Fácies......................................................................................................................................................................................................................................................................................Facies

Faciès / Facies / Fazies / / Фации / Facies /

Termo utilizado por Gressly, em 1838, para exprimir uma litologia e a fauna associada. Este termo perdeu muito de seu significado original. Frequentemente, certos geocientistas, particularmente os geocientistas americanos usam o termo fácies para exprimir a forma, aspecto e as condições de depósito, ou seja, mais ou menos como sinónimo de ambiente sedimentar. Eles dizem, por exemplo, “um intervalo de areia de fácies deltaico”, enquanto que um geocientista europeu diz “um intervalo de fácies arenoso de um ambiente deltaico” (ver Fácies vs Ambiente Sedimentar).

Ver: « Ambiente Sedimentar »
&
« Fácies Sedimentar »
&
« Litostratigrafia »

Uma fácies, como ilustrado nesta afigura, corresponde a uma parte restrita de uma unidade litostratigráfica, que pode ser cartografada e que difere das outras partes, que foram depositadas ao mesmo tempo, em continuidade de sedimentação, pela litologia, fósseis e muitas vezes ambiente de deposição. A textura, composição e características estruturais de um depósito sedimentar resultam, principalmente, da acumulação e modificação de um ambiente particular. O conceito de fácies refere-se à soma das características (em geral a uma pequena escala, centímetros ou metro) de uma unidade sedimentar, isto é: (i) Litologia ; (ii) Granulometria ; (iii) Estruturas sedimentares ; (iv) Cor ; (v) Composição ; (vi) Conteúdo biogénico, etc. A litofácies diz respeito às características físicas e químicas, enquanto que a biofácies diz respeito ao conteúdo dos macrofósseis e icnofácies (associação de traços fósseis preservados que reflecte as condições ambientais (batimetria, hidrodinâmica, substrato, etc.), que são o trabalho de organismos vivos sob forma de: traços stricto sensu, pistas, rastos, tocas, buracos ...). Para a maior parte dos geocientistas americanos, a análise das fácies é a interpretação dos estratos em termos de ambientes de deposição (ou sistemas de deposição) na base de um certo número de observações. As associações de fácies constituem várias fácies que ocorrem em combinação e, que, tipicamente, representam um ambiente de deposição (note que muitas fácies individuais são características para um contexto específico). As sucessões de fácies (ou sequência de fácies) são associações de fácies com uma ordem vertical característica. A lei de Walther* diz que fácies diferentes, lateralmente síncronas, sobrepõem-se, verticalmente, umas às outras, sem discordâncias (superfície de erosão) entre elas. Como ilustrado, uma sucessão lateral de fácies: areia (Fácies I), argilitos (Fácies II) e carbonatos (Fácies III), em continuidade de sedimentação, encontra-se, também, verticalmente (carbonatos, argilito, areia) à medida que as fácies progradam para o mar. Da mesma maneira, quando numa linha sísmica, se identificam, lateralmente, reflectores subhorizontais (sedimentos de plataforma), reflectores inclinados para o mar (sedimentos de talude continental) e reflectores subhorizontais a jusante dos inclinados (sedimentos de planície abissal) em continuidade de deposição (ausência de discordâncias, ou seja, de superfícies de erosão e de hiatos significativos) pode dizer-se que cada linha cronostratigráfica é constituída por três segmentos (proximal horizontal, inclinado para o mar e distante horizontal). A mesma sucessão (proximal horizontal, inclinado para o mar e distal horizontal) se encontrará, verticalmente, à medida que as linhas cronostratigráficas progradam. Um intervalo subhorizontal corresponderá a sedimentos profundos se a montante se encontra um intervalo, coevo, inclinado para o mar. Caso contrário, se os reflectores inclinados para o mar se encontram a jusante, o intervalo subhorizontal corresponderá a sedimentos de plataforma. Donde, todo o interesse de começar por localizar, nas linhas sísmicas, os reflectores associados aos taludes continentais. Esta abordagem é, relativamente, mais difícil nas séries carbonatadas mas, por vezes, os resultados são excelentes como ilustrado no afloramento da bacia cratónica de Canning (Austrália) ilustrado nesta figura. De facto, desde que um geocientista reconhece, no campo ou numa linha sísmica, os sedimentos de talude da frente de recife (sedimentos inclinados para o mar, principalmente, microbrechas ou packstones com litoclastos bioclastos), ele deduz que a montante ele encontrar, provavelmente, as construções recifais (boundstones e grainstones com bioclastos incrustados) de geometria monticular e que a montante destes ele encontrar os sedimentos sub-horizontais da plataforma carbonatada interna (grainstones com foraminíferos, packstones / wackestones com bioclastos).

(*) Como para os geocientistas de língua inglesa e, particularmente, para os geocientistas americanos fácies é, sobretudo, um ambiente sedimentar, a lei de fácies de Walther, para eles, implica que uma sequência vertical de fácies é o produto de uma série de ambientes deposicionais que ficam lateralmente adjacentes uns aos outros e é aplicável apenas em situações em que não há interrupção de sedimentação. Para a maior parte dos geocientistas europeus, a lei de Walther diz que em continuidade de sedimentação, a sucessão lateral dos sistemas de deposição (uma litologia com uma fauna associada depositada num determinado ambiente) encontra-se também verticalmente: se lateralmente, em direcção do mar, se encontra sucessão a, b, c , verticalmente, e de baixo para cima, encontrar-se-á c, b, a.

Fácies vs Ambiente Sedimentar................................................................................................Facies & Environments

Faciès vs environment sédimentaire / Facies vs ambiente sedimentario / Facies kontra Umwelt / 环境相对 / Фации по сравнению с осадочной средой / Facies rispetto ambiente /

Segundo Teichert (1958), parece que foi Nicolas Steno (1669), que pela primeira vez utilizou o termo fácies (do latim Facies “aspecto” ou “aparência”) para designar todo ou uma parte do aspecto da superfície da Terra durante um certo intervalo de tempo geológico. Gressly, en 1838, foi mais longe do que os outros geocientistas, porque, na base de observações locais e isoladas, considerou unidades rochosas e utilizou o termo fácies para exprimir as mudanças laterais de aparência e sublinhar o facto que as unidades rochosas não são litologicamente uniformes, uma vez que mudam desde que os ambientes de deposição mudam (R. Prothero, 1989). O termo sismofácies é, frequentemente, utilizado pelos geocientistas americanos para designar as cartas dos ambientes sedimentares construídos a partir dos dados sísmicos. O termo sismofácies, quando utilizado deve ser limitado aos conjuntos litológicos dentro de um ciclo-sequência ou IGS (incrementação genética dos estratos).

Ver: « Fácies »
&
« Ambiente Sedimentar »
&
« Incrementação Genética (dos estratos) »

Dois factores principais caracterizam a soma total das modificações que Armanz Gressly (1838) chamou fácies de uma unidade estratigráfica: (i) O aspecto litológico da unidade estratigráfica, que está ligado a um conjunto paleontológico e (ii) O conjunto de fósseis que excluí, invariavelmente, outras fácies. Haug (1907) estandardizou o significado de fácies como a soma das características litológicas e paleontológicas de um determinado depósito num determinado lugar. Selley (1970), sublinhou que todas as definições propostas de fácies são, meramente, descritivas e por conseguinte, expressões como fácies fluvial ou fácies turbidítico não são relevantes. Assim, é mais correcto dizer: uma fácies arenosa associada a um ambiente fluvial, do que uma areia de fácies fluvial. Isto quer dizer, que quando os geocientista americanos consideram que uma sequência vertical de fácies (lei de fácies de Walther) é o produto de uma série de ambientes deposicionais que ficam lateralmente adjacentes uns aos outros (em situações em que não há interrupção de sedimentação), eles afastam-se muito da definição original de A. Gressly e J. Walther. O conceito de cortejos de fácies "faciesbezirk" de Walther, ideia, parcialmente, tomada de Gressly, foi adoptado a todo um corpo rochoso e não, unicamente, a uma sucessão vertical, por Busch* (1971) e denominado “incremento genético de estratos” (IGS). Em 1977, Brown e Fischer** utilizaram o mesmo conceito (“faciesbezik” de Walther) na análise de fácies e renomearam o de “cortejo sedimentar” ("Systems tract”). Um incremento genético de estrato (IGS) é um conjunto do rochas sedimentares no qual as fácies ou subfácies estão, geneticamente, relacionadas entre si. O exemplo típico de um incremento genético de estratos é um delta, o qual é constituído por quatro fácies ou sistemas de deposição: (i) Siltitos de planície deltaica ; (ii) Areias de frente de delta ; (iii) Argilitos de prodelta e (iv) Argilitos, e por vezes, areias da base do delta. Uma sequência (conjunto de incrementos) genética dos estratos envolve mais que um incremento do mesmo tipo genético como, por exemplo, um edifício deltaico. Segundo Selley (2000, ISBN:0-12-636375-7), estes termos foram criados sobretudo para auxiliar o mapeamento de subsuperfície dos depósito deltaicos. Assim um mapa em isópacas de incrementos genéticos define um lóbulo deltaico (um delta), enquanto que uma mapa em isópacas de uma sequência (conjunto de incrementos) define um edifício deltaico (sobreposição de deltas). Este esquema ilustra as diferenças entre fácies, ambiente e incremento genético de estratos (IGS). Um IGS é uma unidade sedimentar na qual as fácies são, geneticamente, associadas. Como ilustrado, três IGS se reconhecem facilmente (3, 2, 1). Dentro de cada um dos IGS, identificam-se três ambientes sedimentares contemporâneos A, B e C. O ambiente sedimentar A, que é praticamente subaéreo ou coberto com uma lâmina e água muito pequena, é caracterizado por os sedimentos que se depositam, mais ou menos, horizontalmente. A sua fácies é, provavelmente, siltitos argilosos (a). O ambiente sedimentar B, é marinho (a profundidade de água aumenta progressivamente para a bacia). Ele está localizado a jusante do ambiente A e é caracterizado por argilitos que se depositam inclinados para o mar (b). O ambiente C, localizado a jusante do ambiente B, é de água profunda. Ele é caracterizado por sedimentos, provavelmente areias, que se depositaram, mais ou menos, sub-horizontalmente (cones submarinos turbidíticos). Por outras palavra, dentro de cada incremento de fácies, as superfícies de deposição (linhas cronostratigráficas) são formadas por três segmentos, que do continente para o mar têm geometrias diferentes: (i) Subhorizontal proximal ; (ii) Inclinada para o mar e (iii) Subhorizontal distal. Por outro lado, é fácil de constatar que as superfícies de deposição, isto é, os planos de estratificação ou linhas tempo (reflectores nas linhas sísmica) cortam as linhas fácies. Um incremento genético de estratos, na Estratigrafia Sequencial, corresponde, mais ou menos, a um de cortejo sedimentar ou a um subgrupo de cortejos sedimentares. O segundo caso é o mais frequente nas linhas sísmicas. Um cortejo sedimentar, pode ser constituído por um ou vários paraciclos sequência (associação lateral de sistemas de deposição síncronos e, geneticamente, relacionados, que se depositam durante o período estabilidade do nível do mar relativo que ocorre entre as ingressão marinhas (paraciclos eustáticos sem descidas do nível do mar relativo entre elas. Este esquema ilustra as diferenças entre fácies, ambiente e incremento genético dos estratos (IGS). Assim, um IGS é uma unidade sedimentar na qual as fácies são, geneticamente, associadas. Um incremento genético dos estratos corresponde, mais ou menos, a um ciclo estratigráfico dito ciclo-sequência da estratigrafia sequencial, o qual é formado por um conjunto de cortejos sedimentares, isto é, a uma associação lateral de sistemas de deposição contemporâneos e geneticamente relacionados que formam um paraciclo-sequência. Dois factores principais caracterizam a soma total das modificações que Gressly (1838) chamou fácies de uma unidade estratigráfica: (i) O aspecto litológico da unidade estratigráfica, que está ligado a um conjunto paleontológico e (ii) Tal conjunto de fósseis excluí, invariavelmente, outras fácies. Haug (1907) estandardizou o significado de fácies como a soma das características litológicas e paleontológicas de um determinado depósito num determinado lugar. Selley (1970), sublinhou que todas as definições propostas de fácies são meramente descritivas e por conseguinte, expressões como fácies fluvial ou fácies turbidítico não são relevantes. Assim, é mais correcto dizer: uma fácies arenosa associada a um ambiente fluvial, do que uma areia de fácies fluvial.

(*) Busch, D. A. (1971) - Genetic units in delta prospecting. Am. Assoc. Pet. Geol. Bull. 55, 1137-1154.

(**) Brown, L. F., and Fischer, W. L. (1977) - Seismic-stratigraphy interpretation of depositional Systems: Examples from Brazilian rift and pull-apart basins. In “Seismic Stratigraphy Applications to Hydrocarbon Exploration” (C. E. Payton, ed.). Am. Assoc. Petrol. Geol. 26, 213-248.

Fácies de Canal (turbiditos)...................................................................................................................................................Channelized facies

Faciès de chenal (turbidites) / Facies de canal (turbiditas) / Channel-Fazies (Turbiditen) / 通道相(浊流) / Фации канала / Facies di canale (torbiditi) /

Fácies turbidítica dos cones submarinos de bacia (CSB) de Vail. Esta fácies é melhor reconhecida no modelo de E. Mutti, particularmente, nos sistemas turbidíticos de tamanho médio (Tipo II), os quais são depositados em condições de nível alto (do mar), a montante dos lóbulos turbidíticos, perto da base do talude continental.

Ver: « Turbiditos »
&
« Cone Submarino da Bacia »
&
« Contornita »

Na classificação dos sistemas turbidíticos de E. Mutti*, estes sistemas dividem-se em três grandes grupos, em função da quantidade de material transportado pelas correntes turbidíticas, as quais são, principalmente, induzidas por rupturas e deslizamentos do talude continental (quando a bacia tem uma plataforma continental, isto é, quando, dentro do ciclo-sequência associado, a linha da costa está localizada muito a montante do rebordo continental) ou do rebordo da bacia (quando a bacia não tem plataforma continental, o que quer dizer, que a linha da costa é, mais ou menos, coincidente com o rebordo continental). Como ilustrado nestes esquemas, os turbiditos de tamanho médio (ou Tipo II de Mutti) incluem todos os sistemas turbidíticos onde as fácies arenosas são depositadas, sobretudo, nas partes baixas dos canais (ou depressões) no prolongamento das desembocaduras dos rios. Estes sistemas formam extensos corpos canalizados, que passam, a jusante, a lóbulos arenosos. Os sistemas do tipo II são muito grosseiros e compostos, principalmente, por depósitos canalizados. Uma diminuição do tamanho dos grãos favorece o desenvolvimento de lóbulos, os quais são menos desenvolvidos, em volume e extensão, do que os lóbulos associados sistemas turbidíticos de tamanho grande (Tipo I). Lembremos a classificação mais utilizada dos sistemas turbidíticos baseia-se no volume e na textura do fluxo gravítico ligado à fisiografia da margem ou à granulometria dos sistemas costeiros e que na classificação proposta por Mutti em 1985, partindo do princípio de que as correntes de turbidez têm um elevado grau de liberdade, isto é, na ausência de obstáculos efectivos ao longo do declive e tendo em conta o conceito de eficiência (Mutti, 1979), os sistemas turbiditos foram subdivididos em 3 tipos: (i) Tipo I ou Sistema Turbidítico Grande (STG) caracterizado por rupturas no talude continental, erosões submarinas a grande escala, ou seja, erosão ao longo do talude continental, uma zona de transferência na base do talude continental e deposição de lóbulos na planície abissal ; (ii) Tipo II ou Sistema Turbidítico Médio (STM) caracterizado por sistemas de deposição costeiros perto rebordo continental, erosão ao longo do talude continental superior, deposição directamente na base do talude continental, ausência ou uma pequena zona de transferência n base do talude continental ; (iii) Tipo III ou Sistema Turbidítico Pequeno (STP) caracterizado por uma deposição síncrona da progradação do rebordo continental, canais rectilíneos ou sinuosos ao longo do talude continental, lóbulos terminais de arenito no fim dos canais rectilíneos; lóbulos terminais de siltito na extremidade jusante dos canais sinuosos. Certos geocientistas, consideram que os turbiditos de tipo II de Mutti correspondem, mais ou menos, aos cones submarinos de talude (CST) de P. Vail, nos quais os diques marginais naturais e os preenchimento das depressões entre eles e/ou dos canais (quando há erosão) são preponderantes. As diferenças entre o modelo de deposição dos turbiditos (de água profunda) de Peter Vail e de Emiliano Mutti, são, todavia, importantes. Para Mutti, o contexto geológico é de nível alto do mar (nível do mar mais alto do que o rebordo da bacia ou do rebordo continental). Mutti admite a possibilidade de existência de depósitos turbidíticos em associação com descidas significativas do nível do mar relativo (nível do mar, local, referenciado à base dos sedimentos ou ao fundo do mar que é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático, ou seja, do nível do mar, global, referido ao centro da Terra ou a um satélite e da tectónica), isto é, associados a discordância, como é o caso no modelo de Vail, mas para ele a grande maioria das correntes turbidíticas são induzida por erosões submarinas a grande escala, associadas com rupturas do rebordo e do talude continental (como ilustrado nesta figura) e a períodos de cheias dos rios. Como corroboração não é sinónimo de verificação (nem de validação), pode dizer-se que ambos os modelo são corroborados por dados de observação (de campo e sísmicos). No Mar do Norte, por exemplo, o modelo de Mutti é mais, frequentemente, corroborado do que o de Vail, uma vez que as cicatrizes de erosão do talude continental, que são muito bem visíveis ocorreram durante períodos de nível alto do mar. Todavia, em outras áreas e, particularmente, nas margens divergentes, que elas sejam de tipo Atlântico (associadas é formação de nova crusta oceânica) ou de tipo não-Atlântico (associado à formação de megassuturas) o modelo de Vail é difícil de refutar.

