Rendimento Máximo Sustentável...................................................................Maximum Sustainable Yield

Rendement soutenable maximum / Rendimiento máximo sustentable / Höchstmögliche Dauerertrag / 最大可持续产量 / Максимально возможная производительность / Rendimento massimo sostenibile /

Existe um número máximo de organismos que pode ser retirado de uma dada população de uma maneira sustentável. Por exemplo, a quantidade de um determinado tipo de peixes que pode ser pescado tem que ser controlado para que a população seja sustentada.

Ver : « Reservas »
&
« Recursos »
&
« Eutrofização »

Na ecologia das populações e na economia, o rendimento máximo sustentável ou RMS ( MSY em inglês, isto é " Maximum Sustainable Yield"), teoricamente, corresponde a maior produção ou captura (por exemplo de determinado tipo de de peixe), exprimido em número ou em massa, que pode ser extraído a uma população, por um período ilimitado, sem esgotar o recurso. O princípio subjacente que permite a continuação do funcionamento de uma espécie é o ganho de biomassa, que excede a perda quando a população está em um nível abaixo da capacidade de carga (tamanho máximo da população de um organismo que um meio ambiente dado pode suportar). A dinâmica da população de várias espécies é tal que um certo tamanho da população, o crescimento devido ao nascimento e desenvolvimento dos indivíduos excede a perda devida à mortalidade. Este fenómeno se expressa pelo modelo de Verhulst (curva logística). O rendimento máximo sustentável é alcançado quando a taxa de exploração é equivalente ao excedente de biomassa quando o tamanho da população está em um nível onde o crescimento é máxima. Tradicionalmente, o cálculo do rendimento máximo sustentável baseia-se na análise da população de uma única espécie. Este método é em contradição directa com o princípio dos ecossistemas naturais, onde todas as espécies estão em constante interacção umas com as outros. Geralmente, não é possível obter o rendimento máximo sustentável para muitas espécies quando são explorados ao mesmo tempo, como acontece na exploração dos recursos haliêuticos (relativos à pesca). Nesses casos, as espécies mais vulneráveis são superexplorados e outras subutilizadas. Além disso, os modelos para o cálculo do rendimento máximo sustentável não incluem a influência de outras espécies presentes no ambiente ou o impacto do declínio da população na dinâmica do ecossistema. Note no diagrama que a curva de produção de bacalhau pescado (em mil toneladas por ano) atingiu o máximo nos anos 70, cerca de 10/15 anos depois da utilização de arrastões. É por isso que o bacalhau barato acabou.

Reservas (minerais).......................................................................................................................................................................................Mineral Reserves

Reserves (minérales) / Reservas (minerales) / Reserven (Mineral) / 储量(矿物) / Резервы (минеральные) / Riserve (minerale) /

Parte dos recursos (quantidade de um mineral ou de uma rocha existente, ou por descobrir, que pode, eventualmente, ser um dia extraída, mas que actualmente, por razões económicas ou técnicas, não pode ser extraída) de um determinado mineral ou rocha (como do petróleo) que pode ser, actualmente, extraída da terra com lucro.

Ver: « Recursos »

Reservas Descobertas (HC)...................................................................................................................................Discovered Reserves

Réserves découvertes (HC) / Reservas descubiertas (HC) / Reserven entdeckt (HC) / 发现储量(慧聪) / Разведанные запасы (УВ) / Riserve scoperto (HC) /

Reservas postas em evidência a partir de poços de pesquisa e estimadas (com um certo nível de confiança) na base dos mapas das rochas-reservatório feitos, em geral, a partir de dados sísmicos.

Ver : « Recursos »
&
« Reservas »
&
« Reservas Provadas (HC) »

Dentro das reservas descobertas é preciso considerar: (i) As reservas provadas (P1) e (ii) As reservas não-provadas, as quais podem ser prováveis (P2) e possíveis (P3). As primeiras são aquelas que foram postas em evidência por poços de pesquiza, com um grau de certeza de 90% e podem ser, comercialmente, produzidas, tendo em linha de conta as condições económicas e tecnológicas actuais. A reservas prováveis são aquelas, que para além das reservas provadas, têm uma probabilidade de existência, mas que têm pouco probabilidade de serem, comercialmente, recuperáveis sob as condições económicas ou tecnológicas presentes. A probabilidade de recuperação das reservas prováveis mais provadas varia entre 40 e 60%. As reservas possíveis são aquelas, que para além das reservas provadas e prováveis, têm pouca probabilidade de serem, comercialmente, recuperadas debaixo de condições económicas e tecnológicas futuras apropriadas. A probabilidade de recuperação das reservas provadas mais prováveis mais possíveis é, em geral, inferior a 10%. Como ilustrado neste diagrama, as reservas descobertas (provadas, P1, prováveis, P2 e possíveis, P3) variam em função do aumento da produção acumulada (factores exógenos excluídos). Como se pode constar no diagrama ilustrado acima, à medida que a produção aumenta (a partir do momento da descoberta e à medida que os anos de produção aumentam), as reservas prováveis (P2) e possíveis (P3) passam a reservas provadas (P1), o que nos primeiros 10/15 anos de produção aumenta de maneira significativa o valor das reservas provadas. A experiência mostra que o valor moda das reservas, quer isto dizer, o mais provável, que tem uma probabilidade de, mais ou menos, 67 % de probabilidade, é o valor que mais se aproxima das reservas últimas. Como sugerido pelo diagrama acima, que corresponde a um verdadeiro exemplo de produção de petróleo, pode dizer-se que a incerteza das reservas diminui com o tempo, à medida que os hidrocarbonetos são produzidos e, que, quando o campo é depletado, o valor exacto das reservas é finalmente conhecido.

Reservas não-Descobertas (HC)........................................................................................................Undiscovered Reserves

Réserves non-découvertes (HC) / Reservas no-descubiertas (HC) / Reservierungen nicht-entdeckt (HC) / 保留不 - 发现(慧聪) / Неразведанные запасы (УВ) / Riserve non-scoperto (HC) /

Reservas não evidenciadas por poços de pesquisa e estimadas (com um certo nível de confiança) com base em mapas geológicos ou sísmicos das rochas-reservatório potenciais, sobretudo quando os poços de pesquiza, por razões diversas, não atingiram as rochas-reservatório principais.

Ver: « Reservas »
&
« Reservas Descobertas (HC) »
&
« Reservas Provadas (HC) »

Reservas não-descobertas e reservas especulativas não são a mesma coisa. As reservas especulativas são estimadas (com um determinado grau e certeza, em geral baixo) sem que o sistema petrolífero tenha sido provado por um poço de pesquiza. Ao contrário, as reservas não-descobertas são calculadas em áreas onde a presença dum sistema petrolífero e, particularmente, a presença do subsistema gerador já foi provado por um poço de pesquiza, mas não a armadilha, a qual é suposta conter tais reservas não-descobertas. O exemplo ilustrado acima, mostra, certamente, melhor o que são reservas não-descobertas. Nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de uma linha sísmica da bacia sul da ilha de Sumatra (Indonésia), vários poços de pesquiza corroboraram a presença de um sistema petrolífero. O subsistema petrolífero gerador é constituído por shales lacustres ricos em matéria orgânica das bacias de tipo-rifte (formação Lemat), e as rochas-rochas reservatório principais são os recifes da formação Taleng Akar, as areia da base das bacias de tipo-rifte e, em certas condições, o soco (granito alterado por meteorização e lixiviação). Na região, que esta linha sísmica representa, o único poço de pesquiza, localizado à vertical de um alto do soco, não reconheceu todas as rochas-reservatórios potenciais, como, por exemplo, as rochas-reservatório potenciais da formação Lemat (cones aluviais na base das bacias de tipo-rifte), do substrato sedimentar ou mesmo do soco. Tendo em linha de conta a presença mais que possível de rochas-mãe (rochas lacustres ricas em matéria orgânica), que atingiram a janela do petróleo e de rochas-reservatório não testadas pelo poço des pesquiza, os geocientistas, com um certo nível de confiança, avançaram uma determinada quantidade de reservas não-descobertas na base dos mapas sísmicos das referidas rochas-reservatório. Como simples curiosidade, três novos poços de pesquiza foram sugeridos para testar tais reservas. Dois dos poços perfurados meteram em evidência reservas de gás bastante significativas, quer nos reservatórios da formação Lemat, quer no soco granítico.

Reservas Especulativas (HC)..........................................................................................................................Speculative Reserves

Réserves spéculatives (HC) / Reservas especulativas (HC) / Spekulative Reserven (HC) / 投机性储备(慧聪) / Гипотетические запасы (УВ) / Riserve speculative (HC) /

Reservas que não foram postas em evidência por poços de pesquisa, mas que certos dados geológicos e sísmicos sugerem a presença, na área, dos principais parâmetros petrolíferos (armadilha, rocha-mãe, rocha-reservatório, maturação e retenção).

Ver: « Reservas »
&
« Reservas Descobertas (HC) »
&
« Reservas Provadas (HC) »

Na altura em que este mapa geológico foi feito, o anticlinal de Bavush, localizado no sul do Irão (onshore), não tinha sido testado por poços de pesquisa, quer isto dizer, que nenhum tipo de reservas descobertas tinha sido posto em evidência. Contudo, os estudos de campo (estruturais, estratigráficos e geoquímicos) sugeriam que a presença de um sistema petrolífero na área era plausível. Um intervalo sedimentar argiloso espesso e rico em matéria orgânica foi encontrado campo. Os estudos geoquímicos mostram que o intervalo argiloso tinha sido enterrado, suficientemente, e que a matéria orgânica atingiu a janela do petróleo, o que significa que, na área, provavelmente, existia um subsistema petrolífero gerador. Da mesma maneira, identificaram-se vários níveis estratigráficos com características petrofísicas de rocha-reservatório e a carta estrutural, feita a esses níveis, mostrou uma grande probabilidade de existência de uma armadilha estrutural significativa (fecho próprio, como um anticlinal). Tendo em linha de conta todos estes parâmetros, os geocientistas calcularam uma certa quantidade de reservas especulativas. Estas reservas especulativas ou hipotéticas foram, mais tarde, testadas por um poço de pesquiza, que transformou uma parte das reservas especulativas em reservas provadas, outra parte em reservas prováveis e outra em reservas possíveis. Numa determinada, e em particular no onshore, a presença de certos parâmetros petrolíferos: (i) Rocha-Mãe, (ii) Rocha-Reservatório, (iii) Armadilhas, (iv) Exsudações de Petróleo, etc., permitem aos geocientistas avançar, por vezes, uma certa quantidade de reservas especulativas, com um certo grau de confiança, as quais podem, mais tarde ser testadas com um ou vários poços de pesquiza. É este tipo de reservas especulativas, que a grande maioria das pequenas companhias anunciam com grande pompa (e grande exagero), quando elas adquirem uma área de pesquiza e as quais na maior parte dos casos nunca são transformadas em reservas descobertas. Em geral, no início da pesquiza de uma bacia petrolífera, como, o Golfo do México, a probabilidade de descoberta não ultrapassa 30-35 %.

