Crioclastia ..............................................................................................................................................................................................................................................Cryoclasty
Cryoclastie / Crioclastía, Gelifracción / Verwitterung / 风化, 弗罗斯特楔入 / Морозное выветривание / Meteorizzazione (ciclo disgelo-congelamento) /
Acção erosiva devido à formação de gelo, uma vez que o volume do gelo é cerca de 10% superior ao volume de água líquida inicial. Assim, quando a água que preenche as zonas de falha ou fissuras de uma rocha gela, ela fractura a rocha em diferentes blocos. É este ciclo de gelo e degelo da água dentro de uma rocha que se chama crioclastia.
Ver: " Erosão "
&
" Sedimento Terrígeno "
&
" Corrasão "
Como ilustrado nesta figura, apesar da grande aridez do solo do Sahara Argelino, a água é o principal agente de modelação da paisagem. Na realidade, a haloclastia e crioclastia são processos muito importantes na demolição das cadeias de montanha. A haloclastia é o processo de fragmentação mecânica das rochas devido à cristalização de sais provenientes da água salgada e salsugem*, no qual as fissuras das rochas impregnadas de soluções concentradas e sais minerais, aumentam de volume por evaporação. Na haloclastia os sais contidos nas rochas absorvem a humidade atmosférica e incham fracturando as rochas. No segundo caso, a humidade, absorvida pelas rochas congela durante a noite, quando as temperaturas são muito baixas. Em ambos os casos, o aumento de volume faz com que mesmo as formações geológicas muito resistentes se desintegrem. Pode dizer-se que a crioclastia, gelifracção (ou mesmo gelivação), como certos geocientistas lhe chamam, produz a ruptura das rochas em pequenos blocos, mais ou menos lamelares função da estrutura interna inicial. A amplitude da crioclastia depende menos da intensidade do frio que da alternância de congelação e descongelação. As formas de crioclastia encontram-se, principalmente, nas cavernas de altitude e nas lápiaz, assim como nas regiões onde existem variações climáticas, mais ou menos, importantes, à volta de zero graus Celsius. Este modo de alteração das rochas existe também nas regiões periglaciares. Os monumentos de pedra que se encontramos em muitas cidades sofrem também, alterações crioclásticas, que sem manutenção, se deterioram ou mesmo, são destruídos. A crioclastia parece ter modelado, a Serra da Cabreira, em Portugal, onde existe uma disparidade morfológica, entre as vertentes ocidental e oriental, onde a vertente ocidental apresentam um modelado de gelifracção intensa, com grandes lajes graníticas (macrogelifracção) com uma espessura entre 1 e 2 cm, algumas das quais com mais de 1 m de comprimento (observam-se nos topos aplanados de Talefe-Chã de Lousas e do Toco).
(*) Nuvem de espuma formada por gotículas de água do mar e bolhas encerrando microcristais salinos resultantes da espuma de rebentação que é projectada contra a costa e transportada para o interior pelo vento.
Criosfera...................................................................................................................................................................................................................................................Cryosphere
Cryosphère / Criósfera / Kryosphäre / 冰冻圈 / Криосфера (ледовый покров земли) / Criosfera /
Parte da superfície da Terra que é congelada permanentemente.
Ver: " Glaciação "
&
" Glacioeustasia "
&
" Teoria Astronómica dos Paleoclimas "
Para certos geocientistas, a criosfera é a parte da Terra que está, permanentemente, coberta de gelo e que interactua com os outros componentes, particularmente, com a atmosfera, hidrosfera e litosfera. As mudanças climáticas alteram de maneira significativa as dimensões da criosfera. As variações de temperatura podem produzir a acumulação de milhares de quilómetros quadrados de neve ou de gelo. Estas acumulações afectam não só a temperatura do ar, mas também o nível do mar, correntes oceânicas e tempestades. A neve e o gelo ajudam a Terra a arrefecer uma vez que eles reflectem entre 60% e 90% da energia solar que elas recebem. A neve e gelo aumentam o albedo da superfície terrestre, isto é, a quantidade da reflectividade, a qual varia entre 0 e 1 (0 indica uma reflectividade nula, o que quer dizer, que toda a energia solar é absorvida e 1 indica uma reflectividade perfeita, o que significa que toda a energia recebida pela terra é reflectida). Uma redução significativa da superfície coberta de neve ou do gelo provoca um aumento da temperatura, uma vez que mais energia solar é recebida. Os modelos climáticos, os quais devem ser sempre considerados como simples conjecturas ("purgamentorum init purgamentorum exit"), sugerem que o aquecimento global (se ele existe) deve sentir-se mais nas zonas árcticas, onde, parece que os geocientistas observam já várias mudanças climáticas (não antropogénicas). O estudo da criosfera permite aos geocientistas de avançar hipóteses sobre as mudanças climáticas do passado geológico, assim como é que o clima está a mudar presentemente. O gelo dos glaciares dos pólos contém informações que podem ser utilizadas para compreender o clima do passado, à condição que elas sejam bem utilizadas e os resultados submetidos a testes de refutação, os quais, em certos casos, não tem sido feitos pelo IPCC ("Intergovernmental Panel on Climatic Changes"). O gelo formado nos lagos e rios, em função do arrefecimento provocado pelas estações, é muito pequeno para exercer uma qualquer influência no clima global. Os processos de gelo e degelo, mesmo nestes casos, são respostas a factores climáticos globais, que existem desde a formação da Terra e não unicamente desde o Quaternário.
Criptozóico...........................................................................................................................................................................................................................................Cryptozoic
Criptozoïque / Criptozóico / Cryptozoic / 隐生宙[的] / Докембрий/ Criptozoico /
Tempo entre a formação do sistema solar (fim do Gamowiano ± 4,7 109 anos atrás) até ao começo do Câmbrico (570 Ma). O Criptozóico é dividido em três éons (hierarquia superior à era): (i) Hadeano, entre 4,7 e 3,8 Ga ; (ii) Arqueano, entre 3,8 e 2,7 Ga e (iii) Proterozóico, entre 2,7 e 0,57 Ga.
Ver: " Tempo Cosmológico "
&
" Universo (idade) "
&
" Tempo Geológico "
O Criptozóico engloba todo o tempo entre a formação do sistema solar, isto é, desde o fim do Gamowiano (4,7 109 de anos atrás ou 4,7 Ga), até ao início do Câmbrico, i.e., até cerca de 570 Ma. Ao de contrário My, que sublinha um intervalo de tempo de 1 milhão de anos, que ele seja do Cretácico ou do Devónico, Ma representa uma idade. Assim 65 Ma, quer dizer uma idade geológica de 65 milhões de ano. O Criptozóico, como ilustrado nesta figura foi dividido em três Éons (uma rank mais alto do que a Era): (i) Hadeano; (ii) Arcaico e (iii) Proterozóico. O Criptozóico é também chamado Pré-câmbrico, mais estritamente falando. O nome Pré-Câmbrico inclui todo o tempo antes do Câmbrico, quer isto dizer, o Gamowiano e o Planckiano. O Hadeano (entre 4,7 e 3,8 Ga), engloba a formação e diferenciação da Terra assim como a evolução das bactérias. O Arcaico (entre 3,8 e 2,7 Ga) é o tempo da formação da crusta estromatólita e dos estromatólitos em forma de domo. O Proterozóico Inicial (entre 2,7 e 1,7 Ga) é o tempo dos estromatólitos cilíndricos. O Proterozóico Terminal (entre 1,7 e 0,54 Ga) é o tempo dos estromatólitos ramificados, da evolução dos eucariontes e do aparecimento da fauna Ediacara. O Fanerozóico (entre 540 Ma e hoje) é o tempo do aparecimento da Archaeociatha, e desenvolvimento dos metazoários e metafitas. Os metazoários formam o sub-reino que incluí todas as espécies de animais multicelulares caracterizadas por sistema digestivo e células diferenciadas em vários tecidos (únicos animais que não são considerados metazoários compreendem os três filos de posição sistemática incerta: Rhombozoa, Orthonectida e Placozoa, que por vezes são agrupados no sub-reino Agnotozoa (que significa "animais desconhecidos"). Os metafitas constituem o reino vegetal e incluem todos os eucariontes multicelulares, plantas fotossintetizadoras encontradas nesta biosfera e que é composto por três grandes grupos: (i) Algas, (ii) Briófitas e (iii) Traqueófitas.
