Terraço Continental..........................................................................................................................................................................Continental terrasse

Plate-forme d’accumulation marine (Terrasse continentale) / Terraza continental / Kontinentaltafel, Kontinental Terrasse / 大陆台地 / Континентальная терраса / Continental terrasse /

Conjunto das três primeiras províncias fisiográficas: (i) Planície costeira ; (ii) Plataforma continental ; (iii) Talude continental. As outras províncias são: (iv) Talude continental Inferior e (v) Planície abissal.

Ver: « Fisiográfica Província »

Topoforma..................................................................................................................................................................................................................................................................Topform

Topoforme / Topoforma / Topform (Reflexion Kündigung) / 顶断 (反射终止) / Топоформа / Topforma (terminazione di riflessione) /

Uma das superfícies quase horizontal dos sedimentos depositados no topo de um delta que avança para o mar e que é a continuação natural da planície aluvial. Sinónimo de Camada Superior (de um delta).

Ver : « Delta »
&
« Superfície de Deposição »
&
« Camada Frontal (de um delta) »

Figura 661 (Topoforma) - Na estratigrafia sequencial um delta corresponde a um cortejo sedimentar (associação lateral de sistemas de deposição síncronos e geneticamente ligados), depositado durante o período de estabilidade do nível do mar relativo (nível do mar local referenciado a qualquer ponto da superfície terrestre e que é o resultado da combinação do nível do mar absoluto ou eustático, o qual é referenciado ao centro da Terra ou a um satélite e da tectónica) que se ocorre depois de um paraciclo eustático ou seja depois de um ingressão marinha. Assim, em geral, pode dizer-se que um delta corresponde a um paraciclo sequência, embora, por vezes e, particularmente, nas linhas sísmicas vários cortejos sedimentares possam formar um único paraciclo sequência. Obviamente, devido à resolução sísmica, a maior parte das vezes um paraciclo sequência sísmico corresponde à sobreposição vertical de vários paraciclos sequência sedimentares (escala 1:1). Teoricamente um delta é constituído por três tipos de camadas, que de montante para jusante, as camadas são: (i) Horizontais ou sub-horizontais superiores ; (ii) Inclinadas para o mar e (iii) Horizontais ou sub-horizontais inferiores. As primeiras, que correspondem ao que certos geocientistas chamam topoformas (este termo é, actualmente, muito pouco utilizado), formam a planície deltaica e a frente do delta. As camadas inclinadas par o mar formam o prodelta e as camadas sub-horizontais inferiores formam a parte distal do delta, onde, em certas condições, se podem depositar sistemas turbidíticos proximais. É importante não confundir um delta com um edifício deltaico. Como ilustrado nesta figura quer em corte longitudinal, quer em corte transversal, um delta tem, em geral, uma espessura que varia entre 20 e 60 metros, enquanto que a espessura de um edifício deltaico, que corresponde a uma acumulação, mais ou menos, vertical de deltas, pode atingir mais de 5 000 metros. Tendo em linha de conta a exageração vertical dos esquema representados nesta figura é, mais que evidente, que se uma linha sísmica for representada à escala natural (1:1), as diferentes camadas que formam um delta não podem ser individualizadas. A fácies das camadas superiores é, geralmente, siltosa, na parte proximal (planície deltaica), e arenosa na parte distal isto é, na frente de delta. A fácies das camadas inclinadas para o mar é argilosa, assim, como, em geral, a fácies das camadas inferiores sub-horizontais. Este esquema, e particularmente o corte transversal, mostra claramente o efeito de pêndulo (deslocamento lateral pendular dos depocentros progradantes por falta de espaço disponível) durante a deposição de um edifício deltaico. Ao nível das camadas superiores é fácil constatar que o máximo de espessura está sempre deslocado e é, mais ou menos, alternado, o que quer dizer, que sobre o máximo de espessura de uma planície deltaica (Pd), se deposita, um mínimo, ou que, por outras palavras, o depocentro (centro de deposição) desloca-se sucessivamente quer para a direita quer para a esquerda, onde espaço disponível para os sedimentos (acomodação) for apropriado. A trilogia, camadas sub-horizontais superiores - camadas inclinadas (para o mar) - camadas sub-horizontais inferiores, que marca uma geometria sigmóide das progradações, nem sempre está completa. Todavia, a presença das camadas inclinadas é obrigatória. Um delta pode não tem as camadas superiores. Neste caso a geometria das progradações é oblíqua. Quando um delta não tem as camadas sub-horizontais inferiores, as progradações não correspondem a biséis de progradação verdadeiros. A frente de delta, onde se depositam, normalmente, as areia corresponde sempre a linha de ruptura entre as camadas superiores e as inclinadas. É num edifício deltaico que a lei de J. Walthers, que diz que os ambientes de deposição mudam, lateralmente, com o tempo e, em consequência, as fácies dos ambientes de deposição adjacentes se sucedem umas às outras como uma sucessão vertical, o que quer dizer que a sucessão vertical das fácies é a mesma que a sucessão lateral, se corrobora facilmente. Na realidade, num edifício deltaico, a sucessão lateral de a) camadas sub-horizontais superiores, b) camadas inclinadas para o mar e c) sub-horizontais inferiores implica necessariamente uma sucessão vertical de c) de sub-horizontais inferiores, b) camadas inclinadas para o mar e a) camadas sub-horizontais superiores. Isto quer dizer, que desde que no campo ou numa linha sísmica, um geocientista reconheceu por exemplo as camadas inclinadas para o mar de um delta, ele pode deduzir que a montante e verticalmente le encontrará as camadas sub-horizontais superiores. Todavia, para diferenciar as camadas sub-horizontais, ele tem que saber onde estão as camada inclinada para o mar. SE elas estão a montante as camadas sub-horizontais serão as inferiores, se elas estão a jusante elas serão as superiores.

Transbordo (meandro).......................................................................................................................................................................................................................Overbank

Débordement / Transbordamiento (meandro) / Überlauf (Mäander) / 溢出(曲流河) / Переполнение (меандр) / Overbank di meandro /

Depósito aluvial ou sedimento que é depositado na planície de inundação de um rio. Um depósito de transbordo ocorrendo fora do leito do escoamento, longe da zona de máximo fluxo, é, normalmente, constituído por grãos de pequena granulometria.

Ver: “ Barra de Meandro
&
" Depósito de Transbordo"
&
" Turbiditos "

