Arrastamento (tracção, rolamento).......................................................................................................................................................................Traction
Traction / Tracción / Zichen / 牵引 / Тяга / Trazione /
Deslocamento das grandes partículas sedimentares da carga de um rio ao longo do leito do rio por arrastamento, o qual pode ser feito, também, por rolamento das partículas.
Ver: « Saltação (transporte) »
&
« Acarreio Sedimentar »
&
« Transposição (dos sedimentos) »
O transporte dos sedimentos por arrastamento é um dos muitos tipos de transporte sedimentar. Ele é, particularmente, frequente nas correntes de água. A maior parte das vezes, ele está associado com a saltação e suspensão. Contudo, e de maneira geral, o transporte sedimentar varia com os mecanismos de transporte os quais são dependentes, entre outras coisas, do ambiente sedimentar. A grande maioria dos geocientistas admite cinco grande tipos de mecanismos de transporte: (i) Eólico ; (ii) Fluvial; (iii) Costeiro; (iv) Glaciário e (v) De encosta. No primeiro tipo, os sedimentos são transportados pelo vento. As dunas de areia, quer nas praias quer nos desertos são o resultado típico deste tipo de transporte. Os mecanismos fluviais estão associados ao escoamento da água em sistemas naturais. Isto engloba os rios, riachos, escoamento periglaciários, enchentes e inundações induzidas pela ruptura dos lagos glaciários. Os sedimentos transportados pela água são de maior dimensões do que os sedimentos transportados pelo ar, uma vez que a água tem uma maior densidade e viscosidade. Os sedimentos de maior tamanho transportados pelos rios são, tipicamente, areia e cascalho, mas durante as grandes cheias, os rios podem também transportar calhaus e blocos. Nos mecanismos costeiros, o transporte sedimentar ocorre junto da linha da costa e é, principalmente, induzido pelo movimento das vagas do mar e correntes costeiras. Na desembocadura dos rios, os sedimentos costeiros e fluviais juntam-se e criam deltas fluviais. Estes mecanismos são a base da formação das praias e cordões litorais. Os mecanismos glaciários estão associados ao escoamento dos glaciares, os quais podem transportar sedimentos de grandes dimensões. As áreas de deposição glaciária contém numerosos blocos erráticos, alguns dos quais têm dimensões que podem ultrapassar vários metros de diâmetro. Os mecanismos que transportam os sedimentos e o rególito* encosta abaixo são sobretudo os deslizamentos lentos de reptação (rastejo) e os deslizamentos induzidos pelas cavidades criadas pelas árvores. Evidentemente, que os geocientistas invertem as interpretações das relações de transporte para compreenderem, a profundidade, velocidade e direcção dos escoamentos que induziram as rochas sedimentares e depósitos aluviais modernos.
(*) Segundo https://pt.wikipedia.org/wiki/Regolito, um rególito é uma camada solta de material heterogéneo e superficial que cobre uma rocha sólida. Ele inclui poeira, solo, rocha quebrada e outros materiais correlacionados e está presente na Terra, na Lua, em Marte, em alguns asteróides e outros planetas terrestres e luas. Na Lua, o rególito que cobre a superfície deve-se à erosão cósmica, dito comummente como atomização ou meteorização das rochas pela brusca variação da temperatura, choque com outros meteoritos ou outros processos físicos.
Arréica (bacia hidrografia)....................................................................................................................................................................................................................Arreic
Aréique (hydrographie) / Arréica (hidrografía) / Arheic Hydrographie / arheic 水文 / Ареический (не имеющий гидрографической сети) / Aréique (idrografia) /
Bacia hidrográfica na qual os cursos de águas não desaguam no mar de maneira permanente e que, muitas vezes, se evaporam, mesmo, antes de desaguarem. As bacias hidrográficas mais frequentes são : (i) Exorréica, quando os cursos de água desaguam no mar ; (ii) Endorréica, quando os curso de água desembocam num lago ou noutro rio dentro do espaço e (iii) Arréica, que é uma bacia hidrográfica formada por rios que não desaguam, uma vez que eles se perdem ou se infiltram na terra. Certos geocientistas consideram ainda as bacias hidrográficas criptorréicas, nas quais os rios são absorvidos por estruturas rochosas.
Ver: " Rio"
&
" Endorréica "
&
" Desembocadura (rio)"
Nesta carta hidrográfica de Angola, é fácil verificar que as bacias hidrográficas dos rios Congo, Kwanza e Cunene são exorréicas e que as bacias do Okowaongo e Caito são endorréicas. Por outro lado, nesta carta, é interessante notar, que ao sul do rio Congo, unicamente dois rios, relativamente importantes, o Kwanza e o Cunene chegam ao mar e que o próprio rio do Congo tem que atravessar um escarpamento costeiro antes de desaguar no oceano. Todos os outros escoam-se ou correm quer para o sul (bacias endorréicas) quer para o norte para alimentar a bacia hidrográfica do rio Congo, a qual é uma bacia exorréica. A razão principal desta morfologia é de origem tectónica. Ela foi induzida pelo levantamento tectónico Terciário do rebordo da margem divergente do SO Africano (Congo, Angola, Namíbia). Este levantamento , provavelmente, induzido por uma actividade vulcânica profunda importante, é, perfeitamente, visível nas linhas sísmica regionais do offshore de Angola. O fundo do mar é sublinhado, sobretudo na bacia sul do Congo (entre o rio Congo e o promontório de Ambriz, localizado ao norte da bacia do Kwanza), por biséis somitais de truncatura. Ele não só teve consequências na hidrografia da região, mas também na evolução da matéria orgânica das rochas-mães. Lembremos que no onshore de Angola, e em particular no enclave de Cabinda, as rochas-mãe do petróleo, que geraram a maior parte dos hidrocarbonetos, se encontram, actualmente, a uma profundidade inferior à necessária para que a matéria orgânica atinja a maturação. Todavia, o índice de cristalinidade da ilite* das rochas-mãe corrobora a hipótese avançada, à cerca de 50 anos, por Bernard Kubler de que as rochas-mãe foram enterradas, suficientemente, para que a matéria orgânica atingisse a maturação, mas que, durante o Terciário terminal, elas foram levantadas para a posição que elas ocupam actualmente.
(*) Bernard Kubler, em 1964, propôs o índice de cristalinidade da ilite, que hoje a maior parte dos geocientistas chamam Índice de Kubler que consiste consiste na medida da largura a meia altura (FWHM ou "full-width at half maximum") da reflexão (001) da ilite, em difratogramas da fracção argila, para identificar as zonas diagenéticas e de baixo metamorfismo. O valor limite da diagénese é >0,42, enquanto que a zona anquimetamórfica é limitada entre 0,42 e 0,25 e a epizona < 0,25.
Arréismo (sem rios)..................................................................................................................................................................................................................................Areism
Aréisme (sans rivières) / Areismo / Areism, Kein Fluss / 没有河流 / Ареизм / Nessun fiume, Areismo /
Termo de hidrologia que caracteriza uma zona com um escoamento superficial pouco significativo (pluviosidade fraca) e sem rede hidrográfica organizada. O arreísmo pode ser devido a uma permeabilidade excessiva do terreno ou a uma topografia pouco acentuada. Existem dois tipos de arreísmo: (i) Endorreísmo, quando as correntes não atingem o mar e (ii) Exorreísmo, quando as correntes atingem o mar.
Ver: " Arréica (hidrografia) "
&
" Rio "
&
" Exorréica (hidrografia)"
Uma bacia hidrográfica arréica é uma bacia na qual os cursos de água não desaguam no mar de maneira permanente e que, muitas vezes, se evaporam antes de desaguarem. Numa bacia arréica quando as correntes não atingem o mar fala-se de endorreísmo e de exorreísmo quando elas atingem o mar. Existem outros tipos de bacias hidrográficas, como, por exemplo: (i) As bacias exorréicas (quando os cursos de água desaguam no mar) ; (ii) As bacias endorréicas (quando os curso de água nunca chegam ao mar) e (iii) As bacias criptorréicas (quando as correntes de água são absorvidos por estruturas rochosas). A foto ilustrada nesta figura (deserto de Atacama) exemplifica uma bacia arréica onde o arreísmo é, principalmente, induzido por uma pluviosidade* muito fraca, o que não é sempre o caso neste tipo de bacias hidrográficas. Efectivamente, o arreísmo é presente nas ilhas vulcânicas de Flores e São Miguel (Açores), Madeira, Tenerife (Canárias) e São Tiago (Cabo Verde). Nestas ilhas,uma parte parte da superfície não tem uma rede de drenagem organizada e, assim, é propicia ao arreísmo. Nas áreas, particularmente, recentes, o arreísmo não é sempre determinado por condições térmicas e de evaporação. A idade do substrato rochoso, a porosidade e a permeabilidade do material eruptivo inibe, de maneira variável, o escoamento superficial. Estes factores explicam o comportamento das áreas de arreísmo durante períodos de chuva. A intensidade e concentração das chuvas, muito acentuada pela altitude do relevo, não representam, normalmente, grande riscos nas regiões elevadas, contudo, nos sectores sem drenagem organizada, elas podem produzir inundações catastróficas como, recentemente, aconteceu na ilha da Madeira. A cartografia das áreas sem drenagem organizada, é indispensável para prever a distribuição espacial do impacto causado pelas chuvas torrenciais.
(*) Quantidade de chuva que caí durante um período de tempo determinado numa região. O índice de pluviosidade ou índice pluviométrico é a quantidade em milímetros da totalidade de precipitação de água /chuva, neve, granizo) numa determinada área durante um dado período de tempo.
Arriba (falésia, escarpa).....................................................................................................................................................................................................................................Cliff
Falaise / Acantilado / Kliff / 悬崖 / Утёс (прибрежные отвесные скалы) / Scogliera /
Forma particular de vertente costeira, abrupta ou com declive importante (de 15° a 90°), em regra talhada em rochas coerentes, pela acção dos agentes marinhos (ondas e correntes) ou pela acção conjunta de agentes morfogénicos marinhos continentais e biológicos.
Ver: « Antepraia »
&
« Arriba com Visor »
&
« Litoral »
No campo e, sobretudo, junto da linha da costa, podem pôr-se em evidência diferentes tipos de arribas: (i) Arriba Falsa ; (ii) Arriba Fóssil ; (iii) Arriba Morta ou não activa ; (iv) Arriba Viva ou activa e (v) Arriba com Visor. Na base da arriba, a faixa de ataque pelas ondas é marcada pela presença de um escavado em forma de sapa (entalhe) que tende a aprofundar-se para o interior da rocha em grutas e túneis. A parte superior da arriba, quando perdida da base de sustentação, desmorona-se sobre a plataforma de abrasão. O perfil da arriba (forma e declive) e da plataforma de abrasão dependem, naturalmente, da natureza litológica das rochas que a constituem (resistência à erosão mecânica e alteração), arquitectura geológica (horizontal, inclinada concordante ou discordante), intensidade e frequência com que os agentes marinhos actuam. Em certos casos, nas linhas sísmicas, as arribas reconhecem-se com relativa facilidade, em particular, quando elas são fossilizadas por sedimentos transgressivos, os quais são depositados durante os períodos de estabilidade do nível do mar relativo entre as ingressões marinhas em aceleração(subidas do nível do mar relativo*). Uma subida do nível do mar relativo (criada, em geral, por uma subsidência significativa do fundo do mar, mais do que por uma subida importante do nível do mar absoluto ou eustático) pode deslocar a linha da costa para montante (vários quilómetros) e, assim, aumentar a extensão da plataforma continental e pôr a arriba sob uma profundidade de água superior ao nível da acção erosiva das ondas. Desde que o nível do mar relativo se estabiliza, os sedimentos transportados do continente depositam-se, pouco a pouco, formando um intervalo regressivo (IT) que pode fossilizar completamente a plataforma de abrasão. Isto acontece, quando o acarreio sedimentar é suficiente para que a nova linha da costa se localize a jusante da arriba, sem contudo ultrapassar o rebordo da bacia. Não esqueça que dentro de um ciclo-sequência, um intervalo transgressivo é uma sucessão de pequenos intervalos regressivos, cada vez menos importantes, separados por superfícies ravinamento associadas a subidas do nível do mar relativo em aceleração (ingressões marinhas cada vez mais importantes separadas por períodos de estabilidade do nível do mar relativo, mais ou menos, longos, durante os quais se depositam os paraciclos-sequência que são regressões sedimentares.
(*) O nível do mar relativo é o nível do mar local referenciado quer ao topo da crusta continental quer ao fundo do mar, enquanto que o nível do mar absoluto ou eustático é o nível do mar global referenciado ao centro da Terra ou um satélite. O nível do mar relativo é o resultado da combinação do nível do mar absoluto (acção combinada da glacioeustasia, tectonicoeustasia, geoidaleustasia e da temperatura dos oceanos) e da tectónica (subsidência ou levantamento).
Arriba pouco consolidada..............................................................................................................................................................................................Bluff
Falaise (peu consolidée)/ Acantilado (poco consolidado) / Cliff nur konsolidierten / 崖只是综合 / Отвесный берег / Scogliera (non consolidato) /
Banco elevado ou falésia, pouco consistente, mas muito inclinado, por vezes, arredondado, voltado quer para uma planície quer para um corpo de água (mar, rio ou lago).
Ver: « Arriba »
&
« Rio Tipo-Yazoo »
&
« Talude »
Esta fotografia ilustra uma arriba pouco estável, que borda uma praia constituída, principalmente, por cascalho. A vertente da arriba é tão instável que não suporta nenhuma vegetação. Os sedimentos que a formam correspondem a um antigo esker* (ambiente glaciar) que está sendo, pouco a pouco, erodido pelas ondas do mar, o que cria na base da arriba uma mistura de areia e cascalho. Quando uma bacia sedimentar não tem plataforma continental, o que acontece num intervalo regressivo, a partir de um certo momento (linha da costa coincidente ao rebordo da bacia), uma arriba pouco consolidada pode desencadear correntes de gravidade responsáveis de depósitos turbidíticos em água profunda. Como sugerido por E. Mutti, nem todos os depósitos turbidíticos profundos estão associados a uma discordância (hipótese de P. Vail), isto é, a uma descida significativa do nível do mar relativo. Uma instabilidade do rebordo da bacia ou da linha da costa, quando esta coincide, mais ou menos, com o rebordo da bacia (bacia sem plataforma) pode criar correntes de gravidade importantes e a formação de cones submarinos de bacia ou de talude nas partes profundas da bacia. Quando a quantidade de material arrancado ao rebordo da bacia, que pode corresponder a um arriba pouco consolidada, uma vez que a bacia não tem plataforma continental, é grande, o que, em geral, significa que ela é muito rica em areia, depositam-se lóbulos submarinos de tipo I de Mutti, que são, grosseiramente, equivalentes aos cones submarinos da bacia de Vail. Quando a quantidade de material arrancado ao rebordo da bacia é, pequena (pouca areia e muita argila), os lóbulos submarinos depositados são de Tipo III (Mutti), os quais correspondem, mais ou menos, aos cones submarinos do talude de Vail. Quando a quantidade de material transportado pelas corrente de turbidez é média (Tipo II), depositam-se lóbulos submarinos, que se prolongam para montante por depósitos turbidíticos em forma de canal, que, muitas vezes, correspondem ao preenchimento das depressões entre os lóbulos ou ao preenchimento retrogradante dos canais por onde passaram as corrente de turbidez.
