Eclíptica...........................................................................................................................................................................................................................................................Ecliptic
Eclíptica / Eclíptica / Ekliptik / 黄道 / Эклиптика / Eclittica /Aparente trajectória que o Sol traça no céu durante um ano, o qual aparentemente se desloca para Este numa superfície esférica imaginária (esfera celeste), relativamente a quase todas as estrelas fixas.
Ver: « Sol »
&
« Ciclo de Milankovitch »
&
« Teoria Astronómica dos Paleoclimas »
Do ponto de vista geocêntrico, a eclíptica é o grande círculo na esfera celeste, que representa a trajectória anual do Sol, visto da Terra. Do ponto de vista heliocêntrico, a eclíptica é a intersecção da esfera celeste com o plano da eclíptica, que é o plano geométrico que contém a órbita da Terra em torno do Sol. A maior parte dos planetas do sistema solar têm uma órbita que é um pouco inclinada em relação ao plano da eclíptica. O zodíaco (região do céu à volta da eclíptica, dividida em treze constelações, que corresponde aos doze signos, onde, vistos da Terra, o Sol, a Lua e os planetas do sistema solar se deslocam) fica junto ao plano da eclíptica. O plano da eclíptica é inclinado em relação ao equador celeste de um ângulo chamado inclinação da eclíptica, o qual é cerca de 23° 27' . Este ângulo sublinha a inclinação do eixo de rotação da Terra* em relação à perpendicular ao plano de sua órbita. A inclinação da eclíptica corresponde à posição da Terra sobre a sua órbita no equinócio da primavera. Ela é o ponto de partida da medidas angulares da eclíptica. Quanto ao plano orbital da Lua, ele é inclinado cerca de 5° em relação à eclíptica. Uma vez que há cerca de 365,24 dias em um ano e 360 graus em um círculo, o Sol parece deslocar-se ao longo da eclíptica, a uma velocidade de, mais ou menos, 1° por dia. Este movimento de Oeste para Este é contrário ao movimento aparente de Este a Oeste da esfera celeste. A eclíptica e o equador celeste intersectam-se em dois pontos, directamente vis-à-vis um do outro. Os equinócios são os momentos em que o Sol está nestes pontos, o que quer dizer do ponto de vista heliocêntrico, que a Terra está situada sobre um desses pontos de sua órbita. Em tais ocasiões, o dia e a noite, duram cada um cerca de 12 horas, em todos os lugares da Terra. Uma dessas intersecções é chamada o ponto vernal, que corresponde à posição da Terra na sua órbita a quando do equinócio da primavera. Ele é o ponto (ponto de Áries que é oposto ao Ponto de Libra) de partida para os pontos de medição angular da eclíptica. O ponto sobre a eclíptica, que é o mais ao norte do equador celeste é chamado solstício de verão no hemisfério norte e solstício de inverno no hemisfério sul. Estes nomes são invertidos quando o Sol está mais ao sul do equador celeste.
(*) Segundo a grande maioria dos geocientistas, a inclinação do eixo de rotação da Terra é o resultado de uma colisão entre a Terra e um asteróide no início da formação dos planetas.
Ecologia...........................................................................................................................................................................................................................................................Ecology
Écologie / Ecología / Ökologie / 生态 / экология / Ecologia /Ciência que estuda a relação dos seres vivos entre si e com o meio ambiente.
Ver: « Parálica »
Ecozona.........................................................................................................................................................................................................................................................Ecozone
Écozone / Ecozona / Ökozone / 生物地理分布区 / Экозона / Ecozona /
Domínio biogeográfico da superfície da Terra baseado nos padrões da distribuição histórica e evolutiva das plantas e animais terrestres.
