Planície Litoral............................................................................................................................................................................................................................Coastal Plain

Plaine côtière (Plaine littorale) / Planicie litoral (costera) / Litoralebene, Küstenebene / 沿海平原 / Прибрежная равнина / Pianura costiera /

Superfície continental plana ou muito pouco inclinada, baixa (altitude inferior a 200 metros, para certos geocientistas), de origem sedimentar, com posição litoral.

Ver: «Planície Costeira»

Plataforma.............................................................................................................................................................................................................Shelf, Continental shelf

Plate-forme / Plataforma / Schelf / 大陆架 / Шельф (платформа) / Piattaforma continentale /

Parcela da margem continental que se estende, como uma superfície pouco inclinada para a bacia, desde a linha de costa até uma ruptura, geralmente, bem marcada, da inclinação do fundo do mar, a qual marca o limite superior do talude continental. A profundidade média da plataforma é de 130 metros e a profundidade máxima de 200 metros. Sinónimo de Plataforma Continental.

Ver: « Planície Costeira »
&
« Talude Continental »
&
« Rebordo da Bacia »

Figura 492 (Plataforma) - Do continente para o mar profundo, ao longo de uma superfície de deposição, como ao longo de uma linha cronostratigráfica (completa), existem cinco rupturas de inclinação: (i) Linha da Baía, entre a planície aluvial e a planície costeira (planície deltaica incluída) ; (ii) Linha da Costa, entre o onshore e o offshore ; (iii) Base do Prodelta, entre o prodelta e plataforma continental (quando a bacia tem uma plataforma) ; (iv) Rebordo da Plataforma (quando a bacia tem uma plataforma continental, isto é, quando a linha da costa está localizada a montante do rebordo continental), entre a plataforma e talude continental ; (v) Base do Talude Continental, entre o sopé continental e planície abissal. O que, normalmente, se chama plataforma continental corresponde, em condições geológicas de nível alto (quando o nível do mar está mais alto do que o rebordo da bacia) à superfície entre o rebordo da bacia e a base do prodelta. Todavia, o termo plataforma é utilizado, por certos geocientistas, para designar superfícies planas desenvolvidas em determinados sistemas de deposição de carbonatos. Num ciclo sequência, que é induzido por um ciclo eustático (*) de duração entre 0,5 e 3-5 My (ciclo eustático de 3a ordem), a bacia sedimentar tem períodos durante os quais ela não tem plataforma continental. Esses períodos estão associados ao grupo de cortejos de nível baixo (CNB) e à 2a fase do um prisma de nível alto (PNA), que é o subgrupo superior do grupo de cortejos de nível alto (CNA). Em estratigrafia sequencial e, particularmente, em sismostratigrafia (quando a estratigrafia sequencial é feita a partir dos dados sísmicos, o que implica que certos detalhes não são visíveis devido à resolução da linhas sísmicas), unicamente, durante o grupo de cortejos de nível alto (CNA) é que a bacia tem uma plataforma continental: durante o intervalo transgressivo (IT) e durante a 1a fase do prisma de nível alto (PNA). É por esta razão que nós consideramos duas fases no prisma de nível alto. Durante a 1a fase, a bacia tem uma plataforma continental, mas não durante a 2a (a linha da costa coincide com o rebordo da bacia, o qual coincide com o rebordo continental). Quando uma descida significativa do nível do mar relativo ocorre, o nível relativo do mar fica mais baixo do que o rebordo da bacia e um novo ciclo estratigráfico começa, com o depósito de cones submarinos, na parte profunda da bacia. Durante o depósito dos cones submarinos (CSB e CST) e do prisma de nível baixo (PNB), a bacia não tem plataforma e o rebordo bacia é o último rebordo da bacia do ciclo estratigráfico anterior. Quando o nível do mar relativo inunda, pela primeira vez, a planície costeira do prisma de baixo nível, a linha da costa desloca-se para o continente, criando uma plataforma continental e uma superfície de ravinamento na planície costeira do prisma de nível baixo. A profundidade agua e a extensão da plataforma aumentam à medida que o nível relativo da mar sobe em aceleração (acréscimos cada vez mais importantes ou ingressões marinhas cada vez mais importantes. Desde que o nível do mar relativo começa a subir em desaceleração (acréscimos cada vez mais pequenos), o prisma de nível alto (PNA) começa a depositar-se, o que reduz, pouco a pouco, a extensão e a lâmina de água da plataforma continental. A partir de um determinado momento, a bacia deixa de ter plataforma (2a fase do prisma de nível alto) uma vez que o rebordo da bacia toma uma nova posição, que coincide com o rebordo continental, até que um descida significativa do mar relativo ocorra, o que produz uma superfície de erosão (discordância) que enfatiza o fim do ciclo estratigráfico e o início de um novo ciclo. Note que entre os acréscimos da subida do nível do mar relativo, os quais são induzidas por pequenas ingressões marinhas, que fazem parte de uma ingressão marinha de ordem superior, que eles sejam em aceleração ou em desaceleração, há períodos de estabilidade do nível do mar relativo, durante os quais se depositam os sedimentos (paraciclos sequência), à medida que a linha da costa se desloca para o mar, antes se se deslocar outra vez para o continente durante a ingressão marinha seguinte.

(*) O termo eustático é, en geral, utilizado em associação com o nível do mar absoluto (ou eustático) que é o nível do mar global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite. Assim, quando se fala de um ciclo eustático de 1a ordem, cujo tempo de duração é superior a 50 My, não há nenhum problema coma terminologia, uma vez que o ciclo eustático corresponde a um ciclo da curva das variações do nível do mar global ou eustático. Todavia, isto não é verdade para um ciclo eustático de 3a ordem, uma vez que ele se refere a um ciclo da curva das variações do nível do mar relativo, que é o nível do mar, local, referenciado à base dos sedimentos (topo da crusta continental) ou a qualquer outro ponto da superfície terrestre, como, por exemplo, o fundo do mar ,que é o resultado da combinação do nível do mar absoluto e da tectónica (subsidência ou levantamento.

Plataforma de Abrasão..........................................................................................Abrasion Platform, Wave cut Platform

Plate-forme d'abrasion marine / Plataforma de abrasión / Abrasionplatte / 海蚀台地 / Абразионная платформа / Piattaforma di abrasione /

Superfície rochosa pouco inclinada que se estende da base da arriba para o largo, entre os níveis das marés mais altas e mais baixas. É uma superfície de abrasão talhada pela acção das ondas e, como tal, tende a ser lisa, com fracas ondulações ou com degraus correspondentes ao nível da maré alta ou ao nível do mar atingido durante as tempestades.

Ver: « Plataforma Carbonatada Aureolada »
&
« Plataforma Carbonatada Morta »
&
« Plataforma de Areia (carbonatada aureolada) »

Figura 493 (Plataforma de Abrasão) - As plataformas de abrasão são plataformas litorais onde a abrasão da acção das ondas é o processo geológico predominante. Quando uma plataforma de abrasão é em desenvolvimento, ela é exposta, unicamente, durante a maré baixa, como ilustrado nesta figura, mas há sempre a possibilidade que uma tal plataforma esteja escondida debaixo de uma cobertura de seixos de praia (que são agente importantes da abrasão). Se a plataforma continental está, permanentemente, exposta, acima da linha da maré alta, ela corresponde, provavelmente, a uma plataforma de praia levantada, a qual não é considerada como um produto da abrasão, uma vez que ela é o resultado de numa raspagem mecânica de uma superfície rochosa, por atrito, entre as rochas e as partículas em movimento, durante o seu transporte pelo vento, glaciares, ondas de mar, gravidade, água corrente ou erosão. Após o atrito, as partículas em movimento desalojam as partes menos consolidadas e mais fracas das rochas, que podem, igualmente, ser dissolvidas na água. Assim, naturalmente, a intensidade da abrasão depende da dureza, concentração, velocidade e massa das partículas em movimento. Desta maneira, é importante não esquecer que a erosão é a destruição do solo e rochas e do seu transporte, em geral, feito pela água da chuva, vento ou, ainda, pela acção do gelo, quando este actua expandindo o material no qual a água infiltrada congelada. A erosão destrói as estruturas que compõem o solo, liberando areia, argila, óxidos, húmus, etc. Estas partículas e os restos de rocha são transportados para as partes mais baixas dos relevos e, em geral, vão assorear (*) os cursos de água. A abrasão pode ser considerada como um dos processos mecânicos da erosão. Em solos cobertos por floresta, a erosão é muito pequena e quase inexistente, mas é um processo natural sempre presente e importante para a formação dos relevos. Desde que o homem destrói as florestas, para utilizar o terreno na agricultura, a erosão torna-se muito severa no solo exposto o que pode levar a desertificação (fenómeno que corresponde à transformação de uma área num deserto). Quando a costa marítima é rochosa, alta e a pique, isto é, quando penhascos ou arribas enfatizam a linha da costa, a erosão induz o recuo da costa, o qual se passa, mais ou menos, da maneira seguinte : (i) As vagas escavam a base da arriba, que se torna instável devido à perda da sua base de sustentação ; (ii) Uma tal instabilidade provoca a fragmentação da arriba e queda de blocos ; (iii) Quando a arriba tem fissuras, o ar situado nessas fissuras é comprimido, a quando do choque das ondas, por descompressão, quando as ondas recuam ; (iv) Os interstícios das rochas são alargados e as rochas fragmentam-se pouco a pouco ; (v) Este desgaste provoca um escavamento côncavo no sopé das arribas, que os geocientistas chamam sapa ou solapo, as quais, sem apoio, se desmoronam ; (vi) Desta maneira a arriba vai recuando, desenvolvendo-se uma plataforma de abrasão (faixa entre o mar e a arriba), que fica descoberto na maré baixa. No esquema geológico ilustrado nesta figura distingue-se: (i) Falésia de baixamar ; (ii) Plataforma de abrasão ; (iii) Solapa actual ; (iv) Falésia actual ; (v) Antiga plataforma de abrasão ; (vi) Antiga solapa ; (vii) Paleofalésia ; (viii) Depósitos de terraço ; (ix) Leque aluvial ; (x) Antiga plataforma de abrasão , (xi) Antigo nível do mar I ; (xii) Antigo nível do mar II. Obviamente, neste esquema podem reconhecer-se três plataforma de abrasão (2) (5) e (10) que foram induzida pelas variações do nível do mar absoluto ou eustático, quer isto dizer pela eustasia. Todavia, a eustasia é o resultado da acção conjunta da (i) Tectonicoeustasia, que é controlada pelas variações do volume das bacias oceânicas induzidas pela formação e ruptura dos supercontinentes ; (ii) Glacioeustasia, que é controlada pelas variações de volume de água dos oceanos função da quantidade de gelo (glaciações e derretimento das massas de gelo) ; (iii) Geoidaleustasia, que é controlada pela distribuição da água dos oceanos causada pelas variações do campo da gravidade terrestre e (iv) Dilatação térmica dos oceanos ou aumento estérico do nível do mar, o que quer dizer, que quando a temperatura dos oceanos aumenta, a densidade da água diminui e, para uma massa constante, o volume dos oceanos aumenta. Tendo em linha de conta, que unicamente as mudanças glacioeustáticas são, ao mesmo tempo, importantes (> 10 m) e rápidas (< 1 My), as plataforma de abrasão recentes foram certamente criadas pela glacioeustasia.

(*) O assoreamento é a acumulação de detritos, como areias, calhaus, seixos, etc., nas zonas de fraca inclinação dos leitos dos rios, particularmente, na parte final da sua trajectória.

Plataforma de Areia (carbonatada aureolada)..............................................................................Shoal-Rimmed Platform

Plate-forme de sable (carbonatée auréolée) / Plataforma de arena (bordeada de) / Shoal umrandeten Plattform / 浅滩环绕的台地 / Обрамленная отмелью платформа / Piattaforma di sabbia (carbonato di halo) /

Plataforma carbonatada com o rebordo sublinhado por recifes ou areias de baixio. Basicamente, as plataformas carbonatadas ou têm o rebordo sob uma lâmina água de dezenas metros ou são orladas, o que quer dizer, que elas têm uma barreira, mais ou menos, contínua (recife, recife de baixio ou areias carbonatadas de baixio) ao longo do rebordo.

Ver: « Plataforma Carbonatada Aureolada »
&
« Plataforma Carbonatada Morta »
&
« Intervalo Transgressivo »

Figura 494 (Plataforma de Areia, carbonatada aureolada) - Uma plataforma continental é uma província fisiográfica, que faz parte da estrutura morfológica da margem continental, a qual é a extensão submarina do bloco continental. Uma plataforma carbonatada ou carbonática é um corpo sedimentar que tem um relevo topográfico e que é composto por depósitos calcários que se formaram “in situ”, isto é, depósitos calcários autóctones. Uma plataforma carbonatada pode coincidir com uma plataforma continental mas, em geral, isso parece não ser o caso. A maior parte dos geocientistas, considera cinco categorias de plataformas carbonatadas: (i) Plataformas Aureoladas ou Orladas, que são caracterizadas pela presença de recifes ou areias calcárias de baixio (banco de areia carbonatada coberto por água do mar pouco profunda) no rebordo da plataforma (como ilustrado neste esquema e na fotografia) e areias argilosas na laguna ou na plataforma aberta ; este tipo de plataforma forma-se em águas calmas e a sua extensão varia entre 10 e 100 km. (ii) Plataformas de tipo Rampa Carbonatada, nas quais as areias carbonatadas da linha da costa passam, na base da rampa, a areias argilosas e lamas de água profunda ; neste tipo de plataforma os recifes são raros e a largura da rampa pode atingir 100 km. (iii) Plataformas Epeiricas (ou epíricas), que são caracterizadas pela presença de superfícies de maré e lagunas protegidas ; a largura de uma plataforma epeirica pode alcançar 10 000 km. (iv) Plataformas Isoladas, nas quais as fácies (litologias) são muito controladas pela orientação dos ventos dominantes ; estas plataformas têm recifes e corpos arenosos, como as plataforma aureoladas, na margem barlavento (voltada para o lado de onde o vento sopra), mas na margem sotavento (na direcção para onde sopra o vento), os sedimentos são mais lamacentos ; uma plataforma isolada pode atingir 100 km de largura. (v) Plataformas Mortas ou Afogadas, quando elas estão debaixo da zona fótica (onde não há luz suficiente para a fotossíntese, quer isto dizer, utilização do dióxido de carbono, CO2, e água para obter glicose através da energia da luz do sol). Actualmente, as plataforma carbonatadas não orladas ocorrem, em geral, na margem sotavento dos bancos tropicais e ambientes de água fria. A geometria das plataforma carbonatadas mais conhecida é associada aos processos de fabricação tropicais, onde as plataformas carbonatadas podem ser subdivididas em três ambientes sedimentares principais: A) Recife, que é a parte da plataforma carbonatada criada, in situ, por organismos sésseis ; B) Laguna interna (parte da plataforma atrás do recife, a qual é caracterizada por águas rasas e calmas com sedimentos compostos de fragmentos de recifes e partes duras de organismos ou sedimentos terrígenos quando o recife é epicontinental) e C) Talude ou Encosta (parte externa da plataforma, que liga o recife à bacia e que actua como sumidouro do excesso de sedimento carbonato, embora a maior parte do sedimento produzido na lagoa e no recife seja transportado por vários processos e acumulada no talude, isto é, na encosta). As plataformas ligadas ao continente são dividas em duas grandes famílias: (1) Plataformas Tipo Rampa e (2) Plataforma com Ruptura. Nas plataformas tipo rampa dois subtipos podem ser considerados: (1.1) Tipo Rampa Monoclinal e (1.2) Tipo Rampa com Pequena Ruptura Distal. Nas plataformas com ruptura também existem dois subtipos: (2.1) Não-aureolada e (2.2) Aureolada. É no subtipo, plataforma com ruptura aureolada que a designação de plataforma carbonatada abrupta é mais frequente. A ausência de uma barreira, como a que existe nas plataforma aureoladas, é o resultado de uma alta energia que cria litologias litorais complexas com uma grande taxa de transporte sedimentar. Embora os recifes barreira estejam ausentes, recifes pináculos e montículos recifais podem encontrar-se nas plataformas não orladas. As plataformas aureoladas modernas encontram-se sobretudo na Costa tropical do Golfo Arábico, Baía dos Tubarões (Oeste da Austrália) e Yucatão (parte Este). A geometria das plataforma carbonatadas mais conhecida é associada aos processos de fabricação tropicais, onde as plataformas carbonatadas podem ser subdivididas em três ambientes sedimentares principais: A) Recife, que é a parte da plataforma carbonatada criada, in situ, por organismos sésseis ; B) Laguna interna (parte da plataforma atrás do recife, a qual é caracterizada por águas rasas e calmas com sedimentos compostos de fragmentos de recifes e partes duras de organismos ou sedimentos terrígenos quando o recife é epicontinental) e C) Talude ou Encosta (parte externa da plataforma, que liga o recife à bacia e que actua como sumidouro do excesso de sedimento carbonato, embora a maior parte do sedimento produzido na lagoa e no recife seja transportado por vários processos e acumulada no talude, isto é, na encosta).