(*) Um esker é um depósito de materiais provenientes da erosão provocada pela fusão dos glaciares, que normalmente aparecem nas moreias de fundo e são constituídos por argila, areia e cascalho. As dimensões dos eskers são variáveis, podendo atingir algumas centenas de metros de largura e centenas de quilómetros de comprimento, como é o caso no sul da Argélia e na Mauritânia.
Arriba com Visor..................................................................................................................................................................................................................Visor Cliff
Falaise à viseur et encoche / Acantilado con visera, Voladizio / Visierklif / 遮阳悬崖 / Скала, выступающая в виде козырька / Scogliera a mirino /
Quando a arriba (falésia) tem um entalhe na base (sapa ou solapa) entre os níveis médios das marés alta e baixa, em forma de nicho, formado por acção mecânica e química. A sapa é encimada por um frontispício rochoso, proeminente acima do nível da preiamar, que se chama visor.
Ver: « Arriba »
&
« Carso Litoral »
&
« Praia-Baixa »
Neste corte geológico do Cabo das Correntes (Moçambique) estão ilustradas as principais zonações e tipos de micro-formas que se podem encontrar num carso litoral em eolianitos e grés de praia. Da direita para a esquerda podem distinguir-se: (1) Arriba Morta Alveolizada ; (2) Plataforma com Lápias Pontiagudas ; (3) Ouriçangas Litorais ; (4) Visor da Arriba Viva ; (5) Sapa, Solapa ou mesmo unicamente Entalhe; (6) Plataforma com Vasques e Ouriçangas Embrionárias ; (7) Plataforma com Vasques Incrustadas de Algas Calcárias ; (8) Plataforma Bioconstruída por Tubícolas ; (9) Ouriçangas Litorais ; (10) Cornija devida à rebentação ; (11) Sapa Submersa ; (12) Banco de Coral Morto ; (13) Grés de Praia e (14) Eolianito. Nas zonas litorais calcárias tropicais, a arriba apresenta entalhes basais em forma de nicho (chamados sapas ou solapa), que se desenvolvem entre os níveis das marés alta e baixa por uma dupla acção mecânica e química das águas. O entalhe é encimado por um frontispício rochoso acima do nível da preiamar que se chama o visor. É neste caso que se pode falar de arriba com visor. Como qualquer outra arriba, nas linhas sísmicas, a arriba com visor só se pode reconhecer quando ela é fossilizada por um espesso intervalo transgressivo. Se o nível do mar relativo* descer (o que, geralmente, não é o caso durante uma transgressão marinha), a linha da costa desloca-se para jusante, diminuindo a extensão da plataforma continental, o que permite que a arriba seja, pouco a pouco, corroída pelos agentes erosivos. Em certos casos, como, por exemplo, próximo de um rio, a arriba pode ser erodida muito, rapidamente, a quando da formação de um vale cavado. O deslocamento da linha da costa para jusante, a quando de uma descida significativa do nível do mar relativo, rompe o perfil de equilíbrio provisório dos rios, os quais são obrigados a cavar os leitos e margens para alcançar um novo perfil de equilíbrio provisório. É este tipo de erosão fluvial que pode fazer desaparecer, rapidamente, as arribas localizadas próximo da foz dos rios como no caso ilustrado nesta figura (corte geológico do Cabo das Correntes, em Moçambique).
(*) O nível do mar relativo é o nível do mar local referenciado quer ao topo da crusta continental quer ao fundo do mar, enquanto que o nível do mar absoluto ou eustático é o nível do mar global referenciado ao centro da Terra ou um satélite. O nível do mar relativo é o resultado da combinação do nível do mar absoluto (acção combinada da glacioeustasia, tectonicoeustasia, geoidaleustasia e da temperatura dos oceanos) e da tectónica (subsidência ou levantamento).
Artesiano (poço).....................................................................................................................................................................................................................Artesian Well
Artésien (puits) / Artesiano (pozo) / Bohrbrunnen / 自流井 / Артезианская скважина / Pozzo artesiano /
Poço que permite à água, que se escoa através de uma rocha porosa (a uma determina profundidade) de subir até uma determinada altura acima da superfície do solo. Isto acontece quando, localmente, a superfície pizométrica* do aquífero donde a água vem está acima da superfície topográfica. Esta produção de água, que não requer nenhum bombeamento, parece desafiar a gravidade, mas na realidade a pressão, que se acumula entre as camadas de rocha, libera-se quando a água encontra um caminho para o ar livre. Durante centenas de anos, os poços artesianos foram perfurados para utilizar a água fria e filtrada que eles produzem a partir de uma profundidade, relativamente, pequena.
Ver: " Água de Formação "
&
" Água Higroscópica "
&
" Curso de Água "
Os poços artesianos são assim chamados devido ao poços que os monges Cartusianos, cerca de 1126, perfuram na região de Artois (norte da França) para se aprovisionarem em água potável. Geologicamente, um poço artesiano, como ilustrado acima, é um poço que permite o escoamento de natural água subterrânea sem que nenhum bombeamento seja necessário, o que implica que a pressão seja suficiente para que a água atinja a superfície do terreno. Em geral o aquífero de onde a água subterrânea é produzida, é uma rocha porosa, como, um arenito ou calcário, que está intercalado entre duas camadas rochosas impermeáveis. Este tipo de aquífero** é designado como aquífero cativo ou confinado. desta maneira, a água conserva uma pressão suficiente, que quando ela encontra uma saída, ela supera a força da gravidade e eleva-se até a superfície do terreno, como ilustrado acima (fotografia e corte geológico). A recarga de um aquífero ocorre quando o nível freático ou superfície piezométrica (nível superior da água de uma zona saturada) na sua zona de recarga tem uma elevação superior à elevação a cabeça do poço. Não confunda aquífero (formação geológica com boa porosidade e permeabilidade, que permite a circulação e armazenamento de água), com aquicluso, quer isto dizer, com uma formação geológica que armazena água, mas que não a libera. Um aquífero exposto em toda a sua extensão à superfície (zona de recarga) e que é limitado apenas pela camada impermeável inferior é um aquífero livre. Aquíferos de água fóssil são artesianos se as rochas circunvizinhas exercerem um pressão suficiente para que a água suba à superfície. Isto é, mais ou menos, o que acontece quando um poço de pesquiza petrolífera encontra uma rocha-reservatório saturada de hidrocarbonetos, quer isto dizer, que o petróleo e o gás só sobem, naturalmente, à superfície se a pressão for suficientemente grande.
(*) A superfície ou cota piezométrica ou nível freático de um aquífero é a altitude ou profundidade, em relação à superfície do solo, do limite entre a zona saturada e não-saturada de água do aquífero.
(**) Os aquíferos contínuos podem ser classificados, em função da pressão a que está submetida a água, em freáticos ou livres e confinados. Nos primeiros a água nos poros do aquífero encontra-se sob pressão atmosférica como se estivesse em um reservatório ao ar livre. Nos segundos, o aquífero encontra-se confinado entre duas camadas impermeáveis e a água encontra-se sob uma pressão maior que a pressão atmosférica. São os aquíferos confinados que podem fornecer água para os poços artesianos, à que a boca do poço esteja mais baixa do que o nível freático desse aquífero.
Asas de Gaivota (turbiditos)...............................................................................................................................................................................Gull Wings
Ailes de mouette / Alas de gaviota / Gull Flügel / 海鸥的翅膀 / В форме крыла чайки / Ali di gabbiano
Expressão usada, frequentemente, pelos geocientistas que trabalham na industria petrolífera para designar a configuração ondulada, com a forma das asas de uma gaivota em voo, dos depósitos turbidíticos de transbordo (diques marginais naturais turbidíticos) associados aos cones submarinos de talude (CST).
Ver: " Cone Submarino do Talude "
&
" Cortejo de Nível Baixo (do mar) "
&
" Cortejo Sedimentar "
O offshore do Paquistão corresponde à sobreposição de várias bacias da classificação das bacias sedimentares de Bally e Snelson (1980), que de baixo para cima são: (i) Soco, que por vezes, localmente, pode ser uma cadeia de montanhas dobradas do Paleozóico, mais ou menos aplanada ; (ii) Bacias de tipo rifte, que se formaram durante o alongamento da litosfera do pequeno supercontinente Gondwana, antes que este se rompesse e (iii) Uma margem divergente de tipo Atlântico. Como ilustrado nesta tentativa de interpretação preliminar de um autotraço de um detalhe de uma linha sísmica transversal (mais ou menos perpendicular à direcção do acarreio sedimentar) deste offshore, os cones submarinos de talude (CST), associados provavelmente ao edifício deltaico do Indus, formam enormes estruturas em “asas de gaivotas”, ou seja, enormes complexos de depressões, canais (quando a base é erosiva) e diques marginais naturais turbidíticos, os quais são, perfeitamente, visíveis. Efectivamente, é pouco provável que este espesso intervalo de submarinos de talude esteja, unicamente, associado a uma descida do nível do mar relativo, ou seja, que ele possa ser explicado, totalmente, pelo modelo de P. Vail. Neste caso particular, o modelo geológico, proposto por E. Mutti, para os sistemas fluviodeltaicos explica melhor este espesso intervalo turbidítico, associando-o, igualmente, a inundações catastróficas e recorrentes do rio Indus. Devido à litologia predominante argilosa e à idade, relativamente, recente destes depósitos de transbordo, as reflexões sísmicas são raras. As terminações dos reflectores associados aos depósitos de transbordo, isto é, aos diques marginais naturais turbidíticos, definem superfícies de base das progradações com vergências opostas. Estas progradações com vergências ou polaridades opostas sugerem direcções locais, e não regionais, do acarreio sedimentar. Isto quer dizer, que elas sugerem acarreios sedimentares locais, mais ou menos, perpendiculares ao aporte terrígeno regional, o qual é, grosseiramente, paralelo às correntes turbidíticas. Quando a altura de uma corrente turbidítica (tipicamente, uma corrente turbidítica é uma corrente subaquática densa, carregada de sedimentos, que se escoa, rapidamente, costa abaixo dentro de águas adjacentes que têm uma densidade inferior). As correntes de turbidez podem, também, ocorrer em outros fluidos além da água. No caso mais típico de correntes de turbidez oceânicas, as águas carregadas de sedimentos situadas em terrenos inclinados fluem para baixo, porque têm não só uma densidade superior à das águas adjacentes mas, igualmente, uma espessura superior à altura do canal ou da depressão entre os lóbulos, onde a corrente se escoa. Por isso. ela transborda em direcções opostas, o que cria acarreios terrígenos locais, praticamente, perpendiculares à direcção da corrente principal. Quando, mais tarde, dentro do ciclo eustático associado, o nível do mar relativo começa a subir, as depressões entre os lóbulos ou canais (quando as correntes de turbidez cavaram um canal), por onde passaram as correntes de turbidez, são preenchidas, em retrogradação, por sedimentos de natureza turbidítica mas, relativamente, mais grosseiros. Quando a fácies dos sedimentos de preenchimento é arenosa, as depressões ou canais exibem (depois da compactação*) uma geometria biconvexa (devido a compactação diferencial). Caso contrário, quando a litologia argilosa é preponderante, a geometria do preenchimento é côncava, na parte superior e convexa na parte inferior. É importante não esquecer, que nos cones submarinos de talude os intervalos sedimentares que o compõem não são coevos. A parte central das asas de gaivota, ou seja, os preenchimentos sedimentares das antigas depressões ou canais turbidíticos são sempre posteriores aos sedimentos de transbordo (não confunda canal, ou seja, a área sem deposição ou o álveo de uma corrente, com o seu preenchimento que é uma rocha sedimentar).
(*) Fenómeno posterior a deposição, que se manifesta, em geral, por uma diminuição local da espessura, de determinado intervalo sedimentar durante o enterramento debaixo dos intervalos sedimentares sobrejacentes. A compactação diferencial é frequente em intervalos sedimentares que desenvolvem, em certas áreas, porosidades diferentes ou fácies com susceptibilidades diferentes à compactação, assim como nos intervalos depositados sobre substratos irregulares, como sobre uma construção recifal, perto de uma falha decrescimento, etc. Um intervalo com variações laterais de fácies como, por exemplo, arenitos que passam lateralmente a argilito ou argilitos que passam lateralmente a calcário, sofrerá, naturalmente, os efeitos da compactação diferencial durante o enterramento. A porosidade das rochas de um intervalo sedimentar que experimentou compactação diferencial podem variar, consideravelmente, de uma área para outra.
Asfaltito...........................................................................................................................................................................................................................................................Asphaltite
Asphaltite / Asfaltito / Asphaltit / 沥青岩 / Асфальтит (твердый битум) / Asphaltite /
Conjunto de hidrocarbonetos, geralmente sólido, de cor escura, que se encontra nas fissuras e fracturas dos depósitos sedimentares ou agregados cristalinos. Qualquer dos betumes naturais sólidos solúveis em bissulfureto de carbono e que funde acima de 110° C é considerado como um asfaltito.
Ver: " Betume "
&
" Hidrocarboneto "
&
" Exsudação "
Nesta fotografia, o asfaltito, que é um mineral, está associado a cristais de rocha. Este mineral orgânico tem uma composição química muita variada, uma vez, que ele corresponde a uma mistura de hidrocarbonetos. O asfaltito é amorfo e, em geral, de cor negra. Pode ocorrer como um líquido ou massa viscosa, mas, geralmente, endurece-se quando exposto ao ar. O asfaltito encontra-se com frequência em associação com pegmatitos e zonas milonitizadas (zonas de fractura, por vezes, activas ao longo das quais as rochas são esmagadas e trituradas), através das quais hidrocarbonetos profundos migram para a superfície. Podem-se distinguir três variedades de asfaltito: (i) Gilsonite, que é uma marca registada usada para um betume preto natural empregado na manufactura de ácidos, alcalóides, e revestimentos impermeáveis ; (ii) Grahamite, que é um hidrocarboneto sólido, negro, que ocorre nas fissuras, solúvel no bissulfeto de carbono e clorofórmio e (iii) Breu Brilhante, que é uma variedade com uma fractura brilhante e conchoidal, que se parece com a gilsonite, mas que tem uma densidade mais elevada e uma maior percentagem de carbono. A grande maioria dos geoquímicos consideram que os asfaltitos, são derivados de um sapropel* lacustre salino e, que as suas propriedades são função dos ambiente de deposição onde eles se formaram. Os asfaltitos fundem com dificuldade, enquanto que os asfaltos fundem facilmente. Os asfaltos ocorrem com ou sem percentagens apreciáveis da matéria mineral, enquanto que os asfaltitos têm, quase sempre, muito pouca matéria mineral associada. Os asfaltitos são frequentes na bacia de Uinta (Colorado, EUA), onde eles são considerados como derivados dos sedimentos do Eocénico Superior da formação "Green River", a qual é formada por argilitos petrolíferos com elevado teor de carbonato.