Reservas não-Provadas (HC).................................................................................................................................Unproven Reserves

Réserves non-prouvées (HC) / Reservas no-probadas (HC) / Reservierungen nicht - bewährte (HC) / 不保留-证明(慧聪) / Неподтверждённые запасы (УВ) / Riserve non-comprovate (HC) /

Reservas descobertas* estimadas com um certo nível de confiança (prováveis ou possíveis), com base nos mapas geológicos ou sísmicos da rocha-reservatório que um poço de pesquisa reconheceu como saturados com hidrocarbonetos na área fechada da armadilha.

Ver : « Reservas Descobertas (HC) »
&
« Reservas Possíveis (HC) »
&
« Reservas Provadas (HC) »

As reservas prováveis são as estimativas quantificadas de hidrocarbonetos (petróleo bruto, betumes naturais, gás natural, líquidos de gás natural), além das reservas provadas, que a partir de uma certa data, a análise geológica e engenharia de um certo números de dados sugeriu uma probabilidade de existência e, que, provavelmente, não são comercialmente recuperáveis sob as condições económica ou tecnológicas presentes (sobretudo sem poços de desenvolvimento). A probabilidade de recuperação da quantidade estimada como reservas prováveis e provadas varie entre 40 e 60%. As reservas possíveis são estimativas semelhantes, com uma probabilidade de existência, mais pequena do que as reservas prováveis e, que a probabilidade de uma dia serem comercialmente recuperadas, debaixo de condições económicas e tecnológicas futuras apropriadas é mais pequena do a das reservas prováveis. A probabilidade de recuperação da quantidade estimada de reservas provadas mais prováveis mais possíveis seja menos de 10%. Neste mapa sísmico em isócronas e em tempo duplo (t.w.t.) do topo de uma rocha-reservatório do Miocénico, o poço de pesquiza n°1, evidenciou a presença de hidrocarbonetos na área (reservas descobertas). Este resultado positivo corroborou a hipótese da presença de reservas especulativas avançada, anteriormente, pelos geocientistas e provou a presença de uma certa quantidade de reservas provadas (entre 0,65 e 0,70 milisegundos). Por outro lado, utilizando a carta em isócrona da rocha-reservatório, os geocientistas estimaram com um certo nível de confiança, reservas não-provadas (prováveis e possíveis) entre 0,70 e 0,80 milisegundos. Futuros poços de evaluação permitirão, eventualmente, aumentar as reservas provadas a partir das reservas não-provadas (em geral a partir das reservas prováveis), quer isto dizer, que se os poços seguintes forem positivos, uma parte das reservas prováveis será considerada como reservas provadas. Não esqueça que as reservas descobertas podem ser: (a) Provadas e (b) Não-Provadas, as quais podem ser: (i) Prováveis e (ii) Possíveis.

(*) Reservas postas em evidência a partir de poços de pesquisa e estimadas (com um certo nível de confiança) na base dos mapas das rochas-reservatório feitos, em geral, a partir de dados sísmicos.

Reservas Possíveis (HC)..................................................................................................................................................................Possible Reserves

Réserves possibles (HC) / Reservas posibles (HC) / Mögliche Reserven (HC) / 可能储量(慧聪) / Возможные запасы (УВ) / Riserve possibili (HC) /

Parte das reservas não-provadas (P3), cuja análise dos dados geológicos e engenharia sugere que elas não serão mais, dificilmente, produzidas comercialmente no âmbito de futuras condições económicas ou desenvolvimentos tecnológicos, que as reservas prováveis. As reservas possíveis são menos certas que as reservas prováveis. Neste contexto, a designação de possível implica que o nível de confiança (probabilidade) de produção do conjunto das reservas provadas mais prováveis mais possíveis (P1+P2+P3), seja de pelo menos 10%.

Ver: « Reservas Descobertas (HC) »
&
« Reservas »
&
« Reservas Prováveis (HC) »

As reservas possíveis são estimativas quantificadas de hidrocarbonetos (petróleo bruto, betumes naturais, gás natural, líquidos de gás natural), além das reservas provadas e prováveis, que, a partir de uma determinada data, a análise geológica e engenharia, de um certo número de dados, sugere uma probabilidade de existência, com um determinado grau de certeza e, que, eventualmente, poderão ser comercialmente recuperadas debaixo de condições económicas e tecnológicas futuras apropriadas (a probabilidade que estas reservas seja produzidas economicamente é mais pequena do que as das reserves prováveis). As reservas possíveis são menos certas que as reservas provadas ou prováveis. Neste contexto, é razoável esperar que a probabilidade de recuperação da quantidade estimada de reservas provadas mais prováveis mais possíveis seja menos de 10%. Neste gráfico, as reservas possíveis (a segunda família das reservas não-provadas) correspondentes a um nível de confiança de 10%, são de 230 milhões de barris, quer isto dizer, que o conjunto da reservas provadas (P1) mais as reservas prováveis (P2) mais as reservas possíveis (P3) é, neste exemplo particular, de 510 milhões de barris (510 Mb). Não esqueça que a publicação de reservas é um acto político e dependente da imagem que as companhias petrolíferas quer dar. Também nunca esqueça, que dentro da mesma companhia petrolífera, existem as reservas internas, as quais variam, substancialmente se elas são determinadas por geólogos, geofísicos, engenheiros, economistas, etc., e as reservas externas, que são aquelas que a companhia anuncia e que variam em função da imagem que a companhia quer dar (as reservas anunciadas para os impostos nunca são as mesmas que as anunciadas ao banqueiros, por exemplo).

Reservas Prováveis (HC).........................................................................................................................................................Probable Reserves

Réserves probables (HC) / Reservas probables (HC) / Wahrscheinlichen Reserven (HC) / 可能储量(慧聪) / Вероятные запасы (УВ) / Riserve probabili (HC) /

Parte das reservas não provadas (P2), cuja análise dos dados geológicos e engenharia sugere que elas têm uma menor probabilidade de serem produzidas, comercialmente, no âmbito das futuras condições económicas ou desenvolvimentos tecnológicos do que as reservas provadas. As reservas prováveis são menos certas que as reservas provadas. A designação de provável implica que o nível de confiança para recuperar o conjunto das reservas provadas mais prováveis (P1+P2) é de pelo menos 50%.

Ver: « Reservas »
&
« Reservas Possíveis (HC) »
&
« Reservas Provadas (HC) »

As reservas prováveis são as estimativas quantificadas de hidrocarbonetos (petróleo bruto, betumes naturais, gás natural, líquidos de gás natural), além das reservas provadas, que a partir de uma certa data, a análise geológica e engenharia de um certo números de dados sugeriu uma probabilidade de existência e, que, possivelmente, não são comercialmente recuperáveis sob as condições económica ou tecnológicas presentes. As reservas prováveis são menos certas que as reservas provadas. Neste contexto, é razoável esperar que a probabilidade de recuperação da quantidade estimada como reservas prováveis e provadas varie entre 40 e 60%. Neste gráfico, as reservas prováveis, determinadas na base de cartas geológicas ou de mapas sísmicos do, ou das rochas-reservatório representam cerca de 140 milhões de barris (140 Mb) para um nível de confiança de 50%. O conjunto das reservas provadas (P1) mais as reservas prováveis (P2) é de 350 Mb. J. Laherrère (1999) diz que quando se fala em reservas, não se pode esquecer que: (i) Elas são o total da futura produção (esperada) ; (ii) Elas são incertas até ao último dia da produção ; (iii) Elas são confidenciais ; (iv) Há conflito entre o método de cálculo determinístico (1 valor) e probabilístico (3 valores) ; (v) As probabilidades são subjectivas e mal compreendidas ; (vi) Apenas os valores esperados podem ser adicionados ; (vii) Unicamente o valores moda podem ser multiplicados ; (viii) Não há consenso nas definições, uma vez que a publicação de reservas é um acto político e depende da imagem que a companhia que as anuncia quer dar ; (ix) Existem reservas internas (geocientista, engenheiro, economista, etc.) e externas (para banqueiros, impostos, accionários, etc.) ; (x) Existem reservas iniciais e reservas restantes a uma certa data ; (xi) Reservas sem data devem ser consideradas como iniciais (o que uma grande parte das pequenas companhias petrolíferas esquece).

Reservas Provadas (HC)...................................................................................................................................................................Proven Reserves

Réserves prouvées (HC) / Reservas probadas (HC) / Nachgewiesene Reserven (HC) / 探明储量(慧聪) / Доказанные запасы (УВ) / Riserve dimostrate (HC) /

Quantidades de hidrocarbonetos (P1) que a partir da análise de dados geológicos e engenharia podem ser estimadas em reservatórios conhecidos, com um certo grau de certeza, e que podem ser produzidas, comercialmente, em uma determinada data futura, no âmbito das condições económicas, métodos de produção e regulamentação governamental da época da estimativa.

Ver: « Reservas »
&
« Reservas Possíveis (HC) »
&
« Reservas Provadas (HC) »

As reservas provadas são estimativas quantificadas de hidrocarbonetos (petróleo bruto, betumes naturais, gás natural, líquidos de gás natural), que a análise geológica e engenharia de um certo número de dados demonstrou, com um determinado grau de certeza, que elas podem, a partir de uma determinada data, ser, comercialmente, recuperadas das rochas-reservatório conhecidas por métodos rendíveis sob as condições económicas presentes. A expressão "com um determinado grau de certeza" implica que a probabilidade de recuperar a quantidade, estimada como provada, é pelo menos de 90%. Neste gráfico, as reservas provadas (por um poço de pesquisa), correspondentes a um nível de confiança de 90%, são de cera de 210 milhões de barris (210 Mb). Com base em cartas geológicas ou sísmicas da, ou das, rocha-reservatórios e sem mais poços de pesquiza é possível adicionar as estas reservas provadas outras (reservas prováveis e reservas possíveis), cuja grau de certeza é evidentemente muito mais pequeno. É importante não esquecer que numa companhia petrolífera em 10 poços de pesquiza perfurados, em média, 6 a 7 são secos, o que quer dizer, que os geocientistas, que trabalham na pesquiza petrolífera têm o direito de fazer erros, uma vez que eles apostam sempre no menos provável (uma possibilidade de encontrar petróleo de 30%, que, na realidade é muito boa e rara, corresponde a 70% de possibilidades de perfurar um poço seco). Sobre os 50000 campos petrolíferos (petróleo e gás) encontrados até hoje, apenas 500 campos são gigantes, o que corresponde a 1% dos campos. Estes 1% dos campos contém cerca de 75% das reservas. Na pesquiza petrolífera, os geocientistas lidam com incerteza (probabilidades) dentro de um grande domínio (1-115000 Mb), com grandes investimentos, grandes riscos (grande benefício) e com grandes números, como o patrão de um casino e com associados com a mesma cultura.

Reservatório (HC)........................................................................................................................................................................................................................Reservoir

Reservoir (HC) / Reservorio (HC) / Reservoir (HC) / 水库工程, 水库(慧聪) / Залежь (УВ) / Reservoir (HC) /

Qualquer rocha porosa e permeável que contém óleo ou gás. Areias, arenitos, calcários, dolomitas, etc., são as mais comuns rochas-reservatório, mas importantes acumulações de hidrocarbonetos são, também, frequentes em rochas fracturadas (granito e quartzitos).