(*) Mutti, E., 1979 - Turbidites et cones sous-marins profonds. In Homewood, P., ed., Sedimentation Detritique (Fluvial, Litoral et Marine), Institut de Geologia, Université de Fribourg, pp. 353-419. Mutti., E., 1985- Turbidite Systems and their relations to depositional sequences. In Zuffa, G. G., ed., Provenance of Arenites: NATO-ASI Series, D. Reidel Publishing Co., Amsterdam, Pp. 65-93. Mutti, E., and Normark, W. R., 1987- Comparing examples of modern and ancient turbidite Systems: Problems and Concepts. In Leggett, J. K., and Zuffa G. G., eds., Deep water classic deposits: models and case histories. Graham & Trotman, lndon, pp. 1-38.

Fácies Sedimentar...........................................................................................................................................................................Sedimentary facies

Faciés sédimentaire / Facies sedimentarias / Facies (Sediment) / 沉积相 / Осадочные фации / Facies sedimentarie /

Termo utilizado, sobretudo, pelos geocientistas anglo-saxões para designar uma acumulação de depósitos com características específicas que mudam, lateralmente, para outras acumulações sedimentares formadas ao mesmo tempo, mas com características diferentes.

Ver: « Fácies »
&
« Ambiente Sedimentar »
&
« Incrementação Genética (dos estratos) »

São as diferentes litologias com uma fauna típica que o geocientista suíço Armanz Gressly chamou, em 1838, fácies (sedimentar) ; (i) O aspecto litológico da unidade estratigráfica, que está ligado a um conjunto paleontológico e (ii) O conjunto de fósseis que excluí, invariavelmente, outras fácies. Contudo, em 1898, J. Walther considerou a lei ou a correlação das fácies dizendo: “Os vários depósitos da mesma fácies (“faciesbezirk"), assim como, um conjunto de rochas de diferentes fácies são formados, espacialmente lado à lado, embora em numa seção transversal seja vistos uns em cima dos outros”. Haug (1907) estandardizou o significado de fácies como a soma das características litológicas e paleontológicas de um determinado depósito num determinado lugar. Selley (1970), sublinhou que todas as definições propostas de fácies são, meramente, descritivas e por conseguinte, expressões como fácies fluvial ou fácies turbidítico não são relevantes. Assim, é mais correcto dizer: uma fácies arenosa associada a um ambiente fluvial, do que uma areia de fácies fluvial. Isto quer dizer, que quando os geocientista americanos consideram que uma sequência vertical de fácies (lei de fácies de Walther) é o produto de uma série de ambientes deposicionais que ficam lateralmente adjacentes uns aos outros (em situações em que não há interrupção de sedimentação), eles afastam-se muito da definição original de Armanz Gressly e J. Walther. O conceito de cortejos de fácies "faciesbezirk" de Walther, ideia, parcialmente, tomada de Gressly, foi adoptada a todo um corpo rochoso, e não unicamente a uma sucessão vertical, por Busch* (1971) e denominado “incremento genético de estratos” (IGS). Em 1977, Brown e Fischer** utilizaram o mesmo conceito (“faciesbezik” de Walther) na análise de fácies e renomearam o do “cortejo sedimentar” ("Systems tract”). Em geral, como ilustrado nesta figura, as fácies sedimentares distinguem-se umas das outras pelo aspecto das rochas ou dos sedimentos. As fácies sedimentares, quando baseadas nas características petrográficas, tais como o tamanho dos grãos e mineralogia, chamam-se litofácies. Quanto as fácies são baseadas nos fósseis chamam-se biofácies. Estes tipos de fácies são, normalmente, subdivididos. Assim, é frequente dizer-se uma fácies calcário oólitico, fácies argilosa ou fácies de areia fina. As características de uma rocha vêm sobretudo do ambiente deposição e composição original. As fácies sedimentares reflectem o ambiente de deposição e cada fácies sublinha um tipo distinto de sedimento de uma certa área ou ambiente. Pode dizer-se que uma fácies sedimentar sublinha os aspectos físicos, químicos e biológicos de uma camada sedimentar e as mudanças laterais dentro de um conjunto de camadas da mesma idade. As rochas sedimentares formam-se, unicamente, onde os sedimentos se depositam por um tempo, relativamente, longo, o que permite a sua compactação e cimentação em camadas, mais ou menos, duras. A sedimentação ocorre, normalmente, onde os sedimentos podem ser depositados durante muitos anos sem serem perturbados, isto é, nas bacias sedimentares. Algumas bacias sedimentares são, relativamente, pequenas, ao contrário, outras podem ter dimensões muito importantes, no meio das quais se podem desenvolver diversos tipos de ambientes de deposição. Vários factores físicos, químicos e biológicos influenciam os ambientes de deposição, que vão determinar a natureza dos sedimentos que aí se vão acumular, quando houver espaço disponível para os sedimentos ou seja, acomodação. Diferentes ambientes de deposição podem existir lado a lado, dentro da mesma bacia sedimentar, desde que as condições (profundidade de água, energia das ondas do mar, etc.) mudem lateralmente. As rochas sedimentares, que se depositam numa bacia estão relacionadas com os ambientes de deposição. Ao longo de uma superfície de deposição, a qual nas linhas sísmicas corresponde, grosso modo, aos reflectores cronostratigráficos, que são a grande maioria dos reflectores de uma linha sísmica, três grandes sectores, caracterizados por ambientes sedimentares e fácies, mais ou menos, típicas, se podem meter em evidência: (i) Sector subhorizontal proximal, a montante da ruptura continental, que engloba os depósitos de plataforma e de planície costeira ; (ii) O sector inclinado para o mar, que corresponde ao talude continental e que engloba os depósitos de talude e (ii) ) O sector subhorizontal distal que corresponde à planície abissal e que, em geral, engloba os depósitos turbidíticos e das argilas pelágicas.

(*) Busch, D. A. (1971) - Genetic units in delta prospecting. Am. Assoc. Pet. Geol. Bull. 55, 1137-1154.

(**) Brown, L. F., and Fischer, W. L. (1977) - Seismic-stratigraphy interpretation of depositional Systems: Examples from Brazilian rift and pull-apart basins. In “Seismic Stratigraphy Applications to Hydrocarbon Exploration” (C. E. Payton, ed.). Am. Assoc. Petrol. Geol. 26, 213-248.

Falha...........................................................................................................................................................................................................................................................................................Fault

Faille / Falla / Verwerfung (Geologie) / 斷層 / Разлом (сброс) / Faglia /

Em geologia, uma falha é uma fractura, mais ou menos, plana numa rocha, na qual a rocha de um dos lados da fractura se deslocou em relação a rocha do outro lado. Ha três grandes tipos de falhas: (i) Falhas normais ; (ii) Falhas inversas e (iii) Falhas de deslizamento.

Ver : « Bloco Falhado Inferior »
&
« Falha Transformante »
&
« Tipo Rifte (bacia) »

As falhas normais formam-se durante os regimes tectónico em extensão (σ1 vertical). As falhas inversas e falhas de deslizamento formam-se durante os regimes tectónicos em compressão (σ1 horizontal). Quando o σ3 é vertical, são as falhas inversas que se formam, e quando o σ3 é horizontal são as falhas de deslizamento que se foram. Os eixos σ1, σ2 e σ3são os eixos principais do elipsóide dos esforços efectivos, os quais resultam da acção combinada da pressão litostática (peso da coluna sedimentar, σg), da pressão hidrostática (peso da coluna de água, σp) e do vector tectónico (σt). Muitas teorias do falhamento foram propostas, mas a teoria de Mohr parece ser a menos refutável para descrever a influência da pressão sobre o falhamento. Esta teoria postula que num estado geral de esforços efectivos σ1> σ2> σ3, o esforço efectivo intermediário σ2 não tem nenhum efeito no falhamento. Todas as falhas se formam paralelalmente ao σ2.Todavia, ela pressupõe que os esforços normais, que seja a tensão ou a compressão, desempenham um papel no falhamento. As falhas normais servem para alongar os sedimentos, enquanto que as falhas inversas servem para os encurtar. As falhas de deslizamento servem, sobretudo, para deslocar horizontalmente os blocos de falha um em relação ao outro. Isto quer dizer, que unicamente as falhas de deslizamento têm um plano de falha, mais ou menos, vertical. O plano de falha das falhas normais e inversas pode ser, localmente, vertical, mas, à escala macroscópica (escala das linhas sísmicas e cartas geológicas), eles são sempre inclinados e, sobretudo, horizontalizam-se em profundidade, à medida que a pressão de confinamento aumenta. Como ilustrado, as falhas (normais e inversas) agrupam-se em conjunto para que o alongamento ou encurtamento se faça de maneira homogénea sobre um grande extensão. Individualmente, uma falha é limitada entre dois pontos, que limitam os blocos de falha, e em relação aos quais não há deslocamento. O deslocamento aumenta gradualmente a partir desses pontos e atinge o valor máximo, mais ou menos, a meio da distância entre os pontos extremos. Para que o encurtamento ou alargamento se faça de maneira homogénea, as falhas agrupam-se como as sardinhas numa lata de conserva, isto é, a extremidade de uma falha, onde o deslocamento é zero, encadeia-se à falha adjacente no ponto em que o deslocamento é máximo (mais ou menos no meio do traço da falha), de maneira que ao longo de um feixe de falhas o deslocamento é, mais ou menos, o mesmo.

Falha Lístrica..........................................................................................................................................................................................................................Listric Fault

Faille listrique / Falla lístrica / Listric Fehler / Listric 故障 / Листрический разлом / Fagglie listrica /

Falha, que na parte superior, é normal e inversa na parte inferior. Como o plano de uma falha lístrica é curvo, muitos geocientistas, de maneira errada, chamam a todas as falhas que têm um plano curvo falhas lístricas. Todas as falhas lístricas têm um plano curvo, mas não todas as falhas com um plano de falha curvo são lístricas.

Ver: « Bloco Falhado Inferior »
&
« Falha »
&
« Falha Transformante »

Estes esquemas ilustram as características de uma falha lístrica. A parte superior corresponde a uma falha normal. O σ1 (o eixo principal do elipsóide dos esforços efectivos) é vertical e o σ2 é horizontal e orientado N-S. Os eixos σ1, σ2 e σ3 são os eixos principais do elipsóide dos esforços efectivos os quais resultam da acção combinada da pressão litostática (peso da coluna sedimentar), da pressão hidrostática (peso da coluna de água) e do vector tectónico. Neste exemplo, os sedimentos são alargados por falhas normais que têm um plano de falha orientado N-S (os planos de falha, quer das falhas normais quer inversas são sempre paralelos ao σ2). O alargamento dos sedimentos, na parte superior, induz, na parte inferior, um regime tectónico compressivo local (σ1 horizontal) que encurta os sedimentos por falhas inversas. A extensão da parte superior é compensada pelo encurtamento da parte inferior. Este tipo de falhas é característico dos deslizamentos superficiais, uma vez que ele requere uma pressão de confinamento, relativamente, pequena. Debaixo de uma certa coluna sedimentar, as falhas lístricas são ausentes. Ao contrário, elas são muito frequentes nos níveis superiores do talude continental, onde o σ3 é, em geral, vertical. O plano de uma falha lístrica é curvo e contínuo. Por vezes, os geocientistas encarregados da interpretação geológica das linhas sísmicas têm tendência a considerar duas falhas, uma falha normal, a montante, e uma falha inversa, a jusante, o que é totalmente errado, uma vez que o plano uma falha lístrica é contínuo, embora o movimento aparente dos blocos seja diferente na parte superior e inferior. O mesmo sucede, muitas vezes, nas falhas reactivadas, isto é, quando, por exemplo, uma falha normal formada durante o Cretácico é, mais tarde, por exemplo, no Miocénico reactivada em falha inversa. Se a inversão não for completa, a falha é inversa (a partir do Miocénico), mas ela tem uma geometria de falha normal na parte inferior e uma geometria de falha inversa na parte superior.

Falha Transformante.......................................................................................................................................................................Transform Fault

Faille transformante / Falla transformante / Transformstörung / 轉形斷層 / Трансформный разлом / Faglie transformi /

Limite das placas litosféricas que exibe um movimento de cisalhamento puro. Falha ou linha de fractura associada com os deslocamentos laterais das rides oceânicas médias.

Ver: « Bloco Falhado Inferior »
&
« Falha »
&
« Dorsal Média Oceânica »

A falha transformante de Santo André, que põe em contacto a placa litosférica da América do Norte e do Pacífico, entre o Golfo da Califórnia e São Francisco e que tem cerca de 1200 km de comprimento, é, sem dúvida nenhuma, a mais conhecida de todas as falhas transformantes. As falhas transformantes são um dos três tipos de limites entre as placas litosféricas. Os limites divergentes e convergentes são os outros dois tipos. O movimento relativo ao longo das falhas transformantes é horizontal e pode ser senestro (se ambas as placas se deslocam para a esquerda), quer dextro (se ambas as placas se deslocam para a direita). O movimento vertical, praticamente, não existe ao longo de uma falha transformante. Como explicado por Heirtzler J. R. (1968), a rocha fundia vinda das partes profundas da terra, ao longo da zona de expansão oceânica, solidifica e é empurrada lateralmente (devido ao levantamento do material astenosférico) à medida que a zona de expansão é deslocada por uma zona de fractura (falha transformante). Entre as duas zonas de expansão, o material de cada lado da zona de fractura (material de diferentes placas litosféricas) move-se em direcções opostas e a zona de fricção, entre os dois blocos da crusta, causa tremores de terra pouco profundos. Muitos geocientistas, que nós não seguimos, consideram como falhas transformantes as falhas de deslizamento, que não limitam placas litosféricas. Os diferentes sectores, que se podem pôr em evidência ao longo das dorsais oceânicas (limites divergentes) estão separados por falhas transformantes, ao longo das quais os tremores de terra são frequentes. Estas falhas são activas, unicamente, entre os centros de expansão oceânica (o graben ou rifte que forma a parte central da dorsal). Contrariamente a um ideia muito divulgada entre certos geocientistas, as falhas transformantes, entre as dorsais oceânicas, não se continuam para o continente, via a crusta oceânica. Na realidade, é o contrário, quer isto dizer, são as antigas zonas de fractura (falhas, contactos litológicos, etc.) dos supercontinentes, que condicionaram os deslocamentos laterais da linha de fractura da litosfera e assim a direcção da expansão oceânica e das falhas transformantes.

Fanerozóico...........................................................................................................................................................................................................................................Phanerozoic

Phanérozoïque / Fanerozóico / Phanerozoikum / 显生宙 / Фанерозой / Fanerozoico /

Éon mais recente do tempo geológico que começou 570 Ma e que continua até ao Presente.