Figura 662 (Transbordo, meandro) - Como ilustrado nesta figura, o termo transbordo descreve um tipo de depósito aluvial que se depositou na planície de inundação de um rio, uma vez que ele ocorre fora do canal principal, longe do escoamento mais rápido da corrente, razão pela qual ele tem uma granulometria fina. Este tipo de deposição por transbordo, pode ocorrer quer em ambientes não marinhos, como é o caso ilustrado aqui, mas também em ambientes litorais e de água profunda, Nos ambientes litorais e, em particular em associação com os cordões litorais e barras, o transbordo, designado por certos geocientistas como galgamento, produz, muitas vezes, deltas de dimensões, relativamente, pequenas, na parte interna da abertura das lagunas, barras ou barreiras, devido a acumulação de material transportado pelas ondas de tempestade que ultrapassam os corpos sedimentares já depositados. Nos ambientes de água profunda, o transbordo é muito frequente nos sistemas turbidíticos e, em particular, nos turbiditos de talude (CST) de um ciclo sequência. Contrariamente ao transbordo que ocorre nos ambientes não marinhos e, particularmente, nos ambientes fluviais, onde a corrente necessita de um leito ou de canal para se escoar e para transbordar, nos ambientes profundos (turbidíticos) a corrente não necessita, pelo menos no início do processo, de um leito ou canal para que haja transbordo. Quando a primeira corrente turbidítica começa a desacelerar, na superfície plana e sub-horizontal da planície abissal, ela deposita dois lóbulos laterais separados por uma zona sem deposição por onde transitou a parte mais rápida corrente, carregada de material sedimentar mais grosseiro, que será depositado, mais a jusante, sob a forma de um lóbulo turbidítico distal (cone submarino de bacia). Se a corrente turbidítica seguinte transitar ao longo da zona sem deposição, uma parte da corrente vai transbordar os lóbulos laterais, previamente, depositados, depositando mais dois lóbulos laterais ao mesmo tempo que canaliza (exagera) a zona de sem depósito, chamada, por vezes, de maneira errada, canal turbidítico. Num ambiente não marinho, a quando de chuvas violentas ou muito prolongadas, o aumento do fluxo de um rio pode ser tal que ele pode transbordar os seus bancos laterais e inundar as áreas, geralmente, de baixa altitude e pouco inclinadas da planície de inundação). Os danos podem ser muito grandes e, acima de tudo, existe o risco de afogamento no momento da chegada da onda de inundação. Uma inundação torrencial forma-se por fluxo de uma corrente enriquecida em materiais sólidos que aumentam, dramaticamente, o seu poder erosivo. O enriquecimento em materiais pode vir das margens, devido ao fluxo anormal da água (parte côncava de um meandro, por exemplo) ou de um escoamento superficial importante na bacia de drenagem o que aumenta de maneira significativa a carga da corrente. No modelo geológico (*) ilustrado na parte superior direita desta figura está resumida toda uma série de fenómenos geológicos que ocorrem em associação com o desenvolvimento é evolução de um rio numa planície de meandros: (i) Diques naturais marginais, que resultam do depósito de material arrastado pelo rio na margem exterior do mesmo durante as cheias, o que causará progressivamente a elevação da margem (ii) Planície de inundação ou várzea, que é toda a região à margem de um curso d'água que fica inundada durante as cheias ; (iii) Barra de Meandro, depósito arqueado de sedimentos consistentes, normalmente, de areia, localizado ao longo dos bordos interiores convexos do meandros de rios e que se deposita para o exterior à medida que canal fluvial migra ; (iv) Preenchimento de canal, que corresponde a um antigo leito do rio que foi abandonado e preenchido por sedimentos ; (v) Depósitos de Ruptura, corpo sedimentar, geralmente, de geometria lobular depositado na planície de inundação de um rio a partir da água que se escapou da corrente principal por uma fenda ; (vi) Talvegue, que é a linha variável ao longo do tempo que se encontra no meio da junção mais profunda de um vale ou de um rio, etc.

(*) Pode muito bem ser perguntado por que é os geocientistas constroem modelos ou mesmo porque é que é que modelos antigos ou mesmo errados devem ser apresentados e discutidos quando se sabe muito bem que eles que eles não são correctos. Talvez fosse melhor não tentar encontrar a verdadeira realidade qualquer que seja o que observarmos ou qualquer que seja a realidade, e talvez não haja nada subjacente à existência. Mas há, no entanto, uma razão muito prática para fazer modelos: eles são convenientes e tornam possível resumir em relativamente poucas palavras coerentes uma coleção intrincada de fenómenos físicos e geológicos. Um modelo definitivamente não é uma coisa real. É apenas uma representação da coisa real e todos os geocientistas devem ter isso em mente quando avançam, examinam ou estudam um modelo.

Transgressão (ingressão marinha).................................................................................................................................................................Transgression

Transgression / Transgresión / Überschreitung / 海进 / Нарушение / Trasgressione /

Invasão gradual do mar sobre as terras (Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa). Todavia, um grande número de geocientistas (portugueses ou não) tomaram o hábito de utilizar o termo transgressão para designar o deslocamento dos depósitos costeiros para o continente. Todavia, os depósitos costeiros não têm uma marcha atrás par se deslocarem para o continente. O termo transgressão para designar o deslocamento dos depósitos costeiros para o continente é inapropriado, uma vez que, isoladamente, todos os paraciclos sequência progradam para o mar. Não há sedimentos (clásticos), não remobilizados, que venham do mar. Como dizia um dos meus colegas: “do mar só vêm as sereias”. Ê conjunto de ingressões marinhas cada vez mais importantes e das regressões sedimentares, cada vez mais pequenas, associadas que, colectivamente, criam uma morfologia retrogradante, que foi chamado em geologia transgressões (sedimentares) por Cesare Emiliani (1992) e não transgressão..

Ver : « Ciclo Sequência »
&
« Intervalo Transgressivo »
&
« Linha da Costa »

Figura 663 (Transgressão) - Em português e em geologia uma transgressão foi sempre o termo utilizado para designar um deslocamento da linha da costa para o continente, o qual é induzido por uma subida do nível do mar (*) que este seja relativo ou absoluto (eustático), o que quer dizer que uma transgressão é sinónimo de ingressão marinha. num avanço do mar costa a dentro. Na Universidade do Porto, onde nós estudamos, os professores diziam: “ O mar transgressa, mas os sedimentos regressam”. Nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de uma linha sísmica do offshore de Angola, a ingressão marinha do Cretácico é, facilmente, reconhecida pela geometria retrogradante dos sedimentos com ela associados. O deslocamento global progressivo, para o continente, da ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição é bem visível não obstante a presença, neste offshore, de uma tectónica salífera importante. Este deslocamento criou um espessamento significativo dos pacotes sedimentares, para montante, sobretudo os de idade Cretácico Inicial. Os sedimentos do Cretácico Superior (posteriores ao Turoniano) são regressivos. Para jusante do rebordo da bacia (rebordo continental quando a bacia tem uma plataforma continental, que no fim do Cretácico, era, mais ou menos, coincidente com a ruptura costeira da superfície de deposição (mais ou menos a linha da costa, sobretudo nas linhas sísmicas devido a resolução sísmica), os sedimentos regressivos do Cretácico Superior depositaram-se em secções estratigráficas relativamente condensadas. O termo transgressão, quando utilizado em vez de ingressão marinha que nós preferimos para evitar mal entendidos, deve sempre ser associado à hierarquia dos ciclos estratigráficos. Nesta tentativa de interpretação, o termo transgressão está associado ao ciclo estratigráfico de invasão continental pós-Pangéia, o qual foi induzido por um ciclo eustático de 1a ordem (tempo de duração superior a 50 My). Neste caso particular, pode dizer, que a transgressão, isto é, que a fase transgressiva do ciclo de invasão continental, foi induzida pela subida do nível do mar absoluto ou eustático que determinou o ciclo eustático de 1a ordem pós-Pangéia. Todavia, a associação de uma subida do nível do mar relativo com uma transgressão e de uma descida do nível do mar relativo com uma regressão, nos ciclos sequência, é errónea. Ela constitui um dos erros mais frequente de muitos geocientistas. Para se depositarem sedimentos, a montante do rebordo da bacia (isto é, na plataforma continental ou na planície costeira) é necessário criar ou aumentar o espaço disponível para os sedimentos (acomodação), o qual só pode ser feito por uma subida a do nível do mar relativo. Todos os sedimentos clásticos vem sempre do continente. Não há sedimentos clásticos que venham do mar (correntes litorais excluídas). Assim, num ciclo sequência, quer durante o intervalo transgressivo (IT) quer durante prisma de nível alto (PNA), o nível do mar relativo tem sempre que subir. Quando ele sobe em aceleração deposita-se o intervalo transgressivo (IT). Desde que ele começa a subir em desaceleração deposita-se o prisma de nível alto (PNA), que corresponde a uma série de regressões sedimentares cada vez maiores, enquanto que o intervalo transgressivo (IT) corresponde a transgressões e não a transgressão. O intervalo transgressivo é uma alternância de ingressões marinhas cada vez maiores (deslocamento da linha da costa para o continente a cada paraciclo eustático) e de regressões sedimentares cada vez mais pequenas (deslocamento da linha da costa para o mar, em associação com os paraciclos sequência, depositados durante os períodos de estabilidade do mar relativo que ocorrem entre os paraciclos eustáticos). É esta alternância de ingressões marinhas cada vez maiores (em aceleração) e de regressões sedimentares cada vez mais pequenas, cuja geometria global é retrogradante, que os geocientistas chamam transgressões (C. Emiliani, 1992).

