Amplitude de Onda..........................................................................................................................................................................................................................Wave Range

Amplitude (onde)/ Amplitud de onda / Wave-Bereich, Wellenhub / 波动范围 / Диапазон волн / Ampiezza dell'onda /

Metade da altura de onda, medida perpendicularmente ao eixo da onda (metade da distância vertical entre a crista e cava adjacente de uma vaga).

Ver: " Altura de Onda "
&
« Crista (de onda) »
&
« Comprimento de Onda »

Uma onda é uma sequência perturbações ou pulsos que transportam, de maneira sinusoidal, a energia libertada por uma fonte através de um determinado meio. A fonte, que cria a perturbação do meio, pode ser a queda de uma pedra  num lago, uma explosão subterrânea, um abalo sísmico criado criados pelo movimento relativo dos blocos e uma falha, etc. O meio através do qual a energia cinética induzida pela fonte pode ser (i) Sólido, como no caso das ondas sísmica provocadas por uma explosão subterrânea ; (ii) Liquido como no caso das ondas do mar ou (iii) Gasoso, como no caso das ondas acústicas. É importante não esquecer que nenhuma onda transporta matéria e que a energia é transportada pelo movimento orbital das partículas que formam o meio. A propagação das ondas  é um fenómeno ciclo que se pode representar, facilmente. por uma curva sinusoidal  (amplitude versus tempo), na qual cada onda (ou cada ciclo) é caracterizado por: (i) Uma crista, que é a parte mais alta da onda ; (ii) Uma cava ou vale que é a parte mais baixa da onda ; (iii) Um comprimento de onda, que é o tamanho de uma onda, que pode ser medido entre duas cristas consecutivas ou entre duas cavas consecutivas ou ainda entre o início ao final da onda ; (iv) Amplitude que é "metade da altura" da onda ou seja a distância entre o eixo da onda até a crista e que enfatiza a quantidade de energia transportada (quanto maior for a amplitude maior será a energia transportada) ; (v) Período que é o tempo de uma onda completa, como por exemplo, o tempo de passagem, no mesmo ponto, de duas cavas consecutivas ; (vi) Frequência que corresponde ao número de ondas, por um unidade de de tempo ; (vii) Velocidade, que sublinha a distância percorrida num determinando tempo. Existem duas grandes famílias de ondas : (i) Ondas Mecânicas, que precisam de um meio para se propagar, como é o caso das ondas do mar ou das onda sonoras e (ii) Ondas Electromagnéticas que não precisam de nenhum meio para se propagar, como a ondas luminosas e as ondas rádio, por exemplo. Tendo em linha de conta a direcção de propagação, as ondas podem classificar-se em: (a) Ondas Longitudinais  e (b) Ondas Transversais. Nas primeiras a vibração da fonte é paralela a direcção de propagação, enquanto que nas segundas ela é perpendicular. Finalmente, segundo as direcções em que as ondas se propagam, elas podem ser:  A) Unidimensionais, quando se propagam numa única direcção ; B) Bidimensionais, quando se propagam em duas direcções perpendiculares e C) Tridimensionais, quando propagam em todas as direcções. As ondas sísmicas são ondas de energia que viajam através da Terra. Elas resultam dos tremores de terra, erupções  vulcânicas, movimento de magma, deslizamentos de terra importantes, explosões antropogénicas, etc., que liberam energia acústica de baixa frequência. Estas ondas pode ser de corpo ou de superfície. As primeiras viajam através do interior da Terra, enquanto que as ondas de superfície viajam unicamente à superfície terrestre. O movimento orbital das partículas do meio onde as ondas se propagam é maior nas ondas de superfície que nas ondas de corpo razão pela qual as ondas de superfície provocam maiores danos que as ondas de corpo. A velocidade de propagação das ondas sísmicas depende da densidade e elasticidade dos horizontes terrestres em que elas se propagam. A velocidade aumenta com a profundidade e varia, aproximadamente, entre 2 km/s até 8 km/s na crusta terrestre, e até 13 km/s no manto terrestre profundo. 

Amplitude (reflexão sísmica).......................................................................................................................................................................................Amplitude

Amplitude (réflexion sismique) / Amplitud (reflexión sísmica) / Amplitude (reflexionsseismischen) / 地震反射的幅度 / Амплитуда (сейсмическое отражение) / Ampiezza (riflessione sismica)

Metade da altura de onda, medida perpendicularmente ao traço sísmico entre duas cavas consecutivas (para os sistemas assimétricos e não periódicos).

Ver: " Reflexão Lateral "
&
" Reflexão Negativa "
&

" Reflexão Positiva "

Quando uma onda sísmica chega à superfície da Terra, a amplitude do sinal diminui, rapidamente, com o tempo. O valor da amplitude das ondas sísmicas pode situar-se num intervalo com limites de 1 milhão (ou mais) para 1. Neste contexto, os valores situados no intervalo 1 mm / 1 km, embora percepcionados a olho nu, são impossíveis de registar de modo funcional. Ao contrário, valores de amplitude situados num intervalo de 10 para 1 (0,1 mm / 1 mm), que não são detectados pela nossa vista, são, normalmente, representados nas linhas sísmicas, por processos automáticos (função dos dados) ou mudanças, meramente, funcionais. Como ilustrado nesta figura, segundo a convenção de polaridade proposta pela Sociedade Europeia de Geofísica ("SEG" en inglês), para um coeficiente de reflexão positivo (interface definida por uma impedância acústica baixa sobre uma alta), a polaridade é expressa por uma deflexão para a direita da linha de base, colorida em preto e uma para a esquerda, colorida em branco, para uma polaridade negativa. O coeficiente de reflexão pode medir-se pela relação entre a amplitude da onda reflectida e a amplitude da onda incidente. A impedância acústica de um determinado intervalo, como, por exemplo, a de uma camada de arenito, é o produto da velocidade acústica (velocidade de trajecto das ondas acústicas através do arenito) e da densidade do arenito. A velocidade acústica das ondas depende da composição (constantes elásticas e da densidade). Teoricamente, quando dois intervalos sedimentares, com o mesmo comportamento estrutural e a mesma impedância acústica, se sobrepõem, teoricamente, não há reflexão sísmica associada com a interface definida pelos dois intervalos. Todavia, se o comportamento estrutural dos dois intervalos que definem a interface não é o mesmo ou seja quando a interface é separada por uma discordância reforçada pela tectónica, existe quase sempre um reflector sísmico entre eles, mesmo se a impedância acústica dos intervalos é a mesma. Várias vezes, ao longo da nossa carreira profissional, encontramos um reflector sísmico, mais ou menos, contínuo entre dois intervalos sedimentares A e B com a mesma impedância acústica (produto da velocidade das ondas sísmicas pela densidade do intervalo) calibrados por dois poços de pesquiza P1 e P2 não muito afastados um dos outros. As diagrafias eléctricas convencionais* destes dois poços (P1 e P2)  exibem, praticamente, a mesma resposta uma vez que os intervalos A e B, que definem a interface reflectiva, têm a mesma impedância acústica. Todavia, as diagrafias de inclinação ("HDT ou High- Solutions Dipmeter Folio") dos poços P1 e P2 são totalmente diferente, sugerindo um encurtamento importante do intervalo inferior A, o qual não existe no intervalo superior B. Isto quer, provavelmente dizer que  uma desarmonia induz uma reflexão sísmica mesmo que ela não corresponda a um contraste de impedância acústica**. Da mesma maneira, não há uma única reflexão sísmica contínua associada a uma discordância angular (superfície de erosão, induzida por uma descida do nível do mar relativo significativa, que ela seja reforçada ou não pela tectónica) visto que o coeficiente de reflexão varia lateralmente. Para seguir ou picar uma discordância numa linha sísmica, o/a geocientista tem que saltar de uma crista para uma cava ou o contrário, uma vez que o coeficiente de reflexão muda lateralmente ao longo da discordância.

(*) As principais diagrafias eléctricas convencionais são: Raio Gama (GR), o Sónico (S), o Neutrão (N), Potencial Espontâneo (PE), a Resistividade Normal Curta (RNC) e Larga (RNL), a Resistividade Lateral (RL), a Diagrafia de Temperatura (T),  o laterolog (L), a Ressonância magnética (RM), etc. O "GR" é, provavelmente, a mais importante e dá informações  sobre os limites entre os grupos de camadas sedimentares e o teor em argila (resposta é alta para os argilitos e fraca para os calcários e para o carvão). O "S" (diagrafia sonora ou de velocidade acústica) informa sobre a fracturação e litologia especialmente nos aquíferos carbonatados, rochas eruptivas ou metamórficas (mostra o contraste entre as camadas mais elásticas como os calcários e os estratos menos elásticos como os argilitos por exemplo). O (N) utiliza uma fonte que emite neutrões e um detector correspondente, permite  de obter a porosidade neutrónica.  O "PE" utiliza-se  de maneira pontual para resolver os limites dos aquíferos e o movimento da água ; dá como resultado a conductividade das formações. A "RNC" e  "RNL"  indica a conductividade da água  e a deformação e limites das camadas. O "RL"  detecta as diferenças da resistividade ou conductividade dos estratos (calcários têm uma baixa conductividade), enquanto que os argilitos têm uma alta conductividade. A "T" identifica o gradiente térmico, aquíferos e os aportes de água com diferentes temperaturas geológicas.

(**) Um fenómeno semelhante, mas oposto, se observa com as linhas de fácies, que se caracterizam por uma mudança lateral significativa da impedância acústica, mas que, raramente, têm um reflector sísmico associado. Ao contrário, as linhas cronostratigráficas, que cortam quase sempre as linhas de fácies, são caracterizadas por reflectores sísmicos, mais ou menos, contínuos  embora, em geral, não apresentam, em geral, um grande contraste (vertical) da impedância acústica.

Anaeróbico (ambiente)..........................................................................................................................................................................................................Anaerobic

Anaérobie (milieu) / Anaeróbico (ambiente) / Anaerobisch / 厌氧 / Анаэробный (не содержащий атмосферного кислорода) / Anaerobica /

Ambiente caracterizado por uma ausência de oxigénio. O termo anaeróbico é sobretudo utilizado para denominar um sistema aquático sem oxigénio dissolvido (0% de saturação). Um ambiente anaeróbico pode ser natural ou antropogénico (resultante da influência dos seres humanos). O contrário de um ambiente anaeróbico, por vezes, denominado redutor ou anóxico, é um ambiente aeróbico (rico em oxigénio).

Ver: " Rocha-mãe "
&
" Criptozóico "
&
" Ambiente Sedimentar "

Nesta figura, dois ambientes aquáticos, com saturações em oxigénio dissolvido diferentes e com um nível letal, entre eles, são, facilmente, reconhecidos. A existência de ambientes anaeróbicos, debaixo de ambientes aeróbicos, favorece e permite a formação de intervalos sedimentares ricos em matéria orgânica, o que é a condição sina qua non para a formação de rochas-mãe potenciais. Estas condições ambientais são muito frequentes em corpos de água, mais ou menos fechados, e em determinadas plataformas continentais, sobretudo quando elas são invadidas por correntes ascendentes. Neste tipo de plataformas, a invasão de correntes ascendentes frias (ricas em oxigénio e em nutrientes) permite um grande desenvolvimento da fauna e flora na zona fótica, sobretudo na parte distal da plataforma, em condições geológicas de nível alto do mar*. Quanto mais fria é uma corrente ascendente, mais rica ela é em oxigénio e em nutrientes, o que favorece a cadeia alimentar: (i) Fitoplâncton ☛ (ii) Zooplâncton ☛ (iii) Zooplâncton predador ☛ (iv) Animais com alimentação por filtragem (e.g., esponjas, baleias, etc.) ☛ (v) Peixes e Animais predadores ☛ (vi) Homem. Lembremos que uma corrente ascendente é um processo pelo qual água fria e profunda do oceano vem à superfície. Quando o vento sopra sob uma área do oceano, o vento empurra, na direcção do vento, a água do oceano, o que provoca uma ascensão da água profunda para a superfície afim substituir a água deslocada pelo vento. A aparição destas correntes ascendentes ocorre no oceano aberto e ao longo dos litorais. O processo inverso, ou seja a formação de correntes descendentes, ocorre quando o vento faz com que as águas superficiais se acumulem ao longo de um litoral e a água de superfície mergulha em direcção ao fundo do mar. No mundo, existem cinco grandes correntes ascendentes : (a) Corrente das Canárias ; (b) Corrente de Benguela ; (c) Corrente da Califórnia ; (d) Corrente de Humboldt (Peru e Chile) e (e) Corrente da Somália. A água de uma corrente ascendente é, geralmente, mais fria e é rica em nutrientes, o que fertiliza, localmente, as águas superficiais que, geralmente, possuem alta produtividade biológica. Taxas de sedimentação muito fracas ocorrem na parte distal das plataformas continentais, durante as subidas em aceleração do nível do mar relativo, isto é, durante ingressões marinhas, cada vez mais importantes, entre as quais se depositam regressões sedimentares cada vez mais pequenas que, colectivamente, formam o intervalo transgressivo (IT) dos ciclos-sequência**. A grande explosão da fauna e flora, que ocorre na parte distal das plataformas afectadas por uma corrente ascendente, consome muito oxigénio, o que, pouco a pouco, empobrece a parte inferior da coluna de água em oxigénio tornando-a anaeróbica. A formação de uma zona anaeróbica inferior permite a preservação da matéria orgânica morta que se deposita no fundo do mar, antes que ela seja fossilizada pelo depósito dos sistemas regressivos.

(*) Quando o nível do mar relativo (nível do mar, local, referenciado quer à base crusta continental quer ao fundo do mar e que é o resultado da combinação do nível do mar absoluto ou eustático e da tectónica) é mais alto do que o rebordo da bacia. Nestas condições, a bacia sedimentar tem uma plataforma continental, uma vez que a linha da costa, que corresponde, mais ou menos, à ruptura costeira da inclinação da superfície de deposição, está localizada a montante do rebordo da bacia (rebordo continental), excepto durante a 2a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto (PNA) . Efectivamente, durante a 2a fase do prisma de nível alto (PNA) de um ciclo-sequência, a bacia não tem mais plataforma continental, visto que a linha da costa coincide com o rebordo continental.

(**) Dentro de um ciclo-sequência, os paraciclos-sequência, que formam os diferentes  grupos de cortejos sedimentares (excepção feita para os cones submarinos de bacia e de talude), depositam-se durante os períodos de estabilidade do nível do mar relativo que ocorrem depois de cada ingressão marinha e não durante as ingressões. Unicamente, superfícies de ravinamento, induzidas pela acção das vagas, se formam na topografia pré-existente quando o nível do mar relativo sobe, sobretudo quando a subida é em aceleração.

Análise de Fácies Sísmicas.......................................................................................................................Seismic Facies Analysis

Analyse des faciès sismiques / Análisis de facies sísmicas / Seismische Faziesanalyse / 地震相分析 / Сейсмофациальный анализ / Analisi di facies sismiche

Descrição, quantificação (quando possível) e interpretação dos diferentes parâmetros sísmicos e sismostratigráficos, como a configuração interna, a continuidade, a amplitude e frequência dos reflectores, assim que da velocidade de intervalo, discordâncias, ciclos estratigráficos (ciclos-sequência, quando possível), ambientes sedimentares, etc. O termo fácies é, aqui, aplicado na sua significação mais geral possível e não no significado original proposto por Gressly em 1838, isto é, de uma litologia e fauna associada.

Ver: " Ciclo Estratigráfico "
&
" Ciclo Sequência "
&
"
Ambiente de Deposição "

Nesta figura está ilustrado um exemplo de uma análise de parâmetros sísmicos e estratigráficos de um conjunto de linhas sísmicas do offshore profundo (lâmina de água >200 metros) de Angola (margem divergente tipo Atlântico de idade Mesozóico - Cenozóico sobrejacente a bacias de tipo rifte de idade Jurássico Tardio - Cretácico Inicial que se formaram quer por alongamento do substrato que pode ser um soco Pré-Câmbrico ou uma cadeia de montanhas dobradas e aplanadas de idade Paleozóico), nas quais três ciclos-sequência com um determinado potencial petrolífero, foram reconhecidos. Um ciclo-sequência é um ciclo estratigráfico induzido por um ciclo eustático de 3a ordem, o qual é caracterizado por ter um tempo de duração entre 0,5 e 3-5 My. Isto quer dizer, que a diferença de idade entre as discordâncias (superfícies de erosão induzidas por descidas do nível do mar relativo significativas) que limitam um ciclo-sequência tem que ser inferior 3-5 milhões de anos. Se porventura, a diferença de idade entre as discordâncias que limitam um intervalo sísmico for superior a 3-5 My e inferior a 50 My, o intervalo sísmico tem que ser considerado como um subciclo de invasão continental, o que quer dizer que ele foi induzido por um ciclo eustático de 2a ordem (duração entre 3-5 My e 50 My). Nesta análise: (i) HC, significa hidrocarbonetos ; (ii) C, significa concordante (geometria) ; (iii) BA, significa bisel de agradação ; (iv) P, significa paralelo (geometria) ; (v) BP, quer dizer bisel de progradação ; (vi) BS, bisel somital e (vii) O, quer dizer, oblíquo (configuração interna). Como se pode constatar, a amplitude, frequência e continuidade dos reflectores sísmicos, assim como, as indicações directas de presença de hidrocarbonetos (“DHI” em inglês) foram tomadas em linha de conta. Os “DHI” (“Direct Hydrocarbon Indicator” dos geocientistas de língua inglesa) são atributos sísmicos anómalos cujos padrões podem ser explicados pela presença de hidrocarbonetos numa rocha-reservatório. É, por isso, que actualmente eles são muito utilizado na pesquisa de petróleo, uma vez que eles reduzem, se resistirem a agressivos testes de refutação, de maneira substancial, o risco de fazer poços de pesquisa secos. Os principais indicadores directos de hidrocarbonetos são : (1) Pontos ou manchas brilhantes (“bright spot” em inglês), que são amplitudes, localmente, de maior magnitude que as amplitudes normais ; (2) Manchas subhorizontais brilhantes (“flat spot” em inglês), que correspondem a reflectores, mais ou menos, horizontais que cruzam as linhas cronostratigráficas e que muitas vezes indicam o plano de água ou de petróleo numa rocha-reservatório ; (3) Manchas esbatidas ou atenuadas (“dim spot” em inglês), que sublinham reflectores de fraca amplitude e (4) Inversões de polaridade (“polarity reversals” em inglês), que ocorrem quando a rocha-de-cobertura tem uma velocidade sísmica, ligeiramente, inferior à rocha-reservatório e a reflexão têm um sinal inverso. Os ambientes de deposição, as litologias (fácies) dos diferentes pacotes sedimentares e o potencial petrolífero foram preditos utilizando tentativas de interpretação geológica das linhas sísmicas em ciclos-sequência (análise sequencial). Este tipo de interpretação nunca pode ser considerado definitivo. Uma tentativa de interpretação, quer ela seja feita nas linhas sísmicas originais ou em autotraços (manuais ou automáticos) tem sempre que ser testada (criticada) com novos dados. Isto quer dizer, que um geocientista deve sempre tentar provar que a sua interpretação está errada e não fazer o contrário. O verificacionismo (tentar custe que custe provar que mesmo razão) não é o método a adoptar para fazer progressos na pesquisa geológica e petrolífera. Desde que uma tentativa de interpretação geológica de um conjunto de linhas sísmicas é proposta, o/a geocientista têm, muitas vezes, tendência a procurar, unicamente, os dados de observação que validam a sua interpretação, filtrando ou esquecendo-se dos dados que a refutam. Não há interpretações nem definitivas nem verdadeiras. A melhor interpretação é, provavelmente, aquela que resiste melhor aos testes de refutação (K. Popper, 1934). Nas tentativas de interpretação e de uma maneira geral em geologia, Verificação, Validação e Confirmação não são sinónimos. Uma hipótese geológica nunca pode ser verificada. A verdade não existe em Ciência. Certos dados podem refutar uma conjectura e outros podem corrobora-la, mas nunca verificá-la. O conceito de validação não diz respeito, directamente, à avaliação de uma conjectura em relação aos factos, mas apenas ao estudo da sua estrutura lógica. Uma hipótese científica tem toda a forma lógica de uma afirmação universal. Em sentido estrito, ela é, logicamente, impossível de verificar com certeza, mas ela é falsificável empiricamente. A análise sísmica, ilustrada nesta figura sugere, fortemente, que o ciclo-sequência que parece mais interessante ao ponto de vista da pesquisa petrolífera é, provavelmente, o ciclo sequência C, embora o parâmetro petrolífero rocha-reservatório não seja excelente.

Análise de Fourier.....................................................................................................................................................................................Fourier analysis

Analyse de Fourier / Análisis de Fourier / Fourier-Analyse / 傅立叶分析 / анализ Фурье / Analisi di Fourier /

Transformação de funções complexas pela soma de funções trigonométricas simples. Uma transformação de Fourier é o processo de decomposição de uma determinada função em funções básicas. Este processo cria uma outra função que descreve o quanto cada função básica é fundamental na função original. No processamento dos sinais sísmicos, a análise de Fourier isola os componentes das frentes de onda complexas concentrando-as para facilitar a sua detecção e/ou remoção.

Ver: " Linha Sísmica "
&
" Onda "
&
" Sísmica de Reflexão "

A análise, ou as séries, de Fourier baseia-se no principio de interferência, isto é, a combinação de duas ou mais ondas forma uma onda compósita (resultante). Existem dois tipos de interferência: (i) Interferência construtiva e (ii) Interferência destrutiva, uma vez que a interferência de ondas obedece ao princípio da sobreposição, que diz que os deslocamentos de duas ou mais ondas, que interferem, podem ser adicionados, algebricamente, para produzir a onda resultante. A análise de Fourier aplica-se ao estudo das formas complexas, como a deformação da superfície da Terra por um terramoto, a forma da órbita de um cometa, sujeito a acção gravitária de vários planetas ou o fluxo de calor através de uma placa isolante, etc. Fourier mostrou que tais formas (como a curva superior ilustrada nesta figura) podem ser representadas pela soma de simples ondas e que as equações que descrevem as ondas simples podem ser adicionadas para solucionar as formas complexas. No exemplo ilustrado acima, isto quer dizer, que a curva 1 pode ser representada pela soma das curvas a, b e c, e que as soluções de cada uma destas curvas simples podem ser adicionadas para resolver a curva 1. Matematicamente, as séries ou a análise de Fourier é a maneira de exprimir uma função como a soma do senos * e cosenos harmónicos (a análise de Fourier era conhecida como análise harmónica**). Por outras palavras, as séries de Fourier correspondem ao desenvolvimento de uma função periódica {f(x)} em termos de uma soma infinita de senos e cosenos, utilizando as relações ortogonais entre estas duas funções. Até ao advento dos computadores a análise de Fourier (séries) era, e de longe, a melhor arma do arsenal científico para resolver a complexidade da natureza. Na realidade, todas as grandes descobertas científicas do século XIX basearam-se em técnicas que foram iniciadas por Fourier.

(*) Uma das melhores maneiras de relembrar o que é o seno, coseno e a tangente de um ângulo φ é considerar um ponto num círculo de raio « r » e os eixos horizontal e vertical, que passam pelo centro do círculo, como coordenadas cartesianas. O ponto x no eixo horizontal que, em geral é conhecido, é a variável e o ponto y no eixo vertical que, em geral depende do ponto x, é a função (o contrário também é possível). Assim, qualquer ponto « P » localizado no círculo pode-se caracterizar-se pelas coordenadas x e y. A coordenada x é o coseno do ângulo φ definido pelo raio « r » do circulo que passa por P e pelo eixo horizontal (eixo dos x), enquanto que a coordenada y é o seno do mesmo ângulo φ. Na realidade, x, y e o raio « r » definem um triângulo rectângulo, no qual x e y são os catetos e « r » a hipotenusa, o que quer dizer que se o raio do círculo for igual a 1, segundo o teorema de Pitágoras (sen φ)2 + (cos φ)2 =1. Se o ponto P for deslocado no sentido contrário dos ponteiros de um relógio é fácil de ver que sen φ (ou seja a coordenada y) variará de 0 (φ = 0) até 1 (φ = 90°), depois de para 1 para 0 (φ = 180°) e em seguida para -1 (φ = 270°) e outra vez para 0 ao fim de um rotação completa (φ = 360°). Obviamente, o mesmo sucede para o coseno de φ que varia de 1 para 0, -1, 0 para ao fim de uma volta outra vez para 1 (φ=0). A tangente de φ (tan φ) enfatiza a inclinação do raio que passa pelo ponto P e é dada pela razão sen φ/ cos φ, o que quer dizer que quando φ= 45° a tangente é igual a 1, uma vez que sen φ =cos φ e que para φ = 90° (raio vertical) a tangente é igual a infinito, visto que tan 90° = sen 90° / cos 90° = 1 / 0= infinito.

(**) Uma análise harmónica pode ser analisada como a projecção do movimento circular de um ponto sobre um eixo (ver (*) definição do seno e do coseno de um ângulo).

Análise Geistórica (curva de subsidência)...................................................................................................Geohistory Analysis

Analyse géohistorique / Análisis geohistórico / Geohistorie Analyse / 地史分析 / Геоисторический анализ (кривая оседания) / Analisi geostorico

Resumo quantitativo das taxas de subsidência, deposição e levantamento de uma bacia sedimentar, assim como o estudo da taxas de arrefecimento e subsidência das dorsais oceânicas.

Ver: " Subsidência "
&
" Subsidência Tectónica "
&

" Subsidência Total "

Segundo Van Hinte (1978), a finalidade da análise geistórica é de construir uma representação gráfica do movimento vertical de um horizonte da bacia sedimentar considerado como um indicador da história da subsidência e do levantamento na bacia desde que o horizonte se depositou. Vários tipos de dados estratigráficos são necessários para a análise geistórica: (A) A coluna estratigráfica ; (B) A espessura actual das unidades estratigráficas ; (C) A litologia das diferentes unidades estratigráficas ; (D) Idade dos diferentes horizontes ; (E) Estimação das paleoprofundidades de deposição, etc. Além disso, há um certo número de assumpções e incertezas neste tipo de análise, como a escala tempo, a escala paleobatimétrica, as correcções da compactação*, os efeitos do nível do mar relativo (nível do mar local, referenciado a um ponto qualquer da superfície terrestre, como o topo da crusta continental, ou seja, a base dos sedimentos ou o fundo do mar), etc. De facto, as variações do nível do mar relativo podem influenciar o cálculo da subsidência da bacia um vez que o nível do mar relativo, que é a referência a partir do qual a subsidência é determinada, corresponde a acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático (nível do mar referenciado ao centro da Terra ou a um satélite) e da tectónica (levantamento ou subsidência). Na análise da geistória de uma bacia sedimentar, quando as taxas de deposição e subsidência são calculadas, é possível prever (não confunda com predizer que é um termo utilizado pelos os astrólogos e novos ecologistas e não pelos geocientistas) quando a matéria orgânica das rochas-mãe potenciais (se existirem na bacia) atinge a maturação (janela do petróleo) ou que ela gera hidrocarbonetos (petróleo ou gás). Os intervalos de erosão ou de ausência de deposição sugerem que uma diagénese (conjunto das modificações química se físicas sofridas pelos sedimentos desde a deposição até à consolidação e transformação em rochas) produz uma porosidade secundária (porosidade gerada durante e após a diagénese, que pode resultar da interacção química dos grãos e da matriz com a água intersticial) ou mesmo o seu desaparecimento. Um levantamento geológico (encurtamento), em geral induzido por um regime tectónico compressivo (σ1 horizontal), reactiva a evolução da curva de subsidência, a maturação da matéria orgânica e facilita a formação de armadilhas, assim como a migração dos saturantes, que preenchem a porosidade das rochas (água, gás ou petróleo). Nesta figura, está representada a análise da geistória de uma bacia de antepaís (bacia perissutural na classificação de Bally e Snelson que, em geral, está associada a uma zona de subducção de Ampferer ou de tipo A) onde foi perfurado um poço de pesquisa petrolífera. No corte geológico (à esquerda) reconhecem facilmente: (i) A infraestrutura (soco ou cadeia de montanhas dobradas aplanada) ; (ii) A antiga margem divergente (aqui, localmente, sem bacias de tipo rifte) ; (iii) A bacia de antepaís ou antefossa (em violeta) e (iv) Uma cintura de montanhas dobradas (em preto e branco). A discordância (superfície de erosão induzida por uma descida significativa do nível do mar relativo induzida pela acção combinada da eustasia (nível do mar absoluto) e da tectónica (levantamento e subsidência) da base da antefossa (bacia de antepaís) marca a mudança de uma subsidência térmica regional (durante a margem divergente) para uma subsidência por flexura criada pela sobrecarga dos cavalgamentos da cintura de montanhas dobradas. A análise da geistória do conjunto da margem divergente e da bacia de antepaís que, pouco a pouco, se transformam numa cadeia de montanhas sugere, não só o início da bacia de antepaís, mas também um levantamento induzido por regime tectónico compressivo caracterizado por um elipsóide dos esforços efectivos (pressão geostática σg+ pressão hidrostática σh+ vector tectónico σt) com o eixo maior horizontal, ou seja, σ1 horizontal e σ2 vertical.  Existem vários hiatos de deposição (coloridos em azul), principalmente, entre: (i) 59 Ma e 46 Ma ; (ii) 38 Ma e 18 Ma e (iii) entre 13 Ma e 2 Ma. No que diz respeito ao levantamento durante o primeiro hiato, duas interpretações alternativas são possíveis: (A) Levantamento Instantâneo (verde) ou (B) Levantamento Contínuo (vermelho). As linhas batimétricas (a tracejado e à direita da análise da geistória) indicam uma possibilidade daquilo que pode ter acontecido durante as épocas não representadas devido aos hiatos tardios.

(*) Os estratos são compactados pela sobreposição de camadas sedimentares sobrejacentes. Consequentemente, a espessura de cada camada numa série sedimentar era maior no momento da sua deposição do que é quando medida no campo ou nas linhas sísmicas. A fim de considerar a influência da compactação dos sedimentos na espessura e densidade da coluna estratigráfica, a porosidade deve ser conhecida.