Ver: « Tempo Geológico »
&
« Éon »
&
« Escala do Tempo (geológico) »

Se a idade da Terra fosse de um ano, como ilustrado neste calendário, o Fanerozóico teria começado entre Abril e terminado em fim de Dezembro. Os dinossauros teriam aparecido dia 15 de Dezembro e desaparecido dia 24 de Dezembro, enquanto que o Homem teria aparecido no dia 31 de Dezembro às 23 horas e 48 minutos, o que quer dizer, que a história da humanidade corresponderia unicamente a 12 minutos. O Fanerozóico que é formado por três eras: (i) Paleozóico; (ii) Mesozóico et (iii) Cenozóico, teria, neste calendário, começado em meados de Outubro. O Paleozóico é a era mais longa e mais diversificada. Ele estende-se desde a época da vida multicelular (nos oceanos) até ao período dos tetrápodes, répteis e grandes florestas. O Palezóico Inicial é a época dos invertebrados (Explosão Câmbrica) e do aparecimento dos principais grupos de organismos, enquanto que os continentes, derivados da ruptura do supercontinente Protopangéia, começaram a afastar-se uns dos outros. O Paleozóico Médio é a época dos peixes e da diversificação dos invertebrados e também do deslocamento da vida para o continente. O Paleozóico Tardio é a época dos tetrápodes, répteis. As florestas de licopódios*, calamites**, pteridófitas*** e fetos são dominantes. Os continentes começaram a aglutinar-se. A parte sul do Gondwana cobriu-se de gelo. Os répteis conquistam o continente. O Mesozóico é a época dos répteis (Dinossauros). As condições climáticas são tropicais. A Pangéia fracturou-se e os continentes começam a afastar-se uns dos outros. Mares pouco profundos cobriam uma grande parte dos continentes. Os mamíferos eram pequenos e sobretudo nocturnos. Apareceram os grupos de organismos modernos. Os animais vertebrados (mamíferos, aves, dinossauros) desenvolveram cérebros maiores e mais complexos do que os seus répteis ancestrais. O Cenozóico é a época dos mamíferos. Durante este período, depois da extinção dos dinossauros, os mamíferos evoluíram de pequenos animais nocturnos para os tipos actuais, assim como para as diferentes formas pré-históricas que já desapareceram. Os continentes adquiriram, mais ou menos, a forma que eles têm actualmente. O clima, inicialmente, tropical, mudou pouco a pouco. As estações tornam-se mais marcadas com o desenvolvimento de glaciações, provavelmente, em associação com o levantamentos dos Himalaias.

(*) Género de Lycopodiophyta, que é uma divisão de plantas vasculares do Reino Plantae. É a mais antiga divisão de plantas vasculares que ainda existe. Ela inclui algumas das mais primitivas espécies existentes. Essas espécies se reproduzem pela dispersão de esporos e possuem alternância de gerações macroscópica, embora algumas sejam homósporas enquanto outras são heterósporas. Diferem-se de todas as outras plantas vasculares por possuírem micrófilos, folhas que têm um único veio vascular ao invés dos muitos que possuem os megáfilos mais complexos encontrado em samambaias e plantas com semente. Existem três grupos principais na divisão Lycopodiophyta, algumas vezes separados no nível de ordem e algumas vezes em classe. (https://educalingo.com/pt/dic-pt/licopodio) 

(**) Calamites é um género de Equisetophyta arbórea conhecida por seus restos fósseis encontrados nas rochas sedimentares do Devónico ao Pérmio Médio.

(***) As pteridófitas são um grupo de vegetais vasculares sem sementes com o cormo composto por raiz, caule e folhas. 

Faro (recife)..........................................................................................................................................................................................................................................................................Faro

Faro (atolon) / Faro (recife) / Faro (Riff) / 法鲁(礁) / Небольшой атоллоподобный риф / Faro (scoglio)/

Recifes em forma de anel dentro das lagunas.

Voir: « Atol »
&
« Atolon »
&
« Recife »

De maneira geral, há três grandes tipos de recifes: (A) Bioclásticos, isto é, os recifes construídos pela acumulação de organismos, sobretudo, metazoários, que têm uma carapaça carbonatada rígida ; (B) Biogénicos, que correspondem a construções biogénicas carbonatadas sem acumulação de bioclastos e (C) Complexos, que correspondem a construções recifais, suficientemente, grandes e resistentes às ondas do mar para poderem formar relevos importantes e criar um núcleo recifal com uma margem interna e externa do recife. Todos estes recifes são sistemas complexos nos quais factores biológicos, físicos e químicos interagem. Existem, principalmente, quatro processos que operam na formação dos recifes: (a) Processos Construtivos, isto é, os processos biológicos, como, o crescimentos dos organismos carbonatados ; (b) Processos Destrutivos, isto é, todos os processos que podem destruir ou provocar danos no crescimento do recife, como, a acção das ondas do mar e a bioerosão (destruição biológica) ; (c) Sedimentação, isto é, a acumulação da matéria biogénica, criada pela intensa actividade biológica à volta do recife e dos detritos do próprio recife ; (d) Cimentação, que tem uma grande influência na forma do recife e que pode ser precoce e importante, como é o caso em muitos recifes antigos e recentes. Destes quatro processo (construtivos, destrutivos, sedimentação e cimentação), uma grande variedade de morfologias e estruturas internas podem ser reconhecidas nos recifes. Nesta figura está esquematizada uma classificação dos recifes tendo em linha de conta a localização e a forma. Em direcção do mar pode encontrar-se: (i) Um recife franjante, mais ou menos, ligado à linha da costa ; (ii) Um faro (atol dentro da laguna), que tem uma forma, mais ou menos anelada, (iii) Um recife solitário que, tipicamente, tem uma plataforma, mais ou menos, importante ; (iv) Um recife barreira que limita a zona costeira ; (v) Um montículo recifal (termo pouco utilizado) que é um recife isolado em água profunda, muitas vezes associado com deslizamentos ou instabilidades do recife barreira ; (vi) Um atol, que é uma estrutura em forma de anel com uma laguna central, que se desenvolve na água relativamente profunda e (vii) Um recife tabular, como o atol se forma em água profunda, mas que não tem laguna.

Fauna Profunda..............................................................................................................................................................................................................................Infauna

Faune profonde / Fauna profunda / Tiefseefauna / 海深动物 / Бентосная фауна / Fauna di alto mare /

Conjunto de organismos que vivem nos sedimentos do fundo dos corpos aquíferos, como oceanos, lagos ou rios. Os animais da fauna profunda tornam-se cada vez mais raros à medida que a lâmina de água e a distância à linha da costa aumentam. A maioria da fauna profunda vive nos primeiros centímetros debaixo do fundo do mar, onde o oxigénio ainda é disponível. Os animais mais familiares e mais, facilmente, visíveis são palurdas, vermes, caranguejos, equinodermes, peixes etc. Sinónimo de Endofauna.

Ver: « Bentos »
&
« Fóssil »
&
« Pelágico (organismo) »

A fauna profunda ou endofauna, como dizem certos geocientistas, são bentos que vivem enterrados na lama do fundo de um corpo de água (vermes, lamelibrânquios, etc). Ao contrário, os bentos, que vivem na superfície do fundo do mar, ligados a objectos ou movendo-se livremente formam a epifauna que é característica das zonas intermareais (algas marinhas, anémonas, esponjas, moluscos caranguejos, etc.). A endofauna engloba os animais aquáticos que vivem dentro do substrato mais do que à sua superfície, isto é, no fundo do mar. Bactérias e microalgas podem também viver nos interstícios dos sedimentos do fundo do mar. Em média, os animais da endofauna são, progressivamente, mais raros à medida que aumenta a profundidade de água e a distância à linha da costa, enquanto que as bactérias têm mais constância na abundância, sendo por vezes mais de um bilião por mililitro de água intersticial. Esta figura ilustra o estudo dos animais da fauna profunda, em três áreas diferentes. Estes animais, ingerem ou deslocam os sedimentos à volta deles à medida que se deslocam. Muitos deles, por vezes, extremamente, numerosos, têm dimensões inferiores a 50 milímetros. Estes pequenos organismos, designados como microfauna, são, normalmente, estudados ao microscópio. A fauna intermediária, entre a macrofauna e microfauna, é chamada meiofauna. A meiofauna também é conhecida como fauna intersticial, devido ao facto que ela ocupa o espaço entre as partículas sedimentares. Animais que nadam, como os peixes, mamíferos e répteis marinhos capazes de se deslocar, independentemente, das correntes, formam o nécton. Os animais e plantas, incluindo as formas juvenis de muitos moluscos e crustáceos, assim como os organismos unicelulares que derivam com as correntes formam o plâncton.

Feedback (retroalimentação)...........................................................................................................................................................................................Feedback

Rétroaction / Retroalimentación / Rückkopplung / 反馈 / Обратная связь / Retroazione /

Quando o resultado de um processo volta ao sistema e modifica o comportamento seguinte do mesmo processo. O “feedback” ou retroacção pode produzir uma amplificação ou supressão do processo e, por conseguinte, mudar as condições de equilíbrio do sistema. O “feedback” ocorre nos sistemas vivos e não vivos. Um “feedback” positivo ou retroacção positiva amplifica o processo, enquanto que um negativo o reduz, isto é, provoca uma amortização. Um “feedback" pode ter um efeito variável segundo as condições, nomeadamente, o período de transformação e inércia do sistema. Sinónimo de Retroacção.

Ver : « Ciclo Hidrológico »

Femtoplâncton.........................................................................................................................................................................................................Femtoplankton

Femtoplancton / Femtoplancton / Femtoplankton (Sache) / Femtoplankton (的事) / Фитопланктон / Femtoplankton (cosa) /

Plâncton com menos e 0,2 mícrons (10-6) de diâmetro. O termo femtoplâncton é aqui mal utilizado. O prefixo femto designa 10-15 (1 fentómetro é, mais ou menos, o raio de um protão) e não 10-9 (nanómetro), quer isto dizer, que a expressão correcta devia ser nanoplâncton.

Ver: « Plâncton »
&
« Meroplâncton »
&
« Epipelágica »

A importância do tamanho e forma nos organismo de livre flutuação (organismos planctónicos), nos quais a dimensão linear máxima varia entre < 0,2 μm e > 200 μm, permite separar a biota em cinco categorias de tamanho, desde os pequenos femtoplanctónicos até aos grandes aos macroplanctónicos: (i) Femtoplâncton ; (ii) Picoplâncton ; (iii) Nanoplâncton ; (iv) Microplâncton e (v) Macroplâncton. A distinção entre partículas (insolúveis) e partículas não solúveis, nos sistemas de água doce é, normalmente, definida em termos de retenção numa rede de 0,2 μm de tamanho. Nesta base, o grupo de menor tamanho, isto é o femtoplânton (<0,2 μm) cai dentro da categoria das não-partículas, isto é, dos vírus e pequenas bactérias que fazem parte integral do material orgânico dissolvido do ambiente de água doce. Para Homero, o termo plâncton designava os animais que erravam à superfície das ondas. Em 1887, Hensen, definiu plâncton como os pequenos organismos que vivem em água doce, salobra e salgada, muitas vezes suspensos tais como : gametas, larvas, animais impróprios para lutar contra a corrente (pequenos crustáceos, plâncton e medusas), plantas e algas microscópicas. Plâncton é o primeiro elo na cadeia alimentar marinha. O fitoplâncton é consumido pelo zooplâncton e por uma infinidade de organismos marinhos. Eles são as presas de pequenos predadores, os quais são eles mesmos caçados por predadores maiores. O plâncton vegetal ou fitoplâncton são autotróficos vis-à-vis do carbono, o que quer dizer, que eles são capazes de crescer em ambientes contendo apenas carbono inorgânico. O nanoplâncton e fitoplâncton são presentes nas camadas superficiais do mar (0-15 m de profundidade), onde ocorre a fotossíntese. Eles absorvem os minerais e o dióxido de carbono e rejeitam oxigénio sob o efeito da luz. Como exemplos de fitoplâncton podemos citar: as cianobactérias, diatomáceas, dinoflagelados, etc. O fitoplâncton representa apenas 1% da biomassa de organismos fotossintéticos do planeta, mas 45% da produção primária (fixação do carbono inorgânico (CO2) em carbono orgânico).

Fenda, Fissura (glaciar)......................................................................................................................................................................................................................Crevasse

Crevasse (glacier)/ Fisura (grieta glaciar) / Gletscherspalte / 冰隙 / Ледниковая расщелина / Crepaccio /

Fissura, mais ou menos, vertical num glaciar ou num campo de neve, causada por forças resultantes do movimento diferencial do gelo sobre uma superfície rugosa. As fendas podem desenvolver-se debaixo de pontes de neve e, algumas delas, podem ter mais de 100 m profundidade. Em geomorfologia, este termo é, também, utilizado para descrever largas rupturas nos bancos de um rio, canal ou dique marginal natural ou artificial.

Ver: " Glaciar "
&
" Moreia "
&
" Ablação "

Como ilustrado nesta fotografia uma fenda ou fissura glaciar é uma fractura, mais ou menos, vertical num glaciar. A profundidade de uma fissura glaciar é muito variável e pode, por vezes, ultrapassar 100 metros. Existem quatro tipos de fissuras glaciares: (i) Fissuras Transversais, que se formam na zona de extensão ou de alargamento (zona onde o glaciar acelera o seu movimento vertente abaixo) e que são, perpendiculares, à direcção do movimento do glaciar (em geral, são fissuras abertas) ; (ii) Fissuras Marginais, que se orientam em diagonal, a partir da extremidade do glaciar para montante, uma vez que a velocidade do glaciar é maior na parte central do que nas margens ; (iii) Fissuras Longitudinais, que se formam, paralelamente, ao movimento do glaciar, onde a largura do glaciar é em expansão e (iv) Fissuras de Despego, que separam a parte do glaciar em movimento da parte estagnada e que podem prolongar-se até ao substrato rochoso (profundidade, por vezes, superior a 100 m). Num circo glaciar*, a fissura de despego está localizada atrás do glaciar e é paralela à parede rochosa. Este tipo de fissura parece ser induzida pelo movimento de rotação do glaciar. No inverno, as fissuras de despego são preenchidas pela neve das avalanches que vêm da parte de cima da montanha. No verão, devido a fusão da neve, as fissuras de despego ficam abertas e podem ser muito perigosas para os alpinistas. Não esqueça que qualquer fissura glaciar pode ser coberta por uma ponte de neve e, assim, não estar, totalmente, preenchida. Utilizar uma fissura coberta de neve para passar de um lado para o outro, pode ter consequências muito graves, na medida em que é muito difícil de prever se ela está ou não preenchida. É a interacção dos esforços na superfície do glaciar que determina, em parte, a distribuição, orientação, densidade e extensão de propagação das fendas.

(*) Depressão em forma de um anfiteatro produzido por erosão glaciária nas paredes das montanhas ou no início dos vales. Corresponde à área de acumulação ou alimentação do glaciar onde a massa de neve comprimida se move deslizando e, desta maneira, forma, por abrasão, uma concavidade rochosa circular ou semi-circular. Quando o glaciar degela, circo glaciário pode ser ocupado por uma ou várias lagoas glaciárias. (https://es.wikipedia.org/wiki/Circo_glaciar)

Filozona...................................................................................................................................................................................................................................................................Phylozone

Phylozone / Filozona / Phylozone (Schichten repräsentieren einen evolutionären Abstammung) / Phylozone地层演化谱系) / Зона родословной / Phylozone (gli strati che rappresentano una linea evolutiva) /

Conjunto de estratos que contém os espécimenes que representam um segmento específico da linhagem evolucionária, o qual pode representar a escala inteira de um táxon dentro de uma linhagem ou, somente, uma parte da escala do táxon. Um táxon ou unidade taxonómica é o nome designado para um organismo ou grupo de organismos que segundo C. Linnaeus reflecte um certo nível na hierarquia da evolução. Sinónimo de Zona de Linhagem.

Ver: « Fácies »
&
« Fóssil »
&
« Biostratigrafia »

As unidades biostratigráficas ou biozonas são conjuntos de estratos, que são definidos ou caracterizados na base dos fósseis, que elas contém. As unidades estratigráficas existem, unicamente, onde os elementos, que as caracterizam ou certos atributos nas quais elas se baseiam, podem ser identificados. Pode dizer-se, que as unidades biostratigráficas, são baseadas na identificação dos fósseis e que elas se diferenciam dos outros tipos de unidades estratigráficas pelo facto que os fósseis mostram mudanças através do tempo geológico, as quais não são repetitivas no registo estratigráfico. Nesta figura, as secções estratigráficas M e N (A), a filozona ou zona de linhagem representa o inteiro táxon* b, desde a ocorrência do seu antepassado, táxon a, até à mais baixa ocorrência do seu descendente táxon c. Na secções estratigráficas R e S (B), a zona de linhagem representa a parte da zona do táxon y entre a sua mais antiga ocorrência e a mais antiga ocorrência do seu descendente, táxon z. Os limites de uma zona de linhagem são quase coincidentes com os limites da unidades cronostratigráficas, isto é, das superfícies estratigráficas ou interfaces são síncronas (que têm em toda a parte a mesma idade). Uma zona de linhagem difere de uma unidade cronostratigráfica uma vez que ela é restrita, como todas as unidades biostratigráficas, à distribuição espacial real dos fósseis. As filozonas permitem, na realidade, correlações em tempo relativo mais prováveis do que as obtidas pela biostratigrafia, que se ocupa de ordenar a sucessão de rochas sedimentares com base no seu conteúdo paleontológico. O nome da filozona tem o nome do táxon cuja distribuição ela exprime. O local típico da filozona é o nome do local onde o táxon está bem representado e onde o contexto geológico é mais claro. Não esqueça que táxon é o grupo de (um ou mais) organismos que um geocientista (taxonomista) julga ser uma unidade e que o plural de táxon é taxa.