(*) Na estratigrafia sequencial é fundamental não confundir o nível do relativo com o nível do mar absoluto ou eustático. O primeiro é o nível do mar local, referenciado a qualquer ponto fixo da superfície terrestre, que ele seja a base dos sedimentos ou o fundo do mar. O segundo é o nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite. O nível do mar relativo é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático e da tectónica (subsidência ou levantamento). O nível do mar absoluto é o resultado da combinação da: i) Tectonicoeustasia que é controlada pela variação do volume das bacias oceânicas em associação com alastramento oceânico no seguimento da ruptura dos supercontinentes ; (ii) Glacioeustasia, que é controlada pela variação de volume de água dos oceanos função da quantidade de gelo (assumindo que a quantidade de água sob todas as suas formas é constante desde a formação da Terra, há cerca de 4,5 Ga) ; (iii) Geoidaleustasia que é controlada pela distribuição da água dos oceanos causada pelas variações do campo da gravidade terrestre (onde a gravidade é mais forte que o valor normal, o nível do mar é atirado para o centro da Terra) e (iv) Aumento estérico do nível do mar ou dilatação térmica dos oceanos, que é controlo pelo aumento da temperatura dos oceanos (se a temperatura aumenta, a densidade da água diminui e, para uma massa constante, o volume aumenta). Durante um determinado tempo geológico, a combinação da curva eustática (curva das variações do nível do mar absoluto) e da tectónica (subsidência, quando o regime tectónico predominante é em extensão ou levantamento, quando o regime tectónico predominante é de encurtamento) dá a curva da taxa das mudanças do nível do mar relativo.

Transgressão (intervalo transgressivo)............................................................................................................................................... Transgressions

Transgressions / Transgresión salobre / Transgressions / 越轨 / Правонарушения / Trasgressioni /

Termo a evitar para não criar confusões e que nestes glossário é substituído intervalo transgressivo (IT) de um ciclo sequência ou por transgressões sedimentres como definidas por C. Emiliani (1992), o qual corresponde, dentro de um ciclo sequência, ao conjunto de ingressões marinhas cada vez mais importantes (paraciclos eustáticos em aceleração) e das regressões sedimentares, cada vez mais pequenas, associadas (paraciclos sequência). Um paraciclo eustático é uma subida do nível do mar relativo que é acompanhada de uma migração da linha da costa para o continente, isto é, uma ingressão marinha. É durante o período de estabilidade do nível do mar relativo que ocorre depois de uma ingressão marinha que se depositam os sedimentos que formam o paraciclo sequência e que deslocam a linha da costa par o mar (regressão sedimentar).

Ver: « Taxa de Mudança Relativa do Nível do Mar » e « Transgressão »

Transgressão Marinha (Golfo do México).................................................................................................Marine Transgression

Transgression marine / Transgresión marina / Marine Transgression (Golf von Mexiko) / 海侵(墨西哥湾)/ Морская трансгрессия (Мексиканский залив) / Transgressione Marine (Golfo del Messico) /

Sinónimo de ingressão marinha, quando no Golfo do México, durante os processos de sedimentação recentes (desde há 5000 - 7000 anos), a pré-praia dos cordões litorais avançou para o continente, deslocando a linha da costa para jusante, entre 30 e 80 km. Todavia, várias vezes, mais ou menos todos os 1 000 anos, a corrente principal do rio Mississipi mudou de leito formando diferentes conjuntos de lóbulos deltaicos. A primeira invasão marinha fez-se, praticamente, sem ravinamento, o que não é o caso das seguintes. Não esqueça, que edifício deltaico do Mississipi é caracterizado por: (i) Uma acção das ondas de tal maneira fraca, que a quantidade de areia, que é transportada para a praia é muito inferior à areia dispersa no offshore pelas tempestades ; (ii) Uma diferença entre a maré baixa e alta de cerca de 30 cm, mas que é suficiente para ter um papel importante na sedimentação, uma vez que o gradiente do delta (inclinação) é muito pequeno ; (iii) Uma forte subsidência, induzida pela compactação dos sedimentos recentes (cerca de 30 a 60 cm todos os 100 anos).

Ver: « Delta digitado »

Transgressão Salobra (Golfo do México)................................................................................................Brackish Transgression

Transgression saumâtre / Transgresión salobre / Brackwasser Übertretung (Golf von Mexiko) / 咸水侵(墨西哥湾)/ Слабоминерализованная трансгрессия (Мексиканский залив) / Trasgressione salmastra (Golfo del Messico) /

Sinónimo de ingressão salobra, quando no Golfo do México, durante os processos de sedimentação recentes (desde há 5 000 - 7 000 anos), os lagos, baías e lagunas cobriram os sedimentos aluviais da planície deltaica (ver Transgressão marinha).

Ver: « Delta digitado »

Trânsito Sedimentar..............................................................................................................................................................................................................Bypassing

Transit sédimentaire / Tránsito sedimentario / Umgehung / 绕过 / Осадочный переход / Scavalcamento /

Expressão utilizada pela primeira vez por Eaton (1929) para designar um transporte sedimentar através de áreas sem depósito. Eaton utilizou esta expressão para o deslocamento de uma partícula sedimentar que ultrapassa outra, que é transportada, ao mesmo tempo, ou que continua o seu movimento, enquanto que a primeira se depositou. Na estratigrafia sequencial, o trânsito sedimentar é usado num sentido mais largo. Ele exprime, sobretudo, as áreas sem depósito atravessadas pelos sedimentos, sobretudo, a quando de uma descida do nível do mar relativo.

Ver: « Estratigrafia Sequencial »
&
« Nível de Base (de deposição) »
&
" Turbiditos "