Análise Geistória (exemplo)..............................................................................................................................................Geohistory Analysis

Analyse géohistorique / Análisis geohistórico / Geohistorie Analyse / 地史分析 / Геоисторический анализ (пример) / Analisi geostorico /

Resumo quantitativo das taxas de subsidência, deposição e levantamento de uma bacia sedimentar, assim como o estudo das taxas de arrefecimento e subsidência das dorsais oceânicas, calculadas nas bacias sedimentares e, particularmente, nas margens divergentes e convergentes.

Ver: " Subsidência "
&
" Subsidência Tectónica "
&
" Subsidência Total "

Neste poço de pesquisa petrolífera hipotético, os marcadores de referência são os fósseis encontrados nos detritos de perfuração e testemunhos, assim como, os picos dos registos eléctricos ou qualquer outro horizonte sedimentar com um valor cronostratigráfico. A espessura e a velocidade de acumulação dos sedimentos foram calculadas para cada unidade sedimentar tendo em linha de conta a completude* dos depósitos sedimentares. Os triângulos (vermelhos) são estimativas da profundidade de água de deposição. A idade dos sedimentos do funddo poço e as discordâncias** foram determinadas por extrapolação das velocidades de sedimentação. A paleobatimetria (profundidade de água de deposição) é representada pelos triângulos. A espessura cumulativa, para cada nível, está ilustrada pelos círculos negros e alaranjados. As linhas tracejadas, que ligam os círculos, representam a espessura actual e as linhas contínuas representam as espessuras restauradas. A inclinação das linhas dá a velocidade da subsidência não-corrigida (uRs) e a velocidade da subsidência corrigida (Rs). A história da subsidência de uma unidade (com correcção da compactação) pode ser apresentada como indicado pela área riscada, como, por exemplo, a do intervalo E. A redução vertical é devida à compactação. Como as flutuações do nível do mar (variações do nível do mar relativo ou seja do nível do mar resultante da combinação da nível do mar absoluto ou eustático*** e da tectónica) afectam a paleobatimetria, a curva global das mudanças aparentes dos biséis de agradação é a parte horizontal do eixo no topo do diagrama. Numa análise da geistória de uma bacia, quando as taxas de deposição e subsidência são calculadas, é possível prever em que altura a matéria orgânica das rochas-mãe potenciais atingiu a maturação, quer isto dizer, quando elas geraram hidrocarbonetos (petróleo ou gás). Os intervalos de erosão ou de sem deposição, determinam quando a diagénese produziu uma porosidade secundária num determinado intervalo ou quando esta desapareceu, por erosão, de uma parte dos registos sedimentares. Um levantamento geológico (encurtamento) reactiva não só evolução da curva de subsidência, mas também a maturação da matéria orgânica, formação de armadilhas (estruturais) e migração dos hidrocarbonetos.

(*) A completude de um depósitio sedimentar é a relação entre o tempo real de deposição e tempo geológico total. Se o tempo entre duas discordâncias consecutivas, por exemplo, é de 3 My e o tempo real de deposição é 1 My, a completude sedimentar (integralidade sedimentar de certos geocientista) ou simplesmente completude é de 0,3. A completude sedimentar de uma camada sedimentar é muito pequena, mas a preservação é grande. O tempo de deposição de um lóbulo turbidítico profundo (cone submarino de bacia ou de talude) é, praticamente, instantâneo (em termos geológicos), enquanto que o tempo entre dois lóbulos consecutivos, durante o qual, praticamente, nada se passou (ao ponto de vista da deposição), pode ser de milhares de anos ou mais. O conhecimento da completude sedimentar é essencial para bem determinar a taxa de sedimentação de um intervalo.

(**) Superfícies de erosão induzidas por descidas significativas do nível do mar relativo, que isto dizer, que puseram o nível do mar relativo mais baixo do que o rebordo da bacia.

(***) O nível do mar absoluto ou eustático é o nível do mar global referenciado ao centro da Terra ou a um satélite e que é o resultado da acção combinada tectonicoeustasia (controlada pela variação do volume das bacias oceânicas), glacioeustasia (controlada pela variação de volume de água dos oceanos), geoidaleustasia (controlada pela distribuição da água dos oceanos causada pelas variações do campo da gravidade terrestre) e da dilatação térmica dos oceanos ou aumento estérico do nível do mar (se a temperatura dos oceanos aumenta, a densidade da água diminui e, para uma massa constante, o volume aumenta).

Anamorfizado (documento) .................................................................................................................................................................Anamorphosed

Anamorphosée / Anamorfizados (dados sísmicos) / Anamorphosiertem / 变形 / Анаморфотный / Anamorfico /

Quando a escala vertical e horizontal de um documento são diferentes. Quando um anticlinal, perfeitamente concêntrico e isópaco (espessura constante) no campo (escala 1:1), é representado num corte geológico, com uma escala vertical 5x maior do que a escala horizontal, ele aparecerá, substancialmente, alongado e com uma espessura no ápice maior do que nos flancos. A sua imagem não é mais isópaca e um geocientista ingénuo (na acessão da filosofia das ciências, isto é, um geocientista inductivista) pode mesmo pensar que o ápice representa a parte mais subsidente da bacia sedimentar. Como nas linhas sísmicas convencionais, a escala horizontal é métrica e a escala vertical em tempo (segundos), pode dizer-se que elas são perfis anamorfizados, o que tem implicações importantes nas tentativas de interpretação geológica.

Ver: " Escala "

Anastomosado (rio, curso de água)........................................................................................................................................................................Braided

En-Tresses / Entrecruzado / Verwildert / 编织 / Многорусловая (разветвлённая) река / Anastomizzantisi /

Rio ou curso de água formado por uma rede de pequenos canais separados por pequenas barras de areia temporárias. Os braços dos rios anastomosados ou entrançados têm uma profundidade relativamente pequena e ocorrem quando a corrente tem uma forte inclinação e uma grande carga sedimentar. Este tipo de corrente é frequente nos ambientes aluviais a montante da linha de baía.

Ver: « Rio »
&
« Ambiente de Deposição »
&
« Carga de Corrente »

Como ilustrado nesta figura, os rios anastomosados ou entrelaçados, como dizem certos geocientistas, ocorrem a montante da linha de baía, a qual corresponde à ruptura de inclinação de uma linha cronostratigráfica que delimita os aluviais (a jusante) e os depósitos fluviais (a montante). Na realidade, ao longo de uma linha cronostratigráfica, que, por definição, sublinha uma superfície de deposição, existem várias rupturas de inclinação. Rio abaixo ou seja de montante para jusante, elas são: (i) Ruptura la linha de baía ; (ii) Ruptura costeira ; (iii) Ruptura deltaica ; (iv) Ruptura continental e (v) Ruptura da planície abissal. A primeira ruptura limita os depósitos fluviais, nos quais a influência das variações do nível do mar relativo é, praticamente, inexistente, dos depósitos aluviais (a jusante), os quais são influenciados, parcialmente, pelas variações do nível do mar relativo. Não esqueça que na estratigrafia sequencial é imperativo considerar dois tipos de nível do mar: (i) Nível do Mar Absoluto ou Eustático, que é global e referenciado ao centro da Terra ou a um satélite e (ii) Nível do Mar Relativo que é local e referenciado quer ao topo da crusta continental (base dos sedimentos, quer ao fundo do mar, quer a qualquer outro ponto fixo da superfície terrestre. O nível do mar absoluto é dependente da tectonicoeustasia (controlada pela variação do volume das bacias oceânicas), da glacioeustasia (controlada pela variação de volume de água dos oceanos), da geoidaleustasia (controlada pela distribuição da água dos oceanos causada pelas variações do campo da gravidade terrestre) e da dilatação térmica dos oceanos ou aumento estérico do nível do mar. O nível do mar relativo é o resultado da combinação do nível do absoluto e da tectónica (subsidência, quando o regime tectónico predominante é de alargamento ou levantamento, quando o regime tectónico é de encurtamento). A ruptura costeira corresponde, mais ou menos, a linha da costa e assim, pode dizer-se que ela separa os depósitos marinhos dos depósitos não-marinhos. A ruptura deltaica corresponde, mais ou menos, ao limite entre os sedimentos de frente do delta e os argilitos do prodelta (não diga argilas do prodelta uma vez que argila, em português, corresponde, para a maior parte dos geocientista, a uma granulometria e não a uma rocha). A ruptura continental, correspondem a ruptura da plataforma, quando a bacia tem uma plataforma, ou à ruptura da planície costeira quando a bacia não tem plataforma continental (condições geológicas de nível baixo do mar) e marca a passagem dos depósitos de água pouco profunda a depósito profundos. A ruptura abissal marca o início da planície abissal. É a partir desta ruptura que se depositam os cones submarinos profundos (de bacia e de talude).

Andar (geológico).................................................................................................................................................................................................................................................Stage

Étage (géologique) / Estadío (geológico) / Stufe (Geologie) / 第一阶段(地质) / Геологический ярус (горизонт) / Stage (geologia) /

Intervalo cronostratigráfico intercalado entre uma “série” e um “subandar” e que é caracterizado quer por uma sucessão de zonas biostratigráficas (consideradas como depósitos cronostratigráficos), quer pelas rochas depositadas durante o tempo geológico respectivo (Bates, R. L. and Jackson, J. A., 1980).

Ver: « Escala do Tempo (geológico) »
&
« Tempo Geológico »
&
« Tempo Relativo »

O andar é o equivalente cronostratigráfico (conjunto de rochas) de uma idade, a qual é uma unidade geocronológica (tempo). Esta diferenciação é muito importante, mas ela é, muitas vezes, esquecidas por muitos geocientistas que continuam a utilizar termos, completamente, diferentes como sinónimos. Em certas cartas geológica oficiais, pode constatar-se, por exemplo, que os termos Cretácico Superior e Cretácico Tardio são utilizados como sinónimos, quando na realidade eles designam coisas, completamente, diferentes. O Cretácico Superior refere-se às rochas que se depositaram durante o Cretácico Tardio, o qual é um intervalo tempo. Ademais, o período de tempo geológico do Cretácico Tardio não corresponde à soma do tempo de deposição das rochas do Cretácico Superior. O tempo efectivo de deposição das rochas de uma unidade cronostratigráfica é sempre muito mais pequeno do que o tempo da unidade geocronológica. Isto quer dizer, que durante a maior parte do tempo geológico nada se passa. Imagine um andar (intervalo cronostratigráfico, isto é, um conjunto de rochas) limitado por duas discordâncias (superfícies de erosão induzidas por descidas significativas do nível do mar relativo). A discordância inferior é de idade 10,5 Ma (milhões de anos atrás), enquanto que a discordância superior é de idade 8,2 Ma, Os sistemas de deposição que o formam esse intervalo sedimentar são cones submarinos de bacia (CSB). O intervalo geocronológico é de 2,3 My (milhões de anos) e, em termos de estratigrafia sequencial, ele corresponde a um ciclo estratigráfico induzido por um ciclo eustático de 3a ordem (tempo de duração entre 0,5 e 3-5 My) chamado ciclo-sequência*. Contudo, a soma dos tempos de deposição efectiva desse intervalo cronostratigráfico correspondem talvez a menos de 100 ky. O tempo de deposição de cada corrente turbidítica é, geologicamente, instantâneo, enquanto que o tempo entre cada corrente pode ser superior a 1000 anos e que durante todo esse tempo, praticamente, nada se passa ao ponto de vista estratigráfico, o que quer dizer que não há deposição.

(*) Um tal ciclo-sequência é incompleto uma vez que o grupo de cortejos sedimentares de nível alto (PNA e IT) não se depositou assim como os subgrupos superiores do grupo de cortejos de nível baixo ou seja o prisma de nível baixo (PNB) e os cones submarinos de talude (CST).

Andes......................................................................................................................................................................................................................................................................................Andes

Andes / Andes / Anden / 安第斯山脉 / Анды / Andes /

A mais longa cadeia de montanhas continentais, a qual, contudo, quando comparada à Dorsal Atlântica Média (talvez mais longa cadeia de montanhas da Terra) é, relativamente, pequena. Os Andes formam uma cadeia de montanhas contínua ao longo da parte Oeste da América do Sul. Os Andes têm mais de 7000 km de comprimento e, em certas áreas (entre 18° to 20°S de latitude), cerca de 500 km de largura. A altitude média dos Andes é cerca de 4000 metros.

Ver: " Colisão Continental "
&
" Subducção do tipo-B (Benioff)"
&
" Pangeia "

Nesta figura pode reconhecer-se um dos mais conhecido picos dos Andes, isto é, o Machu Pichus, assim como os vestígios da antiga cidade Inca de Cusco* e, provavelmente, o mais célebre caminho dos Incas. Geologicamente, os Andes fazem parte da megasutura** Meso-Cenozóica dentro da qual se localizam as bacias sedimentares epissuturais, enquanto que as bacias perissuturais (antearco e outras) são adjacentes à megassutura. A cadeia de montanhas dos Andes está associada a uma zona de subducção do tipo-B (Benioff), na qual a placa litosférica do Pacífico (crusta oceânica) mergulha debaixo da placa litosférica da América do Sul (crusta continental). A subducção da placa oceânica induz um arco vulcânico, mais ou menos, contínuo, que se pode seguir desde a Venezuela até a Terra de Magalhães (Sul do Chile). Contudo, como ilustrado na carta da direita, a distância entre a fossa oceânica e o arco vulcânico varia de maneira significativa entre a parte Norte e Sul (a flecha indica, mais ou menos, a área de mudança). Na parte Central e Sul, a distância entre a fossa oceânica e o arco vulcânico é maior que ao Norte, o que certos geocientistas explicam como a consequência directa da diminuição do ângulo de subducção. Os geocientistas sabem, que quanto maior for o ângulo de subducção, mais rapidamente, as rochas da placa litosférica descente são digeridas pela astenosfera e transformadas em magma e que a ascensão vertical do magma, assim formado, cria na superfície da placa litosférica cavalgante um arco vulcânico não muito afastado da fossa oceânica, como é o caso na parte norte da América do Sul. A subducção do tipo-A, que borda os Andes a Este, e na qual a placa litosférica continental mergulha sob os Andes, contribui, fortemente, ao encurtamento (dobras, falhas inversas e inversões tectónicas) das rochas que formam os Andes. Contudo, o mecanismo destas duas zonas de subducção (Benioff ou tipo-B e Ampferer ou tipo-A) é muito diferente.

(*) Na época do império Inca (1438-1533 ), todos os caminhos da América do Sul iam para Cusco que era, nessa época, a principal metrópole sul-americana.

(**) Região móvel da Terra (cadeias de montanhas dobradas e falhadas) que testemunha a complexidade das fases de acreção e deformação sofridas pelos corpos geológicos nas regiões onde os regimens tectónicos compressivos (elipsóide dos esforços efectivos caracterizado por ter o eixo maior ou seja, σ1 horizontal). Embora os regimes tectónicos compressivos associados com as zonas de subducção sejam predominantes na formação de uma megassutura, os regimes em extensão e a formação de bacias sedimentares desempenham, também, um papel importante.

Anemómetro...........................................................................................................................................................................................................................Anemometer

Anémomètre / Anemómetro / Anemometer, Windgeschwindigkeitsmesser / 风速表 / Анемометр / Anemometro /

Aparelho que mede a velocidade do vento. Existem dois tipos de anemómetros: (i) Os que medem directamente a velocidade do vento e (ii) Os anemómetros que medem também a pressão do vento.

Ver: " Atmosfera "
&
" Varrido "
&
" Duna "

Os anemómetros em chávena, como o ilustrado na figura da esquerda, são o tipo de anemómetro mais comum. Este tipo, que contrasta com anemómetros eléctricos mais recentes (figura da direita), indica a velocidade do vento pela taxa à qual o vento faz rodar as chávenas, colocadas em braços horizontais, em torno do eixo vertical. Alguns destes anemómetros estão acoplados a barómetros aneróides que medem a pressão atmosférica. A determinação da amplitude, velocidade e direcção do vento é importante na meteorologia, mas também na geologia, uma vez que o vento é um agente da erosão. Não devemos esquecer que é um sistema de ventos que distribui o calor do Sol através da superfície terrestre. O vento tem uma energia cinética importante. A energia cinética do vento pode ser explorada por aéreogeradores para produzir electricidade e trabalho. Nos Estados Unidos, pelo menos 20% da energia consumida no aquecimento dos batimentos, e nas regiões mais frias, o aquecimento é, normalmente, associado a uma energia eólica. Aéreogeradores de electricidade combinados com captores de energia solar, podem reduzir o consumo de combustíveis fósseis. O vento é um factor importante da erosão. O primeiro efeito do vento é o joeiramento (separação) das pequenas partículas sedimentares. A erosão eólica (tipo de erosão pelo vento com a retirada superficial de fragmentos mais finos) é muito selectiva e pode transportar as partículas mais finas (argila, matéria orgânica, barro, etc.) a vários quilómetros de distância. A acumulação da matéria aluvial depositada pelo vento nas estepes périglaciárias* criou solos muito férteis (loess), que cobrem grandes áreas da Europa e América do Norte, onde se desenvolveu uma agricultura, altamente, produtiva. O vento é responsável pela formação das dunas (montículos, mais ou menos estéreis de areia) e do seu deslocamento, o qual pode produzir o enterramento de oásis e aglomerações. O vento produz a degradação das crostas sedimentares da superfície dos solos e o desgaste do substrato rochoso. Lâminas ou lençóis de areia, que se deslocam a alta velocidade, próximo da superfície terrestre (30-50 metros), podem degradar culturas, em particular de milho e algodão, em zonas semiáridas. Pode dizer-se que a erosão eólica reduz a capacidade de um solo de guardar nutrientes e água, tornando o ambiente muito seco.

(*) Em geomorfologia, originalmente, o termo periglaciar referia-se a processos geomórficos criados pelo congelamento da água em gelo e às áreas onde esses processos ocorrem. Actualmente, o termo periglaciar é utilizado em a certas geoformas associadas ao congelamento de água ou a um regime de clima frio, embora muitas dessas geoformas se tenham encontrado em locais onde a água não se congela, o que quer dizer que o papel do gelo na produção de tais formas em lugares frios tem sido posto em dúvida. Certos geocientistas estimam que cerca de um quarto da superfície do o nível do mar da Terra têm condições periglaciárias.

Ângulo de Incidência..................................................................................................................................................................Angle of Incidence

Angle d'incidence / Ángulo de incidencia / Einfallswinkel / 入射角 / Угол падения / Angolo di incidenza /

Ângulo que um raio ou onda de energia (sísmica ou outra) faz com uma dada superfície. O ângulo de incidência é medido em relação à vertical da superfície. Um raio (ou onda) que incide numa direcção que não seja perpendicular à superfície é dividido num raio reflectido e num raio refractado.

Ver: " Ângulo de Reflexão "
&
" Ângulo de Refracção"
&
" Coeficiente de Reflexão "

Supondo dois intervalos sedimentares consecutivos (um sobre o outro) com velocidades v1 e v2 e densidades d1 e d2 diferentes, isto é, com impedâncias acústicas (vi x di) diferentes, o coeficiente de reflexão da interface, definida por esses intervalos, é dado pelo quociente entre a diferença e a soma das impedâncias acústicas dos intervalos. Teoricamente, o coeficiente de reflexão é o responsável da reflexão sísmica entre dois intervalos sedimentares. Quando a impedância do intervalo superior é maior do que a impedância do intervalo inferior, a reflexão associada é positiva (segundo a convenção de polaridade proposta pela Sociedade Europeia de Geofísica). Ela é representada, numa linha sísmica, por uma deflexão (colorida a preto) para a direita da linha de base do traço sísmico. Quando a impedância acústica do intervalo superior é mais pequena do que a do intervalo inferior, a reflexão é considerada negativa. Contudo, todos os geocientistas constataram, muitas vezes, a presença de magnificas reflexões sísmicas entre intervalos com a impedâncias acústicas iguais. Este facto, parece ser, regularmente, observado quando as diagrafias eléctricas dos intervalos que caracterizam os intervalos que sedimentares que definem a interface não mostram variações importantes, excepto na diagrafia da inclinação. Em outros termos, muitas vezes, podem observar-se reflexões sísmicas induzidas por um comportamento estrutural diferente das superfícies cronostratigráficas, que compõem os intervalos que definem uma interface, quer ele seja associado a uma discordância reforçada pela tectónica (discordância angular) ou uma desarmonia tectónica criada pelo escoamento, parcial ou total, de um intervalo móvel (sal ou argila). Ao longo de uma discordância reforçada pela tectónica (discordância angular), o coeficiente de reflexão varia lateralmente. Teoricamente, não pode haver uma única reflexão sísmica contínua associada a uma tal discordância, mas várias reflexões (função do contraste de impedância). Isto quer dizer, que o interprete é obrigado a saltar das cristas para as vagas dos traços, ou vice versa, para ter uma ideia da geometria da discordância.

Ângulo de Reflexão........................................................................................................................................................................Angle of Reflection

Angle de réflexion / Ángulo de reflexión / Reflexionswinkel /反射角 / Угол отражения / Angolo di riflessione /

Ângulo que um raio de energia (sísmica ou outra) reflectido faz com uma superfície de reflexão. O ângulo de reflexão é medido em relação à perpendicular da superfície reflectora. Um raio (ou onda) reflectido ou refractado resulta da divisão de um raio que incidiu não perpendicularmente à superfície.

Ver: " Ângulo de Incidência "
&
" Ângulo de Refracção "
&
" Sísmica de Reflexão "

O comportamento do som, assim como o da luz, é fácil de prever. Se um raio de uma onda sonora pudesse ser observado ao aproximar de uma interface entre duas camadas sedimentares, mais ou menos, lisas e planas, constataria-se que o comportamento do raio da onda reflectida segue uma lei que se chama a lei da reflexão, a qual está ilustrada neste diagrama. O raio que se aproxima da interface, entre as duas camadas sedimentares, é chamado raio incidente. O raio da onda, que parte da interface sedimentar é o raio reflectido. A linha perpendicular à interface sedimentar, no ponto em que o raio incidente atinge a interface, chama-se a linha normal. Esta linha divide o ângulo entre o raio incidente e o raio normal em dois ângulos iguais. Como ilustrado acima, o ângulo entre o raio incidente e a linha normal chama-se ângulo de incidência. A lei da reflexão ilustrada nesta figura estipula, que quando uma onda atinge uma interface sedimentar, o ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão. Supondo que a velocidade de uma onda sonora se desloca na camada sedimentar superior (intervalo 1) à velocidade v1 e à velocidade v2 na camada inferior e que as camadas têm densidades de d1 e d2 pode dizer-se que a impedância acústica da camada superior é v1 x d1 e a da camada inferior é v2 x d2. As impedâncias acústicas permitem calcular, facilmente, o coeficiente de reflexão pela formula R= {(v2 x d2) - (v1 x d1)} / {(v2 x d2) + (v1 x d1)}. Note que o coeficiente de reflexão pode descreve, quer a amplitude (quantidade de mudança) ou a intensidade (medida, em tempo, do fluxo da onda) da onda reflectida relativamente à onda incidente. Um raio, quer ele seja incidente, reflectido ou refractado é uma construção mental que serve, unicamente, para modelizar as ondas. Cada raio representa a propagação da frente de onda de um hipocentro* (fonte). Por outro lado, como acontece nas ondas do mar, a velocidade da onda representa, na realidade, uma velocidade de fase, quer isto dizer, que o que se desloca não é a matéria (água, no caso das ondas do mar), mas sim as cristas e cavas da onda, isto é, a fase da superfície do mar.

(*) Em geral o termo hipocentro é utilizado para designar o foco de um terramoto (sismo ou tremor de terra) ou foco sísmico, que é o ponto interior da Terra onde se inicia um movimento sísmico ou terramoto. Da mesma maneira, o termo epicentro é a projecção vertical do hipocentro sobre a superfície terrestre e corresponde área onde o terramoto se sente com mais intensidade.

Ângulo de Refracção...............................................................................................................................................................Angle of Refraction

Angle de réfraction / Ángulo de refracción / Brechungswinkel折射角 / Угол преломления / Angolo di rifrazione /

Ângulo que um raio refractado de energia sísmica (ou de outro tipo) faz com superfície de refracção (interface sedimentar, por exemplo) depois de a ter atravessado. O ângulo de refracção é medido em relação à perpendicular da superfície. Os raios (ou ondas) refractados e reflectidos resultam da divisão dos raios incidentes (ou ondas) que não perpendicularmente à superfície.

Ver: " Ângulo de Incidência "
&
" Ângulo de Reflexão "
&
" Sísmica de Refracção "

A Lei de Snell diz que durante a refracção (neste exemplo, a luz), a relação entre os senos* dos ângulos de incidência (i1) e de refracção (i2) é constante e igual ao índice de refracção do meio refractário, neste caso a água. Cada material (meio), que a luz pode atravessar têm um índice de refracção absoluto (ou simplesmente índice de refracção), que é igual à velocidade da luz no espaço dividida pela velocidade da luz no material. Os termos utilizados no diagrama ilustrado acima podem resumir-se assim: (i) O raio de luz ** que viaja através do meio superior e que atinge a interface é chamado raio incidente ; (ii) O raio de luz no meio inferior, a partir da interface chama-se raio refractado ; (iii) A linha perpendicular à interface entre os dois meios e imaginada no ponto de refracção (linha tracejada) chama-se a normal ; (iv) O ângulo entre o raio incidente e a normal chama-se ângulo de incidência ; (v) O ângulo entre o raio refractado e a normal chama-se ângulo refractado. Em certas condições, o raio refractado aproxima-se da normal, o que quer dizer, que o ângulo de incidência é maior do que o ângulo de refracção. As situações em que um raio de luz refractada se afasta da normal tornam-se muito complicadas quando o ângulo de incidência aumenta. Isto implica, que a partir de um certo ângulo, o ângulo de refracção é maior do que 90°, o que impede que o raio entre no meio inferior da interface, isto é na água. O ângulo de incidência a partir do qual um raio de luz não entra no meio inferior (água) chama-se ângulo critico. Quando o raio incidente é perpendicular à interface, a direcção do raio refractado é a mesma que a do ângulo incidente. Quando os dois meios têm o mesmo índice de refracção a luz não se desvia visto que o ângulo incidente e o ângulo de refracção são iguais. Note, que a luz : (i) Corresponde a alterações eléctricas e magnéticas e à vibração de partículas : (ii) Propaga-se através de ondas transversais electromagnéticas ; (iii) Não necessita de nenhum meio para se propagar ; (iv) Propaga-se em qualquer meio assim como no vácuo ; (v) Propaga-se no vazio à velocidade de 300 000 km/s através do trajecto que lhe toma menos tempo e não em linha recta.

(*) Uma das melhores maneiras de relembrar o que é o seno, coseno e a tangente de um ângulo φ é considerar um ponto num círculo de raio « r » e os eixos horizontal e vertical, que passam pelo centro do círculo, como coordenadas cartesianas. O ponto x no eixo horizontal que, em geral é conhecido, é a variável e o ponto y no eixo vertical que, em geral depende do ponto x, é a função (o contrário também é possível). Assim, qualquer ponto « P » localizado no círculo pode-se caracterizar-se pelas coordenadas x e y. A coordenada x é o coseno do ângulo φ definido pelo raio « r » do circulo que passa por P e pelo eixo horizontal (eixo dos x), enquanto que a coordenada y é o seno do mesmo ângulo φ. Na realidade, x, y e o raio « r » definem um triângulo rectângulo, no qual x e y são os catetos e « r » a hipotenusa, o que quer dizer que se o raio do círculo for igual a 1, o teorema de Pitágoras diz que (sen φ)2+ (cos φ)2 =1. Se o ponto P for deslocado no sentido contrário dos ponteiros de um relógio é fácil de ver que sen φ (ou seja a coordenada y) variará de 0 (φ = 0) até 1 (φ = 90°), depois de para 1 para 0 (φ = 180°) e em seguida para -1 (φ = 270°) e outra vez para 0 ao fim de um rotação completa (φ = 360°). Obviamente, o mesmo sucede para o coseno de φ que varia de 1 para 0, -1, 0 para ao fim de uma volta outra vez para 1 (φ=0). A tangente de φ (tan φ) enfatiza a inclinação do raio que passa pelo ponto P e é dada pela razão sen φ/ cos φ, o que quer dizer que quando φ= 45° a tangente é igual a 1, uma vez que sen φ =cos φ e que para φ = 90° (raio vertical) a tangente é igual a infinito, visto que tan 90° = sen 90° / cos 90° = 1 / 0= infinito.

(**) Um raio de luz ou raio luminoso é a linha imaginária que representa a direcção ao longo da qual a luz se propaga. A utilização dos raios luminosos simplifica muito os cálculos, particularmente na Óptica. Todavia, os raios luminosos são raios de onda que indicam a orientação de propagação das ondas luminosas no meio em que a energia se propaga. Uma frente de onda é a região do espaço que reúne todos os pontos do meio alcançados simultaneamente por um pulso ( todos os pontos de uma frente de onda têm têm a mesma fase).

Ângulo de Repouso (ângulo crítico)...................................................................................................................................Angle of Repose

Ângulo de repouso / Ángulo de equilibrio / Maximalböschung / 休止角 / Угол естественного откоса / Angolo di riposo

Ângulo máximo de declive (medido a partir da horizontal) segundo o qual um material não consolidado ficará em repouso quando adicionado a uma pilha de material semelhante. Declive máximo a partir do qual um material pouco consolidado derruba por falhas de deslizamento. À medida que um delta prograda (para o mar), o ângulo do prodelta aumenta até atingir o ângulo de repouso (ângulo crítico), o qual varia com a profundidade de água. Se o ângulo de repouso é ultrapassado, a frente de delta desmorona-se criando correntes de turbidez, que depositam o material transportado desde que elas perdem a competência de os transportar. Da mesma maneira, em condições geológicas de nível alto do mar (nível do mar acima do rebordo da bacia), a ruptura do ângulo crítico de um talude continental pode produzir correntes turbidíticas importantes responsáveis da deposição de espessos cones submarinos no modelo proposto por Emiliano Mutti.