Plataforma de Acumulação Marinha............................................................................................Continental terrasse

Plate-forme d’accumulation marine (Terrasse continentale) / Terraza continental / Kontinentaltafel, Kontinental Terrasse / 大陆台地 / Континентальная терраса / Continental terrasse /

Sector externo da plataforma continental, caracterizado pela acumulação dos materiais provenientes do litoral ou da plataforma de abrasão, que se desenvolve junto ao rebordo exterior da plataforma de abrasão.

Ver: «Plataforma de Abrasão»

Plataforma de Baixamar.............................................................................................................................................Slikke, Lower Mud-flat

Plate-forme de basse-marée (vasière molle) / Slikke, Plataforma de bajamar / Schlick, Slikke / 潮泥滩台地(软泥滩) / Илистая низменная прибрежная полоса морского дна / Piattaforma di bassa-marea (mudflat soft), Piattaforma di bassa marea /

A parte mais baixa de um espraiado pelítico, inundado em todas as preiamares mortas e ao ar livre durante as baixamares. É uma plataforma muito pouco inclinada, construída por vasa mole, onde se inserem os canais de maré que, por vezes, têm material arenoso no fundo.

Ver: « Praia »
&
« Plataforma de Abrasão »
&
« Plataforma de Preiamar »

Figura 495 (Plataforma de Baixamar) - Na morfologia do salgadiço (plataforma de preiamar, “schorre”) e da plataforma de baixamar (atoleiros de maré, “slikke”) de um estuários, a jusante das dunas, ilustrada neste esquema, de baixo para cima se reconhece: (i) A vasa mole, na plataforma de baixa mar ; (ii) A vasa compacta, na plataforma de preiamar e (iii) A areia das dunas. Por outro lado, na plataforma de baixamar, que é limitada a montante pelo degrau da plataforma de preiamar e a jusante por um canal, reconhecem-se : (a) Canais de maré e (b) Ilhas, enquanto que na plataforma de preiamar, entre as ilhas, se reconhecem poças de maré. A plataforma da baixamar (vasa mole, “slikke”, atoleiros de maré ou lodos da baixamar, como certos geocientistas também lhe chamam) é, com a plataforma da preiamar (ou salgadiço), uma das áreas características dos lodaçais do espraiado (zona litoral entre os níveis de maré alta e maré baixa). Estas duas áreas de pântanos e turfeiras são caracterizadas por ambientes biológicos muitos diferentes a jusante dos pântanos litorais. A plataforma de baixamar é a parte inferior do espraiado, isto é, a parte que é mais, frequentemente, inundada em cada preiamar. Os sedimentos são de origem marinha (erosão marinha) e terrestre (principalmente do material transportado pelos rios). Eles são relativamente finos: vasas, areias argilosas, etc. A estrutura e espessura da plataforma de baixamar (vasa mole) variam com as estações do ano. Elas dependem, principalmente, do contexto abiótico, nomeadamente, das características reológicas, acarreio terrígeno trazido pelas inundações e da importância das marés. A plataforma de baixamar, igualmente expostas às condições externas (correntes, salinidade, exposição à radiação ultravioleta solar durante a maré baixa, etc.), depende do contexto biótico (actividade de bioturbação dos organismos, especialmente, dos organismos perfuradores). A plataforma de baixamar é pobre em vegetação, mas contém uma grande quantidade de biomassa bacteriana, que desempenha um papel chave nos processos de autodepuração e reciclagem da matéria morta. Ela abriga, também, uma grande variedade de espécies de moluscos (mexilhões, berbigões, etc.), moluscos herbívoros, caranguejos verdes, herbívoros ou caçadores de peixe (tainha, bares, etc.), muitos vermes e moluscos, que vivem na lama salgada, e são um alimento muito apreciado dos pássaros que vêm alimentar-se durante a maré baixa. Na plataforma de baixamar, a biomassa é abundante (até vários milhares de organismos por metro quadrado durante a maré baixa em zonas temperadas, pelo menos 60 espécies de peixes e crustáceos que aí se alimentam toda ou parte de sua vida). Durante a maré baixa, há milhares de aves que aí vêm procuram moluscos ou macrozoobentos. De maneira geral todos os geocientistas admitem (http://www.ecosociosystemes.fr/schorre.html) que as vasas litorais (lodaçais) da Europa são caracterizados por uma dicotomia muito marcada: a jusante do salgadiço e a montante dos atoleiros de maré. Por outro lados, eles estão quase todos de acordo que: 1) Os atoleiros de maré ou plataforma de maré baixa é caracterizada por uma vegetação halófila (adaptada ao sal) que se distribui por andares ; 2) A parte baixa dos atoleiros de maré é recoberta a cada maré, excepto durante as águas mortas e que ela é colonizado por plantas, tais como a soda (Suaeda maritima) e áster do mar (áster tripolium) ; 3) A parte média dos atoleiros de maré tem uma vegetação espessa devido à obione (portulacoides Obione) ; 4) A parte alta dos atoleiros de maré é composta de funcho (Salicornia sp.), Spartina (Spartina) e (Atropis), lavanda do mar (Limonium) ou artemísia (Artemísia vulgaris) ; 5) O salgadiço é a parte do lodaçal que é coberta unicamente a quando das grandes marés ; 6) o salgadiço é composto, principalmente, de vasas moles de aparência lisa e sem vegetação e que contém uma grande quantidade de bactérias que lhe permitem desempenhar um papel essencial nos processos de assimilação e reciclagem de matéria orgânica morta ; 7) O salgadiço abriga uma variedade de espécies bivalves (amêijoas, berbigão, etc.), pequenos gastrópodes, caranguejos verdes e (salmonete, praças, bares) ; 8) O salgadiço é frequentado por espécies de aves limícolas, ou seja, que vivem no lodo (maçaricos, cavaleiros, snipe, alfaiate), garças e outros gaivotas de cabeça negra e gaivotas, castanhas ou marinheiras, mas também por muitos invertebrados terrestres e marinhos, como aranhas (Lycosidae / Pardosa purbeckensis?), que desde a maré se instala correm sobre a superfície da água, para caçar presa, mas também para encontrar parceiros.

Plataforma Carbonatada.....................................................................................................................................................Carbonate Platform

Plate-forme carbonatée / Plataforma carbonática / Karbonatplattform / 碳酸盐台地 / Карбонатная платформа / Piattaforma carbonatica /

Corpo sedimentar com uma determinada a topografia, composto por depósitos calcários autóctones. Como o crescimento de uma plataforma carbonata é induzido por organismos sésseis, cujos esqueletos constroem os recifes ou por organismos (em geral, micróbios), que provocam a precipitação de carbonato através do seu metabolismo, elas desenvolvem-se, unicamente, nas regiões onde existem condições favoráveis à vida de organismos construtores.

Ver: « Plataforma Carbonatada Aureolada »
&
« Plataforma Carbonatada Morta »
&
« Intervalo Transgressivo »

Figura 496 (Plataforma Carbonatada) - A composição mineralógica das plataformas carbonatadas pode ser calcítica ou aragonítica. A água do mar está saturada em carbonato, por isso, em determinadas condições a precipitação de CaCO3 é possível. Como a precipitação de carbonato é favorecida por uma alta temperatura e baixa pressão, três tipos de precipitação de carbonato são possíveis: (i) Bioticamente controlada ; (ii) Bioticamente induzida e (iii) Abiótica. A precipitação de carbonato é, bióticamente, controlada quando os organismos (como os corais) são presentes e utilizam o carbonato dissolvido na água do mar para construir seus esqueletos de calcite ou aragonite e desenvolver estruturas de recifais rígidas. Foi, certamente, o que se passou na construção dos recifes ilustrados nesta figura (ilha de Maiorca). A precipitação, bioticamente induzida ocorre fora das células dos organismos e, assim, o carbonato não é, directamente, produzido pelos organismos, mas precipita por causa do seu metabolismo. A precipitação abiótica do carbonato envolve pouca ou nenhuma influência biológica. Certos geocientistas consideram diferentes tipos de acumulações calcárias: (i) Plataformas calcárias ou carbonáticas, que correspondem a grandes corpos sedimentares formados pela acumulação de sedimentos carbonatados, em geral, numa região, relativamente, subsidente, com um topo, mais ou menos, plano e lados íngremes e com uma espessura que pode atingir vários quilómetros e uma extensão que, por vezes, ultrapassa centenas de quilómetros quadrados; (ii) Plataforma calcárias, stricto sensu, que estão ligadas às áreas continentais, as quais são fontes de acarreio terrígeno, matéria orgânica e nutrientes ; (iii) Plataformas calcárias epicratónicas, quer isto dizer, grandes cratões cobertos por água pouco profunda com deposição carbonática (não existem análogos modernos) ; (iv) Bancos calcários que são plataformas isoladas e cercadas por água profundas sem fonte de terrígenos. A maior parte dos geocientistas, considera cinco categorias de plataformas carbonatadas: A) Plataformas Aureoladas ou Orladas, que são caracterizadas pela presença de recifes ou areias calcárias de baixio (banco de areia carbonatada coberto por água do mar pouco profunda) no rebordo da plataforma e areias argilosas na laguna ou na plataforma aberta ; este tipo de plataforma forma-se em águas calmas e a sua extensão varia entre 10 e 100 km. B) Plataformas de tipo Rampa Carbonatada, nas quais as areias carbonatadas da linha da costa passam, na base da rampa, a areias argilosas e lamas de água profunda ; neste tipo de plataforma os recifes são raros e a largura da rampa pode atingir 100 km. C) Plataformas Epeiricas (ou epíricas), que são caracterizadas pela presença de superfícies de maré e lagunas protegidas ; a largura de uma plataforma epeirica pode alcançar 10000 km. D) Plataformas Isoladas, nas quais as fácies (litologias) são muito controladas pela orientação dos ventos dominantes ; estas plataformas têm recifes e corpos arenosos, como as plataforma aureoladas, na margem barlavento (voltada para o lado de onde o vento sopra), mas na margem sotavento (na direcção para onde sopra o vento), os sedimentos são mais lamacentos ; uma plataforma isolada pode atingir 100 km de largura. E) Plataformas Mortas ou Afogadas, quando elas estão debaixo da zona fótica (onde não há luz suficiente para a fotossíntese, quer isto dizer, utilização do dióxido de carbono, CO2, e água para obter glicose através da energia da luz do sol). As plataformas ligadas ao continente são dividas em duas grandes famílias: (1) Plataformas Tipo Rampa e (2) Plataforma com Ruptura. Nas plataformas tipo rampa dois subtipos podem ser considerados: (1.1) Tipo Rampa Monoclinal e (1.2) Tipo Rampa com Pequena Ruptura Distal. Nas plataformas com ruptura também existem dois subtipos: (2.1) Não-aureolada e (2.2) Aureolada. É no subtipo, plataforma com ruptura aureolada que a designação de plataforma carbonatada abrupta é mais frequente. A ausência de uma barreira, como a que existe nas plataforma aureoladas, é o resultado de uma alta energia que cria litologias litorais complexas com uma grande taxa de transporte sedimentar. Embora os recifes barreira estejam ausentes, recifes pináculos e montículos recifais podem encontrar-se nas plataformas não orladas. As plataformas aureoladas modernas encontram-se sobretudo na Costa tropical do Golfo Arábico, Baía dos Tubarões (Oeste da Austrália) e Yucatão (parte Este).

Plataforma Carbonatada Abrupta ............................................................................Abrupt Carbonate Platform

Plate-forme carbonatée abrupte / Plataforma carbonática abrupta / Abrupte Karbonatplattform / 突变碳酸盐台地 / Карбонатная платформа с обрывистыми окраинами / Piattaforma carbonatica scoscesa /

Quando o rebordo da plataforma que, geralmente, coincide com o rebordo da bacia, é bem marcado, o que quer dizer, que o limite entre a plataforma e o talude continental é nítido, como é o caso nas plataformas aureoladas e, por vezes, também nas plataforma não aureoladas.

Ver: « Plataforma Carbonatada »
&
« Plataforma Carbonatada Morta »
&
« Intervalo Transgressivo »

Figura 497 (Plataforma Carbonatada Abrupta) - Uma plataforma continental, cuja profundidade varia entre 0 e 200 metros, é uma província fisiográfica, que faz parte da estrutura morfológica da margem continental, a qual é a extensão submarina do bloco continental. Uma plataforma carbonatada ou carbonática é um corpo sedimentar que tem um relevo topográfico e que é composto por depósitos calcários que se formaram “in situ”, isto é, depósitos calcários autóctones. Uma plataforma carbonatada pode coincidir com uma plataforma continental mas, em geral, isso parece não ser o caso. De facto, a maior parte das plataformas continentais tem uma profundidade de água superior à zona fótica, onde a fotossíntese e a formação de carbonato é impossível. Vários factores influenciam a geometria de uma plataforma carbonatada, incluindo a topografia herdada, tectónica sinsedimentar, exposição às correntes e ventos alísios (deslocamento do ar frio das zonas de alta para as zonas de baixa pressão, que devido ao efeito de Coriolis, nas faixas intertropicais sopram para Este no hemisfério Norte, e ao contrário no hemisfério Sul). O factor mais importante parece ser o tipo de fabricação do carbonato. Quando os processos de fabricação do carbonatos são de água fria as rampas carbonatadas são preponderantes. Quando eles são associados a climas tropicais, normalmente, as plataformas carbonatadas aureoladas e montículos de lama sem zona de ruptura bem marcada são preponderantes. A geometria das plataformas mais conhecida é associada aos processos de fabricação tropicais, onde as plataformas carbonatadas podem ser subdivididas em três ambientes sedimentares principais: (i) Recife, que é a parte da plataforma carbonatada criada, in situ, por organismos sésseis ; (ii) Laguna interna (parte da plataforma atrás do recife, a qual é caracterizada por águas rasas e calmas com sedimentos compostos de fragmentos de recifes e partes duras de organismos ou sedimentos terrígenos quando o recife é epicontinental) e (iii) Talude ou Encosta (parte externa da plataforma, que liga o recife à bacia e que actua como sumidouro do excesso de sedimento carbonato, embora a maior parte do sedimento produzido na lagoa e no recife seja transportado por vários processos e acumulada no talude, isto é, na encosta). A maior parte dos geocientistas, considera cinco categorias de plataformas carbonatadas: A) Plataformas Aureoladas ou Orladas, que são caracterizadas pela presença de recifes ou areias calcárias de baixio (banco de areia carbonatada coberto por água do mar pouco profunda) no rebordo da plataforma e areias argilosas na laguna ou na plataforma aberta ; este tipo de plataforma forma-se em águas calmas e a sua extensão varia entre 10 e 100 km. B) Plataformas de tipo Rampa Carbonatada, nas quais as areias carbonatadas da linha da costa passam, na base da rampa, a areias argilosas e lamas de água profunda ; neste tipo de plataforma os recifes são raros e a largura da rampa pode atingir 100 km. C) Plataformas Epeiricas (ou epíricas), que são caracterizadas pela presença de superfícies de maré e lagunas protegidas ; a largura de uma plataforma epeirica pode alcançar 10000 km. D) Plataformas Isoladas, nas quais as fácies (litologias) são muito controladas pela orientação dos ventos dominantes ; estas plataformas têm recifes e corpos arenosos, como as plataforma aureoladas, na margem barlavento (voltada para o lado de onde o vento sopra), mas na margem sotavento (na direcção para onde sopra o vento), os sedimentos são mais lamacentos ; uma plataforma isolada pode atingir 100 km de largura. E) Plataformas Mortas ou Afogadas, quando elas estão debaixo da zona fótica (onde não há luz suficiente para a fotossíntese, quer isto dizer, utilização do dióxido de carbono, CO2, e água para obter glicose através da energia da luz do sol). No esquema geológico ilustrado nesta figura, as plataformas ligadas ao continente são dividas em duas grandes famílias: (A) Plataformas Tipo Rampa e (B) Plataforma com Ruptura. Nas plataformas tipo rampa dois subtipos podem ser considerados: (A.1) Plataforma de Tipo Rampa Monoclinal e (A.2) Plataformas de Tipo Rampa com Pequena Ruptura Distal. Nas plataformas com ruptura existem, igualmente, dois subtipos: (B.1) Plataformas Não-aureolada e (B.2) Plataformas Aureolada. É no subtipo, plataforma com ruptura aureolada que a designação de plataforma carbonatada abrupta é mais frequente. A geometria das plataforma carbonatadas mais conhecida é associada aos processos de fabricação tropicais, onde as plataformas carbonatadas podem ser subdivididas em três ambientes sedimentares principais: A) Recife, que é a parte da plataforma carbonatada criada, in situ, por organismos sésseis ; B) Laguna interna (parte da plataforma atrás do recife, a qual é caracterizada por águas rasas e calmas com sedimentos compostos de fragmentos de recifes e partes duras de organismos ou sedimentos terrígenos quando o recife é epicontinental) e C) Talude ou Encosta (parte externa da plataforma, que liga o recife à bacia e que actua como sumidouro do excesso de sedimento carbonato, embora a maior parte do sedimento produzido na lagoa e no recife seja transportado por vários processos e acumulada no talude, isto é, na encosta).