Ver: « Jazigo (hidrocarbonetos) »
&
« Arenito »
&
« Hidrocarboneto »

O petróleo gerado por uma rocha-mãe só será útil se ele se acumular numa rocha dentro de uma determinada armadilha. Nem todas as rochas têm a possibilidade de armazenar petróleo ou gás. Para que isso seja possível é necessário que a rocha tenha espaço livre entre grãos, que a constituem, isto é, que a rocha tenha uma certa porosidade. Uma rocha com essas características, como um arenito ou como certos calcários, chama-se rocha-reservatório ou simplesmente reservatório. Nesta figura, muito esquemática, está ilustrada uma rocha-reservatório, pouco compactada, vista ao microscópio, na qual se distinguem grãos com diferentes composições (padrão interno) e as áreas entre eles, isto é, nos poros, onde o petróleo se pode encontrar. Neste caso particular, no qual a porosidade está preenchida por petróleo pesado, é óbvio constatar que é o petróleo que mantém em suspensão os grãos sedimentares, uma vez que estes não se tocam. Se por acaso, o petróleo for produzido, o mais provável, e que a rocha-reservatório se compacte, quer isto dizer, que os grãos se aproximem uns dos outros até que se tocarem. Este evento pode produzir uma subsidência da superfície do terreno à vertical da acumulação (à condição que esta não se encontra a uma profundidade muito grande). Este tipo de subsidência observa-se, com muita frequência, nas bacias sedimentares petrolíferas maduras, como no onshore Venezuela, quer nas margens do lago de Maracaibo, quer na bacia de Maturin, quer ao sul, junto, no cratão das Guianas, quer isto dizer, na faixa petrolífera do Orinoco. Uma rocha-reservatório tem também que ser permeável. Os poros tem que estar conectados uns com os outros, para que os hidrocarbonetos, que estão nos poros, se possam escoar e ser extraídos da rocha-reservatório. Se os poros não estão conectados entre eles (sistema não-aberto), o reservatório não tem permeabilidade e os hidrocarbonetos ficam aí armazenados para sempre. Uma boa rocha-reservatório deve ser porosa (f >10%) e permeável (k> 1 mD) para que a produção do petróleo possa ser rendível.

Resolução Lateral (sismique)..............................................................................................................Lateral Seismic Resolution

Résolution laterale / Resolución lateral (sísmica) / Laterale Auflösung (seismische) / 横向分辨率(地震) / Боковые разрешение (сейсмическое) / Risoluzione laterale (sismica) /

Distância mínima entre dois interfaces, mais ou menos verticais, para obter, numa linha sísmica, dois eventos reflectivos diferentes e não contínuos. Separação mínima lateral entre dois eventos a partir da qual a identidade dos eventos é perdida.

Ver: « Resolução Sísmica »
&
« Sísmica de Reflexão »
&
« Zona de Fresnel »

A resolução lateral é determinada pelo raio da zona de Fresnel, que ele mesmo depende do comprimento de onda do sinal sísmico e da profundidade do reflector. Da mesma maneira, que a luz de uma lâmpada de bolso se propaga na obscuridade e ilumina um sector particular (círculo ou elipse), a energia sísmica propaga-se por frentes de onda através do terreno e entra em contacto com as interfaces reflectivas em determinados sectores chamados zonas de Fresnel. Nas linhas sísmicas 2D não migradas, a resolução lateral depende: (i) Do espaço entre os traços sísmicos ; (ii) Do comprimento do operador de migração (Kirchoff) ; (iii) Da largura da banda sísmica ; (ii) Da velocidade de intervalo e (iii) Do tempo de propagação até ao reflector. O problema da orientação da linha em relação à verdadeira inclinação só é resolvido nas linhas 3D. No exemplo ilustrado acima, a diferença entre duas versões da mesma linha sísmica 2D, com resoluções laterais diferentes, é óbvia. O poço de pesquiza encontrou 10 metros de arenitos com petróleo no fundo do poço, os quais são cobertos por um intervalo argilosos marinho que precede um espesso intervalo regressivo. Na linha da esquerda, que é uma linha 2D, com uma frequência entre 45 e 50 Hz, a única coisa que se pode dizer é que os 10 m de arenito encontrados no fundo do poço de pesquiza estão, provavelmente, associados ao evento reflectivo que se pode seguir em continuidade entre 1,27 e 1,28 milisegundos. Ao contrário, na linha da direita, que é a mesma da esquerda, mas na qual resolução lateral foi reforçada, não só evento reflectivo não é mais contínuo, como era o caso anteriormente, mas vários eventos reflectivos progradantes (inclinados) para oeste se podem distinguir. Além disso, nenhuma agradação é evidente, quer isto dizer, que dentro do intervalo reservatório, as progradações são oblíquas. Pode avançar-se a hipótese de que o intervalo reservatório é composto por um conjunto de corpos arenosos progradantes, para Oeste, os quais podem corresponder às linhas de topo das praias criadas por deltas de maré (por exemplo).

Resolução Sísmica.............................................................................................................................................................................Seismic Resolution

Résolution sismique / Resolución sísmica / Auflösung seismische / 高分辨率地震 / Разрешающая способность сейсморазведки / Risoluzione sismica /

Capacidade de separar dois eventos sísmicos que estão muito próximos, ou a separação mínima entre dois eventos antes que a identidade de cada um seja perdida.

Ver: « Resolução Lateral (sísmica) »
&
« Sísmica de Reflexão »
&
« Zona de Fresnel »

O conceito de resolução de uma linha sísmica convencional 2D está ilustrado nesta figura pela comparação entre: (A) Um sinal sísmico (30 Hz num meio em que as ondas se propagam à velocidade de 1800 m/s ou de 60 Hz quando elas viajam a 3600 m/s) ; (ii) Edifícios com uma altura média de 100 metros ; (iii) Uma diagrafia eléctrica (resistividade) entre 1900 e 2100 m de um campo petrolífero e (iv) A litologia do intervalo equivalente à diagrafia eléctrica (cinzento claro sublinha arenitos e cinzento escuros shales). Obviamente, intervalos sedimentares com uma espessura inferior a 30-25 metros não podem ser individualizados, sismicamente, o que é o caso, de uma grande parte dos intervalos com rochas-reservatório. Os geocientistas encarregados da interpretação das linhas sísmicas devem ser altamente críticos, quer isto dizer, que eles devem sempre testar e tentar falsificar (refutar) as suas interpretações, sobretudo quando eles propõem geometrias de pequenos corpos geológicos, como, preenchimentos de canais fluviais, barras de meandro, etc. Todos os interpretadores têm que entrar em linha de conta não só a resolução vertical, mas também com a resolução lateral (ou horizontal). A resolução sísmica vertical pode definir-se como a distância mínima vertical entre duas interfaces para obter, na linha sísmica, um único evento reflectivo. A resolução sísmica lateral é a distância mínima entre dois interfaces, mais ou menos, verticais para obter, numa linha, dois eventos reflectivos diferentes e não contínuos. A resolução sísmica lateral é determinada pelo raio da zona de Fresnel, a qual depende do comprimento de onda do pulso acústico e da profundidade do reflector. Da mesma maneira, que a luz de uma lâmpada de bolso atravessa a escuridão e ilumina uma zona particular (círculo ou elipse), a energia sísmica viaja através do terreno, sob a forma de frentes de onda e chega às interfaces reflectivas sobre zonas discretas (zonas de Fresnel). A resolução lateral de uma linha sísmica migrada é maior do que a de uma não-migrada, embora nas migradas (2D) ainda exista o problema da orientação da linha em relação à inclinação da interface, o que não é o caso nas linhas 3D.

Resolução Sísmica Vertical.......................................................................................................Vertical Seismic Resolution

Résolution sismique vertical / Resolución sísmica vertical / Vertikale seismische Auflösung / 垂直地震分辨率 / Поток взвешенных наносов / Risoluzione sismica verticale /

Resolução sísmica que corresponde à distância vertical mínima entre duas interfaces, necessária para que uma reflexão simples possa ser observada. Ela é controlada, principalmente, pelo comprimento de onda do sinal sísmico e raramente ela é inferior a 50 m. À medida que a espessura de um intervalo se aproxima de um quarto de comprimento de onda, a interferência construtiva produz uma acumulação de amplitude conhecida como o efeito de sintonização, cuja espessura é, geralmente, considerada como o limite de resolução ou da separabilidade.

Ver: «Horizonte»

Ressaca (faixa da).........................................................................................................................................................................................................................Swash Zone

Ressac (zone) / Resaca / Brandung / 斜带 / Зона наката / Zona de swash /

Espaço percorrido pelas correntes da rebentação ou da ressaca.

Ver: « Correntes de Ressaca »
&
« Corrente de Refluxo »
&
« Zona de Rebentação »

A faixa da ressaca corresponde a zona de espraiamento, isto é, zona de acção das ondas na praia, que varia em função dos níveis da água, e que se estende entre até ao limite máximo da da corrente de afluxo. Quando a profundidade do fundo do mar é inferior a metade do comprimento de onda das vagas, as cristas das vagas de oscilação tornam-se muito abruptas e a cristas quebra em direcção o continente, o que transforma as onda de oscilação em ondas de translação. Com efeito deste que as onda rebentam, como se diz geralmente, forma-se uma corrente de água em direcção do continente que se desloca, paralelamente, a direcção das ondas. Esta corrente chama-se a corrente de afluxo, cuja intensidade diminui à medida que ela se desloca na faixa da ressaca, até que o seu movimento seja nulo. A partir deste momento, forma-se uma outra corrente de ressaca que se desloca agora do continente para o mar. É a corrente de refluxo. Contudo, na corrente de refluxo a força motriz não é mais a forca criada pela rebentação das onda, a qual é perpendicular à direcção das ondas, mas a gravidade. Assim, a corrente de refluxo orienta-se, perpendicularmente, ao declive da praia e não, paralelamente, à direcção das ondas. As correntes da ressaca têm direcções diferentes (quando a direcção das ondas é oblíqua à linha da costa). É esta diferença da direcção das correntes da ressaca que cria a chamada corrente de deriva litoral, que é, mais ou menos, paralela à linha da costa e que pode ter uma acção erosiva muito importante. O domínio da ressaca, o que certos geocientistas chamam a faixa da ressaca é a área onde a corrente de afluxo e a corrente de refluxo são activas. A faixa da ressaca, também é conhecido como a zona litoral, uma vez que ela é, também, a área à beira do mar, na qual o fundo do mar é exposto durante a maré baixa e submersa na maré alta, ou seja, a área entre as marés. Esta área é caracterizada por: (i) Um fornecimento de água que os organismos marinhos intermitente ; (ii) Uma acção das ondas é importante ; (iii) Uma exposição ao sol e as variações da temperatura é significativa e (iv) Uma salinidade forte, uma vez que a água salgada estagnada em poças ou charcos evapora-se e originando depósitos de sal.

Ressurgência (da corrente).....................................................................................................................................................................................Resurgence

Ressurgence (du courant) / Resurgencia (de corriente) / Resurgence (ein Strom) / 中兴(电流) / Выход подземных вод на поверхность / Risorgimento (di una corrente) /

Lugar onde uma corrente de água subterrânea reaparece à superfície do terreno depois de ter desaparecido a montante.  Diz-se das águas de um rio que, tornadas subterrâneas, durante uma certa extensão, reaparecem à superfície do solo.