Ver : " Turbiditos "
&
" Talude "
&
" Nível Alto "

Os movimentos gravitacionais de massa, que mobilizam o solo, as rocha ou ambos, ocorrem quando as forças de tracção, induzidas pela gravidade, sobretudo nas ladeiras, superam as forças de resistências, principalmente, as forças de atrito. Segundo Montgomery (1992), tais movimentos (desde que a força de cisalhamento supera o atrito) são determinados pelo ângulo de repouso, que é o ângulo de declive máximo, com o qual todo material se encontra numa situação estável. O ângulo de repouso varia função da natureza do material considerado. As partículas esféricas e arredondadas suportam um ângulo bastante baixo, quer isto dizer, que um montão de partículas esféricas e arredondadas tem, na ausência de qualquer cimento entre elas, uma morfologia, relativamente, achatada (pequeno ângulo de declive). Ao contrário, partículas irregulares e angulares podem constituir uma pilha ou montão muito mais mais íngreme, sem que as partículas se tornem instáveis. Por outro lado, quanto mais grosseiras forem as partículas, maior é o ângulo de declive, ou seja, maior é a resistência do material ao escorregamento. O modelo (maneira bastante útil de fazer um pouco de luz de um mundo, muito imperfeitamente, conhecido), proposto por Pier Bak (1947) para estudar os sistemas sedimentares que se auto-organizam, quando em estado crítico, é, por vezes, utilizado para melhor compreender os sistemas de deposição turbidítica. Isto é verdade, quer para os sistemas turbidíticos de P. Vail (associados a descidas significativas do nível do mar relativo, que o põem o nível do mar relativo mais baixo do que o rebordo da bacia, ou seja, que exumem a plataforma continental e a parte superior do talude), quer para os sistemas turbidíticos de E. Mutti, nos quais as cheias dos rios e os deslizamentos, induzidos por instabilidades do rebordo continental e do talude, são determinantes (em condições geológicas de nível alto ou baixo do mar). No modelo de P. Bak ilustrado nesta figura, quando o montão de areia está estável, o declive corresponde ao ângulo de repouso. Todavia, cada vez que se adicionam mais grãos, o equilíbrio da pilha de areia é rompido, quer isto dizer, que se produzem desmoronamentos até que o ângulo de repouso seja de novo restabelecido. A teoria dos sistemas** é, perfeitamente, explicada por este modelo. As características de um “Todo” (que neste caso é o montão de areia, mas que na estratigrafia sequencial pode ser, por exemplo, um cone submarino de talude ou de bacia) não podem ser determinadas pelo o estudo de cada grão de areia (“Parte”). Em outros termos, as características do montão de areia não correspondem a soma das características dos grãos ou, mais simplesmente, o montão tem características, que não correspondem a soma das características dos grãos. Este facto é, muitas vezes, esquecido por certos geocientistas, particularmente, por aqueles que trabalham no campo, que se concentram demasiado na análise dos detalhes dos afloramentos e perdem, muitas vezes, a perspectiva geológica regional e global. Com disse P. Bak, o estudo dos detalhes, neste exemplo, o estudo de cada um dos grãos de areia, é talvez muito interessante, podendo mesmo ser fascinante, mas nós e, particularmente, os geocientistas não apreendem a partir de detalhes, mas a partir de generalidades. É por isso que a Estratigrafia Sequencial ajuda muito os geocientistas, uma vez, que ela parte do geral para o particular e não do particular para o geral. Isto explica, em parte, a razão pela qual a estratigrafia sequencial foi descoberta nas companhia petrolíferas, principalmente no EPR (“Exploration Production Research” da Exxon), que dispunha de linhas sísmicas regionais (escala macroscópica) através de todos os tipos de bacias sedimentares, com as quais o contexto geológico é mais fácil de refutar do que a partir de observações de campo. Na maioria das teses de doutoramento, anteriores aos anos 80, os doutorandos esqueceram, quase sempre, que a “Teoria precede a Observação” (K. Popper, 1934). Os estudos estratigráficos, por exemplo, eram, a maior parte das vezes, limitados a simples descrições litológicas dos afloramentos, o que é longe de ser o objectivo da estratigrafia. Da mesma maneira, na industria petrolífera, a finalidade das linhas sísmicas não é, ou não deve ser, a de determinar a  história geológica da região onde as linhas sísmicas foram tiradas, mas a de testar (refutar) as conjecturas ou hipóteses avançadas, à priori, pelos geocientistas.

(*) Muitos geocientistas opõem os sistemas turbidíticos de Emiliano Mutti aos sistemas turbidíticos de Peter Vail, o que é um erro. Mutti considera unicamente, provavelmente, com razão, que além dos turbiditos depositados em condições geológicas de nível baixo do mar (P. Vail) existem sistemas turbidíticos depositados em condições geológica de nível alto.

(**)  Teoria que estuda, de modo interdisciplinar, a organização abstracta de fenómenos, independentemente da sua formação e configuração presente, na qual um sistema é um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com um determinado objectivo e que efectuam uma determinada função.

Ângulo do Talude (carbonatos & siliciclásticos)..................................................................................................................Slope Angle

Ângulo do talude / Ángulo de talud / Böschungswinkel / 大陆坡角 / Угол наклона / Angolo della scarpata continentale

Declive da superfície de deposição entre a ruptura costeira da inclinação e a ruptura da base do talude quer em carbonatos quer em siliciclásticos. O ângulo de talude marca o deslocamento para o mar quer da linha da costa (progradações deltaicas) quer do rebordo continental, que coincidem, mais ou menos, quando a bacia não tem plataforma continental (durante o prisma de nível baixo, PNB e durante a 2a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto, PNA, de um ciclo sequência). O ângulo de repouso dos taludes deltaicos e continentais nos intervalos siliciclásticos é mais pequeno do que nos intervalos carbonatos, que neste último caso pode atingir valores entre 20° - 30°. É por isso que a identificação, nas linhas sísmicas, das progradações deltaicas é muito mais difícil que a identificação das progradações dos carbonatos, particularmente, dos recifes.

Ver: " Progradação "
&
" Bisel de Progradação "
&
" Recife "

Como ilustrado nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço Canvas de um detalhe de uma linha sísmica do offshore Este dos EUA, a espessura da plataforma carbonatada de Wilmington (plataforma carbonatada do Cretácico - Jurássico) é, no flanco Sul, superior a 2500 metros. A inclinação dos reflectores internos da plataforma (linhas cronostratigráfica, ou seja, linhas tempo) ao longo das quais várias rupturas de inclinação das superfície de deposição se podem pôr em evidência (ruptura da linha de baía, ruptura costeira, ruptura continental, etc.) sublinha a evolução temporal da progradação do talude continental carbonatado. Como se pode constatar nesta tentativa de interpretação, muito provavelmente, durante Cretácico Tardio, a plataforma carbonatada foi fossilizada por depósitos siliciclásticos que progradavam para o mar com um ângulo de repouso inferior ao ângulo das progradações do talude dos carbonatos. Teoricamente o material carbonatado suporta um ângulo de repouso muito maior do que o material siliciclástico. Esta fossilização pode ter-se feito da maneira seguinte: (i) Durante o Cretácico Tardio, a plataforma carbonatada foi submergida e afogada por uma ingressão marinha que a pôs debaixo da zona fótica (zona com luz do sol que permite a fotossíntese), o que, naturalmente, impediu a formação de carbonato ; (ii) Esta primeira ingressão marinha em aceleração (maior que a precedente), que deslocou a linha da costa para o continente, foi seguida por outras, cada vez mais importantes, que formam o que geocientistas chamam uma ingressão marinha completa* ; (iii) As ingressão marinhas (acréscimos de uma ingressão completa) estão separadas por períodos de estabilidade do nível do mar relativo, durante os quais a deposição retoma ; (iv) Cada acréscimo da subida do nível do mar relativo (ingressão marinha), obrigou a ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição (mais ou menos, a linha da costa, sobretudo nas linhas sísmicas) a deslocar-se dezenas de quilómetros para montante (noroeste), criando, na topografia pré-existentes (sedimentos depositados), uma superfície de ravinamento significativa ; (v) Durante os períodos de estabilidade do nível do mar relativo, que separam as ingressões marinhas, a deposição retomou e a linha da costa deslocou-se, pouco a pouco, para o mar (progradação), à medida que os sedimentos se depositaram para formar paraciclos-sequência com biséis de agradação a montante e biséis de progradação a jusante ; (vi) Colectivamente, o deslocamento dos biséis de agradação costeiros para montante, depois de cada ingressão marinha criou, não só uma geometria, globalmente, retrogradante (intervalo verde), como também, condições geológicas de bacia afamada (subalimentada), na parte externa da plataforma continental, quer isto dizer, que ela criou condições geológicas com uma taxa de sedimentação muito fraca. Foi a este conjunto de ingressões marinhas cada vez mais importantes e regressões sedimentares cada vez mais pequenas que C. Emiliani, em 1991, chamou, colectivamente, transgressões (e não transgressão) ; (vii) Mais tarde, durante o depósito do intervalo alaranjado (provavelmente um prisma de nível alto), o nível do mar relativo continuou a subir, mas em desaceleração (ingressões marinhas cada vez mais pequenas com regressões sedimentares associadas cada vez mais grandes), o que permitiu, de maneira, mais ou menos, contínua, a progradação da ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição para o mar ; (viii) A progradação dos siliciclásticos do Cretácico - Terciário reduziu, pouco a pouco, as dimensões da plataforma continental (plataforma carbonatada) até que a linha da costa (ruptura costeira de inclinação superfície de deposição) ficou coincidente com o rebordo continental ; (ix) A partir desse momento, toda a plataforma carbonatada subjacente foi fossilizada e a bacia passou a não ter plataforma continental. Pode dizer-se que a partir desse momento, a linha da costa (mais ou menos, a ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição), o rebordo continental e o rebordo da bacia são coincidentes (bacia sem plataforma). Obviamente, nesta tentativa de interpretação, que não foi feita ao nível hierárquico dos ciclos-sequência, várias discordâncias (superfícies de erosão) podem pôr-se em evidência, pelas relações geométricas entre os reflectores (biséis de agradação e biséis somitais), dentro dos intervalos sísmicos considerados e, principalmente, dentro dos intervalos coloridos em azul e alaranjado.

(*) Uma ingressão marinha completa é o conjunto de ingressões marinhas (acréscimos da ingressão marinha completa) cada vez maiores sem que entre elas o nível do mar relativo desça.

Anomalia de Gravidade..........................................................................................................................................................Gravity Anomaly

Anomalie de la gravité / Anomalía de gravedad / Schwerkraft-Anomalie / 重力异常 / Гравитационная аномалия / Anomalia gravità

Quando a gravidade é maior ou mais pequena do que o seu valor normal, o qual é, aproximadamente, 9,81 m/s2. A gravidade é das quatro forças fundamentais (força electromagnética, força nuclear fraca, força nuclear forte e gravidade) a menos conhecida e a que, para já, não se liga bem com a mecânica quântica. Ela conduz, por exemplo, à violação da conservação das probabilidades, quer isto dizer que ela cria probabilidades superiores a cem por cento. A gravidade corresponde ao potencial gravítico terrestre (grandeza física cujo valor, em cada ponto do campo é dado pelo trabalho realizado, pela unidade de massa, na deslocação de uma pequena quantidade dessa grandeza desde uma distância infinita até esse ponto). As anomalias laterais da gravidade são induzidas por uma distribuição anómala da densidade dos materiais que formam a Terra. A grande escala, as anomalias da gravidade, são, facilmente, obtidas graças aos dois satélites GRACE (“Gravity Recovery And Climate Experiment”), o que permitiu determinar o geóide terrestre (superfície definida por um potencial gravítico constante). Na estratigrafia sequencial, é importante não esquecer que a forma do geóide assemelha-se à do nível médio do mar *.

Ver: " Geóide "
&
" Eustasia "
&
" Nível do Mar Geodésico "

Antes de mais lembremos que a teoria da relatividade foi desenvolvida devido ao facto que a teoria da gravidade de Newton foi construída na base de uma conjectura muito estranha: “O efeito da gravidade entre dois corpos, exprimido pela força mútua de atracção, era suposto propagar-se instantaneamente no espaço”. Isto quer dizer, que se um dos corpos mudasse de forma, o outro devia ser, imediatamente, informado, mesmo se a distância entre eles fosse de vários milhares de anos luz. Obviamente, isto está em contradição flagrante com a teoria da relatividade restrita ** de Einstein que diz que nada se pode propagar instantaneamente. Assim, foi sugerido que a gravidade não pode ser uma verdadeira força mas, provavelmente, uma manifestação, local, da curvatura do espaço. Desta maneira, o movimento da Terra à volta do Sol não é o resultado de uma acção instantânea da força de Newton, mas determinado pela presença maciça do Sol: “A curvatura do espaço diz à matéria como se deslocar e a matéria diz à geometria do espaço como se deformar“ ***. Tendo isto em conta, e para evitar questões embaraçosas, fazemos como a física, que admite que as suas leis não variam com o tempo, embora ela as transforme se factos novos falsificam um tal a priori. Dito de outra maneira, utilizando a teoria de Newton pode dizer-se: (i) Na Terra, a matéria não está distribuída nem uniformemente nem em camadas concêntricas ; (ii) O valor da gravidade muda de um lugar para outro em relação ao seu valor médio de 9,81 m/s2, o que explica a irregularidade dos perfis do nível do mar absoluto ou eustático (nível do mar referenciado ao centro da Terra), deduzidos a partir das anomalias da gravidade. Com efeito, como se pode deduzir da representação esférica ilustrada nesta figura, o nível do mar absoluto ou eustático não é plano. Em relação ao centro da Terra, o actual campo gravítico da Terra difere de um campo de gravidade uniforme com uma superfície de Terra aplanada. Não só a configuração actual do geóide (superfície equipotencial da gravidade, próxima do nível do mar médio) é, evidentemente, não estável, uma vez que, à superfície da Terra, a orientação do campo da gravidade muda assim como os factores que a controlam através do tempo geológico. Na realidade, existem grandes elevações e depressões do nível do mar médio. Entre as áreas em que o nível do mar absoluto é mais alto (próximo da Nova Guiné) e as mais baixas (próximo das ilhas Maldivas), há cerca de 180 metros de diferença. Teoricamente, isto quer dizer, que um barco navegando entre estas duas áreas, ao longo de uma superfície equipotencial da gravidade, não consumaria energia. Na morfologia da Terra, ilustrada nesta figura, a amplitude dos pontos altos do mar está exagerada de um factor 1000000 em relação ao raio da Terra. Como a configuração do actual geóide (superfície equipotencial mais próxima do nível do mar médio) não é estável, ela deve ser tomada em linha de conta, quando se propõem correlações estratigráficas globais. A morfologia do geóide sugere que duas regiões, mesmo pouco separadas uma da outra, podem ter condições geológicas do nível do mar diferentes. Uma subida do nível do mar relativo, ou seja uma ingressão marinha, na costa Oeste do continente africano, pode criar condições de nível alto (nível do mar relativo mais alto do que o rebordo da bacia), enquanto que a mesma subida do nível do mar relativo, na costa Este, pode não ser suficiente para que nível do mar relativo suba acima do rebordo da bacia. Como a superfície do mar é uma superfície equipotencial, quando uma certa quantidade de água é adicionada, como a quando do degelo de uma calota glaciária, o equilíbrio equipotencial é rompido e a água adicionada desloca-se de maneira a que o equilíbrio seja restabelecido, o que permite de melhor compreender as variações eustáticas ou absolutas (variações ao nível planetário causadas por variações do volume de água no oceano global ou por variação do volume global das bacias oceânicas referenciadas ao centro da Terra). Antes de se considerar uma discordância como global (induzida por uma descida significativa do nível do mar absoluto ou eustático, que se verifica em todas as partes da Terra), tem de se testar uma tal conjectura com todos os dados disponíveis (linhas sísmicas, micropaleontologia, dados de campo, etc.). Mesmo se uma tal conjectura não for refutada, ela deve ser considerada como uma simples hipótese de trabalho e não uma certeza, uma vez que ela nunca pode ser verificada. 

(*) A superfície do oceano é, em si, uma superfície equipotencial, o que quer dizer, que o nível médio do mar não é o mesmo em qualquer ponto do globo. Isto é devido ao facto de que as anomalias locais de massa sob o oceano deformam, nas suas vizinhanças, a superfície do mar. Como a Terra não é nem uma esfera perfeita, nem um esferóide oblato perfeito, a superfície dos oceanos é utilizada como referência equipotencial, porque a água do oceano segue uma superfície potencial constante. Dito de outra maneira, se por qualquer razão o equilíbrio gravítico é rompido, a água do oceano escoa-se de maneira a restaurar o equilíbrio potencial.

(**) Teoria que descreve a física do movimento na ausência de campos gravitacionais. A noção de variação das leis da física no que diz respeito aos observadores é que deu nome à teoria. O qualificativo de especial ou restrita quer dizer que ela se aplica apenas aos sistemas em que não se têm em conta os campos gravitacionais. Uma generalização desta teoria é a Teoria Geral da Relatividade, publicada, igualmente, por Einstein em 1915, incluindo os ditos campos gravitacionais. As leis do movimento de Newton aplicam-se, unicamente, a referências de coordenadas inerciais (sistemas dotados de uma velocidades constante).

(***) Étienne Klein, 2009- Les tactiques de Chronos, Flammarion. ISBN: 978-2-0812-2305-9

Anomalia Sísmica (bright spot)...............................................................................................Bright Spot, Seismic Anomaly

Anomalie sísmique / Anomalía sísmica / Seismische Anomalie / 异常地震 / Сейсмическая аномалия ( аномалия типа "яркое пятно" )  / Anomalia sismica /

Forte e anómala reflexão sísmica associada a variações laterais da impedância acústica, as quais, por vezes, podem ser induzidas pela presença de hidrocarbonetos nas rochas-reservatório. As anomalias aparecem nos dados sísmicos porque estes são adquiridos e processados digitalmente (o que preserva as amplitudes relativas) e não como uma consequência ou ganho do controlo automático.

Ver: " Impedância Acústica "
&
" Reflexão Sísmica "
&
" Diacrónica (litologia) "

Neste autotraço Canvas de uma linha sísmica do Golfo do México (Plio-Pleistocénico), várias anomalias sísmicas são identificáveis em associação com o topo de uma estrutura antiforma (a qual não deve ser confundida com uma estrutura anticlinal). Com efeito, uma antiforma é uma estrutura extensiva (alargamento) induzida por um regime tectónico extensivo (σ1 vertical, isto é, esforço efectivo máximo vertical), enquanto que um anticlinal é uma estrutura compressiva resultante do encurtamento dos sedimentos produzido por um regime tectónico compressivo ou de encurtamento (σ1 horizontal). Neste autotraço, as anomalias sísmicas são, provavelmente, negativas (mudança de polaridade e amplitude devido à passagem de um intervalo com maior impedância para outro com menor) são induzidas pela presença de hidrocarbonetos (gás) presos numa armadilha antiforma. A estrutura tectónica, localizada num bloco falhado descendente (tecto da falha) é uma estrutura em extensão. Os sedimentos alongaram-se por pequenas falhas normais (rejeito inferior a resolução sísmica), para respeitar a lei de Goguel, criando uma armadilha não estrutural (sem fecho próprio), que nós chamamos armadilha morfológica por justaposição*. Em cada horizonte reservatório potencial (neste exemplo existem vários), unicamente a parte mais alta, que não está fracturada por falhas normais, pode ser considerada com uma armadilha estrutural** com um ponto de fuga que corresponde à intersecção do topo da rocha-reservatório com o plano de falha (note que as falhas normais, localizadas no topo do antiforme são pequenas demais para se poderem pôr em evidência nas linhas sísmicas). À parte esta pequena área, localizada na parte mais alta armadilha de cada reservatório, a armadilha é não-estrutural. Ela é morfológica por justaposição, o que quer dizer, que a rocha-reservatório é fechada verticalmente, mas sobretudo lateralmente (devido ao jogo da falha) por uma intervalo com uma pressão de deslocamento maior, isto é, por uma rocha com características de rocha de cobertura.

(*) Na geologia do petróleo, as armadilhas petrolíferas podem ser (i) Estruturais, quando têm um fecho próprio, em geral, associado a um encurtamento sedimentar e (ii) Não-estruturais. Dentre as armadilhas não-estruturais diferentes tipos se podem reconhecer: a) Estratigráficas ; b) Morfológicas e c) Morfológicas por Justaposição. Estas últimas correspondem ao que muitos geocientistas chamam de maneira errónea "armadilhas contra falha". Na realidade, um plano de falha, que é um plano imaginário, que enfatizam a zona de fractura, nunca impede os hidrocarboneto de se deslocarem lateralmente. O que, eventualmente, pode impedir os hidrocarbonetos de migrar, lateralmente, é a rocha em justaposição à rocha-reservatório (no bloco falhado oposto) se esta tiver uma maior pressão de deslocamento.

(**) Uma armadilha estrutural é uma estrutura geológica, não falhada, que mergulha em todas as direcções. Uma tal geometria sugere, que os hidrocarbonetos debaixo de um horizonte ou estrato impermeável (rocha-de-cobertura) podem ser presos numa rocha-reservatório dessa estrutura. Contudo, para isso suceda é necessário que a rocha-de-cobertura esteja imediatamente acima da rocha-reservatório e que elas sejam conformes (nenhuma discordância entre elas).

Anomalia Térmica (ciclo de Wilson).........................................................................................................................Thermal Anomaly

Anomalie thermique / Anomalía térmica (ciclos de Wilson) / Thermische Anomalie / 热异常 / Термальная аномалия (аномальный перепад температур) / Anomalia termica /

Anomalia que produz o alargamento (extensão, riftização) dos sedimentos de um supercontinente num ciclo de Wilson. As fases tectonico-estratigráficas de um ciclo de Wilson são: (i) Cratão Continental Estável ; (2) Anomalia Térmica (ponto quente) e Alargamento (riftização), a qual induz a formação de bacias de tipo rifte (em geral demigrabens com vergência oposta de cada lado da anomalia térmica) ; (3) Ruptura da Litosfera, com criação de nova crusta oceânica e formação de duas margens divergentes e de um oceano entre elas ; (4) Expansão Oceânica que, pouco a pouco, transforma as margens jovens em margens velhas devido ao arrefecimento e aumento de densidade da crusta oceânica ; (5) Subducção, desde que a densidade da crusta oceânica é muito grande, ela parte-se em duas porções e uma delas entra em subducção (mergulha sob a outra) criando uma margem convergente, com formação de um arco vulcânico e levantamento de uma cadeia de montanhas na placa litosférica cavalgante ; (6) Colisão Margem Divergente / Arco Vulcânico e formação de uma cadeia de montanhas ; (7) Peneplanização e nova subducção da crusta oceânica com a margem gémea criando outra margem convergente ; (8) Colisão Continente / Continente e fecho do oceano criado entre as duas margens divergentes iniciais e (9) Novo Cratão Continental estável.

Ver: " Ciclo de Wilson "

Anóxico (ambiente) ....................................................................................................................................................................................................................................Anoxic

Anoxique / Anóxico / Anoxischen / 缺氧 / Бескислородный / Anossico /

Ambiente caracterizado por um teor em oxigénio muito fraco no qual não há oxidação, o que, certamente, removeria a maior parte das indicações paleoambientais. Os eventos anóxicos ocorrem quando o teor em oxigénio dos níveis inferiores do mar é muito baixo. Embora os eventos anóxicos globais não tenhm acontecido desde há muitos milhões dos anos, os registos  geológicos mostram que eles aconteceram, muitas vezes, no passado e que alguns deles causaram extinções em massa*.

Ver: " Ambiente Sedimentar "
&
" Rocha-mãe "
&
" Euxínico (ambiente)"

Anóxico é um adjectivo que significa sem oxigénio. Uma água anóxica é uma água subterrânea, que não contém oxigénio dissolvido. Os termos anóxico e anaeróbico (com pouco oxigénio) são, praticamente, sinónimos. Num meio aquático, que ele seja marinho, de água doce ou de águas subterrâneas, a contaminação por substâncias orgânicas favorece o desenvolvimento de bactérias que consome oxigénio dissolvido na água transformando num ambiente de águas anóxicas, uma vez que a taxa de oxidação da matéria orgânica pelas bactéria é maior do que o aporte de oxigénio.  Assim, as águas anóxicas são aquelas em que o oxigénio dissolvido está esgotado. Este tipo de águas encontra-se geralmente, em áreas com processos de eutrofização** em  marcha ou em áreas em que o oxigénio não consegue alcançar os níveis mais profundos quer devido a uma barreira física ou uma estratificação pronunciada de densidade, como, por exemplo, quando as águas hipersalinas, mais pesadas, se deslocam no fundo de uma bacia.  Numa bacia, mais ou menos, isolada há duas possibilidades de invasão de água com bastante oxigénio: (i) Quando a água, que entra na bacia, é mais densa do que a água da bacia ela escoa-se para o fundo empurrando e deslocando para cima a água menos oxigenada, o que permite a deposição de lamas cinzentas e verdes visto que as condições não são anóxicas ; (ii) Quando a água, que entra na bacia (isolada) é mais densa do que a água superficial, mas menos densa que a água da parte inferior. Neste caso, ela cria no fundo da bacia condições anóxicas, que permitem a deposição de lama negra rica em matéria orgânica debaixo da água euxínica (água de circulação restrita ou estagnada com pouco oxigénio). Esta possibilidade pode explicar a formação de certas rochas-mãe de petróleo ou de gás, sobretudo as associadas aos episódios transgressivos, quer isto dizer, as rochas-mãe que se depositam nas partes distais das plataformas continentais. Na realidade, dentro de um ciclo-sequência, durante o intervalo transgressivo (IT), a cada subida do nível do mar relativo (ingressões marinhas em em aceleração), a ruptura costeira da inclinação da superfície de deposição (mais ou menos a linha da costa) desloca-se para o continente antes que os depósitos costeiros por ela induzidos se depositem (durante o período de estabilidade do nível do mar relativo que ocorre depois de cada ingressão ou paraciclo eustático). Este deslocamento cria, na parte distal da plataforma continental, condições geológicas de fraca taxa deposição. Se ao mesmo tempo, houver uma invasão de água fria rica em oxigénio e nutrientes, proveniente, por exemplo, de uma corrente marinha ascendente, a produção e preservação da matéria orgânica são possíveis, o que favorece a formação de rochas-mãe potenciais. A grande maioria das rochas-mãe marinhas (matéria orgânica tipo II) forma-se, provavelmente (áreas de forte produção de matéria orgânica com anoxia da camada inferior da lâmina de água). A formação de ambientes anóxicos é um fenómeno natural que ocorreu ao longo da história geológica. Actualmente, existem bacias anóxicas, por exemplo, no Mar Báltico, no Mar Mediterrâneo Oriental (bacia de Bannock), na Europa Oriental (bacia do Mar Negro, abaixo de 50 metros e na bacia do Mar Cáspio, abaixo de 100 metros, no Golfo do México (Bacia de Orca), na Argentina (dique de São Roque), etc, etc.

(*) A extinção de uma única espécies ou de um grupo de espécies relacionadas, ou mesmo a de uma família não é considerada como uma extinção em massa. Uma extinção em massa é caracterizada pela extinção de um grande número de espécie pertencendo a diferentes géneros e famílias e vivendo em ambientes diferentes. Um tal extinção só pode ocorrer na sequência de uma mudança ambiental importante, global, rápida e que afecte um grande número de ambientes. Até hoje houve cinco extinção em massa maiores: (i) No Ordovícico, há cerca de 450 Ma, a qual parece ter dizimado mais de 60% da vida sobre a Terra ; (ii) No Devónico,  há cerca de 360 Ma, quando uma série de extinções exterminaram cerca de três quartos das espécies terrestres ; (iii) No Pérmico-Triásico, há cerca de 250 Ma, provavelmente, devido a um aumento da temperatura no seguimento de uma erupção vulcânica gigantesca, na Sibéria, que teria, igualmente, afectado o teor de oxigénio da atmosfera ; esta extinção em massa é considerada a maior de todas, uma vez que cerca de 96% das espécies desaparecem ; (iv) No Triásico-Jurássico, há aproximadamente 200 Ma,  a qual destruído várias espécies (cerca de 20% de todas as famílias marinhas teriam sido exterminadas por erupções vulcânicas e mudanças climáticas associada à ruptura do supercontinente Pangeia) ; (v) No Cretácico-Terciário, há cerca de 65 Ma, para a qual duas explicações foram avançadas: (i) O impacto de um asteróide com mais de 10 km de diâmetro, que criou a cratera de Chicxulub, na Península de Yucatão e (ii) Uma forte actividade actividade vulcânica ; esta extinção é, de longe, a mais conhecida não porque é a mais importante, mas porque ela provocou ou acelerou a extinção dos dinossauros.

(**) Aumento de nutrientes, em geral azoto e fósforo, que ocorre, quer em terra, quer no mar e que traduz um aumento da produtividade de um ecossistema.

Antepraia...................................................................................................................................................................................................................Backshore, Inshore

Arrière-plage / Anteplaya / Hinterstrand /后滨 / Отбрежье (верхняя береговая терраса) / Indietro spiaggia /

Zona litoral, geralmente seca, relativamente, estreita entre a linha mais alta das marés equinociais (limite inferior) e a parte superior da zona de processos costeiros, isto é, a base da falésia (arriba). A antepraia é coberta por água, unicamente, durante as tempestades e marés altas. A geometria da antepraia é, em geral, sub-horizontal ou inclinada, ligeiramente, para o continente. A crista da berma mais a jusante, separa a antepraia da praia-baixa.