Plataforma Carbonatada Aureolada (isolada).............................................Rimmed Carbonate Platform

Plate-forme carbonatée auréolée / Plataforma carbonatada aureolada (aislada) / Rimmed Karbonatplattform / 边礁碳酸台地 / Окруженная карбонатная платформа / Piattaforma carbonatica aureolata /

Plataforma com a ruptura costeira ou rebordos orlados ou aureolados por recifes ou baixios formados, principalmente, por areia carbonatada.

Ver: « Deposição (carbonatos) »
&
« Intervalo Transgressivo »
&
« Recife »

Figura 498 (Plataforma Carbonatada Aureolada, isolada) - O esquema geológico ilustrado nesta figura representa uma plataforma aureolada isolada, isto é, uma plataforma que não está ligada ao continente. Em relação a uma plataforma aureolada convencional, ela não só tem uma geometria diferente mas, também, as fácies (litologias) e as condições oceanográficas variam à volta das margens. Numa plataforma orlada convencional, a linha de fácies, criada pelas sucessivas posições da bordadura da plataforma, a qual pode ser, ou não, a plataforma continental, corta as linhas cronostratigráficas e é formada por recifes ou areias carbonatadas. Neste esquema, os subgrupos do grupo de cortejos sedimentares de nível baixo (CNB), isto é: (i) Cones submarinos de bacia (CSB) ; (ii) Cones submarinos de talude (CST) e (iii) Prisma de nível baixo (PNB), localizam-se nas partes mais baixas e são fossilizados pelos subgrupos de cortejos sedimentares de nível alto (CNA), ou seja, pelo intervalo transgressivo (IT) e pelo prisma de nível alto (PNA). Quando as variações do nível do mar relativo (resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático, quer dizer, do nível do mar global referenciado ao centro da Terra ou a um satélite, e da tectónica) são fracas ou moderadas, a produtividade de carbonato é, relativamente, pequena. A geometria da plataforma é, principalmente, retrogradante e com relevo, relativamente, pouco importante. Isto quer dizer, que o intervalo transgressivo (IT) é retrogradacional e que, por conseguinte, poucos sedimentos se depositam na parte distal plana da plataforma. Quando as variações do nível do mar relativo são moderadas a fortes, a produtividade de carbonato é importante. Nestas condições, a plataforma orlada tem uma geometria agradante e progradante com um relevo importante e com sedimentos do intervalo transgressivo depositados, também, na parte superior do talude da plataforma. Quando a produtividade de carbonato é importante, é difícil, nas linhas sísmicas e no campo, de separar o intervalo transgressivo (IT) do prisma de nível alto (PNA). Devido a complexidade dos parâmetros que controlam a formação de uma plataforma aureolada, cada plataforma tem as suas próprias características. Assumindo uma produtividade constante, pode dizer-se que as plataformas retrogradantes estão associadas a taxas de subsidência importantes, as agradantes a taxas intermediárias e as progradantes a taxas pequenas. A maior parte dos geocientistas, considera cinco categorias de plataformas carbonatadas: A) Plataformas Aureoladas ou Orladas, que são caracterizadas pela presença de recifes ou areias calcárias de baixio (banco de areia carbonatada coberto por água do mar pouco profunda) no rebordo da plataforma e areias argilosas na laguna ou na plataforma aberta ; este tipo de plataforma forma-se em águas calmas e a sua extensão varia entre 10 e 100 km. B) Plataformas de tipo Rampa Carbonatada, nas quais as areias carbonatadas da linha da costa passam, na base da rampa, a areias argilosas e lamas de água profunda ; neste tipo de plataforma os recifes são raros e a largura da rampa pode atingir 100 km. C) Plataformas Epeiricas (ou epíricas), que são caracterizadas pela presença de superfícies de maré e lagunas protegidas ; a largura de uma plataforma epeirica pode alcançar 10000 km. D) Plataformas Isoladas, nas quais as fácies (litologias) são muito controladas pela orientação dos ventos dominantes ; estas plataformas têm recifes e corpos arenosos, como as plataforma aureoladas, na margem barlavento (voltada para o lado de onde o vento sopra), mas na margem sotavento (na direcção para onde sopra o vento), os sedimentos são mais lamacentos ; uma plataforma isolada pode atingir 100 km de largura. E) Plataformas Mortas ou Afogadas, quando elas estão debaixo da zona fótica (onde não há luz suficiente para a fotossíntese, quer isto dizer, utilização do dióxido de carbono, CO2, e água para obter glicose através da energia da luz do sol). As plataformas ligadas ao continente são dividas em duas grandes famílias: (A) Plataformas Tipo Rampa e (B) Plataforma com Ruptura. Nas plataformas tipo rampa dois subtipos podem ser considerados: (A.1) Plataforma de Tipo Rampa Monoclinal e (A.2) Plataformas de Tipo Rampa com Pequena Ruptura Distal. Nas plataformas com ruptura existem, igualmente, dois subtipos: (B.1) Plataformas Não-aureolada e (B.2) Plataformas Aureolada. É no subtipo, plataforma com ruptura aureolada que a designação de plataforma carbonatada abrupta é mais frequente. A geometria das plataforma carbonatadas mais conhecida é associada aos processos de fabricação tropicais, onde as plataformas carbonatadas podem ser subdivididas em três ambientes sedimentares principais: A) Recife, que é a parte da plataforma carbonatada criada, in situ, por organismos sésseis ; B) Laguna interna (parte da plataforma atrás do recife, a qual é caracterizada por águas rasas e calmas com sedimentos compostos de fragmentos de recifes e partes duras de organismos ou sedimentos terrígenos quando o recife é epicontinental) e C) Talude ou Encosta (parte externa da plataforma, que liga o recife à bacia e que actua como sumidouro do excesso de sedimento carbonato, embora a maior parte do sedimento produzido na lagoa e no recife seja transportado por vários processos e acumulada no talude, isto é, na encosta).

Plataforma Carbonatada Monoclinal...............................................................Homocline Carbonate Platform

Plate-forme carbonatée monoclinale / Plataforma carbonática monoclinal / Homocline Karbonatplattform / Homocline 单斜碳酸盐台地 / Карбонатная платформа с моноклиналью / Piattaforma carbonatica homoclinal /

Plataforma carbonatada tipo rampa na qual é difícil determinar o limite entre a plataforma e o talude continental, uma vez que a passagem de um ou outro é gradual e progressiva, isto é, sem nenhuma ruptura da superfície de deposição.

Ver: « Deposição (carbonatos) »
&
« Plataforma Carbonatada Abrupta »
&
« Recife »

Figura 499 (Plataforma Carbonatada Monoclinal) - Como ilustrado no esquema geológico desta figura, as plataformas ligadas ao continente são, muitas vezes, dividas em duas grandes famílias : (A) Plataformas Tipo Rampa e (B) Plataforma com Ruptura. Nas plataformas tipo rampa dois subtipos podem ser considerados: (A.1) Tipo Rampa Monoclinal e (A.2) Tipo Rampa com Pequena Ruptura Distal. Nas plataformas com ruptura também existem dois subtipos: (B.1) Não aureolada e (B.2) Aureolada. A plataforma carbonatada ilustrada na fotografia desta figura é, provavelmente, uma plataforma tipo rampa do subtipo monoclinal. Segundo alguns geocientistas, este tipo de plataforma parece ser mais frequente quando os processos de fabricação do carbonatos são de água fria. Quando os processos de fabricação de carbonato são associados a climas tropicais, normalmente, as plataformas carbonatadas são com ruptura aureoladas ou não ou elas correspondem a montículos de lama sem zonas marcadas. A maior parte dos geocientistas considera cinco tipos principais de plataformas carbonatadas: A) Plataformas Aureoladas ou Orladas, que são caracterizadas pela presença de recifes ou areias calcárias de baixio (banco de areia carbonatada coberto por água do mar pouco profunda) no rebordo da plataforma e areias argilosas na laguna ou na plataforma aberta ; este tipo de plataforma forma-se em águas calmas e a sua extensão varia entre 10 e 100 km. B) Plataformas de tipo Rampa Carbonatada, nas quais as areias carbonatadas da linha da costa passam, na base da rampa, a areias argilosas e lamas de água profunda ; neste tipo de plataforma os recifes são raros e a largura da rampa pode atingir 100 km. C) Plataformas Epeiricas (ou epíricas), que são caracterizadas pela presença de superfícies de maré e lagunas protegidas ; a largura de uma plataforma epeirica pode alcançar 10000 km. D) Plataformas Isoladas, nas quais as fácies (litologias) são muito controladas pela orientação dos ventos dominantes ; estas plataformas têm recifes e corpos arenosos, como as plataforma aureoladas, na margem barlavento (voltada para o lado de onde o vento sopra), mas na margem sotavento (na direcção para onde sopra o vento), os sedimentos são mais lamacentos ; uma plataforma isolada pode atingir 100 km de largura. E) Plataformas Mortas ou Afogadas, quando elas estão debaixo da zona fótica (onde não há luz suficiente para a fotossíntese, quer isto dizer, utilização do dióxido de carbono, CO2, e água para obter glicose através da energia da luz do sol). Não esqueça que uma plataforma continental, cuja profundidade varia entre 0 e 200 metros, é uma província fisiográfica, que faz parte da estrutura morfológica da margem continental (extensão submarina do bloco continental) e que uma plataforma carbonatada ou carbonática é um corpo sedimentar que tem um relevo topográfico e que é composto por depósitos calcários que se formaram “in situ”, isto é, depósitos calcários autóctones. Em condições normais, a profundidade de água de uma plataforma calcária não pode ultrapassar a profundidade da zona fótica, isto quer dizer, que uma plataforma carbonatada pode coincidir com uma plataforma continental mas, em geral, isso parece não ser o caso. As plataformas isoladas, nas quais as fácies (litologias) são muito controladas pela orientação dos ventos dominantes. Estas plataformas têm recifes e corpos arenosos, como as plataforma aureoladas, na margem barlavento (voltada para o lado de onde o vento sopra), mas na margem sotavento (na direcção para onde sopra o vento), os sedimentos são mais lamacentos ; uma plataforma isolada pode atingir 100 km de largura. A geometria das plataforma carbonatadas mais conhecida é associada aos processos de fabricação tropicais, onde as plataformas carbonatadas podem ser subdivididas em três ambientes sedimentares principais: A) Recife, que é a parte da plataforma carbonatada criada, in situ, por organismos sésseis ; B) Laguna interna (parte da plataforma atrás do recife, a qual é caracterizada por águas rasas e calmas com sedimentos compostos de fragmentos de recifes e partes duras de organismos ou sedimentos terrígenos quando o recife é epicontinental) e C) Talude ou Encosta (parte externa da plataforma, que liga o recife à bacia e que actua como sumidouro do excesso de sedimento carbonato, embora a maior parte do sedimento produzido na lagoa e no recife seja transportado por vários processos e acumulada no talude, isto é, na encosta).

Plataforma Carbonatada Morta (afogada)................................................................................................................Drowned Shelf

Plate-forme carbonatée noyée / Plataforma carbonática ahogada / Drowned Karbonatplattform / 淹没的碳酸盐台地 / Затопленная карбонатная платформа / Piattaforma carbonatica annegata /

Quando uma subida do nível do mar relativo coloca uma plataforma carbonatada sobre uma lâmina de água superior à profundidade da zona fótica. Em tais condições, a produção de material carbonatado cessa e a plataforma morre (afoga-se como dizem certos geocientistas). Em tais condições, unicamente, um vasa pelágica se deposita sobre a plataforma.

Ver: « Plataforma »
&
« Intervalo Transgressivo »
&
« Zona Fótica »

Figura 500 (Plataforma Carbonatada Morta) - Uma plataforma continental, cuja profundidade varia entre 0 e 200 metros, é uma província fisiográfica, que faz parte da estrutura morfológica da margem continental (extensão submarina do bloco continental) enquanto que uma plataforma carbonatada ou carbonática é um corpo sedimentar que tem um relevo topográfico e que é composto por depósitos calcários que se formaram “in situ”, isto é, depósitos calcários autóctones. Assim, em condições geológicas normais, a profundidade de água de uma plataforma calcária não pode ultrapassar a profundidade da zona fótica, caso contrário não pode haver formação de carbonato (fotossíntese). Isto quer dizer, que uma plataforma carbonatada pode coincidir com uma plataforma continental mas, em geral, isso parece ser uma excepção. Os intervalos carbonatados de água pouco profunda constituem, o que a maior parte dos autores chamam, as plataformas carbonatadas, as quais são muito sensíveis e afectadas pelas variações relativas do nível do mar. A maior parte dos geocientistas, considera cinco categorias de plataformas carbonatadas: A) Plataformas Aureoladas ou Orladas, que são caracterizadas pela presença de recifes ou areias calcárias de baixio (banco de areia carbonatada coberto por água do mar pouco profunda) no rebordo da plataforma e areias argilosas na laguna ou na plataforma aberta ; este tipo de plataforma forma-se em águas calmas e a sua extensão varia entre 10 e 100 km. B) Plataformas de tipo Rampa Carbonatada, nas quais as areias carbonatadas da linha da costa passam, na base da rampa, a areias argilosas e lamas de água profunda ; neste tipo de plataforma os recifes são raros e a largura da rampa pode atingir 100 km. C) Plataformas Epeiricas (ou epíricas), que são caracterizadas pela presença de superfícies de maré e lagunas protegidas ; a largura de uma plataforma epeirica pode alcançar 10000 km. D) Plataformas Isoladas, nas quais as fácies (litologias) são muito controladas pela orientação dos ventos dominantes ; estas plataformas têm recifes e corpos arenosos, como as plataforma aureoladas, na margem barlavento (voltada para o lado de onde o vento sopra), mas na margem sotavento (na direcção para onde sopra o vento), os sedimentos são mais lamacentos ; uma plataforma isolada pode atingir 100 km de largura. E) Plataformas Mortas ou Afogadas, quando elas estão debaixo da zona fótica (onde não há luz suficiente para a fotossíntese, quer isto dizer, utilização do dióxido de carbono, CO2, e água para obter glicose através da energia da luz do sol). A geometria das plataforma carbonatadas mais conhecida é associada aos processos de fabricação tropicais, onde as plataformas carbonatadas podem ser subdivididas em três ambientes sedimentares principais: A) Recife, que é a parte da plataforma carbonatada criada, in situ, por organismos sésseis ; B) Laguna interna (parte da plataforma atrás do recife, a qual é caracterizada por águas rasas e calmas com sedimentos compostos de fragmentos de recifes e partes duras de organismos ou sedimentos terrígenos quando o recife é epicontinental) e C) Talude ou Encosta (parte externa da plataforma, que liga o recife à bacia e que actua como sumidouro do excesso de sedimento carbonato, embora a maior parte do sedimento produzido na lagoa e no recife seja transportado por vários processos e acumulada no talude, isto é, na encosta). Nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de uma linha sísmica do offshore de Marrocos, uma plataforma carbonatada morta é interpretada por Schlager, como o resultado de uma subida importante do mar relativo (nível do mar local resultante da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite, e da tectónica) que pôs a plataforma debaixo da zona fótica, e assim ela não corresponde a uma discordância (superfície de erosão). Ao contrário, para P. Vail, uma plataforma carbonatada morta é o resultado de uma descida significativa do mar relativo que a exuma. Schlager diz que se a plataforma carbonatada é exumada não há formação de carbonatos e não pode haver turbiditos carbonatados associados. Vail responde que pode haver turbiditos carbonatados uma vez que o material que os constitui resulta da erosão da plataforma.