Ver: « Fonte (da corrente) »
&
« Plano de Água (da corrente subterrânea) »
&
« Rio »

As ressurgências são, sobretudo, frequentes nas regiões calcárias. Nestas regiões, a circulação interna das águas faz-se entre pontos de entrada (ou de absorção), que podem ser fracturas, falhas, marmitas, etc., por onde as correntes subaéreas desaparecem e os pontos de saída que, em geral, se chamam ressurgência. Certos traçados subterrâneos, como o ilustrado neste esquema, podem ser provados (testados) pela coloração das águas. Os habitantes idosos da cidade de Pontarlier (cidade francesa localizada no departamento do Jura, perto da fronteira com a Suíça), ainda se lembram da coloração da água das ressurgências do rio Doubs provocadas pela contaminação do absinto a quando do incêndio das fábricas da Pernod (fabricante de anis). Evidentemente, que na prática não é o absinto que se utiliza mas sim a fluoresceína. Uma grande maioria das águas desaparecem sem que se possa pôr em evidência o seu ponto de ressurgência, como se elas se perdessem numa toalha profunda ou, directamente, no fundo do mar. Entre o ponto de absorção e o ponto de saída, o traçado da corrente subterrânea é, totalmente, independente do traçado dos rios superficiais antigos. Não existe nenhuma corrente submarina debaixo dos canhões (subaéreos ou submarinos). As direcções das correntes subterrâneas recortam, por vezes, as das correntes subaéreas desaparecidas. O trajecto subterrâneo faz-se por poços e galerias, cujas secções diferem segundo que a corrente se escoa livremente, quer isto dizer, por gravidade com interposição de ar à pressão normal entre a água e a abóbada das galerias, ou sobrepressão no que os espeleólogos chamam abóbadas molhadas. No primeiro caso, as secções das galerias são muito variáveis e as salas com estalactites são muito frequentes. No segundo caso, o perfil das galerias é, mais ou menos, elíptico, uma vez que ele é modelado pela dissolução. Estas galerias, onde a água circula sobrepressão podem apresentar contra declives e sifões os quais, por vezes, criar ressurgências intermitentes.

Restinga..................................................................................................................................................................................................................................................................................Spit

Flèche / Restinga / Pfeil Spit (long beach) / 箭吐(长滩) / Стрела, коса (длинная отмель) / Lingua di terra /

Cordão litoral com uma extremidade livre e a outra apoiada na costa, formado, muitas vezes por depósitos arenosos ácidos (as areias captam poluentes químicos durante a viagem de um lugar para outro, como, por exemplo, ácido sulfúrico e nítrico), pobres em nutrientes, mais ou menos, paralelos à linha da costa, ou seja, de forma, geralmente, alongada, produzida por processos de sedimentação, podendo ter uma cobertura vegetal adaptada às condições secas e pobres em nutrientes. Sinónimo de Cabedelo.

Ver: « Ambiente de Deposição »

Restos de Rochas..............................................................................................................................................................................................................Rock Waste

Reste de roches / Restos de rocas / Reste von Stein / 遗存的岩石 / Обломки горных пород / Resti di roccia /

Fragmentos angulares de uma rocha, que podem formar um talude quando em quantidade suficiente.

Ver: « Erosão »
&
« Linha da Costa »
&
« Talude »

Na fotografia da esquerda, o talude formado na berma da estrada é, evidentemente, uma acumulação de restos de rochas, os quais caíram ao longo da linha de maior pendor da parede rochosa e que, pouco a pouco, começou a acentuar-se. Nos três esquemas da direita, onde a escala é dada por uma casa, está ilustrado a formação de um talude de restos de rocha. No esquema superior, existe uma escarpa, quase vertical, com o potencial para a queda de um bloco rochoso. A causa de um tal evento pode ser, um tremor de terra, movimento, peso de um animal ou o gelo e degelo da água. Obviamente, como o bom senso sugere, debruçar-se no bordo de uma falésia ou fazer uma sesta na sua base (o que sucede, frequentemente, nas praias do sul de Portugal) não é uma boa ideia. O esquema do meio, no qual um bloco de rocha cai, o que ocorre sem nenhum pré-aviso é, raramente, observado. Às vezes um transeunte pode ouvir a queda de um bloco de rocha a uma certa distância, mas quando ele quer ver o que se passou ele verá, unicamente, uma pilha de restos de rocha na base de uma falésia. O esquema inferior ilustra os restos de rocha, que formam um pequeno talude junto à falésia à medida que os fragmentos se acumulam da base da falésia. Maior é o número de blocos que caiem da falésia, maior é a agradação e progradação do talude. Um escoamento ou fluxo rochoso, que muitas vezes, é designado pelo termo (não científico) de deslizamento de terreno, é um movimento vertente abaixo de um conjunto de sedimentos ou massa rochosa devido a força da gravidade. O termo "rochoso" implica um agregado, mais ou menos, coerente de sedimentos e rochas que começa a deslocar-se para baixo devido a força da gravidade e, normalmente, em combinação com um mecanismo de iniciação como, um tremor de terra ou uma rápida erosão na base da vertente. O termo "escoamento" implica que a falésia ou a vertente está a diminuir de tamanho, rapidamente, ou a ser erodida lentamente. Isto pode acontecer de repente com uma força destrutiva importante ou lentamente por uma alteração gradual da superfície da terra. Com o tempo, os diferentes tipos de fluxos rochosos jogam um papel importante, quer na redução de uma montanha em simples montículos de resto de rochas, quer no alargamento de uma garganta num largo vale fluvial.

Retroacção (feedback)..............................................................................................................................................................................................................Feedback

Rétroaction, Feeedback / Retroalimentación / Rückkopplung / 反馈 / Обратная связь / Retroazione /

Quando o resultado de um processo volta ao sistema e modifica o comportamento seguinte do mesmo processo. O feedback ou retroacção pode produzir uma amplificação ou supressão do processo e, por conseguinte, mudar as condições de equilíbrio do sistema. O feedback ocorre nos sistemas vivos e não vivos. Um feedback positivo ou retroacção positiva amplifica o processo, enquanto que uma negativa o reduz, isto é, provoca uma amortização. Um feedback pode ter um efeito variável segundo as condições, nomeadamente, o período de transformação e inércia do sistema. Sinónimo de Feedback.

Ver : «Albedo »
&
« Aquecimento Global »
&
« Feedback »

Este esquema ilustra um modelo ideal de feedback ou de retroacção. Quando B < 0, a retroacção é negativa e quando B > 0, o feedback é positivo. Nos sistemas biológicos, como, por exemplo, nos organismos, ecosistemas ou biosfera (camada ideal que forma em redor da crusta terrestre o conjunto dos seres vivos), muitos parâmetros só estão controlados dentro de uma zona, relativamente, pequena à volta de um valor óptimo (debaixo de certas condições ambientais). Um desvio do valor óptimo de um parâmetro pode resultar em mudanças ambientais internas e externas. Um feedback ou retroacção bipolar está presente na maioria dos sistemas naturais e humanos. Em ambientes naturais, uma retroacção é, normalmente, bipolar, isto é, positiva ou negativa, o que, na sua diversidade, fornece respostas sinergéticas e antagónicas à saída de todo o sistema. O clima, por exemplo, é caracterizado por importantes retroacções entre os processos que afectam o estado da atmosfera, oceanos e continente. Um dos exemplos mais conhecidos é o do gelo e do albedo (razão entre a quantidade de energia electromagnética reflectida por uma superfície e a quantidade de energia reflectida). No caso particular da energia solar recebida pela Terra, o albedo é a razão entre a energia solar reflectida e recebida pela superfície terrestre. Ele varia de 0 à 1, sendo zero para um superfície terrestre muito negra e 1 para uma superfície terrestre ideal do tipo espelho. Quando a temperatura aumenta, como, quando a Terra se encontra no periélio, a fusão de uma parte do gelo expõe o terreno subjacente, que tendo um albedo menor, absorve mais calor e causa a fusão de mais neve, o que põe a descoberto mais terreno (menor albedo), o qual aquecendo funde mais gelo e assim de seguida.

Retroacção (exemplo)........,.......................................................................................................................................................................................................Feedback

Rétroaction (exemple) / Retroacción (retroaliomentación) / Rückkopplung / 反馈 / Обратная связь (регенерация) / Retroazione /

Modificação do comportamento de um processo pelo resultado do processo que volta ao sistema, isto é, quando o resultado de um processo volta ao sistema e modifica o comportamento seguinte do mesmo processo. Uma retroacção pode produzir uma amplificação ou supressão do processo e, por conseguinte, ela muda as condições de equilíbrio no sistema. Retroacções ocorrem nos sistemas vivos e não vivos. Um retroacção positiva amplifica o processo, enquanto que uma negativa o reduz, quer isto dizer, que ela provoca uma amortização. Uma retroacção pode ter um efeito variável segundo as condições, nomeadamente, o período de transformação e inércia do sistema. Sinónimo de Feedback.

Ver: «Albedo »
&
« Aquecimento Global »
&
« Glaciar »

Um dos exemplos típicos de retroacção negativa é o adelgaçamento dos glaciares. Quando um glaciar se adelgaça ele abandona, pouco a pouco, a zona de ablação e, por conseguinte, a taxa de adelgaçamento diminui progressivamente. Quando a ablação é maior do que a acumulação o glaciar não se encolhe, ele continua a escoar-se, mas adelgaçando-se. Na zona de ablação, que corresponde a parte distal de um glaciar, abaixo da linha da neve, o gelo desaparece, principalmente, por evaporação e fusão. Em se adelgaçando, um glaciar aproxima-se da zona de acumulação, isto é, da zona onde as precipitações de neve excedem as perdas de gelo por derretimento, evaporação e sublimação. Um exemplo de retroacção positiva é a acumulação de neve e gelo de um glaciar, a qual aumentando o albedo diminui a temperatura da região, o que favorece a precipitação de mais neve e gelo, acelerando assim o crescimento do glaciar. O albedo é a razão entre a quantidade de energia electromagnética reflectida por uma superfície e a energia reflectida. No caso da energia solar recebida pela Terra, o albedo é a razão entre a energia solar reflectida e recebida pela superfície terrestre. Ele varia de 0 à 1, com zero para um superfície terrestre negra e 1 para uma superfície ideal do tipo espelho, da qual a superfície de um glaciar se aproxima. As imagens do Breidamerkurjölkull da Islândia (ilustradas acima), que faz parte do Vatnajökull (a maior calote de gelo da Europa), sugerem um adelgaçamento do glaciar de 2 km em 27 anos o que corresponde a uma taxa de 74 m/ano. A imagem de 2009, sugere que o adelgaçamento parece ter aumentado fortemente (não confunda recuo com adelgaçamento).