Ver: «Animal (reino) »
&
« Paleontologia »
&
« Biostratigrafia »
A superfície da Terra é dividida em oito ecozonas principais, as quais, muitas vezes são chamadas sub-regiões : (i) Afrotropical com 22,1 milhões de km2 a qual pode ser subdividida em África subsahariana e Madagascar ; (ii) Antárctica com 0,3 milhões de km2; (iii) Australasiana com 7,7 milhões de km2; (iv) Indomalaia com 7,5 milhões de km2; (v) Paleoárctica com 54,1 milhões de km2; (vi) Neoárctica com 22,9 milhões de km2; (vii) Neotrópica com milhões de km2; (viii) Oceânica 1,0 milhões de km2. As ecozonas Paleoárctica e Neoárctica formam para certos geocientistas a ecozona Holoárctica. Estas ecozonas caracterizam-se pela história evolutiva das plantas e animais que elas contêm. Como tais, elas são diferentes dos biomas (áreas bioclimáticas ou áreas bióticas, que correspondem a determinada parte do planeta que compartilha clima, vegetação e fauna) também conhecidos como os principais tipos de habitat (espaço que reúne as condições adequadas para que uma espécie possa residir e reproduzir-se, perpetuando assim a sua presença), que são divisões da superfície da Terra feitas na base da forma de vida, ou na adaptação das plantas e os animais às condições climáticas, solo, e outras condições. Com ilustrado nesta figura que representa os biomas terrestres do Canadá, cada ecozona pode incluir um número de diferentes biomas. Um bosque tropical húmido da América central, por exemplo, pode ser semelhante a um bioma da Nova Guiné na sua estrutura e tipo de vegetação, clima, solos, etc., mas os dois bosques são habitados por plantas e animais com diferentes histórias evolutivas. As ecozonas são, normalmente, utilizadas em zoogeografia, uma vez que elas são adaptadas para compreender a distribuição da fauna actual dos mamíferos. Contudo, elas são menos relevantes em outras disciplinas biogeográficas. Para as aves (espécies migratórias), a Paleoárctica está separada em duas partes ao nível dos Montes Urais e do Mar Cáspio. A ecozona Paleoárctica Ocidental, onde a migração das aves se faz em direcção do sul até à ecozona Afrotropical e a Paleoárctica Oriental onde a migração se efectua em direcção do sul para as ecozonas Indomalaia e Australasiana. Como ilustrado nesta figura, as ecozonas terrestres do Canada são: (i) Cordilheira Árctica ; (ii) Árctico Norte ; (iii) Árctico Sul ; (iv) Cordilheira Taiga ; (v) Cordilheira Boreal ; (vi) Planícies de Taiga ; (vii) Escudo de Taiga ; (viii) Planícies Boreais ; (ix) Planícies de Hudson ; (x) Escudo Boreal ; (xi) Atlântico Marítimo ; (xii) Planície de Bosques Mistos ; (xiii) Pradarias ; (xiv) Cordilheira Montante e (xv) Pacífico Marítimo.
Edifício Carbonatado..........................................................................................................................................................Carbonate buildup
Accumulation carbonatée / Acumulación de carbonato / Carbonate Aufbau deltaischen Gebäude / 碳酸盐的沉积 / карбонат наращивание / Accumulo di Carbonate/Termo não genético para qualquer corpo carbonatado que: (i) Se diferencia dos equivalentes laterais e sedimentos sobrejacentes ; (ii) É mais espesso do que os equivalentes laterais e (iii) É morfologicamente mais alto do que os sedimentos, mesmo durante a sedimentação.
Ver: "Acumulação carbonatada "
Edifício Deltaico............................................................................................................................................................................................Deltaic building
Edifice deltaïque / Aedificio deltáicoo / deltaischen Gebäude / 三角洲建设 / дельтовая здание/ Edificio deltizio /Da mesma maneira, que um arranha-céu (edifício deltaico) é uma sobreposição de andares (deltas) de, mais ou menos, 2,4 m de altura, um edifício deltaico é a sobreposição progradante de um grande número de deltas de espessura média entre 30-60 m. Confundir um edifício deltaico com um delta corresponde a confundir um talude continental com um prodelta, embora, por vezes, um talude deltaico possa existir na parte superior de um talude continental.