Ver: " Crista da Berma (de praia) "
&
" Praia "
&
" Arriba "

Muitas zonas litorais, sobretudo as que têm uma litologia siliciclástica, exibem uma morfologia semelhante à ilustrada no corte geológico desta figura. A zona com geometria, mais ou menos, côncava, entre a linha de maré alta e até uma profundidade de 5-20 m, é a praia-baixa, que engloba a praia intramareal e a praia submarina. A jusante da praia-baixa, o fundo do mar forma uma rampa, que inclina, suavemente, em direcção do rebordo continental, que neste caso corresponde ao rebordo da plataforma. Na praia-baixa, existem barras e baixos induzidos pela rebentação das ondas. A praia intermareal situa-se entre as linhas de maré alta e maré baixa, enquanto que a antepraia se estende entre a linha de maré alta e o início das dunas. Na antepraia existem uma ou várias bermas que parecem pequenos terraços com pequenos taludes do lado do mar. A quando de uma subida do nível do mar relativo (combinação do nível do mar absoluto ou eustático** e da tectónica), a morfologia da praia determina em grande parte o valor da invasão continental, isto é, o valor da componente horizontal da agradação costeira. Se a morfologia da praia for, relativamente, plana, uma subida do nível do mar relativo de cerca de 10 m deslocará a ruptura costeira da inclinação da superfície de deposição (mais ou menos a linha da costa) de vários quilómetros para montante. Ao contrário, se a morfologia da praia for, relativamente, inclinada para o mar, a mesma subida do nível do mar relativo deslocará a ruptura costeira da superfície de deposição (e os depósitos associados) para montante, unicamente, de dezenas ou centenas de metros. Quando o nível do mar relativo desce, o deslocamento para o mar e para baixo da ruptura costeira da superfície de deposição é também função da morfologia da praia-baixa e da rampa. Na estratigrafia sequencial, é sempre importante calcular o valor da componente vertical e horizontal da agradação costeira afim de determinar a morfologia do litoral e particularmente a morfologia das praias. Note que antepraia, praia-baixa e rampa é uma das muitas divisões da morfologia do litoral que se encontram na literatura cientifica. Como, cada país,  para não dizer cada geocientista, tem tendência a utilizar as suas próprias divisões e a sua própria terminologia, é importante não esquecer a referência bibliográfica dos termos utilizados.

(*) Nível do mar global referenciado ao centro da Terra ou a um satélite e que é o resultado da acção combinada da : (i) Tectonicoeustasia (controlada pela variação do volume das bacias oceânicas) ; (ii) Glacioeustasia (controlada pela variação de volume de água dos oceanos) ; (iii) Geoidaleustasia (controlada pela distribuição da água dos oceanos causada pelas variações do campo da gravidade terrestre) e (iv) Dilatação térmica dos oceanos ou aumento estérico do nível do mar.

Anticlinal .........................................................................................................................................................................................................................................................Anticline

Anticlinal / Anticlinal / Anticline / 背斜 / Антиклиналь / Anticline /

Estrutura compressiva com a forma de um sino resultante do encurtamento dos estratos quando estes são submetidos a um regime tectónico compressivo, isto é, um regime tectónico caracterizado por um elipsóide dos esforços efectivos com o eixo maior (σ1) horizontal. Em associação com os anticlinais formam-se falhas inversas, que são as únicas, que podem encurtar os estratos. As falhas normais alongam os estratos. Não confundir anticlinal e antiforma. No campo, por definição, numa estrutura anticlinal, as rochas mais antigas estão sempre localizadas na parte central da estrutura.

Ver: " Antiforma "
&
" Sinclinal "
&
" Subida Relativa (do nível do mar) "

Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore profundo de Angola, várias estruturas anticlinais são visíveis. Os intervalos sísmicos (intervalo salífero incluído) foram encurtados por dobras cilíndricas (anticlinais) e por falhas inversas. As falhas localizadas perto das cristas das estruturas são contemporâneas da deformação e, por isso, não são falhas normais. Elas desenvolveram-se durante um regime tectónico compressivo e correspondem a pequenas falhas de desligamento, as quais alongam o anticlinal segundo a direcção axial.  Um tal alongamento é, perfeitamente, visível na carta geológica do anticlinal de Bavush (onshore Sul do Irão) ilustrada na parte superior desta figura. Um anticlinal corresponde sempre a um encurtamento dos sedimentos em resposta a um regime tectónico compressivo, isto é, um regime tectónico no qual o esforço efectivo máximo (σ1) é horizontal. Não pode haver formação de falhas normais (estruturas extensivas) ao mesmo tempo, e no mesmo lugar, que um anticlinal, particularmente, no topo da estrutura. Se porventura, no campo ou numa linha sísmica, existem falhas normais associadas com anticlinais, as falhas normais ou são mais recentes, que os anticlinais ou são mais antigas. Se elas são mais recentes, elas não estão reactivadas. Se elas são mais antigas, elas são, provavelmente, reactivadas, em falhas inversas função do ângulo entre a direcção do plano de falha e a direcção do esforço efectivo máximo (σ1). Quanto maior for o ângulo maior será a reactivação em falha inversa. Um outro critério de reactivação das falhas normais anteriores à compressão (encurtamento) é o ângulo entre a direcção do esforço efectivo máximo (σ1) e a inclinação do plano de falha. No campo e sobretudo nas cartas geológicas, contrariamente, ao que acontece num sinclinal, numa estrutura anticlinal, os sedimentos mais antigos estão sempre na parte central da estrutura.

Antiforma......................................................................................................................................................................................................................................................Antiform

Antiforme / Antiforma / Antiform / 背斜 / Антиформа / Antiforma /

Termo não-genético, utilizado para descrever estruturas geológicas com a forma de um sino. A maioria dos geocientistas, que trabalham na pesquisa de hidrocarbonetos, reserva o termo antiforma para descrever uma estrutura extensiva, em forma de sino, resultante do alongamento dos estratos quando estes são submetidos a um regime tectónico extensivo, isto é, um regime caracterizado por um elipsóide dos esforços efectivos com o eixo maior vertical (σ1). As antiformas são, por vezes, erroneamente, interpretadas como anticlinais (estruturas compressivas). Numa terminologia, puramente, descritiva e não genérica, pode dizer-se, que todos os anticlinais são antiformas, mas que nem todas as antiformas são anticlinais.

Ver: " Anticlinal "
&
" Sinforma "
&
" Lei de Goguel "

Na tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do Mar do Norte é evidente que os sedimentos posteriores ao sal (em vermelho) foram alongados por um regime tectónico extensivo local (esforço efectivo máximo, σ1, vertical) induzido pelo movimento vertical do sal (diapirismo) e não encurtados por um regime tectónico compressivo (eixo maior do elipsóide dos esforços efectivos, σ1, horizontal). As falhas normais que alargam os sedimentos e que, em geral, ocorrem no ápice das estruturas antiformas, têm, na maior parte das vezes um rejeito vertical inferior à resolução das linhas sísmicas. É por isso que elas não podem ser visíveis nesta tentativa de interpretação. É possível que depois da deformação em extensão, um regime tectónico compressivo possa ter encurtado, ligeiramente, os sedimentos, uma vez que em certas linhas sísmicas, paralelas à desta interpretação, pequenas inversões tectónicas* são visíveis. Esta tentativa de interpretação mostra, claramente, que a presença de um horizonte salífero numa série estratigráfica pode produzir uma desarmonia tectónica** entre os sedimentos suprassalíferos e infrassalíferos. Neste caso particular, ambos os intervalos (supra e infrassalífero) foram alargados, mas por regimes tectónicos diferentes. Os sedimentos infrassalíferos foram alargados por um regime tectónico com um σ1 vertical e σ2 e σ3 diferentes e perpendiculares entre eles, enquanto que os sedimentos suprassalíferos foram alargados por um regime tectónico com um σ1 vertical e σ2 = σ3 (halocinese ou tectónica salífera). Nos sedimentos infrassalíferos, as falhas normais são paralelas à direcção do σ2, enquanto que nos sedimentos suprassalíferos, elas orientam-se en todas as direcções (falhas radiais), visto que σ2 = σ3. Localmente, o nível salífero pode desaparecer por escoamento lateral ou ter uma espessura inferior à resolução sísmica, mas a superfície desarmónica (sutura salífera) estará sempre presente. Nos autotraços ilustrado na parte superior desta figura é óbvio que as estruturas antiformas estão associadas a um alargamento dos sedimentos suprassalíferos provocado pela formação das estruturas diapíricas salíferas. Para testar a deformação em alargamento dos sedimentos suprassalíferos em associação com os domos salíferos, basta por um dedo sob um pulôver com uma malha larga e exercer um movimento  para cima com dedo. Observará facilmente que a malha do seu pulôver se abre, como o fazem os sedimentos acima de um domo de sal.

(*) Inversão do movimento vertical dos blocos falhados registada por espessamento ou adelgaçamento estratigráfico de estratos contemporâneos da deformação, isto quer dizer, que uma falha normal pode, mais tarde, ser reactivada como falha inversa. Por outras palavras, numa inversão tectónica, os pontos, estruturalmente, baixos tornam-se altos  e os pontos, estruturalmente, altos tornam-se baixos.

(**) Uma desarmonia tectónica é uma superfície geológica que separa dois domínios de deformação. As desarmonias estão, muitas vezes, associadas a um intervalo sedimentar móvel, em geral, evaporítico ou argiloso.

Antrópico, Antropogénico (princípio).................................Anthropic, Anthropogenic, Anthropogeneous

Anthropique/ Antrópico / Antropogeneous / 人为 的 / Антропогенный / Antropico /

Hipótese de que as leis da natureza e as constantes físicas fundamentais têm valores que são consistentes com as condições de vida como a conhecemos, em vez de terem valores que não seriam coerentes com a vida como se observa na Terra. Uma estrela típica, como o Sol, por exemplo, está rodeada de uma zona favorável ("Goldlilocks"), que não é, nem muito quente, nem muito fria, na qual os planetas podem conter água líquida indispensável à vida como a conhecemos.

Ver: " Terra "
&
" Vida "
&
" Uniformitarismo (princípio) "

O facto que o Universo possa ser tão hospitaleiro para a o desenvolvimento da vida é uma grande enigma, uma vez que ela é dependente de uma grande número de factores, mais ou menos, acidentais. As tentativas para resolver este grande enigma proporcionaram, naturalmente, uma grande número de especulações algumas das quais têm um carácter mais filosófico do que científico. O princípio antrópico enfatiza que vivemos num Universo que permite a existência da vida como a conhecemos. Isto quer dizer que se no nascimento do Universo, uma ou mais constantes físicas fundamentais* tivessem um valor diferente, não haveria estrelas, galáxias, planetas, e a vida como a conhecemos não teria sido possível. Consequentemente, ao formular teorias científicas, os cientistas devem ter cuidado para que selas sejam compatíveis com nossa existência. Este princípio, simples em si, mas não trivial, foi interpretado de forma diferente, para ser usado para justificar visões de significado oposto. Vários textos argumentam que o princípio antrópico poderia explicar as constantes físicas. Em si, o princípio, na sua formulação fraca, como anunciado por Brandon Carter (1974) não explica, mas restringe o alcance das possíveis teorias e justifica algumas. De facto, o princípio antrópico pode apresentar-se sob duas formas: (i) Princípio Antrópico Fraco e (ii) Princípio Antrópico Forte. O princípio antrópico fraco diz que devemos estar preparados para ter em conta o facto de que a nossa localização (tempo e espaço) no Universo é, necessariamente, privilegiada ao ponto de ser compatível com a nossa existência como observadores. O Universo comportou-se de tal forma que nos pode conter ou seja, as grandezas físicas e cosmológicas que observamos têm valores compatíveis com o surgimento da vida baseada no carbono. O princípio antrópico forte diz que o Universo, assim como os parâmetros fundamentais dos quais ele depende, deve ser tal que admita a criação de observadores dentro dele num determinado momento. Estas formas e em particular, o princípio antrópico fraco que diz, fundamentalmente, que se o Universo não tivesse um certo número de características, nós não estariam cá para o ver, não são hipóteses científicas, uma vez que elas não se podem falsificar*. Da mesma maneira que a hipótese "Deus existe" pode ser ou não ser verdade. Mas verdade ou não, não é uma hipótese científica porque ela não é susceptível de refutação. Ao contrário, a teoria geral da relatividade de Einstein é uma teoria científica porque ela anuncia um certo número de previsões que podem ser testadas por experiências. Note que o critério de refutação de Karl Popper (1934) não é um critério de verdade, mas de cientificidade. Por exemplo, a afirmação "A terra é plana" é, segundo Popper, uma afirmação científica uma vez que ela pode ser testada por uma experiência, a qual a pode refutar, quer isto dizer, mostrar que ela não é uma afirmação verdadeira.

(*) A evolução do Universo é determinada pelas condições iniciais (como a taxa de expansão inicial ou a massa inicial da matéria) e por uma quinzena  de números chamados  constantes físicas (como a velocidade da luz, a massa do electrão, a intensidade fa força da gravidade que depende da constante gravitacional, etc.). Os cientistas  mediram com precisão o valor dessas constantes, mas para já, eles não têm nenhuma teoria para as explicar (T. Xuan Thuan, 1988).

(**)  Duas outras variações do princípio antrópico são avançadas por certos cientistas: (i)  Princípio Antrópico Final, no qual o Universo tem como finalidade produzir seres vivos, ou seres humanos e (ii) Princípio Antrópico Participativo, que diz que a existência de observadores dá existência ao Universo.

Apatite............................................................................................................................................................................................................................................................................Apatite

Apatite / Apatita / Apatit / 磷灰石 / Апатит / Apatite /

Grupo de minerais de fosfato como, a hidroxilapatite, fluorapatite e chlorapatite, chamados assim devido às altas concentrações de iões, respectivamente, OH-, F-, e Cl-, nos cristais. A apatite é um dos poucos minerais que é produzido e usado nos sistemas microambientais.

Ver: " Traço de Fissão "
&
" Datação Radiométrica "
&
" Autigénese "

A apatite aparece em quase todos os tipos de rochas (ígneas, sedimentares e metamórficas). Contudo, ela aparece, sobretudo, disseminada em grãos ou fragmentos criptocristalinos. As formas mais bem desenvolvidas encontram-se, sobretudo, nas rochas associadas a um metamorfismo de contacto (*). A apatite é um dos poucos minerais, que é produzido e utilizado pelos sistemas biológicos dos microambiente. A hidroxilapatite é o principal componente do esmalte dos dentes e um dos componente importantes dos ossos. A hidroxilapatite é uma forma, relativamente, rara de apatite, na qual muitos dos grupos de OH estão ausentes e contém muitas substituições de carbonato e de ácido fosfático. Como a fluoroapatite resiste muito melhor ao ataque dos ácidos do que a hidroxilapatite, a fluoroapatite é utilizada nas pastas dentífricas, as quais contém quase sempre uma fonte de aniões de fluoride. Igualmente, a água fluorizada permite uma troca nos dentes de iões de fluoride por grupos de hidroxil na apatite. A apatite é também utilizada para fertilizar o tabaco. A apatite priva as plantas do tabaco de azoto, o que dá ao tabaco um gosto muito particular e apreciado por certos fumadores. A apatite é usada, raramente, como pedra preciosa. A apatite transparente de cor límpida é, por vezes, lapidada, e certos espécimenes são talhados em cabuchão (polidos, mas não facetados). A apatite com vários reflexos é conhecida como olho de gato. Quando cristais de rútilo estão presentes dentro dos cristais de apatite, estes, quando talhadas em cabuchão e iluminadas sob certos ângulos, dão um efeito semelhante ao que se observa nos olhos dos gatos. A apatite transparente verde é conhecida como pedra espargo e a azul, como moroxite. Os traços de fissão na apatite são, muito utilizados para determinar a história térmica de uma cadeia ou sistema de montanhas e dos sedimentos depositados nas bacias sedimentares enterradas. A datação (U-Th)/He da apatite é, frequentemente, utilizada para a determinação das histórias geológicas térmicas e outras, menos conhecidas, como, por exemplo, a datação dos paleoincendios.

(*) Conjunto de alterações mineralógicas e estruturais induzidas nas rochas, em particuar, nas rochas sedimentares, devido à proximidade ou contato com corpos intrusivos de rochas ígneas, que as transforma em rochas metamórficas, cujo grau de metamorfismo aumenta à medida que a distância à rochas ígnea diminui.

Ápice do Delta.....................................................................................................................................................................................................Bifurcation Point

Apex (du delta) / Punto de bifurcación, Ápice del delta / Delta Scheitel, Delta Spitze /  顶点的三角洲  / Вершина дельты (точка ветвления) / Apice del delta (punto di biforcazione)

Ponto de difluência do canal fluvial que se localiza mais a montante e que marca o limite superior do delta (geralmente até onde entra a maré alta).

Ver: " Delta "
&
" Nível Alto (do mar) "
&
" Cortejo de Nível Alto (do mar) "

Os deltas são formados pela acumulação de sedimentos alóctones nas de desembocaduras das correntes fluviais, quer no lagos, quer no mar, promovendo, neste último caso a progradação (deslocamento para o mar) da linha de costa. A acumulação sedimentar ocorre tanto acima como abaixo do nível do mar, quando ela é mais rápida do que a remoção dos sedimentos pelos processos costeiros de transporte de sedimentos. Nesta figura, o ápice do delta do Rio Zambeze (Moçambique) é facilmente reconhecido, quer na fotografia satélite, quer no esquema do delta, no qual estão cartografadas: (i) A Planície Deltaica Superior ; (ii) A Planície Deltaica Inferior e (iii) Uma parte do Delta Abandonado. Um delta é um cortejo sedimentar, isto é, uma associação lateral de diferentes sistemas de deposição* síncronos e geneticamente ligados entres, que se pode depositar, dentro de um ciclo-sequência, quer em condições de nível baixo do mar, num prisma de nível baixo (PNB), quer em condições de nível alto, em geral, no prisma de nível alto (PNA) mas, por vezes, também no intervalo transgressivo (IT). Em geral, um delta é formado por uma associação lateral de sistemas de deposição contemporâneos, que caracterizam: 1) As camadas deltaicas sub-horizontais superiores ; 2) As camadas deltaicas inclinadas para o mar e 3) As camadas deltaicas sub-horizontais inferiores. As primeiras são formadas por areias, siltitos e argilitos da planície deltaica, que muito vezes, como no caso do delta de Zambeze, se podem depositar quer na planície deltaica superior (mais fluvial) ou quer na planície deltaica inferior (mais estuarina) e pelas areias de frente de delta. A frente de delta é um local de intensa deposição onde a morfologia deltaica é, realmente, estabelecida e onde os sedimentos mais grosseiros se depositam em barras à frente dos canais distributivos, cuja morfologia depende da: (a) Energia de escoamento e (b) Diferença de densidade entre a água fluvial e a água. As camadas deltaicas inclinadas para o mar são formadas por argilitos de prodelta, que são localizado debaixo do nível de acção (erosiva) das vagas e onde predomina uma sedimentação fina (siltes e argilas). Nas camadas deltaicas sub-horizontais inferiores, que se depositam, por vezes, na base do prodelta, é possível reconhecer sistemas de deposição turbidítica de fácies arenosa (turbiditos proximais dos geocientistas da Shell) associados com rupturas e deslizamentos da frente de delta. A fácies da planície deltaica é, fundamentalmente, siltosa, enquanto que a de frente de delta é, geralmente, arenosa e a do prodelta argilosa. As linhas cronostratigráficas da planície deltaica e frente de delta, isto as superfícies de deposição, são, praticamente, horizontais (camadas superiores), enquanto que as do prodelta são inclinadas para o mar (camadas inclinadas). Na parte distal do prodelta, podem depositam-se, em continuidade, intervalos sub-horizontais, conhecidos como camadas sub-horizontais inferiores que, em geral, têm uma fácies argilosa. Todavia, por vezes, nas camadas inferiores, isto é, na parte mais distal e baixa do prodelta, encontram-se pequenos lóbulos de areia de origem turbidítica, que, como dito acima, certos geocientistas denominaram turbiditos proximais. À medida que um delta prograda, o ângulo do talude deltaico, ou seja, mais ou menos, a inclinação do prodelta aumenta e pode atingir um ângulo crítico (que varia em função da profundidade de água), a partir do qual toda a progradação da frente de delta é impossível. Se o ângulo crítico for atingido, a frente de delta desmorona-se e cria pequenas correntes de turbidíticas que transportam os sedimentos costa abaixo para a parte distal e profunda do prodelta. Quando as correntes desaceleram, na base do talude deltaico, as partículas rochosas que elas transportam depositam-se formando pequenos lóbulos ou leque turbidíticos. Diz-se que a agradação permite a progradação, uma vez que, no campo e nas linhas sísmicas, em continuidade de sedimentação, por cima de um intervalo agradante se encontra, quase sempre, um intervalo progradante que se depositou a montante de um intervalo agradante profundo e a jusante de um intervalo agradante de água pouco profunda (regra das fácies de Johannes Walther, ou simplesmente lei de Walther, que Armanz Gressly tinha já perfeitamente compreendido).

(*) Cada sistema de deposição é caracterizado por uma fácies particular, em geral, uma litologia e uma fauna associada. Armanz Gressly, não só reconheceu que as características sedimentológicas e paleontológicas das rochas, que ele denominou ”fácies", reflectiam os processos de deposição em ambientes geomórficos específicos, mas também, compreendeu que as fácies ocorrem independentemente do tempo, e que o tempo e as rochas devem ser tratados com conceitos e vocabulários separados. Ele também, sugeriu que existem padrões previsíveis das relações entre as fácies.

Ápice do Estuário....................................................................................................................................Estuary Apex, Head of the Tide

Apex de l’estuaire / Limite de marea, Ápice del estuario / Flutgrenze / 河口的顶点 / Вершина устья реки / Apice dell'estuario /

Ponto mais a montante atingido pela maré de salinidade (corrente de maré que penetra nas fozes dos cursos de água).

Ver: " Estuário "

Apocintião.......................................................................................................................................................................................................................................Apocynthion

Apocynthian / Apocynthiano / Apocynthion/ Apocynthian(天文)/ Апоселений / Apocynthian (astronomia) /

Ponto na órbita da Lua mais afastado do centro da Lua ou o ponto mais distante da Lua na órbita de um satélite lunar. O termos apocintião e pericintião (o ponto mais próximo do centro da Lua) foram utilizados pelos astronautas americanos durante o programa Apolo.

Ver: " Lua "
&
" Apogeu "
&
" Apside "

Os termos mais utilizados par identificar um objecto em órbita são: (i) Apogeu e Perigeu, para as órbitas à volta da Terra ; (ii) Afélio e Periélio para as órbitas à volta do Sol e (iii) Apocintião e Pericintião para a órbitas à volta do Lua. No esquema ilustrado acima, durante o programa Apolo da NASA, os termos pericintião e apocintião foram utilizados pela tripulação para designar os pontos das órbitas da nave espacial, respectivamente mais próximos e mais afastados à volta da Lua, uma vez que várias órbitas foram necessárias antes da alunagem e depois da descolagem. Na mecânica celeste, um apside é o ponto mais distante ou o ponto menos distante da órbita de um objecto do seu centro de atracção, o qual é, normalmente o centro da massa de um sistema (ponto teórico, para facilitar os cálculos, no qual toda a massa do sistema é suposta estar concentrada). O ponto no qual dois corpos estão mais próximos um do outro chama-se periapside ou pericentro. O ponto na órbita em que eles estão mais afastados chama-se apoapside ou apocentro. A linha recta entre o periapside e o apoapside é a linha dos apsides. Esta linha é o maior eixo da elipse que sublinha a órbita. Para as órbitas à volta do Sol, o momento dos apsides é muito mais relevante quando exprimido, relativamente, às estações do ano, porque ele determina a contribuição da órbita na variação anual da insolação da atmosfera. Uma tal variação é, principalmente, controlada pelo ciclo anual da declinação* do Sol, devido à inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao plano da órbita. A inclinação do eixo de rotação da Terra (no equador, a velocidade média de rotação da Terra à volta seu centro é de 1670 km / h ou seja 464 m/s), que é uma das responsável das estações terrestre (a forma da sua órbita à volta do Sol é outra das responsáveis), parece ser a consequência do choque com um asteróide**. Note que a Terra também está em órbita ao redor do Sol, deslocando-se a uma velocidade 107280 km / h e próprio Sol gira na Via Láctea (a nossa galáxia), em relação ao seu centro, com uma velocidade de 700000 km / h. Actualmente, no hemisfério Norte, o perihélio ocorre cerca de 14 dias depois do solstício de inverno (21 Dezembro), o que quer dizer, que em média o periélio é dia 4 de Janeiro. No periélio, a Terra está a uma distância do Sol de 147,098074 milhões de km, ou 0,98328989 UA (unidades astronómicas) e no afélio a cerca de 152,097701 Mkm (milhões de quilómetros) ou 1,01671033 UA. O momento (tempo) do periélio avança com as estações e percorre uma volta completa entre 22 e 26 k anos. Este movimento, que é uma contribuição importante aos ciclos de Milankovitch, é conhecido como precessão.

(*) Em astronomia, a declinação é o ângulo formado por um astro com o equador celeste, ou seja uma das duas coordenadas do sistema de coordenadas equatoriais, sendo a outra coordenada é a ascensão direita. A declinação, que é medida em graus, é positiva se está ao Norte do equador celeste e negativa se for ao sul. A declinação é comparável à latitude geográfica (que se mede sobre o equador terrestre).

(**) Esta mesma explicação (impacto com um asteróide é avançada para explicar a formação da Lua há cerca de, mais ou menos, 4,6 Ga. Todavia ninguém faz a mínima ideia das condições de tais colisões e em particular da que inclinou o eixo de rotação da Terra de cerca de 23° e não a deitou completamente, como é o caso de Urano, ou, unicamente, de 3° como é o caso de Jupiter.

Apogeu .........................................................................................................................................................................................................................................................................Apogee

Apogée / Apogeo / Höhepunkt / 远地点 / Апогей (наивысшая точка) / Apogeo /

O ponto mais afastado da Terra de um corpo que gravita (orbita) à sua volta. O apogeu é o antagónico de perigeu.

Ver: " Perigeu "
&
" Ciclo de Milankovitch "
&
" Órbita "

O apogeu e o seu contrário, isto é, o perigeu, não devem ser confundidos com o afélio e periélio. O apogeu e perigeu são termos relacionados com a órbita de um satélite da Terra, quer ele seja natural ou artificial. O afélio e periélio são características da órbita de um planeta que gira a volta do Sol. Os termos periastro e apoastro são os pontos equivalentes de uma órbita à volta de uma estrela outra que o Sol. Assim, o periastro é a posição em que a componente menor de uma estrela binária*, na sua órbita em torno da estrela principal, se encontra mais próximo desta. Pode falar-se do apogeu e perigeu da Lua, que gravita à volta da Terra, ou do apogeu e perigeu de qualquer asteróide como o Ida que também gravita à volta da Terra. O apogeu e perigeu da Lua têm, evidentemente, um influência muito significativa nas marés, as quais podem ainda ser reforçadas pela influência da posição do Sol, a qual se pode adicionar ou subtrair-se à influência da Lua. Os limites da praia intramareal (faixa litoral definida entre a maré alta e maré baixa), localizada a jusante da antepraia, são condicionados, indirectamente, pela distância da Lua à Terra e pela posição da Lua na sua órbita em relação ao apogeu (ponto em que Lua está mais afastado da Terra) e perigeu, isto é, ao ponto em que Lua está mais próximo da Terra. Igualmente, a profundidade da acção das vagas, quer isto dizer, a profundidade até à qual as ondas do mar induzem um movimento da água, mais ou menos, erosivo, a qual é, geralmente, igual a metade do comprimento da onda (distância entre duas cristas consecutivas), é mais importante quando a Terra está no periélio e a Lua no perigeu. O termo apogeu é, na linguagem comum, utilizado para designar o ponto mais alto ou culminação de um evento geológico ou não. Assim, pode dizer que uma certa civilização atingiu o seu apogeu numa determinada altura ou que a transgressão (ingressão marinha) Cretácica atingiu o seu apogeu durante Cenomaniano-Turoniano, quando se formou a superfície máxima de inundação (SMI 91,5 Ma) com a qual estão associadas as principais rochas-mãe marinhas pós-Pangéia, que mais tarde, foi fossilizada pelas progradações dos sedimentos regressivos sobrejacentes.

(*) Sistema estelar formado por duas estrelas (primária mais brilhante e secundária ou estrela companheira a menos brilhante) ligadas graviticamente entre si e que orbitam um centro de massa  ou baricentro comum. Segundo certos astrofísicos,  cerca de um terço dos sistemas estelares da nossa galáxia, ou seja, da Via Láctea são sistemas binários que a vistas desarmada ou com observados com uma pequena ampliação passam  por sistemas estelares unitários.

Aporte Sedimentar (acarreio).................................................................................................................................................Sediment Supply

Apport terrigène / Aporte terrígeno, Aporte sedimentario / Sedimentversorgung / 沉积物供给 / Терригенный нанос / Apporto solido /

Um dos quatro parâmetros que controlam a geometria dos ciclos estratigráficos e, em particular, a geometria dos ciclos-sequência. Os outros três parâmetros são : (i) Tectónica ; (ii) Eustasia e (iii) Clima. A interacção entre a tectónica (subsidência ou levantamento) e a eustasia (variações do nível do mar absoluto ou eustático) gera mudanças do nível do mar relativo, as quais, dentro de um ciclo-sequência, controlam o espaço disponível para os sedimentos (acomodação). Isto é particularmente verdadeiro a montante do rebordo continental, o qual pode coincidir, mais ou menos, com a linha da costa (cortejos de nível baixo, CNB e 2a fase do desenvolvimento do prisma de nível alto, PNA). O aporte terrígeno (clástico) determina quanto do espaço disponível para os sedimentos é preenchido. Num sistema deltaico, por exemplo, aporte terrígeno (local) determina se, globalmente, a linha da costa se desloca para o mar (progradação), para o continente (retrogradação) ou se ela permanece no mesmo lugar (estabilidade). Para a mesma subida do nível do mar relativo (ingressão marinha), se o aporte terrígeno é fraco, a linha da costa pode retrogradar. Se o aporte terrígeno é forte, ela pode progradar. Quando o aporte terrígeno compensa a subida do nível do mar relativo, a linha da costa não se desloca ; ela resta, mais ou menos, estável. Sinónimo de Acarreio Sedimentar.

Ver: " Parâmetro de controlo »

Apron (sistemas tuebidíticos)............................................................................................................................................................................................................Apron

Tablier / Apron / Schürze (Geologie) / 围裙(地质) / Фартук (геология) / Apron (geologia)

Depósito argiloso localizado na base do talude continental que forma o substrato dos cones turbidíticos de talude (CST) e que é fossilizado quer pelos depósitos de transbordo (diques marginais naturais turbidíticos), quer pelos preenchimentos dos canais ou depressões turbidíticas (anomalias batimétricas negativas entre lóbulos turbidíticos). Em certos casos, a parte distal do apron pode ser coberta pelos cones submarinos de bacia (CSB). Sinónimo de Avental ou Depósito de Base de Talude.