(*) Sedimento aquático rico em matéria orgânica e formado num ambiente sedimentar pobre em oxigénio, como um corpo de água estagnante.
Asfalto............................................................................................................................................................................................................................................................................Asphalt
Asphalte / Asfalto / Asphalt / 沥青 / Асфальт / Asfalto /
Liquido viscoso, em geral, castanho escuro ou preto, ou betume sólido um pouco derretido, composto quase, inteiramente, de carbono e hidrogénio e facilmente solúvel no bissulfureto de carbono. O asfalto tem uma estrutura coloidal. O asfalto não é volátil, mas é termoplástico a temperaturas entre 150°C e 200°C e têm propriedades isolantes e adesivas.
Ver: " Betume "
&
" Areia Asfáltica "
&
" Petróleo "
No onshore de Trinidade, perto da capital Porto de Espanha, a aldeia de “La Brea” é famosa pelo seu lago de asfalto, o qual é um dos três lagos naturais de asfalto mais importantes do mundo. Foi o lago de asfalto que deu o nome à aldeia, uma vez que em espanhol, "brea" significa asfalto ou areia asfáltica. As reservas restantes deste lago são entre 6 e 10 Mt (milhões de toneladas), o que, ao ritmo da extracção actual, dá reservas par cerca de 400 anos. Os outros lagos de asfalto importantes são: (i) “La Brea Tar Pit” na Califórnia e (ii) os “Menes*” na Venezuela, onde existem vários lagos de asfalto com dimensões variadas e, que condicionaram a pesquiza petrolífera neste país. Na realidade, na Venezuela, a maior parte das reservas petrolíferas de petróleo, não-pesado, foram descobertas perfurando "os menes" ou as áreas circunvizinhas. O mesmo parece ter sucedido na ilha de Sumatra**. Muitos asfaltos ocorrem como impregnações viscosas em arenitos, siltitos e calcários. Na maioria dos casos, estas ocorrências são consideradas como antigas rochas reservatório de petróleo, nas quais os constituintes mais leves (constituintes mais voláteis) desapareceram ao longo da migração ou desde que elas foram exumadas. Asfaltos, relativamente, puros são conhecidos na Califórnia. Embora as exsudações de asfalto sejam conhecidas desde há muito tempo, em várias partes do mundo (existem várias referências no Velho e Novo Testamento), as mais bem conhecidas e maiores são as da Venezuela e Trinidade. Como o asfalto pode ser extraído do petróleo em quantidades comerciais pela remoção de componentes voláteis, ele é um material de construção barato para a cimentação e impermeabilização. Três tipos distintos de asfalto são extraídos dos resíduos do petróleo: (i) O usado na pavimentação das estradas (escoamento quase viscoso) ; (ii) O usado para isolar os telhados, revestir tubos, pinturas e papel laminado (viscosidade mais fraca) e (ii) Um outro com aplicações muito limitadas visto, que a sua viscosidade é dependente da temperatura.
(*) Mene é o nome que davam as populações indígenas da Venezuela a uma exsudação de petróleo.
(**) Segundo alguns dos nossos amigos e colegas japoneses (que nos anos 70 trabalhavam na companhia Mitsubishi) as exsudações de asfalto perto da costa Este de Sumatra (mais ou menos à latitude de Singapura), eram conhecidas dos navegadores portugueses que chamaram Minas de asfalto, que eles utilizavam para calafetar os barcos. Foi assim que uma pequena aldeia dessa área passou a ser conhecida (e ainda é hoje) como Minas. No início da invasão da Indonésia, os holandeses tentaram destruir a maioria das instalações de petróleo para evitar que fossem usadas pelos invasores japoneses. No final de Março de 1942, o exército japonês tinha o controle total dos campos petrolíferos. Durante o resto dos anos de guerra, os japoneses não só produziram as reservas de petróleo conhecidas, mas perfuram alguns poços de pesquiza. Em 1944, eles perfuram o poço de descoberta de uma gigantesca acumulação de petróleo, que eles, naturalmente, denominaram Minas. Todavia, a localização desse poço parece ter sido preparada, em 1941, pela Caltex ("California Texas Oil Company"). Os japoneses mantinham o controle total do campo petrolífero na Indonésia até 1945.
Assinatura Estratigráfica (Neogénica)................................................Neogene Stratigraphic Signature
Signature stratigraphique (Néogène) / Firma estratigráfica (Neógeno) / Stratigraphische Unterschrift (Neogen) / 地层签名(第三纪 ) / Неогеновая стратиграфическая аномалия / Signature stratigrafica (Neogene)
A assinatura estratigráfica do Neogénico é caracterizada por: (i) Espessamento em direcção da terra, durante o Oligocénico Inicial ; (ii) Deslocamento do biséis de agradação costeiros para as partes profundas das bacias durante o Oligocénico Tardio ; (iii) Máximo de inundação, durante o Miocénico Inicial (24,8 Ma) ; (iv) Fim da agradação (predominante), durante o Miocénico Inicial (Aquitaniano, 22,0 Ma) e deposição de prismas de nível baixo de grandes dimensões ; (v) Fim da agradação (predominante) do Miocénico Inicial (Burdigaliano, 21,0 Ma) e deposição de prismas de nível baixo ; (vi) Inundação, durante o Miocénico Médio (Langiano e Serravaliano Inferior, 15 Ma / 6 Ma) ; (vii) Progradação (significativa), durante Miocénico Médio (Serravaliano, 15 Ma / 10,5 Ma) ; (viii) Deslocamento importante, para baixo e para o mar, dos biséis de agradação e deposição de prismas de nível baixo (10,5 Ma) ; (ix) Fim da agradação do Miocénico Tardio e deposição de prismas de nível baixo (10,5 Ma / 5,0 Ma) ; (x) Inundação, durante o Pliocénico Inicial (5,0 Ma) ; (xi) Agradação, durante o Pliocénico e Pleistocénico Inicial com muitos depósitos de nível baixo (5,0 / 1,6 Ma) e finalmente (xii) Depósito de ciclos estratigráficos de alta frequência, durante o Pleistocénico Tardio.
Ver: « Ciclo Estratigráfico »
&
« Estratigrafia Sequencial »
&
« Assinatura no Registro Estratigráfico »
O diagrama representa a assinatura estratigráfica do Neogénico, como proposta por Peter Vail e seus alunos, em 1992. Três episódios transgressivos maiores foram reconhecidos em associação com as superfícies basais de progradação: SBP. 24,8 Ma ; SBPg. 16/15 Ma e SBPg. 5,0 Ma. Os deslocamentos dos sedimento para o mar (regressões sedimentares) e para o continente (transgressões sedimentares, isto é, o conjunto retrogradante de regressões sedimentares cada vez mais pequenas induzidas por ingressões marinhas cada vez mais importantes, ou seja, por subidas do nível do mar relativo em aceleração, da ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição, como se podem constatar no diagrama da assinatura estratigráfica, são: (i) Em direcção do mar (episódio regressivo), entre 30,0 Ma e 25,5 Ma ; (ii) Em direcção do continente (episódio transgressivo), entre 25,5 Ma e 24,8 Ma ; (iii) Em direcção do mar (episódio regressivo), entre 24,8 Ma e 15,5 Ma ; (iv) Em direcção do continente (episódio transgressivo), entre 15,5 Ma e 15,0 Ma ; (v) Em direcção do mar (episódio regressivo), entre 15,0 Ma e 10,5 Ma ; (vi) Em direcção da continente (episódio transgressivo), entre 10,5 Ma e 5,0 Ma e (vii) Em direcção do mar (episódio regressivo), entre 5,0 Ma e 0,8 Ma. A alternância das configurações internas destes intervalos estratigráficos é, bem visível, nas linhas sísmicas. Isto é, particularmente, verdadeiro nas margens divergentes, como ilustrado na tentativa de interpretação de um autotraço Canvas de uma linha sísmica do offshore da bacia geográfica de Pelotas (Brasil / Uruguai). O reconhecimento de uma tal alternância permite, por vezes, de datar os intervalos estratigráficos a priori, os quais, em geral, são ciclos sequência (quando a diferença de idade das discordâncias que os limitam é entre a 0,5 My e 3-5 My) ou subciclos de invasão continental (quando a diferença de idade entre as discordâncias que os limitam é entre 3-5 My e 50 My). Em associação com as descidas do nível mar relativo (combinação do nível do mar absoluto e da subsidência ou do levantamento induzidos pela tectónica), que induziram as discordâncias SB. 5,5 Ma, SB. 10,5 Ma, SB. 12,5 Ma, SB. 13.8 Ma, SB. 15,5 Ma e SB. 16,5 Ma, e as suas paraconformidades correlativas (em água profunda), depositaram-se, nas partes profundas da bacias cones submarinos (coloridos em amarelo). Estes cones submarinos turbidíticos (conjunto de cones submarinos de bacia, CSB, e de cones submarinos de talude, CST) são, em geral, fossilizados, isto é, cobertos por espessos prismas de nível baixo (PNB ) (coloridos em violeta). A discordância SB. 30 Ma, parece ter sido induzida por uma grande descida do nível do mar absoluto ou eustático (nível do mar referenciado ao centro da Terra ou a um satélite), durante Oligocénico. Esta descida do nível do mar absoluto eustático que ocorreu, mais ou menos, entre o Rupeliano e o Chatiano foi, para um grande número de geocientistas, provavelmente, induzida pela formação da calota glaciária ou inlandsis da Antárctica*, a qual, em alguns locais, tem, actualmente, uma espessura de cerca de 4000 metros, por cima de um continente rochoso. A geometria dos sedimentos do Oligocénico Superior (acima do limite de ciclo sequência SB. 30 Ma) e do Miocénico Inferior (Aquitaniano / Burdigaliano) é, principalmente, retrogradante **. Ela contrasta coma geometria progradante dos intervalos sedimentares posteriores, nos quais as condições geológicas de nível baixo (do mar) são predominantes. Com efeito, como ilustrado na curva das variações do nível do mar relativo, pode dizer-se que depois da grande descida do nível do mar eustático durante o Oligocénico, globalmente, o nível do mar (absoluto), subiu até ao Burdigaliano para depois descer até ao início do Pliocénico (SB. 5,5 Ma). Uma nova subida do nível do mar absoluto ocorreu no Pliocénico Inferior, para depois descer durante as glaciações do Pleistocénico. Depois das glaciações, o degelo induziu uma subida do nível do mar absoluto de cerca de 120 / 130 metros. A fusão de uma massa de gelo só produz uma subida do nível do mar, quando o seu substrato é rochoso. O degelo de uma plataforma glaciária (mar de gelo), ao contrário da de um inlandsis produz uma descida do nível do mar absoluto, uma vez que o gelo é menos denso do que a água.
(*) Inlandsis é um termo escandinavo que significa "gelo no meio da terra” e que portanto não deve ser confundido com um mar ou plataforma de gelo. O degelo de um inlandsis, assim como o degelo de um glaciar (de maneira menos significativa), origina uma subida do nível do mar absoluto (subida eustática), enquanto que o degelo de uma plataforma ou mar de gelo provoca uma descida eustática.
(**) Em estratigrafia sequencial o termo retrogradante, como por exemplo na frase intervalo sedimentar retrogradante, não tem o mesmo significado que na linguagem comum (fazer voltar para trás, fazer recuar, fazer marchar em sentido contrário, etc.). Ele significa, unicamente, que, globalmente, o intervalo sedimentar se espessa para o continente, ou seja em sentido contrário ao espessamento de um intervalo progradante.
Assinatura no Registo Estratigráfico...............................Signature in Stratigraphic Record
Signature (registre stratigraphique)/ Firma estratigráfica / Unterschrift (stratigraphische Aufnahme) / 签名(地层记录) / Аномалия (в стратиграфической колонке) / Signature (record stratigrafico)
Resposta registada nas séries sedimentares dos eventos terrestres e extraterrestres, como: (i) Tectónicos ; (ii) Eustáticos ; (iii) Climáticos ; (iv) Acarreios sedimentares ; (v) Explosões solares ; (vi) Impactos, etc. Desde que a espessura dos registos é superior à resolução sísmica, a maior parte destes eventos pode ser reconhecida nas linhas sísmicas, em particular, nas linhas sísmicas regionais.
Ver: « Assinatura Estratigráfica (Neogénica) »
&
« Resolução Sísmica »
&
« Estratigrafia Sequencial »
Este esquema, tirado do curso de P. Vail da Universidade de Rice (Texas, EUA), mostra: (i) A hierarquia dos eventos geológicos ; (ii) As correlações (global, regional ou local) entre os diferentes dos eventos geológicos e (iii) A causa principal dos eventos geológicos. Por exemplo, considerando a assinatura dos ciclos de invasão continental, induzidos pelos ciclos eustáticos de 1a ordem, cuja duração é maior que 50 My, pode dizer-se que: (a) A sua distribuição espacial (correlação) é global ; (b) Eles são induzidos por ciclos eustáticos de 1a ordem (distribuição temporal) e (c) Eles são, muito provavelmente, causados pelas variações de volume das bacias oceânicas induzidas pelo alastramento oceânico. Todavia, esta última conjectura só é válida se a quantidade de água, sob todas as suas formas (liquida, sólida e gasosa), for constante desde a formação da Terra há, mais ou menos, 4,5 Ga, ou seja, 4,5 mil milhões* de anos atrás. Esta conjectura, até hoje, ainda não foi refutada. Ao contrário, a grande maioria das observações geológicas corrobora-a. Assim, a quando da ruptura de um supercontinente como, por exemplo, do supercontinente Protopangéia (Rodínia) ou do supercontinente Pangéia, a subsequente expansão ou alastramento oceânico produziu montanhas submarinas (dorsais oceânicas) importantes, o que diminui de maneira significativa o volume das bacias oceânicas. Em tais condições, se a quantidade de água for constante**, o nível do mar absoluto ou eustático, isto é, o nível do mar referenciado ao centro da Terra ou a um satélite, é obrigado a subir invadindo os continentes. Ao contrário, desde que as colisões continentais, associadas às zonas de subducção de Benioff (tipo-B) ou de Ampferer (tipo-A) começam a ser predominantes, o que acontece, geralmente, na parte final ou muito avançada da expansão oceânica, o volume das bacias oceânicas diminui, devido à subducção das montanhas oceânicas, o que obriga o nível do mar global ou eustático a descer exumando uma grande parte da crusta continental. É importante não esquecer que as variações do nível do mar durante as ingressões marinhas (subidas do nível do mar absoluto ou relativo, que deslocam a linha da costa para o continente) são mais lentas (mais ou menos, de 0,1 cm por 1000 anos) do que durante as regressões marinhas (mais ou menos, de 2 cm / 1000 anos). Peter Vail considera, que o factor preponderante das assinaturas estratigráficas, ou seja, da ciclicidade dos sedimentos, é a eustasia (variações do nível do mar absoluto ou eustático) e não a tectónica (subsidência ou levantamento), uma vez que as mudanças eustáticas são muito mais rápidas do que as mudanças tectónicas. De facto durante o Mesozóico -Cenozóico, ou seja, durante o 2° ciclo de invasão continental continental pós-Pangeia, que foi induzido pelo 2° ciclo eustático de 1a ordem do Fanerozóico, cuja duração foi de, mais ou menos, 250 My houve quatro orogenias: (i) Fim da Apalacheniana ou Alegeniana (± 260-250 Ma) ; (ii) Nevadiana (± 180-135 Ma) ; (iii) Laramidiana (± 65-60 Ma) e (iv) Alpina (± 25-13 Ma). Entretanto durante esse tempo (± 250 My) depositaram-se, oito grande subciclos de invasão continental, em associação com oito grandes ciclos eustáticos de 2a ordem (duração entre 3-5 My e 50 My), dentro dos quais foram individualizados cerca de 120 ciclos-sequência, induzidos por ciclos eustáticos de 3a ordem, cuja duração varia entre 0,5 My e 3-5 My. Por outro lado, a tectónica (subsidência ou levantamento) por si só, não produz superfícies de erosão. Estas só se podem formar se os sedimentos forem expostos aos agentes erosivos, o que implica, necessariamente, descidas do nível do mar relativo (combinação do nível do mar absoluto e da tectónica) que exumam a plataforma e a parte superior do talude continental. Todavia, em certos tipos de bacias sedimentares da classificação de Bally e Snelson (1980), como nas bacias de antepaís, por exemplo, as variações tectónicas podem ser, localmente, preponderantes. A tectónica, que ela seja compressiva (encurtamento) ou expansiva (alargamento) é responsável do dobramento, falhamento, magmatismo, diapirismo, ciclos ingressões /regressões, acarreio sedimentar, etc. Ela pode ter uma distribuição regional ou local, enquanto que a eustasia (termo usado para designar o processo que se traduz as variações eustáticas, ou seja nas variações globais do nível do mar) é considerada ter uma distribuição global, o que certos geocientistas põem em dúvida.