Ver: "Delta Digitado "
Efeito de Bernouilli........................................................................................................................................................................Bernoulli Effect
Effet de Bernoulli / Efecto Bernoulli / Bernoulli-Effekt / 伯努利的效果 / Эффект Бернулли / Effetto di Bernoulli /
Mais depressa um fluído se escoa menor é a sua pressão. O efeito de Bernoulli é o que permite que as aves e os aviões voem. As asas, quer elas sejam naturais ou artificiais têm geometrias muito semelhantes. É a forma das asas que cria uma importante diferença de escoamento do ar ao longo das superfícies superior e inferior, a qual produz um levantamento.
Ver: « Fluxo (escoamento) »
&
« Fluxo laminar »
&
« Fluxo ou Escoamento Turbidítico »
Como ilustrado nesta figura, a ideia básica do efeito de Bernoulli, sobre as asas de um avião, é a seguinte: (i) A corrente de ar divide-se em duas partes quando ela encontra os bordos frontais das asas ; (ii) Uma vai para cima da superfície superior e outra para a baixo da superfície inferior de cada asa. Para que as correntes se encontrem, ao mesmo tempo, no fim dos bordos distais oposto das asas, a corrente de ar superior têm que se deslocar mais rapidamente do que a corrente inferior, uma vez que a distância a percorrer é maior. Combinando as leis do movimento de Newton e a lei de conservação energia, D. Bernoulli mostrou que a pressão exercida por um fluído, o qual pode ser um líquido ou um gás, diminui à medida que a velocidade do fluído aumenta. Devido a este efeito, a pressão vertical para cima, das correntes de ar que se deslocam sob as asas de um avião, é maior do que a pressão vertical para baixo, exercida pelas correntes de ar que se deslocam por cima das asas. Isto quer dizer, que desde que um avião ganha velocidade, a diferença de pressão exercida pela correntes de ar sobre as asas do avião aumenta, o que cria uma força vertical para cima (força de descolamento). Quando a diferença das pressões é suficientemente grande, a força de descolamento torna-se maior do que a força da gravidade (vertical para baixo), o que obriga o avião a descolar. É a força de levantamento que conserva o avião no ar durante todo o voo. Quando um avião descola num aeroporto, ele descola em diferentes direcções em diferentes dias. Ele faz o mesmo quando aterra. A direcção da descolagem depende da direcção do vento. O avião descola mais, facilmente, contra o vento do que na direcção do vento. É também o efeito de Bernoulli que aumenta as chamas de um fogão de sala, em direcção da chaminé, quando uma rajada de vento passa sobre o topo da chaminé, uma vez que a velocidade do vento sobre a chaminé diminui a pressão do ar o facilita o movimento vertical das chamas.
Efeito de Coriolis................................................................................................................................................................................................Coriolis Effect
Effet de Coriolis / Efecto de Coriolis / Corioliskraft / 科里奥利力 / Эффект Кориолиса / Forza di Coriolis /
Efeito resultante de uma aplicação inadequada da aceleração de Coriolis (aceleração necessária para que um objecto siga a sua trajectória quando em movimento, em relação, a um quadro de referência em rotação). Todos os corpos que se deslocam à superfície da Terra são, aparentemente, desviados para a direita, no hemisfério Norte, e para a esquerda no hemisfério Sul.