Retrogradação.....................................................................................................................................................Retrogradation, Backstepping

Rétrogradation / Retrogradación / Degradierung, Stichgenaues / 退积 / Явление обратной конденсации (обратный процесс) / Retrocessione /

Deslocamento para o continente da ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição (aproximadamente a linha da costa) dos intervalo sedimentares transgressivos, durante as subidas do nível do mar relativo (ingressões marinhas) em aceleração. Uma retrogradação é, geralmente, associada a uma sucessão de episódios sedimentares progradantes cada vez mais pequenos. Ela ocorre cada vez que uma unidade progradante não se desenvolve para além da unidade progradante precedente. Uma retrogradação indica uma série ingressões marinhas (subidas relativas do nível do mar) cada vez mais importantes) e das regressões sedimentares cada vez mais pequenas, sem descidas relativas do mar entre elas (paraciclos eustáticos).

Ver: « Intervalo Transgressivo »
&
« Cortejo Sedimentar »
&
« Subida do Nível do Mar Relativo »

Dentro de um ciclo-sequência, a subida do nível do mar relativo (nível do mar, local, referenciado a qualquer ponto fixo da superfície terrestre, quer ele seja, por exemplo a base dos sedimentos ou o fundo do mar e que é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite, e da subsidência, quando os regimes em extensão são predominantes, ou do levantamento, quando os regimes tectónicos compressivos são predominantes) que inicia o grupo de cortejos sedimentares de nível alto (CNA), induz um deslocamento, para o continente, da ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição (mais ou menos, a linha da costa, sobretudo nas linhas sísmicas, quer isto dizer, tendo em linha de conta que a resolução sísmica, a qual nas linhas 2D é da ordem de 30/40 metros). Um tal deslocamento da linha da costa cria uma plataforma continental, a qual vai aumentando, em extensão e em altura de água, à medida que o nível do mar relativo sobe em aceleração (ingressões marinhas cada vez mais importantes). Contudo, uma subida do nível do mar relativo não se faz em continuidade. Muitos geocientistas falam de ingressão marinha composta e ingressão marinha simples que é um acréscimo de uma ingressão marinha composta, uma vez que uma subida do nível do mar relativo não se faz em continuidade, mas por etapas , como por exemplo: (i) Subida do nível do mar relativo de 3 m (ingressão marinha simples) ; (ii) Período de estabilidade do nível do mar relativo ; (iii) Subida do nível do mar relativo de 5 m (ingressão marinha simples) ; (iv) Período de estabilidade do nível do mar relativo ; (v) Subida do nível do mar relativo de 7 m (ingressão marinha simples) ; (vi) Período de estabilidade do nível do mar relativo ; (vii) Descida do nível do mar relativo de 10 m (regressão marinha). Neste caso, globalmente o nível do mar relativo subiu 15 metros (ingressão marinha composta) e em aceleração, uma vez que as ingressões marinhas simples são cada vez maiores. Os termos ingressão marinha simples e composta devem ser utilizados sempre que uma clarificação é necessária. A primeira subida do nível do mar relativo, isto é, a primeira ingressão marinha simples (primeiro paraciclo eustático), é seguida por um período de estabilidade do nível do mar relativo, durante o qual a linha da costa e a ruptura costeira da superfície de deposição se deslocam para o mar, à medida que os sedimentos progradam em direcção do rebordo continental, que é agora, também, rebordo da bacia. Todavia a linha da costa não atinge a posição que ela tinha antes (retrogradação). Assim se deposita o primeiro paraciclo-sequência. A segunda subida relativa do nível do mar (segunda ingressão marinha simples), isto é, o segundo ciclo eustático, que é mais importante que a primeiro, uma vez que o nível relativo do mar sobe em aceleração, desloca, outra vez, a linha da costa para o continente aumentando a extensão da plataforma e a lâmina de água. Um novo período de estabilidade relativa do nível do mar permite, outra vez, o deslocamento da linha da costa para o mar e o depósito de sedimentos progradantes (segundo paraciclo-sequência), mas sem que a linha costa atinja a posição que ela tinha no fim do paraciclo-sequência precedente, o que, globalmente, corresponde a uma retrogradação como ilustrado nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de um detalhe de uma linha sísmica do offshore da Indonésia. Este mecanismo (subida do nível do mar relativo - estabilidade do nível do mar relativo - subida do nível do mar relativo) continua até que ocorra uma subida do nível do mar relativo em desaceleração (mais pequena que a precedente), o que inicia o depósito do prisma de nível alto (PNA). Aquilo que certos geocientistas chamam de maneira incorrecta (na nossa opinião) transgressão ou seja o deslocamento para o continente da linha da costa e dos depósitos costeiros, não é outra coisa que uma sucessão de ingressões marinhas simples cada vez maiores e regressões sedimentares cada vez mais pequenas. É este conjunto de ingressões marinhas e regressões sedimentares, que globalmente, tem uma geometria retrogradante, que Cesare Emiliani (1992) chamou “Transgressões” (e não transgressão). A configuração interna dos paraciclos sequência é progradante. Entre os paraciclos eustáticos não há a descida do nível do mar relativo. Os sedimentos depositam-se durante o período de estabilidade do nível do mar relativo que ocorre entre dois paraciclos eustáticos. Por outras palavras, entre dois paraciclos eustáticos não há nenhuma superfície de erosão (discordância), mas unicamente, uma superfície de ravinamento. Nesta tentativa de interpretação geológica de um detalhe de uma linha sísmica do offshore de Bornéu, dentro do ciclo sequência considerado, limitado por duas discordância (em azul), é fácil de reconhecer os paraciclos sequência, que aqui correspondem a cortejos sedimentares, que formam o subgrupo inferior dos cortejos de nível alto denominado intervalo transgressivo (IT). É possível que neste caso particular, que cada paraciclo sequência corresponda a um único cortejo sedimentar. A retrogradação da ruptura costeira da superfície de deposição, que corresponde, mais ou menos, à retrogradação da linha da costa é, óbvia.

Reverberação...................................................................................................................................................................................................................Reverberation

Réverbération / Reverberación / Nachhall / 混响 / Реверберация (отражение) / Riverberazione /

Quando os raios sísmicos de um emissor marinho são reflectidos, várias vezes, entre o fundo e o nível do mar. Este múltiplo é de todos os múltiplos que se encontram nas linhas sísmicas o mais fácil de eliminar no tratamento dos dados sísmicos. Sinónimo de Ringing.

Ver: « Difracção (onda sísmica) »
&
« Raio Sísmico »
&
« Sísmica de Reflexão »

Em inglês, a reverberação ou “ringing” é uma ressonância* sísmica produzida pelos múltiplos de pequeno comprimento de onda induzidos pela lâmina de água. Embora o método sísmico por reflexão repouse sobre a hipótese de trajectos simples, como ilustrado neste esquema, chegadas reflectidas complexas são, muitas vezes, registadas (múltiplos). Neste caso particular, os repetidos trajectos, dentro da lâmina de água, são adicionados ao tempo de trajecto do horizonte profundo. Este tipo múltiplo produz um ruído coerente ou ressonância ("pedalagem" em francês ou "ringing" em inglês). Ele é muito frequente nas linhas sísmicas marinhas e pode encontrar-se, por vezes, nas linhas sísmicas terrestres. Como ilustrado, ele é devido às múltiplas reflexões na camada de água. Quando numa linha sísmica um reflector se assemelha à morfologia do fundo do mar, ele deve ser imperativamente testado, uma vez que ele pode não ter significado geológico. Os fortes coeficientes de reflexão à superfície e na base da lâmina de água provocam uma reflexão repetida de uma grande parte da energia. Para certas profundidades de água, frequências particulares são reforçadas e os registos apresentam uma forma sinusóide. Assim, não só a delineação das reflexões, mas também a cronometragem e correcções de curvatura, estão sujeitas a erros. Para evitar este tipo de múltiplo, os geocientistas utilizam um filtro inverso, quer isto dizer, que eles enviam à saída do hidrofone uma ressonância através do filtro inverso (num centro de tratamento) que suprime o efeito da camada de água. Uma deconvolução, isto é o processo de convoluir com um filtro inverso é uma das operações mais importantes do tratamento sísmico. A deconvolução** permite suprimir a ressonância da lâmina de água, mas pode-se também deconvoluir com outros filtros, para suprimir outros efeitos, à condição que se saiba, suficientemente, sobre os filtros e sobre o sinal. A convolução é uma operação matemática em que duas funções a e b, que produzem uma terceira função, a qual que é, tipicamente, considerada como uma versão modificada de uma das funções originais.

(*) Fenómeno que ocorre quando um corpo capaz de vibrar é submetido à acção de uma força periódica, cujo período de vibração se aproxima do período de vibração característico desse corpo, em que uma força relativamente pequena aplicada repetidamente faz que a amplitude do sistema oscilante se torna muito grande.

(**) Operação matemática utilizada na restauração do sinais para recuperar dados que foram degradados por um processo físico que pode ser descrito pela operação inversa a uma convolução (operador linear que, a partir de duas funções, resulta numa terceira que mede a soma do produto dessas funções ao longo da região subentendida pela superposição delas em função do deslocamento existente entre elas).

Revolução Verde..........................................................................................................................................................................................Green Revolution

Révolution vert / Revolución verde / Grüne Revolution / 绿色革命 / Зелёная революция / Rivoluzione verde /

O crescimento exponencial da população aumenta de maneira exponencial, enquanto que a produção de alimentos aumenta de maneira aritmética. Naturalmente, as populações correm sempre o risco de não terem alimentos suficientes. Desde 1950, a produção de alimentos aumentou de maneira impressionante devido a introdução na agricultura de fertilizantes e novas sementes.

Ver: « Lei de Murphy »
&
« Lei do Crescimento Sigmóide (carbonatos) »
&
« Teoria da Evolução »

A revolução verde refere-se à invenção e disseminação de novas sementes e práticas agrícolas que permitiram um vasto aumento na produção agrícola em países menos desenvolvidos durante as décadas de 60 e 70. É um amplo programa idealizado para aumentar a produção agrícola no mundo por meio do melhoramento genético de sementes, uso intensivo de insumos industriais, mecanização e redução do custo de manejo. O modelo se baseia na intensiva utilização de sementes, geneticamente, melhoradas (particularmente sementes híbridas), insumos industriais (fertilizantes e agrotóxicos), mecanização e diminuição do custo de manejo. Também são creditados à revolução verde o uso extensivo de tecnologia no plantio, na irrigação e na colheita, assim como no gerenciamento de produção. Se de uma forma crítica a "Revolução Verde" proporcionou através destes 'pacotes inovadores' a degradação ambiental e cultural dos agricultores tradicionais, por outro lado somente com ela foi possível alimentar os mais de 6 biliões de pessoas na Terra. Esse ciclo de inovações iniciou-se com os avanços tecnológicos do pós-guerra, embora o termo revolução verde só tenha surgido na década de 70. Desde essa época, pesquisadores de países industrializados prometiam, através de um conjunto de técnicas, aumentar, estrondosamente, as produtividades agrícolas e resolver o problema da fome nos países em desenvolvimento. Mas, contraditoriamente, além de não resolver o problema da fome, aumentou a concentração fundiária, a dependência de sementes modificadas e alterou de maneira significativa a cultura dos pequenos proprietários. Em contrapartida ao aumento na produtividade gerados pela Revolução Verde, observou-se nos países subdesenvolvidos o aumento da estrutura latifundiária, uma vez que os pequenos agricultores não conseguiram financiar os gastos necessários para acompanhar a Revolução (http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolução_verde).