Figura 664 (Trânsito Sedimentar) - Neste modelo de Mutti (1993), nos sistemas fluvioturbidíticos, o trânsito sedimentar (área sem deposição atravessada por sedimentos), nos sistemas fluviodeltaicos, é limitado às zonas de transferência da planície aluvial e parte superior do talude continental, onde se iniciam as correntes de turbidez (ou correntes turbidíticas). Nos sistemas fluviodeltaicos, a deposição efectua-se, sobretudo, perto da desembocadura dos rios, onde se formam edifícios deltaicos importantes. Nos sistemas nos fluvioturbidíticos, a deposição faz-se, sobretudo, nas partes profundas da bacia, onde as correntes de turbidez perdem velocidade e competência e, assim, depositam os sedimentos que elas transportam, quer sob a forma de cones submarinos de talude (CST) quer sob a forma de cones submarinos de bacia (CSB). Para Posamentier e Vail (1988) a deposição deltaica ocorre quando uma corrente encontra um corpo de água, quase imóvel e a sua velocidade diminui quase instantaneamente. Foi na base de esta conjectura que eles definiram o concito de linha da baía, com o qual nem todos os geocientistas estão de acordo: (i) A planície costeira forma-se por processos de progradação do fundo do mar, mais do que por exumação ; (ii) Os sedimentos que se acumulam na planície costeira, durante a progradação par o mar da linha da costa, fazem parte do que se chama "o prisma costeiro", o qual inclui depósitos fluviais e de água pouco profunda ; (iii) O prisma costeiro tem a forma de uma cunha e prolonga-se para o continente por biséis de agradação sobre a topografia pré-existente ; (iv) O limite a montante do prisma costeiro é a linha da baía, que se desloca rio acima quando a progradação da linha da costa para o mar é acompanhada de agradação ; (v) A linha de baía é o limite entre a planície costeira e a planície aluvial ; (vi) A montante da linha da baía, as variações do nível do mar relativo não têm nenhuma influência nos sistemas de deposição. Como dito acima, segundo certos geocientistas, um tal encontro com um corpo de água quase imóvel que controla o perfil de equilíbrio (provisório) dos rios, ocorre na embocadura de uma corrente, isto é na cabeça dos deltas, e não na linha de baía como defina por Posamentier e Vail. Sob o ponto de vista da análise sequencial, é importante notar que Mutti nunca negou a existência de cones submarinos depositados em condições de baixo nível do mar, como implica modelo de Exxon (P. Vail, 1977). Todavia, ele admite e defende a existência de cones submarinos (de bacia e talude) depositados durante condições geológicas de alto nível, quer isto dizer, quando ao nível de um ciclo sequência, o nível do mar está mais alto do que o rebordo da bacia, os quais Vail tem dificuldade a admitir. Em condições geológicas de nível alto, em particular, durante a 2a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto (PNA), quando a linha da costa coincide, praticamente, com o rebordo continental (bacia sem plataforma) durante as grandes cheias dos rios é evidente, que se podem formar na desembocadura dos grandes rios importantes correntes de turbidez que depositam na base do talude continental cones submarinos turbidíticos. Por outro lado, instabilidades e deslizamentos no rebordo continental que é mais ou menos a linha da costa (ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição), podem originar escoamentos de detritos e cones submarinos profundos. Com ilustrado nesta figura, dentro de um sistema fluviodeltaico, a jusante da bacia de drenagem ou bacia hidrográfica ( conjunto do território e de rios afluentes que fazem a drenagem das das águas para esse curso de água estrutural, que normalmente desaguar no mar) e em direcção do mar, encontram-se os seguintes sistemas de deposição: (a) Cone Aluvial ; (b) Rio em Trança ou Rio entrelaçado (rio sem canal principal, com presença de vários relevos que levam os cursos de água a se dividirem e se entrelaçarem) ; (c) Rio com Meandros (rio que se desloca em torno da linha de maior declive, passando alternadamente para a direita e esquerda do eixo em torno do qual ele oscila e (d) Areias de desembocadura ou deltas das vagas (deltas de dimensões, relativamente, pequenas formados no lado interno (a montante) da abertura de lagoas, barras e barreiras, devido ao acúmulo de material transportado pelas ondas de tempestade). Obviamente, os rios em entrelaçados) e os rios com meandros localizam-se na zona de transferência, a qual é limitada a jusante pela linha da costa. Num sistema fluvioturbidítico, depois do cone aluvial, a zona de transferência prolonga-se até a linha da costa, que passa, a jusante, à zona de iniciação da correntes gravitárias marinhas, para depois passar a zona de depósito, no início da planície abissal onde se depositam os cones submarinos.

Trânsito Sedimentar Total........................................................................................................................................................................Total Passing

Transit sédimentaire total / Tránsito sedimentario total / Insgesamt Umgehung / 总计绕过 / Абсолютный осадочный переход / Totale scavalcamento /

Transporte dos sedimentos de um certo sítio de deposição para outro sítio. Não confundir com transposição dos sedimentos na qual, unicamente, as partículas com um determinado tamanho se deslocam par jusante do sitio de deposição.

Ver: « Estratigrafia Sequencial »
&
« Nível de Base (de deposição) »
&
" Turbiditos "

Figura 665 (Trânsito Sedimentar Total) - Um trânsito sedimentar total é muito difícil de observar, quer sobre o terreno, quer nas linhas sísmicas, uma vez que o sítio de deposição original, quando ele desapareceu totalmente, é muito difícil de o provar e localizar. Todavia, um trânsito sedimentar parcial, como ilustrado nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica regional do offshore NO da Austrália, é, relativamente, fácil de visualizar, quer nas linhas sísmicas (escala macroscópica) quer no campo (escala mesoscópica), quando os afloramentos são frequentes e com uma certa continuidade. Lembremos antes de mais (Teoria precede a Observação) que o offshore NO da Austrália corresponde a sobreposição de várias bacias da classificação das bacias sedimentares de Bally e Snelson (1980). Nas linhas sísmicas regionais deste offshore é, relativamente, fácil reconhecer de baixo para cima: (i) Um soco que, muitas vezes, é, localmente, formado para uma cadeia de montanhas dobradas aplanada de idade Paleozóico ; (ii) Bacias de tipo rifte de idade Jurássico Terminal / Cretácico Inicial, que alongaram a litosfera do pequeno supercontinente Gondwana contribuindo assim a sua ruptura e (iii) Uma margem divergente de tipo Atlântico, na qual as duas fases do ciclo de invasão continental pós-Pangeia são, facilmente, identificadas; (a) A fase transgressiva de geometria retrogradante, depositada em associação com a ingressão marinha induzida diminuição de volume das bacias oceânicas crida pelo alastramento oceânico que seguiu a ruptura da litosfera do pequeno supercontinente Gondwana e (b) A fase regressiva, cuja geometria é progradante, depositada durante a descida do nível do mar absoluto ou eustático (nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite, que é o resultado da combinação da: (1) Tectonicoeustasia ; (2) Glacioeustasia ; (3) Geoidaleustasia (iv) Aumento estérico do nível do mar ou dilatação térmica dos oceanos, que é controlo pelo aumento da temperatura dos oceanos (se a temperatura aumenta, a densidade da água diminui e, para uma massa constante, o volume aumenta) induzido pela aumento de volume das bacias oceânica criado pela subducção da crusta oceânica ao longo das zonas de subducção e das colisões tectónicas. Assim, nesta tentativa de interpretação, três grandes pacotes sedimentares se podem pôr em evidência: (A) Os sedimentos da bacia de tipo rifte (coloridos em roxo), na qual várias falhas normais alargaram a litosfera e contribuíram ao desenvolvimento de uma subsidência diferencial ; (ii) Os sedimentos da fase transgressiva do ciclo de invasão continental pós-Pangéia (coloridos em verde), que são caracterizados por uma configuração interna paralela (a agradação é, largamente, predominante) e que, globalmente, tem uma geometria retrogradante e (iii) Os sedimentos da fase regressiva do ciclo de invasão continental pós-Pangéia, caracterizada por vários intervalos que, globalmente, têm uma geometria progradante para Este (pelo menos neste exemplo), nos quais, à excepção do intervalo inferior (colorido em amarelo) que corresponde aos cones submarinos de bacia de um ciclo sequência, a progradação ultrapassa largamente a agradação. Na base da fase regressiva do ciclo de invasão continental pós-Pangéia, que é separada da fase transgressiva por uma superfície da base das progradações principais é fácil de constatar, que os sedimentos da parte distal do primeiro intervalo progradante, devido, provavelmente, a uma série de deslizamentos, associados a falhas listricas locais, foram transportados, parcialmente, par jusante onde se depositaram. Este tipo particular de falhas normais curvilíneas, que obviamente se horizontalizam em profundidade, na base das quais se desenvolve um regime tectónico compressivo local, o que quer dizer que na parte superior de uma falha lístrica a geometria e o movimento relativo dos blocos falhados são de uma falha normal, enquanto que na parte inferior a geometria e o movimentos dos blocos falhos são de uma falha inversa. Este trânsito sedimentar parcial, induziu a deposição de um ciclo sequência incompleto, formado, unicamente, pelos três subgrupos do grupo de cortejos sedimentares de nível baixo, isto é, pelos cones submarinos de bacia (CSB), que é o subgrupo inferior (coloridos em amarelo), que são cobertos pelos cones submarinos de talude (CST), que formam o subgrupo de cortejos intermédio (colorido em beije), e o prisma de nível baixo (PNB) que forma o subgrupo de cortejos superior, que aqui é colorido em violeta. Trânsitos sedimentares parciais, induzidos pelas correntes de contorno, são muito comuns em certas bacia, como por exemplo, na parte profunda da bacia cratónica do Mar do Norte em associação os sistemas de deposição turbidíticos.