Plataforma de Circulação Restricta e Planície de Maré..................................Restricted Circulation Shelf & Tidal

Plate-forme à circulation restrictive et plaine de marée / Plataforma de circulación restringida y planicie de marea / Plattform Bewegung und restriktive Gezeiten-Ebene / 受限水流的大陆架和潮汐滩地 / Платформа с ограниченной циркуляцией и приливно-отливной отмелью / Piattaforma à movimento restrittivo e pianura di marea /

Ambiente sedimentar distal de uma plataforma carbonata aureolada entre a laguna de plataforma com circulação aberta e os evaporitos em sabkhas salinas.

Ver: « Plataforma Carbonatada Aureolada »
&
« Plataforma Carbonatada Morta »
&
« Plataforma Carbonatada Monoclinal »

Figura 501 (Plataforma de Circulação Restrita e Planície de Maré) - Em condições geológicas normais, a profundidade de água de uma plataforma calcária não pode ultrapassar a profundidade da zona fótica, caso contrário não pode haver formação de carbonato (fotossíntese). Isto quer dizer, que uma plataforma carbonatada pode coincidir com uma plataforma continental mas, em geral, isso parece ser uma excepção. De facto, uma plataforma continental, cuja profundidade varia entre 0 e 200 metros, é uma província fisiográfica, que faz parte da estrutura morfológica da margem continental (extensão submarina do bloco continental) enquanto que uma plataforma carbonatada ou carbonática é um corpo sedimentar que tem um relevo topográfico e que é composto por depósitos calcários que se formaram “in situ”, isto é, depósitos calcários autóctones. Vários geocientistas constataram nas plataformas carbonatadas e, particularmente, nas plataformas carbonatadas aureolados ou orladas, a ocorrência de uma sucessão típica de ambientes sedimentares e, mais ou menos, constantes, entre a bacia e o continente (quando a plataforma está ligada ao continente). Esta sucessão de ambientes sedimentares carbonatados está ilustrada nesta figura e pode ser considerada como um modelo de plataforma, embora ele não diga nada sobre a diferenciação, muitas vezes constatada, entre margem sotavento e catavento (plataforma não ligadas ao continente), isto é, sobre a assimetria da plataforma. Neste modelo distinguem-se nove ambientes sedimentares: (i) Bacia ; (ii) Plataforma de Mar Aberto ; (iii) Bordo da Plataforma Profunda ; (iv) Talude Externo; (v) Recifes do Bordo da Plataforma ; (vi) Zona de Deflação das Areias ; (vii) Laguna de Plataforma com Circulação Aberta ; (viii) Plataforma de Circulação Restrita e Planícies de Maré e (ix) Evaporitos em Sabkhas Salinas. A plataforma de circulação restrita e planície maré está localizada a montante da laguna de plataforma com circulação aberta e a jusantes evaporitos em sabkhas salinas. Ela está localizada debaixo da acção das ondas, em mar calmo, mas é atingida pela acção das ondas durante as tempestades. O contexto geológico é o de uma plataforma, mais ou menos, plana dentro da zona fótica e, normalmente, acima da acção das ondas em mar calmo, mas menos conectada com o mar do que a laguna de plataforma com circulação aberta. As variações de temperatura e salinidade são frequentes e os sedimentos são, principalmente, lama calcária, areia argilosa e, por vezes, areia limpa. Uma cimentação diagenética é muito comum, assim como um acarreio sedimentar significativo. A biota é de água pouco profunda com pouca diversidade mas, em geral, com um grande número de espécies. Os foraminíferos miliolideos são típicos deste ambiente sedimentar. A maior parte dos geocientistas, considera cinco categorias de plataformas carbonatadas: A) Plataformas Aureoladas ou Orladas, que são caracterizadas pela presença de recifes ou areias calcárias de baixio (banco de areia carbonatada coberto por água do mar pouco profunda) no rebordo da plataforma e areias argilosas na laguna ou na plataforma aberta ; este tipo de plataforma forma-se em águas calmas e a sua extensão varia entre 10 e 100 km. B) Plataformas de tipo Rampa Carbonatada, nas quais as areias carbonatadas da linha da costa passam, na base da rampa, a areias argilosas e lamas de água profunda ; neste tipo de plataforma os recifes são raros e a largura da rampa pode atingir 100 km. C) Plataformas Epeiricas (ou epíricas), que são caracterizadas pela presença de superfícies de maré e lagunas protegidas ; a largura de uma plataforma epeirica pode alcançar 10000 km. D) Plataformas Isoladas, nas quais as fácies (litologias) são muito controladas pela orientação dos ventos dominantes ; estas plataformas têm recifes e corpos arenosos, como as plataforma aureoladas, na margem barlavento (voltada para o lado de onde o vento sopra), mas na margem sotavento (na direcção para onde sopra o vento), os sedimentos são mais lamacentos ; uma plataforma isolada pode atingir 100 km de largura. E) Plataformas Mortas ou Afogadas, quando elas estão debaixo da zona fótica (onde não há luz suficiente para a fotossíntese, quer isto dizer, utilização do dióxido de carbono, CO2, e água para obter glicose através da energia da luz do sol). A geometria das plataforma carbonatadas mais conhecida é associada aos processos de fabricação tropicais, onde as plataformas carbonatadas podem ser subdivididas em três ambientes sedimentares principais: A) Recife, que é a parte da plataforma carbonatada criada, in situ, por organismos sésseis ; B) Laguna interna (parte da plataforma atrás do recife, a qual é caracterizada por águas rasas e calmas com sedimentos compostos de fragmentos de recifes e partes duras de organismos ou sedimentos terrígenos quando o recife é epicontinental) e C) Talude ou Encosta (parte externa da plataforma, que liga o recife à bacia e que actua como sumidouro do excesso de sedimento carbonato, embora a maior parte do sedimento produzido na lagoa e no recife seja transportado por vários processos e acumulada no talude, isto é, na encosta).

Plataforma Continental.................................................................................................................................................Continental Shelf, Shelf

Plate-forme continentale / Plataforma continental / kontinental Schelf / 陆架 / Континентальный шельф / Piattaforma continentale /

Parcela da margem continental que se estende, como uma superfície pouco inclinada para o mar, desde a linha de costa (ou da base do prodelta) até ao rebordo da bacia, que marca o início do talude continental. A profundidade média da plataforma continental é, aproximadamente, 130 metros. Sinónimo de Plataforma.

Ver: « Rebordo da Bacia »
&
« Linha da Costa »
&
« Planície Aluvial »

Figura 502 (Plataforma Continental) - Quando se diz plataforma, este termo refere-se, em geral, à plataforma continental, a qual, para a maior parte dos geocientistas, é a superfície pouco inclinada do fundo do mar, limitada entre uma lâmina de água de 0 a 200 m. Plataforma continental é um termo oceanográfico. Na geologia, as coisas são um pouco mais complicadas. Para evitar mal entendidos, é importante sempre saber se o termo plataforma está a ser aplicado a um contexto sedimentar onde os clásticos são predominantes ou a um contexto carbonatado. Em condições geológicas normais, a profundidade de água de uma plataforma calcária não pode ultrapassar a profundidade da zona fótica, caso contrário não pode haver formação de carbonato, ou seja, fotossíntese, que é processo físico-químico, a nível celular, realizado pelos seres vivos com clorofila (*), que utilizam o dióxido de carbono e a água, para obter glicose através da energia do Sol, de acordo com a seguinte equação: Luz solar + 12H2O (água) + 6CO2 (dióxido de carbono) → 6O2 (oxigénio) + 6H2O (água) + C6H12O6 (glicose). Assim, uma plataforma carbonatada pode coincidir com uma plataforma continental mas, em geral, isso parece ser uma excepção. De facto, uma plataforma continental, cuja profundidade varia entre 0 e 200 metros, é uma província fisiográfica, que faz parte da estrutura morfológica da margem continental (extensão submarina do bloco continental) enquanto que que uma plataforma carbonatada ou carbonática é um corpo sedimentar que tem um relevo topográfico e que é composto por depósitos calcários que se formaram “in situ”, isto é, depósitos calcários autóctones. A maior parte dos geocientistas, considera cinco categorias de plataformas carbonatadas: A) Plataformas Aureoladas ou Orladas, que são caracterizadas pela presença de recifes ou areias calcárias de baixio (banco de areia carbonatada coberto por água do mar pouco profunda) no rebordo da plataforma e areias argilosas na laguna ou na plataforma aberta ; este tipo de plataforma forma-se em águas calmas e a sua extensão varia entre 10 e 100 km. B) Plataformas de tipo Rampa Carbonatada, nas quais as areias carbonatadas da linha da costa passam, na base da rampa, a areias argilosas e lamas de água profunda ; neste tipo de plataforma os recifes são raros e a largura da rampa pode atingir 100 km. C) Plataformas Epeiricas (ou epíricas), que são caracterizadas pela presença de superfícies de maré e lagunas protegidas ; a largura de uma plataforma epeirica pode alcançar 10000 km. D) Plataformas Isoladas, nas quais as fácies (litologias) são muito controladas pela orientação dos ventos dominantes ; estas plataformas têm recifes e corpos arenosos, como as plataforma aureoladas, na margem barlavento (voltada para o lado de onde o vento sopra), mas na margem sotavento (na direcção para onde sopra o vento), os sedimentos são mais lamacentos ; uma plataforma isolada pode atingir 100 km de largura. E) Plataformas Mortas ou Afogadas, quando elas estão debaixo da zona fótica (onde não há luz suficiente para a fotossíntese, quer isto dizer, utilização do dióxido de carbono, CO2, e água para obter glicose através da energia da luz do sol). Como ilustrado nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de uma linha sísmica regional do offshore de Nova Jersey, num contexto geológico em que os clásticos predominam, dentro de um ciclo sequência, induzido por um ciclo eustático de duração entre 0,5 e 3-5 My, a bacia só tem plataforma continental durante os subgrupos que constituem o grupo de cortejos sedimentares de nível alto, isto é, durante intervalo transgressivo (IT) e durante a 1a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto (PNA), uma vez que partir da 2a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto, a linha da costa coincide com o rebordo continental. Neste exemplo, sismicamente e tendo em linha de conta a resolução sísmica, pode dizer-se que, durante todo Terciário a bacia não tinha plataforma, uma vez que a linha da costa coincidia com o rebordo continental, o qual marca, também, o rebordo da bacia. Todavia, recentemente, a subida do nível do mar absoluto ou eustático (nível do mar global referenciado ao centro da Terra ou a um satélite) induzido pela glacioeustasia (degelo parcial das calotas e mantos glaciários e dos glaciares, que foi mais ou menos de 120 metros, criou as actuais condições geológicas de nível alto do mar.

(*)   As clorofilas (do grego χλωρος chloros, "verde" e φύλλον, fýlon, "folha") são uma família de pigmentos verdes encontrados nas cianobactérias e em todos os organismos contendo plastídios nas suas células, o que inclui as plantas e várias algas eucarióticas. A clorofila é uma biomolécula extremamente importante, fundamental na fotossíntese, processo que permite que as plantas e algas absorvem a energia da luz solar. (https://es.wikipedia.org/wiki/Clorofila)

Plataforma Epírica...........................................................................................................................................................................................Epeiriic platform

Plate-forme épéirique (épirique) / Plataforma epéirica (epírica) / Epeiric Plattform / 伸入内地的台地 / Внутренняя платформа / Piattaforma Epeirica /

Plataforma de tipo rampa caracterizada por uma taxa de deposição fraca, largas cinturas de fácies e transições graduais de litologia. Este tipo de plataforma é dominado por ambientes de fraca energia e sedimentos infra ou intramareais.

Ver: « Rebordo da Bacia »
&
« Plataforma Continental »
&
« Delta de Maré »

Figura 503 (Plataforma Epírica) - Nesta figura, no esquema da esquerda estão ilustrados os diferentes tipos de plataformas carbonatadas: (i) Plataformas Aureoladas ou Orladas, que são caracterizadas pela presença de recifes ou areias calcárias de baixio (banco de areia carbonatada coberto por água do mar pouco profunda) no rebordo da plataforma e areias argilosas na laguna ou na plataforma aberta (este tipo de plataforma forma-se em águas calmas e a sua extensão varia entre 10 e 100 km) ; (ii) Plataformas de tipo Rampa Carbonatada, nas quais as areias carbonatadas da linha da costa passam, na base da rampa, a areias argilosas e lamas de água profunda (neste tipo de plataforma nas quais os recifes são raros e a largura da rampa pode atingir 100 km) ; (iii) Plataformas Epeiricas (ou epíricas), que são caracterizadas pela presença de superfícies de maré e lagunas protegidas (a largura de uma plataforma epeirica pode alcançar 10 000 km) (iv) Plataformas Isoladas, nas quais as fácies (litologias) são muito controladas pela orientação dos ventos dominantes ; estas plataformas têm recifes e corpos arenosos, como as plataforma aureoladas, na margem barlavento (voltada para o lado de onde o vento sopra), mas na margem sotavento (na direcção para onde sopra o vento), os sedimentos são mais lamacentos (uma plataforma isolada pode atingir 100 km de largura) ; (v) Plataformas Mortas ou Afogadas, quando elas estão debaixo da zona fótica (onde não há luz suficiente para a fotossíntese, quer isto dizer, utilização do dióxido de carbono, CO2, e água para obter glicose através da energia da luz do sol). No modelo de sedimentação de uma plataforma epírica (ou epéirica) ilustrado nesta figura, quatro ambientes sedimentares se podem reconhecer. Do mar para o continente e à medida que as ingressões marinhas (subidas do nível do mar relativo, que é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluta de da tectónica) aumentam, em distância e tempo, podem reconhecer-se: (i) Ambiente I ou ambiente marinho aberto, caracterizado por uma energia baixa ; (ii) Ambiente II ou baixio de energia alta, o qual se localiza acima do nível de base ; (iii) Ambiente III ou marinho restrito, que é caracterizado por uma energia baixa e (iv) Ambiente IV ou transaccional, que é caracterizado pela presença de clastos terrígenos não marinhos. As plataformas carbonatadas do tipo rampa, que se podem subdividir em: (A.1) Tipo Rampa Monoclinal e (A.2) Tipo Rampa com Pequena Ruptura Distal, formam-se quando os processos de formação de carbonato são associados a climas frios. Ao contrário, nos outros tipos, que muitos geocientistas consideram como plataformas carbonatadas com rupturas (aureoladas ou não aureoladas), os processos de formação de carbonato estão associados a climas tropicais. Tome em linha de conta, que em condições geológicas normais, a profundidade de água de uma plataforma calcária não pode ultrapassar a profundidade da zona fótica, caso contrário não pode haver formação de carbonato (fotossíntese). Assim, uma plataforma carbonatada pode coincidir com uma plataforma continental mas, em geral, isso parece ser uma excepção. Em geral, uma plataforma continental, tem uma lâmina de água que varia entre 0 e 200 metros, o que quer dizer que a maior parta da plataforma continental tem uma profundidade de água superior à da zona fótica. A geometria das plataforma carbonatadas mais conhecida é associada aos processos de fabricação tropicais, onde as plataformas carbonatadas podem ser subdivididas em três ambientes sedimentares principais: A) Recife, que é a parte da plataforma carbonatada criada, in situ, por organismos sésseis ; B) Laguna interna (parte da plataforma atrás do recife, a qual é caracterizada por águas rasas e calmas com sedimentos compostos de fragmentos de recifes e partes duras de organismos ou sedimentos terrígenos quando o recife é epicontinental) e C) Talude ou Encosta (parte externa da plataforma, que liga o recife à bacia e que actua como sumidouro do excesso de sedimento carbonato, embora a maior parte do sedimento produzido na lagoa e no recife seja transportado por vários processos e acumulada no talude, isto é, na encosta). As plataformas ligadas ao continente são dividas em duas grandes famílias: (A) Plataformas Tipo Rampa e (B) Plataforma com Ruptura. Nas plataformas tipo rampa dois subtipos podem ser considerados: (A.1) Plataforma de Tipo Rampa Monoclinal e (A.2) Plataformas de Tipo Rampa com Pequena Ruptura Distal. Nas plataformas com ruptura existem, igualmente, dois subtipos: (B.1) Plataformas Não-aureolada e (B.2) Plataformas Aureolada. É no subtipo, plataforma com ruptura aureolada que a designação de plataforma carbonatada abrupta é mais frequente.