(*) Unidade que define os grupos de organismos biológicos, com base em características comuns e dá nomes a esses grupos, essencialmente associada a um sistema de classificação. O táxon pode indicar uma unidade em qualquer nível de um sistema de classificação, Um reino, género  e uma espécie são taxa assim como qualquer outra unidade de um sistema de classificação dos seres vivos.

Fiorde.......................................................................................................................................................................................................................................................................................Fjord

Fjord / Fiordo / Fjord / 峡湾 / Фьорд / Fiordo /

Longa e estreita entrada da água do mar num vale, de paredes muito íngremes, criado pela acção glaciar. A origem dos fiordes é devida ao movimento dos glaciares que criam vales com a forma dum "U" devido não só à erosão do substrato pelo gelo, mas também dos sedimentos que eles transportam.

Ver: « Glaciar »
&
« Vale em U »
&
« Glaciação »

Esta fotografia ilustra a parte proximal (a montante) do fiorde de Geiranger, na região de Sunnmore, na Noruega. Este fiorde é simplesmente uma pequena ramificação (cerca de 15 km) do Storfjorde (Grande fiorde). O fiorde de Geiranger está sob a ameaça das paredes verticais da montanha de Akerneset (a poucos quilómetros do lugar onde foi tirada a fotografia), as quais, mais tarde ou mais cedo, vão desmoronar-se produzindo, provavelmente, um tsunami que alcançará, em menos de 10 minutos, as cidades mais próximas com todas as consequências que um tal evento pode implicar. Ao longo do fiorde toda uma série de quintas foram já abandonadas, mas, inconscientemente, ou por razões, puramente, económicas, todos os anos, no verão, dezenas de milhares de turistas são transportados por centenas de barcos (como se podem observar nesta fotografia) ao longo do fiorde para admirar as quedas de água ao longo das paredes do fiorde. Há uma grande confusão associada ao termo fiorde. Os corpos de água que os escandinavos designam fiordes não são fiordes para os ingleses. Da mesma maneira, os corpos de água que os escandinavos não consideram fiordes são para os ingleses fiordes. Por exemplo, a baía de Kotor (Montenegro), que é considerada para alguns autores como um fiorde, corresponde, na realidade, unicamente à inundação do canhão de um rio, isto quer dizer, que para a maior parte dos autores a baía de Kotor é uma ria. Na Croácia, a baía do Lim que é chamada o fiorde de Lim, também não corresponde a um fiorde cinzelado pela erosão glaciar, mas sim a uma ria escavada pelo rio Pazincica. No norte da Dinamarca, o chamado, na terminologia escandinava, fiorde de Lim (que não tem nada a ver com o fiorde de Lim da Croácia), é para os ingleses o canal que separa o norte da ilha da Jutlândia (Vendsyssel/Thy) do resto da Jutlândia. De todas as reentrâncias ao longo da costa da Nova Inglaterra (EUA), que são designadas fiordes (por vezes fiardes), unicamente a Somes Sound, no Maine, parece ter um a origem glaciar.

Fisiográfica (província).................................................................................................................................................................Physiographic (province)

Physiographique (province) / Fisiográfica (província) / Physiographischen (Provinz) / 自然地理(省) / Физико-географическая (провинция) / Fisiografici (provincia) /

Região morfológica delimitada de acordo com o terreno semelhante que foi modelado por uma história geológica comum. Cada província fisiográfica é caracterizada por uma determina altitude, relevo, litologia e estrutura geológica. Função da história da região, deformações e erosão, diferentes morfologias ou outras características geológicas podem ser postas em evidência dentro da mesma província.

Ver: « Plataforma Continental »
&
« Ambiente Sedimentar »
&
« Linha da Baía »

Como ilustrado no esquema desta figura, do continente para o mar profundo, as principais províncias fisiográficas são : (i) Planície costeira ; (ii) Plataforma continental ; (iii) Talude continental ; (iv) Talude continental Inferior e (v) Planície abissal. As três primeiras primeiras, isto é, a planície costeira, plataforma continental e talude continental formam o terraço continental. Assim, muitos geocientista falam, unicamente, de terraço continental, talude continental inferior e planície abissal. Todavia, função da posição do nível do mar e, por conseguinte, da linha da costa, que separa o offshore do onshore, a plataforma continental pode não existir, o que é muito importante sobretudo na estratigrafia sequencial. Efectivamente, quando as condições geológicas são de nível alto, quer isto dizer, quando o nível do mar está mais alto do que o rebordo da bacia, a bacia tem um plataforma continental. Isto é o que ocorre num ciclo sequência, durante o subgrupo de cortejos sedimentares conhecido como intervalo transgressivo (IT), assim como durante a 1a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto (subgrupo superior do grupo de cortejos sedimentares de nível alto). De facto, no início de deposição do prisma de nível alto (PNA) de um ciclo sequência, a linha da costa está muito afastada, a montante do rebordo continental, o que quer dizer que a bacia tem uma plataforma continental. Todavia, à medida que o nível do mar relativo (resultante da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático, o qual é o nível do mar global referenciado ao cento da Terra ou a um satélite, e da tectónica) sobe em desaceleração (ingressões marinhas ou paraciclos eustáticos cada vez mais pequenos), pouco a pouco, a linha da costa aproxima-se do rebordo continental diminuindo assim a extensão da plataforma continental. Desde que a linha da costa coincide com o rebordo continental, isto é, desde que o limite externo da planície costeira coincide, grosseiramente, com o rebordo continental, a bacia deixa de ter uma plataforma e as condições geológicas, praticamente, tornam-se de nível baixo com o rebordo da bacia coincidente com o rebordo continental. Se o nível do mar relativo desce ainda mais, desenvolve-se um limite (discordância), uma vez que as condições geológicas tornam-se verdadeiramente de baixo nível com o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia (último rebordo continental do ciclo-sequência precedente, isto é, antes da descida significativa do nível do mar relativo responsável da discordância que enfatiza a mudança das condições geológicas). Como ilustrado neste esquema, as diferentes províncias fisiográficas são limitadas pelas rupturas de inclinação da superfície de deposição: (i) A planície aluvial (não representada neste esquema) é limitada a jusante pela ruptura da linha de baía, que separa os depósitos fluviais (a montante) dos depósitos fluvio/costeiros (influenciados pelas variações relativas do nível do mar) ; (ii) A planície costeira é limitada entre a ruptura da linha de baía e a ruptura da linha da costa ; (iii) A plataforma continental, limitada entre a ruptura da linha da costa e a ruptura do rebordo continental, tem uma largura média de 75 km, uma inclinação média de 0,1° (mais ou menos, 1,7 m/km) e uma lâmina de água media de 130 metros ; (iv) Talude continental superior, limitado entre a ruptura do rebordo continental e a ruptura do talude inferior, tem uma largura que pode varia entre 20 e 100 km e uma inclinação média de 4° (mais ou menos, 70 m/km) ; (v) Talude continental inferior, limitado entre a ruptura do talude continental inferior e a ruptura da planície abissal, tem uma largura que pode varia entre alguns metros e mais de 600 km e uma inclinação média entre 1 e 10 m /km e (vi) Planície abissal, limitada a montante pela ruptura da planície abissal, tem, em geral uma lâmina de água superior a 4000 metros e uma inclinação inferior a 1m/km. É importante não esquecer que os continentes representam 29,2 % (148,1 x106 km2) da Terra e a água, sob todas as sua formas representa 70,8 % (362 x106 km2) da Terra. A plataforma representa 5,3 % (27,1 x106 km2) da Terra, o talude continental 5,6 % (28,7 x106 km2) e a planície abissal 55,2 % (281,1 x106 km2). Muita da água da Terra é ou salgada ou inacessível ao Homem. Unicamente 3% é doce e, da qual, unicamente 32% não é gelada (água subterrânea cerca de 30 % e água de superfície cerca de 2%). A distribuição da água na Terra é a seguinte: (i) Oceanos, 1350 x 1015 m3 (97,3 % da água total) ; (ii) Criosfera, 29 x 1015 m3(2,1 %) ; (iii) Subterrânea, 8,4 x 101015 m3(0.6 %) ; (iv) Lagos e Rios, 0,2 x 1015 m3(0.01 %) ; (v) Atmosfera, 0,013 x 1015 m3(0,001 %) and (vi) Biosfera, 0,0006 x 1015 m3 (4 x 10-5 %).

Fissão Nuclear...........................................................................................................................................................................................................Nuclear Fission

Fission nucléaire / Fisión nuclear / Kernspaltung / 核裂变 / Ядерное деление / Fissione nucleare /

Reacção nuclear na qual o núcleo de um átomo e divide em partes mais pequenas, muitas vezes, produzindo neutrões livres e núcleos mais leves, que podem, eventualmente, produzir fotões (sob a forma de raios gama).

Ver: « Big Bang (teoria) »
&
« Datação Radiométrica »
&
« Decaimento Radioactivo »

A fissão nuclear é a quebra do núcleo de um átomo instável em dois menores e mais leves, como, por exemplo, após a colisão da partícula neutrão no mesmo. Esse processo pode ser observado nas centrais nucleares e nas bombas atómicas.  Não se deve confundir fissão nuclear com  a fusão nuclear que é a união de pequenos núcleos atómicos, que formarão um núcleo maior e mais estável. Na fissão nuclear, a energia é liberada pela divisão do núcleo normalmente em dois pedaços menores e de massas comparáveis (para núcleos pesados). Existe a fissão em mais de dois pedaços, mas é muito rara (uma em 1 milhão para urânio). O termo espalação é utilizado por muitos geocientistas para exprimir uma ruptura de átomo en mais de dois fragmentos, enquanto que a fissão é a ruptura em dois fragmentos. O termo nuclídeo designa um núcleo caracterizado não só pelo número dos seus protões e neutrões (o que identifica um isótopo), mas também pela que o conteúdo energético interno. Pela lei de conservação de energia*, a soma das energias dos novos núcleos mais a energia liberada para o ambiente em forma de energia cinética dos produtos de fissão e dos neutrões liberados deve ser igual à energia total do núcleo original. A fissão do núcleo, raramente, ocorre de forma espontânea na natureza, mas pode ser induzida se bombardearmos núcleos pesados com um neutrão, que, ao ser absorvido, torna o núcleo instável. O 235U, por exemplo, ao ser bombardeado com um neutrão, missiona em dois pedaços menores, emitindo normalmente dois ou três neutrões, como ilustrado nesta figura. Se houver outros núcleos de 235U próximos, eles têm uma certa probabilidade de ser atingidos pelos neutrões produzidos na fissão. Se houver um grande número disponível de núcleos de urânio-235, a probabilidade de ocorrerem novas fissões será grande, gerando novos neutrões, que irão gerar novas fissões e assim de seguida. A energia liberada no processo de fissão nuclear é resultado da conversão de parte da massa nuclear em energia, prevista pela teoria da relatividade. Esta massa nuclear que se transforma em energia não é composta por quarks** (que com o electrão, protões e neutrinos formam a classe de partículas elementares conhecida como fermiões) como poderíamos supor, mas é o resultado da força nuclear forte, uma das quatro forças fundamentais (gravidade, força electromagnética, força nuclear fraca, e força nuclear forte). A força nuclear forte, é a mais forte de todas as quatro, mas a sua faixa de acção é muito pequena (1,4 x 10-15 m). É ele mantém quarks uns contra os outros e, consequentemente, neutrões e protões coesos no núcleo do átomo.

(*)  Num sistema que não troca nem matéria nem energia com o ambiente (sistema isolado), a quantidade total de energia  (capacidade de produzir trabalho)  permanece constante. Trabalho é a relação existente entre a força e o deslocamento.

(**) Constituinte elementar da matéria. Os protões e os neutrões não são considerados partículas elementares (partículas que não podem ser partidas ou divididas em partículas mais pequena), uma vez que eles são feitos de quarks. Não se conhecem outras partículas que constituam os próprios quarks.

Fissura (fenda glaciar)........................................................................................................................................................................................................................Crevasse

Fissure (fente glaciar) / Fisura (grieta glaciar) / Gletscherspalte / 冰隙 / Расщелина в леднике / Crepaccio /

Fissura, mais ou menos, vertical de um glaciar ou de um campo de neve, causada por forças resultantes do movimento diferencial do gelo sobre uma superfície rugosa. As fissuras ou crevasses, que podem ter mais de 100 metros de profundidade, por vezes, estar escondidas por pontes de neve. Em geomorfologia, este termo é utilizado para descrever largas rupturas nos bancos de um rio ou canal, quer num dique marginal natural ou artificial. Sinónimo de Fenda Glaciar.

Ver: « Glaciar »
&
« Campo de Neve »
&
« Fenda de Despegamento »

Como mostrado nesta fotografia de uma fissura glaciar é uma fenda, mais ou menos, vertical. A profundidade de uma fissura glaciar varia muito. Às vezes pode exceder 100 metros. Existem quatro tipos de fissuras glaciares: (i) Fissuras Transversais (como as ilustradas acima) ; (ii) Fissuras Longitudinais, que se formam paralelamente ao movimento do glaciar onde a largura do glaciar é em expansão ; (iii) Fissuras Marginais, que se orientam, diagonalmente, a partir da extremidade do glaciar e para montante, visto que a velocidade do glaciar é maior na parte central do que nas margens e (iv) Fissuras de Despego, que separam a parte do glaciar que está em movimento da parte estacionária e que, em geral, se prolongam, em profundidade, até ao substrato rochoso. Num circo glaciar*, as fissuras de despego, que são induzidas pelo movimento de rotação do glaciar, estão localizadas atrás do glaciar e são, mais ou menos, paralelas à parede rochosa. No inverno, todas as fissuras quer elas sejam transversais, longitudinais, marginais ou de despego(**) são total ou, parcialmente, preenchidas pela neve. Muitas delas, por vezes, estão, unicamente, cobertas por uma fina camada de neve que forma uma ponte entre os blocos. Estas pontes são, extremamente, perigosas na medida em que é muito difícil de prever se as fissuras estão ou não preenchidas por neve, o que quer dizer, que elas podem ser perigosas quando utilizadas para passar de um bloco para o outro. No verão, uma parte da neve derrete e as pontes desaparecem.

(*) Depressão em forma de um anfiteatro produzido por erosão glaciária nas paredes das montanhas ou no início dos vales. Corresponde à área de acumulação ou alimentação do glaciar onde a massa de neve comprimida se move deslizando e, desta maneira, forma, por abrasão, uma concavidade rochosa circular ou semi-circular. Quando o glaciar degela, circo glaciário pode ser ocupado por uma ou várias lagoas glaciárias. (https://es.wikipedia.org/wiki/Circo_glaciar)

(**) Fissura entre o nevado e a parede rochosa (a montante) que se forma num circo glaciar, quando o glaciar começa a deslocar-se da parede rochosa no seu movimento para jusante.

Fissura de Despegamento (de glaciar)..........................................................................................................................Bergschrund

Rimaye (glacier) / Rimaya, Rimaye / Bergschrund / Bergschrund(从德国 裂山 )/ Присклонная трещина (ледника) / Crepaccia terminale /

Fissura entre o campo de neve (nevado) e a parede rochosa (a montante) que se forma num circo glaciar, quando o glaciar começa a deslocar-se da parede rochosa no seu movimento para jusante. Num glaciar, a fissura de despego separa a parte do glaciar que está em movimento da parte do glaciar que, a montante, está mais estacionária, isto é, que não se escoa pela vertente abaixo.