Ria (costa)............................................................................................................................................................................................................................................................Ria Coast

Côte avec rias / Ría / Riaküsten / 海岸线, 以利雅 / Риасовый берег / Costa a ria /

Reentrância do traçado da costa, longa, estreita e ramificada, prolongando-se para montante por um canal fluvial. Uma ria resulta da submersão do sector terminal da rede hidrográfica de uma bacia fluvial (Moreira, 1984).

Ver: “ Linha da Costa
&
" Litoral "
&
" Rio "

Como ilustrado em geral, uma ria nunca se forma de maneira isolada, mas em grupos. A maior parte das vezes que um geocientista fala de ria, como a ria de Aveiro (fotografias), ele está a referir-se a um conjunto de rias paralelas no litoral de um grande território. Uma ria forma-se e quando o nível do mar sobe e inunda um vale de um rio. O resultado é quase sempre um estuário, cercado por montes que no passado formavam o vale. Uma ria é, por vezes, conhecida como vale do rio submerso. Pode dizer-se que uma ria começa como um simples vale de um rio que se escoa entre os montes ou montanhas que o delimitam. Como durante a última era glacial, havia muitos rios perto do oceano, quando o nível do mar começou a subir devido ao degelo, ele começou a inundar os vales à volta dos montes. Depois de algum tempo, o vale está cheio de água do mar e o rio ainda corre nele. A combinação da água do oceano e do rio forma um estuário. Uma ria tem um a forma de um canal em V e muitos pequenos rios se juntam a ela. Como uma ria é um tipo de estuário, espécies estuarinas são abundantes, embora isso varie função da localização geográfica. Uma ria e um fiorde são muito semelhantes e, muitas vezes, podem ser confundida com uma outra. Um fiorde é formado pelo movimento glacial, enquanto que uma ria é formada por um vale que é inundado pela maré alta. Outra diferença é que uma ria é mais profunda e mais ampla em direcção da desembocadura e enquanto que os fiordes têm uma desembocadura rasa.  Se a hipótese do aquecimento global, antropogénico ou não, se confirmar, o que parece não ser o caso, uma vez que os muitos geocientistas constataram uma estabilidade, ver mesmo uma diminuição da temperatura global, desde 2000, ele pode afectar, de maneira significativa, o meio ambiente global nas décadas futuras. Se uma parte das calotes glaciares derreter, o nível do mar subirá e, certamente, mais rias serão formadas, mas as actuais costas com rias, contrariamente ao que muita gente pensa, não sofreram grandes danos.

Rifte (vale do rifte)................................................................................................................................................................................................................................Rift-Valley

Vallée du rift / Valle del rift / Grabenbruch / 裂谷 / рифтовая долина / Fossa tettonica /

O termo rifte ou vale de rifte (“Rift Valley”) foi utilizado pela primeira vez por J.W. Gregory (1984) para descrever a morfologia dos vales da África Oriental : “Vale linear com lados paralelos e quase verticais distantes entre 30 e 100 km separados dos planaltos circundantes por grandes escarpas cuja altura pode atingir alguns milhares de metros e cuja base, provavelmente, caiu ao longo de falhas normais”. Este termo não pode ser utilizado para as bacias formadas durante o alongamento dos supercontinentes, antes da ruptura da litosfera, uma vez que na formação e preenchimento destas bacias, na grande maioria dos casos, não existe nenhuma anomalia topográfica negativa significativa associada (excepto quando a taxa de alongamento ou de extensão é muito maior que a taxa de preenchimento). Por isso estas bacias são denominadas bacias de tipo rifte e não riftes. Na realidade, à medida que o espaço disponível para os sedimentos é criado, pelo alargamento a litosfera do supercontinente, ele é, imediatamente, preenchido por sedimentos, o que mantém a topografia da área, mais ou menos, plana, o que é muito diferente da vale de rifte, ou da topografia do rifte da dorsal médio oceânica. Ao contrário, o termo rifte e em particular, vale de rifte (Gregory, 1984) pode, perfeitamente, ser utilizado para designar o vale central das dorsais médio oceânicas.

Ver: « Tipo-Rifte, bacia »

Ringing (pedalagem sismique).................................................................................................................................................................................................Ringing

Ringing (sismique)/ Ringing / Ringing (seismische) / 振铃(地震) / Реверберация (сейсмическая) / Ringing (sismica) /

Quando os raios sísmicos de um emissor marinho são reflectidos, várias vezes, entre o fundo e o nível do mar, o que pode produz vários múltiplos do fundo do mar. Sinónimo de Reverberação ou Pedalagem.

Ver: « Difracção (onda sísmica) »
&
« Reverberação »
&
« Sísmica de Reflexão »

Neste autotraço de uma linha sísmica do offshore de Labrador (Canadá) podem reconhecer-se vários múltiplos induzidos pela lâmina de água. Uma forte reflexão é visível, aproximadamente, à profundidade de 2 segundos (tempo duplo), sobretudo, na parte central da linha. Esta reflexão sublinha uma interface sedimentar caracterizada por um forte contraste de impedância acústica (interface entre as rochas supracrustales, que forma o soco nesta região e os sedimentos da margem continental divergente). Quando a energia reflectida por esta interface chega ao nível do mar, ela é reflectida para o fundo do mar, o qual a reflecte de novo para a superfície. Esta pedalagem ou "ringing", entre o topo e a base da lâmina de água, pode fazer-se várias vezes. O tempo gasto na pedalagem adiciona-se ao tempo que a energia gastou para atingir a interface profunda e regressar ao hidrofone, o que produz múltiplos, pelo menos de 1a e 2a do reflector associado à interface profunda. A diferença, em tempo, entre a reflexão primária e o seu primeiro múltiplo é igual ao tempo que as ondas sísmicas gastam a atravessar a lâmina de água. Da mesma maneira, a diferença (em tempo duplo) entre entre 1° e o 2° múltiplo, ou entre o segundo e terceiro, é sempre igual a espessura da lâmina de água em tempo (t.w.t.). Isto obriga o interpretador a ser cauteloso quando debaixo de um forte evento reflectivo se encontrar um outro, mais ou menos, com a mesma geometria (por vezes mais inclinado se a lâmina de água aumentar fortemente numa determinada direcção). Todas as vezes que isso acontecer o interpretador tem que testar o significado geológico do evento inferior. Os múltiplos do fundo do mar, facilmente visíveis nesta linha sísmica são, de longe, os mais típicos múltiplos por pedalagem. Nesta linha são visíveis pelo menos os três primeiros (note a repetição, em profundidade, da pequena anomalia negativa do fundo do mar). A inclinação do fundo do mar para Oeste (continente) e não para Este, como geralmente é o caso, é devido a acção erosiva dos icebergues ao longo do seu trajecto para sul em direcção à Terra Nova.

Rio......................................................................................................................................................................................................................................................................................................River

Fleuve / Río / Fluss / 河流 / Антодит (образование, имеющее вид цветка) / Fiume /

Corrente de água natural, em geral doce, que se escoa em direcção do mar, lago ou corrente. Em certos casos, um rio escoa-se para o subsolo ou seca completamente antes de encontrar um outro corpo de água. O termo rio é, geralmente, utilizado para as grandes correntes, enquanto que ribeira, riacho, regato, arroio, corgo, etc., são utilizados para curso de água mais pequenos.

Ver: « Linha de Baía »
&
« Meandro »
&
« Perfil de Equilíbrio (rio) »

Os rios e, de uma maneira geral, todas as correntes de água são os agentes erosivos principais que transportam os sedimentos para os centros de deposição. O termo erosão poder ter dois sentidos, um largo e um mais restrito. O sentido restrito identifica erosão e escavamento. O sentido largo significa escavamento mais o resultado do escavamento, isto quer, escavamento e transporte dos materiais arrancados mais a acumulação desses materiais. O espaço, que é ocupado pelas águas do rio é o leito. Um rio pode ter vários leitos: (i) Leito maior ou leito de inundação, isto é, toda a zona que o rio pode inundar e que ele cobre de aluvião ; (ii) Leito ordinário ou leito aparente que corresponde a zona limitada entre as margens, a qual é ocupada por material rolado pela água, pouco coberta de vegetação e sem habitações, o que não é o caso do leito maior e (iii) Canal que é a pequena zona do leito aparente onde o rio corre quando o nível da água é baixo. Num leito aparente rectilíneo o canal é sempre sinuoso, como ilustrado nesta fotografia do rio Lima. Se o canal não é muito irregular, devido a afloramentos rochosos, o seu traçado em plano e o seu perfil transversal são ligados pela relação entre as profundidades e as sinuosidades. Existe em cada sinuosidade ou curva do rio um sector mais profundo do que os que se encontram nas partes situadas imediatamente a jusante ou a montante: são os chamados poços do rio. Entre os poços, as partes menos profundas, que são mais rectilíneas e oblíquas em relação ao leito aparente são os altos do rio. O perfil através os poços é assimétrico e a profundidade máxima encontra-se com a margem côncava. O perfil através os altos é simétrico (mais ou menos um trapézio). À saída de cada poço, o fundo do rio inclina para montante. A inclinação da superfície da água é forte sobre um alto e a velocidade maior. Contudo, quando a água sobe, as inclinações dos poços e altos tendem a igualar-se.

Rio Tipo-Yazoo.................................................................................................................................................................................................Yazoo-Type River

Fleuve type-Yazoo / Río tipo-Yazoo / Yazoo-Typ Fluss / 亚祖 - 型河流 / Приток, текущий параллельно основной реке / Fiume tipo-Yazoo /

Rio tributário incapaz de entrar no rio principal devido aos diques marginais naturais (levadas) ao longo do rio principal.

Ver : « Dique Marginal Natural »
&
« Linha de Baía »
&
« Meandro »

Como ilustrado neste esquema, um rio tipo-Yazoo corre na zona exterior (atrás) dos pântanos marginais, paralelamente ao rio principal, até poder, eventualmente, a jusante, encontrar uma entrada para rio principal. Normalmente, isto ocorre, quando o rio está próximo do estado de maturação e diques naturais se desenvolvem sobre as margens e relativamente mais altos do que a planície de inundação circunvizinha. Nestas condições, os rios tributários são incapazes de desaguar no canal principal e formam lagos ou escoam-se paralelamente ao rio principal. O exemplo típico de rio-Yazoo, é o rio Memphis (Tennessee, EUA), que se escoa paralelamente ao Rio Mississipi, por mais de 400 km. Este rio desagua no Mississipi, na região de Vicksburgo (Mississipi), porque os bancos rio Mississipi são muito elevados e impedem que o seu tributário Yazoo entre no canal principal, obrigam-o a escoar-se ao longo da planície de inundação (largura variável entre 35 e 150 km), paralelamente ao canal principal e com um gradiente de cerca de 11,4 cm por quilómetro. Canais tipo-Yazoo têm sido descritos nos sistemas de drenagem submarinos em associação com os canais profundos médio-oceânicos. Contudo, tipicamente, os tributários tipo-Yazoo e os sistemas de deposição associados contrastam com os sistemas turbidíticos profundos. Os cones submarinos quer eles sejam da bacia ou talude são sistemas de dispersão dos sedimentos transportados ao longo dos vales e canhões submarinos. Os canais submarinos do tipo-Yazoo, ao contrário, formam sistemas convergentes e centrípetos dos distributário, que se juntam na bacia de drenagem do canal médio-oceânico principal. A arquitectura de tais sistemas é caracterizada por uma agradação desordenada de intervalos grano-decrescentes grosseiros com preenchimento arenosos de canais e barras de meandro submarinas encaixadas nos depósitos de transporto submarinos. Os canais de 2a ordem contém depósitos de transbordo arenosos, onde os diques marginais naturais do canal principal são, principalmente, constituídos por argilitos e siltos. Estes canais de 2a ordem podem ser entrelaçados e formar largas planícies profundas.