Transporte de Ekman.........................................................................................................................................................Ekman Transportation

Transport d'Ekman / Transporte de Ekman / Ekman-Transport / 埃克曼运输 / Движение Экмана / Transporto di Ekman /

Quantidade de água transportada por uma corrente marinha em função da profundidade, uma vez que esta diminui em profundidade devido ao efeito de Coriolis. A variação do vector de velocidade de uma corrente marinha em profundidade (função do efeito de Coriolis) é a espiral de Ekman.

Ver : « Corrente Geostrófica »
&
« Efeito de Coriolis »
&
« Nível de Acção das Vagas »

Figura 666 (Transporte de Ekman) - Uma pseudoforça ou força inercial não é uma força real, mas uma correcção que é adicionada de forma a transformar um referencial (sistema de coordenadas), fisicamente, não inercial (no qual as leis de Newton não são respeitadas) num referencial inercial teórico, de forma que as leis de Newton forneçam um descrição correcta daquilo que se observa a partir do referencial não inercial. Dado um referencial inercial, o qual respeita a 1a lei de Newton (uma partícula não sujeita a forças está ou parada ou move-se em linha recta com velocidade constante), um outro referencial será não inercial quando descrever um movimento acelerado em relação ao primeiro. Todos os referenciais (sistema de coordenadas) em que as leis de Newton de movimento, em particular a sua primeira lei, são válidas são chamados de referenciais inerciais. Este referenciais podem estar em movimento uns em relação às outros, mas o seu movimento relativo é a uma velocidade constante. Vale a pena aqui comparar um referencial inercial com um referencial não-inercial. Um automóvel que viaja a uma velocidade constante de 50 km/h na mesma direção pode ser considerado como um referencial inercial. Se o condutor do automóvel de repente aplicar os travões, enquanto o carro desacelerar ele torna-se um referencial não inercial. Todos os objectos dentro do automóvel, de repente, aceleram (em relação ao automóvel) mesmo que nenhuma força seja aplicada. Um passageiro no assento da frente que não tenha posto o cinto de segurança é acelerado do assento e injectado através do pára-brisa do carro. A lei da inércia (primeira lei de Newton) é violada neste referencial (porque o passageiro acelerou sem que nenhuma força actuasse sobre ele) e por isso o carro tornou-se um referência não-inercial. (N. Spielberg and B.D. Anderson, 1987- Seven Ideas That Shook The Universe. John Wiley & Sons, Inc. ISBN 0-471-848-16-6) Estas noções são muito úteis para compreender o efeito de Coriolis (quando um objecto está em movimento em relação a um referencial não inercial) que é perpendicular à velocidade e ao eixo de rotação do sistema não inercial em relação ao inercial. No mar, as corrente de superfície são influenciadas pelo efeito de Coriolis. O escoamento de superfície é desviado de 45° (para a esquerda no hemisfério Norte e para a direita no Sul) em relação à direcção do vento devido ao efeito de Coriolis. O vector de velocidade é desviado cada vez mais, à medida que a profundidade aumenta, até atingir a profundidade de fricção, onde ele atinge uma direcção oposta à do vento. Como a magnitude da vector velocidade diminui com a profundidade, o transporte de Ekman é a 90° (para a direita no hemisfério Norte e para a esquerda no Sul) da direcção do vento. O vector velocidade forma a chamada espiral de Ekman (espiral logarítmica que representa o hodógrafo (*) teórico (por imersão) da corrente de deriva, que é induzida pela tensão de um vento permanente, que sopra à superfície do mar homogéneo de profundidade infinita, e submetida ao efeito de Coriolis), que tem uma polaridade positiva no hemisfério Norte e negativa no hemisfério Sul. A formação de vales submarinos (como ilustrado nesta figura), que ao contrário dos canhões submarinos (**) não estão associados a nenhum sistema fluvial / deltaico a montante, torna-se quase evidente. A génese de vales submarinos, muito frequentes no talude continental da África do Oeste, parece estar associada à deflexão das correntes de fundo ascendentes induzida pelo efeito de Coriolis. As correntes de fundo são criadas pelo gradiente de pressão em direcção do continente resultante das correntes de superfície pilotadas pelo movimento de Ekman (fenómeno observado pela primeira vez pelo prémio Nobel da Paz de 1922, Fridtjof Nansen que notou, durante a sua expedição ao Ártico em 1890, que o gelo se movimentava com um certo um ângulo em relação a direção do vento). Com o tempo, o movimento das águas superficiais, criado pelo vento, propaga-se em profundidade, mas a velocidade diminui e a direcção muda devido ao efeito de Coriolis. O transporte de Ekman pode induzir correntes descendentes ou ascendentes que transportam a água para longe ou perto do rebordo da bacia. A erosão associada às correntes ascendentes cria os vales submarinos ao longo do talude continental dos offshore do Congo e Gabão, independentemente, de qualquer sistema fluvial. A posição desses vales varia com o tempo, função da deflexão de Coriolis. Desde que a erosão atinge a parte superior do talude e o rebordo continental, uma iniciação de correntes turbidíticas é possível.

(*) O hodógrafo do movimento de uma partícula é a curva descrita pelas extremidades dos vectores de velocidade instantânea quando transladados de modo a terem todos uma mesma origem.

(**) Embora a formação dos canhões submarinos se possa explicar por muitos mecanismos de mecanismos duas grandes famílias são, normalmente, avançadas para explicar a sua origem: (1) A dos canhões submarinos cavados por rios cuja desembocaduras progradam par o mar durante períodos de nível baixo do mar e (2) A dos canhões submarinos que foram cavados por correntes de turbidez densas e com grande capacidade erosiva. que podem transportar mais de 300 kg/m3 e atingir velocidades superiores a 100 km/h. Ao contrário da primeira família, neste caso, as condições geológica são, em geral, de nível alto do mar, ou seja com o nível do mar mais alto do que o rebordo da bacia. Os canhões da primeira família são as zonas de transporte dos sedimentos turbidítico no modelo de P. Vail, enquanto os segundos explicam melhor os sistemas turbidíticos de E. Mutti.

Transporte Gravitacional........................................................................................................................................Gravity transportation

Transport gravitaire / Transporte gravitacional / Gravity Transport / 重力运输 / Перемещение под действием собственной массы / Trasporto di gravità /

Um dos vários tipos de transporte de sedimentos, no qual o fluxo dos sedimentos por gravidade é preponderante.