Crise Salina(Messiniano).............................................................................................................................................Messinian Salinity Crisis
Crise de salinité messinienne / Crisis salina (Messiniano) / Messi Salinitätskrise / 墨西拿盐度危机 / Мессинский пик солёности / Crisi di salinità del Messiniano /
Evento geológico no qual o Mar Mediterrâneo entrou num ciclo parcial de dissecação completa ou quase, durante a última parte de Messiniano. A crise salina terminou com a ingressão do Zancliano (dilúvio Zancliano de certos geocientistas), quando o Oceano Atlântico voltou a entrar na bacia do oceânica do Mediterrâneo.
Ver: " Carso"
Crista (de onda)...................................................................................................................................................................................................................................Wave-crest
Crête / Cresta / Wellenkamm, Wellenberg / 波峰 / Гребень (волны) / Cresta /
Parte convexa de uma onda, quer ela seja uma onda do mar ou uma onda acústica.
Ver : "Comprimento de Onda "
&
" Crista de Praia "
&
" Altura (de onda) "
Nesta fotografia, as cristas das ondas são bem visíveis. Elas são, mais ou menos, equidistantes umas das outras e as linhas das cristas são, praticamente, paralelas entre elas, mas oblíquas à linha da costa. Nestas condições forma-se uma corrente litoral, uma vez que a direcção das correntes de afluxo (perpendicular é direcção das linhas das cristas) e refluxo (segundo o declive do fundo mar) são diferentes. Em termos científicos uma onda é uma perturbação que se propaga no espaço e tempo e que, normalmente, transfere energia. Contudo, enquanto que uma onda mecânica se propaga num meio (que quando deformado é capaz de produzir forças elástica de restauração), uma onda de radiação electromagnética (e provavelmente também uma ondas de radiação da gravidade) viajam no vácuo, isto é, elas não necessitam de um meio qualquer para se propagarem. As ondas do mar viajam e transferem energia de um ponto para outro através de oscilações à volta de pontos fixos e, muitas vezes, com pouco ou mesmo sem nenhum deslocamento das partículas do meio. As ondas periódicas são caracterizadas por cristas (pontos altos) e cavas (pontos baixos) e podem normalmente ser classificadas em ondas transversais e longitudinais. As ondas transversais têm vibrações perpendiculares à direcção de propagação, enquanto que as longitudinais vibram paralelamente à direcção de propagação. Quando um objecto se desloca para cima e para baixo nas onda de um lago ou do mar, ele segue uma trajectória orbital, uma vez que as ondas não são ondas transversas sinusoidais, mas uma combinação de ondas transversas e longitudinais. O comprimento de onda (∂), que é a distância entre duas cristas ou cavas consecutivas, é geralmente determinado em metros. O número de ondas (k) está associado ao comprimento de onda (∂) pela relação matemática k= 2π/∂. O período T é o tempo de um ciclo completo de oscilação de uma onda, isto é, o tempo entre duas crista consecutiva. A frequência f (ou v), que é o número de períodos por unidade de tempo (geralmente um segundo), exprime-se em hertzes: f = 1/T. O comprimento de onda, isto é, a distância entre duas cristas consecutiva é função da profundidade do mar, a qual corresponde grosso modo a metade do comprimento de onda.
Crista da Berma (da praia)...........................................................................................................................Berm-Ridge, Storm Beach
Crête de la Berme / Cresta de la playa / Strandwälle / 护堤-脊 / Гребень откоса / Cresta di spiaggia /
Limite da berma, que na antepraia, parece um pequeno terraço com um baixo talude no lado do mar.
Ver: " Praia "
&
" Berma de Praia "
&
" Zona de Espraiamento "
Nesta fotografia aérea da Ilha de Plum (EUA), tirada durante a maré baixa, reconhece-se facilmente uma praia-barreira ou cordão litoral, isto é, uma ilha de areia alongada, mais ou menos, paralela à costa e separada desta por um pântano (baías ou lagunas existem por vezes entre a costa e os cordões litorais). Nesta caso particular, de jusante para montante, podem distinguem-se: (i) A Praia Intramareal, que engloba a pré-praia, praia-baixa e praia-média; (ii) A Praia-Alta ; (iii) A Antepraia ; (iv) As Dunas Transversais ; (v) A Vegetação da Zona de Galgamento ; (vi) Uma Vegetação mais densa do tipo floresta ; (vii) Um Antigo Leque de Galgamento ; (viii) O Pântano Alto e (ix) O Pântano Baixo. A crista da berma, indicada nesta figura, corresponde, evidentemente, à linha de inflexão entre o primeiro degrau e a primeira berma da praia. Sobre este assunto pode dizer-se (Moreira, 1984): (a) A superfície atingida pelas ondas é modelada em degraus, chamados degraus da praia ; (b) Os degraus da praia são formados por um patamar ou berma da praia e um abrupto ; (c) A linha de inflexão entre a berma e o abrupto de cada degrau é a crista da berma ; (d) A crista da berma mais alta é a crista da praia ; (e) Estas formas modificam-se consoante a situação da maré e altura das ondas ; (f) O degrau mais baixo constitui o limite entre a praia média e a praia alta ; (g) O degrau mais baixo, por vezes, aparece recortado em crescentes sucessivos, os chamados crescentes de praia, que são semicirculares com a cavidade voltada para mar e separados entre si por pontas afiladas, corniformes, chamadas asas ou pontas do crescente ; (h) A parte mais côncava, abrupta, é a cabeça do crescente, que tem um pequeno escavamento na base chamado o alvéolo do crescente ; (i) Os crescentes formam-se durante a enchente, devido aos movimentos de inversão e interferência das correntes de ressaca. Os cordões litorais normalmente ocorrem em cadeias, nas quais cada cordão (ilha barreira) está separado dos seus vizinhos por uma barra (entrada). O comprimento de um cordão litoral varia ente 3 e 100 km e a largura entre pode atingir 3 km. O número de barras de uma cadeia de cordões litorais é função das ondas e marés. Ondas com energia forte tem tendência a fechar as barras enquanto que o fluxo das marés tem tendência a abrir as barras.
Crista de Praia..................................................................................................................................................................Berm-Ridge, Storm Beach
Criête de plage / Cresta de la playa / Strandwälle / 滩脊 / Гребень косы (береговой вал) / Spiaggia cresta /
A crista de berma mais alta, isto é, o limite a montante das bermas, que na antepraia, parecem pequenos terraços com baixos taludes no lado do mar.
Ver: " Praia "
&
" Berma de Praia "
&
" Zona de Espraiamento "
Nesta fotografia aérea da Ilha de Plum (EUA), tirada durante a maré baixa, reconhece-se facilmente um cordão litoral ou praia barreira, isto é, uma ilha de areia alongada e, mais ou menos paralela, à costa, da qual ela está separada por um pântano (baías ou lagunas existem, por vezes, entre a costa e os cordões litorais). Nesta caso particular, de jusante para montante, distinguem-se facilmente: (a) A Praia Intramareal, que engloba a pré-praia, praia baixa e praia média; (b) A Praia-Alta; (c) A Antepraia; (d) As Dunas Transversas (dunas, cuja direcção é, mais ou menos perpendicular a linha da costa) perpendiculares; (e) A Vegetação da Zona de Galgamento. A crista da praia indicada nesta figura corresponde à linha de inflexão entre o último degrau e a última berma da praia. Na realidade, na praia-alta, a superfície atingida pelas ondas é modelada em degraus, chamados degraus da praia, os quais são formados por um patamar ou berma da praia e um abrupto. A linha de inflexão entre a berma e o abrupto de cada degrau chama-se a crista da berma. A crista da berma mais alta é a crista da praia. O degrau da berma mais baixo marca o limite entre a praia média e a praia-alta. Um cordão litoral pode ter um comprimento entre 3 e 100 km e a sua largura pode atingir 3 km. Normalmente, os cordões litorais formam-se em cadeias, nas quais cada um (ilha barreira) está separado dos outros por uma barra (também chamada entrada). O número de barras de uma cadeia de cordões litorais é função das energia das ondas e marés. As ondas muito altas, isto é, com muita energia têm tendência a fechar as barras, enquanto que o fluxo das marés tem tendência a abrir as barras. A largura de um cordão litoral reflecte fundamentalmente o aporte terrígeno e as variações relativas do nível do mar. Uma subida relativa do nível do mar causa erosão e um deslocamento para montante dos cordões, isto é, uma transgressão. Contudo, se o aporte terrígeno for muito forte, mesmo com uma subida relativa do nível do mar significativa, o cordão litoral pode progradar em direcção do mar, o que quer dizer, que se pode desenvolver uma regressão.