Ver : « Cone Submarino de Talude »
&
« Cone Submarino de Bacia »
&
« Turbiditos »

O apron ou avental, faz parte dos cones submarinos de talude (CST) que, segundo o modelo de EPR (“Exploration Production Research” da Exxon) referenciado, quase sempre, por modelo de P. Vail, se depositam dentro de um ciclo-sequência quando as condições geológicas são de nível baixo do mar, o que nem sempre é o caso no modelo de E. Mutti (grandes inundações, rupturas do rebordo e talude continental, etc.,  que podem acontecer em condições geológicas de nível alto). O apron sustenta os diques marginais naturais turbidíticos e a depressão ou canal (quando há erosão) entre os lóbulos (leques turbidíticos), a qual, mais tarde, é preenchida, em retrogradação, por sedimentos arenosos ou argilosos. O apron pode depositar-se, directamente, sobre os cones submarinos de bacia (CSB), quando estes estão conectados à base do talude continental. Como ilustrado nesta figura, os cones submarinos do talude (CST) são, em geral, compostos por: (i) Apron ; (ii) Depósitos de Transbordo ; (iii) Preenchimentos de Depressões ou Canais ; (iv) Diques Marginais Naturais Turbidíticos ; (v) Argilitos Distais e (vi) Argilitos de Abandono. Os argilitos de abandono depositam-se na parte superior dos preenchimentos dos canais ou das depressões entre os lóbulos laterais, quando estes se tornam inactivos. A morfologia dos registos eléctricos dos cones submarinos é característica. Como se pode constactar acima, os cones submarinos de bacia (CSB), numa diagrafia RG, ou seja, diagrafia de raio gama e numa diagrafia PE (potencial espontâneo) são caracterizados por uma geometria cilíndrica (limites abruptos). A diagrafia de raio gama mede a radioactividade natural total, relacionada com a presença de isótopos radioactivos emissores de raios gama, como o potássio, tório, etc., o que permite detectar bancos finos radioactivos. A diagrafia PE mede a diferença entre o potencial de um eléctrodo fixo à superfície e o potencial do eléctrodo que se desloca no furo da sondagem, a qual nos dá uma ideia dos componentes argilosos, porosidade e permeabilidade, o que permite determinar a resistividade da água de formação* (água que ocorre naturalmente dentro dos poros da rocha) e a sua salinidade. Os cones submarinos de talude (CST) têm uma diagrafia do raio gama (RG) e do potencial espontâneo (PE), globalmente, vacilante (alternância de picos altos e baixos). O apron tem uma diagrafia do potencial espontâneo, mais ou menos, linear e uma diagrafia do raio gama de fraca amplitude, mas com uma geometria, global, crescente para cima. As diagrafias PE e RG dos depósitos de transbordo têm geometrias oscilantes e as dos preenchimentos das depressões ou canais têm uma geometria, globalmente, decrescentes para cima. Nos cortes geológicos e linhas sísmicas longitudinais (orientadas, mais ou menos, perpendicularmente ao talude continental), o apron repousa, em geral, contra um sopé continental por biséis de agradação marinhos. Por outro lado, ele pode repousar, directamente, sobre os cones submarinos de bacia (CSB). Todavia, quando os cones submarinos de bacia (CSB) estão desconectados da base do talude continental, os cones submarinos de talude (CST) e, particularmente, o apron, repousam, directamente, sobre o limite inferior do ciclo estratigráfico a que ele pertence, o qual, na planície abissal, é uma paraconformidade que correlaciona a montante com a discordância da base do ciclo estratigráfico. Não esqueça que aquilo a que muitos geocientistas chamam canal turbidítico corresponde, a maior parte das vezes, a uma anomalia topográfica negativa (sem erosão), ou seja, à depressão (área sem depósito), que se forma entre os primeiros diques marginais naturais turbidíticos. Essa depressão, que se acentua à medida da deposição dos diques marginais naturais, é, mais tarde, fossilizada por sedimentos retrogradantes quando dentro do ciclo eustático associado, o nível do mar relativo começa a subir. Os argilitos de abandono e o envelope pelágico que fossilizam, os cones submarinos de talude (CST) depositam-se num período de tempo que excede, e de muito, o tempo de deposição dos cones submarinos (CSB), os quais, em termos geológicos podem ser considerados como depósitos instantâneos. Os cones submarinos de bacia (CSB) e os cones submarinos de talude (CST) assim como o prisma de nível baixo (PNB) são subgrupos de cortejos que formam o grupo de cortejos sedimentares de nível baixo (CNB). Da mesma maneira, o intervalo transgressivo (IT) e o prisma de nível alto (PNA) são subgrupos de cortejos sedimentares que compõem o grupo de cortejos de nível alto (CNA).

(*)   A água dos fluidos introduzidos numa formação através de perfuração ou outras interferências, tais como lama e água do mar, não faz parte da água de formação. Água de formação ou água intersticial, pode não ter sido a água presente quando a rocha foi, originalmente, formada. A água conata é a água presa nos poros de uma rocha durante a sua formação, a qual ser chamada água fóssil.

Apside.................................................................................................................................................................................................................................................................................Apside

Apside / Apside / Apsis / 拱点 / Апсида / Apside /

Cada um dos pontos da órbita de um corpo celeste que determinam o grande eixo da elipse. Podem distinguir-se: (i) Apside Superior, que é o ponto mais afastado do corpo central e (ii) Apside Inferior, que é o ponto mais próximo do corpo central. No caso da Terra, devido à excentricidade da elipse (relação entre a semidistância focal e o semieixo maior) da órbita terrestre, esta diferenciação é, relativamente, fácil. Certos geocientistas consideram o apside superior como sinónimo de afélio, isto é, o ponto da órbita da Terra mais afastado do Sol, e apside inferior como o ponto mais próximo, ou seja, como equivalente de periélio.

Ver: " Afélio "
&
" Periélio "
&
" Ciclo de Milankovitch "

Embora certos geocientistas considerem o apside superior como sinónimo de afélio e o apside inferior como sinónimo de periélio, não aconselhamos esta terminologia, que gera confusão. Por exemplo, como ilustrado nesta figura, onde estão representadas duas órbitas possíveis com excentricidades diferentes, existem apsides muito diferentes. En astronomia, o apside é um dos pontos, mais e menos distantes numa órbita elíptica de um objecto astronómico do seu centro de atracção, o qual é, em geral, o centro da massa do sistema. O ponto mais próximo é muitas vezes chamado o periapside ou pericentro, e o ponto mais afastado apoapside, apocentro ou apoapside. A linha recta entre o periapside e apoapside é a linha dos apsides. Ela é o eixo maior da elipse. Outros termos são também utilizados para localizar e identificar objectos em órbita. Os mais comuns são o perigeu, que o ponto mais próximo e apogeu, que é o ponto mais afastado, quando os objectos orbitam à volta da Terra e o perihélio (o ponto mais próximo) e afélio (mais afastado) quando os objectos orbitam a volta do Sol. Os termos pericintião (o ponto mais próximo) e apocintião (o ponto mais afastado), foram utilizados pelos cientistas americanos da NASA a quando do programa Apolo, para caracterizar a órbita da nave espacial quando esta orbitava a Lua. Note, que o momento (tempo) do perihélio avança com as estações, fazendo um ciclo completo entre 22 e 26 mil anos. Este ciclo é conhecido como precessão e é uma contribuição significativa para os ciclos de Milankovitch e, por isso, um factor importante no desencadeamento das idades glaciárias*.

(*) Na história geológica detectaram-se, pelo menos, cinco idades glaciárias ou eras de gelo: (i) Huroniana ; (ii) Criogénica ; (iii) Andina-Sahariana ; (iv) Idade glaciária do Karoo e (v) Quaternária. A idade glaciária Huroniana, ocorreu cerca de 2.4 a 2.1 Ga (109 de anos atrás) durante o Proterozóico Inicial. A idade de gelo Criogénica ocorreu entre 850 e 630 milhões de anos atrás e parece ter produzido a chamada Bola de Neve Terrestre, uma vez que as calotas glaciárias chegaram ao equador. A idade glaciária Andina-Sahariana ocorreu entre 460 a 420 milhões de anos atrás, durante o Ordovícico Tardio e o Silúrico. A idade glaciária dita do Karoo, ocorreu entre 360 e 260 Ma, particularmente, na África do Sul (onde a evidência desta Era de gelo foi, claramente, identificada) e na Argentina durante o Carbonífero e Pérmico. A idade glaciária Quaternária corresponde a glaciação, que começou há cerca de 2,5 Ma, durante o Pliocénico Tardio, quando se iniciou propagação das calotas glaciárias no Hemisfério Norte. Actualmente, a Terra está num período interglaciário, uma vez que último período glaciário terminou há cerca de 10 mil anos.

Aquecimento Global...........................................................................................................................................................................Global Warming

Réchauffement global / Recalentamiento Global / Globale Erwärmung / 全球变暖 / Глобальное потепление / Riscaldamento Globale /

Conjectura de que o clima se aquecerá devido ao aumento, na atmosfera, dos gases com efeito de estufa produzidos pelo homem.

Ver : « Efeito de Estufa Natural »
&
« Efeito de Estufa não Natural »
&
« Ciclo de Milankovitch »

Como ilustrado nesta figura, a temperatura global da Terra variou entre os períodos glaciários* e interglaciários**. A amplitude das variações entre os períodos frios (glaciários) e quentes (interglaciários) é de cerca de 5° C. A amplitude das idades glaciárias e interglaciários é, mais ou menos, a mesma. O desenvolvimento de uma glaciação é muito mais lento do que de uma deglaciação (época de degelo). Cerca de 50-100 ky são necessários para desenvolver uma idade glaciária e, unicamente 15 ky para a destruir. Sete episódios glaciários maiores ocorreram durante os últimos 700 ka. A última importante idade glaciária(***) ocorreu há cerca de 18 ka. No final desta glaciação, a temperatura global média da Terra, calculada a partir de dados fósseis, sugere uma subida, anormalmente, rápida, como se pode constactar no diagrama inferior desta figura. A partir do ano 2000 (fim da linha contínua vermelha do diagrama), as hipóteses avançadas (linha tracejada em verde) são, extremamente, pessimistas. Tendo em linha de conta, unicamente: (i) A utilização dos combustíveis fósseis (combinação do carbono fóssil com o oxigénio do ar e sintetização do CO2, que é um gás de efeito de estufa) ; (ii) A destruição das florestas (as árvores absorvem o CO2, transformando-o em madeira) e (iii) A respiração dos seres vivos, cerca de 7 biliões (7 Giga = 7 x 109) de toneladas de CO2 são introduzidas na atmosfera, todos os anos . Contudo, a influência do CO2, sobre a temperatura global média da Terra é refutada por vários tipos de observações. Igualmente, o pessimismo de certas instituições oficiais parece muito exagerado. Estabilizar o clima, é querer opor-se às mudanças climáticas naturais. É como querer opor-se ao movimento das placas tectónicas, que provocam os tremores de terra e às erupções vulcânicas. Nenhum geocientista duvida das mudanças climáticas. Elas existem desde a formação da Terra, isto é desde há cerca de 4,5 Ga. O que é hoje evidente, é que o catastrofismo sobre os recursos minerais e crescimento económico é, politicamente incorrecto, enquanto que o catastrofismo climático é muito bem visto pela comunicação social e certos homens políticos. Alguns geocientistas pensam e dizem mesmo abertamente que não é o aumento do CO2, que está a colocar a Terra em grande risco, mas o insucesso dos sistemas políticos e religiosos de evoluir tão, rapidamente, como a ciência.

(*) Ou idade do gelo corresponde a um período geológico, mais ou menos longo, de baixa temperatura caracterizado pelo formação de manto de gelo, mares de gelo e glaciares, durante o qual ocorrem períodos com clima muito frio que certos geocientistas chamam glaciações.

(**) Intervalo de tempo geológico entre duas idades de gelo consecutivas, com uma temperatura média mais alta, pelo menos durante vários milhares de anos.

(***) Como todas as glaciações, a última idade do gelo foi interrompida por intervalos nos quais há menos gelo ou mesmo sem gelo. Geralmente, uma glaciação é um tempo de grande stress para a vida uma vez que todos os ambientes mudam de maneira muito drástica e abrupta. O nível do mar absoluto ou eustático desce. O gelo cobre as áreas continentais a altas latitudes com uma espessura significativa (2 - 3 km). A extensão dos lagos aumenta (contraindo-se quando a quantidade de gelo diminui). Os ambientes tropicais tornam-se menos importantes em direcção do equador. Os padrões eólicos e a circulação nos oceanos muda, etc. A resposta da biosfera a uma glaciação é: (i) A migração ; (ii) A fragmentação da população em pequenos grupos ; (iii) O aumento do isolamento, etc., o que favoriza uma aceleração da evolução (C. Emiliani, 1995).

Aquífero....................................................................................................................................................................................................................................................................Aquifer

Aquifère / Acuífero / Aquifer / 含水层 / Водоносный горизонт / Acquifero /

Estrato ou camadas permeáveis ou zona debaixo da superfície terrestre que loja água subterrânea através do qual ela se escoa, eventualmente, para poços de produção.

Ver : " Reservatório (HC) "
&
" Água de Formação "
&
" Água Juvenil "

Na armadilha morfológica e não estrutural (o topo e base da rocha-reservatório não são paralelos, o que quer dizer, que o reservatório não foi acurtado), provavelmente um recife, ilustrada na parte direita desta figura, três saturantes preenchem a porosidade da rocha reservatório: (i) Petróleo ; (ii) Água, que substituiu o petróleo produzido e (iii) Água do aquífero. À medida que petróleo entra no poço de produção, ele sobe para a superfície (se a pressão for suficiente grande) ajudado pela actividade do aquífero. O espaço deixado livre é, imediatamente, ocupado pela água do aquífero (a natureza tem horror do vazio), o que faz subir o plano de contacto entre o petróleo e água inicial, o qual é, por vezes, visível nos dados sísmicos. Quando a porosidade da rocha-reservatório é significativa, o plano de contacto petróleo / água inicial limita dois domínios de diagénese. Acima do plano de água, a porosidade inicial da rocha-reservatório mantém-se, mais ou menos, constante, visto que o petróleo impede a diagénese. Isto não acontece debaixo do plano de contacto, uma vez que, a água favorece a diagénese, a qual diminui a porosidade. Desta maneira, forma-se uma interface entre dois intervalos com impedâncias acústicas diferentes (fraca sobre forte), a qual produz uma reflexão sísmica diacrónica (não cronostratigráfica), que sublinha uma linha diagénica que, em certos casos, pode sugerir a presença de hidrocarbonetos na rocha-reservatório*. Se por razões diversas, como, por exemplo, o basculamento da armadilha ou a ruptura da cobertura, o petróleo saiu da armadilha e se o tempo de residência da água de substituição não for suficiente para uma diagénese da parte da rocha-reservatório abandonada pelo petróleo, a linha diagenética inicial não é destruída. Ela produz a mesma reflexão diacrónica (como a anterior à migração terciária ou a desmigração do petróleo) mas os hidrocarbonetos já não estão lá. Eles migraram para outra armadilha (migração terciária) ou para a superfície (desmigração), onde formam exsudações importantes. Quando o aquífero é activo e se escoa dos pontos inicialmente mais baixos para os mais altos (inversão tectónica), o hidrodinamismo (**) favorece a retenção dos hidrocarbonetos nas armadilhas e pode, em certos casos, criar, por si mesmo, armadilhas hidrodinâmicas puras (componente hidrodinâmica preponderante).

(*) A transformação do cerogénio (parte insolúvel da matéria orgânica, mais ou menos modifica pelos agentes geológicos) em hidrocarbonetos é acompanhada de uma aumento de volume que fractura a rocha permitindo a migração dos hidrocarbonetos para regiões de pressão mais baixa. O movimento dos hidrocarbonetos da rocha-mãe até um local poroso de menor pressão onde eles possam ser acumulados, denomina-se migração. Todavia, o processo de migração dos hidrocarbonetos da rocha-mãe é chamado de migração primária, enquanto o movimento, que decorre até a uma rocha-reservatório e dentro desta, é considerado como migração secundária (pressão de deslocamento dos hidrocarbonetos maior do que a pressão capilar do sistema poroso através do qual eles migram), a qual cessa desde que a pressão capilar do sistema poroso excede a pressão de deslocamentos dos hidrocarbonetos.

(**) O hidrodinamismo é um fenómeno natural que ocorre nos campos de petróleo que têm um aquífero natural activo que actua como uma energia do mesmo. A água empurra o petróleo bruto, através da rocha-reservatório, para os poços. O hidrodinamismo pode impedir, de maneira significativa, o movimento dos hidrocarbonetos e criar mesmo uma armadilha não-estrutural. Por outro lado, uma rocha reservatório, em continuidade lateral até à superfície, é recarregada em água. Quando a produção de água doce nos poços de produção de um campo petrolífero aumenta com o tempo, enquanto a pressão da rocha-reservatório permanece constante ou diminui, a hipótese de um influxo de água ou recarga a partir de um ponto da superfície terrestre é provável.

Aragonite......................................................................................................................................................................................................................................................Aragonite

Aragonite / Aragonita / Aragonit / 文石 / Арагонит (волнистый известняк) / Aragonita /

Uma das duas formas de ocorrência do carbonato de cálcio (CaCO3). A outra é a calcite. A localidade tipo da aragonite é “Molina de Aragon”, a cerca de 25 km da cidade de Aragão (Espanha).

Ver: " Calcite "
&
" Dolomitização "
&
" Calcário "

A aragonite é um dos dois polimorfos do carbonato de cálcio (CaCO3). O outro é a calcite. A aragonite forma-se, naturalmente, nas conchas de quase todos os moluscos. Contudo, o depósito de minerais nas conchas é, fortemente, controlado biologicamente. Algumas formas cristais são muito diferentes das da aragonite inorgânica. Embora aragonite tenha a mesma composição química que a calcite ela tem uma estrutura diferente e, mais importante ainda, ela tem uma simetria e formas de cristais diferentes, como ilustrado acima nas estruturas atómicas. A estrutura mais compacta da aragonite é composta por grupos de iões triangulares de carbonato (CO3), com o carbono no centro do triângulo e os três oxigénios em cada canto. A aragonite pode ser colunar ou fibrosa, ocasionalmente, em ramos com formas estalactíticas. Depósitos maciços de aragonite oolítica são conhecidos no fundo do mar das Bahamas. A aragonite é instável a temperatura e pressão normais. Ela é estável a alta temperatura, mas não às temperaturas altas que necessitam um aumento da pressão para se conservarem estáveis. Assim, a aragonite quando aquecida a 400° C, se a pressão não aumentar, transforma-se de maneira espontânea em calcite. Os geocientistas e, particularmente, os sedimentologistas perguntam-se sempre porque é que se forma aragonite se a calcite é o mineral mais estável. Na realidade, parece, que em certas condições de formação, a cristalização da aragonite é favorecida em relação à calcite. O teor de magnésio e sal dos fluídos cristalizantes, a turbidez dos fluídos e o tempo de cristalização parecem ser factores importantes para a cristalização da aragonite. Da mesma maneira, parece que certos ambientes sedimentares, como, por exemplo, as sabkhas (ambiente sedimentar supramareal formado sob condições climáticas áridas ou semiáridas em planícies costeiras, imediatamente, acima do nível normal da maré alta) e plataformas de areias carbonatadas (oóliticas), favorecem a formação da aragonite. Igualmente, um metamorfismo caracterizado por altas pressões e, relativamente, fracas temperaturas parece favorecer a formação da aragonite. De qualquer maneira, o que é importante é que depois de um certo tempo de enterramento, a aragonite altera-se em calcite e é, por isso, que os sedimentologistas se interessam aos campos de estabilidade da calcite e aragonite.

Arcaico......................................................................................................................................................................................................................................................................Archean

Archéen / Arcaico / Archaikum / 太古 / Архейский / Archeano /

Éon geológico, inicialmente denominado Arqueozóico, que se refere ao tempo geológico antes do Proterozóico, mais ou menos, 2500 Ma (milhões de anos atrás). Esta data foi definida cronometricamente e não a partir da Estratigrafia. O limite inferior, que ainda não foi reconhecido pela Comissão Internacional de Estratigrafia é, normalmente, tomado a 3800 Ma (fim do Hadeano).

Ver: " Éon "
&
" Escala do Tempo (geológico) "
&
" Tempo Geológico "

A biostratigrafia permitiu aos geocientistas de distinguir, na escala geológica, os conceitos de (i) Unidade Tempo e (ii) Unidade Estratigráfica. O primeiro conceito diz respeito ao tempo geológico*, enquanto que o segundo diz respeito ao espaço. Assim, tomando em linha de conta o tempo geológico, a história da Terra divide-se em quatro Éons (Hadeano, Arcaico, Proterozóico** e Fanerozóico), os quais são compostos por Eras (principalmente Proterozóico, Paleozóico, Mesozóico e Cenozóico). As Eras são compostas por Períodos (como, por exemplo, Silúrico, Triásico, Neogénico, etc.) os quais englobam várias Épocas (por exemplo, Caradociano, Neocomiano, Albiano, etc.) que, por sua vez, são constituídas por várias Idades (como, por exemplo, Valanginiano, Hauteriviano, Serravaliano, etc.). Considerando o espaço, quer isto dizer, as unidades estratigráficas (ou seja as rochas), a história da Terra divide-se em três ou quatro Enotemas, os quais são compostos de vários Eratemas. Cada Eratema é constituído por Sistemas, os quais incluem várias Séries, nas quais se podem pôr em evidência vários Andares. Desta maneira, os equivalentes estratigráficos de Éon, Era, Período, Época e Idade são, respectivamente, Enotema, Eratema, Sistema, Série e Andar. Quando um geocientista fala do, Cretácico Superior, ele está a referir a um intervalo estratigráfico, isto é, às rochas, que se depositaram no Cretácico Tardio, o qual é um intervalo tempo. É por isso que os geocientistas dizem: "Estas rochas carbonatadas pertencem ao Sistema Cretácico e foram depositadas durante o Valanginiano que é uma Época do Período Cretácico". O sufixo "Superior" utiliza-se para as rochas e "Tardio" para o tempo. Por conseguinte, nunca confunda Cretácico Superior (rochas) e Cretácico Tardio (tempo geológico). Na última coluna da escala geológica ilustrada no canto superior direito desta figura, o tempo de cada Período está indicado em percentagem. O intervalo de tempo entre o Paleogénico e hoje, por exemplo, representa, unicamente, 1,7% do tempo geológico total Arcaico (100%).

(*) Tempo decorrido desde a formação da Terra há cerca de 4,5 Ga até hoje, que se subdivide em intervalos de tempo  desiguais que enfatizam mudanças significativas não só do meio físico, mas também biológico: (i) Éons ; (ii) Eras ; (iii) Períodos ; (iv) Épocas e (v) Idades.

(**) O conjunto do Arcaico ou Arqueano e do Proterozóico formam o que muito geocientistas chamam o Pré-câmbrico.

Arco Natural...........................................................................................................................................................................................................................Natural Arch

Arche naturelle / Arco natural / Natürlichen Bogen / 自然的拱形 / Естественная арка / Arco Naturale /

Arco escavado num promontório pelo mar, embora existam arcos naturais formados por processos geológicos subaéreos e fluviais.

Ver: " Leixão "
&
" Escolho "
&
" Promontório "

Um arco natural, que é também chamado ponte natural, é um túnel formado numa rocha, que permite uma passagem através dele. Isto não é o caso de uma caverna, embora esta, em certas condições, possa ser considerada como uma etapa da formação de um arco. Isto é bem visível na imagem  Google, desta figura, na qual, ao longo da costa, se reconhecem cavernas e se adivinham arcos naturais. Arcos naturais, leixões (penedos isolados junta da costa) e escolhos (rochedos quase à flor da água perto da linha de costa) são visíveis a poucas centenas de metros da costa. É fácil de conjecturar que, nesta área, existia uma antiga falésia (não confunda falésia e promontório*), mais ou menos, perpendicular à linha da costa (como o resíduo de falésia visível na parte direita da imagem) e que ela foi, parcialmente, destruída pela acção das vagas, deixando importantes passadiços entre os leixões e escolhos. Os arcos naturais formam-se de preferência quando as falésias são, fortemente, submetidas à acção erosiva do mar, rios ou à alteração subaérea. Os agentes erosivos atacam as partes menos resistentes das rochas que formam a falésia, criando zonas e formas de corrosão que se tornam cada vez maiores. Finalmente, quando as partes mais resistentes das rochas que não foram erodidas não podem mais suportar o peso das rochas sobrejacente a falésia começa a desabar. Nas costas discordantes (quando as rochas são orientadas, mais ou menos, perpendicularmente à linha da costa), a refracção das ondas do mar concentra a energia nos promontórios e os arcos naturais formam-se quando as cavernas rompem os promontórios, individualizando leixões e escolhos. Nas costas concordantes (quando as rochas são orientadas, mais ou menos, paralelamente à linha da costa) quando existe uma alternância de camadas resistentes e camadas pouco resistentes, a acção das vagas erode, facilmente, as rochas menos resistentes, formado pequenas grutas que pouco a pouco aumentam de tamanho e que quando desabam criam enseadas ( reentrâncias abertas da costa em direcção ao mar, geralmente limitadas por duas porções mais elevadas), mais ou menos importantes.

(*) Uma falésia é uma forma geográfica litoral, caracterizada por um abrupto encontro da terra com o mar, enquanto que um promontório é uma massa de terra proeminente que sobressai das terras mais baixas sobre as quais ele repousa ou que sobressai de um corpo de água. Neste, último caso, os geocientistas falam de península ou de cabo.

Arcose................................................................................................................................................................................................................................................................................Arkose

Arkose / Arcosa / Arkose / 长石砂岩 / Аркоз (полевошпатный песчаник) / Arcose /

Rocha sedimentar formada pela cimentação de grãos de feldspato e quartzo.

Ver: " Granito "
&
" Quartzo "
&
" Arenito "

A arcose é uma rocha sedimentar, que corresponde, mais ou menos, a um arenito rico em feldspatos. Normalmente, a arcose tem uma granulometria, relativamente, grosseira e uma cor rosada ou avermelhada (como a arcose do Triásico ilustrada nesta figura). Tipicamente, a arcose é constituída por grãos, angulares ou subangulares, derivados, directamente, de uma rápida desintegração do granito ou de rochas graníticas. Os grãos podem ser pouco ou moderadamente calibrados. O quartzo é, normalmente, o mineral dominante. Os feldspatos representam cerca de 25% dos constituintes. O cimento (sílica ou calcite) é, em geral, raro. A matriz (geralmente menos que 15%) inclui minerais argilosos (caulinite), mica, óxido de ferro e fragmentos de rochas. Certos geocientistas consideram, que uma arcose tem as características seguintes: (i) Semelhante a um arenito rico em feldspatos (micas podem estar, mais ou menos, presentes) ; (ii) Estratificação é, por vezes, bem visível ; (iii) Raramente com fósseis ; (iv) Ligeiramente efervescente em ácido hidroclórico diluído, o que indica um cimento à base de calcite ; (v) Cor, geralmente, lustrada, castanho acinzentado ou cor-de-rosa ; (vi) Textura e granulometria médias (2 mm, 1/16 em média), mas pode ser mais fina ; (vii) Deriva de uma rápida alteração, transporte e deposição de detritos de rochas graníticas ; (viii) Os detritos graníticos, que compõem as arcoses são depositados muito rapidamente em ambientes de deposição frios ou áridos de maneira a que os feldspatos não sofram uma alteração química ou uma decomposição significativa (razão pela qual as arcose são consideradas como rochas sedimentares imaturas). As arcose são, muitas vezes, associadas com os depósitos conglomeráticos formados a partir dos terrenos graníticos. As arcoses encontram-se, muitas vezes, acima das discordâncias sobrejacentes aos terrenos graníticos. Uma arcose pode, por vezes, ser confundida com um grauvaque. Todavia, os ambientes de deposição de uma arcose e de um grauvaque são totalmente diferentes. Enquanto que um grauvaque se forma num ambiente sedimentar de água profunda, em associação com correntes de gravidade (sistemas de deposição turbidítica), uma arcose forma-se, em geral, a montante ou próximo da linha de costa, isto é num ambiente não-marinho ou de água pouco profunda.

Ardósia  (shale).......................................................................................................................................................................................................................................................Shale

Ardoise, Shale/ Esquisto (lutita) / Schiefer / 页岩 / Сланец (глинистый) / Shale /

Rocha anquimetamórfica, na fronteira da diagénese (compactação e endurecimento de sedimentos) e do metamorfismo (recristalização sob a acção de pressão e temperatura). Para certos geocientistas uma ardósia é, rocha sedimentar, fracamente, metaforizada, de grão muito fino, com uma superfície ligeiramente acetinada, preta, azul / cinzenta ou arroxeada, que se debita em lâminas. Chamada por vezes de maneira errada, xisto, uma vez que um xisto é, francamente, uma rocha metamórfica.

Ver: " Argila "
&
" Argillito "
&
" Granulometria "

A ardósia é uma rocha sedimentar composta de grãos muito finos (limo e argila) altamente físsil, quer isto dizer, que ela se debita em lâminas finas paralelas aos planos de estratificação que são difíceis de reconhecer. Não se deve confundir uma ardósia, que é físsil, com um lutito, que tem a mesma composição, mas no qual o tamanho do grão é inferior a 1/16 mm e não é físsil. Do mesmo modo, uma ardósia não se deve confundir com um siltito, que tem a mesma composição e grãos de tamanho semelhante, mas que tem um conteúdo em argila é muito menor. O termo argilito, que é usado por muitos geocientistas como sinónimo do termo inglês "schist" é confuso, uma vez que os geocientistas ingleses diferenciam, perfeitamente, os termos "shale*" e "argillite**". Função do tamanho, uma partícula sedimentar pode ser descrita como: (i) Cascalho ; (ii) Areia ou (iii) Argila. As rochas não-metamórficas provenientes destes sedimentos têm uma raiz latina: (1) Rudito ; (2) Arenito e (3) Lutito. As rochas metamórficas provenientes dos mesmos sedimentos têm uma raiz grega: (a) Psefito ; (b) Psammito e (c) Pelito. Um lutito quando compactado (por sobrecarga ou stress tectónico) adquire uma fissilidade e passa a ser denominado uma ardósia ("shale"). Em outras palavras, uma ardósia ("shale") e não um argillito é um lutito comprimido, com uma fissilidade significativa. O termo pelito, que tem uma raiz grega (Pelos = argila) deve ser utilizado para descrever os sedimentos, mais ou menos, metamorfizados, isto é recristalizados devido a alterações nas condições físicas e químicas (temperatura, pressão, fluidos quimicamente activas, etc.). As ardósias são, provavelmente, as rochas sedimentares mais comuns. Num ciclo de rochas, o processo que forma uma ardósia é a compactação. As partículas finas que compõem as lousas podem residir na água muito mais tempo do que as partículas maiores e mais pesadas  que se depositam. As ardósias são depositadas em águas muito calmas e, por isso, encontram-se, com frequência, em depósitos lacustres, deltaicos, de planície de inundação, a jusante das areias das praias e nas partes partes profundas e tranquilas das bacias oceânicas.