Ve : « Escoamento de Detritos »

Transposição(dos sedimentos).......................................................................................................................................................Sediment Bypassing

Transposition / Transposición (de los sedimentos) / Sediment-Umgehung /泥沙绕过 / Перестановка (отложений) / Trasposizione (sedimento) /

Transporte dos sedimentos através de uma área sem se depositarem. A transposição explica a diminuição da granulometria à medida que a distância à fonte dos sedimentos aumenta. Um dos casos mais frequentes de transposição ocorre nas correntes turbidíticas, onde as partículas, de certas dimensões, ultrapassam outras que são transportadas simultaneamente ou que continuam em movimento enquanto que outras se depositam. Em certos casos, a transposição dos sedimentos pode ser inversa, ou seja, quando os sedimentos de grandes dimensões são transportados mais longe do que os mais finos.

Ver: « Acarreio Sedimentar »
&
« Cortejo de Nível Baixo »
&
« Turbiditos »

Figura 667 (Transposição, dos sedimentos) - A transposição dos sedimentos é muito frequente, quando os sedimentos são transportados sob a influência da gravidade e que o seu movimento desloca o fluído intersticial entre eles. Os sedimentos são transportados por toda uma variedade de mecanismos: (i) Suspensão, quando os grãos ficam suspensos sobre a interface sedimento/fluido e que ocorre quando três condições básicas são satisfeitas: a) Existência de turbulência, b) Baixa densidade e c) Comportamento coloidal ; (ii) Saltação, quando os grãos ficam, temporariamente, suspensos depois da acção da corrente, e retornam à superfície depósito causando um choque que produz ricochetes, ou seja, a saltação induzida que pode através do impacto entre as partículas provocar outros movimentos continuados (https://www.passeidireto.com/arquivo/1826551/sedimentos-e-processos-sedimentares/2) ; (iii) Tracção, isto é quando o transporte dos grãos é feito por arrasto (quando o transporte dos grãos é subparalelo e rente à interface sedimento/fluido e, como no transporte por saltação, o contacto entre os grãos pode ocasionar novos movimentos, como o remobilização dos grãos através do empurrões e por rolamento (quando os grãos iniciam um processo de rotação, uns sobre os sobre) ; (iv) Escoamento Granular Ascendente, ocorre quando escoamento é fluidizado e o liquido sobe através dos grãos ; (v) Interacção Directa entre os Grãos, num escoamento granular, em massa, no qual os grãos chocam uns contra os outros ; (vi) Suporte dos Grãos por um Fluído Coesivo, ocorre, em geral, num escoamento de detritos, em massa. Existem quatro grandes tipos de escoamento gravitário : (A) Escoamento Granular, que ocorre quando os sedimentos são suportados e deslocados pelas interacções directas de grão a grão, como nos movimentos de areia ao longo dos canhões submarinos, o que resultam numa calibração da areia ou dos calhaus depositados nos canais ou depressões dos cones submarinos ; (ii) Escoamento Sedimentar Fluído, que corresponde ao movimento no qual as partículas sedimentares são suportadas pelo escoamento vertical induzido à medida que os grãos se depositam, como os escoamentos dos pacotes de areia que se deslocam ao longo de um declive como um tapete tracção ; (iii) Escoamento de Detritos, que corresponde ao movimento costa abaixo (no offshore como no onshore) das partículas sedimentares (grosseiras e finas) e da água no qual os grãos de maiores dimensões são suportados pela mistura do fluído intersticial e sedimentos finos (neste tipo de escoamento, os sedimentos podem ser transportados centenas de quilómetros e originam depósitos maciços e pouco calibrados) ; (iv) Correntes Turbidíticas, que são misturas diluídas de sedimentos e água com uma densidade superior à água onde elas se formam e nas quais os sedimentos são suportados pela componente vertical induzida pela turbulência da água. Como ilustrado nesta figura numa camada turbidítica de um cone submarino de bacia, de baixo para cima, vários intervalos se podem reconhecer (sequência turbidítica de Bouma) : (a) Intervalo inferior A, com estratificação granoclassificada e uma limite inferior por erosão, que se deposita na parte proximal e até jusante da corrente, isto é, na área de deposição grosseira ; (b) Intervalo concordante B, com lâminas paralelas que se deposita para lá do intervalo inferior, já na área de deposição fina ; (c) Intervalo C, com lâminas cruzadas e convolutas, que atinge, por vezes, o início da parte distal de deposição ; (d) Intervalo D, com lâminas paralelas que atinge a parte mais distal da zona de deposição fina e (e) Intervalo E, constituído por lama hemipelágica que, teoricamente, não está associado com a corrente turbidítica responsável do depósito gravitário. Por outro lado, o intervalo hemipelágico (intervalo E) deposita-se durante o período de tempo que ocorre entre duas camadas turbidíticas consecutivas, o qual pode ser de centenas, ver mesmo milhares de anos, enquanto o tempo de deposição das camadas turbidíticas é, geologicamente, considerado, como instantâneo (algumas horas). É a fauna e a flora do intervalo hemipelágico que permite datar os lóbulos turbidíticos, uma vez que toda a fauna e flora que se pode encontrar dentro deste lóbulos é transportada, e assim datar a descida do nível do mar relativo com a qual os sistemas de deposição turbidítica estão associados (modelo de deposição de P. Vail, o que não é necessariamente o caso no modelo de E. Mutti).

Truncatura......................................................................................................................................................................................................................................................Truncation

Troncature / Truncación / Trunkierung / 截断 / Усечение / Troncamento /

Terminação dos estratos ou reflexões sísmicas, interpretadas como tais, ao longo da discordância superior de um ciclo estratigráfico, a qual é criada por uma erosão, que em geral foi reforçada pela tectónica (discordância angular).

Ver: « Discordância »
&
« Erosão »
&
« Terminação e Geometria de um Estrato »

Figura 668 (Truncatura) - Nesta tentativa de interpretação geológica de um detalhe de autotraço de uma linha sísmica do Norte do Mar Cáspio, as terminações dos reflectores subjacentes à discordância (linha ondulada em branco) são biséis somitais ou superiores por truncatura, quer isto dizer, que uma parte dos sedimentos subjacentes a discordância foi erodida depois que os sedimentos tenham sido deformados. Na estratigrafia sequencial, uma discordância é uma superfície de erosão induzida por uma descida do nível do mar relativo (*), que pôs o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia (rebordo continental quando a bacia tem uma plataforma), o qual, em certos casos, é, mais ou menos coincidente com a linha da costa (durante a 2a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto, PNA, de um ciclo sequência). Isto quer dizer, que as discordâncias são induzidas, principalmente, pela eustasia (variações do nível do mar absoluto ou eustático) e não pela tectónica, uma vez que os sedimentos têm ser exumados para sofrer a acção dos agentes erosivos (gravidade, chuva, vento, gelo, rios, etc.). Todavia, elas podem ser reforçadas pela tectónica e criar, o que certos geocientistas chamam discordâncias angulares. Efectivamente, por si só, um encurtamento ou um alargamento dos sedimentos não pode produzir uma discordância, uma vez que têm que haver erosão, a qual só é significativa e regional se os sedimentos forem exumados. Isto é, muito fácil de corrobora nas bacia salíferas, onde o escoamento lateral ou vertical do sal, deforma (alonga) os sedimentos sobrejacentes sem, muitas vezes, criar discordâncias, isto é, sem que os sedimentos sobrejacentes sejam erodidos. Entre os sedimentos subjacentes e suprajacentes ao sal forma-se uma desarmonia tectónica (não confundir com discordância), que atinge o seu paroxismo quando o sal ou horizonte salífero é, totalmente, evacuado e forma uma sutura ou soldadura salífera (superfície que põe em contacto estratos originalmente separados por um nível evaporítico autóctone ou alóctone e que corresponde a uma estrutura negativa resultante do escoamento ou expulsão parcial ou total do horizonte salífero). Uma soldadura salífera, no campo ou nos testemunhos de sondagem é, na maior parte dos casos, reconhecida por um resíduo insolúvel, mais ou menos, brechificado, com pseudomorfos de halite, mas é demasiado fino pare ser visível nos dados sísmicos, nos quais ela é sublinhada por uma desarmonia tectónica. Uma das característica das suturas salíferas é a presença de inversões tectónicas nos horizontes sobrejacentes. Nesta tentativa de interpretação geológica, é evidente que a discordância sublinhada pela linha ondulada branca, que neste caso particular coincide com uma soldadura salífera foi reforçada pela tectónica (alargamento, seguido de um encurtamento). A área onde a linha sísmica foi tirada pertence a uma bacia sedimentar caracterizada ao ponto de vista geológico, pela presença de um espesso horizonte salífero de idade Pérmico (Kunguriano, 258-263 Ma) que induziu uma tectónica salífera importante. Sob ponto de vista da pesquisa petrolífera, esta área é muito conhecida devido à descoberta recente (2000) de um campo gigante (Kashagan), cuja reservas (recuperáveis) são cerca de 13 Gbbl de petróleo, o que provavelmente, é suficiente para contrabalançar o alto teor em SH2 e as condições climáticas. O escoamento lateral e vertical do sal, que se depositou sobre os argilitos rochas-mãe do Artinskiano (263-268 Ma), deformou e levantou (extensão, alargamento) os sedimentos do Triásico, que foram, parcialmente, erodidos antes de serem cobertos pelos sedimentos marinhos do Jurássico. Mais tarde, todo o conjunto foi, encurtado (compressão) por um regime tectónico compressivo regional associado ao fecho do Mar de Tétis (antigo mar entre o NE do pequeno supercontinente Gondwana e SE do pequeno supercontinente Laurasia, que substituiu o oceano Paleotétis uma vez que a expansão do Mar de Tétis obrigou a placa Cimmeriana a entrar em colisão com o Laurasia, para, finalmente, o Mar de Tétis substituir, completamente o Paleotétis.