Crista Pré-litoral...............................................................................................................................Longshore Ridge, Longshore Bar
Crête pré-littorale / Cresta prelitoral / Strandwälle / 沿岸脊 / Береговой хребет / Prelitorale cresta /
Ponto alto das ondulações de praia de grande amplitude (até 1 metro), as quais se formam no limite externo da praia-baixa (os geocientistas ingleses não fazem diferença entre praia média e praia baixa, conjunto que eles denominam "foreshore"). Os pontos baixos ou cavas são chamados sulcos pré-litorais. Estas ondulações são induzidas pelo escoamento das correntes da ressaca e particularmente pela corrente de refluxo que é a corrente de ressaca que se dirige para o mar.
Ver: " Carso "
&
" Litoral "
&
" Praia Intramareal (entre marés) "
As cristas pré-litorais formam-se na praia-baixa, isto é, na parte inferior do espraiado que compreende o espaço que se estende entre os limites atingidos pela baixamar, em águas mortas e em águas vivas. O declive é, em geral, muito fraco e o material é fino, podendo, no entanto, encontrarem-se materiais grosseiros transportados longitudinalmente. Na superfície da praia-baixa aparecem marcas de bioturvação (marcas de seres vivos, como covas e dejectos de caranguejos ou arenículas, patas de aves, etc.) e marcas de ondulações de fraca amplitude (3-15 cm), mais ou menos, lineares e paralelas entre si e à linha de rebentação, que podem simétricas ou assimétricas e que se chamam ondulações da praia. Estas ondulações, como sugerido nesta figura, são criadas pelo escoamento das correntes de ressaca, em especial pelo escoamento da corrente de refluxo, que se dirige para o mar. No limite externo da praia baixa podem aparecer ondulações de maior amplitude (até 1 metro) que se chamam as cristas pré-litorais ou caneiros. Nesta fotografia, tendo em conta a amplitude das ondulações pode dizer-se que a corrente de refluxo criou pequenas cristas e sulcos pré-litorais. Como as cristas pré-litorais são teoricamente criadas pela erosão das correntes de refluxo, elas devem ser orientadas mais ou menos perpendicularmente à linha da costa, uma vez que uma das características das correntes de refluxo é que elas se escoam ao longo do declivo da praia. Estas estruturas não devem ser confundidas com os crescentes de praia (semicirculares com a cavidade voltada para mar e separados entre si por pontas afiladas, corniformes, chamadas asas ou pontas do crescente), que se formam-se durante a enchente, devido aos movimentos de inversão e interferência das correntes de ressaca.
Crista Oceânica Média, Dorsal Oceânica Média (dorsal)....................................................Mid-Oceanic Ridge
Ride médio-océanique / Dorsale centro-oceánica / Mittelozeanischer Rücken / 中 洋脊 / Срединно-океанический хребет / Dorsale oceanica /
Complexo de montanhas submarinas adjacentes a linha mediana do assoalho oceânico. O sistema de uma dorsal oceânica é, essencialmente, um vulcão linear segmentado. Há um grande número de dorsais oceânicas principais: (i) A Dorsal Atlântica, que funciona como o centro do Atlântico ; (ii) A Dorsal do Pacífico Este ; (iii) A Dorsal Índica (sudoeste), etc. Estas dorsais são centros de oceanização das margens divergentes, onde as placas litosféricas se afastam mutuamente. As dorsais oceânicas elevam-se milhares de metros acima do fundo do mar e podem ter uma extensão superior a 60000 km.
Ver: « Crusta »
&
« Zona de Subducção »
&
« Expansão Oceânica »
Em Thingvellir, na Islândia, a crista oceânica média (Atlântica) é visível em afloramento como ilustrado nesta fotografia. Neste lugar, a placa litosférica da América do Norte e Europa afastam-se mutuamente para permitir a formação de nova crusta vulcânica no vale central (rifte) que é o centro de expansão ou de alastramento (bem visível nesta figura). Antes da ruptura da litosfera, isto é, durante a fase de rifting (alargamento), a crusta continental é alongada por falhas normais formando bacias de tipo-rifte, as quais são preenchidas por sedimentos sobretudo não-marinhos. À medida que estas bacias se formam, a crusta continental adelgaçasse e é injecta por material vulcânico. Com o tempo e com a diminuição de espessura da crusta continental, as intrusões vulcânicas tornam-se preponderantes e a litosfera acaba por romper-se criando duas placas litosféricas separadas por um centro de expansão que não é outra coisa que um vulcão, mais ou menos, linear. A partir deste momento, todo o material da astenosfera que chega à superfície (ambiente aéreo ou subaéreo) escoa-se de cada lado do centro de expansão em direcção do continente. A espessura das lavas diminui na direcção do escoamento, o qual pode atingir várias dezenas de quilómetros. A sobreposição das lavas produz uma sobrecarga que, pouco a pouco, força os centros de expansão subaéreos a imergir. A partir desse momento (quando a imersão é total) todo o material vulcânico que chega a superfície encontra-se sob uma lâmina de água significativa e, por isso, ele é obrigado a consolidar-se rapidamente (formação da crusta oceânica) uma vez que o material vulcânico não pode fluir debaixo de água.
Critério de Beleza (de uma teoria).....................................................................................................................................Beauty Criterion
Critère de beauté (d'une théorie) / Criterio de belleza (de una teoría) / Kriterium der Schönheit (eine Theorie) / 美的标准(理论) / Критерий красоты (теория) / Criterio di bellezza (una teoria) /
Um teoria científica é, muitas vezes, julgada pela estética, simplicidade e critérios pragmáticos, o que quer dizer, que ela deve ser apreciada como uma obra de arte, pela sua natureza explicativa e simplicidade. Como disse J. Trefil (2003), as pessoas, em geral, descobriram, com uma certa surpresa, que a grande maioria dos cientistas não são teimosos racionalistas, mas que como qualquer outra pessoa, apreciam a beleza e elegância.
Ver: " Teoria da Evolução "
&
" Teoria de Milankovitch "
&
" Princípio de Ockham "
Na pesquisa científica, os cientistas enfrentam um problema fundamental, isto é, descrever o mais exactamente possível o mundo (não esqueça que a verdade não existe em ciência). A fim de o fazer, os cientistas são obrigados generalizar para além das suas experiências (dados de observação) para esclarecer qualquer outra experiência possível. A razão pela qual eles necessitam de generalizar para além dos dados de observação é porque há um número muito grande de hipóteses alternativas consistentes (difíceis de refutar) para os mesmos dados de observações. Embora cada hipótese alternativa esteja de acordo com os dados observados, elas implicam diferentes previsões para os dados ainda não observados. A questão é de saber como é que um cientista e, particularmente, um geocientista deve escolher a hipótese mais correcta entre todas as alternativas. O primeiro critério é a refutabilidade: a hipótese que aparentemente é mais facilmente refutável é, certamente, a mais consistente. Por exemplo, se um geocientista diz : (i) Uma rocha mãe é uma rocha argilosa ; (ii) Uma rocha mãe é uma rocha argilosa de cor negra ; (iii) Uma rocha-mãe é uma rocha argilosa de cor negra rica em matéria orgânica ; (iv) Uma rocha mãe é uma rocha argilosa de cor negra rica em matéria orgânica depositada num cortejo transgressivo, é óbvio que a hipótese (iv) é muito mais fácil de refutar do que (i). O segundo critério é a resistência aos testes de refutação. A hipótese que melhor resiste aos testes de refutação é, certamente, a mais consistente. O terceiro critério é a navalha ou lâmina de Ockham ou critério de simplicidade: entre as várias hipóteses que satisfazem os critérios de refutabilidade, a mais provável é a mais simples. Devido à sua natureza qualitativa, o critério de beleza não é, claramente, definido. Não existe uma definição do que significa beleza numa teoria científicas, contudo a hipótese ou teoria mais geral é a considerada mais bela.
Crono......................................................................................................................................................................................................................................................................................Chron
Chron / Crono / Chron / 专栏 / Крон / Chron
Unidade geocronológica correspondente a uma cronozona, quer isto dizer, um conjunto de rochas que se formaram, em qualquer parte, durante um determinado intervalo de tempo de qualquer unidade estratigráfica ou evento geológico. As rochas formadas durante os intervalos de polaridade (magnética) normal, ou inversa, os quais, em geral, duram entre 10 k (mil) e 10 M (milhões) de anos, definem-se por cronos. Ex: intervalo estratigráfico entre polaridade cronos C33n to C29r (Campaniano Tardio até ao Maastrichiano). Note que, "r" ("reverse") quer dizer inversa, e "n" normal.