Ver: « Glaciar »
&
« Ablação »
&
« Fissura (glaciar) »

Nesta figura, as fissuras de despego nos três circos glaciares são óbvias. São elas que separam o gelo da parede rochosa, a qual, muitas vezes, é quase vertical. Muitos geocientistas consideram a fissura de despego de um circo, unicamente, a fissura que está mais a montante do glaciar. A fissuras dos lados de um circo glaciar, que eles consideram como o resultado de uma fusão parcial do gelo devido ao calor da rocha, chamam-se "randkluft" (fissuras da borda). Fora do circo glaciar, as fissuras, que separam a parte do glaciar que está em movimento da parte que está estagnada e, que podem prolongar-se até ao substrato rochoso (por vezes com mais 100 m de profundidade) chamam-se fissuras de despego de um glaciar. Não confundir as fissuras de despego com as fissuras transversais, que se formam na zona de extensão ou de alargamento ou com as fissuras marginais, as quais se orientam em diagonal (a velocidade do glaciar é maior na parte central do que nas margens) ou mesmo com as fissuras longitudinais, que se formam, paralelamente, ao movimento do glaciar quando a largura do glaciar é em expansão. Para evitar erros, é preferível dizer sempre fissuras de despego de um circo glaciar e fissuras de despego de um glaciar. As primeiras são relativamente pouco perigosas, mas as segundas são extremamente perigosas, porque durante o inverno elas são cobertas de neve e, por vezes, parcialmente, preenchida pela neve. A cobertura de neve forma uma ponte entre os blocos de gelo, que os alpinistas utilizam, no verão, para passar de um bloco para o outro. A evaluação da resistência da ponte de neve, assim como a evaluação do preenchimento da fissura pela neve é essencial para a segurança dos alpinistas, que normalmente sabem, perfeitamente, distinguir as ponte perigosas das pontes seguras. O problema existe, sobretudo, quando os turistas se aventuram sozinhos na montanha e glaciares para não falar dos jovens, que no verão vão, sem autorização e sem guia, esquiar e fazem surfe no gelo.

Fitobentos...............................................................................................................................................................................................................................................Phytobenthos

Phytobenthos / Fitobentos / Phytobenthos / Phytobenthos (水产) / Фитобентос / Fitobentos /

Flora aquática que vive no ou próximo do fundo do mar, em particular, nas águas pouco profundas e intramareais.

Ver: « Bentos »
&
« Merobentos »
&
« Maré »

Fitobentos é sinónimo de flora aquática, tanto de água doce ou salgada. Os fitobentos são bentónicos e não pelágicos. O fitoplâncton pelágico é excluído dos fitobentos. Algas, plantas aquáticas, plantas com flores marinhas pertencem ao fitobentos. O fitoplâncton (conjunto dos organismos aquáticos microscópicos que têm capacidade fotossintética e que vivem dispersos flutuando na coluna de água) é um indicador da pressão dos nutrientes nas as águas. O fitobentos (nomeadamente as diatomácias bentónicas) reage às mudanças das características da qualidade da água pelo atraso característico das formas e abundância das espécies e fornece informações sobre: (i) A pressão dos nutrientes ; (ii) A pressão do sal ; (iii) Os sapróbios (organismos que se alimentam absorvendo as substâncias orgânicas que se encontram em decomposição) e (iv) A acidez das águas*. As macrófitas aquáticas (plantas aquáticas que vivem desde os terrenos inundados até ambientes verdadeiramente aquáticos, incluindo os corpos de água doce, salobra e salgada) podem também ser usadas para avaliar a pressão de nutrientes nos rios. Elas também reagem às intervenções no regime hidrológico (potamalização, retenção de água) e reflectem as condições morfológicas da corrente de água (diversidade e dinâmica do substrato, grau de desenvolvimento rígido das margens e do leito menor do rio). Os macrozoobentos (invertebrados bentónicos) são um indicador da qualidade da água e das condições hidromorfológicas através da composição de espécies, das relações de dominação e da presença de neozoários (animais, que desde o início dos tempos modernos, isto é, mais ou menos, depois de 1492, ingressaram com a participação directa ou indirecta do homem, numa zona faunística que não lhes era acessível antes e onde estabeleceram novas populações). A diversidade das espécies, abundância e estrutura da idade dos peixes são indicadores de alterações morfológicas extensas, continuidade, mudanças nas condições de fluxo (por exemplo, barragens, impostos, desvios), calor e pressão. Temperaturas elevadas da água induzem uma mais rápida mineralização da matéria orgânica e, assim, efeitos da eutrofização**. Como resultado, as pequenas correntes de água mudaram de carácter e assemelham aos grandes rios ("potamalização").

(*) A acidez de uma água corresponde à presença de dióxido de carbomo livre, de ácidos minerais e de sais de ácidos forte e de bases fracas. Contudo, a maior parte dos geocientistas consideram-a como ela fosse, unicamente, devido à presença de ácido carbónico.

(**) Aumento de nutrientes (alimentos que um organismo necessita para viver e crescer ou de substâncias utilizadas pelo metabolismo do organismo, que são retiradas do ambiente), em geral azoto e fósforo, que ocorrem, quer em terra, quer no mar. O termo de eutroficação é muitas vezes utilizado para designar um aumento da produtividade de um ecossistema.

Fitoplâncton..................................................................................................................................................................................................................................Phytoplankton

Phytoplancton / Fitoplancton / Phytoplankton / 浮游植物 / Фитопланктон / Fitoplancton /

Plantas microscópicas que vivem no oceano, as quais são muito importantes não só para o oceano mas para todo o planeta, uma vez que elas estão na base da cadeia alimentar. Pequenos peixes e baleias comem o fitoplâncton. Os pequenos peixes são comidos por peixes maiores e assim de seguida. A cadeia alimentar contínua e a certo momento somos nós que comemos os peixes, o que quer dizer, que a energia do fitoplâncton é a base da nossa energia.

Ver: « Plâncton »
&
« Fotossíntese »
&
« Matéria Orgânica (tipos) »

O fitoplâncton é o conjunto dos organismos aquáticos microscópicos que têm capacidade fotossintética e que vivem dispersos flutuando na coluna de água. Fazem parte deste grupo de organismos, tradicionalmente, considerados algas e estudados como tal na botânica, mais especificamente na ficologia (disciplina da biologia que estuda as algas). Contudo, dentre estas, há um grupo de grande importância sanitária e de saúde pública, que é também classificado como bactérias, isto é, as cianofíceas ou algas azuis. A divergência quanto a classificação dos organismos pertencentes a este grupo deve-se ao facto de eles possuírem características de células vegetais (presença de clorofila em cloroplastos e parede celular com celulose) e de bactérias (material nuclear disperso no citoplasma). Actualmente, as algas azuis ou cianobactérias, nome mais utilizado, são limitadas pelas legislações ambientais para águas potáveis, devido ao facto de que algumas cepas produzirem toxinas (cianotoxinas) que podem ser letais para os mamíferos. Outros organismos pertencentes ao fitoplâncton são, também, classificados em vários clados dos Protista, como alguns flagelados e ciliados com capacidade de realizar a fotossíntese e, particularmente, os organismos da classe Euglenophyceae. Vários géneros, como Euglena spp. são fotossintetizantes facultativos, isto é, na ausência de luz podem sobreviver como um ser heterotrófico. Em águas correntes (rios e ribeiras) o grupo mais importante, pela sua abundância e diversidade, é o das diatomáceas, organismos microscópicos com pigmentos amarelo-dourados e carapaça externa de sílica, que protege as células da agressão mecânica causada pela corrente. Em lagos e represas as algas da classe Chlorophyceae são mais diversas e abundantes. Elas possuem estruturas que favorecem a flutuação, contudo elas são frágeis. Neste grupo existem algas de grande beleza.

Flecha do Tempo....................................................................................................................................................................................................Arrow of Time

Flèche du temps / Flecha de tiempo / Zeitpfeil / 时间箭头 / Ось вре́мени / Freccia del tempo /

Sentido particular do tempo dado pelo aumento da entropia. À medida que o tempo passa, a segunda lei da termodinâmica diz, que a entropia de um sistema, isolado, aumenta quando há consumo de energia exterior ao sistema.

Ver: « Tempo Geológico »
&
« Tempo Relativo »
&
« Sistema (teoria) »

Os cientistas e filósofos têm tentado desde à muito tempo entender a natureza do tempo. As leis da física não têm uma direcção preferida para o tempo, a menos que levemos em conta os conceitos da cosmologia quântica*. O tempo é na realidade uma parte integral do Universo e o conceito linear de tempo está ligado ao conceito da segunda Lei da Termodinâmica** que estabelece as condições para que as transformações termodinâmicas possam ocorrer. Sem o tempo como uma propriedade real do Universo, a segunda lei da termodinâmica não teria sentido. Nas ciências da natureza, a expressão flecha do tempo foi utilizada pela primeira vez em 1927 por Sir Arthur Eddington para, basicamente, dizer que o tempo flui em apenas uma direcção, ao contrário das dimensões do espaço que não têm orientação preferencial e para sublinhar que direcção do tempo pode ser determinada pelo estudo da organização de átomos, moléculas, e corpos. No século XX os físicos ficaram chocados ao descobrir que a flecha do tempo não pode ser derivada a partir das leis da física, uma vez que estas parecem ser perfeitamente simétricas, uma vez que para cada solução do tempo t, parece haver uma solução, igualmente, válida para -t (excepto em certas situações que invocam a força fraca, cujo cenário a simetria é mais complexa, envolvendo outras entidades como carga, paridade e tempo). À primeira vista isto nos pareceu muito estranho, mas depois de alguns anos de reflexão, a maioria dos físicos concorda, actualmente, que é, perfeitamente, possível que existam leis simétricas que dão origem a fenómenos assimétricos. Os físicos identificaram uma colecção de tais fenómenos assimétricos que representam as “flechas do tempo”. Há várias flechas do tempo : (i) A flecha do tempo da mecânica quântica, na qual a direcção preferida do tempo é determinada pela decoerência quântica ; (ii) A flecha gravitacional, na qual a direcção preferida está determinada pelo colapso gravitacional (colapso para dentro de um corpo estelar, devido ao efeito de sua própria gravidade para formar um buraco negro) ; (iii) A flecha do tempo da termodinâmica, na qual a entropia, que caracteriza o grau de desorganização ou a falta de informação de um sistema, sempre cresce num sistema fechado, etc. Esta última é, certamente, a que mais nos interessa, embora em alguns sistemas individuais isolados se possam escolher condições que invertem a flecha do tempo. Do ponto de vista de um observador macroscópico, a entropia, traduz de maneira, mais ou menos, típica, o estado microscópico do sistema. Ela tende a aumentar, porque há muitas mais maneiras de ter uma entropia alta do que uma entropia baixa. Como ilustrado nesta figura, se considerarmos uma caixa de gás, na qual as moléculas (por algum meio) estão todas juntas no meio da caixa, a entropia é em configuração baixa. Deixando evoluir o sistema, as moléculas vão movimentar-se, colidindo umas com as outras e com as paredes da caixa, acabando (com esmagadora probabilidade) numa configuração de muito maior entropia (ou desordem se quiserem). É fácil convencemos-nos de que existem algumas configurações a partir das quais a entropia seria, espontaneamente, mais pequena. Imaginemos o estado da caixa de gás em qualquer momento, depois que ela já tivesse uma entropia alta, e consideremos um estado em que todas as moléculas têm, exactamente, as mesmas posições, mas com velocidades inversas. Teoricamente, o movimento das moléculas iria reproduzir, precisamente, o caminho inverso que elas realizam desde o estado anterior de entropia baixa. Um observador externo ao sistema, observaria que a entropia diminuiria espontaneamente. Todavia, todos sabemos que num tal processo haveria que realizar-se muito trabalho para inverter, de maneira precisa, todas essas velocidades, e dessa maneira um tal processo aumentaria a entropia do resto do mundo, de maneira a satisfazer a Segunda Lei da Termodinâmica. Certos cientistas (E. Klein, 2009), diferenciam claramente a flecha do tempo e o curso do tempo. O curso do tempo implica casualidade, uma vez que o tempo passa num único sentido sem nunca fazer marcha atrás. A flecha do tempo pressupõe a existência de um curso do tempo bem estabelecido no qual certos fenómenos são eles mesmo temporalmente orientados, ou seja irreversíveis (impossível de anular os efeitos que eles produziram).

(*) Teoria que procura estudar estudar o efeito da mecânica quântica nos primeiros momentos do universo depois do Big Bang, que não obstante muitos esforços, contínua a ser ramo muito especulativo da gravidade quântica. O Big Bang / Big Crunch é substituído por um salto quântico eliminando assim as singularidades.

(**) A quantidade de entropia de qualquer sistema isolado termodinamicamente tende a incrementar-se com o tempo, até alcançar um valor máximo, ou por outras palavras, quando uma parte de um sistema fechado interage com outra parte, a energia tende a dividir-se por igual, até que o sistema alcance um equilíbrio térmico.

Fliche.....................................................................................................................................................................................................................................................................................Flysch

Flysche / Flish / Flysch / 理石(滑瓷) / Флиш (тонкослоистые песчано-глинистые отложения) / Flysch (china scivolosa) /

Formação geológica composta, principalmente, por arenitos e rochas argilosas que se estende desde o SO da Suíça, para Este, ao longo da zona norte dos Alpes, até à bacia geográfica de Viena (Áustria) e que pode ser seguida ao longo do flanco norte dos Cárpatos até a península Balcânica, mas que não tem sempre a mesma idade. O fliche está, também, representado nos Pirinéus, Apeninos, Cáucaso e Ásia, etc. Depósitos semelhantes ao fliche encontram-se também nos Himalaias.

Ver: « Corrente de Turbidez »
&
« Turbiditos »
&
« Cone Submarino da Bacia »

Um fliche é uma formação geológica constituída por uma repetição monótona de camadas de espessura métricas a decamétrica começando cada camada por material grosseiro e terminando por níveis de grão fino. Normalmente, um fliche é constituída por camadas alternadas de arenito com uma base muito nítida base passando, para cima, a argilitos. Os fliches são induzidos por avalanches submarinas de lama e areia provenientes de depósitos superficiais. Cada camada corresponde a uma avalanche (corrente de turbidez), que vai, mais ou menos, longe sobre fundo do mar de pequena inclinação é pequena e se decanta, originado assim depósitos estrato e granodecrescente para cima. Por isso, se diz actualmente que eles correspondem a turbiditos. Os fliches não têm a mesma idade em cada lugar e são conhecidos em toda as épocas geológicas. Nos Alpes, durante muito tempo os geocientistas pensaram que ele correspondiam sedimentos Terciários (o que é verdade para as regiões ultraperiféricas). Na parte Oeste da Suíça, a parte mais antiga é de idade Eocénico, mas a maioria é de idade Oligocénico. Na bacia de Viena e Cárpatos, existe um fliche de idade Cretácico Inicial. Em certas áreas, é possível que este tipo de depósito tenha começado a formar-se desde o Jurássico e que tenha durado até ao fim do Terciário. A escassez de fósseis torna o fliche difícil de correlacionar com outras formações. O fliche corresponde a um conjunto de rochas sedimentares depositadas nas partes profundas das bacias de antepaís em associação com a primeira fase de um orógeno. Assim, o fliche é um depósito sinorogénico, que se deposita ao mesmo tempo que se constrói uma cadeia de montanhas. Com a evolução do orógeno, a bacia de antepaís torna-se menos profunda e depósitos molássicos (formações de tipo conglomerático de rochas sedimentares detríticas de origem pós-orogénica que se acumulam nas periféricas de uma cadeia de montanhas) depositam-se por cima do fliche.. Os estudos estratigráficos permitiram uma melhor compreensão da deposição do fliche. Pode dizer-se que os fliches são, na realidade, evidências da instabilidade dos fundo dos mares pouco profundos de uma depressão submarina acentuada, que é a situação predominante quando uma cadeia de montanhas começa sua ressurreição a partir dos fundo oceânicos profundos. Como ilustrado nesta figura*, o fliche é uma sobreposição de lóbulos turbidíticos depositados na planície abissal. Todavia, estes lóbulos podem desenvolver-se quer em condições geológicas de nível baixo (modelo de P. Vail) ou durante períodos geológicos de nível alto do mar (modelo de E. Mutti). No primeiro caso, quando o nível do mar relativo** desce e fica mais baixo do que o rebordo da bacia, mesmo o limite superior do talude continental pode ser exumado. Assim, a linha da costa coincide, mais ou menos, com o rebordo continental. Os sedimentos quando chegam ao mar encontram-se sobre o talude continental. Em tais condições, eles podem, facilmente, iniciar correntes de gravidade que os transportam ao longo do talude continental, para as partes profundas da bacia (planície abissal), onde eles são depositados sob a forma de cones turbidíticos, desde que as correntes começam a desacelerar e perder competência de transporte. No segundo caso, E. Mutti admite que muitos depósitos turbidíticos podem, igualmente, depositar-se, durante condições geológicas de nível alto, quer em associação com as cheias dos rios, rupturas do rebordo da bacia ou com deslizamentos no talude continental. Ambos os modelos admitem, mas por razões diferentes, dois tipos de lóbulos. Vail considera os cones submarinos de bacia, que se depositam durante a descida relativa do nível do mar, e os cones submarinos de talude, que se depositam desde que o nível do mar começa a subir. Mutti considera os turbiditos tipo I, quando a carga das correntes turbidíticas é muito grande e turbiditos tipo II quando a carga das correntes é mais pequena.