(*) Em português corrente um Giga (1x109) do Sistema Internacional de Unidades diz-se mil milhões e não bilião como dizem os brasileiros. Em português um bilião é um milhão de milhões ou seja a unidade seguida de 12 zeros (1012) e não mil milhões (1x 109). Por isso é sempre melhor seguir o Sistema Internacional de Unidades.
(**) Existem, aproximadamente, 14250 x 1012 toneladas de água, das quais 16700 x 109 são sob a forma de gelo.
Assoalhado Oceânico (fundo oceânico).........................................................................................................................Deep Sea Floor
Grand fond océanique / Gran Fondo oceánico / Tiefen Meeresboden / 深海海底 / Глубокое морское дно / Fondo marino profondo
Parte da crusta terrestre, submersa pelos mares e oceanos, caracterizada por uma diversidade de profundidades, formas e ambientes sedimentares. Excluindo a região litoral ou parálica, que corresponde à faixa de rebentação (das ondas do mar) e à terra sempre emersa, o assoalhado oceânico divide-se em três vastas regiões : (i) Nerítica, Sublitoral ou Áctica ; (ii) Batial e (iii) Abissal.
Ver: « Ambiente de Deposição »
&
« Abissal »
&
« Fundo do Mar »
No corte geológico ilustrado nesta figura, morfologicamente, na região nerítica, quando a bacia tem uma plataforma, o que acontece quando dentro de um ciclo-sequência, a ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição (mais ou menos a linha da costa) está localizada a montante do rebordo continental (que neste caso é também o rebordo da bacia) distingue-se a plataforma continental (1), que é a parte do fundo oceânico que, por convenção, se estende desde a linha das marés até à profundidade de, mais ou menos, 200 metros. É na plataforma continental, isto é, a montante do rebordo da bacia (rebordo continental), que os vales cavados se formam no seguimento de uma descida significativa do nível do mar relativo que pôs o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia. Como consequência de tal descida as desembocaduras dos rios são deslocadas para o mar rompendo, assim, o perfil de equilíbrio provisório. Os vales cavados são preenchidos, quase totalmente, durante o depósito da parte superior do prisma de nível baixo (PNB). Na região batial (2), entre 200 e 2000 metros de profundidade de água, a formação de canhões submarinos é comum, muitos dos quais estão associados com a descida do nível do mar relativo responsável da discordância inferior que limita o ciclo-sequência considerado. Como no caso dos vale cavados desenvolvidos na plataforma e planície costeira, os canhões submarinos são, totalmente, preenchidos durante o depósito do prisma de nível baixo (PNB) do ciclo-sequência. Igualmente, na parte basal do ambiente batial, o depósito de cones submarinos de talude (CST), associados às correntes de turbidez (turbidíticas), é quase sempre presente. Na região abissal, que tem uma profundidade de água (lâmina de água) superior a 2000 metros, como ilustrado, diversas unidades morfológicas do fundo do mar podem existir: (i) Fundos Oceânicos ; (ii) Planícies Abissais ; (iii) Bacias e Depressões Oceânicas ; (iv) Colinas Submarinas ; (v) Dorsais Oceânicas ; (vi) Fossas Abissais, etc. Estas unidades são, mais ou menos, desenvolvidas em função do tipo de margem continental (divergente, convergente ou deslizamento). As morfologias do fundo oceânico de uma margem continental divergente e de uma margem convergente são bastante diferentes, uma vez, que elas estão associadas a diferentes eventos geológicos. A parte profunda do assoalhado oceânico é, em geral, constituída por crusta vulcânica (na grande maioria ela é oceânica mas, localmente e, particularmente, no início do alastramento oceânico, ela pode ser subaérea), a qual, perto dos continentes, forma o substrato dos prismas sedimentares. Longe dos continentes, onde o acarreio sedimentar é fraco, a crusta oceânica é, geralmente, coberta por um intervalo, relativamente, pouco espesso de sedimentos pelágicos finos, que podem levar muitos anos a atingir o fundo do mar, como parece ter sido o caso no offshore do Labrador, ilustrado nesta figura. Com efeito, as linhas sísmicas de este offshore, como os seus autotraços mostram, entre as dorsais oceânicas (altos da crusta oceânica) um preenchimento sedimentar por biséis de agradação verdadeiros (visíveis em todas as direcções) que corroboram um preenchimento por decantação vertical (processo de separação que permite separar misturas heterogéneas bifásicas, em particular sólido-líquido, ou seja, sedimentos e água, fundamentado nas diferenças existentes entre as densidades dos componentes da mistura). Em termos sedimentológicos, ao nível de um ciclo-sequência, pode dizer-se que a plataforma continental é o domínio dos sedimentos de água pouco profunda, que o talude continental (zona batial e a parte proximal da zona abissal) é o domínio do grupo de cortejos de nível baixo (CNB) e, particularmente, do prisma de nível baixo (PNB) e dos cones submarinos de talude (diques marginais naturais e depósitos de transbordo) e, que a zona abissal, é o domínio dos cones submarinos de bacia (CSB), sobretudo, quando estes não estão conectados aos cones submarinos de talude e dos sedimentos pelágicos (sedimentos de granulação fina que se acumula como resultado da deposição de partículas no assoalho oceânico sob águas profundas). Os sedimentos pelágicos na base da sua composição podem ser: (a) Vasas siliciosas*; (b) Vasas calcárias e (c) Argilitos vermelhos. Não esqueça que, em parte, foi a morfologia do assoalhado oceânico, que sugeriu a Tectónica das Placas, que é a teoria unificadora que explica como é que a Terra trabalha.
(*) Para muitos geocientistas, o termo vasa implica, pelo menos, 30% de restos microscópicos de carbonato de cálcio ou sílica de organismos planctónicos, o que quer dizer, que a granulometria das vasas é, normalmente, bimodal com uma fracção biogénica bem definida (tamanho silte / areia) e outra fracção siliciclástica de tamanho argila.
Assoreamento (aluviamento)...................................................................................................................................Alluvium Accumulation
Alluvionnement / Acumulación aluvial / Aufschüttung / 冲积层堆积 / Отложение аллювия / Accumulo di alluvione
Deposição de partículas sedimentares (areia, argila, limo, etc.) que se acumulam pela acção das correntes, onde antes a água se escoava. Acumulação de aluviões no fundo dos vales ou nas desembocaduras e diminuição da lâmina de água. Assoreamento é, muitas vezes, considerado como sinónimo de Agradação.
Ver: « Agradação »
&
« Deposição Fluvial »
&
« Escoamento de Detritos »
Segundo vários geocientistas, as taxas de desnudação*, durante o Paleozóico, inferidas da partir do volume das rochas sedimentares preservadas, sugerem uma erosão continental em média de cerca de 16 metros durante um milhão de anos (16m / My). Uma tal erosão teria produzido uma acumulação sedimentar de cerca de 5 Gt / ano. Todavia, parece que a erosão aumentou de maneira irregular desde Paleozóico e até ao Pliocénico, uma vez que durante esta época do período Terciário, a erosão continental médio foi de cerca 53 m / My com 16 Gt / ano de deposição. Actualmente, o transporte sedimentar dos rios parece ser semelhante ao dos rios durante o Neogénico Tardio, com uma desnudação continental de cerca de 62 m / My e uma deposição de cerca de 21 Gt / ano. O acarreio sedimentar dos rios e a morfologia das bacias hidrográficas, sugere que a erosão natural é, principalmente, confinada às áreas de drenagem. Cerca de 83% do acarreio sedimentar dos rios deriva de 10% das áreas mais alta da Terra. A erosão subaérea resultante da actividade humana (sobretudo da agricultura e construção civil) aumentou de maneira significativa a taxa de desnudação, principalmente, nas zonas baixas da superfície terrestre. A disparidade entre o acarreio natural (± 21 Gt / y) e o acarreio antropogénico (± 75 Gt / y), inferido das perdas dos terrenos agrícolas, explica a espessura e idade dos assoreamentos. Com ilustrado na figura do Rio Tejo (Portugal), o assoreamento dos canais e planícies aluviais, que em média, é de, ± 12600 m / My), é o processo geomorfológico mais importante em termos de erosão e deposição. O assoreamento antropogénico ou antrópico (este termo refere-se aos efeitos, processos ou materiais que são o resultado de actividades humanas) é superior ao induzido pelos glaciares do Pleistocénico e ao induzido pela erosão alpina actual (processos fluvioglaciares). Por outro lado, os dados disponíveis sugerem que, desde 1961, a área cultivada, globalmente, aumentou de cerca de 11%, enquanto a população mundial, praticamente, duplicou. O efeito combinado deste dois factores, isto é, da área cultivada e do aumento da população, é dramático, uma vez que a área cultivada per capita (por pessoa ou por cabeça) diminuiu de cerca de 44% durante o mesmo intervalo de tempo (± 50 anos), o que em média dá uma diminuição de, mais ou menos, 1% por ano. Isto é, cerca de 25 vezes a taxa de perda do solo prevista pela desnudação das terras agrícolas induzida pelo homem. Num contexto de produção de alimentos per capita, a perda de solo por erosão de terras agrícolas é pouco significativo quando comparado com o impacto do crescimento populacional. (http:// gsabulletin.gsapubs.org/content/119/1-2/140. abstract). No diagrama desta figura, o solo é a camada superficial da crusta terrestre que resulta da meteorização, isto é, da desintegração das rochas pela acção dos agentes físicos, químicos e biológicos que actuam, sobretudo, à superfície da Terra. O solo é, em geral, composto de matérias orgânicas e minerais, sendo os seus principais componentes a argila, o calcário, o humo e a areia. O loess (ou loesse) pode ser considerado como um solo particular, que corresponde ao depósito de partículas sedimentares finas (quartzo, argila, óxido de cálcio, limonite, etc.) transportadas pelo vento, geralmente, não estratificado e muito fértil. Como ilustrado, nos esquema geológicos da parte esquerda desta figura, o assoreamento (acumulação de areias, calhaus, lodo, etc. nas zonas de fraco desnível do leito dos rios, especialmente na parte final do seu curso) é muito activo nos vales sem vegetação ripária ou ripícola (vegetação presente em espaços próximos a corpos da água ou seja, zona ripária), uma vez que a vegetação não só filtra a água das chuvas, mas, também, as raízes das plantas impedem que a terra das margens dos rios de se desmoronar. Dito doutra maneira, uma desarborizarão ripária facilita o assoreamento dos rios adjacentes, enquanto que uma arborização ripária dificulta o assoreamento. Actualmente, por ano, chegam aos rios (que contêm cerca de 0,0001% da totalidade da água existente na Terra) e aos oceanos mais de 24 x 109 toneladas de húmus arrastadas pela chuvas.
(*) Desgaste de massas rochosas à superfície da crusta terrestre causado pela acção dos agentes destrutivos e erosivos, que muda para um outro lugar o solo ou o material rochoso desagregado ou dissolvido. Pode dizer-se que actualmente um continente desgasta-se anualmente cerca de 135 toneladas/km9, o que corresponde a uma redução de cerca de 1 metro todos os 22000 anos. Por outras palavras, sem levantamento tectónico ou isostático, para que um continente, como, por exemplo a Europa ficasse ao nível do mar, seriam necessários cerca de 20 My.
Astenosfera...............................................................................................................................................................................................................................Astenosphere
Asthénosphère /Astenósfera / Asthenophere / 软流圈 / Астеносфера / Astenosfera /
Zona externa do manto da Terra, situada debaixo da litosfera e muito menos rígida que esta. A astenosfera tem um comportamento plástico, provavelmente, devido a uma fusão parcial do material mantélico. É sobre a astenosfera, onde velocidade das ondas sísmicas é, relativamente, baixa, que assentam as placas tectónicas que formam a litosfera.