Ver: " Magnetostratigrafia "
&
" Cronozona "
&
" Estratigrafia "
A cronostratigrafia é o ramo da estratigrafia que trata das relações temporais entre as diferentes rochas. As unidades cronostratigráficas são definidas pelas rochas, estratificadas ou não, que se formaram durante um certo intervalo de tempo geológico. Numa certa medida, estas unidades são conceptuais. Elas podem ser consideradas como subconjuntos rochosos formados durante um tempo geológico específico. Por exemplo, o sistema Devónico é um conjunto de rochas sedimentares, metamórficas e ígneas que se formaram, em qualquer parte do mundo, durante o Período Devónico (período geológico). Assim, a expressão Devónico Superior é utilizado para as rochas. Deve diz-se: “Os argilitos do Devónico Superior” e não os argilitos do Devónico Tardio. Da mesma maneira deve dizer-se: “Durante o Ordovícico Tardio o teor de CO2 era de 4,5 k ppm” e não “ Durante o Ordovícico Superior o teor de CO2 era de 4,5 k ppm”. Os limites destes conjuntos conceptuais de rochas são síncronos (com a mesma idade) e o Sistema Devónico é isócrono (mesma idade e mesma duração em qualquer parte). Quando escrito como um nome próprio, como, por exemplo, Sistema Devónico, ambas as partes do nome de uma unidade cronostratigráfica são em letras maiúsculas. As unidades cronostratigráficas, como os sistemas, são a base da escala tempo do Fanerozóico. Estas unidades têm uma hierarquia: (i) Éonotema, conjunto dos estratos que se depositaram durante um Éon como, por exemplo, durante o Fanerozóico ; (ii) Eratema, conjunto dos estratos depositados durante uma Era como, por exemplo, durante o Paleozóico ; (iii) Sistema, conjunto das rochas depositadas durante um Período como, por exemplo, durante o Devónico ; (iv) Série, conjunto dos estratos depositados durante uma Época, como, por exemplo, durante Devónico Tardio ; (v) Andar, conjunto dos estratos depositados durante uma Idade como, por exemplo, durante o Frasniano ; (vi) Subandar (não ilustrado nesta figura), que é o conjunto dos estratos depositados numa Subidade ; (vii) Cronozona, conjunto dos estratos depositados durante um crono. Um crono é uma subdivisão de uma idade, mas que não é utilizada pela Comissão Internacional de Estratigrafia, a qual considera que o termo "cronozona" se refere às rochas formadas durante um determinado período de tempo, e que "Crono" refere-se a esse período de tempo. Na escala do tempo geológico existem: a) Quatro Éonotema com uma duração superior a 500 My ; b) Doze Eras com duração de centena de My ; c) Vinte e um Sistemas maiores e Dois Sistemas menores com duração de dezenas de My ; d) Quarenta e oito Épocas com duração de dezenas de My e e) Mais de cem Idades com duração de vários My. O sistema é a unidade cronostratigráfica fundamental, quer isto dizer, que ela é a mais, frequentemente, utilizada e referenciada como unidade cronostratigráfica. Como ilustrado nesta figura, o equivalente geocronológico (tempo) de um énotema é um Éon, assim como Era, Período, Época, Idade e Crono são respectivamente, os equivalentes tempo de eratema, sistema, série, andar e cronozona. O objectivo do cronostratigrafia é de classificar as diferentes intervalos e tempos de deposição das rochas, em função da região geológica, e, finalmente, de estabelecer um registro geológico completo da Terra. Cronostratigrafia baseia sobretudo na geologia isotópica e na geocronologia (ciência que visa a determinar a idade e a sequência cronológica dos eventos geológicos na história da Terra e que é, também, responsável do estabelecimento de unidades geocronológicas, unidades de tempo discretas, contínuas e sucessivas que fornecem uma escala de tempo que abrange toda a história da Terra) para obter uma datação bruta das unidades rochosas conhecidas e bem definidas contendo conjuntos específicos de fósseis definidos pelo sistema estratigráfico. Todavia, na prática, é muito difícil de datar, directamente, pelos isótopos da maior parte dos fósseis e das rochas sedimentares, e, portanto, ajustamentos devem ser feitos para obter uma datação realista para o início do intervalo. A metodologia utilizada é uma consequência dos princípios de superposição e inclusão. As implementações das rochas magmáticas ocorrem em momentos específicos (tempo) e podem ser considerada como um eventos geológicos instantâneos (tempo geológico). Por outro lado, como as rocha magmáticas contêm associações minerais que podem ser datados de maneira, mais ou menos, precisa por métodos isotópicos*, a construção de uma coluna estratigráfica cronostratigráfica é, principalmente, baseada nas rochas vulcânicas e plutónicas.
(*) Métodos de estudo de processos geológicos baseados na investigação do conteúdo e proporções de isótopos radioactivos, radiogénicos e estáveis de elementos químicos nas rochas, minerais, águas naturais, gases e matéria orgânica. Os métodos de geocronologia absoluta são utilizados para determinar a idade absoluta das rochas e minerais em função da proporção de isótopos radioactivos e seus produtos filhos resultantes da sua desintegração ,como, por exemplo, 235U - 207Pb ; 238U - 206PPb ; 232Th - 208Pb ; 87Rb - 87Sr ; 40K - 40Ar. A taxa e o tempo de acumulação de vários sedimentos de fundo oceânico podem ser, facilmente, determinados determinados a partir dos pares 230Io - 232Th e (230Io - 231Ra, assim como a partir do conteúdo absoluto de 14C e 10Be radioactivos. (http://encyclopedia2.thefreedictionary.com/Isotope+Methods+ in+Geology)
Cronologia da Tefra......................................................................................................................................................................Tephrochronology
Chronologie utilisant les tefras / Cronología de tefra / Chronologie mit tefras / 年表使用tefras / Тефрохронология (геохронологическая методика) / Cronologia utilizando tefras
Colecção, preparação, descrição petrográfica e datação da tefra (termo geral utilizado para exprimir os piroclásticos de um vulcão).
