibéria). O oceano Prototétis formou-se entre esses dois supercontinentes.

Ver: «Mar de Tétis»

Proveniência (dos sedimentos)......................................................................................................................................................................................Provenance

Provenance (des sédiments) / Proveniencia (de los sedimentos) / Provenienz (Sediment) / 出处(沉积物)/ Происхождение (осадков) / Provenienza (sedimento) /

Lugar de onde os sedimentos provêm ou local de origem dos sedimentos.

Ver: « Aporte Sedimentar »
&
« Progradação »
&
« Sedimentação de Carbonatos »

Figura 552 (Proveniência, dos sedimentos) - Em geologia, o conceito de proveniência, é a reconstrução da origem dos sedimentos. Como a Terra não é um planeta estático, mas dinâmico, e todas as rochas estão sujeitas à transição entre os três principais tipos de rochas (i) sedimentares ; (ii) metamórficas e rochas ígneas, o que constitui o “ciclo das rochas” ( fenómeno natural cíclico, continuo e infinito, que envolve os processos de transformação das rochas através do tempo e que ocorrem através da erosão ou do intemperismo). Esse ciclo, que dura milhões de anos, é o responsável, principal, pela renovação e transformação da litosfera terrestre. As rochas expostas à superfície terrestre, mais cedo ou mais tarde, são fragmentadas em sedimentos, que sejam capazes, em certas condições) de fornecer evidências da história da erosão de suas rochas-mãe. O objetivo do estudo de proveniência dos sedimentos é de restaurar a história geológica, que ela seja tectónica, paleogeográfica ou paleoclimática. Na linguagem geológica, “Proveniência dos Sedimentos" refere-se, especificamente, à aplicação de análises de composição para determinar a origem desses sedimentos. Isso é muito usado em conjunto com o estudo de histórias de exumação, interpretação de redes de drenagem e sua evolução, e modelagem directa ou progressiva (“forward modelling” dos geocientistas de língua inglesa) de sistemas de paleo-terrestre (https://en.wikipedia.org/wiki/Provenance_(geology). Realizados em conjunto, estes estudos científicos ajudam a caracterizar a trajectória entre a fonte e a acumulação dos sedimentos clásticos do interior de uma bacia sedimentar. Neste últimos anos, o conceito de proveniência do acarreio sedimentar sofreu uma autêntica revolução devido a integração na sedimentologia dos métodos isotópicos que permitem melhor compreender a origem dos sedimentos, não só dos de origem detrítica, mas também dos sedimentos de origem química. Os primeiros trabalhos neste sentido foram baseados na geocronologia dos grãos detríticos de zircão pelo U-Pb (datação ao urânio-chumbo, que é uma dos mais antigos e mais refinados dos sistemas de datação radiométrica, o qual pode ser usado para datar rochas que se formaram entre cerca de 1 milhão de anos atrás até cerca de mais de 4,5 Ga com uma precisão de mais ou menos de 0,1 a 1 por cento). Estes trabalhos mostraram que as reciclagens sedimentares são muito mais complexas e importantes do que antes se pensava. Outros sistemas isotópicos juntaram-se ao U-Pb, que têm o potencial de determinar diferentes origens dos sedimentos, que se podem sobrepor em idade. A bacia Eocénica do Green River (EUA), por exemplo, ilustrada nesta figura, tem sido utilizada para o estudo da proveniência dos sedimentos, tendo em linha de conta os efeitos das mudanças climáticas e paleohidrológicas, uma vez que esta bacia é rodeada por altos do soco do Arcaico e do Paleozóico. Dentro da bacia, como ilustrado no bloco diagrama, podem diferenciar-se os levantamentos tectónicos do Cretácico Tardio, que os geocientistas americanos associam com a orogenia Laramide (*). Entre eles encontram-se depressões (em tons amarelados) que representam as bacias sedimentares, parcialmente, preenchidas por sedimentos continentais e lacustres. Neste contexto, a proveniência dos sedimentos é, em grande parte, dependente a rede hidrográfica, isto é, das correntes fluviais (energias e cargas). Sobre este assunto, nunca esqueça que toda o corpo de água em movimento representa uma certa energia, a qual é proporcional a massa (débito) e ao quadrado da sua velocidade. Quanto mais rápida for uma corrente, maiores serão as dimensões das partículas transportadas pela carga suspensa (material detrítico que não sofreu dissolução e é transportado em suspensão) e pela carga de fundo (material detrítico que não sofreu dissolução e é transportado por forças mecânicas de saltação, rolamento ou tracção). A competência de uma corrente é caracterizada pelas dimensões das partículas que ela pode transportar. Á medida que a velocidade da corrente aumenta, as partículas de maiores dimensões passam a ser transportadas como carga suspensa e maiores quantidades de material de fundo começam a movimentar-se, aumentando a carga de arraste. Por outro lado, quanto maior for o volume do escoamento, maior será a quantidade de carga que ele pode transportar, isto é, maior será a capacidade do rio.

(*) A orogenia Laramide foi um processo de construção de montanha (orogénese) que ocorreu na América do Norte ocidental e que começou no final do Cretáceo, cerca de 70 -80 milhões de anos atrás e terminou entre de 20 e 55 milhões de anos atrás. A causa e a duração exata desta orogenia são controversos. A orogenia produziu-se por uma série de pulsos, alternados com períodos de inactividade. O principal resultado foi a formação das Montanhas Rochosas, mas evidência desta orogenia encontram-se desde o Alasca até o norte do México, sendo a montanha mais oriental desta orogenia Black Hills do Dakota do Sul. (https://es.wikipedia.org/wiki/Orogenia_Laramide)

Província Geológica.....................................................................................................................................................................................Geologic Province

Province géologique / Provincia geológica / Geologischen Provinz / 地质区域 / Геологическая провинция / Provincia geologica //

Entidade geológica espacial e temporal com atributos geológicos comuns.

Ver: «Cratão»

Proxy(programa).................................................................................................................................................................................................................................................................Proxy

Proxy / Proxy / Proxyserver / 代理服务器 / Прокси / Proxy /

Programa interprete que serve de intermediário entre dois outros programas para facilitar ou controlar a troca de informações, como um interprete que permite a duas pessoas, que não falam a mesma língua, de comunicar entre elas. Na ciência, é por vezes necessário para estudar uma variável que não pode ser medida directamente. Isto pode ser feito por um método de proxy, no qual uma variável, que correlaciona com a variável que nos interessa, mas que nós não podemos determinar, é medida e em seguida utilizada para inferir o valor da variável nos interessa. Métodos proxy são particularmente utilizados no estudo do clima e da eustasia do passado geológico, uma vez que as medidas directas de temperatura e do nível do mar não são possíveis.

Ver: «Climatologia»


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Ultima actualização : Junho, 2017