(*) Navegando ao longo da Costa Basca, de Zumaia Mutriku, passando por Deba, pode descobrir-se as espectaculares falésias cuja idade é de mais de 60 milhões de anos.

(**) Não esqueça que há dois tipos de nível do mar: (i) Nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite e (ii) Nível do mar relativo, que é o nível do mar, local, referenciado à base dos sedimentos (topo da crusta continental) ou ao fundo do mar. O nível do mar relativo é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático ou absoluto e da tectónica (subsidência ou levantamento).

Floculação........................................................................................................................................................................................................................................Flocculation

Floculation / Floculación / Flockulation / 絮凝 / Флокуляция (коагуляция) / Flocculazione /

Fenómeno físico-químico durante o qual as micelas (conjunto de moléculas que constitui uma das fases dos colóides) e partículas em suspensão formam flocos ou se agregam num floco, o que destrói a estabilidade da solução e favoriza a deposição.

Ver: « Deposição (clásticos) »
&
« Transporte (sedimentos) »
&
« Lixiviação »

Na química, a floculação é um processo onde os colóides* saem de suspensão sob a forma de flocos. A floculação difere da precipitação uma vez que, antes da floculação, os colóides são simplesmente suspensos num líquido e não, realmente, dissolvidos na solução. Na química, a floculação é um processo onde colóides sair de suspensão sob a forma de flocos. A floculação difere da precipitação uma vez que, antes de floculação, os colóides são simplesmente suspensos num líquido e não, realmente, dissolvidos em uma solução. A floculação é sinónimo de coagulação, isto é, processo no qual partículas coloidais dispersa se aglomeram. Como ilustrado nesta figura, em certos caso a floculação corresponde ao início da deposição. As micelas e as partículas em suspensão por floculação formam agregados, mais ou menos, pesados que, mais tarde ou mais cedo, função da velocidade de escoamento, vão depositar-se no leito da corrente. Floculação e sedimentação são, amplamente, utilizadas na purificação de água potável, assim como no tratamento dos esgotos, águas pluviais e efluentes industriais. Na água, as partículas com dimensões inferiores a 0,1 μm (10-7 m) permanecem, continuamente, em movimento devido à carga electrostática (muitas vezes negativa), que faz com que elas se repelem. Uma vez que a sua carga electrostática é neutralizada pelo uso de produtos químicos coagulantes, as partículas mais finas começam a colidir e aglutinam-se, sob a influência das forças de Van der Waals (forças intermoléculares resultantes da polarização das moléculas). Estas partículas maiores e mais pesadas são chamados flocos. Os floculantes, ou agentes de floculação, são substâncias químicas que promovem a floculação, obrigando os colóides e outras partículas em suspensão num líquido a agregar-se e formar um floco. Os floculantes são utilizados no tratamento da água para melhorar os processos de sedimentação ou filtrabilidade de pequenas partículas. Floculante são usados nas piscinas para auxiliar a remoção de partículas microscópicas que poderiam tornar a água turva e que seriam difíceis de eliminar por filtração.

(*) Sistemas nos quais um ou mais componentes apresentam pelo menos uma das suas dimensões dentro do intervalo de 1nm (1×10−9 metro  ou 0,000000001 metro) a 1µm (10−6 m = 0,000 001 metro). 

Fluvial...............................................................................................................................................................................................................................................................................Fluvial

Fluvial / Fluvial / Fluvialen / 河流 / Речной / Fluviale /

Que pertence, ou que está associado ou que se refere a um ou vários rios.

Ver: « Rio »
&
« Meandro »
&
« Distributário »

O termo fluvial é utilizado em geologia e geografia para designar depósitos ou morfologias, que foram criadas pelas acção dos rios ou outras correntes e dos processos de deposição associados com eles. Quando os rios ou correntes estão associados com glaciares ou calotes glaciares é preferível utilizar o termo fluvioglaciar. Ao longo dos rios ou de qualquer outra corrente de água, a erosão (desagregação e transporte das partículas sólidas para jusante em resposta à gravidade, não confundir com meteorização) está sempre presente. A erosão pode actuar de duas maneiras diferentes: (i) Fricção (acção hidráulica), isto é a acção erosiva do movimento da água nas rochas e (ii) Abrasão e Atrito, quer isto dizer, o desgaste das rochas pelos sedimentos que a corrente transporta e a diminuição de tamanho e triagem dos grãos à medida que eles se deslocam. Os sedimentos são transportados ao longo do fundo do rio (carga basal), em suspensão ou dissolvidos. Segundo a curva de Hjulstrøm*, quando a velocidade cai a baixo de um certo valor (velocidade crítica) as partículas são depositadas ou transportadas, em vez de serem erodidas. As partículas com menos de 1 mm de diâmetro requerem menos energia para serem erodidas. As partículas mais finas, como os argilitos, requerem uma velocidade mais alta da corrente para produzir a energia requerida para separar as partículas que coagularam. As partículas maiores, como o cascalho e calhau são erodidas a grandes velocidades. As barras de meandro e diques marginais naturais (associados aos depósitos de transbordo) são, talvez, os depósitos fluviais mais típicos. Muitos dos depósitos próximos das embocaduras do rios são, por vezes, considerados erradamente como depósitos fluviais, quando na, realidade, eles são, fundamentalmente, associados as correntes marinhas e, principalmente, às correntes de deriva litoral (corrente em ziguezague, com resultante longitudinal, quando a rebentação é obliqua à costa), como é o caso da restinga do Douro (e não da barra do Douro, a qual corresponde à zona de comunicação entre o rio e o mar) ilustrada nesta fotografia, onde se nota que localmente, a direcção das ondas do mar é ligeiramente oblíqua à linha da costa.

(*) Gráfico que entra em linha de conta com o tamanho dos sedimentos e a velocidade da corrente e que determina se a corrente erode, transporta ou deposita os sedimentos.

Fluxo (escoamento)..................................................................................................................................................................................................................................................Flux

Flux (écoulement) / Flujo (escurimiento) / Durchfluss (Flow) / (流场) / Поток (течение) / Flusso (flow) /

Movimento constante de um fluido. Há muitas formas de fluxo (ou escoamento) e cada uma tem as suas unidades de medida. Em geologia, o fluxo (volumétrico) exprime, sobretudo, o escoamento dos produtos químicos terrestres de um reservatório para outro.

Ver: « Escoada Detrítica »
&
« Fluxo Granular »
&
« Corrente »

Em geologia, o fluxo que nos interessa mais é o fluxo volumétrico, embora o fluxo térmico (maturação da matéria orgânica das rochas-mãe) e o fluxo energético (tectónica) seja também muito utilizados. O fluxo volumétrico, como esta figura sugere, é a taxa de escoamento de volume através de uma unidade de área. Foi o engenheiro hidráulico francês Henri Darcy, que na base dos resultados do escoamento da água através areias com diferentes permeabilidades (faculdade que uma rocha tem de ser atravessada por fluídos) demonstrou que a taxa à qual um fluído se escoa através uma substancia permeável por unidade de área é igual à permeabilidade (propriedade própria da substância através da qual o liquido se escoa), multiplicada pela pressão por unidade de comprimento do escoamento dividida pela viscosidade do fluído. O fluxo volumétrico não deve ser confundido com a taxa de escoamento volumétrico (taxa de fluxo do fluído), que na dinâmica de fluídos é o volume de fluído que passa através uma dada superfície por unidade de tempo. Depois de Darcy, a sua lei foi deduzida da equação de Navier-Stokes por homogeneização. Uma das principais aplicações da lei de Darcy é para o escoamento da água através os aquíferos. A lei de Darcy e a equação da conservação da massa são equivalentes à equação do escoamento da água subterrânea, a qual é uma das equações básicas da hidrogeologia (parte da geologia que estuda a distribuição e movimento da água subterrânea no solo e nas rochas da superfície da Terra, sinónimo de geohidrologia). A lei de Darcy é também utilizada, na geologia do petróleo, para descrever os escoamentos do petróleo, gás e água através das rochas-reservatório. Não esqueça que : (i) Se não há um gradiente de pressão, sobre uma certa distância, não há fluxo (em condições hidrostáticas de fluidos em repouso) ; (ii) Se há um gradiente de pressão, o escoamento faz-se da pressão mais alta para a mais baixa ; (iii) Maior é o gradiente de pressão, maior será a taxa de descarga ; (iv) A taxa de descarga de um fluído pode variar, mesmo se o gradiente de pressão é o mesmo.

Fluxo (lato sensu).....................................................................................................................................................................................................................................Flow, Flux

Flux (écoulement) / Flujo (escurimiento) / Fluss (Begriffsklärung) / / Поток (течение) / Flusso /

Termo geral, que exprime o movimento, mais ou menos, contínuo de uma corrente (especialmente de um fluído). Em geologia estrutural, escoamento designa a deformação de uma rocha que não é, instantaneamente, recuperável sem permanente perda de coesão. Em geologia do petróleo, este termo designa o fluxo de saturantes (petróleo, gás ou água) dentro de uma rocha-reservatório ou de uma rocha-reservatório para outra.

Voir: « Fluxo (escoamento) »
&
« Rocha Reservatório »
&
« Corrente de Turbidez »

Existem fundamentalmente dois tipos de escoamento: (i) Laminar e (ii) Turbulento. Este dois tipos podem ser observados, facilmente, no fumo de um cigarro. Se deixar um cigarro a arder num cinzeiro, ao princípio, o fumo sobe verticalmente, quer isto dizer, que as linhas de escoamento são distintas (não se misturam) e paralelas, depois, o fumo começa a subir de maneira, mais ou menos, caótica ; as linhas de escoamento (ou de fluxo) são confusas, misturadas e em redemoinhos (movendo-se por vezes para trás). Nesta figura, estão ilustradas as linhas de escoamento do petróleo à volta de um poço de produção virtual. A determinação exacta dos mecanismos de recuperação do petróleo numa rocha-reservatório afecta, directamente, a eficiência da recuperação. Para melhor compreender uma rocha-reservatório, os engenheiros de reservatório utilizam processos de simulação, ("softwares") para visualizar o escoamento, como ilustrado nesta figura. Não obstante o facto que a armazenamento dos dados de porosidade utilize uma representação a duas dimensões do fluxo, a simulação do reservatório a três dimensões é difícil de visualizar. Como o modelo ilustrado acima, utiliza três setas de fluxo (cada uma representando uma das três fases: petróleo, gás e água), em cada bloco da grelha de simulação, obtém-se centenas de milhares de setas de fluxo numa única imagem para uma simulação completa. Se a rocha-reservatório estiver falhada, o fluxo a três dimensões é mais difícil de compreender. Como os engenheiros de produção estão sempre a pedir mais cenários ou alternativas, em períodos de tempo cada vez mais curtos, há necessidade de encontrar maneiras mais eficientes de interpretar os resultados das simulações, o que quer dizer que é preciso transformar os resultados em imagens mais fáceis de compreender, o que, actualmente, ainda não existe.

Fluxo ou Escoamento Detrítico......................................................................................................................................Detrital Flow

Débit ou Flux détritique / Flujo detrítico / Detritische Fluss / 碎流 / Обломочный поток / Flusso detritico /

Quando o fluido tem grande quantidade de material fino em suspensão, o qual serve de suporte ao transporte em suspensão de alguns elementos maiores.

Ver: « Corrente turbidítica»

Fluxo ou Escoamento Granular..............................................................................................................................Granular Flow

Débit ou Flux granular / Flujo granular / Körniger Durchfluss / 颗粒流 / Гранулированный поток / Flusso granulare /

Quando a dispersão dos materiais e a manutenção destes em suspensão é promovida pela colisão entre as partículas.

Ver: « Corrente turbidítica»

Fluxo ou Escoamento Liquidificado............................................................................................................Liquified Flow

Flux liquifié / Flujo licuado / Verflüssigte Strömung / 液化流 / Сжиженный поток / Flusso liquefatto /

Quando a dispersão dos materiais e a manutenção destes em suspensão é promovida pela colisão entre as partículas.

Ver: « Corrente turbidítica»

Fluxo ou Escoamento Turbidítico...................................................................................................................Turbiditic Flow

Débit ou Flux turbiditique / Flujo granular / Turbidit-Strömung / 浊度流 / поток турбидитовых / Flusso torbiditici /

Misturas turbulentas de água e sedimentos variados que, no conjunto, correspondem a um fluido cuja densidade global é maior do que a da água que envolve a corrente.

Ver: « Corrente turbidítica»

Fluxo Granular...........................................................................................................................................................................................................Granular Flux

Écoulement granulaire / Flujo granular / Granulär Fluss / 颗粒流量, 颗粒流 / Гранулированный поток / Flusso granulare /

Escoamento de um meio granular provocado pelo arrasto superficial de um fluido, no qual o maior fluxo de massa nem sempre ocorre na superfície da camada granular e, neste caso, os grãos movem-se como um bloco de partículas.

Voir: « Escoamento de Detritos »
&
« Escoamento Turbulento »
&
« Escoamento de Lama »

Nos lugares onde materiais granulares, como, por exemplo, produtos de mineração ou cereais, estão armazenados (em silos ou em pilhas de agregados), o ângulo de repouso e a sua sensibilidade a qualquer variação, necessita de ser, cuidadosamente, estudado uma vez que ele produz escoamentos granulares. Uma ruptura no talude de um amontoado de areia pode causar tragédias na praia e nas minerações de ouro (em depósitos de aluvião), para não falar nas minas de ouro dos placers (concentração de minerais metálicos e minerais pesados acumulados pela acção de correntes fluviais, eólicas, glaciares ou marinhas, embora os depósitos fluviais sejam os mais frequentes) como em Long Island. A incapacidade de gerir, adequadamente, as gigantescas acumulações dos restos das minas de carvão do País de Gales resultou na horrível tragédia de Aberfan em 1966, quando um escoamento granular de uma dessas montanhas artificiais matou 144 pessoas, incluindo 116 crianças que estavam na escola, a qual foi, totalmente, enterrada. O ângulo de repouso parece ter ser sido bem compreendido por vários animais, nomeadamente pela formigão-leão, que é por vezes referido como o dragão de areia. A formiga-leão é a fase larvar de uma grande família de insectos, Myrmeleontidae, cujos adultos são criaturas de quatro asas bastante atraentes. Mas a fase larvar - e eles podem permanecer larvas durante vários anos - são terríveis predadores. Cerca de 2000 espécies ocorrem em todo o mundo, conhecidas popularmente nos EUA como "doodlebugs", uma vez que seus traços na areia lembram rabiscas no papel. A formigão-leão utiliza o ângulo de repouso de forma muito eficaz para se alimentar. Ela cava na areia, contra o ângulo de repouso, um poço e enterrar-se no fundo, com as suas mandíbulas carregadas de veneno prontas para matar qualquer visitante. Se um visitante que cair no poço, ele vai lutar, em vão, para escapar contra o ângulo de repouso dos lados do poço, uma vez que formiga-leão projecta areia contra o talude, o que cria escoamento granular que impedem o animal visitante de escapar do poço.

Fluxo Granular Crescente................................................................................................................Ascending Granular Flux

Écoulement granulaire ascendant / Flujo granular ascendente / Aufsteigende granulären Fluss / 递增颗粒流量 / Поднимающийся гранулированный поток / Flusso granulare ascendente /

Escoamento de um meio granular ascendente provocado pela força de um fluido, que se desloca dentro ou por cima da camada granular, na qual o escoamento mais importante nem sempre ocorre na parte superior da camada granular.