Ver: " Tefra "
&
" SDR "
&
" Estratigrafia "
Nesta figura, está ilustrada a fase inicial (fase de acreção vulcânica subaérea e oceânica) de uma margem continental divergente de tipo Atlântico, que ocorre, imediatamente, depois da ruptura da litosfera de um supercontinente, como, por exemplo, do supercontinente Pangeia. Segundo a classificação das bacias sedimentares de Bally e Snelson (1980), uma margem divergente de tipo-Atlântico forma-se fora de uma megassutura, em associação com a formação de crusta oceânica nova. As bacias do tipo-rifte (hemigrabens), que se formam na crusta continental antes da ruptura da litosfera*, quando esta sofreu um alargamento e adelgaçamento importante, são visíveis na extremidade direita do corte geológico esquemático, ilustrado nesta figura. Desde que a litosfera do supercontinente não pode mais ser alongada por falhas normais, em geral quando ela atinge uma espessura de cerca de 10-15 km, ela rompe-se. Esta ruptura não se faz por adelgaçamento extremo, mas sim por uma injecção excessiva de quantidade de material vulcânico, na área adelgaçada por alongamento, ou seja, na área menos espessa da litosfera, quer isto dizer, quando volume do material injectado do manto sublitosférico é superior ou predominante ao material da crusta (é isto que está, tentativamente, esquematizado na parte inferior esquerda do supercontinente - ruptura por injecção vulcânica). A partir desse momento, ao longo de esta zona, o material extrusivo vindo da astenosfera (manto sublitosférico), quando chega à superfície, fluí, lateralmente, uma vez que o ambiente sedimentar é aéreo ou subaéreo formando derrames de lavas e deltas de lavas (quando os derrames de lava encontram um corpo de água, mais ou menos, imóvel). À medida que os derrames de lava se sobrepõem, uns sobre os outros, a carga aumenta de tal maneira que, pouco a pouco, os centros de expansão subaéreos (vulcões) são imersos e transformando-se em centros de expansão submarinos. A partir desse momento, o material vulcânico que chega ao fundo do mar solidifica-se, rapidamente, uma vez que ele não pode escoar-se dentro da água, formando a crusta oceânica. A tentativa de cronologia da tefra (termo utilizado para exprimir os piroclásticos de um vulcão) associada com a formação de uma margem divergente de tipo-Atlântico pode resumir-se, do continente para o mar, por: (i) Derrames de Lavas Subaéreas, imediatamente depois da ruptura da litosfera** do supercontinente Pangeia, quando os centros de expansão são continentais ou subaéreos ; (ii) Deltas de Lava, quando a lâmina de água acima dos centros de expansão varia entre 0 e 50 metros, certos escoamentos solidificam formando deltas de lava, como encontrados e bem testados (poços DSDP) no offshore das Faroés (arquipélago entre o mar da Noruega e o Oceano Atlântico Norte, aproximadamente, a meio caminho entre Noruega e Islândia, cerca de, mais ou menos, 320 km a NNO da Escócia) ; (iii) Vulcanismo Explosivo, quando a profundidade de água é cerca de 200 metros e (iv) Lavas em almofada ou em travesseiro, que formam a crosta oceânica, quando os centros de expansão estão a uma profundidade maior que 200 m (caracterizadas por uma sequências de espessas de massas em forma de travesseiro descontínuas, normalmente, até um metro de diâmetro e que formam a parte superior da "camada 2” da crosta oceânica). Esta sucessão : (a) Crusta continental siálica ; (b) Derrames de lavas ; (c) Deltas de lava ; (d) Vulcanismo explosivo recoberto de hialoclásticos (fragmentos formados por rápido arrefecimento e consequente fragmentação dos escoamentos de lava em movimento ou domos de lava crescentes em contacto com a água ou gelo - erupções submarinas ou subglaciárias - mas também em produtos subaéreos que entram em contacto com corpos de água) e (e) Lavas em travesseiro, é reconhecida, sem grande dificuldade nas linhas sísmicas regionais, em particular nas linhas sísmicas recentes tiradas no Golfo do México, Mar do Norte, Mar do Labrador, etc. A crusta oceânica é formada, geralmente, formada cinco camadas: 1 - Sedimentar ; 2 - Lavas basálticas travesseiro ; 3 - Complexo de diques paralelos ; 4 - Gabro ; 5 - Peridotitos superiores, até à descontinuidade Andrija Mohorovičić. A crusta continental é formada, principalmente, pela sobreposição de cinco camadas: 1) Sedimentar ; 2) Granito-metamórfica ; 3) Granulito-basal ; 4) peridotitos até ao topo manto.
(*) Na prática, não é fácil definir limite da litosfera. Podem considera-se vários tipos de litosfera: (i) Litosfera térmica, que é a parte do manto onde a condução de calor predomina sobre a convecção de calor, ao contrário do que acontece no manto subjacente à litosfera e, neste caso, a base da litosfera pode ser definida como a intersecção de uma projecção do gradiente geotérmico com: a) uma temperatura predefinida, b) uma certa fracção da temperatura ambiente ou c) certa fracção do manto ; outro método mais simples define o dito limite por uma superfície de uma isotérmica ; (ii) Litosfera sísmica, na qual a base da litosfera é caracterizada por uma redução da velocidade de propagação das ondas S e uma forte atenuação de ondas P ; esta definição tem a vantagem de que é facilmente detectável pelos estudos sísmicos ; (iii) Litosfera elástica, também chamada litosfera flexural, que é a camada superior da Terra que se move com as placas tectónicas; segundo esta definição a litosfera é definida como rígida e com um movimento mecânico coerente.
(**) Esta tentativa de cronologia da tefra é baseada nas tentativas de interpretação das linhas sísmicas regionais do Golfo do México, o qual corresponde, a uma bacia tipo-Mediterrânico da classificação das bacias sedimentares de Bally e Snelson, ou seja, a uma margem divergente formada pela oceanização de uma bacia panónica (desenvolvida por cima de uma cadeia de montanhas, ou seja, desenvolvida por cima dos Apalaches.
Cronostratigrafia...................................................................................Chronostratigraphy, Time rock stratigraphy
Chronostratigraphie / Cronoestratigrafía / Chronostratigraphie / 年代地层 / Хроностратиграфия / Cronostratigrafia
Estratigrafia que subdivide uma secção sedimentar em diferentes unidades compostas de todos os sedimentos depositados durante um determinado intervalo de tempo geológico. A cronostratigrafia implica que: (i) Os planos de estratificação representem diferentes períodos de tempo ; (ii) Os planos de estratificação representem, pelo menos, uma pequena unidade de tempo, que se aplica a todo o comprimento da superfície de estratificação e (iii) O conceito de plano de estratificação depende da escala e do tempo geológico considerado.
Ver: " Tempo Geológico "
&
" Magnetostratigrafia "
&
" Estratigrafia "
A ideia por trás da cronostratigrafia é a de correlacionar as rochas que se formaram ao mesmo tempo. Isso é útil para reconstruir eventos e ambientes de deposição na história da Terra, bem como encontrar recursos como, por exemplo, de petróleo. Existem várias técnicas que podem ser usadas para a cronostratigrafia (https://geo.libretexts.org/LibreTexts/ UCD_GEL_109%3A_Sediments_and_Strata/Chronostratigraphy) tais como : (i) Estratigrafia de eventos, que consiste na a identificação dos efeitos sedimentares de um evento, relativamente, raro em múltiplas colunas estratigráficas, quer isto dizer, se um geocientista mostra que os efeitos foram todos produzidos pelo mesmo mesmo, pode-se, razoavelmente, sugerir-se que os efeitos aconteceram, mais ou menos ao mesmo tempo nas diferentes colunas ; (ii) Magnetostratigrafia, que utiliza a magnetização preservada nas rochas para correlação, uma vez que a magnetização vem do alinhamento de minerais magnéticos em rochas sedimentares (e outros tipos de rochas) com o campo magnético da Terra, o que quer dizer que pequenos minerais magnéticos, especialmente do tamanho da argila, se alinham como pequenos ímãs, e que quando o sedimento é litificado, essa magnetização pode ser preservada (sob condições adequadas, amostras podem ser colectadas e a direcção da magnetização medida) ; (iii) Quimiostratigrafia, que corresponde ao estudo das variações químicas dentro dos intervalos sedimentares para determinar relações estratigráficas, uma vez que as assinaturas químicas distintas podem ser tão úteis como conjuntos fósseis ou as litologias no estabelecimento de relações estratigráficas entre as diferentes camadas de rochas ; (iv) Biostratigrafia, na qual o geocientista identifica fósseis nas colunas estratigráficas e os compare com a distribuição dessas espécies conhecidas por trabalhos anteriores e (v) Estratigrafia sequencial, ou seja, a interpretação estratigráfica que combina a arquitectura das camadas sedimentares (relação geométricas) dentro de um quadro geométrico assumindo o preenchimento repetido de espaço disponível para os sedimentos (acomodação) como a consequência das variações do nível do mar relativo (referenciado ao fundo do mar ou a base dos sedimentos). Nesta cronostratigrafia do Mesozóico / Cenozóico, que foi proposta por Haq et al. (1987), as séries do Pliocénico até ao Triásico são correlacionadas em tempo absoluto (Ma), cronozonas (rochas formadas durante um determinado período de tempo que um Crono) e polaridade. Uma cronozona, geralmente, é definida em termos geológicos e para uma área geográfica pelos nomes de fósseis (biozona ou biocronozona) ou em termos globais por identificadores de inversão geomagnética (cronozona de polaridade). Actualmente, a cronostratigrafia baseia muito na geologia isotópica e geocronologia para datar as unidades rochosas que são caracterizadas por um conjunto de fósseis guias (fósseis que identificam e datam uma camada, na qual eles são, tipicamente, encontrados). A cronostratigrafia é baseada, principalmente, em intervalos de tempo paleontológicos definidos por um conjunto de fósseis e na lei da superposição (numa série sedimentar não ou ligeiramente deformada, as camadas mais antigas estão na base e as camadas mais recentes, sucessivamente, acima). As principais unidades cronostratigráficas são: (i) Éonotema (e.g., rochas do Fanerozóico) ; (ii) Eratema (e.g., rochas do Mesozóico) ; (iii) Sistema (e.g., rochas do Cretácico) ; (iv) Série (e.g., rochas do Cretácico Tardio) ; (v) Andar (e.g., rochas do Maastrichiano). É importante não confundir as unidades cronostratigráficas (estratigrafia, isto é, rochas) com as unidades geocronológicas (cronologia, isto é, tempo). As primeiras são um material geológico (rochas) e as segundas, isto é, as unidades geocronológicas são unidades de tempo. Por exemplo, deve dizer “Este fóssil é característico do Sistema Cretácico (unidade cronostratigráfica) ou este fóssil viveu durante Período Cretácico (unidade geocronológica)” e não “Este fóssil é característico do Período Cretácico ou este fóssil viveu no Sistema Cretácico”. Da mesma maneira é evidente que Cretácico Inferior não é sinónimo de Cretácico Inicial. Cretácico Inferior utiliza-se para as rochas, como, por exemplo: “Os argilitos do Cretácico Inferior”, enquanto que Cretácico Inicial se utiliza para intervalos de tempo: “Durante o Cretácico Inicial, a temperatura global média era de cerca de 17°C e, hoje, ela é cerca de 12° C”. A cronostratigrafia é um ramo muito importante da estratigrafia, uma vez que uma boa correlação entre as idades das diferentes rochas é uma condição, sina qua non, para propor tentativas de cortes geológicos e reconstruções paleogeográficas consistentes, isto é, difíceis de refutar e não, necessariamente, exactas, uma vez que em ciência a veracidade não existe. De facto, em geologia e, particularmente, nas tentativas de interpretação geológica das linhas sísmicas, uma interpretação pode, unicamente, ser refutada, validada ou corroborada, mas nunca verificada (do latim versus que significa verdade).