Ritmito...............................................................................................................................................................................................................................................................Rhythmite

Rythmite / Ritmita / Rhythmite (Offensichtliche Periodizität) / 韵律 / Регулярное наслоение осадочных пород / Rhythmite (periodicità evidente) /

Complexo glaciolacustre, laminado, de litologia silto-argilosa, formado um par de intervalos sedimentares, um claro e outro escuro, que é separado do outros ritmitos por uma descontinuidade sedimentar. Localmente, podem encontrar-se blocos isolados de tamanho variável (centimétrico ou decimétrico) provenientes da bacia produtora e que caíram do gelo flutuante. Por vezes sinónimo de Varva.

Ver: « Turbiditos »
&
« Rocha-Reservatório »
&
« Deposição (clásticos) »

Um ritmito consiste de camadas de sedimento ou rocha sedimentar que se depositam com uma óbvia periodicidade e regularidade. Os ritmitos podem ser criados por processos anuais, tais como: (i) Processos anuais, associados às variações sazonais que sublinham as variações no ciclo de escoamento das águas ; (ii) Processos mais curto, como, por exemplo, as marés ou (iii) Processos mais longos, tais como as inundações periódicas. Os ritmitos desempenham um papel importante na compreensão dos eventos pré-históricos, elucidando as variações do nível do mar, variações das glaciações e da órbita terrestre, que servem para responder a perguntas sobre as mudanças climáticas. Os depósitos anuais laminadas conhecidos como varvas são rítmicos com uma periodicidade anual. As camadas anuais de sedimentos ou rochas sedimentares são depositadas segundo as variações sazonais que resultam da precipitação ou da temperatura, que influencia as taxas de precipitação e cargas de detritos na água das enxurradas. Muitos dos ritmitos encontrados no registro geológico, as varvas estão das mais importantes ; elas permitem de melhor compreender as mudanças alterações climáticas do passado geológico próximo. As varvas são certamente dos eventos geológicos com mais fina resolução estratigráfica. Os ritmitos podem ser depositados com periodicidades outras que anuais. Os registos geológicos mostram eventos mais frequentes (por exemplo, marés) e menos frequentes (inundações glacial) do que as varvas. Em todas as eras geológicas, os geocientistas identificaram depósitos induzidos pelas correntes de maré. Certas camadas do Carbonífero sublinham eventos ciclos induzidos com as marés, tais como as marés semidiurnas, diurnas ou das sizígia. O registo geológico tem camadas laminadas comparáveis as encontradas, actualmente, nos sedimentos costeiros do Canadá e da França.

Rocha-de-Cobertura...................................................................................................................................................Sealing Rock, Cap Rock

Roche de couverture / Roca de cobertura / Abdichtung Rock / 封岩 / Перекрывающая горная порода / Roccia di chiusura /

Rocha que não deixa, ou que dificulta, os fluidos e, particularmente, os hidrocarbonetos, como o petróleo ou gás, a moverem-se através dela. As principais rochas-de-cobertura são as rochas argilosas e evaporitos, particularmente o sal.

Ver: « Jazigo (hidrocarbonetos) »
&
« Rocha-Mãe »
&
« Rocha-Reservatório »

Numa armadilha estrutural, é necessário a presença de uma rocha-reservatório, nos poros da qual o petróleo ou gás se acumulam, mas também é necessária a presença de uma rocha de cobertura que deve fechar ou impedir os hidrocarbonetos de se escarpar vertical e lateralmente da rocha-reservatório. Se a presença de uma rocha de cobertura é necessária numa armadilha estrutural, para guardar os hidrocarbonetos, numa armadilha não-estrutural, como, por exemplo, nas armadilhas estratigráficas (biselamento), morfológicas (recife) ou morfológicas por justaposição (blocos falhados), ela é, obviamente, indispensável, uma vez que é ela que forma a armadilha. Numa armadilha morfológica por justaposição, por exemplo, a armadilha existe, unicamente, quando o movimento dos blocos falhados, ao longo do plano de falha, põe em justaposição à rocha-reservatório, no bloco oposto, à uma rocha de cobertura. Nesta figura, utilizando as diagrafias eléctricas de um poço de pesquiza do onshore de Cabinda (Angola), está resumida a litologia, bacias sedimentares e os principais parâmetros petrolíferos. As rochas-mãe (rochas argilosas lacustres ricas em matéria orgânica), que geraram os hidrocarbonetos, depositaram-se numa bacia de tipo-rifte. As rochas-reservatório, onde os hidrocarbonetos estão, por vezes, acumulados depositaram-se, principalmente, na parte inferior da bacia do tipo-rifte (formação Lucula). As rochas de cobertura são os argilitos da formação Bucomazi (parte superior da bacia de tipo-rifte) e o intervalo salífero da base da margem. Sabendo que, praticamente, todas as armadilhas desta área não são estruturais, mas sim morfológicas por justaposição, a identificação e cartografia dos intervalos com as características de rocha de cobertura é crucial. A maior parte dos poços de pesquiza, que testaram uma armadilha, que não é estrutural, são secos uma vez que a armadilha não existe por falta de cobertura, visto que é a cobertura que forma a armadilha. Por outras palavras, a cartografia da cobertura é, aqui, praticamente, tanto ou mais importante do que a da rocha-reservatório.

Rocha-Mãe......................................................................................................................................................................................................................................Source Rock

Roche-mère / Roca madre / Quelle Rock, Muttergestein / 烃源岩 / Нефтематеринская порода / Roccia fonte /

Rocha sedimentar, rica em matéria orgânica, que foi enterrada, suficientemente, para que a matéria orgânica gere hidrocarbonetos em quantidades, economicamente, rentáveis.

Ver: « Rocha-de-Cobertura »
&
« Rocha-Mãe Lacustre »
&
« Rocha-Reservatório »

Nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de uma linha sísmica do offshore de Angola (Bacia do Kwanza) está ilustrado um intervalo rocha-mãe, identificado por poços de pesquiza, o qual é raro neste offshore. Estratigraficamente, este intervalo rocha-mãe é subjacente ao intervalo evaporítico da margem (Apciano) e sobrejacente ao vulcanismo subaéreo, que também foi corroborado por vários poços de pesquiza. Isto significa, que o intervalo rocha-mãe faz parte do sector inferior da margem divergente e não de uma bacia do tipo-rifte, como é, muitas vezes o caso no onshore e mesmo no offshore. As lavas subaéreas (não esqueça que não pode haver escoamentos vulcânicos submarinos, um vez que as lavas debaixo de água se solidificam muito rapidamente) começaram a escoar-se, a partir dos centros de expansão para o continente, depois da fracturação da litosfera, quer isto dizer, depois da individualização das placas litosféricas da África e da América do Sul. O intervalo rocha-mãe, ilustrado nesta tentativa, depositou-se durante os primeiros estágios da margem divergente e não dentro de uma bacia de tipo-rifte. A hipótese menos falsificável, isto é, aquela que resiste melhor aos testes de refutação, é que o intervalo sedimentar da base da margem, onde estão localizadas as rocha-mãe, entre as lavas subaéreas e o topo do intervalo salífero (base dos carbonatos) se depositou numa bacia epicontinental, pouco profunda, ou mesmo num grande lago limitado entre o centro de expansão, a Oeste, e o continente a Este. Foi, certamente, num tal ambiente sedimentar se que se depositaram as rochas argilosas lacustres ricas em matéria orgânica que constituem o intervalo rocha-mãe. Infelizmente, não existe, praticamente, nenhuma armadilha evidente no intervalo infrassalífero, uma vez que todas as "estruturas" visíveis nesta tentativa de interpretação correspondem, muito provavelmente, a artefactos sísmicos. São as variações laterais de velocidade induzidas pelas variações de espessura do sal que induzem, em tempo e não em profundidade, esses artefactos. Os trajectos de migração dos hidrocarbonetos (note que os sedimentos infrassalíferos inclinam de maneira contínua para noroeste) e a presença do sal, não favorecem acumulações nos sedimentos suprassalíferos.

Rocha-Mãe Lacustre.................................................................................................................................................Lacustrine Source Rock

Roche-mère lacustre / Roca madre lacustre / Lacustrine-Muttergestein / 湖相烃源岩 / Озерная материнская порода , Озерная источник рок / Roccia fonte lacustre /

Rocha lacustre, rica em matéria orgânica, que foi enterrada, suficientemente, para que a matéria orgânica gere hidrocarbonetos em quantidades, economicamente rentáveis.

Ver: « Rocha-de-Cobertura »
&
« Rocha-Mãe »
&
« Rocha-Reservatório »

Nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de uma linha sísmica do offshore de Cabinda (Angola), não longe da linha da costa, o intervalo de rochas-mãe lacustres, dentro de uma bacia de tipo-rifte, é facilmente identificável. Isto permite identificar tais níveis lacustres, cuja espessura é, mais ou menos, constante e a configuração interna paralela dos reflectores. Uma tal geometria significa, que durante um certo período do alongamento da litosfera, antes da ruptura desta, isto é, durante a formação das bacias de tipo-rifte, a taxa de alongamento (extensão) era, largamente, superior ao acarreio sedimentar. Ou, por outras palavras, o acarreio sedimentar era insuficiente. Nestas condições, a formação de uma lâmina de água é inevitável, o que cria um lago, mais ou menos, profundo e, mais tarde, o depósito de um intervalo lacustre rico em matéria orgânica, se as condições de formação e preservação da matéria orgânica estiverem presentes. Quando a taxa de alongamento da litosfera, quer isto dizer, a subsidência diferencial, que cria as bacias de tipo-rifte, é, mais ou menos, compensada pelo acarreio sedimentar, todo o espaço disponível criado é preenchido e nenhuma lâmina de água se forma. Necessariamente, isto implica, que os intervalos sedimentares depositados aumentem de espessura em direcção da falha normal que borda a bacia de tipo-rifte e, que a configuração interna dos intervalos sedimentares, os quais são compostos, principalmente, por material arenoso, tenham uma configuração interna divergente. Dentro de uma bacia de tipo-rifte, que, geralmente, tem a geometria de um demigraben, todo o intervalo com uma espessura, mais ou menos, constante e uma configuração interna paralela, tem uma grande probabilidade de corresponder a rochas argilosas lacustres ricas em matéria orgânica, isto é, que podem ser consideradas como rochas-mãe potenciais. Se o enterramento desses intervalos for, suficientemente grande para que a matéria orgânica atinja a maturação, como é o caso ilustrado nesta tentativa (tendo em linha de conta o levantamento recente da margem), tais rochas lacustres são, em geral, boas rochas mãe com alta produtividade.