Plataforma de Erosão.............................................................................................................................................................................Coastal rise, Rasa

Banquette d’érosion (Rasa) / Plataforma de erosión / Sitz (Plattform) Erosion (Rasa) / 沿海崛起 / Прибрежный подъем / Piattaforma di abrasione

Superfície litoral situada acima do nível do mar ao longo de certos litorais, que começa na base de uma arriba viva e que resulta do recuo da arriba provocado pela erosão.

Ver: « Erosão »

Plataforma Exumada.........................................................................................................................................................................................Exhumed Shelf

Plate-forme exhumée / Plataforma exhumada / Exhumiert Plattform / 掘出台地 / Выкапывать из породы платформа / Piattaforma riesumata /

Quando uma descida do nível do mar relativo é, suficientemente, grande para pôr o nível do mar debaixo do rebordo da bacia. Uma tal descida do nível do mar cria uma discordância de tipo I e condições geológicas de nível baixo.

Ver: « Descida do Nível do Mar Relativo »
&
« Plataforma Carbonatada Morta »
&
« Nível Baixo (do mar) »

Figura 504 (Plataforma Exumada) - Nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de uma linha sísmica do offshore Norte de Angola, de baixo para cima, é fácil de reconhecer várias bacias da classificação das bacias sedimentares de Bally e Snelson (1980): (i) O soco que, na maior parte dos casos, corresponde a uma cadeia de montanhas do Paleozóico aplanada ou a um granito-ganisse de idade Pré-Câmbrico ; (ii) As bacias de tipo rifte, formadas antes da ruptura da litosfera (coloridas em castanho escuro e claro), e nas quais se depositaram, sobretudo no offshore Norte de Angola, rochas lacustres ricas em matéria orgânica (rochas-mãe potenciais) e rochas-reservatório de fácies arenosa ; (iii) A margem continental divergente do tipo Atlântico (desenvolvida num contexto tectónico, globalmente, em extensão), a qual pode ser subdividida de duas maneiras: a) Fase transgressiva do ciclo de invasão continental, que tem uma geometria retrogradante bem visível, embora os sedimento estejam deformados por halocinese e fase regressiva do ciclo de invasão continental de geometria progradante e b) Sedimentos infrassalíferos e suprassalíferos (o nível de salífero, que é, actualmente, mais ou menos, descontínuo está colorido em violeta). Antes da ruptura da litosfera, durante a fase de alongamento do pequeno supercontinente Gondwana, a formação das bacias de tipo rifte foi associada a subsidência diferencial (formação de estrutura em demigraben). Depois da ruptura da litosfera, quer isto dizer, durante o alastramento oceânico, um resfriamento da litosfera induziu uma subsidência térmica que foi sempre predominante. Esta tentativa de interpretação de interpretação, que foi feita em subciclos de invasão continental (induzidos por ciclos eustáticos de duração entre 3-5 My e 50 My), sugere, fortemente, uma importante descida do nível do mar absoluto (*) ou eustático (nível do mar global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite) durante o Oligocénico, a qual induziu a discordância SB. 30 Ma (entre o Rupeliano e Chatiano). Esta descida do nível do mar absoluto foi, suficientemente, importante para exumar a plataforma do Eocénico, assim como a parte superior do talude continental (próximo do rebordo da bacia). Esta descida do nível do mar absoluto, que parece ter sido provocada por uma glaciação (formação de glaciares e do manto glaciário da Antarctica), criou condições geológicas de nível baixo do mar, que provocaram um deslocamento para baixo e para o mar dos biséis de agradação costeiros e, durante as quais, sistemas de deposição turbidíticos se depositaram nas partes profundas da bacia. Por outro lado, como sugerido pelas terminações dos reflectores contra o fundo do mar (biséis de truncatura), é evidente, que a parte proximal da margem divergente, durante o Terciário Tardio, foi levantada, o que, necessariamente, levantou, igualmente, as antigas plataformas do Paleocénico e Eocénico, que entretanto tinham sido fossilizadas pelos biséis de agradação costeiros das progradações dos depósitos do Terciário Tardio (talude continental). Desde que o levantamento, durante o Terciário Tardio, ocorreu, os sedimentos exumados fora erodidos. Esta erosão foi, certamente, amplificada pela descida (mais ou menos 120 metros) do nível do mar relativo (nível do mar local e referenciado a qualquer ponto da superfície terrestre, como o fundo do mar ou a base dos sedimentos, e que é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático e da tectónica, isto é, do levantamento ou subsidência do fundo do mar) induzida, principalmente, pelas glaciações do Quaternário, período durante o qual a maior parte dos ciclos sequência não tinham cortejos sedimentares de nível alto (bacia sem plataforma continental). Todavia, desde que o degelo começou, há cerca de, mais ou menos, 19 000 anos, o nível do mar do mar absoluto subiu e inundou a planície costeira recém formada que se transformou numa plataforma continental, como se pode constatar nesta tentativa de interpretação.

(*) O nível do mar absoluto ou eustático é dependente da: (i) Tectonicoeustasia que é controlada pela variação do volume das bacias oceânicas ; (ii) Glacioeustasia, que é controlada pela variação de volume de água dos oceanos função da quantidade de gelo ; (iii) Geoidaleustasia que é controlada pela distribuição da água dos oceanos causada pelas variações do campo da gravidade terrestre e (iv) Dilatação térmica dos oceanos ou aumento estérico do nível do mar (se a temperatura dos oceanos aumenta, a densidade da água diminui e, para uma massa constante, o volume aumenta). O nível do mar relativo é o resultado da acção combinada do nível domar absoluto (eustático) e da tectónica.

Plataforma de Gelo...................................................................................................................................................................................Grounded Ice Shelf

Plate-forme de glace / Plataforma de hielo / Schelfeis / 冰架 / Шельфовый ледник / Piattaforma di ghiaccio /

Uma plataforma de gelo é uma massa de gelo espessa e flutuante, que se forma onde um glaciar  ou um manto de gelo  fluem até a uma linha de costa descarregando na superfície do oceano. As plataformas de gelo encontram-se apenas nas costa da Antártica, Gronelândia e Canadá.

Voir: «Inlandsis»

Plataforma Interna................................................................................................................................................................................................................Inner Shelf

Plate-forme interne / Plataforma interna / Interne Plattform / 内部陆架 / Внутренняя платформа / Piattaforma interna /

Subambiente de uma plataforma continental caracterizado por uma lâmina de água entre 0 e 30 metros, ou por outras palavras, a parte da plataforma adjacente à linha da costa.

Voir: « Nível do Mar Eustático »
&
« Plataforma Continental »
&
« Nível Alto (do mar) »

Figura 505 (Plataforma Interna) - Quando uma bacia tem uma plataforma continental, o que não é sempre o caso, certos geocientistas distinguem a plataforma adjacente à linha da costa, que eles chamam plataforma interna e que se caracteriza, não só por uma lâmina de água entre 0 e 30 metros, mas também por uma biota muito típica. Efectivamente, dentro de uma plataforma continental podem pôr-se em evidencia três zonas: (i) Plataforma interna, entre 0 e 30 metros de lâmina água ; (ii) Plataforma média, entre 30 e 70 metros de lâmina água e (iii) Plataforma externa, entre 70 e 200 metros de profundidade de água. Por outro lado, tendo em linha de conta o deslocamento das larvas dos peixes, certos geocientistas consideram, de preferência, três zonas de profundidade, numa plataforma continental: (a) Entre 0 e 20 metros ; (b) Entre 20 e 40 metros e (c) Entre 40 e 70 metros. Dentro de um ciclo estratigráfico dito, ciclo sequência, o qual é induzido por um ciclo eustático de 3a ordem, o que quer dizer que a sua duração varia entre 0,5 My e 3-5 My, uma bacia sedimentar não tem plataforma durante a deposição do grupo de cortejos sedimentares de nível baixo (CNB), dentro do qual, quando completo, se podem reconhecer três subgrupos, que de baixo par cima são: a) Cones submarinos de bacia (CSB) ; (ii) Cones submarinos de talude (CST) e (iii) Prisma de nível baixo (PNB). A bacia começa a ter uma plataforma continental desde que ocorre a primeira superfície de inundação, que marca o início da deposição do grupo de cortejos de nível alto (CNA) e, particularmente, dos cortejos sedimentares do intervalo transgressivo (IT), que é o subgrupo inferior, uma vez que o nível do mar inunda a planície costeira do prisma de nível baixo subjacente, deslocando a linha da costa para o continente (ingressão marinha). À medida que o nível do mar relativo (nível do mar local, referenciado quer a base dos sedimentos, quer a qualquer outro ponto da superfície terrestre, como por exemplo, o fundo do mar e que é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático e da tectónica) sobe, em aceleração (*), durante o intervalo transgressivo, as dimensões da plataforma continental aumentam assim como a altura da lâmina de água. Como depois de cada acréscimo da ingressão marina total ocorrem períodos de estabilidade do nível do mar relativo, mais ou menos, importantes durante os quais se depositam regressões sedimentares cada vez menos importantes que, colectivamente, desenvolve um intervalo transgressivo (IT) com uma geometria retrogradante. Isto quer dizer, que o intervalo transgressivo (IT), de um ciclo sequência não é outra coisa que uma sobreposição de regressões sedimentares cada vez mais pequenas, as quais, globalmente, deslocam a linha da costa para o continente. Desde que o nível do mar relativo começa a subir em desaceleração, isto é, desde o início de deposição do prisma de nível alto (PNA), as dimensões da plataforma continental começam a diminuir, uma vez que a linha da costa, começa a desloca-se para o mar de maneira, mais ou menos, contínua. Assim, durante a 1a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto, a bacia tem uma plataforma continental. Todavia, a partir de um determinado momento, a plataforma continental é fossilizada pelas progradações do prisma de nível alto e desaparece. Nesse momento, a linha da costa torna-se (sobretudo nas linhas e tendo em linha de consta a resolução sísmica) o novo rebordo continental (que é também o rebordo da bacia). É a partir desse momento que começa a depositar-se a 2a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto, uma vez que a bacia não tem mais plataforma continental. Como a partir desse momento, a linha da costa é o novo rebordo da bacia, o limite externo da planície costeira, que corresponde à linha da costa, enfatiza, igualmente, o rebordo continental. Na plataforma interna, que corresponde à parte da plataforma continental adjacente à linha da costa, as diferentes larvas de peixes, que aí ocorrem, formam conjuntos que, como dito acima, podem ser utilizados para determinar como é que as larvas se deslocam para as áreas onde elas vão crescer en função da altura da lâmina de água.

(*) Uma subida do nível do mar relativo em aceleração significa que os acréscimos da ingressão marinha são cada vez mais importantes. Da mesma maneira desde que os acréscimos da ingressão marinha são cada vez menos importantes, o nível do mar relativo sobe em desaceleração. È muito importante considerar os acréscimos de uma ingressão marinha, uma vez que uma subida do nível do mar relativo ou absoluto não se faz em continuidade, mas por etapas. O nível do mar mar relativo sobe, estabiliza-se, vota a subir, estabiliza-se, etc.. até que ocorra uma descida significativa do nível do mar relativo que desloque a linha da costa para o mar e para baixo, criando uma superfície de erosão que limita o ciclo sequência. Note que é durante os iodos de estabilidade do nível do mar relativo que a deposição ocorre.

Plataforma Isolada..........................................................................................................................................................................................Isolated Platform

Plate-forme isolée / Plataforma aislada / Isolierte Plattform / 隔离台地 / Изолированная платформа / Piattaforma isolata /

Plataforma carbonatada, geralmente, subcircular, desconectada do continente por um corpo de água, mais ou menos, profundo.

Ver: « Plataforma Carbonatada »
&
« Plataforma Continental »
&
« Plataforma Carbonatada Morta »

Figura 506 (Plataforma Isolada) - Quando um geocientista fala de plataforma, em geral, ele está a referir-se à plataforma continental, que é a superfície pouco inclinada do fundo do mar, limitada entre uma lâmina de água de 0 a 200 m, o que por vezes não é o caso de uma plataforma carbonática. Assim, para evitar mal entendidos, é importante saber se o termo plataforma está a ser aplicado a um contexto sedimentar onde os clásticos são predominantes ou a um contexto carbonatado. Teoricamente, em condições geológicas normais, a profundidade de água de uma plataforma calcária não pode ultrapassar a profundidade da zona fótica, uma vez sem a energia da luz do sol não pode haver formação “in situ”, de carbonato {fotossíntese que é processo físico-químico, a nível celular, realizado pelos seres vivos com clorofila, que utilizam o dióxido de carbono e a água, para obter glicose através da energia do Sol, de acordo com a seguinte equação: Luz solar + 12H2O (água) + 6CO2 (dióxido de carbono) → 6O2 (oxigénio) + 6H2O (água + C6H12O6 (glicose)}. Certos geocientistas consideram cinco grandes famílias de plataformas carbonatadas: (i) Plataformas Aureoladas ou Orladas, que são caracterizadas pela presença de recifes ou areias calcárias de baixio (banco de areia carbonatada coberto por água do mar pouco profunda) no rebordo da plataforma e areias argilosas na laguna ou na plataforma aberta ; este tipo de plataforma forma-se em águas calmas e a sua extensão varia entre 10 e 100 km. (ii) Plataformas de tipo Rampa Carbonatada, nas quais as areias carbonatadas da linha da costa passam, na base da rampa, a areias argilosas e lamas de água profunda ; neste tipo de plataforma os recifes são raros e a largura da rampa pode atingir 100 km. (iii) Plataformas Epeiricas (ou epíricas), que são caracterizadas pela presença de superfícies de maré e lagunas protegidas ; a largura de uma plataforma epeirica pode alcançar 10 000 km. (iv) Plataformas Isoladas, nas quais as fácies (litologias) são muito controladas pela orientação dos ventos dominantes ; estas plataformas têm recifes e corpos arenosos, como as plataforma aureoladas, na margem barlavento (voltada para o lado de onde o vento sopra), mas na margem sotavento (na direcção para onde sopra o vento), os sedimentos são mais lamacentos ; uma plataforma isolada pode atingir 100 km de largura. (v) Plataformas Mortas ou Afogadas, quando elas estão debaixo da zona fótica (onde não há luz suficiente para a fotossíntese, quer isto dizer, utilização do dióxido de carbono, CO2, e água para obter glicose através da energia da luz do sol). A geometria das plataforma carbonatadas mais conhecida é associada aos processos de fabricação tropicais, onde as plataformas carbonatadas podem ser subdivididas em três ambientes sedimentares principais: A) Recife, que é a parte da plataforma carbonatada criada, in situ, por organismos sésseis ; B) Laguna interna (parte da plataforma atrás do recife, a qual é caracterizada por águas rasas e calmas com sedimentos compostos de fragmentos de recifes e partes duras de organismos ou sedimentos terrígenos quando o recife é epicontinental) e C) Talude ou Encosta (parte externa da plataforma, que liga o recife à bacia e que actua como sumidouro do excesso de sedimento carbonato, embora a maior parte do sedimento produzido na lagoa e no recife seja transportado por vários processos e acumulada no talude, isto é, na encosta). O exemplo ilustrado nesta corresponde a uma plataforma isolada. Na tentativa de interpretação geológica de um autotraço de um detalhe de uma linha sísmica, os recifes são mais bem desenvolvidos na margem barlavento, que neste caso corresponde à margem virada para o mar. Os recifes na margem proximal (do lado do continente), não só são menos desenvolvido mas também mais lamacentos. A parte superior da plataforma isolada corresponde a uma plataforma morta, na sequência de uma importante subida relativa do nível do mar que a colocou debaixo da zona fótica onde os processos de formação de carbonato são, praticamente, impossíveis. Certos geocientistas subdividem as plataformas carbonatadas ligadas ao continente em plataformas de tipo rampa e plataformas com rupturas de inclinação. Dentro das primeiras, que são frequentes nos climas frios, eles consideram as monoclinais e as que exibem uma pequena ruptura distal. Dentro das plataforma com ruptura que formam de preferência em climas tropicais, dois subtipos sano quase sempre avançados: plataformas aureoladas e não aureoladas.