Cronostratigrafia (exemplo)..........................................................................................................................................Chronostratigraphy
Chronostratigraphie (exemple) / Cronostratigrafía (ejemplo) / Chronostratigraphie / 年代地层 / Хроностратиграфия / Cronostratigrafia /
Estratigrafia que subdivide uma secção sedimentar em diferentes unidades compostas de todos os sedimentos depositados durante um determinado intervalo de tempo geológico. A cronostratigrafia implica que: (i) Os planos de estratificação representem diferentes períodos de tempo ; (ii) Os planos de estratificação representem, pelo menos, uma pequena unidade de tempo que se aplica a toda a extensão da superfície de estratificação e (iii) O conceito de plano de estratificação seja dependente da escala e do tempo geológico considerado.
Ver: " Tempo Geológico "
&
" Magnetostratigrafia "
&
" Estratigrafia "
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore da Indonésia (Mahakam, Bornéu), é fácil de constatar uma sobreposição de vários intervalos sedimentares que foram interpretados como ciclos estratigráficos ditos ciclos-sequência. Estes ciclos são limitados por discordâncias (superfícies de erosão induzidas por descidas relativas do nível do mar significativas) e depositaram-se em associação com ciclos eustáticos de 3a ordem, isto é, ciclos eustáticos que duram entre 0,5 e 3-5 My (entre 0,5 e 3 My para Vail). Isto quer dizer, que a diferença de idade entre a discordância superior e inferior que limitam um ciclo-sequência, não pode ser superior a 3-5 My. Se a diferença for superior a 3-5 My, o ciclo estratigráfico não é um ciclo-sequência, mas um subciclo de invasão continental. Nesta tentativa, entre as discordâncias SB 8,2 Ma, SB 6,2 Ma e SB 5,5 Ma (SB significa limite de ciclo, "Sequence Boundary" em inglês), é possível reconhecer, pelo menos localmente, descidas relativas do nível do mar, e assim considerar, ciclos-sequência que não existem regionalmente, e em particular nas cartas dos biséis de agradação propostas por Exxon (P. Vail). Como se pode constatar, esta tentativa de interpretação é cronostratigráfica. As unidades cronostratigráficas consideradas são intervalos sísmicos correlacionados a um conjunto de rochas, que se depositaram durante um intervalo específico de tempo geológico, o que implica que esses intervalos sejam limitados por horizontes da mesma idade. À escala do tempo geológico (durante o Fanerozóico, por exemplo, que durou cerca de 600 My), uma discordância e um ciclo-sequência são eventos geológicos instantâneos (tempo de duração 1/100 do tempo total).
Cronozona..........................................................................................................................................................................................................................................Chronozone
Chronozone / Cronozona / Chronostratigraphischen Zone / 年代地层区 / Хронозона / Cronozona
Unidade cronostratigráfica sem hierarquia definida, ou seja, um conjunto de rochas sedimentares se formaram, em qualquer parte, durante um determinado intervalo de tempo de uma qualquer unidade estratigráfica ou evento geológico. A unidade geocronológica correspondente é o crono. Uma cronozona é, em geral, baseada numa biozona (unidade estratigráfica). Ela pode ser utilizada como (i) um valor cronológico relativo (anterior ou posterior em relação a uma outra cronozona) ou como (ii) um valor cronológico absoluto, o que quer dizer que os seus limites são definidos por datações numéricas.
Ver: " Tempo Geológico "
&
" Fácies "
&
" Cronostratigrafia "
Duas definições de cronozona, parcialmente contraditórias, foram proposta. De acordo com a primeira, a cronozona é a unidade de menor ranking (a subdivisão elementar) na hierarquia da cronostratigrafia. A segunda define esta unidade como uma unidade cronostratigráfica formal de ranking não especificado, que não faz parte da hierarquia das unidades cronostratigráficas convencionais. De acordo com esta definição, a cronozona é o corpo de rochas formadas em qualquer lugar durante o intervalo de tempo de uma designada unidade estratigráfica ou evento geológico (https://books. google.ch/books? ISBN=2710809109). O intervalo tempo de uma cronozona, isto é, o crono, é o intervalo de tempo da unidade estratigráfica escolhida, quer ela seja litostratigráfica, biostratigráfica ou magnetostratigráfica (polaridade). A unidade estratigráfica, na qual uma cronozona se baseia, estende-se, geograficamente, até que as suas próprias características desapareçam. A cronozona correspondente inclui todas as rochas formadas (não importa aonde) durante o período de tempo representado para designar a unidade estratigráfica. Uma cronozona baseada no intervalo de tempo de uma biozona, inclui todos as camadas equivalentes à idade do intervalo de tempo máximo da biozona, não obstante a presença ou a ausência de fósseis típicos da biozona. As cronozonas podem ter intervalos de tempo muito diferentes. Os limites de uma cronozona e o intervalo de tempo podem ser determinados de diversas maneiras dependendo da natureza da unidade estratigráfica na qual a cronozona é baseada. Se a unidade tiver um determinado estratótipo, os limites e o intervalo de tempo da cronozona podem corresponder aos da unidade estratigráfica do seu estratótipo (sucessão de camadas rochosas com limites bem definidos, usados como referência e na caracterização de unidades estratigráficas, isto é, um estratótipo não é nem mais nem menos do que uma sucessão estratigráfica, mas para esta sucessão ascender a estratótipo tem que ser aprovado por comités autorizados de correlação geológica) ou ao intervalo de tempo total da unidade, que pode ser mais longa do que a do estratótipo. Neste segundo caso, os limites e intervalo de tempo da cronozona variam com o conhecimento dos limites e intervalo de tempo da unidade estratigráfica. Se a unidade em que a cronozona é baseada não poder ser designada como um estratótipo, mas como uma unidade biostratigráfica, os limites e o intervalo de tempo não podem ser definidos, uma vez que o intervalo de tempo da unidade de referência muda à medida que as informações geológicas aumentam. Deve distinguir-se, claramente, a cronozona baseada na extensão de um determinado táxon, da biozona baseada na extensão de esse mesmo taxón*, isto é, na zona de extensão do táxon. A utilização vaga para ambos do termo “zona” sem nenhum qualificativo dá origem a muitas confusões. Cronozonas podem ser de muito diferentes intervalos de tempo. Pode-se falar da cronozona das amonites (grupo extinto de moluscos cefalópodes que apareceu no no período Devónico e que desapareceu na extinção que ocorreu no final do Cretácico, que incluem todos os estratos formados no longo intervalo de tempo durante o qual as amonites existiram, independentemente das camadas contendo amonites. No diagrama “Tempo versus Localidade” tipo está representadas as relações entre os conceitos de litozona, biozona e cronozona. A extensão da biozona de Exus albus (zona de extensão) limita-se aos estratos que contém exemplares de Exus albus. A cronozona de Exus albus (unidade cronostratigráfica) inclui todos os estratos, em todas as partes, equivalentes em idade à representada pela extensão vertical total de Exus albus, contendo exemplares de Exus albus ou não. Em outros termos, uma cronozona de um táxon é todo o intervalo sedimentar limitado entre os limites tempo da aparição e extinção desse táxon, enquanto que a biozona desse táxon é, exclusivamente, o conjunto dos estratos que o contém.