(*) Em inglês um "shale" é uma rocha sedimentar clássica de grão fino composta de lama que é uma mistura de flocos de minerais de argila e pequenos fragmentos (partículas do tamanho do silte) de outros minerais, especialmente quartzo e calcite, caracterizado pela sua fissilidade (divisão em lascas ou lâminas finas com menos de um centímetro de espessura).

(**) Em inglês um argilito é uma rocha sedimentar de grão fino composta predominantemente de partículas de argila endurecida. que se transformam num shale quando ele adquire uma certa fissilidade.

Área de Transferência (dos sedimentos) ...............................................................................................................Bypassing Area

Aire de transfert / Área de transferencia / Zwischenablage / 绕过面积 / Байпасирующая (обводная) зона / Area di trasferimento

Zona sem depósito ao longo da qual as partículas sedimentares são transportados, em geral, por correntes de gravidade, para as áreas mais profundas da bacia. As zonas de transferência ou de trânsito sedimentar são frequentes, quer nos sistemas fluviodeltaicos, quer nos sistemas fluvioturbidíticos.

Ver: " Acarreio Sedimentar "
&
" Sistema Rio / Delta "
&
" Turbiditos "

Uma área ou zona de transferência sedimentar é um sector ao longo de uma superfície de deposição onde não há deposição. Ela é limitada às zonas de transferência da planície aluvial e da parte superior do talude continental onde se iniciam, a maior parte, das correntes turbidíticas (correntes de turbidez). A deposição efectua-se, quer nas partes profundas da bacia, a partir do momento em que as correntes de gravidade perdem velocidade e, por conseguinte, competência, quer perto da linha da costa junto à embocadura dos rios quer nas partes profundas da bacia. Isto quer dizer, que nos sistemas fluvioturbidíticos, a zona de transferência estende-se até à base do talude continental, enquanto que nos sistemas fluviodeltaicos ela não ultrapassa a linha da costa, a jusante da qual se depositam os depósitos deltaicos. Em certas áreas destes sistemas, a subsidência não é adequada, quer isto dizer, que é ela não é suficiente para que um nível de base temporário de deposição seja atingido durante intervalos de tempo frequentes. Para haver sedimentação a montante do rebordo de uma bacia sedimentar que, por vezes, coincide com o rebordo continental, em particular, quando a bacia tem plataforma, a acomodação (espaço disponível para os sedimentos) tem que ser criada ou aumentada. Isto quer dizer que tem que haver uma subida do nível do mar relativo, ou seja, tem que ocorrer uma ingressão marinha. Todavia, durante a ingressão marinha, em geral, não há deposição. Uma ingressão marinha desloca, unicamente, a linha da costa para o continente, o que cria, em geral, na topografia pré-existente, isto é, no topo dos sedimentos já depositados, uma superfície de ravinamento. A deposição faz-se, sobretudo, durante o período de estabilidade do nível do mar relativo que ocorre depois de cada acréscimo do nível do mar relativo, à medida que a linha da costa se desloca, outra vez, para o mar (regressão sedimentar). Um grande número de observações de campo, feitas em diferentes tipos de bacias sedimentares, sugere que a quantidade de material depositado é, geralmente, inferior a quantidade do acarreio terrígeno. A hipótese de que a sedimentação é, localmente, restrita ou mesmo interrompida em certos intervalos de tempo, durante os quais uma parte ou mesmo todo o acarreio terrígeno é transferido para outras áreas, é, por vezes, avançada para explicar tais observações. Muitos geocientistas pensam que a maior parte da sedimentação, nos mares epicontinentais e plataformas, é controlada pelos perfis de equilíbrio provisório dos rios, os quais parecem, também, controlar a sedimentação nos ambientes neríticos, onde a influência das zonas de transferência e as descontinuidades de sedimentação são importantes. Segundo Emiliano Mutti, a compreensão destas influências é a chave de muitos problemas ligados à estrutura, estratificação, geometria e espessura dos sedimentos em horizontes tempo equivalentes. Tendo em conta que nos esquemas ilustrados nesta figura, as condições geológicas são de nível alto do mar (a linha costa está a montante do rebordo da bacia, o que quer dizer que o nível do mar relativo está acima do rebordo da bacia), pode dizer-se que num sistema fluviodeltaico, de montante para jusante, a maioria dos sistemas de deposição são não-marinhos: (i) Cone aluvial ; (ii) Rio Entrelaçado ou entrançado ; (iii) Rio com meandros (rio meândrico) e (iv) Embocadura do rio com os sedimentos costeiros associados. Ao contrário, num sistema fluvioturbidítico, que é caracterizado por inundações catastróficas recorrentes, os sistemas de deposição são, principalmente; (i) Marinhos de água pouco profunda (localizados na área continental submersa que corresponde, sobretudo, à zona de transferência do acarreio sedimentar, criado pela erosão) e (ii) Marinhos de água profunda, sobretudo cones submarinos (de bacia ou de talude). Os sistemas de deposição fluvioturbidíticos explicam, segundo Emiliano Mutti, um grande número de depósitos turbidíticos, particularmente, os depositados durante condições geológicas de nível alto do mar, os quais não se podem explicar facilmente pelo modelo de Peter Vail. Com efeito, o modelo da EPR (“Exploration Production Research” da Exxon) ou modelo de P. Vail para os depósitos turbiditos profundos, como diz a grande maioria dos geocientistas, assume que eles estão associados, directa ou indirectamente, a uma descida significativa do nível do mar relativo, que pôs o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia (*) exumando a plataforma continental, se a bacia tinha uma plataforma, e a parte superior do talude continental.

(*) O termo bacia é aqui utilizado ao nível de um ciclo-sequência. Dentro de um ciclo-sequência, no início da deposição (grupo de cortejos de nível baixo) a bacia não tem plataforma. Depois, durante o depósito do intervalo transgressivo (IT) e da 1a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto (PNA), a bacia tem uma plataforma continental. Finalmente, se a 2a fase de desenvolvimento do prisma de alto nível se depositou, o que nem sempre é o caso, a bacia deixa, outra vez, de ter uma plataforma continental. Quando um geocientista diz que a bacia tinha uma plataforma, ele está a referir-se ao momento de deposição do intervalo transgressivo (IT) ou da 1a fase do prisma de nível alto (PNA) do ciclo-sequência considerado. Da mesma maneira, se ele diz que a bacia não tem plataforma continental, ele está a referir-se, ao período de tempo de deposição do grupo de cortejos sedimentares de nível baixo ou da 2a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto (se esta se depositou), de um determinado ciclo-sequência.

Areão (grânulo)...................................................................................................................................................................................................................................................Granule

Granule / Gránulo / Körchen / 复合了(沉积颗粒) / Зерно, гранула / Granule /

Partícula sedimentar ou unicamente partícula clástica móvel com um diâmetro entre 1 e 2 mm.

Ver: « Granulometria »
&
« Areia »
&
« Cascalho »

Nesta figura, os sedimentos clásticos têm dimensões tais que permitem, na escala de Wentworth, de os englobar no padrão granulométrico de areão (grosso) ou cascalho (fino). As escalas para definir o tamanho dos grãos das rochas sedimentares são escalas graduadas, quer isto dizer, que elas foram criadas impondo subdivisões arbitrárias num contínuo natural. O tamanho de uma partícula, chamado também tamanho do grão, refere-se ao diâmetro de grãos individuais do sedimento, ou das partículas litificadas das rochas clásticas, mas pode também ser aplicado a outros materiais granulares. O tamanho de uma partícula é diferente do tamanho cristalino, que é o tamanho de um único cristal dentro de uma partícula ou grão. Um único grão pode ser composto de diversos cristais e um material granular pode variar desde partículas coloidais muito pequenas, argila, silte, areia, e cascalho, até blocos (pedregulhos). A terminologia da dimensometria que é mais familiar dos geocientistas é a escala de Wentworth, a qual inclui três grandes subdivisões: (i) Cascalho ; (ii) Areia e (iii) Argila, mas que têm numerosas subdivisões. Devido ao facto que na natureza a escala do tamanho dos grãos é muito grande, uma escala logarítmica* é muito mais prática que uma escala linear, como, por exemplo, a escala de Uden / Wentworth: (a) Blocos (pedregulhos), diâmetro superior a 256 mm e φ = -8 (φ = -log2 do diâmetro do grão em milímetros) ; (ii) Calhaus, diâmetro superior a 64 mm e φ = -6 ; (iii) Seixos, diâmetro superior a 4 mm e φ = -1 ; (iv) Areão, diâmetro superior a 2 mm e φ = -1 ; (v) Areia muito Grossa, diâmetro superior a 1 mm e φ = 0 ; (vi) Areia Grossa, diâmetro superior a 1/2 mm e φ = 1 ; (vii) Areia Média, diâmetro superior a 1/4 mm e φ = 2 ; (viii) Areia Fina, diâmetro superior a 1/8 mm e φ = 3 ; (ix) Areia muito Fina, diâmetro superior a 1/16 mm e φ = 4 ; (x) Silte, diâmetro superior a 1/256 mm e φ = 8 et (xi) Argila, diâmetro superior a 1/256 mm e φ < 8. A escala psi (φ), que foi proposta por Krumbein, é determinada pela equação : φ = -log2 (tamanho do grão em mm). D = D02 − φ, onde D = diâmetro da partícula, D0 = diâmetro de referência, igual a 1mm e φ = escala phi). A variação do tamanho dos grãos, granulometria, que certos geocientistas chamam calibração, pode ser, facilmente, computorizada num diagrama de distribuição dos grãos.

(*) O logaritmo é um expoente que nós damos a um número de referência, chamado base, para exprimir um determinado número. Por exemplo 2 é o logaritmo de 100 na base 10, uma vez que 102 é igual a 100. Quando o número 10 é utilizado como base, o expoente é um logaritmo comum. Os logaritmos naturais utilizam o número 2,718...., ou seja « e », como base. logn   é uma abreviatura de  log2n ,  ou seja,  o número real x tal que  2x = n (a notação correta é log2n,  e não  log2n  ou  log2n.

Areia.............................................................................................................................................................................................................................................................................................Sand

Sable / Arena / Sand / / Песок / Sabbia /

Partícula sedimentar ou sedimento clástico, móvel, com um diâmetro variando entre 0,06 e 1 mm. Vários padrões granulométricos podem ser considerados: (i) Areia muito Fina ; (ii) Areia Fina ; (iii) Areia Média ; (iv) Areia Grosseira e (v) Areia muito Grosseira.

Ver: « Granulometria »
&
« Areão »
&
« Cascalho»

Na escala de granulometria de Atterberg, quando o diâmetro dos grãos varia entre 0,02 e 0,25 mm, a areia é considerada como Areia Fina. Quando o diâmetro varia entre 0,25 e 2 mm, ela é considerada como Areia Grossa. A escala granulométrica de Wentwork é um pouco mais detalhada, uma vez que são considerados mais tipos de areia: (i) Areia muito Fina, quando o diâmetro dos grãos varia entre 0,06 e 0,12 mm, isto é, com valores de φ entre 4 e 3 (escala de Krumbein, φ = − log2 [diâmetro em mm]) ; (ii) Areia Fina, quando o diâmetro varia entre 0,12 e 0,25 mm ou, com φ entre 3 e 2 ; (iii) Areia Média, quando o diâmetro entre 0,25 e 0,50 mm ou, com φ entre 2 e 1 ; (iv) Areia Grosseira, quando o diâmetro varia entre 0,50 e 1.0 mm ou φ entre 1 e 0 e (v) Areia muito Grosseira, quando o diâmetro entre 1,0 e 2,0 mm ou φ entre 0 e -1. No onshore (em terra, isto é, a montante da linha da costa) e num contexto geológico não-tropical, a sílica (dióxido de silício, ou SiO2) é o principal constituinte das areias e, particularmente, sob sua forma de quartzo devido à sua inércia química e à sua dureza, que o tornam resistente às alterações atmosféricas. A composição de uma areia é muito variável em função da natureza do aporte terrígeno e do clima. Nos contextos tropicais e subtropicais, as areias brancas são a, maior parte das vezes, o resultado da erosão de rochas calcárias. Elas contém, muitas vezes, fragmentos de corais e conchas além de outro material calcário e fragmentos orgânicos. Muitas areias contêm magnetite*, clorite, glauconite** o e mesmo gesso. As areias ricas em magnetite são, em geral, negras, enquanto que as ricas em clorite e glauconite são verdes. As areias derivadas dos basaltos contém um alto teor em olivina. Por vezes, o teor de magnetite das areias é tão importante, que elas são utilizadas como minério de ferro. Na pesquiza do petróleo, as areias são excelentes rochas-reservatório, particularmente, as que são ligeiramente cimentadas, uma vez que, a cimentação retém areia, quando o petróleo é produzido, o que não é, muitas vezes o caso, quando elas não são cimentadas.

(*) Óxido de ferro: Fe3 O4 com 72% de ferro e alto magnetismo e densidade 5,5 a 6,5. Tem um brilho preto semi-metálico.

(**) Mineral monoclínico de cor verde, filossilicato (do grupo da mica) hidratado de potássico e ferro, formado de modo autígeno nos sedimentos  marinhos depositados sob uma profundidade de água entre 50 a 300 metros. Tem um fraca resistência ao intemperismo (https://pt.wikipedia.org/wiki/Glauconita).

Areia Asfáltica...............................................................................................................................................................................................Tar Sand, Oil Sand

Sable asfaltique, Sable betumineux / Arena asfáltica / Teersand / 焦油砂 / Нефтяной песок / Tar sabbia /

Areia que contêm uma quantidade suficiente de asfalto para que uma comercialização seja possível. Em geral, uma areia asfáltica é uma areia betuminosa (petrolífera), que perdeu os componentes leves. Expressão considerada, muitas vezes, como sinónimo de “Areia petrolífera” ou “Areia betuminosa”.

Ver: « Areia Betuminosa »
&
« Areia Petrolífera »
&
« Asfalto »

As areias asfálticas ou areias petrolíferas (segundo certos geocientistas) são uma combinação de areia, argila, água e betume (petróleo pesado negro e viscoso). As areias asfálticas podem ser extraídas a céu aberto e processadas para extrair o betume, o qual depois é transformado em petróleo leve. O betume das areias asfálticas não pode ser extraído do terreno no seu estado natural por bombagem como o é, normalmente, o petróleo. Todavia, ele pode ser extraído: (i) A céu aberto ; (ii) Por poços ; (iii) Por aquecimento com vapor água e (iv) Outros processos de recuperação. Os processos de recuperação são, em geral, compostos por duas fase. Uma fase de extracção e uma fase de separação, a qual tem por finalidade a individualização do betume, argila, areia e da água que compõem a areia petrolífera. O betume necessita de um tratamento adicional antes de ser refinado. Dado que o betume é muito viscoso, é quase sempre necessário uma diluição com hidrocarbonetos mais leves para que ele possa ser transportado por oleodutos. No sul da Venezuela, a chamada faixa petrolífera do Orinoco, é composta, em grande parte, por areias asfálticas, uma vez que ao longo de uma longa migração lateral, do norte para o sul, o petróleo perdeu os elementos leves e transformou-se num petróleo muito pesado que flui muito dificilmente. Estas areias não afloram. Elas estão enterradas a profundidades relativamente pequenas (entre 300 e 1200 m) e é o petróleo (pesado, cerca de 8-10° API*), que mantém os grãos em suspensão. O petróleo é mobilizado-se por injecção de vapor, mas a rentabilidade da extracção dependem sobretudo se ela é acompanhada ou não de uma subsidência compensatória. Como os grãos de quartzo estão em suspensão no petróleo pesado (eles não se tocam), à medida, que o petróleo é extraído, em caso favoráveis, a areia compacta-se o que provoca uma subsidência dos níveis estratigráficos suprajacentes, a qual favorece o escoamento do petróleo aquecido e assim a sua extracção. É esta subsidência que é responsável das depressões (entre 4-10 m) observadas na topografia actual.

(*) O grau API é uma escala arbitrária (quanto maior é densidade o óleo, menor é seu grau API) que mede a densidade dos líquidos derivados do petróleo, que foi criada pelo "America Petroleum Institute" juntamente com O "National Bureau of Standards" e que a utiliza para medir a densidade relativa de líquidos.  °API= ⎨141,5 ÷ δ (densidade da amostra relativamente à água)⎬ - 131,5.

Areia Betuminosa..................................................................................................................................................................................Tar Sand, Oil Sand

Sable betumineux, Sable asphaltique / Arena bituminosa / Ölsand / 油砂 / Битуминозный песок / Olio sabbia /

Depósito arenoso, mal consolidado, contendo matéria orgânica impregnada de material betuminoso constituído, principalmente, por hidrocarbonetos a partir dos quais o petróleo pode ser extraído. Areias que contém asfalto ou betume, a partir das quais hidrocarbonetos podem ser potencialmente extraídos por destilação. O termo areia betuminosa é sinónimo de Areia Asfáltica ou Petrolífera, quer isto dizer, de uma combinação de argila, areia, água e betume.

Ver: « Areia Asfáltica »
&
« Areia Petrolífera »
&
« Asfalto »

As areias betuminosas (ou areias petrolíferas) são formações geológicas, que contém petróleo pesado chamado, por vezes, betume. Elas são compostas por aproximadamente 80% de areia e argila, 10% de água e cerca de 10% de petróleo. Cada grão de areia é envolvido por um filme de água, o qual, por sua vez, é envolvido por um filme de petróleo. Em geral, as areias betuminosas não afloram. Elas estão cobertas por outras formações sedimentares. Todavia, para que a sua exploração seja economicamente viável o seu enterramento não deve ser muito grande (entre 300 e 500 metros). A mobilidade do petróleo é um factor importante na rentabilidade de um projecto de areias betuminosas. Quando o preço do petróleo andava à volta dos 20 dólares por barril (antes que o pico de produção do petróleo fosse atingido, se já o foi, isto é, antes do fim do petróleo barato de Laherrere), a grande maioria das acumulações de areia betuminosa eram não-económicas. Com preço do barril à volta dos 80-100 dólares, o que em termos de horas de trabalho é ainda mais barato do que em 1982, a exploração de algumas dessas acumulações começa apenas a ser rentável. Note, que em 1982, durante o primeiro choque petrolífero, eram necessárias 11 horas de trabalho de um americano médio para comprar um barril de petróleo contra 8 horas entre 2007-2008. Os recursos*(não confundir com reservas) de areias betuminosas na província de Alberta, no Canadá, são estimados a 1,7-2,5 Tb (tera = 1012), o que constitui um dos maiores do mundo. Contudo, é pouco provável que estes recursos possam ser todos extraídos economicamente, isto é, que eles passem a reservas. Um outro país muito rico em recursos de areias betuminosas é a Venezuela (Faja de Orinoco).

(*) Recursos designa a quantidade de um mineral ou de uma rocha existente, ou por descobrir, que pode, eventualmente, ser um dia extraída, mas que actualmente, por razões económicas ou técnicas, não pode ser extraída, enquanto que reservas designa a parte dos recursos de um determinado mineral ou rocha (como do petróleo) que pode ser, actualmente, extraída da terra com lucro. Por outras palavras, recursos é tudo o que poderia transformar-se em reservas se não houvesse constrangimentos tecnológicos e económicos. Os recursos podem transformar-se em reservas quando a tecnologia, financiamento, tempo e economia são favoráveis.

Areia Carbonatada (de baixio)........................................................................................................................Carbonate Sand Shoal

Sable carbonaté (de haut fond) / Arena carbonática (de banco) / Karbonat-Sand (Tiefland) / 碳酸盐砂(低地) / Карбонатный песок / Sabbia Carbonatica (bassopiano) /

Acumulação de areia carbonatada que ocorre, geralmente, a jusante dos bancos e plataformas carbonatadas. As areias carbonatadas de baixio também se podem formar, com menos frequência, nas plataformas interiores e nas áreas, topograficamente, elevadas dos ambientes mais profundos. As areias carbonatadas de baixio podem passar lateralmente (distância relativamente pequena) a outras fácies calcárias.

Ver: « Plataforma Carbonatada Aureolada »
&
« Plataforma »
&
« Montículo Recifal »

Há cinco categorias de plataformas carbonatadas: (i) Plataforma Aureolada ou Orlada, caracterizada pela presença de recifes ou areias calcárias de baixio no rebordo da plataforma (como ilustrado nesta figura) e areias argilosas na laguna ou plataforma aberta (formam-se em águas calmas) ; (ii) Plataforma em Rampa Carbonatada, na qual as areias carbonatadas da linha da costa passam, na base da rampa, a areias argilosas e lamas de água profunda (os recifes são raros) ; (iii) Plataforma Epeirica (ou epírica), caracterizada pela presença de superfícies de maré e lagunas protegidas ; (iv) Plataforma Isolada, onde as fácies são muito controladas pela orientação dos ventos dominantes (recifes e corpos arenoso na margem barlavento*, enquanto que, na margem sotavento, os sedimentos são mais lamacentos) ; (v) Plataforma Morta ou Afogada (localizada debaixo da zona fótica). Como ilustrado neste esquema, é nas plataformas aureoladas e abertas, caracterizadas por uma lâmina de água não superior a 10 m, que as areias carbonatadas de baixio são frequentes. Na realidade, o desenvolvimento destes corpos sedimentares carbonatados requer, que os sedimentos tenham uma certa granulometria e a presença de agentes geológicos para remover os sedimentos maiores. Tais condições encontram-se, geralmente, nas áreas de forte produção de carbonatos, quando a ruptura (ou quebra) da plataforma coincide, mais ou menos, com a profundidade de acção das ondas ou correntes de maré. Em outros termos, para que as areias calcárias de baixio se formem durante um cortejo transgressivo, por exemplo, os incrementos das subidas do nível do mar relativo (subidas em aceleração) devem ser tais que a profundidade de acção das vagas possa remover os sedimentos mais grosseiros, o que quer dizer, que, em condições de mar calmo, a lâmina de água não deve ultrapassar 10 metros.

(*) Barlavento é a direcção de onde o vento sopra, enquanto sotavento é a direcção para onde sopra o vento. Assim, num recife alongado na direcção N-S, se o vento dominante sopra de Oeste para Este, a margem ocidental do recife é a margem, barlavento, enquanto que a margem oriental é a margem sotavento.

Areia de Permeabilidade Baixa (com gás)...............................................................................................Tight Sand Gas

Sable à gaz (peu perméable) / Arena con gas (poco permeable) / Enge Sand Gas / 致密砂岩气 / Газоносный песок / Sabbia a tenuta di gas /

Areia impermeável, actualmente, a grande profundidade, contendo gás, que, às vezes, é produzido por simples fracturação ou por fracturação hidráulica, que se depositou quer em um águas rasas (plataforma continental) quer a uma grande profundidade (talude continental ou planície abissal). Em casos excepcionais, a produção deste tipo de acumulação de gás pode ser rentável.

Ver: « Metano »
&
« Gás »
&
« Gás Biogénico »

Areias orgânicas impermeáveis ​​com gás* são rochas-reservatório de muito baixa permeabilidade (capacidade de um material, como, por exemplo, uma rocha, de transmitir fluidos ou conectividade dos poros de uma rocha), que requerem uma fracturação artificial de modo que o gás possa fluir. Em geral, elas estão localizados em áreas onde há a produção de gás convencional nas rochas reservatório pouco profundas. Na década de 70, algumas companhias de petróleo descobriram grandes quantidades de gás (recursos) na bacia profunda do Este da província de Alberta, Canadá, ilustrada nesta figura. Na realidade, nesta região, a maioria das rochas da coluna estratigráfica estão saturadas de gás natural ( mistura de hidrocarbonetos leves derivados de combustíveis fósseis, formada quando camadas sedimentares ricas em matéria orgânica são enterradas e assim submetidos a alta temperatura e pressão durante milhões de anos). As rochas tem uma permeabilidade muito baixa, mas como elas contêm água uma produção de gás é, por vezes possível. Regiões com as mesmas características foram encontradas em outras bacias em diferentes partes do mundo. Actualmente, o gás natural é produzido a partir de areias orgânicas impermeáveis ​​no Canadá, EUA, Austrália e Argentina. No Canadá, estas areias são encontrados na bacia profunda e bacia de ante-país das Montanhas Rochosas (Colúmbia Britânica e Alberta), e nas planícies do sul da província de Alberta e da região do norte das planícies da Colúmbia Britânica. Os Serviços Geológicos  dos EUA pensam que as areias impermeáveis ​​com gás podem conter cerca 460 Tcf (1012 pés cúbicos) de gás nos Estados Unidos (cerca de três vezes a quantidade actual de reservas de gás comprovadas) e dos quais, provavelmente, 135 Tcf podem ser tecnicamente recuperáveis, mas até recentemente, era muito difícil ou impossível produzir grandes quantidades de gás a partir de rochas impermeáveis. Actualmente, as coisas mudaram (os preços do gás são muito mais elevados e foram descobertas novas técnicas de produção). Nos Estados Unidos, a produção actual de gás a partir de areia e argilas impermeáveis ​​é de cerca de 20% da produção total.

(*) Na industria petrolífera, o termo areias impermeáveis com gás refere-se a reservatórios de arenito de baixa permeabilidade que produzem principalmente gás natural seco. Um reservatório de areias impermeáveis com gás não pode produzir de maneira económica, a menos que o poço seja estimulado por uma importante fracturação hidráulica / ou por meio de poços horizontais. Esta definição também se aplica ao metano de carvão, gás de xisto e reservatórios de carbonato impermeável.

Areia Petrolífera......................................................................................................................................................................................Tar Sand, Oil Sand

Sable petrolifère / Arena asfáltica / Ölsand / 油砂 / Нефтенасыщенный песок / Sabbia Petrolifera /

Depósito arenoso, mal consolidado, contendo matéria orgânica impregnada de material betuminoso constituído, principalmente, de hidrocarbonetos, a partir dos quais o petróleo pode ser extraído. Areias que contém asfalto, ou betume, a partir das quais hidrocarbonetos podem ser potencialmente extraídos por destilação. Considerado muitas vezes como sinónimo de Areia asfáltica ou de Areia Betuminosa.

Ver: « Areia Betuminosa »
&
« Areia Asfáltica »
&
« Asfalto »

A grande maioria das areias petrolíferas ou areias com óleo (como certos geocientistas as chamam) não é apropriada para uma mineração de superfície e deve ser extraída através de uma recuperação “in situ”. O método “in situ” mais produtivo é a Drenagem por Gravidade Assistida por Vapor (acrónimo DGAV). A inundação pelo fogo (“Fireflooding”) e a electrovolatização são métodos alternativos de recuperação “in situ”, mas não são tão utilizados como a drenagem por gravidade assistida por vapor. Tal com ilustrado nesta figura, neste método, vapor de água a alta pressão é injectado nas areias petrolíferas através de poços verticais, que ao nível das areias são desviados paralelamente à inclinação destas. O calor e o vapor de água forçam o betume, que, muitas vezes, é óleo pesado, a fluir para os poços de extracção a partir dos quais, ele é bombeado para a superfície para ser tratado. Um das regiões onde várias companhias estão a utilizar, mais ou menos, este método, é a Faja do Orenoco na Venezuela, ondas as areias petrolíferas (petróleo pesado, mais ou menos, de densidade 8-10° API) ocorrem entre 300 e cerca de 1000 metros de profundidade. Um dos grandes problemas deste método é que, na maior parte dos casos, o trajecto do vapor de água é difícil de determinar, o que, evidentemente, dificulta a localização dos poços de produção, mesmo quando estes são horizontais, o que é o mais frequente. Para remediar este problema, certos geocientistas como Manik Talwani, propuseram a utilização de uma microgravimetria* 4D, quer isto dizer, de utilizar várias campanhas microgravimétricas, antes e depois da injecção de vapor de água, o que, teoricamente, por comparação dos resultados, permite localizar as áreas onde o vapor de água se concentrou e assim melhor localizar os poços de produção. Este método microgravimétrico 4D foi utilizado, com sucesso, em certos campos petrolíferos da Marathon Oil Company.

(*) A gravimetria baseia-se na medida de variações do campo gravitacional da Terra, causadas por materiais de diferentes densidades. Os alvos típicos desta técnica de alta resolução de microgravimetria incluem (i) Alvos de baixa densidade, como localização de grutas ou cavernas e de zonas de falhas, trabalhos de mineração ou de produção assistida de petróleo, etc., e (ii) Alvos de alta densidade, como a localização de diques, rochas de superfície, paredes enterradas, etc. A presença de um corpo de densidade anormalmente alta (ou baixa) na subsuperfície causa uma anomalia localizada alta (ou baixa) no campo gravitacional medido. Os efeitos de gravidade descritos podem ser extremamente pequenos, no entanto, instrumentação moderna e técnicas de processamento de dados exaustivas permitem a detecção de estruturas geológicas e artificiais ou de vazios (https://www.terradat.co.uk/survey-methods/microgravity/).

Areia de Transbordo (turbiditos).............................................................................................................Outer Bend Splay Sand

Sable de débordement (turbidites) / Arena de desborde (turbiditas) / Overflow Sand (Turbiditen) / 溢出砂(浊流) / Приносимый приливом песок / Sabbia di troppopieno (torbiditi)

Areia associada aos diques marginais naturais turbidíticos dos cones submarinos de talude (CST). As areias de transbordo (areias e lama) são depositadas quando uma corrente turbidítica transborda a depressão ao longo da qual ela se escoa em direcção das partes profundas da bacia (planície abissal). Uma corrente turbidítica transborda quando a sua altura excede a capacidade de transporte ao longo da depressão que, por vezes, corresponde a um canal turbidítico (quando há erosão). Os horizontes arenosos associados com este tipo de depósito são, relativamente, pouco espessos. Em geral, eles não ultrapassam 1-2 m de espessura. Localmente, em certas condições, os horizontes com areia de transbordo podem ser considerados como rochas-reservatório acessórias ou suplementares.