Ver: " Litosfera "
&
" Crusta "
&
" Terra "
A Terra tem um diâmetro de 12714 km, ao longo dos pólos e de 12756 km, ao longo do equador. A Terra tem uma massa de 5,9736 x 1024 kg, um volume de 1083 x 1027 cm3 e uma densidade média de 5,517 g/cm3 (perto da superfície dos continentes, ela é cerca de 2,7 g/cm3 e no fundo do oceano, cerca de 3,0 g/cm3). A Terra é um planeta diferenciado, isto é, os componentes materiais que a formam estão separados e segregados segundo a sua densidade. Os materiais mais densos estão concentrados perto do centro e os menos densos perto da superfície. As diferentes camadas são reconhecidas na base das suas composições e das suas propriedades físicas. Assim, pode dizer-se que a Terra é constituída por três camadas concêntricas com diferentes petrografias: (i) Crusta (continental e vulcânica, a qual pode ser subaérea ou oceânica) ; (ii) Manto e (iii) Núcleo. Na base das propriedades físicas (reologia), a Terra pode dividir-se em : (a) Litosfera ; (b) Astenosfera ; (c) Mesosfera e (d) Núcleo. O limite entre o manto e núcleo é marcado por uma diminuição abrupta da velocidade das ondas P (ondas de compressão) e por uma não propagação das sondas S (ondas de cisalhamento), o que sugere, fortemente, que o núcleo interno é, provavelmente, líquido. O limite entre a crusta (ou crosta) e manto superior é marcado por um aumento da velocidade das ondas sísmicas (acima da zona de fraca velocidade ou zona LVZ). Assim, quando se fala de astenosfera e litosfera, isto é, da reologia das camadas, elas podem conter uma ou várias divisões petrográficas. A litosfera, por exemplo, inclui a crusta, a qual pode ser continental ou vulcânica e a parte superior do manto. A astenosfera, que em Grego (asthenēs) significa esfera fraca, está debaixo da litosfera. Ela tem uma espessura média de 200 km e é caracterizada por uma temperatura e pressão suficientemente grande para que parte das rochas que a constituem, percam resistência e fundam o que permite, que elas se escoem lateral e verticalmente. A profundidade da astenosfera depende, directamente da espessura da litosfera, a qual varia entre cerca de 100 km sob os oceanos (alguns quilómetros ai nível das dorsais oceânicas) e cerca de 170 km sob os continentes. A distinção entre a litosfera e a astenosfera é baseada no comportamento mecânico das rochas. A transição de uma área para outra é, geralmente; definida pela isoterma de, mais ou menos 1350 ° C, uma vez que a uma tal temperatura, a maioria das rochas torna-se dúctil, o que permite que a camada superior ou seja a litosfera se desloque. A parte superior da astenosfera é chamada de zona de baixa velocidade (" LVZ" do inglês "Low Velocity Zone").
Atalho de Meandro...........................................................................................................................................................................Neck, Chute Cutoff
Goullote (méandre) / Atajo de meandro / Rutsche, Cutoff / 槽或截止, 在一条河, 跨的快捷方式 menader / Шейка меандра / Scivolo, Cut-off /
Pequeno e estreito canal através da curva de um meandro formado durante uma inundação no decurso da qual o escoamento principal do rio é desviado para uma depressão entre as barras de meandro. Quando um rio corta, completamente, a garganta estreita de um meandro. Também chamado, por vezes, simplesmente Atalho ou Colo de Meandro.
Ver: « Meandro »
&
« Barra de Meandro (fóssil) »
&
« Linha de Baía »
Nesta figura, é fácil de compreender que um atalho de meandro está associado com a ruptura do leito do rio perto do pescoço do meandro. Esta ruptura realiza-se devido a lei do menor esforço, a qual controla todos os eventos geológicos, e que, neste caso particular, obriga a corrente do rio a percorrer menos espaço. Quando um meandro é abandonado, em geral, forma-se um lago, que se chama lago de meandro. Desde que o perfil de equilíbrio provisório de um rio se torna, mais ou menos, horizontal, em condições normais, o rio perde competência e começa a ziguezaguear formando meandros apertados. A erosão localiza-se na parte côncava (exterior) do meandro, enquanto, que na parte convexa se forma uma barra arenosa (barra de meandro). Em períodos de cheia, a energia e competência do rio aumenta substancialmente, o que permite a formação de atalhos de meandro e canais de meandros abandonados. Na maior parte dos casos, os atalhos e abandonos não são definitivos, quer isto dizer, que desde que as condições se normalizam, o rio pode voltar ao seu leito original. Contudo, como os depósitos das barras de meandro (quando o rio é activo) e tampões argilosos (quando o meandro é abandonado) preenchem, pouco a pouco, o canal, este é, mais cedo ou mais tarde, abandonado definitivamente, e o atalho de meandro fica a ser o novo leito do rio. Sob ponto de vista da análise sequencial, é importante notar, que as desconformidades (definidas pelos biséis de agradação, por exemplo) observadas nos depósitos associados com os meandros (barras de meandro e tampões argilosos), não correspondem a discordâncias (limites de ciclos estratigráficos), visto que a erosão (na parte côncava do meandro) e a deposição (na barra de meandro, parte convexa do meandro) são síncronas. Em outros termos, não existe uma superfície de erosão induzida por uma descida significativa do nível do mar relativo e os depósitos não estão associados a um aumento da acomodação ou seja um aumento do espaço disponível par os sedimentos induzido subida relativa do nível do mar (ingressão marinha).
Atalho de Meandro (evolução).........................................................................................................................................Neck, Chute Cutoff
Coupure de Goulotte / Atajo de meandro / Rutsche, Cutoff (Mäander) / 槽或截止 / Прорезь в перешейке / Scivolo, Cut-off, Collo di meandro /
Pequeno e estreito canal através da curva de um meandro formado durante uma inundação no decurso da qual o escoamento principal do rio é desviado para uma depressão entre as barras de meandro. Quando um rio corta, completamente, a garganta estreita de um meandro. Chamado, por vezes, simplesmente Atalho ou ou Colo de Meandro.
Ver: “ Meandro ”
&
" Planície Deltaica "
&
" Barra de Meandro (modelo) "
Estas cartas ilustram as mudanças morfológicas, que a região do sítio arqueológico de Bone Bank (EUA) sofreu durante o último milénio. Actualmente, o lago de meandro (Pântano de Cypress), que está preenchido, principalmente, por aluviões, fica a Sul e a Este do sítio. Antes da civilização Caborn-Welborn, há cerca de 1700 anos, o rio Wabash corria ao longo de meandros, mais ou menos, apertados. Contudo, no inicio do século XV, o rio cortou a garganta apertada de um meandro por um atalho individualizando um lago de meandro (lago do Pântano de Cypress). Hoje, como ilustrado na carta de USGS, a morfologia é bastante diferente da de 1807. Na realidade, desde à cerca de 200 anos, um meandro destruiu, continuamente, a margem ocidental do sítio arqueológico. A formação de barras de meandro e o preenchimento, por sedimentos argilosos, dos meandros abandonados (tampões argilosos) não estão associados, pelo menos directamente, às variações do nível do mar relativo, isto é, às subidas do nível do mar relativo que aumentam o espaço disponível para os sedimentos. Da mesma maneira, a erosão dos bancos de meandro (parte côncava do meandro) não é induzida por uma descida do nível do mar relativo. Neste tipo de ambiente sedimentar, a deposição e erosão são fenómenos locais, directamente, associados a velocidade de escoamento da corrente, a qual é maior na parte externa (onde há erosão) do que na parte interna onde há deposição (barra de meandro). Assim, as terminações dos planos de estratificação (biséis de agradação) que se observam na barra de meandro e nos tampões argilosos (o que, muitas vezes, é bem visível nas linhas sísmicas, particularmente, nas linhas 3D) não definem superfícies de erosão, quer isto dizer, discordâncias induzidas por descidas significativas do nível do mar relativo. Por outras palavras, estas superfícies (estratigráficas ou sísmicas) não limitam ciclos estratigráficos. A influência das variações do nível do mar relativo é aqui pouco significa.
Atmosfera...........................................................................................................................................................................................................................................Atmosphere
Atmosphère / Atmósfera / Atmosphäre / 气氛 / Атмосфера / Atmosfera /
Camada de gases que pode envolver um corpo celeste quando este tem uma massa suficiente para que a força de gravidade que ele induz possa reter-la. A retenção da atmosfera de um corpo celeste depende do valor da gravidade e da temperatura da atmosfera. Quando maior for a força da gravidade e mais baixa a temperatura da atmosfera mais estável é a camada de gases à volta do corpo celeste.
Ver: “ Terra ”
&
" Supernova "
&
" Big Bang (teoria) "
A atmosfera é o envelope de gases que envolve um planeta que este retém devido à sua força de atracção. Além de fornecer um aporte essencial de oxigénio, a atmosfera terrestre controla também a temperatura e protege-a contra os efeitos da radiação solar, tornando a vida possível. As mudanças das condições atmosféricas: (i) Movimento (vento) ; (ii) Temperatura ; (iii) Teor de água ; (iv) Precipitação (chuva) - constituem o clima. No que diz respeito à composição química da atmosfera, três componentes principais são evidentes: (a) Azoto ; (b) Oxigénio et (c) Árgon, assim como um grande número de componentes secundários, entre os quais o dióxido de carbono, hélio, néon, crípton, xénon, hidrogénio e óxidos de azoto. Muitos outros componentes existem sob a forma de traços devido a actividade vulcânica e industrial. A variação da temperatura da atmosfera é complexa,. O gradiente correspondente a uma descida da temperatura nos primeiros quilómetros cima da superfície terrestre, inversa-se depois várias vezes o que permite de subdividir a atmosfera em várias camadas separadas pelas chamadas pausas ou inversões. A camada mais próximo da Terra, a qual marca o clima, é a troposfera. Acima da troposfera encontra-se a estratosfera, que se estende entre 10-16 km até, mais ou menos, 50 km. A mesosfera localiza-se acima da estratosfera, mais ou menos, entre 55 km e 80 km. A mesosfera contém a mesopausa e uma grande parte da camada D, que é uma região de baixa ionização. Acima da mesosfera, a termosfera é limitada entre, mais ou menos, 80 km de altitude e o bordo da atmosfera. É nesta última camada da atmosfera, que recebe do Sol uma enorme quantidade de energia radiante, que ocorrem fenómenos luminosos nocturnos particulares, como, por exemplo, as auroras. A parte mais externa da atmosfera é a exosfera, que tem muito poucas moléculas com uma velocidades apropriadas para escapar para o espaço interestrelar. A pressão exercida pelo peso da atmosfera de um planeta chama-se a pressão atmosférica. A pressão atmosférica e a densidade diminuem, rapidamente, de maneira, mais ou menos, exponencial com a altitude. A pressão atmosférica é baixa nos ciclones e alta nos anticiclones. A energia solar é de forma radiactiva. A temperatura do Sol (± 5377° C) explica o seu largo espectro, que vai dos raios ultravioletas (UV) aos infravermelhos(IV) passando pelo espectro visível. A parte desta energia que é intersectada pela Terra é, em média, de 342 W/m2. Antes que a energia solar entre no envelope atmosférico ela é filtrada. Na estratosfera, uma primeira filtragem se faz, com a intersecção de uma parte das ondas ultra violetas (UV) pelo ozono, que absorve cerca de 22% da energia. Os restantes 72% entram na troposfera mas uma parte substancial (cerca de 26% da energia inicial) é absorvida ou reflectida pelas numerosas partículas que aí se encontram, assim como pelo topo das nuvens (albedo atmosférico). Assim, o fluxo solar inicial é reduzido a cerca de 52%. Desde que ele atinge o substrato oceânico ou continental, cerca de 5% é reflectida (albedo da superfície), o que quer dizer que devido à atmosfera unicamente 47% da energia solar inicial chega a superfície da Terra.
Atol ...................................................................................................................................................................................................................................................................................................Atoll
Atoll, Île corallienne / Atol / Atoll / 环礁 /Атолл (кольцеобразный коралловый риф) / Atollo /
Ilha baixa, formada por recife coralino de forma anelar, contínuo ou interrompido por pequenos canais, envolvendo uma laguna central pouco profunda. No fundo da laguna crescem corais, muitas vezes em formas de pináculo ou em cabeços com forma esférica.
Ver: " Atolon "
&
" Recife "
&
" Laguna "
Em plano, um recife coralino aparece como um recife em forma de anel ou de ferradura, que emerge da água profunda e fecha, parcialmente, uma laguna, razão pela qual os atóis são, por vezes, chamados ilhas lagunares. Como os atóis são a consequência do crescimento de organismos marinhos tropicais, eles encontram-se, unicamente, nas águas tropicais quentes. A formação da grande maioria dos atóis pode resumir-se da seguinte maneira : (i) Os corais instalam-se e crescem à volta de uma ilha oceânica, em geral, uma ilha vulcânica, formando um recife en franjas ; (ii) Em condições favoráveis, o recife expande-se e o interior da ilha afunda-se ; (iii) Eventualmente, a ilha afunda-se, completamente, deixando a franja de corais à superfície, que continua a desenvolver-se com uma laguna, mais ou menos, aberta na parte central. Quando uma ilha vulcânica se situa numa área onde a temperatura é, suficientemente, quente para permitir o crescimento de recifes, que contrabalance a subsidência (subida do nível do mar relativo), diz-se que a ilha está no ponto de Darwin. Ao contrário, quando uma ilha vulcânica está localizada num sítio fora das condições de formação e desenvolvimento dos corais, ela é, parcialmente, erodida e, mais tarde ou mais cedo, afunda-se originando um monte submarino. A distribuição dos atóis é muito instrutiva. A maioria dos atóis do mundo está no Oceano Pacífico, com concentrações nas ilhas Tuamotu (Rangiroa 1762 km2, área terrestre 79 km2), Carolina, Marshall, Mar de Coral, e em grupos de ilhas como o de Kiribati, Tuvalu e Tokelau. No Oceano Índico os atóis mais importantes são os das Maldivas (atol de Ari 2252 km2, área terrestre 69 km2, Malé norte 1 565 km2, área terrestre 69 km2 e Huvadhu 3152 km2, área terrestre 38,5 km2, o qual tem cerca de 250 ilhas), Ilhas Laccadive, arquipélago dos Chagos (12642 km2, área terrestre unicamente 4,5 km2) e ilhas externas das Seychelles. O oceano Atlântico não tem grandes grupos de atóis, a não ser os oito atóis do Este do Nicarágua. Na maioria dos casos, a área de terra de um atol é muito pequena em comparação com a área total.
Atolon (Faro)...........................................................................................................................................................................................................................................................Atollon
Atollon, Faro / Atolón / Atollen / 法鲁 / Небольшой атоллоподобный риф / Faro /
Conjunto de pequenos atóis encadeados. Sinónimo de Faro.
Ver: " Atol "
&
" Faro (atolon) "
&
" Recife "
Nesta imagem reconhecem-se, claramente, os diferentes atóis encadeados que formam o atolon das Maldivas. Cada atol corresponde a uma ilha baixa, formada por um recife coralino de forma anelar, contínuo ou interrompido por pequenos canais, envolvendo uma laguna central pouco profunda. No fundo da laguna crescem corais, em forma de pináculo ou cabeços de geometria esférica. Na margem externa, sobre a plataforma do recife, emergem bancos de areia coralígena, que constituem ilhotas ou se dispõem em degraus de praia devidos à rebentação das ondas. Na morfologia da plataforma do atol evidenciam-se, por vezes, blocos de calcário recifal talhados em cogumelos ou em forma de cabeça. Quando os canais entre as ilhas de recife são profundos eles permitem a navegação e constituem os canais de passagem (canal de Kardiva e Suvadiva). Na história geológica, muitos atóis morrem durante as subidas do nível do mar relativo*. Na realidade, a sobrevivência dos atóis e, por consequência, de um atolon, implica que o crescimento dos corais contrabalance a subida do nível do mar relativo (eustasia mais tectónica, isto é, levantamento ou subsidência) afim que a profundidade de água na qual os corais se encontram seja, mais ou menos, constante. Caso contrário, os corais vão encontrar-se sob uma grande lâmina de água e, pouco a pouco, morrerão, sobretudo, se a subida do nível do mar relativo for controlada mais pela subsidência do que pela eustasia (neste caso, a taxa da subsidência parece ser mais rápida do que a taxa da eustasia). O mesmo sucede com as plataformas carbonatadas, o que criou na análise sequencial um grande tema de discórdia entre escola de Vail e Schlager. Vail considera que uma discordância (superfície de erosão) é sempre associada a uma descida do nível do mar relativo, que provoca a exumação das plataformas calcárias e assim a morte dos corais uma vez que estes pode ser postos debaixo da zona fótica. Wolfang Schlager considera que certas discordâncias de Vail, sobretudo nas plataformas carbonatadas, não correspondem a descidas significativas do nível do mar relativo, mas ao contrário a subidas significativas do nível do mar relativo que colocaram a plataforma carbonatada debaixo da zona fótica impedindo a formação de carbonato. Assim, neste caso, não existe nenhuma superfície de erosão , que ma análise sequencial limita dos ciclos estratigráficos, mas sim uma superfície de afogamento.