(*) Segundo Wikipedia, táxon é uma entidade conceptual que é suposta agrupar todos os organismos vivos que têm em comum alguns caracteres taxonómicos ou diagnósticos bem definidos. Na classificação clássica, os caracteres de um táxon são considerados homogéneos de acordo como seu ranking taxonómico, o seu "peso" (valor taxonómico relativo) sendo deixado à apreciação dos taxonomistas. Nas classificações mais modernas, como a classificação filogenética, muitos dos antigos taxa não são mais usados, porque eles recobrem agrupamentos artificiais (parafiléticos) ou ainda conceitos vernaculares (por exemplo, réptil) estruturados, insuficientemente: utilizam-se clados (grupo de organismos originados de um único ancestral comum exclusivo) que se encaixam uns dentro dos outros, que corresponde, de facto, a grupos monofiléticos. A espécie constitui o táxon de base da classificação sistemática. Quanto maior o ranking do táxon, maior o grau de semelhança (o número de caracteres que têm em comum) dos indivíduos em causa (plantas, animais, fungos, bactérias) é fraco e vice-versa.
Crusta .....................................................................................................................................................................................................................................................................................Crust
Croûte / Corteza / Kruste / 地壳 / Кора / Crosta /
Parte superior da litosfera. A crosta ou crusta pode ser vulcânica (subaérea ou oceânica) ou continental. Sinónimo de Crosta.
Ver: " Litosfera "
&
" Astenosfera "
&
" Terra "
Como ilustrado neste esquema, a espessura da crusta terrestre, quando comparada com a espessura das outras camadas (manto e núcleo), é muita pequena. Ela representa menos de um 1% do volume total da Terra. A crusta flutua sobre o manto, que é mais maciço e denso. A crusta é constituída por material sólido, mas este material não é sempre o mesmo. Ela pode ser continental ou oceânica. A crusta continental, que tem uma espessura que varia entre mais ou menos 5 e 10 km, é, principalmente, constituída por rochas basálticas. A crusta continental, que é mais espessa do que a crusta oceânica, tem uma espessura média de cerca de 30 km e é composta, principalmente, por rochas graníticas que são menos densas do que as rochas basálticas. Como o nome indica, a crusta oceânica encontra-se sobretudo debaixo dos oceanos. Ela tem uma densidade média de cerca de 3 g/cm3. As rochas que a constituem são, em geral, mais jovem do que as rochas que constituem a crusta continental, uma vez que não existe crusta oceânica mais antiga que 200 Ma. Há rochas, que formam a crusta continental que têm uma idade superior a 3,8 Ga. A crusta continental é mais espessa debaixo dos continentes (em média 30-40 km), mas pode atingir cerca de 70 km nas cadeias de montanhas (Himalaia e Andes, principalmente). A crusta que é, principalmente, constituída por rochas ígneas (as rochas sedimentares representam uma percentagem muito pequena), divide-se em duas camadas. A camada superior é composta por rochas graníticas, enquanto que a camada inferior é composta por basaltos (rocha extrusiva de grão fino resultante de um rápido arrefecimento das lavas) e dioritos (rochas com a mesma composição que o granito, mas de grão mais finos e com impureza frequentes). A densidade média da crusta continental é cerca de 2,7 g/cm3. A crusta por ela mesmo não tem grande influência na Terra, mas o seu constante movimento, que é causado pelas correntes de convecção do manto, para nós, é fundamental. É o movimento da crusta que produz os terramotos, vulcões, cadeias de montanha e forma o nosso habitat (zona ou região onde vive e se desenvolve qualquer ser organizado).
Crusta Terrestre (continental).............................................................................................................................................................................................Crust
Croûte terrestre / Corteza continental / Kontinentale Erdkruste / 大陆地壳 / Континентальная кора / Crosta continentale /
Parte superior da litosfera. A crosta ou crusta terrestre pode ser vulcânica (subaérea ou oceânica) ou continental. Sinónimo de Crosta Terrestre.
Ver: " Litosfera "
&
" Astenosfera "
&
" Terra "
Neste diagrama, não se devem confundir as divisões petrográficas (baseadas na composição) e as divisões reológicas (baseadas comportamento, isto é, na reologia, o que quer dizer no modo como a matéria fluí ou como se deforma). A crusta ou crosta é uma divisão petrográfica. A crusta pode ser continental, quando as rochas que a formam têm uma composição siálica (abundância de rochas graníticas) ou oceânica, quando as rochas que a formam tem uma composição máfica (abundância de rochas basálticas). A crusta está separada do manto pela descontinuidade de Mohorovicic, que marca um abrupto aumento da velocidade das ondas sísmicas. A litosfera é uma divisão reológica. Ela engloba a parte mais superior do manto, acima da isotérmica 1350° (início da zona de baixa velocidade das ondas sísmicas) e a crosta. Na astenosfera, que podem atingir uma profundidade de, mais ou menos, 350 km, existem lentos movimentos de convecção que explicam a deriva dos continentes (Tectónica das Placas). O basalto da astenosfera flui por extrusão ao longo das dorsais oceânicas médias, o que renova, constantemente, o assoalhado oceânico e força também a velha e densa crosta oceânica a mergulhar na astenosfera (subducção) ao longo das margens convergentes. O manto, que é sobretudo sólido, tem uma espessura média de cerca de 2900 km e corresponde a cerca de 70% do volume total da Terra. O manto engloba o núcleo que é muito rico em ferro e representa os restantes e 30% do volume da terra, o que quer dizer, que a crosta representa, menos de 1% do volume da Terra. O núcleo parece ser constituído por ferro e níquel. O núcleo é menos denso do que o ferro. Cerca de 10% do núcleo deve ser composto por qualquer material menos denso do que o ferro. Enxofre e oxigénio parecem ser os candidatos mais evidentes. Contudo o hidrogénio também tem sido proposto. Provavelmente, a parte interna do núcleo é sólida, enquanto que a parte externa parece ser líquida, uma vez que o núcleo externo reflecte as ondas S e desvia as onda P (as ondas S são reflectidas porque elas não podem viajar através dos líquidos e fazem mais sombra do que as ondas P desviadas).
Cuesta.................................................................................................................................................................................................................................................................................Cuesta
Cuesta / Cuesta / Abhang / 坡 / наклон / Cuesta /
Ride assimétrica, isto é, com um lado inclinando, relativamente, pouco e conforme aos estratos subjacentes e o outro lado com uma inclinação maior devido, sobretudo, à resistência dos estratos.
Ver: " Estratos "
&
" Erosão "
&
" SDR (reflector que inclina para o mar) "
Nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço Canvas de uma linha sísmica do Golfo do México, as cuestas propostas na base do horizonte salífero e, sobretudo nas suturas salíferas (quando o sal desaparece completamente por escoamento ou quando ele tem uma espessura inferior à resolução da linha sísmica) são cuestas vulcânicas associadas a deltas de lava. As margens continentais divergentes do tipo-Atlântico são, fundamentalmente, margens divergentes vulcânicas, uma vez que os prismas sedimentares repousam directamente sobre um substrato formado, principalmente, por lavas subaéreas. As dimensões de um tal substrato são impressionantes. Na realidade, as lavas subaéreas, que inclinam para o mar e se adelgaçam em direcção do continente (SDRs, isto é, "Seaward Dipping Reflectors", em inglês), como as ilustradas nesta tentativa, podem seguir-se, em continuidade, desde os offshores do Norte da Europa e América do Norte até aos offshores da África do Sul, Brasil e Argentina. A espessura total das lavas, que se sobrepõem, parcialmente, é variável, mas pode ultrapassar a dezena de quilómetros. As lavas subaéreas escoam-se dos centros de expansão subaéreos (vulcões, mais ou menos rectilíneos, que se formaram a quando da ruptura da litosfera) em direcção do continente. Não só elas se adelgaçam em direcção do continente, mas elas são posteriores à discordância, que separa as bacias do tipo-rifte das margens sobrejacentes. O substrato vulcânico subaéreo faz parte integral das margens. Se não houver nenhum obstáculo ao escoamento, as lavas adelgaçam-se em direcção do continente e desaparecem progressivamente. Se existir uma barreira ao escoamento, como, por exemplo um lago ou mar epicontinental, as lavas ao entrar na água arrefecem, rapidamente, e solidificam-se formando deltas de lava, isto é, construções progradantes sigmoidais (com crescimento vertical e lateral) na direcção do escoamento, que lembram a progradação de um delta para o mar. São estas estruturas que formam as cuestas vulcânicas propostas nesta tentativa de interpretação. Este tipo de lavas e os delta de lava foram reconhecidos por vários poços de pesquiza e DSDP nos offshores Atlânticos.