(*) Não esqueça que na estratigrafia sequencial é fundamental não confundir o nível do relativo com o nível do mar absoluto ou eustático. O primeiro é o nível do mar local, referenciado a qualquer ponto fixo da superfície terrestre, que ele seja a base dos sedimentos ou o fundo do mar. O segundo é o nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite. O nível do mar relativo é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático e da tectónica (subsidência ou levantamento). O nível do mar absoluto é o resultado da combinação da: i) Tectonicoeustasia que é controlada pela variação do volume das bacias oceânicas em associação com alastramento oceânico no seguimento da ruptura dos supercontinentes ; (ii) Glacioeustasia, que é controlada pela variação de volume de água dos oceanos função da quantidade de gelo (assumindo que a quantidade de água sob todas as suas formas é constante desde a formação da Terra, há cerca de 4,5 Ga) ; (iii) Geoidaleustasia que é controlada pela distribuição da água dos oceanos causada pelas variações do campo da gravidade terrestre (onde a gravidade é mais forte que o valor normal, o nível do mar é atirado para o centro da Terra) e (iv) Aumento estérico do nível do mar ou dilatação térmica dos oceanos, que é controlo pelo aumento da temperatura dos oceanos (se a temperatura aumenta, a densidade da água diminui e, para uma massa constante, o volume aumenta). Durante um determinado tempo geológico, a combinação da curva eustática (curva das variações do nível do mar absoluto) e da tectónica (subsidência, quando o regime tectónico predominante é em extensão ou levantamento, quando o regime tectónico predominante é de encurtamento) dá a curva da taxa das mudanças do nível do mar relativo.

Truncatura Aparente..................................................................................................................................................................Apparent Truncation

Troncature apparente / Truncación aparente / Scheinbare Trunkierung / 明显的截断 / Явное усечение / Troncamento apparente /

Relação geométrica entre estratos, ou terminações dos reflectores sísmicos, no intervalo transgressivo (IT) e no prisma de nível alto (PNA) de um ciclo sequência. A retrogradação dos paraciclos sequência do intervalo transgressivo e a progradação dos paraciclos sequência dos prismas de nível alto e baixo, induzem uma geometria de truncatura aparente, que na maior parte dos casos, não corresponde a nenhuma erosão. Esta geometria é facilmente reconhecida nos perfis sísmicos, quer acima das superfícies basais de progradação (pico das ingressões marinhas), quer na parte superior dos intervalos progradantes (regressões).

Ver: « Discordância »
&
« Erosão »
&
« Terminação e Geometria de um Estrato »

Figura 669 (Truncatura Aparente) - Neste autotraço de um detalhe de uma linha sísmica do offshore da China, o qual corresponde à sobreposição de uma bacia interna ao arco por uma margem divergente de tipo não Atlântico (localizada dentro da megassutura do Mesozóico / Cenozóico, isto é, num contexto geológico globalmente compressivo), as terminações superiores dos reflectores do intervalo progradante (entre 1,1 e 1,3 segundos) sublinham, o que muitos geocientistas consideram como uma truncatura aparente. Para esses geocientistas, nesta área, os sedimentos depositaram-se a jusante da ruptura costeira da superfície de deposição (mais ou menos coincidente com a da linha da costa), em geral, num talude deltaico, uma vez que o espaço disponível para os sedimentos (acomodação) é insuficiente a montante. Em outros termos, para esses geocientistas os sedimentos progradam para jusante com muito pouco ou mesmo, em certos lugares, sem nenhuma agradação. Todavia, outros geocientistas pensam, que os sedimentos se depositaram não só em progradação, mas também em agradação, mas que a parte agradante foi, imediatamente, erodida pelos próprios processos sedimentares. Como ilustrado nesta tentativa de interpretação e no modelo geológico (canto superior direita da figura), nos edifícios deltaicos (não confundir edifício deltaico, cuja espessura pode atingir milhares de metros, com um delta, cuja espessura raramente ultrapassa 50 metros), este tipo de geometria pode, também, ser interpretado como uma consequência do efeito de pêndulo. Na realidade, depois de uma ingressão marinha, que desloca a linha da costa para o continente e cria espaço disponível para os sedimentos (acomodação), durante o período de estabilidade do nível do mar relativo que ocorre depois da ingressão marinha, um delta pode depositar-se, à medida que a linha da costa se desloca para o mar. Um delta, que não é outra coisa que um cortejo sedimentar constituído pela associação lateral de sistemas de deposição síncronos e geneticamente associados: a) Siltes e areia da planície deltaica e frente de delta, isto e, as camadas deltaicas sub-horizontais superiores ; b) Argilitos do talude deltaico, ou seja, as camadas deltaicas inclinadas para o mar e c) Argilitos e siltitos da base do prodelta, quer isto dizer, as camadas deltaicas sub-horizontais inferiores, pode depositar-se na desembocadura de um rio. Todavia, à medida que a linha da costa se desloca par o mar e que sos sistemas de deposição que formam o delta se depositam, o espaço disponível para os sedimentos diminui. O cortejo sedimentar ou os cortejos sedimentares seguintes, depositam-se lateralmente, em relação ao primeiro, onde o espaço disponível para os sedimentos é suficiente e assim por diante, como ilustrado no esquema geológico, sem que nenhuma descida significativa do nível do mar relativo ocorra, isto é sem que nenhuma superfície de erosão significativa (discordância) ocorra entre eles. Um tal deslocamento lateral dos cortejos sedimentares deltaicos (paraciclos sequência), em função do espaço disponível, que cria, nos dados sísmicos, uma geometria aparente de truncatura, foi muito bem descrito pelos geocientistas franceses (G. Dailly) da companhia petrolífera Elf, que o denominou efeito de pêndulo. Obviamente, um tal deslocamento pendular dos depocentros ou lóbulos deltaicos é o responsável principal da sobreposição de fácies arenosas (frente de delta) e argilosas (fosso argiloso que circunda o delta, por vezes é rico em matéria orgânica) que favoriza a formação e desenvolvimento de sistemas petrolíferos (subsistemas petrolíferos geradores, ou seja, rochas-mãe potenciais). Todavia a geometria global dos lóbulos deltaicos depende se as ingressões marinhas são cada vez mais importantes, isto é em aceleração ou se elas são cada vez mais pequenas em desaceleração. No primeiro caso como ilustrado no episódio transgressivo, como as regressões sedimentares, quer isto dizer, os lóbulos deltaicos, são cada vezes mais pequenos, globalmente a geometria torna-se retrogradante. Ao contrário, no segundo caso (episódio regressivo), como as regressões sedimentares associadas ou seja os lóbulos deltaicos são cada vez mais importantes, a geometria, globalmente, é progradante.