(*) Não esqueça que o nível do mar pode ser absoluto ou eustático e relativo. O nível do mar absoluto ou eustático é o nível do mar global referenciado ao centro da Terra ou a um satélite, o qual é dependente da glacioeustasia, tectonicoeustasia, geoidaleustasia, e da temperatura dos oceanos. O nível do mar relativo é local e referenciado quer ao topo da crusta continental (base dos sedimentos) quer ao fundo do mar. O nível do mar relativo é o resultado da combinação do nível do mar absoluto ou eustático e da tectónica (subsidência ou levantamento).
Átomo......................................................................................................................................................................................................................................................................................Atom
Atome / Átomo / Atom / 原子 / Атом / Atomo /
Unidade básica da matéria composta por um núcleo denso envolvido por uma nuvem de electrões carregados negativamente. O núcleo é composto de uma mistura de protões (partículas carregadas positivamente) e neutrões (electricamente neutros, salvo no caso do hidrogénio, cujo núcleo não têm nenhum neutrão).
Ver: " Matéria e Antimatéria "
&
" Fissão Nuclear "
&
" Datação Radiométrica "
Os átomos são muito grandes. Eles têm que o ser, porque contém muitas coisas acumuladas. É verdade que pensamos muitas vezes, nos átomos como sendo coisas muito pequenas, mas isso acontece apenas porque nós somos muito grandes. Para aperceber a grandeza de um átomo imagine, que ele se expande até que o tamanho do núcleo, se torne igual ao tamanho de um homem. Nestas condições, o átomo seria então um fino nevoeiro de electrões espalhado por uma esfera de 100 km de raio. O núcleo do átomo do mais comum tipo de hidrogénio tem uma simples partícula carregada positivamente que os cientistas chamam protão. O átomo de um raro tipo de hidrogénio, chamado deutério, tem um núcleo com um protão e um neutrão. Os neutrões têm uma carga negativa. Os protões e os neutrões formam todos os núcleos excepto o núcleo típico do hidrogénio que é constituído por um simples protão. Por esta razão os protões e os neutrões são colectivamente chamados nucleões. Os protões e os neutrões são considerados como partículas elementares embora eles sejam constituídos de partículas mais simples chamadas quarks. Os quarks são unidades fundamentais da matéria que formam não unicamente os protões e neutrões, mas também outras partículas elementares chamadas mesões. Três quarks formam um protão ou um neutrão e dois quarks formam um mesão. Os nucleões e mesões são colectivamente chamados hadrões. Todos eles são formados por quarks. Os quarks não podem ser arrancados das partículas que eles formam uma vez que eles são atirados uns contra outros por uma força chamada força magnética forte ou força forte que aumenta com a distância. Pode dizer-se que os quarks estão ligados uns aos outros por bandas que correspondem ao que os cientistas chamam gluões. Os quarks tem propriedades chamadas sabores e cores. Existem seis sabores e cada um deles tem três cores. Partículas elementares com carga oposta à normal ocorrem na natureza. Elas são produzidas nas reacções nucleares e podem ser feitas no laboratório. Este tipo de matéria com carga eléctrica invertida é chamada antimatéria. Protões negativos ou antiprotões e electrões positivos ou positrões são antimatéria. A antimatéria dura pouco tempo uma vez que desde que um electrão positivo encontra ou choca com um electrão normal (negativo) ou que um protão negativo choca com um protão normal, quer isto dizer, com um protão positivo, a sua massa é transformada em energia. Os electrões num átomo são atraídos pelos protões do núcleo pela força electromagnética fraca. Esta força liga os electrões dentro de um potencial electrostático à volta do núcleo, o que significa que é necessário uma fonte externa de energia para que um electrão se escape do átomo. Mais próximo um electrão se encontra do núcleo, maior é a força atractiva. Os electrões próximo do centro requerem mais energia para escapar que os electrões mais afastados. Os electrões, como outras partículas, têm propriedades de uma partícula e de uma onda. Na nuvem de electrões à volta do núcleo, cada electrão forma uma onda tridimensional estacionária, isto é, uma onda que não se desloca em relação ao núcleo. Este comportamento é definido por uma órbita atómica, isto é, por uma função matemática que caracteriza a probabilidade de que um electrão apareça, num lugar particular, quando a sua posição é medida, quer isto dizer que, apenas um determinado conjunto de órbitas existe à volta do núcleo, uma vez que outros padrões de ondas possíveis decaem, rapidamente, para uma forma mais estável. Cada órbita atómica corresponde a um determinado nível de energia. Um electrão pode mudar seu estado para um nível mais elevado de energia, absorvendo um fotão. Da mesma maneira, um electrão, com uma determinada energia, pode cair para um estado de energia mais baixo, irradiando energia sob a forma de um fotão. As diferenças de energias dos estados quânticos, são as responsáveis das espectrais atómicas.
Autigénese.......................................................................................................................................................................................................................................Authigenesis
Authigenèse / Autigénesis / Authigenesis / Authigenesis (新矿物) / Аутигенезис / Autigenesi (minerali nuovi) /
Processo pelo qual novas fases minerais são cristalizadas nos sedimentos ou nas rochas durante a diagénese. O novos minerais podem ser produzidos por: (i) Reacções envolvendo fases já presentes no sedimento ou na rocha ; (ii) Precipitação de materiais introduzidos na fase fluída ou (iii) Uma combinação de componentes originais e introduzidos. Estes processos, que, em geral, se sobrepõem à alteração e à cimentação, envolvem, normalmente, uma recristalização e podem produzir uma substituição total. As fases autigénicas mais frequentes são silicatos, como, por exemplo, quartzo, feldspatos alcalinos, zeólitos, halite, gesso, turmalina, glauconite, etc.
Ver: " Diagénese "
&
" Autigénico "
&
" Porosidade "
Nesta tentativa de interpretação de uma lâmina delgada, onde: (1) quartzo detrítico ; (2) quartzo autigénico (crescimento) ; (3) calcite ; (4) poros ; (5) turmalina ; (6) turmalina autigénica (crescimento) e (7) hematite (cimento), a autigénese está bem ilustrada. A presença de glauconite autígena numa rocha e, em particular, em arenitos é muito importante na análise sequencial. Ela permite não só de identificar os intervalos transgressivos dos ciclos-sequência (ciclos estratigráficos induzidos por ciclos eustáticos de 3a ordem, isto é, com um tempo de duração entre 0,5 e 3-5 My), mas também os depósitos turbidíticos quando ela está associada com detritos de carvão. Quando nos detritos de uma poço de pesquiza se encontra glauconite autígena, o mais provável, é que a rocha de onde vêm os detritos seja uma rocha associada a um cortejo transgressivo, uma vez que a glauconite autígena se forma numa plataforma continental sob uma profundidade de água de cerca de 60 metros. Se além da glauconite também se encontram detritos de carvão, o mais provável, é que eles venham de uma rocha turbidítica (material transportado do continente e da plataforma continental, que foi depositado, muito rapidamente, nas partes profunda da bacia, onde o teor em oxigénio é muito baixo, senão zero). Se ao contrário, nos detritos do poço se encontram, unicamente, pedaços de carvão (ausência de glauconite autígena), o mais provável, é que eles estejam associados a uma rocha não-marinha. Estes critérios, muitas vezes, designados como os critérios de Selley, são utilizados pelos geocientistas que supervisionam os poços de pesquiza. Obviamente, para um mineral seja precipitado de um fluido, como por exemplo a partir da água do mar, esta deve estar sobressaturada em relação a esse mineral. Assim se considerarmos a calcite, a área de deposição (precipitação) deve necessariamente estar acima da profundidade de compensação de carbonato*, ou que as águas dos poros estejam suficientemente saturadas devido à dissolução de outros grãos para que precipitação se realize.
(*) Os carbonatos, presentes na grande maioria das rochas sedimentares assim como nas conchas de fósseis e microfósseis, estão em equilíbrio com os outros parâmetros físico-químicos da água do mar. Todavia, além de uma certa profundidade (profundidade de compensação dos carbonatos), eles têm tendência a dissolver-se, devido sobretudo ao aumento de pressão. Acima desta mesma profundidade, eles, pelo contrário,têm tendência a depositar-se ou seja a precipitar-se.
Autigénico..............................................................................................................................................................................................................................................Authigenic
Authigénique/ Autigénico / Authigenens/ 自体 / Aутигенный / Autigenico /
Mineral que cresceu "in situ" a quando da formação de um sedimento ou rocha do qual ele faz parte integral.
Ver: " Diagénese "
&
" Glauconite "
&
" Intervalo Transgressivo "
Os minerais autigénicos dão indicações preciosas sobre o ambiente de deposição e permitem, igualmente, criticar, isto é, testar as tentativas de interpretação geológica das linhas sísmicas. Neste exemplo particular de uma tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore da bacia Austral (Argentina), os resultados das diagrafias dos poços de pesquiza indicam a presença de abundantes detritos de glauconite* autígena em dois intervalos sedimentares. O primeiro intervalo corresponde a formação Springhill (Cretácico Inferior). Esta formação, que corresponde ao intervalo transgressivo da base da margem divergente, fossiliza as bacias de tipo-rifte do pequeno supercontinente Gondwana, que, aqui, estão preenchidas por sedimentos vulcânicos (formação Tobifera). Os arenitos da formação Springhill são as rochas reservatório principais da bacia Austral. No campo, a geometria retrogradante e o revestimento dos planos de estratificação por glauconite autígena corroboram a hipótese de um intervalo transgressivo na base da margem divergente, como proposto nesta tentativa. O segundo intervalo no qual pedaços de glauconite autígena foram encontrados nos detritos de sondagem, corresponde ao conjunto dos cones submarinos de bacia (CSB) do Miocénico Médio Tardio, os quais são bem visíveis na planície abissal a jusante das sucessivas rupturas da base do talude continental. Quando os poços de pesquiza atravessaram os cones submarinos de bacia, os geocientistas de sonda, que supervisionavam o avanço e a geologia dos poços, encontraram nos detritos das sondagens pedaços de glauconite (mineral que se forma na plataforma continental, sob uma lâmina de água de cerca de 60 m) e pedaços de carvão (rocha não-marinha que se forma na planícies costeiras e deltaicas e que é facilmente oxidada). A presença desde dois materiais nos restos de sondagem implica um transporte terrígeno muito rápido dos sedimentos da plataforma e da planície costeira para ambientes profundos pobres em oxigénio. Isto permitiu corroborar a conjectura avançada ou seja, que as rochas atravessadas pelo poço correspondem, provavelmente, a cones submarinos de bacia (CSB) como as linhas sísmicas o sugerem. Note, que estes materiais podem também encontrar-se nos cones submarinos de talude (CST).
(*) Aluminossilicato de ferro e magnésio hidratado, de fórmula (K, Na) (Fe3+, Fe2+, Al, Mg)2 3[Si3 (Si, AL) O10] (OH)2, 4H2O, a glauconite cristaliza no sistema monoclínico; ela é raramente observado em pequenos cristais hexagonais, mas sim em pequenos grãos arredondados ou em esférulas com um diâmetro que varia de 1 a alguns milímetros. Sua cristalinidade aparece apenas ao microscópio, e a maior parte das vezes nas grandes ampliações. Este mineral é então formado de pequenas lamelas emaranhadas. De cor verde escura, preto esverdeado, o brilho é geralmente vítreo ou engordurado, dependendo das composições. Sua dureza é de 2 a 3 e sua densidade é de 2,2 a 2,8 g / cm3. A glauconite é muito comum em rochas sedimentares acumuladas no mar (areias, argilas, rochas carbonatada, fosforites), em profundidades relativamente baixas, em áreas próximas da costa e em depósitos marinhos actuais (vasos verdes, areias). Este mineral forma-se, principalmente, nos fundos de 200 a 1800 metros, embora também tenha sido observada, mas em quantidades menores, em profundidades inferiores ou superiores (https://www.universalis.fr/encyclopedie/glauconite/).
Autocíclico (mecanismo)......................................................................................................................................................................................................Autocyclic
Autocyclique (mécanisme) / Autocíclico (proceso) / Autocyclique (Mechanismus) / 摩托车(机制) / Автоциклический (механизм) / Autociclico (meccanismo) /
Mecanismo responsável pela acumulação de sedimentos, que faz parte do próprio sistema sedimentar, como, por exemplo, o tamanho e configuração do leito de um rio. Os processos autocíclicos são, por vezes, chamados processos autogénicos. Estes mecanismos contrastam com os mecanismos alocíclicos, os quais são, também, responsáveis da acumulação dos sedimentos, mas são externos ao sistema sedimentar propriamente dito. Como exemplo de mecanismos alocíclicos pode citar-se, as variações do nível do mar relativo, a tectónica, o clima, etc. Sinónimo de Autogénico (processo).