Plataforma Litoral.....................................................................................................................................................................................................Shoreplatform

Plate-forme littorale / Plataforma litoral / Litoralplatte / 沿海台地 / Волноприбойная терраса / Piattaforma costiera /

Superfície de erosão que inclina, ligeiramente, para o mar e que se estende entre a base da escarpa de praia e o limite da praia baixa (para certos geocientistas). A plataforma litoral corresponde, mais ou menos, à pré-praia mais a praia baixa.

Ver: « Plataforma »
&
« Plataforma Isolada »
&
« Plataforma de Preiamar »

Figura 507 (Plataforma Litoral) - Esta fotografia ilustra uma plataforma litoral. A superfície, mais ou menos, plana e pouco inclinada que trunca a terra firme na zona intermareal (entre marés), é uma antiga plataforma de abrasão que foi, em parte, erodida pela acção conjunta do gelo e das ondas do mar. Em certas plataforma litorais do Canadá, a ardósia, finamente, fracturada é, facilmente, desintegrada pelas condições climáticas frias desta região, que prevalecem quase todo o ano, o que resulta num conjunto de finos detritos que são, facilmente, transportados pelas ondas do mar e correntes marinhas. As camadas menos fracturadas estão, ligeiramente, mais elevadas e assim são menos susceptíveis à acção do gelo. Muitas das plataformas litorais modernas correspondem a antigas plataformas de abrasão e encontram-se, actualmente, submersas ou emersa, em função das variações do nível do mar relativo (subida do nível do mar relativo, no primeiro caso, e descida no segundo). Em geral, as plataformas litorais são antigas superfícies rochosas, pouco inclinadas, que se estendiam da base da arriba até ao largo, entre os níveis das marés mais altas e mais baixas (plataformas de abrasão). Elas são antigas superfícies de abrasão talhadas pela acção das ondas do mar e, por conseguinte, têm tendência a ser, mais ou menos, lisas ou com ondulações fracas e alguns degraus, os quais correspondem ao nível da maré alta ou do nível atingido durante as tempestades. As rugosidades de uma plataforma de abrasão ou de uma plataforma litoral são também muito dependes da litologia das rochas em que ela foi (ou ainda é) escavada e também da tectónica, quer isto dizer, que a abrasão não é a mesma se as rochas são sub-horizontais ou dobradas. É natural, que se encontrem sinuosidades onde as rochas são mais duras, quer em bancos rochosos, escolhos (rochedos à tona da água), leixões (pedras altas e isoladas na costa) ou farilhões (pequenas ilhas). Quando a litologia da plataforma é carbonatada, naturalmente, ela é, em geral, modelada em marmitas, vasques, pináculos ou alvéolos ou outras forma cársicas. Daveau (1977), descreve a plataforma litoral portuguesa, da seguinte maneira: (i) O litoral português é circundado em toda a sua extensão por uma plataforma muito regular, coberta de depósitos marinhos onde os cursos de água entalham, por vezes, verdadeiras gargantas ; (ii) A sua altitude, que se situa, em geral entre 100 e 200 metros, pode baixar até ao nível do mar ou elevar-se até cerca de 400 metros ; (iii) A plataforma litoral é, frequentemente, limitada para o interior por um rebordo escarpado ; (iv) Trata-se de um antiga arriba, contemporânea do seu modelado, ou de uma escarpa de falha posterior. A plataforma litoral na região do Porto, por exemplo, corresponde a um conjunto de patamares escalonados, que descem para o mar a partir de uma linha de relevos marginais que corresponde ao rebordo interior da plataforma. No esquema geológico ilustrado nesta figura, em associação com a plataforma litoral, reconhece-se. (i) Uma baía, que é uma porção de mar rodeada por terra, ou seja, o contrário de um cabo ; (ii) Dois farilhões, que são ilhotas escarpadas ; (iii) Um arco natural, que é uma formação geológica formado por um arco rochoso cavado, naturalmente, pela erosão; (iv) Uma gruta, que é cavidade natural rochosa com dimensões que permitam o acesso a seres humanos ; (v) Uma praia com dunas, a formação geológica composta por partículas soltas de minerais ou rochas sob a forma de areia, cascalho, seixos, etc., ao longo da margem de um corpo de água com montículos de areia desenvolvido por processos eólicos ; (vi) Um estuário intramareal, que é um estuário criado pela acção das marés ; (vii) Uma barra, é uma geológica resultante da acumulação de material de aluvião, paralelo ou perpendicular à costa; (viii) Um pântano salgado, formado por águas paradas e pouco profundas, situadas sobre um manto impermeável, com uma vegetação bastante densa e um solo com grandes quantidades de vegetação em decomposição ; (ix) Uma duna costeira, que um montículo de areia desenvolvido por processos eólicos junto à linha da costa ; (x) Uma praia sem dunas, que é uma formação geológica composta por partículas soltas de minerais ou rochas sob a forma de areia, cascalho, seixos, etc., ao longo da margem de um corpo de água ; (xi) Cornichas, que são escarpas de rochas duras, íngreme, que superam um declive suave ou que formam saliências ; (xiii) Falésias, que são vertentes costeiras, abruptas ou com um forte declive ; (xiv) Um talude, que é um terreno inclinado que limita um aterro e tem como função garantir a estabilidade do aterro.

Plataforma de Mar Aberto (cintura carbonatada)...........................................................................................Open Sea Shelf

Plate-forme de mer ouverte / Plataforma de mar abierto (cinzura carbonatada) / Platform offenen Meeres (Carbonat Gürtel) / 开放大陆架(碳酸盐岩带)/ Шельф открытого моря / Piattaforma marine aperta (cintura di carbonato) /

Ambiente sedimentar distal de uma plataforma carbonata aureolada entre a bacia profunda e o bordo da plataforma profunda, a qual se localiza a jusante do talude externo.

Ver: « Plataforma »
&
« Ambiente (de cintura carbonatada) »
&
« Plataforma Epéirica (epírica) »

Figura 508 (Plataforma de Mar Aberto, cintura carbonatada) - Vários geocientistas constataram nas plataformas carbonatadas e, particularmente, nas plataformas carbonatadas aureolados ou orladas (caracterizadas pela presença, mais ou menos, contínua, de recifes ou areias calcárias de baixio ao longo do rebordo da plataforma), a ocorrência de uma sucessão típica de ambientes sedimentares e, mais ou menos, constantes, entre a bacia e o continente (quando a plataforma está ligada ao continente). Esta sucessão de ambientes sedimentares carbonatados está ilustrada nesta figura e pode ser considerada como um modelo de plataforma, embora ele não diga nada sobre a diferenciação, muitas vezes constatada, entre margem sotavento e catavento (plataforma não ligadas ao continente), quer isto dizer, sobre a assimetria das plataforma. Neste modelo distinguem-se nove ambientes sedimentares: (i) Bacia, muito profundo para a produção e deposição de carbonatos, dependendo do afluxo de sedimentos finos argilosos e de material silicioso ; (ii) Plataforma de Mar Aberto, profundidade entre dezenas e centenas de metros, geralmente, oxigenado e com uma salinidade marinha normal, no qual as correntes têm uma boa circulação e, suficientemente, profundas para não sofreram o efeito da ondulação; os sedimentos do fundo do mar são, apenas, afectados durante as tempestades intermitentes; (iii) Bordo da Plataforma Profunda, localizado no limite ou junto da plataforma carbonatada e constituído por material conchífero derivado da plataforma, com condições de ondulação e de o nível de oxigénio são muito semelhantes a (i) ; (iv) Talude Externo, localiza-se acima do limite mais baixo da água oxigenada, acima do nível de ondulação ; os detritos carbonatados depositam-se com uma inclinação de cerca de 30° com deslizamentos, montículos, frentes em forma de cunha e blocos grandes ; (v) Recifes do Bordo da Plataforma, desenvolvimento depende da energia da água, inclinação da rampa, produtividade orgânica, quantidade des estruturas construída, ligações, obstáculos e frequência de exposições subaéreas e cimentação ; (vi) Zona de Deflação Areias, caracterizada por bancos, praias, barras de maré de mar aberto em leques, cinturas ou ilhas de dunas e uma a profundidade de deposição entre de 5 a 10 m ; ambiente oxigenado, mas não adequado à vida marinha devido a uma constante mudança de substrato ; (vii) Laguna de Plataforma com Circulação Aberta, com estreitos, lagunas e baías abertas por detrás do bordo da plataforma externa ; profundidade de água é pequena, por vezes, de apenas de alguns metros ; a salinidade é normal ; com circulação moderada ; (viii) Plataforma de Circulação Restrita e Planícies de Maré, inclui a maior parte dos sedimentos finos em lagunas superficiais e os sedimentos grosseiros em canais de maré e praias locais ; todo o complexo corresponde ao ambiente de planície de maré; podem ter águas doces, salinas e hipersalinas, com exposições aéreas frequentes ; abundante vegetação tanto marinha como de pântano ; componentes terrígenos de origem eólica podem ter proporções importantes ; (ix) Evaporitos em Sabkhas Salinas, ambiente de supramaré e de lagos na plataforma marinha ; o clima é árido e com calor intenso ; ingressões marinhas esporádicas ; gesso e anidrite são muito comuns. Como ilustrado, a plataforma de mar aberto está localizada abaixo da acção das ondas, em mar calmo, mas ela é atingida pela acção das ondas durante as tempestades. Ela está dentro ou, ligeiramente, debaixo da zona fótica. Normalmente, ela corresponde às superfícies, mais ou menos, horizontais, entre a plataforma activa, e a parte profunda da bacia. Este ambiente encontra-se, muitas vezes, em associação com as plataformas mortas (ou afogadas), criadas a quando de uma subida do nível do mar relativo (*). Os sedimentos mais frequentes deste ambiente são carbonatos, principalmente, vaquelitos bioclásticos (rocha carbonatada que contém, mais de 10% de aloquímicos numa matriz de argila carbonatada), "grainstones", margas e alguma sílica, que, normalmente, estão bem estratificados e com muita bioturbação. A biota é sobretudo representada por uma fauna conquífera, que indica condições marinhas normais e plâncton (conjunto de plantas e animais microscópicos que vivem em suspensão na água e que são a base de muitas cadeias alimentares).

(*) Nível do mar local e referenciado a qualquer ponto da superfície terrestre que seja o fundo do mar ou a base dos sedimentos (topo da crusta continental) que é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite, e da tectónica (subsidência do fundo do mar quando o regime tectónico predominante é em extensão ou levantamento do fundo do mar, quando o regime tectónico predominante é em compressão.

Plataforma de Preiamar(schorre).................................................................................................................................................................Tidal Flat

Plate-forme de haute-marée, Schorre / Plataforma de marea alta, Marjal de marea, Schorre / Plattform hoch-Flut, Schorre / 潮汐滩地 / Приливно-отливная отмель, Шоры / Piattaforma alta-marea, Piatta marea, Schorre /

Parte do espraiado pelítico que fica a descoberto nas preiamares mortas e coberto de água durante as preiamares vivas e tempestades. O termo plataforma é aqui utilizado de maneira abusiva. Sinónimo de Salgadiço.

Ver: « Praia »
&
« Plataforma Litoral »
&
« Plataforma Interna »

Figura 509 (Plataforma da Preiamar) - Em português, a plataforma de preiamar é também se chamada salgadiço (Moreira, 1984). A plataforma de preiamar é uma superfície vasosa, consolidada, revestida por um solo halo-hidromorfo (saturado temporário ou permanentemente por um excesso de água salgada), recortada em ilhotas convexas por canais de maré, com poças e, completamente, colonizadas por vegetação halo-helófita (enraizado no lodo salgado), herbácea nas regiões extratropicais (sapal) e arbustiva e ou arbórea nas regiões intertropicais (mangal). A plataforma de preiamar está separada da parte baixa do espraiado por um degrau que pode atingir alguns metros e que corresponde ao degrau da maré alta. Sob o ponto de vista ecológico, a principal função de uma plataforma de preiamar ou de um salgadiço é a conversão da biomassa vegetal (normalmente sob a forma de detritos) em biomassa animal que pode ser utilizada pelos organismos com um nível trófico mais alto, que isto dizer, por organismos do ecossistema com uma alimentação mais refinada. A presença na plataforma de preiamar de todo um conjunto de ambientes costeiros é muito importante, não só para as aves que habitam a costa, mas também para as aves de passagem. A plataforma de preiamar da Laguna Mãe (Texas, EUA), representa um habitat apropriado entre os habitats de cultivo quente do norte e os distantes habitats da América do Sul, para as aves de migração e hibernação. A maior parte da mortalidade das aves é devido a falta de recursos durante o inverno e áreas de migração. Os invertebrados das plataformas de preiamar fornecem, sem dúvida nenhuma, uma abundante fonte alimentar para as aves. Quando as planícies de preiamar estão, totalmente, inundadas, as praias adjacentes podem ser uma segunda ou alternativa fonte de alimentos. O continente e habitats adjacentes podem ser utilizados como residências de passagem e alimentação. As planícies de preiamar são fontes de azoto para o ecossistema, uma vez que as algas azuis da plataforma de preiamar convertem o azoto atmosférico em azoto que pode ser utilizado por outras plantas. Na morfologia plataforma de preiamar (salgadiço ou “schorre”) e a jusante das dunas e acima da vasa mole reconhece os canais e as poças de maré. Ao conjunto da plataforma de preiamar e de baixamar, muitos geocientistas, chamam sapal, que eles consideram como um ecossistema de grande importância uma vez que ele desempenha um papel preponderante no equilíbrio do ciclo da matéria orgânica numa perspectiva de produtores primários. Existem dois tipos de sapal, um fluvial e outro marinho, que formado por uma diversidade de canais de maré anastomosados, que alternam com pequenas elevações de substrato. Esta região tem uma certa regularidade nas condições ambientais e nas populações animais e vegetais é sobre influência de diversos factores ambientais naturais. Na plataforma de baixamar, a biomassa é abundante (até vários milhares de organismos por metro quadrado durante a maré baixa em zonas temperadas, pelo menos 60 espécies de peixes e crustáceos que aí se alimentam toda ou parte de sua vida). Durante a maré baixa, há milhares de aves que aí vêm procuram moluscos ou macrozoobentos. De maneira geral todos os geocientistas admitem (http://www.ecosociosystemes.fr/ schorre.html) que as vasas litorais (lodaçais) da Europa são caracterizados por uma dicotomia muito marcada: a jusante do salgadiço e a montante dos atoleiros de maré. Por outro lados, quase todos os geocientistas estão de acordo que: 1) Os atoleiros de maré ou plataforma de maré baixa é caracterizada por uma vegetação halófila (adaptada ao sal) que se distribui por andares ; 2) A parte baixa dos atoleiros de maré é recoberta a cada maré, excepto durante as águas mortas e que ela é colonizado por plantas, tais como a soda (Suaeda maritima) e áster do mar (áster tripolium) ; 3) A parte média dos atoleiros de maré tem uma vegetação espessa devido à obione (portulacoides Obione) ; 4) A parte alta dos atoleiros de maré é composta de funcho (Salicornia sp.), Spartina (Spartina) e (Atropis), lavanda do mar (Limonium) ou artemísia (Artemísia vulgaris) ; 5) O salgadiço é a parte do lodaçal que é coberta unicamente a quando das grandes marés ; 6) o salgadiço é composto, principalmente, de vasas moles de aparência lisa e sem vegetação e que contém uma grande quantidade de bactérias que lhe permitem desempenhar um papel essencial nos processos de assimilação e reciclagem de matéria orgânica morta ; 7) O salgadiço abriga uma variedade de espécies bivalves (amêijoas, berbigão, etc.), pequenos gastrópodes, caranguejos verdes e (salmonete, praças, bares) ; 8) O salgadiço é frequentado por espécies de aves limícolas, ou seja, que vivem no lodo (maçaricos, cavaleiros, snipe, alfaiate), garças e outros gaivotas de cabeça negra e gaivotas, castanhas ou marinheiras, mas também por muitos invertebrados terrestres e marinhos, como aranhas (Lycosidae / Pardosa purbeckensis?), que desde a maré se instala correm sobre a superfície da água, para caçar presa, mas também para encontrar parceiros.