Ver: « Movimento de Ekman »
&
« Espiral de Ekman»
&
« Corrente de Benguela »
Para bem compreender o efeito de Coriolis não devemos esquecer que (http://www.geografia.fflch.usp.br/ graduacao/apoio/Apoio/Apoio_Elisa/flg0355/filespdf/For%C3%A7a_de_Coriolis.pdf) : (i) Todos os pontos da Terra têm a mesma velocidade angular e que força de Coriolis actua sobre todos os corpos ; (ii) Um ponto próximo do equador gira mais depressa que um ponto próximo do pólo Norte ; (iii) Os objectos pousados no chão, como, por exemplo, uma casa, giram com a mesma velocidade que o chão ; (iv) A força de Coriolis não tem nenhum efeito sobre os objectos fixos no chão ; (v) A velocidade onde está uma pessoa e a velocidade do ponto para onde ela vai são muito próximas para que ela sinta qualquer diferença ; (vi) Se a velocidade, em relação ao sistema rotacional (Terra), é zero, a força de Coriolis é zero ; (vii) Se um objecto se desloca para Sul ou para Norte e não está, firmemente, ligado ao chão, ele mantém a sua velocidade inicial para Este (oriente) enquanto se move ; (viii) Se o objecto viaja para Este, ele continua a mover-se para Este com a mesma velocidade até que seja exercida uma força que mude a sua velocidade ; (ix) Os objectos lançados do equador para o Norte mantém a componente de Este da velocidade da mesma forma que os objectos parados sobre o Equador ; (x) Quando um objecto se distancia o suficiente do equador, ele não se move mais para Este com a mesma velocidade que o chão sob ele ; (xi) Se uma pessoa parada lançar uma bola para Este, a bola move-se em linha recta (gravidade omitida) ; (xi) Se a pessoa se move para uma nova posição, a definição de Este para ela mudou e a bola não não se desloca mais na direcção Este-Oeste, ela parece ter-se desviado para fora ; (xii) Como a pessoa não sente a rotação da Terra, a conclusão natural é que uma força misteriosa tirou a bola da sua trajectória fazendo com que ela se se afaste do eixo de rotação. Assim, e da mesma maneira, quando uma pequena massa de ar começa a deslocar-se sob o efeito das forças de pressão, a força de Coriolis entra em jogo e desvia a sua trajectória para a direita se o movimento ocorre no hemisfério Norte e para a esquerda se ele se passa no hemisfério Sul. Este desvio continuará até que a força de Coriolis equilibre a força criada pelas diferenças de pressão. Neste caso, o vento seguirá as curvas de pressão igual e a circulação é geostrófica. Da mesma maneira (http://cursos.unisanta.br/oceanografia/correntes_marinhas.htm), como os ventos tendem a deslocar-se, mais ou menos, circularmente devido ao efeito de Coriolis, que deflecte seu movimento original, ao soprarem na superfície oceânica ocasionam um acumulo de água na porção central dos grandes cinturões de vento em latitudes médias de cada hemisfério. Esse fenómeno ocorre devido a espiral de Ekman*, que demonstra que o fluxo médio resultante da água tem uma direcção perpendicular à do vento. Esta convergência de água para uma certa região, tem duas consequências: (i) Elevação do nível da água originando uma colina de água e (ii) espessamento da camada superficial. As colinas de água, características de regiões de convergência de águas superficiais, são pequenas, e, raramente, ultrapassam 2 metros. Todavia, a resposta da água para esta topografia oceânica é como acontece em terra, ou seja, correndo colina abaixo por causa da força da gravidade. Todavia, esse movimento não ocorre em linha recta, mas é deflectido pelo efeito de Coriolis, para a direita no hemisfério Norte e para esquerda no hemisfério Sul. O movimento de água, resultante do balanço entre a força da gravidade e a deflexão causada pelo efeito de Coriolis, chama-se, também, corrente geostrófica e é um dos principais componentes que contribuem para a formação das grandes correntes superficiais oceânicas. Este bloco diagrama ilustra a formação de vales submarinos pelas correntes ascendentes desviadas para esquerda pela força de Coriolis. As correntes de fundo são criadas por um gradiente de pressão produzido pelas correntes de superfície desviadas pelo movimento de Ekman. As correntes de superfície, criadas pelo vento, manifestam-se em profundidade, mas a velocidade e a direcção mudam devido ao efeito de Coriolis. A espiral de Ekman a configuração do movimento da corrente em profundidade. O transporte de Ekman é ao movimento da corrente produzido pelo vento. O movimento da água na espiral de Ekman tem uma deflexão de Coriolis a 90° da direcção do vento.