Ver: « Turbiditos »
&
« Cone Submarino do Talude »
&
« Cortejo Sedimentar »

Esta fotografia ilustra um detalhe de um sistema de deposição turbidítica (cones submarinos de talude, CST) de idade Eocénico, no Este da Turquia. Estes depósitos fazem parte do subgrupo médio do grupo de cortejos de nível baixo (CNB). O subgrupo inferior corresponde aos cones submarinos (CSB), enquanto que o prisma de nível baixo (PNB) forma o subgrupo superior. O grupo de cortejos de nível baixo (CNB) com o grupo de cortejos sedimentares de nível alto (CNA) formam um ciclo-sequência completo que se depositou durante um ciclo eustático de 3a ordem, caracterizado por ter uma duração entre 0,5 My e 3-5 My. Dentro do ciclo eustático, o subgrupo dos cones submarinos de talude deposita-se quando o nível do mar relativo desce em desaceleração (curva de variação do nível do mar relativo decrescente com geometria côncava) e, provavelmente, também, no início da subida em aceleração (sector inferior da curva crescente). Pelas relações geométricas das terminações dos planos de estratificação, podem, facilmente, reconhecer, nesta fotografia: (i) Os preenchimentos das depressões entre os diques marginais naturais turbidíticos, que, por vezes, mas não neste caso, correspondem a canais turbidíticos (quando há erosão) ; (ii) Os diques marginais naturais turbidíticos e (iii) Outros depósitos de transbordo ou de galgamento. No campo, as relações espaciais entre os diferentes corpos sedimentares, que constituem os cones submarinos de talude (CST) são mais fáceis de determinar do que nas linhas sísmicas, devido a resolução sísmica. Todavia, mesmo no campo (escala natural ou 1:1), a diferenciação entre os diques marginais naturais e os outros depósitos de transbordo é, por vezes, subtil, uma vez que ela é mal definida e baseada, a maior parte das vezes, unicamente, no teor de areia. De entre todos os depósitos de transbordo, os diques marginais naturais turbidíticos são os que têm maior teor em areia, o qual, contudo, é, frequentemente, inferior ao teor de areia dos preenchimento das depressões entre os diques ou dos canais turbidíticos (embora, em certos casos, eles possam estar, totalmente, preenchidos por sedimentos argilosos). No offshore profundo de Angola, a maior parte das rochas-reservatório de idade Terciário dos campo petrolíferos correspondem aos preenchimento das depressões entre os diques marginais naturais turbidíticos. Os canais turbidíticos de certos geocientistas, que a maior parte das vezes, correspondem aos preenchimentos das depressão criadas por ausência de deposição, entre os diques marginais naturais turbidíticos e não ao preenchimento de canais produzidos pela acção erosiva das correntes turbidíticas, são sempre posterior aos depósitos de transbordo. A grande maioria destes preenchimentos faz-se em retrogradação (espessamento em direcção do continente) quando o nível do mar relativo começa a subir. Como ilustrado na tentativa de interpretação de um autotraço manual de um detalhe de uma linha sísmica do offshore da Costa do Marfim, a morfologia das estruturas em asas de gaivota (em voo) e a formação dos diques marginais naturais dos sistemas turbidíticos é muito diferente da dos diques marginais naturais fluviais. Uma corrente fluvial, ao contrário de uma corrente turbidítica (fluxo de uma mistura de água e sedimentos que se desloca devido a acção da gravidade, sem influência significativa do meio no qual ela se escoa), necessita de um álveo (leito) ou seja, ela necessita de uma depressão na crusta terrestre sobre a qual ela se escoa costa abaixo, enquanto que uma corrente turbidítica não. A superfície basal dos diques marginais naturais fluviais é sublinhada por biséis de progradação, de cada lado do leito, que têm uma vergência oposta. Ela é sempre mais alta que o leito do curso de água. Os diques marginais naturais turbidíticos e, em particular, os primeiros a depositar-se estão ao mesmo nível de passagem da corrente. À medida que os diques naturais turbidíticos se depositam, como não há deposição entre eles, as correntes turbidíticas posteriores são, em geral, mais ou menos, canalizadas e transbordarão se a sua altura for maior do que a altura da depressão onde elas se escoam.

(*) A resolução sísmica vertical é, mais ou menos, tamanho que um objecto tem que ter para ser visto numa linha sísmica. Os intervalos estratigráficos com uma espessura igual a 1/4 do comprimento de onda das ondas sísmicas podem ser reconhecidos. A resolução sísmica horizontal é derivada da zona de Fresnel, uma vez que as ondas se deslocam em três dimensões e se propagam sobre uma área cada vez maior à medida que se afastam da fonte. Os objectos com uma extensão lateral superior à zona de Fresnel serão visíveis.

Arenito (grés)...........................................................................................................................................................................................................................................Sandstone

Grès / Arena / Sandstein / 砂岩 / Песчаник / Arenaria (roccia) /

Rocha sedimentar clástica composta de grãos de quartzo, feldspato e fragmentos de outras rochas, com um diâmetro variando entre 0,0625 e 2 mm e unidos por um cimento de quartzo, carbonato e outros minerais ou por uma matriz constituída, principalmente, por minerais argilosos.

Ver: « Areia »
&
« Arenito Retrogradante »
&
« Rocha-Reservatório »

O arenito é uma categoria de rocha feita de sedimentos, isto é, uma rocha sedimentar. As partículas sedimentares são clastos, ou partes de minerais e fragmentos de rochas. Como um arenito é, principalmente, constituído por areia (partículas de grão médio). De maneira mais precisa, a areia tem um diâmetro que varia entre 1/16 e 2 milímetros (mais grossa que o silte e mais fina que o cascalho). Um arenito pode conter material mais fino e mais grosso do que a areia. Todavia, se ele tiver mais de 30% de grãos de cascalho, seixos ou pedregulhos, ele passa a chamar-se conglomerado (clastos rolados) ou brecha (clastos angulosos) ou, simplesmente, rudito. Num arenito, além das partículas sedimentares que o compõem, existem dois diferentes tipos de material: (i) Matriz e (ii) Cimento. A matriz é o material finamente granulado (silte e argila), que estava no sedimento junto com a areia, enquanto que o cimento é uma matéria mineral, introduzida, mais tarde, e que liga os sedimentos para formar uma rocha. Um arenito com muita matriz é pouco calibrado ou triado. Se a matriz atinge mais de 10 por cento da rocha, o arenito é chamado vaque. Um arenito bem calibrado e com pouca matriz e pouco cimento é um arenito limpo (em inglês "arenite" e não "sandstone"). Embora um arenito seja, formalmente, definido pelo tamanho das partículas, as rochas detríticas constituídas, principalmente, por minerais carbonatados não são designadas como arenitos. As rochas carbonatadas são conhecidas pelo nome de carbonatos e fazem parte de uma classificação à parte, uma vez que, um arenito significa, basicamente, uma rocha rica em silicatos. Uma rocha clástica carbonatada de grão médio ou calcário arenítico é, normalmente, chamado calcoarenito. Uma tal divisão faz sentido porque um calcário é feito ou depositado em água oceânica limpa, enquanto que as rochas siliciclásticas são construídas a partir de sedimentos resultantes da erosão dos continentes. Os arenitos são rochas-reservatório com boas características petrofísicas (porosidade e permeabilidade).

Arenito Limpo (grés limpo)............................................................................................................................................................................................................................Arenite

Grés propre / Arena limpia / Saubere Sandstein, Arenit / 清洁砂岩 / Аренит / Arenaria limpida /

Rocha sedimentar clástica cujos grãos têm uma granulometria entre 0,0625 e 2 mm e que tem menos 5% de matriz detrítica argilosa.

Ver: « Arenito »
&
« Rocha reservatório »
&
« Granulometria »

Esta amostra (arenito limpo de Oriskany, Oeste Virginia, EUA) é, praticamente, constituído a 99% de quartzo puro. Este tipo de arenito é utilizado na fabricação de recipientes de vidro e, muitas vezes, na fabricação de lentes para telescópios. Os cristais de quartzo de mais alta qualidade são os cristais de sílica que têm propriedades ópticas e electrónicas*. Segundo USGS (Serviços Geológicos dos Estados Unidos) cerca de dez mil milhões de cristais de quartzo são utilizados todos os anos na industria. Os cristais de quartzo com propriedades electrónicas são utilizados como filtros, controladores de frequência, temporizadores, circuitos electrónicos, que se tornam indispensáveis nos componentes de telefones celulares, relógios, jogos, televisão, computadores, instrumentos de navegação e outros produtos. Os cristais de quarto com propriedades ópticas são utilizados na fabricação de lentes e janelas de lasers e outros dispositivos especializados. Actualmente, a grande maioria dos cristais de quarto utilizados na industria não são cristais naturais, tirados dos arenitos limpos, mas cristais fabricados. Este tipo de arenito tem excelentes características petrofísicas. Com uma forte permeabilidade, induzida pela presença de grandes poros perfeitamente conectados uns com os outros, os arenitos limpos formam excelentes rochas-reservatório para os hidrocarbonetos, embora, por vezes a porosidade seja, relativamente, pequena. O grande tamanho dos poros pode criar problemas de perfuração, em particular perdas da lama de perfuração importantes. A formação Mirador, no campo petrolífero de Cusiana (Colômbia) pode ser considerada como uma arenito limpo (teor de argila muito baixo). A mineralogia típica desta formação é de 78% de grãos de quartzo, 14% de cimento de quartzo e uma porosidade de cerca de 8%. Apesar da baixa porosidade, a permeabilidade é elevada. A uma porosidade de 8% corresponde uma permeabilidade de 100 mD (ou 100 milidarcis**. Para uma porosidade de 10%, a permeabilidade é de 400 mD. A permeabilidade é função da granulometria. Quando a rocha-reservatório é um arenito limpo grosseiro com uma porosidade de 10%, a permeabilidade é 800 mD. Um arenito limpo fino de 10% de porosidade tem uma permeabilidade de 90 mD.

(*) Na wikipedia sobre as propriedades dos cristais pode-se ler: "Os cristais apresentam propriedade ópticas e eléctricas específicas distintas das de quaisquer outros sólidos ou fluidos, o que os torna extremamente úteis em aplicações electro-ópticas e electrónicas, as quais dependem da sua estrutura, do tipo de ligações e das impurezas e defeitos na malha cristalina. A maior parte dos materiais apresenta defeitos na sua malha cristalina, em geral resultantes da presenças de átomos ou moléculas de outras substâncias ou de defeitos no posicionamento da malha durante a cristalização. Estes defeitos conferem características particulares aos cristais, que estão na base de muitas tecnologias. São defeitos na malha cristalina do Silício, induzidas, por exemplo, pela presença átomos de germânio ou gálio, que permitem o aparecimento de semicondutores, a base da actual tecnologia electrónica. Os efeitos mais conhecidos da estrutura cristalina são os piezoeléctricos, que estão na base, entre outras coisas, dos relógios de quartzo e das balanças electrónicas, os ferroeléctricos, utilizados em detectores diversos, e o feito piroeléctrico, usado em detectores de calor, termómetros e detectores de intrusão, e, acima de tudo, a formação de semicondutores, os quais estão na base de toda a electrónica dos transístores e díodos aos computadores".

(**)1 Darcy = 1 x 10−12.m2. A permeabilidade mede a capacidade dos fluidos de se escoarem através de uma rocha (ou de outros meios porosos). O darcy é definido usando a lei de Darcy, que pode ser escrita como: Q = (A κ ΔP) ÷ (μ Δx), onde : (i) Q = é a taxa de escoamento do fluido através do meio  ; (ii)  A é a área do meio ; (iii) κ  é a permeabilidade do meio ; (iv) μ é a viscosidade do fluido ; (v) ΔP é a diferença de pressão aplicada e (vi) Δx a espessura do meio. O darcy é referenciado a uma mistura de sistemas de unidades. Um meio com uma permeabilidade de 1 darcy permite um fluxo de 1 cm³ / s de um fluido com viscosidade 1 cP (1 mPa.s) sob um gradiente de pressão de 1 atm / cm actuando em uma área de 1 cm². Valores típicos de permeabilidade variam até 100 darcis para cascalho, a menos de 0,01 microdarci para granito. Areia tem uma permeabilidade de, aproximadamente, 1 darcy. https://en.wikipedia.org/wiki/Darcy_(unit).

Arenito Retrogradante..................................................................................................................................Retrogressive Sandstone

Grès rétrogressif / Arena retrogradante / Rückschrittlich Sandstein / 倒退砂岩 / Регрессивный песчаник / Arenaria retrogressiva

Arenito depositado nos paraciclos-sequência do intervalo transgressivo (IT) de um ciclo-sequência. Individualmente, cada paraciclo-sequência traduz um episódio sedimentar regressivo. Todavia, colectivamente, no intervalo transgressivo (IT), eles formam um conjunto, globalmente, retrogradante, devido a um acarreio sedimentar que se torna insuficiente devido à criação e aumento de extensão da plataforma continental induzida por um subida do nível do mar relativo em aceleração (ingressões marinhas cada vez mais importantes e regressões sedimentares cada vez mais pequenas). Nos arenitos retrogradantes, as progradações e estratificações oblíquas, com vergência para o mar (indicam o sentido do aporte terrígeno), são predominantes, uma vez que a grande maioria dos sedimentos clásticos vêm da terra e não do mar.

Ver: « Cortejo Sedimentar »
&
« Mudança do Nível do Mar Relativo »
&
« Intervalo Transgressivo »

Antoine Laurent de Lavoisier (1789) foi, depois do embaixador francês no Egipto, De Maillet*, um dos primeiros cientistas a considerar, o que hoje se chama eustasia (variações do nível do mar absoluto ou eustático, ou seja, as variações do nível do mar global referenciado ao centro da Terra ou a um satélite), como o factor principal da ciclicidade dos depósitos sedimentares. Lavoisier interpretou os arenitos litorais da bacia geográfica de Paris, como arenitos retrogradantes, depositados em associação com sucessivas subidas do nível do mar relativo que hoje se chamam ingressões ou transgressões marinhas. Como ilustrado nesta figura, a geometria do conjunto destes arenitos sugere, fortemente, um deslocamento, em direcção do continente, da ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição (mais ou menos, a linha da costa, nas linhas sísmicas) a cada subida do nível do mar relativo. Na estratigrafia sequencial, subida do nível do mar relativo, subida relativa do nível do mar, ingressão marinha ou paraciclo-eustático são sinónimos. Os sedimentos depositados entre duas subidas consecutivas do nível do mar relativo (sem que haja uma descida do nível do mar relativo entre elas), isto é, durante o período de estabilidade do nível do mar relativo, que ocorre depois de cada paraciclo eustático, são limitados por duas superfícies de ravinamento. Eles formam o que se chama um paraciclo-sequência que, em geral, tem uma configuração interna progradante e é formado por um ou vários cortejos sedimentares (associação lateral de diferentes sistemas de deposição, isto é, uma litologia e uma fauna característica, que são, mais ou menos, equivalentes a uma fácies**, síncronos e geneticamente ligados entre eles. A cada ingressão marinha, isto é, a cada deslocamento da linha da costa para o continente, induzido por uma subida do nível do mar relativo, forma-se, sobre a topografia pré-existente, uma pequena superfície de erosão que os geocientistas chamam superfície de ravinamento. Aquilo que muitos geocientistas chamam, de maneira um pouco abusiva, uma “transgressão” *** corresponde, ao conjunto das ingressões marinhas cada vez mais importantes (subidas do nível do mar relativo em aceleração) e das regressões sedimentares associadas cada vezes mais pequenas, as quais são depositadas durante o período de estabilidade do nível do mar relativo entre as ingressões marinhas. Foi a um tal conjunto de ingressões marinhas cada vez mais importantes e regressões sedimentares cada vez mais pequenas que, globalmente, tem uma geometria retrogradante, que Ceasare Emiliani (1992) chamou transgressões e não transgressão. Como ilustrado no esquema geológico, nunca se pode dizer que um paraciclo-sequência é uma transgressão, uma vez que são necessários vários paraciclos-sequência, para que, colectivamente, se desenvolva uma a geometria, globalmente, retrogradante se a taxa de deposição for inferior à taxa de acomodação. É a sucessão vertical de regressões sedimentares, cada vez menos importantes, por deficiência de acarreio terrígeno, que cria, a morfologia global retrogradante característica dos depósitos transgressivos. A cada subida do nível do mar relativo, a ruptura costeira da superfície de deposição desloca-se para montante, o que aumenta a área da plataforma continental. Durante o período de estabilidade do nível do mar relativo, que segue uma subida do nível do mar relativo, o acarreio terrígeno desloca a ruptura da superfície de deposição para jusante. Todavia, devido a uma deficiência do acarreio terrígeno, a linha da costa não atinge a posição, que ela tinha antes da subida do nível do mar relativo. Esta progradação insuficiente da linha da costa repete-se a cada período de estabilidade do nível do mar relativo. Há muitos anos atrás, na Universidade que os autores frequentaram, era nos ensinado que : “Quando o mar transgride, as areias regridem, e é por isso, que uma transgressão sedimentar é, simplesmente, um conjunto de regressões sedimentares”.

(*) Benoît de Maillet nasceu dia 12 de Abril de 1656 em Saint-Mihiel (Meuse) e morreu dia 30 de Janeiro de 1738 em Marselha. Foi cônsul da França no Egipto e inspector dos estabelecimentos franceses no Levante. É o autor de uma obra clandestina -Telliamed - (palíndromo de “de Maillet) que influenciou muito os naturalistas do Iluminismo, como Darwin e Lamarck e rompeu o mito do dilúvio bíblico.

(**) A definição original de Armanz Gressly de fácies (E. Wegmann, «L'exposé original de la notion de faciès par A. Gressly (1814-1865)», in Sciences de la Terre, 9, 1963, 83-119), corresponde basicamente a uma litologia e sua fauna associada. Todavia, actualmente, muitos geocientistas considerem uma fácies como um corpo de rocha com características especificas, que podem ser qualquer atributo nele observável, como a sua composição, condições de formação e mudanças que possam ocorrer nesses atributos numa área geográfica.

(***) Uma transgressão é uma invasão das terras pelo o mar. Todavia, certos geocientistas utilizam este termo para designar o deslocamento, global, dos depósitos costeiros para o mar, o que é muito diferente da definição original transgressão. É certamente, para evitar confusões que outros as expressões “transgressão marinha”, “ transgressão sedimentar” ou "ingressão marinha" são, quase sempre, utilizadas.

Argila.....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................Clay

Argile / Arcilla / Ton / 粘土 / Глина / Argilla /

Qualquer dos numerosos pequenos minerais alumínio-silicatados com estrutura cristalina, mais ou menos, laminar e formados quer por alteração atmosférica quer por hidratação de outros silicatos. Qualquer fragmento mineral mais pequeno que 0,0039 milímetros. Embora muitos geocientistas portugueses utilizem o termo argila para designar uma rocha argilosa, que nós preferimos reserva-lo para uma partícula (granulometria).

Ver: " Ardósia "
&
" Argilito "
&
" Granulometria "

Uma argila, quando húmida é plástica (como na fotografia da direita de uma argila do Quaternário,  da Estónia), o que significa que ela pode ser modelada. Todavia, quando seca (figura da esquerda), ela fica dura e, quando submetida a altas temperaturas, transforma-se, de modo permanente, em um material extremamente duro, o que faz dela uma substancia ideal para a cerâmica. Os minerais argilosos formam-se durante longos períodos de tempo devido a uma alteração química gradual das rochas, principalmente, das rochas silicatadas, devido a uma baixa concentração de ácido carbónico e outros solventes, mais ou menos, diluídos. Estes solventes, mais ou menos, ácidos, migram através das zonas alteradas das rochas, depois de estas terem sofrido uma lixiviação*, mais ou menos, intensa. Além dos processos de meteorização ou intemperismo (processo natural de decomposição ou desintegração das rochas e solos e seus constituintes minerais, pela acção dos efeitos químicos, físicos e biológicos que resultam da sua exposição aos agentes externos), certos minerais argilosos são formados por hidrodinamismo (fenómeno natural que ocorre, por exemplo, nos campos petrolíferos que têm um aquífero natural activo que actua como energia do mesmo, uma vez que a água empurra a rocha reservatório até aos poços de produção). Os depósitos de argila podem ser formados "in situ", como depósitos residuais, mas os depósitos argilosos espessos formam-se, sobretudo por processos de redeposição sedimentar secundária depois que eles tenham sido erodidos e transportados do seu lugar de deposição original. Os depósitos de argila caracterizam ambientes sedimentares de baixa energia, como, por exemplo, lagos e certos ambientes marinhos. Basicamente, os depósitos argilosos, conhecidos como caulinos, encontram-se no sitio onde se formaram. Os depósitos, ditos secundários, são aqueles, que foram removidos pela erosão e pela água do lugar onde eles se formaram. As argilas distinguem-se dos outros solos finamente granulados pela diferença de tamanho e mineralogia das suas partículas. O siltes, que são, igualmente, solos finamente granulados, mas que não têm minerais argilosos, são formados por partículas com tamanho superior ao das argilas. Contudo, há uma certa sobreposição, não só no tamanho das partículas, mas em certas propriedades físicas. Por outro lado, existem muitos depósitos naturais que incluem siltes e argilas. De qualquer maneira, pode dizer-se que, a distinção entre silte e argila varia com os ramos considerados (pedologia, sedimentologia, etc.).

(*) Lixiviação é a extracção ou solubilização dos constituintes químicos de uma rocha, mineral, solo, depósito sedimentar entre outros, pela acção de um percolante (que passa pelo solo e rochas permeáveis escoando-se para os para reservatórios subterrâneos).

Argila Vermelha Abissal..............................................................................................................................................................................Abyssal Red Clay

Argile rouge abyssale / Arcilla roja abisal / Abyssich rot Ton / 深海红粘土 / глубинное красной глины / Abyssale argilla rossa /

Sedimento terrígeno com cerca de 30-40% de minerais argilosos e menos de 30% de carbonato de cálcio, enriquecida por óxidos de ferro. Os argilitos formados por este tipo de sedimento que depositam-se nos grandes fundos abissais (mais ou menos, 5000 metros) não contém nenhuma matéria orgânica. A litificação deste tipo de sedimento forma um argilito, que certos geocientistas, preferem chamar rocha argilosa (o termo argila designa uma partícula ou sedimento com uma determinada granulometria e não uma rocha).

Ver: " Parâmetro de controlo "

Argilito............................................................................................................................................................................................................................................................................................................Argillite

Argillite / Arcilita / Argillit /泥质/ Аргиллит (глинистый сланец) / Argillite /

Rocha composta de sedimentos argilosos e caracterizada, muitas vezes, por uma fracturação irregular e uma ausência de folheação. Um argillito não corresponde de maneira nenhuma a uma argila, uma vez que uma argila é uma partícula sedimentar caracterizada por uma certa granulometria, nem a uma ardósia (shale, que é ligeiramente, metamorfizada por uma recristalização da ilite), como certos geocientistas pensam.

Ver: "Argila"
&
" Argilito Compactado"
&
" Rocha Mãe Potencial "

Em 1953, Flawn denominou um argilito metamorfizado como uma rocha sedimentar, ligeiramente, metamorfizada intermediária entre um argilito compactado e um meta-argilito (muito metamorfizado), na qual, pelo menos, metade dos constituintes argilosos (diâmetro entre 0,01 para 0,05 mm), foram recristalizados em sericite, clorite, biotite e epídoto. O palavra inglesa "claystone" usada para descrever uma rocha sedimentar não laminar composta de partículas do tamanho da argila (<1/256 mm de diâmetro) não corresponde ao que certos geocientistas chamam argilito Todavia, em inglês o termo "argillite" é usado para descrever uma rocha argilosa anquimetamórfica. Um argilito (rocha argilosa anquimetamórfica), que muitos geocientistas chamam ardósia ou "shale" não é considerado como uma rocha mãe, apesar de ter sido rica em matéria orgânica, uma vez que a maturação da matéria orgânica excedeu a janela do gás. O índice de cristalinidade da ilite* (índice de Kubler) é neste assunto crucial. No início da segunda fase de exploração da bacia do Kwanza (Angola), na década de 60, os geocientistas pensavam  que a rocha-mãe das exsudações de petróleo reconhecidos no campo e nos poços de pesquiza, eram os argilitos acastanhadas do substrato (formação Karoo), uma vez que as rochas argilosas do Cretácico, ricas em matéria orgânica, estavam pouco enterradas (500-1500 m). As amostras das supostas rocha-mãe do substrato da bacia geográfica do Kwanza foram enviadas para o laboratório e os resultados da análise de raios X foram conclusivos. A ilite e outros minerais argilosos estavam recristalizados. Um tal facto, implicava que essas as rochas argilosas tinham sido enterradas, suficientemente, de tal forma que a maturação da matéria orgânica tinha ultrapassado a janela do gás. Mais tarde, as rochas ricas em matéria orgânica do Cretácico foram, igualmente, analisadas e os resultados foram uma surpresa. A cristalinidade de ilita sugeriu que elas tinham sido enterradas, suficientemente, para que a maturação da matéria orgânica atingisse a janela de petróleo. Isto quer dizer, que  houve um levantamento tectónico significativo da parte oriental da bacia (entre 1500-2000 m), uma vez que, actualmente, elas estão em uma profundidade que varia entre 500 - 1500 m.

(*) Os minerais argilosos podem ser utilizados para identificar as zonas diagenéticas e de baixo metamorfismo. Bernard Kubler, em 1964, propôs o índice de cristalinidade da ilite, que hoje a maior parte dos geocientistas chamam Índice de Kubler que consiste consiste na medida da largura a meia altura (FWHM ou "full-width at half maximum") da reflexão (001) da ilite, em difratogramas da fracção argila. O valor limite da diagénese é >0,42, enquanto que a anquizona é limitada entre 0,42 e 0,25 e a epizona < 0,25.

Argilito de Abandono (turbiditos)...................................................................................................................................Abandonment Shale

Argile d'abandon / Arcilla de abandono / Argila Ausfallende / 放弃页岩 / Глина, оставшаяся в покинутом русле реки / Argilla abbandono /

Nível ou níveis de rochas argilosas depositadas nos canais (ou depressões entre os lóbulos) e diques naturais marginais dos complexos turbidíticos submarinos e, particularmente, nos cones submarinos de talude (CST), desde que estes se tornam inactivos. A presença de níveis argilosos semelhantes acima dos cones submarinos de talude permite, por vezes, a retenção dos hidrocarbonetos nas armadilhas estratigráficas ou morfológicas por justaposição, quer nas rochas-reservatório, que preenchem os canais (ou depressões), quer nas rochas-reservatório arenosas dos depósitos de transbordo.

Ver: “ Shale
&
" Cone Submarino de Talude "
&
" Depósito de Transbordo (canal) "

Nesta linha sísmica do Golfo do México, o qual, na classificação das bacias sedimentares de Bally e Snelson (1980) corresponde a uma bacia sedimentar tipo mediterrânico, ou seja, que ele corresponde a uma bacia panónica que sofreu uma ruptura que induziu uma oceanização (alastramento oceânico) e à formação de um mar marginal, os sistemas de deposição de água profunda são predominantes, particularmente os cones submarinos turbidíticos. Os cones submarinos de talude (CST) são, facilmente, identificados pela geometria das estruturas em asas de gaivota de P. Vail. Dentro dos ciclos-sequência, nas partes mais distais da bacia, podem, igualmente, reconhecer-se cones submarinos de bacia (CSB), que nesta linha parecem existir à volta de 3 segundos de profundidade, mas eles não são muito evidentes. A migração e sobreposição vertical dos preenchimentos dos “canais turbidíticos” que, na realidade, são os preenchimentos das depressões (áreas sem depósito) entre os diques marginais naturais turbidíticos, são enfatizadas por horizontes de argilitos de abandono que têm uma forte amplitude sísmica. Neste exemplo, os intervalos turbidíticos têm poucas reflexões associadas, o que, provavelmente, significa que a fácies (litologia e fauna associada) é, relativamente, homogénea e, provavelmente, argilosa. Ao contrário, os horizontes associados com os argilitos de abandono (indicados pelas flechas) são enfatizados por reflectores sísmicos de forte amplitude (provavelmente induzidos por superfícies endurecidas), em particular, os que fossilizam os preenchimentos entre os diques marginais naturais. Os argilitos correspondem quase sempre a argilitos pelágicos (não transportados por correntes de turbidez), cujo tempo de deposição contrasta, fortemente, com o dos depósitos turbidíticos. Enquanto que os intervalos turbidíticos se depositam quase instantaneamente (em tempo geológico), os argilitos de abandono, que, em geral, os separam, têm um tempo de deposição que pode durar centenas, ver mesmo mesmo milhares de anos. Pode-se dizer que: (i) A sedimentação dos intervalos turbidíticos é, principalmente, lateral ; (ii) Os sedimentos são transportados por correntes de turbidez ; (iii) A sedimentação dos argilitos de abandono é vertical ; (iv) As argilas (partículas) tombam, lentamente, através da coluna de água para se depositarem no fundo do mar. De uma maneira geral, na geologia mas, particularmente, na estratigrafia sequencial e sobretudo neste tipo de depósitos, o conceito de completude (“completness” dos geocientistas de língua inglesa) de um intervalo sedimentar é muito importante para bem compreender as taxas de sedimentação. Quando a completude, que é a relação entre o tempo de deposição e o tempo total do intervalo sedimentar correspondente, é 1, o que é muito raro, o intervalo de tempo entre os limite inferior e superior é igual ao tempo efectivo de deposição. Quando a completude de um intervalos sedimentar é 0,5, isto quer dizer, que tempo efectivo de deposição é metade da diferença de tempo entre os limites inferior e superior do intervalo. A completude de uma camada turbidítica é próxima de 1, enquanto que a completude de uma camada pelágica (camada E na terminologia de Bouma), que a cobre, é muito pequena (cerca de 0.1). Uma taxa de sedimentação de um intervalo, calculada sem ter em conta a completude, o que é muito frequente, não tem nenhuma significação geológica e pode ter consequências graves. Sobre este assunto P. M. Sadler* (1981), evidenciou que numa compilação de quase 25000 determinações, as taxas de sedimentação são, extremamente, variáveis, repartindo-se, pelo menos, em 11 ordens de grandeza e que uma grande parte desta variação resulta da compilação de taxas determinadas para diferentes períodos de tempo: (i) Há uma tendência sistemática de diminuição da taxa de sedimentação com o aumento do período de tempo ; (ii) Os gradientes de tais tendências variam com o ambiente de deposição ; (iii) Embora o erro de medida e a compactação contribuam para essas diminuições, elas são, principalmente, a consequência de uma sedimentação descontínua e instável ; (iv) O carácter essencial da instabilidade pode ser cíclico ou aleatório, mas a acumulação efectiva é caracterizada por flutuações cuja magnitude aumenta com o aumento do intervalo de recorrência ou de repetição ; (v) As taxas de acumulação mediana de longo a curto prazo fornecem uma medida da completude esperada das secções estratigráficas sedimentares, na escala de tempo da taxa de curto prazo. A completude esperada deteriora-se à medida que são consideradas escalas de tempo mais finas. Nas partes mais distais da bacia, pode-se, igualmente, reconhecer os cones submarinos de bacia (CBS), que nesta linha não são muito evidentes. A migração e sobreposição vertical dos preenchimentos de canais, que, na realidade, são as depressões (áreas sem depósito) entre os diques marginais naturais, são enfatizadas por horizontes de argila de abandono (forte amplitude). Neste exemplo, os intervalos turbidíticos têm poucas reflexões associadas, o que, provavelmente, significa que a fácies (litologia) é, relativamente, homogénea e argilosa. Ao contrário, os horizontes associados com os argilitos de abandono são realçados por reflectores sísmicos de forte amplitude, em particular, os que fossilizam os preenchimentos entre os diques marginais naturais.