Plataforma de Recife..................................................................................................................................................................................................................Reef-flat

Platier / Plataforma del arrefice / Riff-Flach / 礁 / риф / Piattaforma Reef /

Plataforma cavada pelas ondas na margem externa abrupta de um recife.

Ver: «Recife»

Plataforma Recifal Aureolada..................................................................................................................Reef-Rimmed Platform

Plate-forme récifal auréolée / Plataforma de arrecifes aureolada / Reef-umrandeten Plattform / 边礁环绕的台地 / Обрамленная рифом платформа / Piattaforma scogliera aureolata /

Plataforma carbonatada com o rebordo sublinhado por recifes. Em geral, as plataformas carbonatadas têm o rebordo sob uma lâmina água de várias dezenas metros e, naturalmente, não têm recifes, e são, por vezes, orladas (quando têm uma barreira, mais ou menos, contínua formada de recifes que se desenvolvem ao longo do rebordo da plataforma, sob uma lâmina de água muito pequena, que podem aflorar durante a maré baixa).

Ver : « Plataforma Carbonatada Aureolada »
&
«Recife»
&
« Plataforma Carbonatada Morta »

Figura 511 (Plataforma Recifal Aureolada) - Quando um geocientista fala de plataforma, em geral, ele está a referir-se à plataforma continental, que é a superfície pouco inclinada do fundo do mar, limitada entre uma lâmina de água de 0 a 200 m, o que não é o caso de uma plataforma carbonática. Teoricamente, em condições geológicas normais, a profundidade de água de uma plataforma calcária não pode ultrapassar a profundidade da zona fótica, uma vez sem a energia da luz do sol não pode haver formação “in situ”, de carbonato. Assim, para evitar mal entendidos, é importante saber se o termo plataforma está a ser aplicado a um contexto sedimentar onde os clásticos são predominantes ou a um contexto carbonatado. A maior parte dos geocientistas considera cinco tipos principais de plataformas carbonatadas: A) Plataformas Aureoladas ou Orladas, que são caracterizadas pela presença de recifes ou areias calcárias de baixio (banco de areia carbonatada coberto por água do mar pouco profunda) no rebordo da plataforma e areias argilosas na laguna ou na plataforma aberta ; este tipo de plataforma forma-se em águas calmas e a sua extensão varia entre 10 e 100 km. B) Plataformas de tipo Rampa Carbonatada, nas quais as areias carbonatadas da linha da costa passam, na base da rampa, a areias argilosas e lamas de água profunda ; neste tipo de plataforma os recifes são raros e a largura da rampa pode atingir 100 km. C) Plataformas Epeiricas (ou epíricas), que são caracterizadas pela presença de superfícies de maré e lagunas protegidas ; a largura de uma plataforma epeirica pode alcançar 10000 km. D) Plataformas Isoladas, nas quais as fácies (litologias) são muito controladas pela orientação dos ventos dominantes ; estas plataformas têm recifes e corpos arenosos, como as plataforma aureoladas, na margem barlavento (voltada para o lado de onde o vento sopra), mas na margem sotavento (na direcção para onde sopra o vento), os sedimentos são mais lamacentos ; uma plataforma isolada pode atingir 100 km de largura. E) Plataformas Mortas ou Afogadas, quando elas estão debaixo da zona fótica (onde não há luz suficiente para a fotossíntese, quer isto dizer, utilização do dióxido de carbono, CO2, e água para obter glicose através da energia da luz do sol). Uma plataforma recifal aureolada tem características de mar agitada, próximo do rebordo e de mar calmo, na lagoa. Onde a energia é grande, formam-se de recife, mas não exclusivamente. A produtividade orgânica é, particularmente, importante perto das correntes marinhas ascendentes. A lagoa é, geralmente, um ambiente de baixa energia e a sua extensão depende da maneira como os recifes da bordadura dissipam a energia das ondas. Se na lagoa, a energia das ondas é insignificante, o ambiente é de fraca circulação e formação de evaporitos em salinas não pode ser excluída. Neste esquema, é fácil de constatar que um paraciclo sequência de uma plataforma recifal aureolada é a associação lateral de (1) argilitos de laguna, (2) areias de baixio, (3) recifes de barreira e (4) depósitos de talude da plataforma carbonática, isto é, de sistemas de deposição síncronos e geneticamente associados. Uma associação vertical destes paraciclo sequência, obviamente, sem descidas relativas do nível do mar entre eles, forma uma plataforma recifal aureolada. A geometria das plataforma carbonatadas mais conhecida é associada aos processos de fabricação tropicais, onde as plataformas carbonatadas podem ser subdivididas em três ambientes sedimentares principais: A) Recife, que é a parte da plataforma carbonatada criada, in situ, por organismos sésseis ; B) Laguna interna (parte da plataforma atrás do recife, a qual é caracterizada por águas rasas e calmas com sedimentos compostos de fragmentos de recifes e partes duras de organismos ou sedimentos terrígenos quando o recife é epicontinental) e C) Talude ou Encosta (parte externa da plataforma, que liga o recife à bacia e que actua como sumidouro do excesso de sedimento carbonato, embora a maior parte do sedimento produzido na lagoa e no recife seja transportado por vários processos e acumulada no talude, isto é, na encosta). O exemplo ilustrado nesta corresponde a uma plataforma isolada. As plataformas ligadas ao continente são dividas em duas grandes famílias: (A) Plataformas Tipo Rampa e (B) Plataforma com Ruptura. Nas plataformas tipo rampa dois subtipos podem ser considerados: (A.1) Plataforma de Tipo Rampa Monoclinal e (A.2) Plataformas de Tipo Rampa com Pequena Ruptura Distal. Nas plataformas com ruptura existem, igualmente, dois subtipos: (B.1) Plataformas Não-aureolada e (B.2) Plataformas Aureolada. É no subtipo, plataforma com ruptura aureolada que a designação de plataforma carbonatada abrupta é mais frequente.

Ponto de Abundância Máxima de Fauna (diagrafias).......................................................Maximum Faunal Abundance

Pic d'abondance maximale de la faune / Pico de abundancia máxima de fauna (Logging) / Maximaler Spitzenstrom reiche Tierwelt (Logging) / 最大动物区系的丰度峰值(记录)/ Максимальный пик обилия диких животных / Picco di massima abbondanza di fauna selvatica (logging) /

Nos registos eléctricos, o ponto de abundância máxima da fauna corresponde ao ponto, onde a diagrafia de resistividade é mais baixa e onde o raio gamma é mais forte. Este ponto sublinha, em geral, a superfície basal de progradação que fossiliza um intervalo transgressivo de um ciclo sequência. Como este ponto corresponde à abundância máxima da fauna, é evidente que a idade do pico de transgressões sedimentares (conjunto de ingressões marinhas e regressões cada vez mais pequenas) é mais fácil de determinar do que a discordância de base de um ciclo sequência (mais ou menos a idade dos cones submarinos da bacia associados).

Ver: « Ciclo Sequência »
&
« Intervalo Transgressivo »
&
« Superfície de Inundação Máxima »

Figura 512 (Ponto de Abundância Máxima de Fauna, diagrafias) - Estas diagrafias (Raio Gama e Resistividade) ilustram a base de um ciclo estratigráfico dito ciclo sequência, induzido por um ciclo eustático de duração entre 0,5 My e 3-5 My (ciclo eustático de 3a ordem), que foi atravessado por um poço de pesquisa, localizado, ligeiramente, a montante do rebordo da bacia do ciclo sequência precedente. Isto quer dizer, que o poço de pesquisa reconheceu, no ciclo sequência considerado, apenas os cortejos sedimentares do grupo de cortejos sedimentares de nível alto (CNA). Isto quer dizer que o poço de pesquisa, reconheceu, unicamente, no ciclo sequência considerado, o subgrupo inferior ou seja, o intervalo transgressivo (IT), que certos autores chamam, de maneira pouco correcta cortejo transgressivo, e subgrupo superior, quer isto dizer, o prisma de nível alto (PNA). O limite inferior do intervalo transgressivo (IT) é, uma superfície de ravinamento (1a superfície transgressiva), mas em certas condições, como neste caso particular, a superfície de inundação pode fossilizar e, assim coincidir, com a discordância inferior do ciclo sequência (quando o ciclo sequência é incompleto e o grupo de cortejos de nível baixo não se depositou, ou num corte a montante do rebordo da bacia). O limite superior do intervalo transgressivo (IT) é a superfície de inundação máxima (*), a qual é fossilizada pelas progradações do prisma de nível alto (PNA) sobrejacente. Ela marca um hiato de deposição, quase nulo a montante, no início do prisma de nível alto (PNA), mas que aumenta, consideravelmente, em direcção do mar, ou seja, na parte distal da plataforma continental, onde se desenvolve uma secção estratigráfica condensada. Nas diagrafias eléctricas e, em particular, na diagrafia do raio gama, o limite superior do intervalo transgressivo corresponde ao horizonte mais radioactivo. De facto, a interface entre o intervalo transgressivo (IT) e o prisma de nível alto (PNA), sendo caracterizada por um largo hiato de sem deposição, ela é, em geral, muito rica em matéria orgânica. É com este tipo de interface que as rochas-mãe marinhas estão, muitas vezes associadas. Na diagrafia de resistividade, este horizonte é sublinhado por uma fraca resistividade, com ilustrado nesta figura. Tendo em linha de conta, o contexto estratigráfico, o importante hiato de sem deposição e a quantidade de matéria orgânica que existe entre o intervalo transgressivo e o prisma de nível alto, é evidente que este limite corresponde a um pico de fauna. Este limite, entre a episódio transgressivo (intervalo transgressivo, IT) e o episódio regressivo sobrejacente (prisma de nível alto, PNA) é, relativamente, fácil de datar, o que não é o caso das discordâncias (superfícies de erosão) que limitam, inferior e superiormente, um ciclo sequência. Antes do advento da estratigrafia sequencial, a grande maioria das discordância eram datadas, aproximadamente, a partir do estudo dos fósseis depositados ao longo da superfície de base das progradações, isto é, da idade da superfície máxima de transgressão. A idade de uma discordância é dada pela idade dos cones submarinos de bacia (CSB) induzidos pela descida significativa do nível do mar relativo (nível do mar, local, referenciado a qualquer ponto da superfície terrestre que pode ser a base dos sedimentos, ou seja o topo da crusta continental ou o fundo mar, e que é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático, que é referenciado ao centro da Terra ou a um satélite e da tectónica) que causou a discordância, a qual enfatiza o hiato mínimo entre os dois ciclos sequência, que a descida do nível do mar relativo ou as suas paraconformidades correlativas separam e não pela idade da superfície de máxima ingressão marinha como ela era, e é ainda, muitas vezes, incorrectamente determinada. Geometricamente, na diagrafia do raio gama, o intervalo transgressivo (IT), colorido em verde (cor da glauconite que é muito frequente nos intervalos transgressivos) é sublinhado por um morfologia estrato e decrescente para cima (sequência diagráfica negativa), enquanto que o prisma de nível alto (PNA), colorido em laranja, é caracterizado por uma morfologia estrato crescente para cima (sequência diagráfica positiva).

(*) Limite entre as ingressões marinhas em aceleração, isto é, cada vez mais importantes, e as ingressões marinhas em desaceleração, ou seja, cada vez menos importantes ou dito de outra maneira limite entre o intervalo sísmico retrogradante (intervalo transgressivo, IT) e o intervalo sísmico progradante (prisma de nível alto, PNA).

Ponto de Desvio.............................................................................................................................................................................................Point of overbanking

Point de déviation / Punto de desvío / Ablenkpunkt / 偏转点 / Точка отклонения / Punto di deflessione /

Ponto onde a parte mais diluída de uma corrente turbidítica escapa por cima de um confinamento topográfico para depositar uma parte do material argiloso que ela transportava nas áreas mais baixas entre depósitos de transbordo (entre as "asas de gaivota") dos cones submarinos de talude. Quanto mais correntes turbidíticas de escape se formam, mais a corrente principal se torna rica em areia e mais arenosos serão os lóbulos terminais.

Ver: «Corrente de Escape

Ponto de Equilíbrio.......................................................................................................................................................................................Equilibrium Point

Point d'équilibre / Punto de equilibrio / Gleichgewichtspunkt / 平衡点 / Точка равновесия / Punto di equilibrio /

Ponto de uma superfície de deposição onde a taxa da variação eustática e da subsidência são iguais e compensam os seus efeitos. O ponto de equilíbrio separa uma área sujeitada a uma descida do nível de mar relativo de outra, a jusante, sujeita a uma subida do nível do mar relativo.

Ver: « Variação do Nível do Mar Relativo »
&
« Eustasia »
&
« Subsidência »

Figura 513 (Ponto de Equilíbrio) - Posamentier e Vail (1988) definiram o ponto de equilíbrio como o ponto de uma margem divergente no qual a variação do espaço disponível para os sedimentos (acomodação), induzido pela tectónica (subsidência quando os sedimentos são alargados por um regime tectónico extensivo predominante) e pela subida do nível do mar absoluto ou eustático se compensam, o que quer dizer, que nesse ponto o nível do mar relativo é estável. Afim de evita confusões, lembramos que o nível do mar pode ser absoluto ou eustático e relativo. O nível do mar eustático ou absoluto é global e referenciado ao centro da Terra ou a um satélite. O nível do mar relativo é local e referenciado à base dos sedimentos (topo da crusta continental) ou a qualquer outro ponto da superfície terrestre, como por exemplo o fundo do mar. O nível do mar absoluto ou eustático é função da: (i) Tectonicoeustasia que é controlada pela variação do volume das bacias oceânicas ; (ii) Glacioeustasia, que é controlada pela variação de volume de água dos oceanos função da quantidade de gelo ; (iii) Geoidaleustasia que é controlada pela distribuição da água dos oceanos causada pelas variações do campo da gravidade terrestre e (iv) Dilatação térmica dos oceanos ou aumento estérico do nível do mar (se a temperatura dos oceanos aumenta, a densidade da água diminui e, para uma massa constante, o volume aumenta). O nível do mar relativo é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático e da tectónica (levantamento do fundo do mar quando o regime tectónico predominante é em compressão ou subsidência quando o regime tectónico predominante é em extensão. À medida que o nível do mar relativo sobe ou desce, o ponto de equilíbrio desloca-se, respectivamente, para o continente ou para o mar. A montante do ponto de equilíbrio, o espaço disponível para os sedimentos diminui e há erosão, enquanto que a jusante do ponto de equilíbrio, o espaço disponível aumenta e, por conseguinte, há deposição. Os blocos diagramas ilustrados nesta figura, enfatizam a resposta da linha de baía e ambientes costeiros ao deslocamento do ponto de equilíbrio quando o nível do mar relativo varia. Se o nível do mar relativo desce mas não, suficientemente, para que as condições geológicas mudem para condições de nível baixo, o ponto de equilíbrio desloca-se para jusante. Pode acontecer, que a certa altura, o ponto de equilíbrio se aproxime da linha de baía e coincida mesmo com ela. Em tais condições, o ponto de equilíbrio estabelecerá o limite entre os depósitos fluviais e a planície costeira, onde as variações do nível do mar relativo controlam o espaço disponível para os sedimentos. Neste modelo, com o qual nem todos os geocientistas estão de acordo, a linha de baía marca sempre o limite entre a planície aluvial e costeira, quer isto dizer, que é a partir da linha de baía, que o perfil de equilíbrio provisório dos rios se torna, mais ou menos, horizontal, ou, por outras palavras, é a partir da linha de baía que a capacidade de carga dos rios diminui e que eles começam a depositar. É com este conceito, que certos geocientistas não estão de acordo, uma vez que para eles a perda de carga dos rios faz-se, principalmente, na desembocadura dos rios e não na linha de baía. Posamentier e Vail (1988) pensam que a deposição deltaica ocorre quando uma corrente encontra um corpo de água, quase imóvel, e a sua velocidade diminui quase instantaneamente: (i) A planície costeira forma-se por processos de progradação do fundo do mar, mais do que por exumação ; (ii) Os sedimentos que se acumulam na planície costeira durante a progradação da linha da costa constroem o que eles chamaram "prisma costeiro", o qual inclui depósitos fluviais e de água pouco profunda ; (iii) O prisma costeiro, que tem a forma de cunha, prolonga-se para o continente por biséis de agradação costeiros sobre a topografia pré-existente ; (iv) O limite a montante do prisma costeiro é a linha da baía, que pode deslocar-se rio acima quando a progradação da linha da costa é acompanhada de agradação ; (v) A linha de baía é o limite entre a planície costeira e aluvial ; (vi) A montante da linha da baía, as variações relativas do nível do mar não têm nenhuma influência nos sistemas de deposição. Embora, a linha da baía possa, em casos muito particulares, possa coincidir com a linha que passa pelo ponto de equilíbrio, estes dois conceitos geológicos são muito diferentes.