(*) Pode-se considerar uma certa massa de água como um conjunto de camadas ou lâminas. A camada superior impulsionada pelo vento, carrega as camadas imediatamente inferiores. Em cada uma destas camadas, a velocidade vai progressivamente diminuindo pela fricção entre as moléculas de água e, devido ao efeito de Coriolis, vai também alterando a sua direcção (direita no hemisfério Norte e esquerda no hemisfério Sul). Esta alteração na direcção da corrente chega inclusive, em determinada profundidade, a inverter o sentido da superfície. As correntes superficiais movem-se a cerca de 2% da velocidade do vento que as originam. Tal fenómeno é chamado de espiral de Eckman e persiste até que a fricção não tenha mais força para impulsionar qualquer camada, geralmente não tenha ultrapassado algumas dezenas de metros de profundidade. A grande importância deste fenómeno reside no facto de o fluxo médio resultante ter uma direcção perpendicular à do vento.
Efeito de Estufa* Natural............................................................................................................Natural Greenhouse Effect
Effect de serre naturel / Efecto invernadero natural / Natürlichen Treibhauseffekt / 自然的温室效应 / Природный парниковый эффект / Effetto serra naturale /
Aquecimento da superfície terrestre produzido pelo retorno dos raios infravermelhos. A atmosfera, que é composta, principalmente, por azoto e oxigénio, é transparente aos raios solares. A maior parte das radiações solares, que não são reflectidas pelas nuvens, atingem directamente a superfície da Terra, o que provoca o seu aquecimento e, subsequentemente, a emissão de raios infravermelhos. O oxigénio e azoto também são transparentes aos raios infravermelhos emitidos pela Terra, mas a atmosfera contém traços de outros gases que não são transparentes a estes raios. Esses gases, conhecidos como gases de efeito de estufa, absorvem as radiações infravermelhas emitidas pela Terra e irradiam-nas não só para o espaço mas também em direcção da Terra aquecendo-a uma temperatura mais alta do que a que ela teria se não houvesse gases de efeito de estufa.
Ver: « Efeito de Estufa Não-Natural »
&
« Aquecimento Global »
&
« Teoria Astronómica dos Paleoclimas »
A Terra que recebe radiações solares funciona como um corpo preto**, ou seja, como um objeto que absorve toda a luz que ele recebe. Nenhuma radiação eletromagnética passa através de um corpo negro e nenhuma é refletida. Como nenhuma luz é refletida ou transmitida, o objeto aparece preto quando está frio. Todavia, quando a Terra recebe as radiações do sol, ela aquece e transforma-se numa fonte ideal de radiação térmica. Assumindo que o espaço, atmosfera e a Terra são três sistemas independentes, cada um deles deve estar equilíbrio. Cada sistema deve ganhar e perder energia à mesma velocidade. Um tal equilíbrio não só é automático, mas regula-se por si mesmo. Se a atmosfera ou a Terra, a um certo momento, se desestabilizam, cada um deles vai aquecer-se ou arrefecer até que o equilíbrio se restabeleça de novo. Cada metro quadrado da superfície exterior da atmosfera recebe, por ano, cerca de 343 watts de energia solar, da qual, aproximadamente, 17% é reflectida pelas nuvens, 6% pela Terra e 8% pelo ar. A parte restante é transformada em radiações infravermelhas e devolvida pela Terra para a atmosfera e para o espaço. Uma grande maioria dos geocientistas independentes (aqueles que recusam salários para dizer o que os patrões querem que eles digam) não acredita no conceito de efeito de estufa, que para eles é baseado num a falsa analogia***. Eles pensam que o fenómeno físico, que se passa, quer numa estufa quer na Terra é a convecção. Outros, como Svensmark (2004), pensam que o efeito de estufa tem uma certa importância, mas aqueles que têm a certeza de que o aumento de temperatura é devido ao CO2 ("Alarmistas") nunca apresentam nenhuma justificação científica, mas unicamente simples suposições. Parece que é o aumento da temperatura que aumenta o teor de CO2 e não o contrário.