Rocha-Mãe Marinha.............................................................................................................................................................Marine Source Rock

Roche-mère marine / Roca madre marina / Marine-Muttergestein / 海相烃源岩 / Морская материнская порода / Roccia fonte marina /

Rocha marinha rica em matéria orgânica e que foi enterrada suficientemente para que a matéria orgânica gere hidrocarbonetos em quantidades, economicamente, rentáveis.

Ver: « Rocha-de-Cobertura »
&
« Rocha-Mãe »
&
« Rocha-Reservatório »

Nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de uma linha sísmica do offshore da Venezuela, cuja direcção é paralela à direcção dos planos das falhas inversas, está sublinhado o intervalo sísmico que contém as rochas-mãe marinhas da formação La Luna. Esta formação, que é, essencialmente, composta por argilitos, mais ou menos, carbonatados e muito ricos em matéria orgânica, depositou-se durante o pico da transgressão Cretácica (Cenomaniano-Turoniano, isto é, entre 93,5 Ma e 89,0 Ma, provavelmente 91,5 Ma). Depois da ruptura da Pangeia, à medida que os continentes se afastavam uns dos outros, devido a expansão ou alastramento oceânico, o volume das bacias oceânicas diminuía função da formação das montanhas oceânicas (rides oceânicas). Como a quantidade de água, sob todas as suas formas, é considerada constante desde a formação da Terra, há cerca de 4,5 Ga, o nível eustático subiu. Esta subida do mar foi acompanhada por uma subsidência (não contínua) das margens dos continentes, o que, globalmente, criou uma subida relativa do nível do mar. A cada incremento da subida relativa do nível do mar, a linha da costa (e a ruptura da superfície de deposição costeira, que, em termos sísmicos, é, mais ou menos, coincidente com a linha da costa) e os depósitos costeiros deslocaram-se para o continente. Um tal deslocamento criou, nas parte distais das plataformas continentais, condições geológicas com uma taxa de sedimentação muito fraca, que certos geocientistas chamam condições de bacia subalimentada. É nestas condições, as quais, por vezes, são reforçadas pela acção de correntes marinhas frias ascendentes, que a matéria orgânica não só se desenvolve muito, rapidamente, mas é preservada uma vez que ela atinge o fundo mar. Desde que o nível relativo do mar começa a subir, globalmente, em desaceleração (durante o Neogénico Inferior), deposita-se um intervalo progradante que pouco a pouco reduz a plataforma continental fossilizando e enterrando, assim, o intervalo condensado e rico em matéria orgânica depositado durante a transgressão. Isto quer dizer que se o enterramento for suficiente, as rochas-mães marinhas potenciais podem passar a rocha-mães, se a matéria orgânica atingir a janela do petróleo.

Rocha-Mãe Marinha do Cretácico...................................................Cretaceous Marine Source Rock

Roche-mère marine du Crétacé / Roca madre marina del Cretácico / Kreidezeit marine-Muttergestein / 白垩世海相烃源岩 / Морская материнская порода мелового периода / Roccia fonte marina delle Cretaceo /

Rocha marinha, rica em matéria orgânica, depositada, em geral, no pico da transgressão Cretácica, que foi suficientemente enterrada, para que a sua matéria orgânica atinja a janela do petróleo, e, que tem uma carga suficiente para alimentar acumulações, economicamente, rentáveis.

Ver : « Rocha-de-Cobertura »
&
« Rocha-Mãe »
&
« Rocha-Reservatório »

Como ilustrado nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de uma linha sísmica do offshore de Angola, as rochas-mãe marinhas do Cretácico estão associadas com o máximo da transgressão Cretácica (Cenomaniano-Turoniano, entre 93,5 e 89,0 Ma e, muito provavelmente, com a superfície da base das progradações 91,5 Ma). Elas correspondem a interface entre a fase transgressiva e regressiva do ciclo estratigráfico de invasão continental pós-Pangeia. Praticamente, quer no campo, quer nas linhas sísmicas, elas correspondem a interface entre a geometria retrogradante dos sedimentos transgressivos e a geometria progradante dos sedimentos regressivos (nesta linha estas geometrias estão, ligeiramente, ocultas pela tectónica salífera). As rochas-mãe marinhas do Cretácico depositaram-se quando o nível eustático era máximo, uma vez que o nível do mar global (eustático) subiu desde a ruptura do supercontinente Pangeia até ao Cenomaniano-Turoniano, que corresponde ao máximo de dispersão dos continentes individualizados pela ruptura da Pangeia. Desde que os continentes começaram a aproximar-se uns dos outros e a subducção da crusta oceânica tornou-se preponderante sobre a formação de crusta oceânica nova, o nível do mar, globalmente, começou a descer até hoje (aumento do volume das bacias oceânicas). As rochas-mãe marinhas do Cretácico geram cerca de 30% de todas as reservas de hidrocarbonetos (petróleo, gás e condensado) conhecidas actualmente. Como as rochas-mães marinhas do Jurássico geraram cerca de 25% das reservas de hidrocarbonetos, pode dizer, que cerca de 55-60% das reservas de hidrocarbonetos foram geradas pelas rochas-mãe depositadas durante a fase transgressiva do ciclo estratigráfico de invasão continental pós-Pangeia, o qual foi induzido pelo último ciclo eustático de 1a ordem do Fanerozóico, isto é, o ciclo eustático pós-Pangeia. Estas percentagem não entram em linha de conta com a enorme quantidade de hidrocarbonetos perdidos durante a formação da Pangéia, que é difícil de prognosticar.

Rocha-Mãe Marinha do Jurássico................................................................Jurassic Marine Source Rock

Roche-mère marine du Jurassique / Roca madre marina del Jurásico / Jurassic marine-Muttergestein / 侏罗纪海相烃源岩 / Морская материнская порода юрского периода / Roccia fonte marina del Giurassico /

Rocha marinha, rica em matéria orgânica, depositada durante a transgressão do Jurássico, que foi, suficientemente, enterrada para que a sua matéria orgânica atinja a janela do petróleo e que tem uma carga suficiente para alimentar acumulações economicamente rentáveis.

Ver: « Rocha-de-Cobertura »
&
« Rocha-Mãe »
&
« Rocha-Reservatório »

Nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de uma linha sísmica regional do offshore da Noruega, estão ilustradas as rochas-mãe marinhas do Jurássico, principalmente, as do Kimmeridgiano (150,7 e 154,1 Ma), as quais alimentaram todas as acumulação de hidrocarbonetos não só deste offshore, mas também as do Mar do Norte. Cerca de 55-60% das reservas de hidrocarbonetos foram geradas a partir das rochas-mãe depositadas durante a fase transgressiva do ciclo estratigráfico de invasão continental pós-Pangéia. Cerca de 30% pelas rochas-mãe do Cretácico (Cenomaniano-Turoniano) e cerca de 25% pelas rochas-mãe do Jurássico (Oxfordiano-Kimmeridgiano). Estes dois tipos de rochas-mãe marinhas correspondem a alto eustáticos que favoreceram a deposição de sedimentos ricos em matéria orgânica. Como ilustrado nesta tentativa de interpretação, apenas os sedimentos Jurássicos, foram enterrados, suficientemente, para que a matéria orgânica pudesse produzir hidrocarbonetos (janela do petróleo). Três superfícies da base de progradações (Miocénico Médio, Turoniano Inferior e Kimmeridgiano), que sublinham horizontes sedimentares ricos em matéria orgânica, isto é rochas-mãe potenciais são, facilmente, reconhecidos (sublinhadas em tracejado vermelho). Como é fácil de constar, unicamente, a superfície de base das progradações do Kimmeridgiano foi enterrada, suficientemente, para que a matéria orgânica entre na janela do petróleo. A matéria orgânica dos sedimentos do Turoniano Médio e Miocénico Médio está imatura, isto é, ela não atingiu a janela do petróleo (entre em linha de conta com o levantamento isostático recente da parte Este desta linha, isto é da Noruega, induzido pela descarga das calotes glaciares). Nesta tentativa de interpretação, as progradações entre o Kimmeridgiano e Berriasiano Médio (Cretácico Inferior), assim como as do Senoniano (Cretácico Superior) são muito bem marcadas. Ao contrário, as do Serravaliano e Tortoniano não são evidentes, uma vez que depósitos de água pouco profunda e talude continental foram erodidos.

Rocha-Mãe não-Marinha......................................................................................................................Non-Marine Source Rock

Roche-mère non-marine / Roca madre no marina / Nicht-Marine Muttergestein / 无海相烃源岩 / Неморская материнская порода / Roccia fonte non-marina /

Rocha sedimentar não-marinha (continentais ou lacustres) rica em matéria, que foi enterrada, suficientemente, e que gerou hidrocarbonetos capazes de alimentar acumulações, economicamente, rendíveis.

Ver : « Rocha-de-Cobertura »
&
« Rocha-Mãe »
&
« Rocha-Reservatório »

Como ilustrado nesta tentativa de interpretação geológica, em profundidade e em fácies (litologia), de uma linha sísmica do offshore da Indonésia, os carvões e os argilitos orgânicos da planície deltaica são exemplos de rochas-mãe não-marinhas. Nesta área, toda a matéria orgânica é do tipo III e, em geral, ela gera, principalmente, gás com um pouco de petróleo associado. Há uns anos atrás, quando o preço da barril de petróleo não ultrapassava os 10 dólares e não havia mercado para o gás, a maior parte dos campos descobertos nesta área foram considerados como campos de petróleo. Actualmente, ninguém mais tem problemas para considerar, que os campos, alimentados por estas rochas-mãe não-marinhas, são enormes campos de gás com um pouco de petróleo, mesmo se o campo de Handil, por exemplo, produziu mais de 1,5 Gb. É interessante notar, que estes sedimentos orgânicos não-marinhos (carvão e argilitos da planície deltaica) podem formar rochas-mãe em ambientes marinhos, particularmente, marinhos profundos. Nesta área, à medida que o edifício deltaico progradou para o mar, durante as descidas relativa dos nível do mar, os sedimentos da planície deltaica, quer isto dizer, os carvões e argilitos ricos em matéria orgânica (tipo III), foram erodidos e transportados para os ambientes profundos da bacia por correntes de turbidez, onde eles são depositados, quer em cones submarinos de bacia quer do talude. Em certas condições, os depósitos turbiditos podem ser não só considerados como rochas-reservatório potenciais, mas também como rochas-mãe marinhas potenciais, uma vez que eles têm uma quantidade de material orgânico disperso não negligenciável. Embora a carga de este tipo de rochas-mãe não-marinhas (matéria orgânica continental transportada e dispersa), seja muito pequena, se a espessura dos depósitos turbidíticos for, suficientemente, importante e se o tipo de migração dos hidrocarbonetos for convergente para determinadas áreas (altos estruturais), elas podem alimentar acumulações rendíveis mesmo sob uma lâmina de água importante, como é o caso a jusante da área ilustrada por esta tentativa de interpretação(offshore de Kalimantan, offshore Este de Bornéu). Note que nas computações acima ilustradas, a média móvel simples (MMS), calcula a média através dos valores mais recentes numa série de dados.


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Última actualização: Março, 2018