Ver: « Escoamento de Detritos »
&
« Escoamento Turbulento »
&
« Escoamento de Lama »

A resposta de uma camada granular à força de um fluido que se escoa através ou sobre ela tem sido objecto de muitas pesquiza há mais de um século. Este fenómeno está no centro de um grande número de problemas geológicos e práticos. A previsão do fluxo granular para um fluxo de fluido conhecido é, fundamental, para a compreensão não só de como as praias e deltas evoluem, mas também para compreender com é que as montanhas são erodidas (ver figura) e como as paisagens se formam. Certos fenómenos sedimentares não podem ser compreendidos sem se perceber a acção combinada do escoamento fluído / granular (duas fases). Os detalhes microscópicos da resposta de uma camada quando forçada por um fluido levanta questões importantes sobre: (i) A natureza do escoamento, perto de uma parede irregular e ou permeável ; (ii) Do movimento de um grão sobre uma superfície rugosa e (iii) Da dinâmica das avalanches granulares. Dadas algumas medidas da intensidade do fluxo de um fluído, os geocientistas tentam previr o fluxo granular a partir das propriedades do material granular, como a tamanho, forma, coeficiente de atrito, a compactação, etc. Um aspecto importante do problema a considerar em primeiro lugar é o início de fluxo granular. Como a superfície do empilhamento granular afectado pela gravidade em relação ao ângulo de repouso, as camadas granulares impulsionadas pelo fluxo de fluido são consideradas estáticas abaixo de um certo limiar de fluxo de fluido. Várias curvas empíricas relacionam algumas medidas do fluido que força o início do escoamento granular com as propriedades dos grãos têm sido propostos. Quando o fluxo é turbulento, a cama forçada é estocástica (aleatória), mas com dados, pode detectar-se a presença de um fluxo granular (ainda que muito pequeno) para qualquer valor médio do fluído forçante. Mesmo quando o fluxo é laminar, a superfície rugosa da camada granular flutuante gera um esforço fluido local, embora deterministicamente relacionado (tempo-dependente) da superfície do paquete sedimentar.

Fluxo Laminar..............................................................................................................................................................................................................Laminar Flow

Écoulement laminaire / Flujo laminar / Laminare Strömung / 层流 / Ламинарный поток / Flusso laminare, Régime laminare /

Escoamento de um fluído em que as linhas de escoamento são distintas e paralelas, isto é, que não se misturam. Sinónimo de Escoamento Laminar.

Ver: « Fluxo (escoamento) »
&
« Lahar »
&
« Escoamento Turbulento »

Um escoamento laminar é relativamente homogéneo e sem interrupções, como, por exemplo, o fluxo do ar sobre as asas de um avião em voo. O fluxo laminar desenvolve-se, muitas vezes, à frente de um corpo que se desloca. Ele é um factor fundamental quando um objecto voa. Se o fluxo de ar é interrompido numa secção de uma asa de um avião, forma-se uma turbulência que produz uma perda da força de ascensão e um aumento da tiragem. Como ilustrado nesta figura, a estrutura curva das asas de um avião é desenhada para que haja um mínimo de tiragem e um fluxo laminar sem interrupção. Par melhor compreender o escoamento laminar, abra uma torneira devagar. A água escoa de maneira ordenada. Se não houver vento ou qualquer outro distúrbio, nada mudará, a água escoar-se-à de maneira laminar. O escoamento é determinístico, i.e., o comportamento futuro é, completamente, determinado pela especificação do escoamento actual ou do passado. Agora, abra completamente a torneira, o movimento da água é mais rápido e a quantidade de água é maior. O padrão de escoamento muda a cada instante. Embora em média o movimento seja na mesma direcção, dentro do escoamento existem irregularidades por toda a parte. O escoamento é turbulento. Embora o escoamento turbulento prossiga na mesma direcção que o escoamento laminar, ele exibe flutuações complexas e caóticas da velocidade, o que quer dizer, que os padrões de um escoamento turbulento nunca se repetem. Um escoamento lento tende a ser laminar, enquanto que um escoamento rápido tende a ser turbulento. Um escoamento lento vindo de um grande orifício pode ser turbulento. Os engenheiros especialistas desta matéria não gostam de dizer "rápido", "lento", "pequeno" ou "grande" uma vez que não existe referência: "pequeno" em relação a quê? Desde que o escoamento turbulento é um tipo de escoamento diferente do laminar é preferível quantificar sempre que possível as condições de ocorrência, entrando em linha de conta com a viscosidade dinâmica e cinemática (viscosidade dividida pela velocidade) e a velocidade de escoamento. Nesta figura estão ilustrados dois tipos diferentes de escoamento de um fluído: (i) Escoamento Laminar e (ii) Escoamento Turbulento, que as companhias petrolíferas estudaram com muito atenção, uma vez que eles podem ocorrer quando o petróleo é transportado ao longo dos oleodutos. Estes escoamentos têm consequências completamente diferentes. O esquema superior à direita (escoamento laminar) mostra, em secção longitudinal, o escoamento de um líquido através de um tubo cilíndrico (como o de um oleoduto). Para que um tal escoamento se realize basta colocar na extremidade direita do tubo uma bomba, que chupe o líquido através do tubo. Se a bomba chupar lentamente o fluído, o escoamento é controlado e o perfil na direcção do escoamento é estável, quer isto dizer, que lateralmente, o fluído não se mistura (escoamento laminar). Se velocidade de secção da bomba aumentar, o escoamento torna-se turbulento, quer isto dizer, que o movimento do fluído é aleatório e imprevisível. A fim de prever a mudança de um escoamento laminar para turbulento, vários autores avançaram um modelo de predição. Parece haver uma velocidade do fluído (vx), que pode ser calculada em muitas situações pelas equações de Navier-Stokes, as quais descrevem o movimento dos fluídos viscosos não compressíveis. Na dinâmica dos fluídos, um escoamento laminar é um regime de escoamento caracterizado por: (i) Um grande momento (produto da massa e da velocidade) de difusão (transporte das moléculas de uma região com alta concentração para outra de baixa concentração via um movimento aleatório das molécula) ; (ii) Um baixo momento de convecção (movimento das moléculas dentro de um fluído) ; (iii) Uma pressão (força por unidade de área aplicada perpendicularmente a um superfície) e (iv) Uma velocidade (taxa de mudança de posição) independente do tempo. Um exemplo de escoamento laminar e turbulento é o fumo, que se levanta de um cigarro pousado num cinzeiro. Ao princípio, o escoamento é laminar, mas, à medida que o fumo sobe, ele torna-se turbulento. Da mesma maneira, se abrir uma torneira, progressivamente, verá que o escoamento passar de laminar a turbulento.

Foehn(vent)...................................................................................................................................................................................................................................................................Foehn

Foehn (vento) / Foehn (viento) / Föhn (Wind) / 焚風, 焚风(风) / Фён (сухой и тёплый ветер в Альпах) / Favonio, Foehn (vento) /

Tipo de vento alpino seco que ocorre no sotavento (lado oposto àquele donde sopra o vento) das montanhas.

Ver: « Fluxo (escoamento) »
&
« Fluxo Laminar »
&
« Clima »

De maneira estrita, o Foehn, refere-se a um vento quente vindo do sul, através dos Alpes. A palavra fohen é hoje utilizada para descrever os efeitos meteorológicos semelhantes em todas as montanhas de todo o mundo, como por exemplo nos Pirenéus. Como ilustrado, este vento encontra-se nas montanhas, onde ele é obrigado a subir as encostas catavento para chegar ao outro lado. Durante a subida ao longo das encostas da montanha, em contacto com o solo e pelo efeito de resfriamento (expansão adiabática: a mais alta e mais fria), o vento torna-se frio. Como o ar frio não pode conter a mesma quantidade de humidade que o ar quente, chuvas ocorrem nas encostas catavento, as quais se tornam mais intensas à medida que a corrente ganha em altitude. Uma das primeiras consequências é um mau tempo neste lado da montanha. Em seguida, o ar chega ao cimo da montanha, onde, como se pode esperar, ocorrem rajadas de vento (efeito Venturi, isto é, redução da pressão de um fluído quando este se escoa através uma secção restrita), que empurram a corrente de ar para baixo no lado oposto da montanha (sotavento). O ar, agora seco. comprime-se à medida que desce, aquecendo-se mais, rapidamente, do que se fria durante a subida, o que quer dizer que a mudança de temperatura do ar seco é mais rápida do que o ar húmido, devido à diferença de massa. Quando toda a humidade do ar desaparece no lado sotavento da serra, o ar é quente e o clima é muito agradável. Como conclusão, neste exemplo, sobre os Pirenéus, pode dizer-se que o efeito Foehn, muitas vezes, significa um vento fresco e húmido do lado meridional espanhol (catavento), especialmente nas partes mais altas, e um clima muito melhor no lado francês, (até uma certa distância). Isto pode parecer paradoxal, uma vez que a Espanha é famosa por seu clima ensolarado. O efeito descrito é mais provável que ocorra durante o inverno. A cobertura de neve é muito vulnerável ao efeito Foehn. As camadas são desestabilizadas e avalanches muito perigosas podem ocorrer. Durante o Outono, isso, muitas vezes, significa um verão indiano maravilhoso e um tempo de caminhada perfeita. O termo foehn é igualmente utilizado para designar ventos criados pelo mesmo fenómeno em outras regiões, ou se utiliza também nomes locais, como por exemplo, o "chinook" nas encosta Este das Montanhas rochosas, no Canadá e nos Estados Unidos da América do Norte. Nos Pirenéus, este fenómeno pode ocorrer também na direcção oposta (O Espanador), quando o vento frio vêm do Norte da Europa (a França tem um clima mais oceânico do que a Espanha).

Fonte (energia sísmica)...................................................................................................................................................................................................Source, Spring

Fonte (énergie sismique) / Fuente (sísmica) / Quelle / / Источник / Fonte /

Energia sísmica controlada que é utilizada na sísmica de reflexão e refracção. As principais fontes de energia sísmica utilizadas na pesquiza dos hidrocarbonetos são o dinamite, sobretudo no onshore, e os canhões de ar comprimido ("air gun") no offshore.

Ver: « Sísmica de Reflexão »
&
« Ângulo de Refracção »
&
« Carga Sísmica »

Uma fonte sísmica gera energia sísmica controlada, que é utilizada em ambos os métodos sísmicos, i.e., quer na sísmica de reflexão, quer na sísmica de refracção. A fonte sísmica pode ser simples, como a dinamite, ou ela pode utilizar uma tecnologia mais sofisticada, como uma pistola de ar ("air gun" em inglês). As fontes sísmicas podem fornecer pulsos únicos ou pulsos contínuo de energia, que geram ondas sísmicas que viajam através de um meio como a água ou as camadas rochosas. Algumas das ondas, são, em seguida, reflectidas e refractadas* para os receptores, isto é, para os geofones ou hidrofones. A pesquiza sísmica utiliza fontes de som que podem ser usadas para investigar a estrutura do subsolo pouco profundo, para trabalhos de engenharia, estruturas geológicas mais profundas, geralmente na pesquiza de petróleo, ou para a investigação científica. Os sinais de retorno das fontes são detectados por geofones, localizados em locais conhecidos em relação à posição da fonte. Os sinais são gravados e submetidos à análise de especialistas e de processamento para produzir dados compreensíveis. Como principais tipos de fontes sísmicas podemos citar : (i) Explosivos ; (ii) Pistola de ar ("air gun") ; (iii) Plasma fonte de som (PSS) ; (iv) Queda de peso ("Thumper truck" em inglês) ; (v) Vibrador sísmicos ; (vi) Fontes Booker ; (vii) Fontes de barulho, etc. A pistola de ar é constituída por uma ou mais câmaras de pneumáticos que são pressurizados com ar comprimido a uma pressão de 2000 libras por polegada quadrada ou 3000 libras por polegada quadrada (14 a 21 MPa). A queda de peso ou caminhão peso é um veículo que produz um impacto no terreno, que pode ser utilizado para produzir uma onda sísmica. Um peso de centenas de quilos é levantado cerca de 3 metros, por uma grua na parte traseira do caminhão e depois deixado cair no chão. Os vibradores sísmicos propagam sinais de energia para a Terra durante um período prolongado de tempo, em oposição à energia quase instantâneo fornecidas pelas fontes impulsivas.

(*) Ondas que mudaram de direcção e de velocidade quando passaram de um meio para outro com diferentes índices de refracção, o que ocorre apenas se a onda é obliquamente a superfície de separação dos dois meios e se eles tiverem diferentes índices de refracção, os quais são dados pela relação n=c/v, onde c é velocidade da luz na vácuo e v a velocidade da luz para um comprimento de onda específico do meio correspondente.

Fonte (corrente)...................................................................................................................................................................................................................................................Spring

Fontaine (cours d'eau)/ Fuente (corriente) / Feder (Fluss) / 春天(河) / Источник (ключ) / Fontana, Sorgente (fiume)  /

Lugar num rio ou numa corrente de onde brota água. Uma fonte é diferente de uma nascente, que é o lugar, na superfície da Terra, onde a água subterrânea nasce, isto é, que brota, naturalmente, para a superfície.

Ver: « Rio »
&
« Escoamento de Detritos »
&
« Água Juvenil »

Esta fotografia ilustra uma nascente (flecha verde) e não uma fonte (o redemoinho no rio é causado pela entrada da água vinda da nascente). Esta nascente (flecha verde na foto) é localizada na Florida (EUA) e é, particularmente, conhecida dos americanos devido ao interesse que eles têm pela história do seu país. A nascente está localizada na margem oeste do rio Chipola (N 39° 44' 70,8" W 85° 12' 90,3"), entre duas antigas habitações que durante a Guerra da Independência foram utilizadas pelos confederados que bebiam a água da nascente (as antigas habitações, não são visíveis nesta fotografia, mas estão, mais ou menos, a cerca de dez metros de cada lado da nascente). Como se pode ver nesta fotografia, a água que brota da nascente cai da margem para o rio. O escoamento água, que é de certa de 8 l/s cria uma pequena angra e um sorvedouro (voragem ou movimento circulatório de água). Muitos geocientistas utilizam os termos nascente e fonte como sinónimos. No dicionário Priberam, uma fonte é uma nascente de água e uma nascente é o lugar onde brota uma corrente de água ou fonte. No dicionário da Academia das Ciências de Lisboa, pode ler-se "fonte- lugar donde brota água do solo = nascente". Em geologia, e particularmente na hidrogeologia (estudo da distribuição e movimento da água subterrânea no solo e nas rochas da superfície da Terra), os termos fonte e nascente designam coisas diferentes, embora relacionados entre eles. Uma fonte é o lugar num rio ou em qualquer outra corrente onde água (em geral subterrânea) é exumada (brotada). Uma nascente é o lugar, no terreno e não num corpo de água, em que a água subterrânea nasce, isto é, o lugar em que a superfície do aquífero intersecta a superfície da Terra. Quando um geocientista se refere à nascente de um rio, ele está a referir ao ponto da bacia de drenagem mais distante da desembocadura e onde a água subterrânea brota, o que quer dizer, que ao longo de um rio pode haver várias fontes e que, unicamente, a fonte mais a montante é que corresponde, na realidade, à nascente do rio. É esta definição do geógrafo A. Johnston do Instituto Smithsoniano que foi utilizada pela Sociedade Nacional de Geografia dos EUA para localizar as nascente da maioria dos rios.

Foraminífero.........................................................................................................................................................................................................Foraminifera

Foraminifère / Foraminífero / Foraminiferen / 有孔蟲門 / Фораминиферы (простейшие животные организмы) / Foraminifera /

Protozoário unicelular da ordem Foraminifera (subfilo Sarcomastigophora) que pode ter vários núcleos. Os foraminíferos têm uma concha que pode ter uma câmara (uniloculares) ou várias (multiloculares), da qual se estendem filamentos protoplasmáticos (pseudopódios) utilizados na locomoção, fixação ao substrato e alimentação.

Ver « Fóssil »
&
« Idade Relativa »
&
« Bentos »

Os foraminíferos formam um grande grupo de protistas com pseudópodos reticulados (finas projecções do citoplasma que se ramificam e se fundem formando uma rede dinâmica). Todos os foraminíferos possuem uma teca, ou concha, que pode conter uma ou mais câmaras (unilocular ou multilocular, respectivamente) sendo todas ligadas por uma pequena abertura chamada "forâmen". A teca poder ser calcária (CaCO3 na forma de calcite ou aragonite), aglutinada com partículas do meio ou mais, raramente, protéica (quitinosa). A composição da teca e seus aspectos morfológicos são os principais elementos na classificação taxonómica. Usualmente são menores do que 1 mm, mas há macroforaminíferos que chegam até 190 mm. Os foraminíferos distribuem-se desde as zonas de estuário até as planícies abissais, e estão presentes de pólo a pólo. Actualmente, são conhecidas aproximadamente 275 mil espécies, incluindo fósseis e vivas. Os fósseis mais antigos datam do Pré-Câmbrico. Apesar de não haver ainda uma corroboração pela correlação morfológica, dados moleculares indicam, fortemente, uma relação dos foraminíferos com Cercozoa e Radiolária, dois grupos de protistas com tecas complexas. Esses três grupos formam o Reino Rhizaria. Foi na década de 1920 que o estudo de foraminíferos ganhou grande impulso, quando surgiu o interesse da indústria do petróleo. Foi Joseph Cushman quem primeiro aplicou o conhecimento sobre foraminíferos para desenvolver técnicas de correlação entre os estratos perfurados por poços de pesquiza. A maior parte das espécies é marinha, embora algumas vivam em águas salobras. Há foraminíferos de água doce e até uma espécie que vive em solos de florestas pluviais, mas esses representam uma ínfima parcela. A grande maioria é bentónica, sendo que apenas 40 morfoespécies planctónicas. Esta soma pode representar uma fracção da diversidade real, pois é possível que espécies morfologicamente indistinguíveis sejam geneticamente discrepantes.