Ponto de Inflexão (abrupto de praia).......................................................................................................Inflexion point (beach scarp)

Point d’inflexion (abrupt de la plage) / Punto de inflexión (escarpa de playa) / Wendepunkt (Strand Böschung) / 拐点 (海滩崖) / Точка перегиба (Откос пляжа, береговой уступ) / Punto di flesso (brusco dalla spiaggia) /

Abrupto de praia (escarpa de praia) entre a praia baixa e a praia média. É o limite, a jusante, da praia média.

Ver: «Abrupto de Praia»

Ponto de Inflexão (nível do mar)...........................................................................................................................................................Inflection Point

Point d'inflexion / Punto de inflexión / Wendepunkt / 拐点 / Точка перегиба / Punto di flesso /

Ponto no qual, uma curva ou arco, muda de côncavo para convexo ou vice versa. O ponto de inflexão de uma curva do nível do mar sinusóide é o lugar onde a taxa de descida, ou de subida, do nível do mar é ao seu valor máximo, isto é, onde a primeira derivada da curva é máxima. O limite de um ciclo sequência é antes do ponto de inflexão de uma descida do nível relativo ou na pior das condições, no ponto de inflexão. Uma secção estratigráfica condensada forma-se antes ou no ponto de inflexão da curva de uma subida do nível do mar relativo.

Ver: « Variação do Nível do Mar Relativo »
&
« Eustasia »
&
« Taxa de Mudança Relativa (do nível do mar) »

Figura 514 (Ponto de Inflexão) - Em matemática, e em particular, no cálculo diferencial, um ponto de inflexão ou simplesmente inflexão, é um ponto sobre uma curva na qual a curvatura (a segunda derivada (*)) troca o sinal. A curva muda de ter curvatura côncava para cima (positiva) para concavidade para baixo (curvatura negativa), ou vice-versa. De maneira metafórica que dizer-se que quando um geocientista, o campo, conduz o seu LandRover ao longo de um caminho sinuosa, o ponto de inflexão é aquele em que o volante é, momentaneamente, endireitado quando a curva muda da esquerda para a direita ou vice-versa. Nesta figura ilustrada está uma curva das variações do nível do mar relativo, que é o resultado da acção conjunta do nível do mar absoluto ou eustático (nível do mar global referenciado ao centro da Terra ou a um satélite e da tectónica (subsidência, quando os sedimentos são alargados ou levantamento, quando os sedimentos são encurtados). A subsidência é considerada linear, isto, ela aumenta, progressivamente, em direcção do mar. A curva das variações do nível do mar relativo pode ser considerada, sob o ponto de vista matemático, como uma onda sinusoidal que representa graficamente a função seno (**) e igualmente função em si, Assim, pode dizer-se que a função é crescente e côncava, em cada ponto, onde a 1a derivada e a 2a derivada são positivas. Quando a função é crescente e convexa, a 1a derivada é positiva, mas a segunda é negativa, isto quer dizer que a função cresce, mas menos rapidamente, a derivada da derivada muda de sinal). Quando a função é decrescente e côncava a 1a derivada é negativa, mas a segunda é positiva. Finalmente, quando a função é decrescente e convexa, a 1a e 2a derivadas são negativas. Os limites dos ciclos eustáticos e estratigráficos são limitados pelos pontos onde a taxa descida do nível do mar relativo é máxima (pontos onde a 1a derivada da curva é máxima (inclinação é máxima). Um ciclo estratigráfico dito ciclo sequência é limitado, mais ou menos, entre dois pontos de inflexão descendentes consecutivos da curva das variações relativas do mar. Estes pontos correspondem a duas descidas significativas do nível do mar relativo, que puseram o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia do ciclo sequência subjacente. Durante uma descida do nível do mar relativo, não só se forma uma superfície de erosão (discordância), mas depositam-se, igualmente, na parte profunda bacia, os cones submarinos de bacia (CSB) e os cones submarinos de talude (CST). Desde que a velocidade de descida do nível do mar relativo entra em desaceleração (sector debaixo do ponto de inflexão que é o ponto que tem uma derivada máxima da curva, ou seja, a tangente mais inclinada), começa a depositar-se o prisma de nível baixo (PNB). A deposição deste prisma (PNB) continua até que o nível relativo do mar comece a subir em aceleração (depois do ponto mais baixo da curva que é caracterizado por uma derivada nula, uma vez que a tangente à curva, nesse ponto, é horizontal). Quando o nível do mar começa a subir em aceleração, em geral, ocorre a primeira superfície de inundação da planície costeira do PNB), o que marca o início da deposição dos cortejos de nível alto (depósito do intervalo transgressivo - IT). O máximo da ingressão corresponde, mais ou menos, ao ponto de inflexão ascendente, o que sublinha o limite entre o intervalo transgressivo (IT) e o prisma de nível alto (PNA). Isto quer dizer, que o prisma de nível alto (PNA) deposita-se desde que a subida relativa do nível do mar entra, francamente, em desaceleração. Quando a descida do nível do mar relativo não é suficiente para que o nível relativo do mar desça mais baixo do que o rebordo da bacia, que agora é dado pelo rebordo da planície costeira do prisma de nível alto (PNA), deposita-se o prisma de bordadura da bacia (PBB), até que a taxa de descida do nível da mar relativo seja máxima (limite superior do ciclo). Actualmente, a grande maioria dos geocientistas que utilizam a estratigrafia sequencial não consideram mais o prisma de bordadura de bacia. Eles preferem utilizar o conceito de regressão forçada que é induzida pelo deslocamento para o mar da linha da costa em resposta à uma descida do nível do mar relativo, que ocorre durante as fases de descida do nível de base, quando o litoral é forçado a regredir pelo descida do nível base, independentemente, do acarreio sedimentar, o que desencadeia processos de erosão, nos ambientes sedimentares adjacentes a linha da costa tanto nos não marinhos e como nos marinhos de água pouco profunda.

(*) A derivada de segunda ordem de uma função, ou segunda derivada, representa a derivada da derivada desta função. Em símbolos, a derivada de segunda ordem pode ser representada por y’’ ou d2y /dx2 , sendo y função de x. De forma grosseira, pode-se dizer que a derivada de segunda ordem de uma função mede a taxa de variação da própria variação desta função. Por exemplo, a derivada de segunda ordem da posição de um objeto em relação ao tempo é a aceleração instantânea deste objeto, que seria a taxa de variação da velocidade do mesmo.

(**) Na função f(x)=sen x, cada ponto do gráfico é da forma (x, sen x), pois a ordenada é sempre igual ao seno da abcissa, que é um número real que representa o comprimento do arco em unidade de medida de comprimento ou a medida do arco em radianos (medida de um arco cujo comprimento é igual ao raio da circunferência que contém o referido arco).

Ponto de Máxima Radioactividade (diagrafias)......................................................Maximum Clay-Shale Point

Point de radioactivité maximale / Punto de máxima radioactividad / Punkt der maximalen Radioaktivität / 最高放射点 / Точка максимальной радиоактивности / Punto di radioattività massima /

Nos registos eléctricos, o ponto ou zona de radioactividade máxima corresponde ao ponto onde a diagrafia de resistividade, geralmente, é mais baixa e onde o raio gama é mais forte. Num ciclo sequência, este ponto sublinha a superfície basal de progradação que fossiliza o intervalo transgressivo (IT). Este ponto, que também marca uma abundância de fauna, permite fazer boas correlações entre os poços de pesquisa e sugere, muitas vezes, a presença de rochas ricas em matéria orgânica, quer isto dizer, de rochas-mãe potenciais.

Ver: « Ciclo Sequência »
&
« Intervalo Transgressivo »
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« Superfície da Base das Progradações »

Figura 515 (Ponto de Máxima Radioactividade) - Embora o urânio natural está disseminado na crosta terrestre em concentrações de 1 a 3 ppm, podem encontradas-se concentrações mais altas, em certas rochas sedimentares incluindo dentro de sedimentos ricos em matéria orgânica. De facto, certas rochas sedimentares, como argilitos negros, brechas, argilitos, calcários, fosforitos e arenitos, podem conter uma média de 4 ppm de urânio. Como exemplos de concentrações elevadas mais elevadas são citados as brechas da formação Olympic Dam (Austrália), nas quais o urânio está presente num teor de, mais ou menos, 300 ppm. As concentrações baixas de urânio (2-4 ppm) encontram-se em argilitos pretos, mas concentrações muito mais altas até 700 ppm foram reconhecidas em depósitos de argilitos negros fosforíticos. Além das rochas sedimentares, urânio U foi encontrado em sedimentos ricos em matéria orgânica, quer recentes quer antigos: turfas, lignites, carvões, petróleo e argilitos negros. (http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S001282521630099X). Nesta figura estão ilustradas várias diagrafias eléctricas de um poço de pesquisa de petróleo típico do onshore de Cabinda (Bacia do Congo, Angola), nas quais vários pontos, ou melhor, várias zonas de forte radioactividade são, facilmente, reconhecidas na diagrafia do raio gama. Duas destas zonas são visíveis debaixo do intervalo salífero (sal Loeme), dentro de uma bacia de tipo rifte (bacia formada por alongamento do pequeno supercontinente Gondwana, antes da ruptura da litosfera). A zona superior está localizada dentro da formação Bucomazi e sublinha um intervalo de rochas-mãe (argilitos lacustres ricos em matéria orgânica). A segunda zona radioactiva, menos espessa, está localizada dentro da formação Lucula, que, normalmente, é constituída por areias com boas características de rocha-reservatório, mas que aqui estão separadas por um intervalo argiloso lacustre rico em matéria orgânica que é uma rocha-mãe alternativa às rochas-mãe da formação Bucomazi. Como estes intervalos têm uma forte resistividade e uma fraca velocidade no sónico (diagrafia de velocidade não ilustrada nesta figura), isto significa, que a matéria orgânica destes intervalos atingiu a zona de maturação (um argilito lacustre rico em matéria orgânica, mas imaturo tem uma baixa resistividade e um alto valor no sónico). Estes intervalos radioactivos, ricos em matéria orgânica, depositaram-se num ambiente sedimentar lacustre. Uma outra zona de alta radioactividade, não visível nesta figura, está localizada acima do intervalo salífero, isto é, na margem continental divergente, que fossilizou as bacias de tipo rifte. Esta zona corresponde à superfície da base das progradações principais, a qual separa a fase transgressiva do ciclo de invasão continental pós-Pangeia da fase regressiva do mesmo ciclo. A subida do mar absoluto ou eustático (nível do mar global e referenciado ao centro da Terra ou a um satélite) durante o ciclo eustático de 1a ordem pós-Pangeia (tempo de duração superior a 50 My) com o qual estão associadas as margens divergentes do tipo Atlântico, criou uma fase transgressiva que atingiu o seu máximo de ingressão marinha há cerca de 91,5 Ma, durante o Cenomaniano / Turoniano, o qual corresponde a esta zona de máxima radioactividade nas diagrafias eléctricas. É com esta zona de máxima radioactividade das margens divergentes, que corresponde à superfície de base das progradações principais do ciclo estratigráfico de invasão continental (pós-Pangeia), que estão associadas, as rochas-mãe marinhas as mais prováveis. Isto é, particularmente, verdadeiro para as margens divergentes de tipo Atlântico, quer seja no offshore de Angola, quer no offshore Este dos Estados Unidos ou do offshore Oeste da Austrália. Todavia, que em certos casos, muito particulares, mas não muito raros, a radioactividade de um determinado intervalo estratigráfico pode estar associada à minerais radioactivos, como a allanite (mineral acessório habitual em muitas rochas ígneas ou rochas metamórficas, que é ligeiramente radioativo e costuma associar-se com outros minerais que contenham elementos terras raras), glauconite, zircão (silicato de zircónio de fórmula química ZrSiO4, cuja estrutura cristalina , que tem uma coloração natural que vai desde incolor passando pelo amarelo dourado, vermelho, marrom, azul ou verde), etc., e não presença de matéria orgânica. Quantas vezes, numa tentativa, não exaustiva, de interpretação geológica das diagrafias eléctricas, um intervalo transgressivo, com características de rocha-reservatório, foi interpretado, pelo menos, inicialmente, como um intervalo com características de rocha-mãe, devido à presença de minerais radioactivos.

Praia......................................................................................................................................................................................................................................................................................................Beach

Plage / Playa / Strand / 海滩 / пляж / Spiaggia /

Tipo de costa com espraiadouro (espraiado) constituído por materiais detríticos terrígenos, arenosos, areno-siltosos e grosseiros (calhaus e blocos).

Ver: «Berma de Praia»

Praia Alta...............................................................................................................................................................................................................................................................Foreshore

Haute plage / Parte trasera de la playa / Hinterstrand / 滨,滨 / Береговой полосе / Retrospiaggia /

Parte superior da praia, com declive acentuado, só atingida pelas ondas nas preiamares vivas e nas tempestades ou, dito de outra maneira, a zona superior da praia, localizada acima da acção das ondas e das marés ordinárias e na qual, por consequência, a areia está, normalmente, seca. Ela é, em geral, formada na sequência de temporais. A maior parte das vezes é constituída por bermas de praia formadas em associação com grandes temporais.

Ver: «Berma de Praia»

Praia Baixa........................................................................................................................................................................................................................................................ Shoreface

Bas de plage / Parte intermedia de la playa / Niederstrandstrand / 前滩 / Полоса осушки / Foreshore /

Corresponde à parte inferior do espraiado, compreendendo o espaço que se estende entre os limites atingidos pela baixamar, em águas mortas e em águas vivas.

Ver: «Berma de Praia»

Praia Média..............................................................................................................................................................................................................................Upper shoreface

Bas de plage (Plage moyenne) / Parte intermedia de la playa / Strand / 近岸 / Верхний береговой склон / Spiaggia, Spiaggia media /

Secção côncava da praia a jusante do limite de maré alta até o meio da pré-praia (rampa), entre 5 e 20 m de profundidade de água para o mar. Corresponde, mais ou menos, à praia intramareal.

Ver: «Berma de Praia»


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Ultima actualização :Junho, 2017