(*) M. Sadler, 1981- Sediment Accumulation Rates and the Completeness of Stratigraphic Sections. The Journal of Geology, Vol. 89, No. 5 (Sep., 1981), pp. 569-584.

Argilito Asfáltico (petrolífero)........................................................................................................................................................................................................Shale oil

Argile asphaltique / Arcilla asfáltica / Argila Asphaltgestein / 油页岩 / Сланцевое масло / Scisto bituminoso /

Rocha sedimentar fina e físsil que contém quantidades significativas de cerogénio (mistura sólida de compostos químicos orgânicos) a partir do qual se pode, eventualmente, extrair hidrocarbonetos líquidos. O termo argilito asfáltico ou betuminoso corresponde, por vezes, a um erro de linguagem, uma vez que a rocha a partir da qual os hidrocarbonetos são extraídos nem sempre é um argilito e os hidrocarbonetos não são, necessariamente, petróleo. Os hidrocarbonetos extraídos requerem um tratamento mais importante do que o petróleo bruto, o que afecta muito a viabilidade económica de tais "argilitos".

Ver: " Asfalto "
&
" Óleo Leve (petróleo) "
&
Argila

Importantes depósitos de argilito asfáltico, que, na realidade, muitas vezes correspondem às areias betuminosas existem nos Estados Unidos, Canadá, Venezuela, Madagáscar, etc. Certos geocientistas avançam  que estes argilitos têm recursos equivalentes a 2,8-3,3 Tb (2,8 a 3,3 x 1012 barris de petróleo). Teoricamente, um argilito asfáltico ou petrolífero é uma rocha rica em matéria orgânica, que pertence ao grupo de combustíveis sapropélicos (do grego "sapros + pelos ", que significa "putrefacção + lama"). Uma argila asfáltica difere de uma rocha impregnada de betume (como, por exemplo, um areia betuminosa), de um um carvão húmico e de uma ardósia carbonizada. Num argilito asfáltico, o cerogénio foi transformado, naturalmente, em petróleo por aumento de temperatura e pressão. Os argilitos asfálticos variam muito em mineralogia, composição química, idade geológica, tipo de cerogénio, história de deposição e organismos associados. Existem várias tentativas de classificação destes argilitos. Uma delas, talvez, a mais utilizada, é baseada na composição mineralógica da rocha : (i) Argilito petrolífero rico em carbonato ; (ii) Argilito petrolífero rico em sílica e (iii) Argilito petrolífero rico em esporos (que certos geocientistas chamam da maneira errada, em nossa opinião, argilitos sapropélicos). Função do ambiente sedimentar, onde a biomassa original se depositou, os argilitos petrolíferos podem ser: (a) Terrestres ; (b) Lacustres e (c) Marinhos. Não esqueça que não há nenhuma palavra em português que traduza, adequadamente, o termo inglês "shale". Alguns geocientistas utilizam mesmo o termo shale e outros argilito para designar uma tal rocha e reservam o termo argila para a partícula sedimentar de diâmetro inferior a 0,1 mm e meta-argilito para o rocha quando ela é anquimetamórfica* (ardósia).

(*) Segundo M. Winge(Glossário Geológico, http://sigep.cprm.gov.br/glossario/index.html) o anquimetamorfismo  é um metamorfismo de grau extremamente fraco com a preservação frequente de estruturas e texturas primárias e com pequenas modificações mineralógicas, ligadas a reacções incipientes de desidratação e recristalizações.

Argilito Compactado...................................................................................................................................................................................................Compacted Clay

Argile compactée / Arcilla compactada / Verdichtete Ton / 压实粘土 / Уплотненная глина / Argilla compattata /

Argilito que perdeu uma grande parte da água intersticial, devido à sobrecarga dos sedimentos sobrejacentes e, por isso, diminuiu de volume ficando mais consistente e denso, quer isto dizer, mais compactado.

Voir: " Argila"
&
" Argilito "
&
" Compactação "

Esta montanha, no Estado de Utah (EUA), é formada sobretudo de argilito compactado, isto é, pela rocha sedimentar detrítica (ou clástica) mais comummente exposta à superfície da terra. A argila (partícula sedimentar) forma-se a partir dos grãos residuais e corroídos de rochas pré-existentes e deposita-se, em camadas, nas áreas de deposição como, por exemplo, vales, lagos ou bacias marinhas. Um argilito torna-se compactado devido a precipitação sobre a superfície dos grãos, por perda da água intersticial, de minerais autigénicos (minerais que se formam durante a sedimentação ou diagénese precoce), que formam um cimento natural. A compactação é um processo geológico no qual um conjunto de sedimentos, perde a sua porosidade (progressivamente), devido ao carregamento (peso dos sedimentos sobrejacentes). A compactação faz parte da litificação*. Quando uma camada de sedimentos se deposita, ao princípio, o espaço entre os grãos está preenchido por água. À medida que mais sedimentos se depositam por cima, o carregamento aumenta os esforços entre as partículas o que tem por resultado a redução da porosidade primária, devido a um empacotamento mais eficiente das partículas, isto é, um aumento da compressão elástica e dissolução de minerais no contacto entre os grãos (como, por exemplo, a formação de estiolitos nos carbonatos). A porosidade inicial (percentagem do volume dos poros em relação ao volume total) dos sedimentos depende da litologia. As rochas argilosas começam por ter porosidades superiores a 60%, enquanto que as rochas arenosa têm, mais ou menos, 40% e os carbonatos, por vezes, mais de 70%. Contudo, com o enterramento, como sugerido pelos poços de pesquiza petrolífera, a porosidade diminui fortemente. Quando existe uma variação lateral significativa da espessura e compactabilidade de um intervalo sedimentar, o peso dos sedimentos sobrejacentes induz variações espaciais da compactação, o que produz no intervalo sobrejacente uma variação da espessura e estrutura, mesmo na ausência de qualquer actividade tectónica, unicamente devido a compactação diferencial do intervalo inferior.

(*) Conjunto de processos geológicos (desidratação, compactação, cimentação, recristalizações, etc.) que convertem os sedimentos ou seja, as partículas ou detritos rochosos, resultantes da erosão, da precipitação química a partir de oceanos, vales ou rios ou biológica, depositados na superfície da Terra em camadas de partículas soltas quando diminui a energia do fluid (água, gelo ou vento) o que o transporta,  em rochas consolidadas.

Argilito Externo (de transbordo).................................................................................................................Distale Overbank Mudstone

Argillite externe (de débordement) / Arcilita externa (de transbordo) / Distale Übersarung Tonstein /远端漫滩泥岩/Дистальный сбросовый сланец /Argilliti esterno (spillover)

Rocha argilosa depositada na parte externa dos diques marginais naturais turbidíticos associados aos cones submarinos de talude (CST), quando as correntes turbidíticas transbordam a anomalia morfológica entre os diques marginais naturais já depositados, onde elas se escoam, a qual, por vezes, corresponde a um canal (quando há erosão).

Ver: " Apron "
&
" Cone ubmarino de Talude "
&
" Corrente Turbidítica "

O termo argilito é, aqui, utilizado para designar uma rocha sedimentar composta de argila e lodo, mais ou menos, laminar, sem fissilidade e, sobretudo, não anquimetamórfica (o anquimetamorfismo é a primeira fase do metamorfismo com recristalização da ilite, por exemplo). Quando um argilito é compactado e adquire uma fissilidade significativa, muitos geocientistas chamam-lhe “shale*”. Assim pode falar-se de argilitos externo de transbordo para designar as rochas argilosas distais do apron de um cone submarino de talude (CST) que terminam por biséis de progradação (com vergência oposta) quer sobre os cones submarinos de bacia (CSB) quer contra a discordância inferior do ciclo-sequência ao qual os cones submarinos pertencem. Na realidade, dentro de um ciclo-sequência, que é um ciclo estratigráfico induzido por um ciclo eustático de 3a ordem**, caracterizado por ter uma duração entre 0,5 My e 3-5 My, os cones submarinos de bacia (CSB) podem estar, completamente, desconectados da base do talude continental e não ser cobertos pelos cones submarinos de talude (CST). Eles podem ser fossilizados pelos segmentos distais das progradações do prisma de nível baixo (PNB) ou mesmo, em casos extremos, pelas progradações distais do prisma de nível alto (PNA). Como ilustrado neste esquema, na maioria dos casos, os argilitos externos de transbordo, assim como os diques marginais naturais turbidíticos, não são contemporâneos, mas mais antigos, do que os sedimentos que preenchem a depressão (ou o canal, quando há erosão), por onde passaram as correntes que em transbordando os depositaram. A fácies (litologia e fauna associada) dos diques marginais naturais é, basicamente, argilosa. O teor de areia é, geralmente, baixo e a espessura dos horizontes arenosos, raramente, atinge um metro, mesmo na parte mais grossa, perto da depressão central. Em casos muito particulares, os horizontes de areia podem ser considerados, como rochas-reservatório secundárias. Todavia, eles podem aumentar, ligeiramente, as reservas de um campo petrolífero, mas, raramente, por si só, formam acumulações, economicamente, viáveis. Quando os níveis de areia dos diques marginais naturais turbidíticos são saturados de petróleo, eles correspondem, na maioria dos casos, a recursos (quantidade de um mineral ou de uma rocha existente, ou por descobrir, que pode, eventualmente, ser um dia extraída, mas que actualmente, por razões económicas ou técnicas, não pode ser extraída) e não a reservas (parte dos recursos de um determinado mineral ou rocha, como petróleo, que pode ser, actualmente, extraída da terra com lucro). As partículas mais finas dos depósitos de transbordo depositam-se mais longe da depressão entre os diques marginais naturais turbidíticos. Esta depressão, que aumenta, gradualmente, à medida que as correntes turbidíticas transbordam pode, mais tarde (quando o nível do mar relativo começa a subir) ser preenchida, em retrogradação, quer por areia (morfologia biconvexa depois da compactação) quer por argila (morfologia convexa / côncava), função da composição das correntes. Quando o preenchimento é de areia, ele forma rochas-reservatório, como é o caso no offshore profundo de Angola e do Golfo do México. Argilitos externos de transbordo, como ilustrado nesta figura, são bem visíveis nos autotraços das linhas sísmicas no offshore do Paquistão (margem divergente tipo Atlântico sobrejacente a bacias de tipo rifte que alongaram o pequeno supercontinente Gondwana antes que este se fracturasse) em associação com os cones submarinos de talude, cuja dimensões são, extremamente, importantes, como ilustrado nesta figura (ver também a figura seguinte). A linha sísmica do autotraço Canvas aqui ilustrado é muito distal (offshore profundo com uma profundidade de água de cerca de 4 segundos t.w.t.). É por isso que não só as bacias de tipo rifte não são visíveis, e que os cones submarinos de talude repousam directamente sob a crusta vulcânica (que elas seja subaérea ou oceânica).

(*) Para a grande maioria dos geocientistas anglo-saxões um “shale” é uma rocha sedimentar clástica, de grão fino, composta de lama, ou seja, de uma mistura de flocos de minerais de argila e minúsculos fragmentos de outros minerais, especialmente quartzo e calcite (a proporção de argila para outros minerais é variável), caracterizado por apresentar rupturas ao longo de lâminas finas, folhas paralelas ou camadas com menos de um centímetro de espessura, denominada fissilidade. Os "mudstones", por outro lado, são semelhantes em composição, mas não mostram a fissilidade.

(**) Um ciclo eustático é uma onda da curva das variações do nível do mar relativo (limitada entre entre dois pontos de inflexão consecutivos), a qual é construída pela combinação da curva das variações do nível do mar absoluto ou eustático e das variações tectónicas (subsidência ou levantamento) que ocorreram durante o mesmo período.

Argilito de Falha...............................................................................................................................................................................................................................................Clay Gouge

Argile de faille / Arcilla de falla / Ton Beitel / 粘土泥 / Сбросовая глина / Argilla sgorbia /

Argilito alóctone que, por vezes, se encontra nas zonas de falha, isto é, entre os blocos falhados, quer nas falhas normais, inversas ou de deslizamento.

Ver: " Bloco Falhado Inferior "
&
" Falha "
&
" Armadilha (petróleo ou gás)"

Numa falha normal (não plana), devido ao movimento relativo dos dois blocos falhados e às mudanças de inclinação do plano de falha, provocadas pelas variações litológicas (compactação diferencial), pode acontecer que um material, mais ou menos, argiloso, seja arrancado do bloco superior e se meta (material alóctone) entre os dois blocos, isto é, na zona de falha. A continuação do movimento relativo dos blocos esmaga esse material, o que facilita a sua alteração e hidratação formando o que se chama, uma argilito de falha. A presença deste tipo de material argiloso entre os blocos falhados pode, por vezes, servir de rocha-de-cobertura (lateral) a uma rocha-reservatório de petróleo do bloco levantado e formar, assim, uma armadilha morfológica por justaposição. Este tipo de armadilha, contrariamente ao que muitos geocientistas pensam não é armadilha estrutural com fecho próprio ou “four way dips” da rocha-reservatório e da rocha-de-cobertura vertical, embora ela tenha uma componente estrutural (a inclinação das camadas). Mesmo quando não há argilito de falha, as armadilhas morfológicas por justaposição são possíveis quando uma rocha com maior pressão de deslocamento do bloco falhado inferior (ou descendente) é colocada em justaposição a uma rocha-reservatório do bloco falhado superior. Nas margens continentais divergentes, como, por exemplo, no offshore de Angola ou do Golfo do México, este tipo de armadilha é não só muito frequente, mas, relativamente, fácil de detectar nos níveis superiores das linhas sísmicas (acima do ponto de inversão areia / argila), uma vez que anomalias de amplitude e “flatspots” *, isto é, indicadores indirectos da presença de hidrocarbonetos lhes são, muitas vezes, associados. As chamadas estruturas em “asas de avião” de certos geocientistas americanos, não são outra coisa que reflectores sísmicos diacrónicos (sem valor cronostratigráfico) ou “flatspots” induzidos pelas interfaces entre petróleo/ água ou gás / água das armadilhas morfológicas por justaposição. Não esqueça que este tipo de reflectores diacrónicos ocorre, unicamente, nos intervalos sedimentares, relativamente, pouco enterrados, uma vez que a porosidade da rocha-reservatório tem que ser elevada e a impedância maior do que a dos intervalos argilosos adjacentes.

(*) Na sísmica de reflexão, um "flatspot" é uma anomalia de um atributo sísmico que aparece como um reflector horizontal que corta as linhas cronostratigráficas e que pode sugerir a presença de hidrocarbonetos. É por isso que muitos geocientistas o consideram como um um indicador directo de hidrocarbonetos. Teoricamente,  um "flatspot" resulta do aumento da impedância acústica quando uma parte  de uma rocha-reservatório com gás, o que diminui a impedância acústica, supera a parte da rocha-reservatório com petróleo com maior impedância acústica.

Argilito Negro..........................................................................................................................................................................................................................................................Black Shale

Argile noire / Arcilla negra / Schwarzen Schiefern /黑色页岩 /Чёрная глина / Scisto Nero /

Argilito carbonáceo (carbonoso), às vezes carbonatado, finamente estratificado (físsil), de cor preta, rica em matéria orgânica (5% ou mais de carbono) e sulfuretos (especialmente sulfureto de ferro, normalmente, pirite), com concentrações anormais de determinados oligoelementos (urânio, vanádio, cobre, níquel, etc.) que se deposita em ambientes anóxicas e redutores. Sinónimo de Biopelito.

Ver: " Asfalto "
&
" Petróleo "
&
Argila

Alguns geocientistas chamam os argilitos pretos biopelitos. Nos argilitos negros, os fósseis (principalmente planctónicos e nectónicos) são, geralmente, conservados sob a forma de filmes carbonatados, grafite ou mesmo por pirite de substituição. Os argilitos negros são muito comuns nos estratos do Mesozóico e Paleozóico e elas são muito boas rochas-mãe do petróleo, quando enterrados suficientemente para que seu material orgânico possa alcançar a janela do petróleo. Na norte da África e na Arábia, os "hot shales" do Silúrico são argilitos negros e, certamente, as principais responsáveis do petróleo, como é o caso na Líbia, em particular, na bacia de Murzuq. Estes argilitos negros do Silúrico depositaram-se de uma maneira muito especial. Eles fossilizam a topografia glaciar criada pela grande glaciação que ocorreu durante o Ordovícico. Esta topografia corresponde a uma série de vales glaciários, mais ou menos importantes, orientados Norte-Sul. Quando o nível do mar absoluto começou a subir, durante o degelo do Silúrico Inicial (transgressão do Silúrico), o mar invadiu, do Norte para o Sul, os vales glaciários do Ordovícico criando ambientes anóxicos e redutores muito favoráveis ​​para a criação e a preservação da matéria orgânica. Foi durante esta fase inicial de ingressão marinha, que se depositaram os argilitos negros ou "Hot Shales", como eles são conhecidos na região e que formam a base da formação Tanezzuft (Llandoveriano entre 428-438 Ma). Estes argilitos negros são ilustradas nesta foto. Os argilitos negros, que são a principal rocha-mãe na bacia geográfica de Murzuq, não se depositaram em toda a bacia sedimentar, mas apenas na parte inferior do preenchimento dos vales glaciários do Ordovícico. Eles são cobertos por sedimentos retrogradantes (sedimentos transgressivos como dizem certos geocientistas) que cobrem toda a bacia sedimentar que, gradualmente, passam a siltitos e areias regressivas do Silúrico Médio a Tardio (formação Akakus). Note que m geologia o termo bacia sedimentar designa, de maneira geral, uma depressão da superfície terrestre formada por abatimentos da litosfera, na qual se depositam ou se depositaram sedimentos. Todavia, actualmente,  o termo bacia sedimentar ou simplesmente bacia podem ter várias significações. É por isso que nós aconselhamos de especificar sempre em que sentido tais termos são utilizados. Por exemplo, eles podem ter unicamente um valor geográfico (conjunto de rochas sedimentares de diferentes idades que se depositaram num determinada região geográfica), como quando se diz Bacia de Paris (França), que não corresponde a nenhuma bacia sedimentar ou a Bacia do Neuquén (Argentina), que corresponde a uma sobreposição de bacias sedimentares. Da mesma maneira, uma bacia de tipo rifte, de antepaís ou uma bacia interna ao arco, designa um tipo de bacia sedimentar particular de uma determinada classificação. Neste glossário, por exemplo, entre as diferentes classificações das bacias sedimentares nós adoptamos a classificação das bacias sedimentares proposta por A. Bally e Snelson (1980), que é baseada  na origem da subsidência que criou a maior parte do espaço disponível para o sedimentos (a outra parte é criadas pela eustasia). Na estratigrafia sequencial, dentro de um ciclo-sequência, que não é outra coisa que que o preenchimento de uma bacia sedimentar durante com um ciclo eustático de 3a ordem (duração entre 0,5 e 3-5My), o termo bacia é, em geral, utilizado para exprimir a área  onde a lâmina de água é mais importante.

Argumento do Periélio...........................................................................................................................................................Argument of Perihelion

Argument du périhélie / Argumento de perihelio / Argument des Perihels / 论据近日点 / Аргумент перигелия / Argomento del perielio /

Ângulo entre o nó ascendente (Ω) e o periélio da órbita. O valor associado é a longitude do periélio, π, embora a distinção entre estes dois valores não seja muito clara. A longitude do periélio, é definido como : π = ω + Ω.

Ver : " Periélio"
&
"Afélio"
&
"Órbita"

O argumento do periélio é o ângulo entre o nodo ascendente (nodo, ou seja, um dos dois pontos onde a órbita cruza o plano de referência, em que o corpo menor em órbita passa do hemisfério sul para o norte) e o periélio de uma órbita à volta do Sol, medido no plano da órbita e na direcção do movimento orbital. O argumento do periélio caracteriza a direcção do eixo maior da órbita à volta do Sol e é um dos elementos principais das órbitas. Os outros elementos são: a) Longitude do nodo ascendente (Ω) ; b) Inclinação ; c) Argumento do periélio (ω) ; d) Semieixo maior (a) ; e) Excentricidade (e) e f) O número que dá a posição do planeta na órbita a um determinado momento. Isto pode ser o tempo de passagem do periélio, T (ou τ), a longitude da época, L, ou a anomalia média da época, M. Para um cometa, por exemplo, com uma órbita muito excêntrica, o semieixo é, normalmente, substituído pela distância do periélio (q). A orientação de uma órbita elíptica pode ser caracterizada por três elementos orbitais: (i) Inclinação; (ii) Nó ascendente e (iii) Argumento do periélio. Admitindo que um determinado corpo celeste tem uma órbita elíptica com uma certa excentricidade (e) e um certo semieixo maior (a), o periélio é o ponto mais próximo entre o corpo celeste que orbita (por exemplo, um planeta) e o foco ocupado. O Sol está localizado num foco da órbita dos planetas solares, enquanto que o outro foco está livre. Se rodarmos a órbita à volta do foco ocupado, o eixo de rotação é o argumento do periélio (ω), como esquematizado nesta figura. Para as órbitas elípticas à volta de outros corpos celestes, o argumento do periélio pode ser substituído pelo: (i) Argumento do periastro (órbitas à volta das estrelas) ; (ii) Argumento do perigeu (órbitas à volta da Terra) ou (iii) Argumento de periapside (órbitas à volta de qualquer outra coisa). No esquema da esquerda, está ilustrado uma órbita elíptica com um semieixo maior (a) e um semieixo menor (b) e um foco (estrela). A figura superior direita ilustra uma órbita vista de cima do eixo Z, que rodou de um certo ângulo que sublinha o argumento do periélio à volta do eixo Z. No esquema inferior direito, a mesma órbita é observada ao longo do eixo Y.

Armadilha (petróleo ou gás)...............................................................................................................................................................................................................................................Trap

Piège / Trampa (petróleo o gas) / Trap / 圈闭 (石油,天然气公司) / Ловушка (нефть, газ) / Trappola (olio e gas) /

Qualquer barreira (estrutural, estratigráfica, morfológica ou por justaposição) que impede o movimento para a superfície terrestre dos hidrocarbonetos gerados, em profundidade, por uma rocha rica em matéria orgânica (rocha-mãe). Para que haja uma armadilha é necessário uma: (i) Rocha-Reservatório (rocha com um certa porosidade, na qual os hidrocarbonetos possam ser armazenados) ; (ii) Rocha-de-Cobertura (rocha impermeável que impede a migração dos hidrocarbonetos, quer vertical, quer lateralmente) e (iii) Rocha-Mãe (rocha rica em matéria orgânica que foi suficientemente enterrada para que a matéria orgânica atinja a maturação).

Ver : « Rocha Reservatório »
&
« Rocha de Cobertura »
&
« Rocha Mãe »

Além das armadilhas estruturais, as quais são caracterizadas por uma rocha-reservatório com um fecho próprio (em todas as direcções, como uma estrutura anticlinal) e paralelo ao fecho da rocha-de-cobertura (vertical)*, é importante distinguir as armadilhas não-estruturais. Neste tipo de armadilha, como a carta estrutural do topo da rocha-reservatório não semelhante a carta estrutural do topo da rocha-de-cobertura, a definição da armadilha implica necessariamente a cartografia estrutural da rochas-de-cobertura, o que muitas vezes é esquecido pelos geocientistas encarregados da pesquiza petrolífera. É por isso que a classificação rigorosa do tipo de armadilha é imperativa. As armadilhas não-Estruturais podem ser: (i) Estratigráficas ; (ii) Por Discordância ; (iii) Morfológicas e (iv) Morfológicas por Justaposição. As armadilhas estratigráficas estão associadas às variações litológicas durante a deposição, enquanto que armadilhas por discordância estão associadas à superfície de erosão (discordância) induzida por uma descida significativa do nível do mar relativo, que pôs o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia. As armadilhas morfológicas são criadas pelas anomalias sedimentares, como, por exemplo, os recifes e cones submarinos de bacia e de talude. Nas armadilhas não-estruturais e, particularmente, nas armadilhas morfológicas por justaposição, o fecho da rocha-reservatório não é paralelo ao fecho da rocha-de-cobertura, o que quer dizer, que a geometria do topo da rocha-reservatório não for criada por um encurtamento das rochas (regime tectónico compressivo). As armadilhas morfológicas por justaposição são criadas por movimentos tectónicos, em geral, extensivos, que põem em justaposição a rocha-reservatório e a rocha-de-cobertura (lateral). Contrariamente a uma ideia muito aceite, não há armadilhas contra falha (que certos geocientistas consideram mesmo como armadilhas estruturais). Embora elas tenham uma componente estrutural, criada pelo movimento diferencial dos blocos falhados, uma falha (normal ou inversa) nunca fecha uma rocha-reservatório. O que fecha uma rocha-reservatório é a rocha-de-cobertura (lateral) que está justaposta à rocha-reservatório, do outro lado da falha ou, mais raramente, a argila de falha quando presente entre os blocos falhados.

(*) Isto quer dizer que a carta estrutural, feita ao topo da rocha-reservatório e a carta estrutural, feita ao topo da rocha-de-cobertura são, mais ou menos, equivalentes. Nesta condições, um poço de pesquiza vertical localizado do ápice da estrutura atravessa numa posição, mais ou menos, ideal todos os intervalos sedimentares considerados como uma rocha-reservatório potencial (salvo quando o plano axial da estrutura é muito inclinado). Por outro lado, a ou as rochas-de-cobertura funcionam não só como cobertura vertical, mas igualmente, como cobertura horizontal.

Arqueociatídeo (fóssil)...................................................................................................................................Archaeocyatha, Archaeocyathid

Archaeocyatha / Arqueociatídeo / Archaeocyatha / 古杯动物门 / Археоциаты / Archeociatide /

Organismo marinho séssil (não se pode deslocar uma vez que está, directamente, ligado ao substrato rochoso pela base) dos mares tropicais e subtropicais que viveu durante o início período Câmbrico.

Ver: " Fóssil "
&
" Câmbrico "
&
" Paleontologia "

Os arqueociatídeos eram organismos marinhos fixos construtores de recifes que viveram, principalmente, durante o Câmbrico Inicial, isto é, à cerca de 500-600 milhões de anos atrás. Durante o Câmbrico Inicial, os arqueociatídeos permitiram a construção de enormes estruturas montículares, chamadas bioermas, a partir da acumulação dos seus esqueletos. Todavia, há cerca de 520 milhões de anos atrás, eles entraram em declínio e, pouco a pouco, as esponjas e algas substituíram-os como construtores de recifes. Finalmente, a maior parte das espécies de arqueociatídeos extinguiram-se antes do Ordovícico, o que quer dizer que eles são, unicamente, conhecidos pelos seus fósseis. Morfologicamente, os arqueociatídeos fazem lembrar corais, mais ou menos, ocos. Cada um deles possuía um esqueleto de calcite com uma forma cónica ou em vaso, semelhante ao de certas esponjas actuais. A estrutura do esqueleto assemelhava-se a cones de gelado perfurados. O esqueleto era constituído por uma única parede porosa ou mais, frequentemente, por duas paredes concêntricas porosas, isto é, por uma parede interna e externa separadas por um espaço. Dentro da parede interna existia uma cavidade, mais ou menos, vazia (como a do interior de um cone de gelado vazio). Na base, os arqueociatídeos estavam fixados ao substrato rochoso (calcário ou arenito) por uma espécie de um grampo. Os arqueociatídeos habitavam mares pouco profundos localizados perto do continente ou mares epicontinentais ricos em nutrientes. A sua grande distribuição, uma vez que eles se encontram, praticamente, em todas as partes do mundo e a diversidade das espécies, pode, em grande parte, ser explicada pelo facto, que como muitas esponjas*, eles tinham uma fase larvar planctónica (que derivam com as correntes). Apesar de terem uma história filogenética incerta e terem sido interpretados de maneiras muito diferentes, actualmente, há um certo consenso para os considerar como uma variedade de esponjas. Embora muitos geocientistas, os tenham incluído no filo extinto Archaeocyatha. Experiências recentes sugerem que a morfologia dos arqueociatídeos lhes permita utilizar importantes gradientes de escoamento de água através do esqueleto, como o fazem actualmente certas esponjas.

(*) As esponja são poríferos que formam um filo do reino Animalia, subreino Parazoa. As esponjas são organismos muito simples, que podem viver em água doce ou salgada, sésseis e que se alimentam por filtração. A água é bombeada a através das paredes do corpo e as partículas alimentares retidas nas células.


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Última actualização: Fevereiro, 2018