Ver: « Parâmetro de Controlo (estratigrafia sequencial) »
&
« Variação do Nível do Mar Relativo »
&
« Clima »
Na geologia, como ilustrado neste corte geológico, baseado numa tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica, calibrada por dois poços de pesquisa petrolífera (poço A e poço B), os processos autocíclicos (processos que fazem parte integral do sistema geológico), são muito frequentes. Eles existem nos sistemas fluviais, como por exemplo, o tamanho, a configuração do canal de um rio, etc., assim como nos sistemas glaciários (desenvolvimento das glaciações e depósitos glaciários), sistemas de deposição marinha, etc. Num sistema glaciário, por exemplo, a extensão máxima de uma glaciação corresponde, a maior parte das vezes, ao período mais frio da glaciação, durante o qual há espessamento e expansão espacial das calotas polares e do mares de gelo em direcção do equador. Todavia, para cada tipo de evento glaciário, a sequência de reacção é autocíclica: (i) Um aquecimento rápido termina um longo episódio de arrefecimento (com maior sensibilidade nas baixas latitudes às causas externas, como orbitais e solares) ; (ii) Um aporte de humidade de um oceano livre de gelo é uma condição, sina qua non, para formar edifícios glaciários ; (iii) A extensão singenética do deserto polar (áreas onde a evaporatranspiração* supera duas ou mais vezes a precipitação anual e uma temperatura média durante o mês mais quente inferior a 10° C, como, por exemplo, no interior da Antárctica**) para o equador é um factor que limita a reserva de gelo. Da mesma maneira, a acumulação de estratos nos sistemas sedimentares é o resultado da interacção de processos autocíclicos (ou autogénicos, que como ditos acima, fazem parte do próprio sistema sedimentar) e alocíclicos (ou alogénicos, ou seja, mecanismos que não fazem parte do próprio sistema sedimentar). Os processos alocíclicos são mais bem compreendidos do que os autocíclicos e dentre eles pode citar-se o clima, eustasia (variações do nível do mar absoluto ou eustático), tectónica, variações do nível do mar relativo (combinação da curva das variações do nível do mar absoluto e da tectónica) etc. Como as características e importância dos processos autocíclicos são mal conhecidas, elas são muito difíceis de deduzir-las dos sistemas sedimentares naturais. É por isso que certos geocientistas realizam toda uma série de experiências afim de desvendar os principais factores interactivos. Recentemente, a evolução autocíclica foi avaliada, separadamente, para três tipos diferentes de sistemas sedimentares: (i) Leques aluviais ; (ii) Deltas e (iii) Deltas de marés. A ciclicidade dos depósitos sedimentares, que foi um assunto de discussão durante o século passado parece ser, actualmente, considerada, pela maioria dos geocientistas, como induzida pela eustasia (variações do nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite). A ciclicidade do espaço disponível para os sedimentos (acomodação), que é dada pela combinação do espaço disponível criado pelas variações do nível do mar absoluto ou eustático e do espaço disponível criado ou reduzido pela tectónica***. Dentro de um ciclo-sequência, a montante do rebordo da bacia (rebordo continental quando as condições geológica da bacia, ao nível de um ciclo-sequência, são de nível alto do mar) durante o depósito do grupo de cortejos sedimentares de nível alto (intervalo transgressivo, IT e prisma de nível alto, PNA de um ciclo-sequência), a quantidade do espaço disponível para os sedimentos (acomodação) é, principalmente, criada pelos movimentos verticais do fundo do mar (levantamento ou subsidência), enquanto que a ciclicidade é, principalmente, induzida pelas variações do nível do mar absoluto ou eustático. Por outras palavras, a taxa das variações do nível do mar absoluto (eustasia) é muito mais rápida do que a taxa das variações tectónicas.
(*) O termo evaporatranspiração é, principalmente, utilizado para designar a perda de água do solo por evaporação e a perda de água das plantas por transpiração. Todavia, neste glossário, ele é utilizado num sentido mais geral, para designar o processo de transferência natural da água, no estado de vapor, da superfície da Terra para a atmosfera. Assim, ela inclui a água proveniente da evaporação da água, no estado líquido ou sólido (glaciares e calotas glaciárias), do solo, e da transpiração das plantas.
(**) O gelo da Antárctica forma uma calota glaciária, enquanto que o gelo do Árctico (Gronelândia excluído) forma uma mar de gelo.
(***) No primeiro caso, há subsidência que, em geral, é associada a um alongamento dos sedimentos criado por um regime tectónico, regional ou local, extensivo. No segundo caso, há levantamento, isto é, um encurtamento dos sedimentos induzido por um regime tectónico, regional ou local, compressivo.
Autociclo (carbonatos)...............................................................................................................................................................................................................Autocycle
Autocycle (carbonates) / Autociclo (carbonatos) / Autocycle (Karbonate) / 摩托车(碳酸盐岩) / Автоцикл / Autociclo (carbonati)
Modelo de deposição proposto por R. Ginsburg (1971) para os intervalos carbonatados compostos por uma superposição vertical de ciclos baticrescentes ABC, nos quais a profundidade de água de deposição aumenta.
Ver: " Deposição (carbonatos)"
&
" Ciclo Baticrescente ABC "
&
“ Intervalo Transgressivo”
O modelo geológico ilustrado nesta figura, como qualquer outro modelo é uma construção matemática ou mental construída pelos geocientistas para descrever as observações de campo ou sísmicas (toda a observação é função das expectativas e da teoria adoptado pelo observador), assume uma subsidência constante e contínua e, ao mesmo tempo, uma taxa de produção de material carbonatado* autorregulada pela amplitude da progradação. Na fase 1, como a subsidência, (movimento de uma superfície terrestre à medida que esta se desloca para baixo, relativamente, a um nível de referência, como o nível do mar absoluto ou nível do mar médio **; o oposto de subsidência é o levantamento tectónico), é mais importante do que a produção de material carbonatado, o resultado é uma subida do nível do mar relativo (nível do mar referenciado a um ponto qualquer da superfície terrestre que pode ser, por exemplo, o topo da crusta continental, isto é, a base dos sedimentos ou o fundo do mar), a qual implica uma retrogradação da linha da costa (mais ou menos, equivalente à ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição), isto é, uma ingressão marinha. Durante esta fase, há uma pequena remobilização dos sedimentos superficiais. Desde que a produção de material carbonatado é mais importante do que a subsidência (fase 2, nesta figura), há uma progradação da linha da costa (deslocamento para o mar da linha da costa) que corresponde, mais ou menos, a uma descida do nível do mar relativo (resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático e da tectónica). Durante esta fase, há fabricação de carbonatos de laguna e os sistemas de dispersão são muito operacionais. Na fase 3, a produção de material carbonatado compensa ou equilibra a subsidência, o que quer isto dizer, que o nível do mar relativo se mantém-se, mais ou menos, constante, o que produz um deslocamento da linha da costa para o mar, mas, praticamente, sem agradação. Obviamente, esta progradação faz-se por progradações oblíquas (formadas, unicamente, pelo segmento inclinado para o mar, o segmento sub-horizontal superior está sempre ausente, mas em certos caso o segmento sub-horizontal inferior pode estar presente) que contrastam com as progradações sigmóides (quando os três segmentos, sub-horizontal superior, inclinado para o mar e sub-horizontal inferior estão presentes) entre as quais há sempre uma agradação, quer isto dizer, que há uma ingressão marinha. É nesta fase, que se forma um tampão supramareal por cima dos depósitos intermareais (entre as marés). A fase 4 é uma repetição da fase 1, ou seja, uma nova subida do nível do mar relativo (nova ingressão marinha), uma vez que a subsidência, não sendo compensada pela formação de material carbonato, produz uma subida do nível do mar relativo, a qual desloca, outra vez, para o continente a linha da costa. Todavia, a profundidade da água, pelo menos, no início, é muito pequena para uma produção eficiente de carbonatos. O ponto mais importante deste modelo geológico, reside no facto de que a taxa de produção do material carbonatado se torna inferior à taxa de subsidência desde que a progradação da linha da costa reduz, suficientemente, a extensão da laguna. A taxa de produção só será recuperada quando a laguna atingir, de novo, uma profundidade de 1 a 2 metros, devido à subsidência, para permitir uma produção e dispersão eficiente dos sedimentos carbonatados. Este factor introduz um hiato na deposição. É por isso que, quase sempre, os sedimentos submareais (que não ficam a descoberto durante a baixamar) repousam, directamente, sobre os sedimentos depositados na zona supramareal, também conhecida como zona de respingo (zona de pulverização, zona supralitoral). A zona supramareal é a área, que durante as mais alta das preiamares vivas é salpicada, quer isto dizer, polvilhada com sal regularmente, mas não é submersa pela água do mar, a qual só atinge essa área elevada durante as tempestades e à condição que estas coincidam com as preiamares.
(*) A produção de material carbonatado em profundidade pode ser representada por uma curva que mostra o acme de produção, mais ou menos, a 5-10 metros de lâmina de água para depois diminuir, rapidamente, até à base da zona fótica, que é o limite inferior de produção.
(**) O nível do mar absoluto é referenciado a um ponto fixo que, em geral, o centro da Terra ou um satélite. O nível do mar varia muito no tempo e no espaço (distância). Ele é afectado pelas marés, vento, pressão atmosférica, diferenças locais da gravidade, temperatura, salinidade, subsidência, etc. Para determinar o nível médio do mar, a melhor coisa que se pode fazer é determinar um lugar e calcular o nível médio nesse ponto e utilizá-lo como ponto de referência. Geralmente, a partir de observações horárias, feitas durante um período de cerca de 20 anos, pode calcular-se ser média para esse ponto de medida. Como uma subida do nível do mar é, talvez, o efeito mais familiar das mudanças climáticas e, provavelmente, aquele com mais consequências, é importante sempre precisar de qual nível do mar (eustático ou absoluto, relativo, médio, preiamar, etc.) se trata e como é que ele foi calculado.
Autóctono............................................................................................................................................................................................Autochthone, Autigenous
Autochtone / Autóctono / Autigeneous / 自生 / Автохтон (коренной житель) / Autoctono /
Material que se encontra no local onde ele se forma ou foi depositado.
Ver: " Alóctone "
&
" Halocinese "
&
" Subsidência Compensatória "
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica ao largo do Golfo do México profundo, é fácil distinguir o sal alóctono e o sal autóctono. Sal autóctono está na sua posição estratigráfica original de deposição, enquanto que o sal alóctono não. Neste exemplo, os dois horizontes salíferos comunicam através de uma estrutura salífera vertical, mas muitas vezes, eles são separados por suturas salíferas subverticais (sem sal). Pode haver várias ordens de aloctonia. Em certas bacias salíferas, podem existir domos da segunda ou terceira geração, ou seja, domos salíferos formados a partir de um nível salífero alóctono de primeira ordem (domo de 2a geração) ou de um nível salífero de segunda ordem (domo de 3a geração). Note que nesta tentativa de interpretação geológica, a discordância, que foi, localmente, reforçada pela tectónica, não foi induzida pela halocinese (tectónica do sal), mas por um regime tectónico compressivo regional (compensação da extensão dos sedimentos da plataforma e da parte superior do talude continental), que encurtou os sedimentos abissais e o sal. Como ilustrado nesta tentativa de interpretação, os sedimentos do fundo do mar que cobrem a estrutura salífera alóctona foram alongados (e não encurtados) pelo movimento diapírico do sal. Este alongamento é o resultado de um regime tectónico extensivo, que se desenvolveu, à medida que o sal se deslocava para os níveis estratigráficos superiores. O alongamento dos sedimentos se faz, unicamente, por falhas normais, que, neste caso particular, são, mais ou menos, radiais em torno da estrutura salífera e com uma polaridade oposta. No entanto, estas falhas normais não estão representadas na tentativa de interpretação, porque o deslocamento relativo dos blocos de falha é menor do que a resolução da linha sísmica utilizada. A estrutura no fundo do mar, mesmo se ela é convexa para cima (em forma de sino) não corresponde a uma estrutura anticlinal (estrutura de encurtamento), mas a uma antiforma, que é uma estrutura de alargamento criada por um regime tectónico extensivo local. Além disso, a antiforma do fundo do mar é mais recente do que as estruturas de compressão (anticlinais e falhas inversas) visíveis debaixo da discordância. Os sedimentos de baixo da discordância foram encurtados, enquanto os sedimentos acima da discordância foram alongados.
Autogénica (incisão)..................................................................................................................................................................................................................Autogenic
Autogénique (incision) / Autogénica (incisión) / Autogenes / 自体 / Автогенный / Autogeno /
O termo autogénico, literalmente, significa "autoformação". Assim uma incisão fluvial autogénica, por exemplo, designa uma incisão feita pelo próprio rio.
Ver: " Rio "
&
" Barra de Meandro (fóssil) "
&
" Vale Cavado (inciso) "
Embora a incisão ilustrada nesta fotografia possa ser considerada como autogénica, neste caso particular a corrente de água, que erodiu o substrato rochoso, localizou-se e acentuou a sua acção ao longo de uma zona de fragilidade das rochas induzida pelo movimento relativo dos blocos falhados de uma falha normal. As incisões autogénicas são, a maior parte das vezes, associadas com as descidas do nível do mar relativo, induzidas pela acção combinada da eustasia e da tectónica (levantamento ou subsidência). A quando de uma descida do nível do mar relativo, a linha da costa e os depósitos costeiros deslocam-se par o mar. Se a descida do nível do mar relativo for significativa, pode acontecer que toda plataforma continental seja exumada e que a nova linha da costa se localize na parte superior do talude continental. Um tal deslocamento da linha da costa, que pode atingir centenas de quilómetros, desloca, igualmente, a desembocadura dos rios para jusante e para baixo (em direcção da bacia), o que provoca a ruptura dos perfis de equilíbrio provisório dos rios. Desta maneira, os rios são obrigados a cavar (incisão autogénica) os seus leitos e a plataforma exumada para que novos perfis de equilíbrio provisório sejam alcançados (os perfis de equilíbrio definitivo nunca são alcançados). Mais tarde, quando o nível do mar relativo começa a subir e antes, que a primeira superfície transgressiva inunde a plataforma exumada, os vales cavados (incisões autogénicas) são preenchidos por sedimentos, em geral, areias e argilitos, contemporâneos da deposição da parte superior dos prismas de baixo nível (PNB) depositados a jusante do rebordo da bacia. É o preenchimento dos vales cavados, que, muitas vezes, permite aos geocientistas a identificação das discordâncias (superfícies de erosão induzidas pelas descidas significativas do nível do mar relativo) que limitam os diferentes ciclos estratigráficos, que eles sejam de invasão continental ou de hierarquia superior. A montante do rebordo continental, o qual pode corresponder ou não ao rebordo bacia, em particular quando as discordâncias não foram reforçada pela tectónica (discordâncias angular), as superfícies de erosão se reconhecem dificilmente, sobretudo nas linhas sísmicas.
Autogénico (processo)..........................................................................................................................................................................Autogeneic (process)
Autogénique (processus) / Autogénico (proceso) / Autogenem (Prozess) / 自体(过程)/ Autogeneic (процесс) / Autogeneic (processo) /
Que faz parte do próprio sistema sedimentar, como o clima, eustasia, tectónica, variações do nível do mar relativo, etc. Sinónimo de Autociclo (processo).
Ver: " Autociclo"
Autólito.....................................................................................................................................................................................................................................................................Autolith
Autolithe / Autolito / Autolith / Autolith (火成岩片段 ) / лит (включение более древней изверженной породы) / Autolito /
Fragmento de uma rocha ígnea incluída numa rocha ígnea de consolidação mais tardia, sendo as duas derivadas do mesmo magma. Uma acumulação oval, arredondada ou alongada de minerais ferromagnesianos, de origem incerta, dentro de uma rocha granítica. Por vezes, sinónimo Xenólito.