Cunha Clástica.............................................................................................................................................................................................................Clastic Wedge
Coin clastique / Cuña clástica / Klastische Keil / 碎屑岩楔 / Обломочный клин / Cuneo clastico
Cunha de sedimentos depositada em direcção do antepaís de uma cadeia de montanhas activa. Para certos geocientistas a cunha clástica é sinónimo de Bacia de Antepaís.
Ver: " Bacia de Antepaís "
&
" Subducção do Tipo-A (Ampferer) "
&
" Subsidência por Flexura "
As cunhas clásticas correspondem ao que certos geocientistas chamam antefossas ou bacias antepaís, nas quais a subsidência é controlada por processos geológicos mecânicos mais do que por processos térmicos. Nas bacias de antepaís e, sobretudo, quando o acarreio sedimentar proveniente das montanhas é preponderante, a eustasia (variações do nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar global referenciado ao centro da Terra ou a um satélite) tem pouca influência no processo de criação de espaço disponível para os sedimentos (acomodação). Numa margem divergente, a ciclicidade da acomodação, que é o espaço disponível para os sedimentos criado pela combinação das variações do nível do mar absoluto ou eustático e da tectónica, é controlada, principalmente, pelas variações do nível do mar absoluto, uma vez que é elas que criam as subidas e descidas, mais ou menos, cíclicas, do nível do mar relativo (nível do mar local, referenciado a qualquer ponto da superfície terrestre, quer seja a base dos sedimentos ou o fundo do mar). Nas margens continentais divergentes, mas também nas convergentes, as variações do nível do mar, sobretudo, quando induzidas pela glacioeustasia, são muito mais rápidas do que as variações da subsidência (tectónica). Todavia, segundo certos geocientistas, isto parece não ser o caso nas antefossas. Nas bacias de antepaís, a subsidência do substrato é, principalmente, induzida pela carga das falhas cavalgantes da cadeia de montanhas, a qual é reforçada pelo peso dos sedimentos (a rigidez do substrato à flexão e a espessura elástica da litosfera subjacente devem ser tomada em linha de conta). A origem do carregamento responsável pela subsidência tectónica nem sempre é evidente. As anomalias gravimétricas encontradas em certas cinturas de dobradas, como no Himalaia, sugerem que a topografia actual é suficiente para explicar a subsidência da placa litosférica australiano-indiana. Todavia, nos Alpes e Apalaches, a topografia actual é insuficiente para explicar o afundamento das cunhas clásticas associadas. É necessário invocar "cargas enterradas" dentro da crusta, as quais podem corresponder a relíquias da crusta oceânica ou material do manto cavalgando a crusta continental durante a convergência das placas litosféricas. A distribuição temporal dessas cargas enterradas é, praticamente, desconhecida. O reconhecimento e o estudo das cunhas clásticas sem cinturas dobradas associadas sugeriram aos geocientistas que cargas enterradas são as responsáveis do mecanismo principal de criação e preservação das cunhas clásticas. A conjectura geológica a priori é a seguinte: Se uma cintura dobrada é trazida à erosão e se ela é responsável do carregamento, este desaparece à medida que a erosão avança. As bacias de antepaís serão, parcialmente, erodidas devido ao levantamento induzido pela diminuição da carga tectónica. Inversamente, as cargas enterradas são protegidas da erosão. Consequentemente, elas sobreviverão por muito tempo dentro da crosta continental. Como se pode constatar nestes esquemas, a cunha clástica, que se deposita na base e à frente da cadeia de montanha, diminui de espessura na direcção do cratão. Ela começa na frente das montanhas, aumenta de espessura em direcção oposta para, rapidamente, se adelgaçar, progressivamente, por biséis de progradação, em direcção do cratão. A história geológica das cunhas clásticas resume-se a dois processos geológicos: (i) Uma subsidência inicial muito rápida, seguida por (ii) Um preenchimento sedimentar da bacia. O preenchimento, em geral, não é agradante, mas, progradante. Junto das montanhas, o preenchimento é do tipo proximal (cones aluviais, depósitos fluviais e depósitos de plataforma), enquanto que nos sectores mais distais (longe das montanhas), ele faz-se por depósitos de plataforma e de talude (cones submarinos de talude) e de planície abissal (cones submarinos da bacia) até entrar num mar epicontinental. Na maior parte das vezes, uma antefossa recobre uma margem divergente (com vergência oposta) associada ao cratão, ou seja, as duas bacias evoluem em direcções opostas. A discordância de base da cunha clástica, que é, em geral, bem visível, separa intervalos sedimentares com acarreios terrígenos em direcções, mais ou menos, opostas. Na margem divergente, a proveniência do acarreio terrígeno é do cratão, enquanto que os sedimentos que preenchem a cunha clástica vem, basicamente, da cadeia de montanhas. As dimensões de uma cunha clástica são controladas pela idade da litosfera (espessura elástica) e pela carga tectónica. Quando a litosfera é jovem, a largura da bacia, (distância entre a protuberância periférica e o afloramento do cavalgamento frontal) raramente, atinge 50 km. A espessura do preenchimento está, directamente, relacionada à carga tectónica. Maior é a carga profunda maior é a bacia (o comprimento da bacia é, mais ou menos, constante). Maior é a espessura elástica da litosfera, ou seja, mais antiga é a litosfera, maior é a largura da cunha clástica. Ela pode atingir mais de 300 km. Num tal caso, a espessura do preenchimento da bacia é, principalmente, dependente da subsidência tectónica.
Curso de Água........................................................................................................................................................................................................................................Stream
Cours d'eau / Curso de agua / Strom / 流 / Поток / Corso d'acqua /
Termo geral para qualquer corpo de água, grande ou pequeno, que canaliza correntes e enxurradas, sob a acção da gravidade. Corpo de água, que flui de maneira confinada, ou seja, em um leito (canal) definido por bancos laterais. Dependendo da sua localização e certas características de um curso de água pode ser um córrego, ribeira , riacho, corgo, etc. Sinónimo de Corrente.
Ver: " Rio "
&
" Aporte Sedimentar "
&
" Corrente de Turbidez "
Num curso de água ou corrente podem distinguir-se várias partes: (i) A Nascente da Corrente, isto é, o ponto em que a corrente começa ou emerge de um trajecto subterrâneo através de sedimentos pouco consolidados ou de cavernas (este último caso é particularmente frequente nas regiões calcárias, onde a carsificação é abundante e onde uma corrente pode ter um percurso subterrâneo, mais ou menos, longo antes de emergir ; (ii) A Fonte da Corrente, a nascente de que a corrente é originada, ou outro qualquer ponto que originou a corrente ; (iii) A Remontante, a parte da corrente próxima da fonte (termo usado, principalmente, quando a corrente tem várias fontes) ; (iv) A Confluência, o ponto que duas correntes se juntam (quando duas correntes de água distributivas têm aproximadamente a mesma importância, a confluência diz-se que é um ponto de união) ; (v) A Levada, segmento rectilíneo onde a corrente se escoa sem agitação ; (vi) A Poça, que é a área onde a corrente é mais profunda e se escoa mais devagar ; (vii) O Baixio, segmento ou área onde a profundidade da água é mais baixa e mais turbulenta ; (viii) O Canal, que é a depressão criada pela erosão que produz o escoamento da corrente ; (ix) A Planície de Inundação, região adjacente à corrente e que é sujeita a ser inundada quando a corrente transborda ; (x) O Talvegue, a secção longitudinal do rio ou a linha que une o ponto mais baixo do canal desde a fonte até à embocadura ; (xi) O Perímetro Húmido, ponto em que superfície da corrente encontram as paredes do canal ; (xii) A Ruptura de Pendor, ponto do perfile da corrente em que há uma mudança brusca da inclinação ; (xiii) A Cascata, queda de água associada a uma ruptura de declive ; (xiv) A Desembocadura, o ponto em que a corrente se descarrega e que, geralmente. corresponde a linha da costa ; (xv) A Estação de Controle, ponto de demarcação ao longo do trajecto da corrente que é utilizado como marca de referência e onde estão instalados os aparelhos de controlo. Função do tamanho e comportamento, uma corrente de água pode chamar-se rio, ribeira, riacho, corgo, etc.
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Última actualização: Fevereiro, 2017