Truncatura Estrutural.........................................................................................................................................................Structural Truncation

Troncature structurale / Truncación estructural / Strukturelle Trunkierung / 结构截断 / Тектонический срез / Troncamento strutturale /

Terminação abrupta de um estrato (ou de um reflector sísmico) induzida por um evento estrutural: (i) Encurtamento (falha inversa) ; (ii) Alargamento (falha norma) ; (iii) Deslizamento gravitário ; (iv) Escoamento de um substrato móvel ; (v) Intrusão ígnea, etc.

Ver: « Discordância »
&
« Erosão »
&
« Terminação e Geometria de um Estrato »

Figura 670 (Truncatura Estrutural) - Para muitos geocientistas, a expressão "truncatura estrutural" não boa. Ela induz em erro. Em geologia, o termo truncatura é, em geral, utilizado com sinónimo de erosão. Efectivamente, para a maioria dos geocientistas, uma truncatura implica uma erosão. A descontinuidade das camadas ou reflectores, observada, por exemplo, no caso de uma falha (inversa ou normal) não tem nada a ver com uma truncatura, mas com uma descontinuidade mecânica (*). A erosão só pode ser feita pelos agentes erosivos (água, vento, gelo, etc.). A tectónica, quer ela seja por encurtamento (quando o elipsóide dos esforços efectivos é alongado) ou alargamento (quando o elipsóide dos esforços efectivos (**)é oblongo), não erode os sedimentos. A tectónica deforma os sedimentos. Todavia, se a deformação tectónica for por encurtamento, os sedimentos são levantados e podem ser expostos aos agentes erosivos, caso eles sejam exumados, quer isto dizer, caso eles sejam levantados acima do nível do mar. Por outras palavras, para haver erosão (regional ou global), tem que haver uma descida do nível do mar relativo (nível do mar local referenciado a qualquer ponto da superfície terrestre, que ele seja a base dos sedimentos ou o fundo do mar), que é função da eustasia (variações do nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite) e do movimento do fundo do mar ou seja da tectónica (levantamento ou subsidência). Na Universidade de Rice, Houston (Texas, USA), P. Vail e A. Bally costumavam dizer: Quando σ1 é vertical (eixo maior do elipsóide os esforços efectivos), os sedimentos são alongados, criam uma subsidência, que induz uma subida do nível do mar relativo, a qual cria ou aumenta o espaço disponível para os sedimentos. o que favoriza a deposição. Quando, σ1 é horizontal, os sedimentos são encurtados e levantados, o que induz uma descida do nível do mar relativo, a qual quando significativa cria uma superfície de erosão, quer isto dizer, uma discordância. Como, na grande maioria das bacias sedimentares, as variações eustáticas (variações do nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar global referenciado ao centro da Terra ou a um satélite)) são muito mais rápidas do que os movimentos tectónicos, quase todos os geocientistas (salvo raros "estruturalistas" ingénuos, isto é, inductivistas), consideram que a ciclicidade observada nos registos geológicos, é devida a eustasia ou eustatismo, como dizem os geocientistas franceses (variação do nível do mar médio em relação ao continentes assumidos estáveis, o que implica que uma subida ou descida eustática é qualquer uma aumento ou diminuição do nível do mar tem a mesma amplitude em todas as regiões do globo). Nesta tentativa de interpretação de um detalhe uma linha sísmica do Mar do Norte, o qual sob o ponto de vista geológico corresponde a sobreposição de uma bacia cratónica sobre bacias de tipo rifte, os biséis somitais ou superiores visíveis debaixo da discordância (superfície de erosão) correspondem a verdadeiras truncaturas. Os sedimentos subjacentes à discordância foram encurtados e, obviamente, levantados. O levantamento produziu uma descida do nível do mar relativo, a qual exumou os sedimentos, o que permitiu aos agentes erosivos de os desagregar, corroer e nivelar. Este tipo de terminação não tem nada a ver com as terminações dos reflectores contra os planos de falhas (descontinuidades mecânicas), produzida pelo movimento relativo dos blocos falhados (parte central inferior desta tentativa de interpretação) onde nenhuma camada ou reflector desaparece por erosão e que muito geocientistas continuam, por hábito, a chamar de maneira errada "truncatura estrutural”.

(*) Dentro das descontinuidades litológicas, que são as mais importantes na estratigrafia sequencial, podem reconhecer-se as: (i) Descontinuidades Concordantes, quando há continuidade entre os intervalos sucessivos ; (ii) Descontinuidades Paraconformes ou Paraconformidades, quando não há diferença de atitude entre os intervalos sobrepostos, mas há um hiato por ausência de deposição importante entre eles ; (iii) Descontinuidades Não Conformes ou Não Conformidades (que certos autores chamam Discordâncias Heterolíticas), quando há um contacto entre um intervalo sedimentar e um corpo ígneo mais antigo ; (iv) Descontinuidades Desconformes ou Desconformidades, quando as camadas dos intervalos são paralelas de um e de outro lado da superfície de contacto a qual não é conforme com a estratificação regional ; (v) As Descontinuidades Discordantes ou Discordâncias quando os dois intervalos estão separados por uma superfície de erosão induzida por uma descida do nível do mar relativo ; (vi) As Descontinuidades Discordantes Reforçadas ou Discordâncias Reforçadas pela Tectónica, quando os sedimentos do intervalo sobrejacente a uma discordância foram deformados pela tectónica (encurtados ou alargados) ; (vii) Descontinuidades Intrusivas, quando um corpo ígneo atravessa uma série sedimentar ; (viii) Descontinuidade Mecânicas, quando elas são induzidas por falhas, etc. (https://estpal13.wordpress.com/2013/06/04/descontinuidades-sedimentares-e-estratigraficas/)

(**) Os esforços efectivos são a pressão geostática ou σg, pressão hidrostática ou pressão dos poros, σp , e o vector tectónico σt. É a combinação destes esforços que, efectivamente, deformam os sedimentos e não, unicamente, o vector tectónico e é, por isso que mesmo com um σt>0, os sedimentos podem ser alargados.

Turbidez.......................................................................................................................................................................................................................................................................Turbidity

Turbidité / Turbidez / Trübung, Schlammgehalt / 浊度 / Мутность / Torbidità /

Turvação de um fluído causada pelo total de sólidos suspensos ou dissolvidos que, geralmente, não são visíveis a olho nu. Muitas vezes sinónimo de Turvação.

Ver: « Corrente de Turbidez »


Envie E-mails para carloscramez@gmail.com ou para carlos.cramez@bluewin.ch com comentários e sugestões para melhorar este glossário.
Copyright © 2009 CCramez, Switzerland
Ultima actualização : Junho, 2017