Força de Coriolis (giros).............................................................................................................................................................................Coriolis Force

Force de Coriolis / Fuerza de Coriolis / Coriolis-Kraft / 地球自转偏向力 / Кориолисова сила / Forza di Coriolis /

Força que causa, nos oceanos, o movimento da água para a direita (no hemisfério Norte) em torno dos amontoados de água. Estes fluxos de água são chamados giros. O giro do Norte Atlântico é separado em quatro distintas correntes: (A) Corrente Norte Equatorial ; (B) Corrente do Golfo, (C) Corrente Norte Atlântica e (D) Corrente das Canárias. Os amontoados de água onde se formam os giros são formados pelo deslocamento, para o interior, da água devido ao transporte de Ekman.

Ver: « Corrente turbidítica»

Formação (geológica).............................................................................................................................................................................................................Formation

Formation (géologique) / Formación (geológica) / Formation (Geologie) / / Геологическая формация (свита пластов) / Formazione (stratigrafia) /

Unidade geológica fundamental da litostratigrafia que pode ser cartografada. Uma formação geológica pode ter outros limites que as discordâncias. A superfície da base das progradações que limita, superiormente, o intervalo transgressivo de um ciclo sequência é, por vezes, um limite de formação (“time Professional boundary” dos geocientistas de língua inglesa). As formações recebem nomes que, por vezes, são tirados de nomes geográficos, em regra onde elas se encontram de forma mais evidente.

Ver: « Ciclo Estratigráfico »
&
« Secção Geológica »
&
« Cortejo Sedimentar »

Uma formação geológica ou simplesmente formação é a unidade fundamental da litostratigrafia. Uma formação consiste num certo número de estratos que têm uma litologia, fácies ou outras propriedades comparáveis. A espessura das diferentes formações pode, variar muito. O conceito de estratos formalmente definidos é fundamental na estratigrafia. As formações são frequentemente divididas em grupos. O reconhecimento das formações permite aos geocientistas de correlacionar estratos através de grandes distâncias entre afloramentos rochosos. As formações foram descritas, inicialmente, como os marcadores de tempo geológicos com base em idades relativas e na lei de superposição. As formações geológicas podem também ser rochas metamórficas e escoamentos vulcânicos. As rochas intrusivas ígneas, geralmente, não são divididas em formações. As formações são as únicas unidades litostratigráficas nas quais a coluna estratigráfica deve ser, completamente, dividida pela litologia. As formações devem poder ser delineadas à escala do mapeamento geológico praticado na região. As formações geológicas são tipicamente designadas pelo nome da área geográfica em que foram descritas pela primeira vez. Estritamente, as formações não podem ser definidas por qualquer outro critério, que não seja litologia. A formação também é usada, informalmente, para descrever as formas às vezes estranhas que as rochas adquirem através de processos deposicionais. Com o advento da estratigrafia sequencial e do acesso das academias aos dados sísmicos das companhias petrolíferas, a análise das unidades litostratigráficas é cada vez menos utilizada (excepto nos estudo de campo que, praticamente, estão todos, mais ou menos, feitos). A estratigrafia sequencial, que se baseia, fundamentalmente, na análise das unidades cronostratigráficas induzidas, principalmente, pela eustasia (variações do nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite), dá resultados mais satisfatórios e permitem fazer previsões mais, dificilmente, refutáveis do que as feitas a partir da litostratigrafia. Uma unidade litostratigráfica tem sempre mesma litologia, enquanto que, uma unidade cronostratigráfica (mesmo tempo) tem litologias diferentes, uma vez que ao longo da mesma linha cronostratigráfica (superfície de deposição) existem diferentes sistemas de deposição. Nesta fotografia, está ilustrada a formação geológica dos arenitos de Annot, que é formada por conjunto de estratos (areias e rochas argilosas) depositados em água profunda. Os estratos terminam contra um limite de ciclo estratigráfico que correlaciona a montante, claramente, com uma discordância (superfície de erosão induzida por uma descida significativa do nível do mar relativo, que exumou a plataforma continental e a parte superior do talude continental), a qual corresponde a uma superfície definida por biséis de agradação dos sedimentos sobrejacentes e pelos biséis somitais (ou superiores) dos sedimentos subjacentes. Os biséis de agradação dos sedimentos sobrejacentes são marinhos. Eles enfatizam a deposição dos cones submarinos de bacia (CSB) que caracterizam a formação geológica dos arenitos de Annot*, que se depositaram durante a descida do nível do mar relativo que criou condições geológicas apropriadas à iniciação de correntes turbidíticas que transportaram, ao longo do talude continental, os sedimentos que os rios despejaram sobre o talude continental. Os sedimentos transportados para as partes mais baixas da bacia, depositaram-se desde que as correntes de gravidade desaceleram e perdem muita da capacidade de transporte. Os níveis argilosos entre as areia turbidíticas são, sobretudo, argilitos pelágicos. Os fósseis destes argilitos caracterizam o ambiente profundo de deposição e dão, mais ou menos, a idade das areia turbidíticas, uma vez que estas são constituídas por sedimentados transportados da planície costeira e depositadas de maneira quase instantânea, ao contrário dos argilitos pelágicos cujo tempo de deposição pode ser de milhares de anos.

(*) Estas formações arenosos turbidíticas, actualmente cerca 1000 metros de altitude. com mais de 1000 metros de espessura, depositaram-se antes da translação do bloco Córsega/Sardenha. No Oligocénico Médio, os Alpes formaram-se induzindo o aparecimento do Mediterrâneo. No final da última glaciação, as falésias, fragilizadas pelo derretimento do gelo, liberam grandes blocos que deslizam sobre margas, todavia, com o tempo, a floresta instalou-se estabilizando os blocos de arenito que permanecem mais ou menos, estáveis durante os últimos milénios.

Formula de Chévy-Manning........................................................................................................Chévy-Manning formula

Formule de Chévy-Manning / Fórmula de Chévy-Manning / Chevy-Manning Formel / 雪佛兰-曼宁公式 / Формула Шези-Маннинга / Formula di Chévy-Manning /

Formula utilizada para determinar a velocidade de escoamento da água num canal (aberto) ou num pipeline (oleoduto).

Ver: « Fluxo (escoamento) »
« Canal »
&
« Rio »

O raio hidráulico é uma medida de eficiência de fluxo ao longo de um canal. A velocidade de fluxo ao longo do canal depende da sua forma transversal (entre outros factores). O raio hidráulico é a caracterização do canal que pretende captar uma tal eficiência. Baseado no constante "shear stress" no limite suposição, o raio hidráulico é definido como a relação entre área transversal do canal de fluxo e o seu perímetro molhado (a parte do perímetro da secção transversal que está "molhado"), onde:  (i) Rh o raio hidráulico (m) ; (ii) A é a área transversal de fluxo (m2) ;(iii) P é perímetro molhado (m). Quanto maior for o raio hidráulico, maior será a eficiência do canal e menos provável que o rio sofrerá inundações. Para os canais de uma determinada largura, o raio hidráulico é maior para os canais mais profundos. O raio hidráulico não é a metade do diâmetro hidráulico como o nome pode sugerir. Ele é uma função da forma do tubo, canal ou rio onde a água flui. Nos largos canais rectangulares, o raio hidráulico é aproximado pela profundidade de fluxo. A medida da eficiência de um canal (capacidade para deslocar a água e sedimentos) é usado pelos engenheiros para avaliar a capacidade do canal. Nos canais abertos, a equação de Darcy-Weisbach (equação que relaciona a perda de carga - ou perda de pressão - devido ao atrito ao longo de um determinado comprimento de um tubo para a velocidade média do fluxo de fluido) é válida usando o diâmetro hidráulico como diâmetro do tubo equivalente. Por diversas razões, os coeficientes de resistência empírica (Chézy, Gauckler-Manning-Strickler) foram, e ainda são, usados. O coeficiente Chézy foi introduzido em 1768, enquanto o coeficiente Gauckler-Manning foi desenvolvido pela primeira vez em 1865, antes das experiências de fluxo de resistência feitas em 1920 e 1930. Historicamente, tanto os coeficientes de Chézy e de Gauckler-Manning eram tomados como funções constantes da rugosidade. Mas agora é bem conhecido que esses coeficientes são constantes apenas para uma gama de caudais. A maioria dos coeficientes de atrito (excepto, talvez, o factor de atrito de Darcy-Weisbach) são cerca de 100% empíricos e eles só se aplicam a fluxos turbulentos de água em condições de fluxo constante.

Fossa Abissal..................................................................................................................................................................................................................Abyssal Trench

Fosse abyssale / Fosa abisal / abyssisch Gräben / 深海海沟 / Глубоководный котлован / Fossa abissale /

Depressão do fundo oceânico, em geral, arqueada, estreita e muita mais profunda do que o oceano adjacente. As fossas oceânicas são induzidas e associadas às zonas de subducção de Benioff ou tipo-B e constituem zonas de anomalias gravitacionais negativas. Sinónimo de Fossa Oceânica.

Ver: « Subducção Tipo-B (Benioff) »
&
« Abissal »
&
« Fundo Oceânico »

No corte geológico desta figura e, sobretudo, na tentativa de interpretação geológica de um autotraço de um detalhe de uma linha sísmica regional, que atravessa o offshore Sul e Norte da ilha de Lombok, na Indonésia, a fossa abissal é, perfeitamente, definida (note a localização do detalhe sísmico no corte geológico, na extremidade sul do prisma ou cunha de acreção). No corte geológico regional, a fossa abissal marca a parte superior da zona de subducção (subducção de tipo B, na qual uma placa litosférica oceânica, isto é, uma placa litosférica fria e densa, mergulha sob uma placa continental muito menos densa) da placa Indiana sob a placa do SE Asiático (Indonésia). Em detalhe, a fossa abissal é definida entre a crusta oceânica da placa litosférica descendente e o prisma de acreção da placa cavalgante. Ela é caracterizada por uma grande profundidade de água. No detalhe do autotraço da linha sísmica regional (linha regional CGG n°103), as falhas de cavalgamento visíveis no prisma de acreção sublinham o regime tectónico compressivo (de encurtamento) criado pelo atrito (dissociação ou "decoupling" em inglês) entre as duas placas litosféricas. Este regime tectónico é caracterizado por um σ1 horizontal (eixo principal do elipsóide dos esforços efectivos), σ2 horizontal e paralelo à direcção da fossa abissal e σ3 vertical. Uma parte dos sedimentos pelágicos depositados sobre a crusta oceânica é engolida ao longo da zona de subducção. Lembremos que a uma zona de subducção é a área onde duas placas litosféricas (placas tectónicas) convergem. Nas zonas de subducção de tipo A, ou de Benioff, a placa descendente é oceânica, podendo a placa cavalgante ser de natureza continental ou oceânica. No caso de uma subducção de tipo A, ou de Ampferer, ambas as placas são continentais. Quando a crusta oceânica se forma, no rifte da dorsal média oceânica, ela é jovem, quente e de baixa densidade. Todavia, à medida que o alastramento oceânico progride, ela esfria-se, contrai-se e torna-se mais densa, o que facilita o seu afundamento no manto sublitosférico mais quente subjacente. Nas zonas de subducção de tipo A, como as duas placas litosféricas são continentais, isto é, mais ou menos, com a mesma densidade, o afundamento da placa descendente é muito mais difícil, o que provoca um encurtamento importante das placas com a formação de uma cintura de montanha dobradas. Neste corte geológico, o arco vulcânico Neogénico (existem nesta área também arcos vulcânicos de outras idades) é bem visível. Ele separa a bacia de antearco (ou externa ao arco) de idade Pliocénico/Pleistocénico da bacia interna ao arco de idade Neogénico. A sua posição em relação a fossa abissal é dependente da inclinação do plano de subducção. Quando a inclinação do plano de subducção é importante, o arco vulcânico (vulcões activos da placa cavalgante) está, relativamente, próximo da fossa abissal. Ao contrário, quando a inclinação do plano de subducção é pequena, a distância entre o arco vulcânico e a fossa abissal (mais ou menos, estacionária) é muito maior. Ao norte do arco vulcânico, em direcção da crusta continental, desenvolve-se uma bacia interna ao arco de idade Paleocénico, na qual se podem pôr em evidência duas fases tectónico-sedimentares. A primeira é uma fase é de alargamento da crusta continental (fase de “rifting" dois geocientista de língua inglesa), durante a qual a subsidência é diferencial (formação e preenchimento de hemigrabens, por vezes chamados também bacias de tipo-rifte). A segunda é uma fase abatimento (fase cratónica ou fase de tigela, de certos geocientistas), com uma subsidência, basicamente, térmica (reequilibro das isotérmica). Como uma bacia interna ao arco (vulcânico) está localizada dentro da megassutura Mesozóico /Cenozóico, durante o período final da sua evolução uma bacia interna ao arco é, mais tarde ou mais cedo, submetida a um regime tectónico compressivo (encurtamento), o que cria importantes inversões tectónicas, nas quais as armadilhas estruturais podem ser interessantes, se a migração dos hidrocarbonetos for pós-inversão.

Fossa Oceânica.............................................................................................................................................................Abyssal Trench

Fosse océanique / Fosa oceánica / ozeanischen Graben / 海沟 / Океаническая впадина / Fossa abissale  /

Depressão do fundo oceânico, em geral, arqueada, estreita e muita mais profunda que o oceano adjacente. As fossas oceânicas são induzidas e associadas às zonas de subducção do tipo B. Sinónimo de Fossa Abissal.

Ver:« Subducção Tipo-B (Benioff) »
&
« Abissal »
&
« Rocha Mãe »

Esta fossa oceânica ou abissal está, evidentemente, associada a uma zona de subducção do tipo B ou de Benioff, na qual a placa descendente ou mergulhante é oceânica e placa ascendente ou cavalgante é continental. Ela marca o início da zona de subducção que caracteriza o offshore Este do Japão. Nestes detalhes de duas linhas sísmicas regionais que atravessam esta região, pode constatar-se: (i) A grande amplitude da lâmina de água, que é entre 5 e 7 segundo (tempo duplo), isto é mais ou menos, 4/5 quilómetros ; (ii) A ausência, provável, de sedimentos ricos em matéria orgânica (ausência de rochas-mãe) e (iii) A fraca espessura sedimentar. Estes elementos são, largamente, suficientes para considerar esta área, como, aliás, a maior parte das fossas oceânicas, com muito pouco potencial petrolífero. Num tal contexto geológico, os parâmetros petrolíferos: (a) Armadilha e (b) Rocha-reservatório podem ser excelentes, mas eles, aqui, são simples curiosidades geológicas, uma vez que os parâmetros principais, quer isto dizer: rochas-mãe e maturação estão sempre ausentes. Nas fossas oceânicas podem encontrar-se boas rochas-reservatório turbidíticas e magnificas armadilhas estruturais, sobretudo, no prisma de acreção, criadas pelo regime tectónico compressivo induzido pela subducção B. Pode dizer-se, que as fossas oceânicas não têm nenhum potencial petrolífero. Elas têm uma ausência total de rochas-mãe, quer isto dizer, que mesmo quando sedimentos ricos em matéria orgânica se depositaram, a matéria orgânica continua imatura, uma vez que ela não foi enterrada suficientemente. A lâmina de água é muito grande, ultrapassando, muitas vezes, 5 segundos (tempo duplo). Esta opinião não é seguida por um pequeno número de geocientistas que pensam que certas fossas têm um potencial importante em hidratos de carbono ou clatratos (associação mineral entre hidrocarbonetos e água). Esta conjectura é baseada na presença de reflectores sísmicos de forte amplitude que mimetizam o fundo do mar. Este reflectores interpretados com hidratos são visíveis nestas linhas sísmicas a cerca de 6-8 segundos (t.w.t.) do fundo do mar.


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Última actualização: Março, 2018