Ver: " Granito"
&
" Xenólito"
&
“ Subducção do tipo-B (Benioff) ”
A inclusão visível nesta fotografia de um granito porfiróide é um autólito rico em biotite, o que sugere duas fases distintas da formação do granito. A primeira fase, representada por um granito escuro era, suficientemente, competente para se fracturar enquanto que a segunda fase era ainda, mais ou menos, líquida para se poder incorporar na primeira (autólito). Para certos geocientistas os autólitos são xenólitos (fragmentos de rochas que são envolvidos numa rocha maior durante a fase terminar de desenvolvimento ou consolidação). Para outros, os xenólitos são inclusões que não são derivadas do mesmo magma e, que por vezes, correspondem a rochas muito diferentes. Assim, quando um fragmento de calcário se encontra dentro de uma rocha vulcânica, o termo autólito não é apropriado para o denominar, uma vez que têm uma origem e composição, completamente, diferente (em geral, ele é arrancado às paredes das fendas rochosas que o magma vulcânico atravessou para subir à superfície). Neste caso, é preferível dizer que o bloco calcário é um xenólito da rocha vulcânica. O mesmo sucede com certas rochas graníticas, como, por exemplo, nos migmatitos, nos quais se podem reconhecer xenólitos de rochas sedimentares, mais ou menos, metamorfizadas e granitizadas. Nem todas as rochas graníticas são o resultado da cristalização de uma magma. Em certos casos, as rochas sedimentares podem ser enterradas a grandes profundidades e, pouco a pouco, granitizadas. Isto quer dizer, que neste caso (granitização) a formação de granito ou de rochas muitos semelhantes se faz por processos metamórficos, em oposição aos processos ígneos nos quais os granitos se formam a partir de um magma (líquido) de composição siálica. Na granitização, os sedimentos são transformados no estado sólido ou, parcialmente, fundidos, por processos que requerem a adição e remoção de vários componentes químicos quer difusão sólida, transporte de vapor ou movimento de soluções aquosas. Assim, pode dizer-se que no primeiro caso as inclusões são autólitos, mas não no segundo, elas são simplesmente xenólitos.
Autotraço(rastreamento automático)...............................................................................................................................................................Auto Trace
Auto trace / Rastreo automático / Automatische Verfolgung / 自动跟踪)/ Авто след / Traccia automatica /
Quando os principais reflectores de uma linha sísmica são sublinhados de maneira automática ou manual por traços de lápis.
Ver: " Paleoprofundidade de Água"
Autotrófico (organismo) ..............................................................................................................................................................................................Autotrophic
Autotrophique (organisme) / Autotrófico (organismo) / Autotrophen / 自养 / Автотрофный / Autotrofi /
Organismo capaz de sintetizar matéria orgânica a partir de compostos inorgânicos. Os autotróficos produzem seus próprios açúcares, lípidios e aminoácidos, a partir do CO2, como fonte de carbono, e amónia ou nitratos, como fonte de azoto. Os organismos que usam a luz para sintetizar compostos orgânicos chamam-se autotróficos fotossintéticos. Os organismos que oxidam compostos, como por exemplo, o sulfeto de hidrogénio (H2S) para obtenção de energia chamam-se autótrofos quimossintéticos. Os fotossintéticos incluem as plantas verdes, certas algas e bactérias pigmentadas de enxofre. Como quimossintéticos podem citar-se as bactérias de ferro, bactérias nitrificantes e bactérias de enxofre não pigmentadas.
Ver: " Bactérias "
&
" Vírus "
&
“ Fotossíntese ”
As algas* ilustradas nesta figura são algas castanhas (classe Feofíceas). Elas são, tipicamente, organismos autotróficos, que são produtores na cadeia alimentar. Os organismos autotróficos são capazes de fixar o carbono, isto quer dizer, que eles não utilizam componentes orgânicos como fonte de energia ou de carbono. Eles tiram a energia do ambiente na forma de luz solar ou produtos inorgânicos e usam-a para criar molécula ricas em energia como os carbohidratados É este mecanismo que é conhecido como produção primária. Muitos organismos autotróficos utilizam a água como agente redutor, mas outros podem utilizar compostos de hidrogénio como sulfeto de hidrogénio (gás sulfídrico). Os organismos autotróficos podem ser fototróficos e litotróficos. Os primeiros utilizam a luz como fonte de energia, enquanto que os segundos oxidam compostos inorgânicos, como o sulfeto de hidrogénio, enxofre, amoníaco, etc. Os organismos não autotróficos, isto é, os heterotróficos tiram dos autotróficos os seus alimentos, o que quer dizer que eles dependem dos autrotróficos para obter a energia de que eles necessitam. Os heterotróficos obtém a energia partindo as moléculas orgânicas (carbohidratos, gorduras e proteínas) adquiridas pela alimentação. Os organismos carnívoros dependem em última instância dos autótroficos, porque os nutrientes provenientes da suas presa heterotróficas vêm dos autotróficos consumidos.
(*) As algas são um grupo muito diversificado. Estes organismos aquáticos variam de seres microscópicos unicelulares a organismos multicelulares que formam colónias muito grandes e vistosas. As algas realizam uma das maiores contribuições de oxigénio para o planeta. Estima-se que elas participam com cerca de 50% da fotossíntese global. Actualmente, o termo alga refere-se a organismos que possuem células com núcleos (eucariotas) excluindo as algas azul-verdes que pertencem ao reino das bactérias (Phylum Cyanobacteria) .A grande diversidade de algas forma um grupo com parentescos diversos (polifiléticos). Os grupos mais importantes e conhecidos pertencem a dois reinos diferentes: algas verdes (Chlorophyta) do reino Plantae e algas vermelhas vermelho (Rhodophyta) e castanhas (Heterokontophyta) que pertencem ao reino de Protista (http://www.biodiversidad.gob.mx/especies/gran_familia/plantas/algas/algas.html).
Avental (turbiditos).........................................................................................................................................................................................................................................Apron
Tablier / Apron / Schürze (Turbiditen) / 围裙(地质) / Фартук (геология) / Apron (geologia) /
Depósito argiloso situado na base dos cones turbidíticos de talude (CST) de um ciclo-sequência. Os depósitos de transbordo e diques naturais marginais turbidíticos, assim como os preenchimentos dos canais turbidíticos (ou das depressões entre os lóbulos), cobrem, em geral, o avental (apron), o qual, em certos casos, se deposita, directamente, sobre os cones turbidíticos de bacia (CSB) de um ciclo-sequência quando estes se biselam contra base do talude continental. Sinónimo de Apron.
Ver: " Apron"
Avulsão.....................................................................................................................................................................................................................................................................Avulsion
Avulsion / Avulsión / Ausriss / 撕脱 / Внезапное изменение русла реки / Avulsione
Mudança abrupta e violenta da trajectória de uma corrente turbidítica. Há avulsão quando uma corrente turbidítica abandona a anomalia onde ela se escoa (canal turbidítico ou depressão), para tomar um outro trajecto. Ao contrário de um rio, uma corrente turbidítica não precisa, necessariamente, de ter um leito. Os primeiros diques marginais naturais turbidíticos depositam-se ao mesmo nível da corrente, enquanto que os primeiros diques marginais naturais fluviais depositam-se muito acima do leito do rio.
Ver: " Turbiditos"
&
" Corrente de Escape (turbiditos)"
&
" Cone Submarino do Talude "
Nos sistemas de deposição turbidítica de Peter Vail, induzidos por descidas significativas do nível do mar relativo, quer isto dizer, depositados em condições geológicas de nível baixo do mar (nível do mar mais baixo que o rebordo da bacia), assim como nos sistemas de deposição fluvioturbidítica de Emiliano Mutti, associados, sobretudo, a inundações catastróficas, geralmente, produzidas durante condições geológicas de nível baixo do mar, sempre que um geocientista utiliza a expressão “canal turbidítico” ele deve sempre precisar o que é que entende por “canal turbidítico*”). Efectivamente, a expressão "canal turbidítico" é abusiva e cria, a maior parte das vezes, muitas confusões. A génese de um canal turbidítico não corresponde em nada à de um canal fluvial, da mesma maneira que uma corrente turbidítica não corresponde, em nada, a uma corrente fluvial. Uma corrente fluvial, como um rio, por exemplo, necessita de ter um leito (álveo) ao longo do qual ela se escoa. Quando um rio transborda, os diques marginais naturais (fluviais) formam-se acima da base do leito. Uma corrente turbidítica não necessita de ter um leito para se escoar. Quando ela desacelera, desde que ela atinge a base do talude continental, o material transportado deposita-se, formado dois lóbulos laterais, mais ou menos, alongados na direcção do declive e, na parte mais profunda da planície abissal, ela deposita um lóbulo distal, mais ou menos, cónico com o ápice apontando para o talude. O espaço entre dois lóbulos laterais (chamado com frequência, mas de maneira errada "canal turbidítico") representa, unicamente, o lugar de passagem da parte mais rápida da corrente turbidítica que, em desacelerando, vai depositar o material, ainda transportado, mais a jusante. Quando for à praia, encha um balde, com o qual os meninos costumam brincar, com areia e água do mar e lance o conteúdo sobre areia da praia. Verificará, facilmente, que o conteúdo arenoso se depositou em dois montículos laterais separados por uma zona na qual nada se depositou e um outro montículo no fim do escoamento. Se repetir esta operação várias vezes, lançando o conteúdo do balde sempre, mais ou menos, no mesmo sítio, verificará que, pouco a pouco, os lóbulos laterais se sobrepõem, exagerando cada vez mais a área sem deposição entre eles. Constatará também, que não há, praticamente, nenhuma erosão entre os lóbulos e que, progressivamente, as correntes, que você forma quando lança o conteúdo do balde na areia da praia se canalizam, isto é, são, mais ou menos, forçadas a passar pela depressão entre os montículos. Em geologia, um canal é uma vala natural ao longo da qual se escoa uma corrente. Se a corrente é fluvial pode fala-se de canal fluvial e se a corrente é turbidítica pode fala-se de canal turbidítico, unicamente quando a corrente erodiu o substrato. Quando os canais fluviais ou turbidíticos são abandonados e preenchidos por sedimentos formam-se preenchimentos de canais fluviais ou preenchimentos de canais turbidíticos, mas não “canais fluviais” ou “canais turbidíticos”, como muitos geocientistas dizem. Isto é particularmente frequente na interpretação das linhas sísmicas em termos geológicos. Nos sistemas turbidíticos, as consequências da avulsão, ou seja, as consequências da mudança abrupta da trajectória de uma corrente turbidítica, e as correntes de efluência (correntes que emanam, praticamente, de um ponto) são, por vezes, bem visíveis dentro de um ciclo-sequência, sobretudo nos cones submarinos de talude (CST). É na fase de avanço (quando a altura de uma corrente de turbidítica ultrapassa a capacidade de passagem da depressão formada entre os diques marginais naturais turbidíticos), que uma parte da corrente, pelo menos, transborda. De facto, teoricamente um complexo de correntes turbidíticas tem duas fases: (i) Fase de Avanço ou de Progradação, quando a densidade e a velocidade das correntes é importante e caracterizada por avulsões e correntes de escape (ou de efluência) e (ii) Fase de Recuo ou de Retrogradação, quando a densidade e a velocidade das correntes é fraca. A fase de recuo é caracterizada por um assoreamento (acumulação) por agradação e deslizamentos dos bordos da depressão entre os lóbulos laterais ao longo do qual se escoam as correntes. É durante a fase de recuo, que a grande maioria das depressões entre os diques marginais naturais é preenchida, formando preenchimentos que, muitas vezes, são excelentes rochas-reservatório, como é o caso, por exemplo, no offshore Norte de Angola (bacia geográfica do Sul do Congo).
(*) Moore (1978) utilizou termo canal turbidítico a todos aquelas condutas submarinas (não canhões) através das quais fluem água e os sedimentos nos sistemas turbidíticos (Moore et al., 1978 - Sedimentology and Paleobatimetria of Engine Encore-Slope PostScript, Flash Island, InDesign, The Journal of Geology, Volume 88, Premium 2 | Mar., 1980). W. R. Normark (1978) propôs a utilização do termo de vale de leque para o vale que tem diques marginais naturais e que localiza no leque superior, enquanto aos canais desenvolvidos no abanico médio e baixo ele chamada canais distribuidores ( Normark, W.R. 1978- Fan valleys, channels, and depositional lobes on modern submarine fans: characters for recognition of sandy turbidite environments. Am. Assoc. Petr. Geol. Bull. 62 (6) 912-931).
Azimute...................................................................................................................................................................................................................................................................Azimuth
Azimut / Azimut / Azimut / 方位角 / Азимут /Azimut /
O ângulo horizontal medido no sentido do movimento das agulhas de um relógio entre uma direcção, na superfície da Terra, e uma direcção de referência, geralmente o Norte.
Ver: " Inclinação "
&
" Inclinação Deposicional "
&
" Direcção de Deposição "
A palavra azimute deriva do árabe e quer dizer direcção. O azimute é, normalmente, medido em graus. O conceito de azimute é utilizado em muitas aplicações práticas e industriais, quer na navegação, astronomia, cartografia, exploração mineira, artilharia, etc. Em astronomia, o azimute é a distância angular (medida na direcção do movimento das agulhas de uma relógio) do ponto sul do horizonte à intersecção com o horizonte do circulo vertical que passa por uma estrela. Em navegação, o azimute é definido como a ângulo horizontal medido na direcção dos ponteiros de um relógio a partir do norte ou meridiano. O termo azimute é também utilizado no contexto militar e sobretudo na artilharia, onde ele é definido como a direcção de tiro. O azimute na navegação aérea é definido como a direcção do voo, num certo ponto do aparelho. Na industria mineira, o azimute, ou ângulo meridiano, é o ângulo medido na direcção dos ponteiros de um relógio de qualquer meridiano ou plano de referência. Um exemplo típico de azimute é a determinação da posição de uma estrela no céu. A estrela é o ponto de interesse, o plano de referência é o horizonte ou a superfície do mar, e o vector de ponto de referência aponta para o norte. O azimute é o ângulo entre o ponto norte e a projecção perpendicular de uma estrela sobre o horizonte. Pode dizer-se que o ângulo de azimute é o ângulo entre o norte, indicado pela bússola, e a direcção da luz do sol. Como ilustrado nos esquemas desta figura, ao meio dia solar, o Sol está, praticamente, na direcção sul, no hemisfério norte. Como ilustrado, o ângulo de azimute varia através do dia. Nos equinócios, o Sol levanta-se, directamente, a Este e deita-se, directamente, a Oeste, independentemente da latitude, mas com um ângulo de azimute de 90° ao nascer do Sol e de 270° ao pôr do Sol (note que não é o Sol que nasce ou que se põe, mas a Terra que mergulha que se levanta, uma vez que é a Terra que orbita o Sol e não o contrário). De maneira geral, o ângulo de azimute varia com a latitude e com o tempo durante o ano. As equações matemáticas para calcular a posição do Sol, durante o dia, são bem conhecidas dos interessados. Não esqueça de tomar em linha de conta a refracção atmosférica, quer isto dizer que devido à refracção, o nascer do Sol ocorre, ligeiramente, antes que Sol atravesse a linha do horizonte, uma vez que a luz do Sol é desviada ou refractada, desde que ela entra na atmosfera terrestre.