(*) A expressão "efeito de estufa", embora consagrada não é de maneira nenhuma correcta. Numa estufa, a condução térmica das paredes e o confinamento do ar aumentam a temperatura, mesmo quando o vidro é substituído por uma material transparente às radiações visíveis e às radiações infravermelhas (como é o caso da halite). A atmosfera não tem nada a ver com uma estufa, uma vez que o ar não está confinado e pode esfriar-se graça aos fenómenos de convexão. Todavia, a atmosfera produz um aquecimento radiactivo uma vez que certos gases (vapor de água, metano, CO2, etc.) que compõem a atmosfera absorvem as radiações infravermelhas. É por isso que certos geocientistas preferem falar de "efeito de estufa radiactivo" para bem sublinhar que unicamente os fenómenos radiactivos são tomados em linha de conta (A. Foucault, 2016- Climatologie et Paléoclimatologie, Dunod, ISBN 978-2-10-75460-1).
(**) Se um corpo preto perfeito, a uma determinada temperatura, é cercado por outros objetos em equilíbrio térmico, ele, em média, emitirá, em cada comprimento de onda, exatamente o que absorve. Um corpo preto à temperatura T emite exactamente os mesmos comprimentos de onda e intensidades, que estarão presentes num ambiente em equilíbrio à temperatura T e que seria absorvido pelo corpo. Uma vez que a radiação, num ambiente desse tipo, tem um espectro que depende apenas da temperatura, pode dizer-se que a temperatura do objecto está directamente relacionada aos comprimentos de onda da luz que ele emite. À temperatura ambiente, os corpos negros emitem luz infravermelha, mas à medida que a temperatura aumenta, eles começam a emitir em comprimentos de onda visíveis, de vermelho, de laranja, amarelo e branco antes de terminar em azul, além do qual a emissão inclui quantidades crescentes de ultravioleta. É importante lembrar que a lei de Stefan-Boltzmann (ou a lei de Stefan) afirma que a energia total irradiada por unidade de superfície de um corpo preto, em unidade de tempo (irradiância de corpo negro, densidade de fluxo de energia, fluxo radiante ou poder emissor), é diretamente proporcional à quarta potência da temperatura termodinâmica T do corpo preto (também chamada de temperatura absoluta).
(***) O naturalista suíço, Horace Bénédict de Saussure, no final do século XVIII, meteu termómetros em cinco caixas de vidro encaixadas umas nas outras e colocou tudo ao sol. Ele constactou um aumento significativo da temperatura nos termómetros da caixa exterior para a caixa interior. Tendo em conta um tal aumento de temperatura, ele conjecturou que o vidro absorve a energia solar e sugeriu que a atmosfera da Terra poderia comportar-se da mesma maneira em relação à radiação solar. Mais tarde, em 1896, o químico sueco Svante Arrhenius, admitiu que a duplicação do teor de CO2 da atmofera, por um mecanismo similar (efeito de estufa), implicaria um aumento da temperatura global do solo de cerca de 4° C . Posteriormente, S. Arrhenius avançou a hipótese que a idade industrial geradora de CO2 gerará um aquecimento global. Segundo Saussure e Arrhenius a temperatura dos vidros de uma estufa, que são, ao mesmo tempo, as portas de entrada dos raios solares e as portas que não deixam sair os raios infravermelhos, deve ser mais alta ou pelo menos igual à temperatura dentro da estufa. Contudo, eles nunca testaram as hipóteses que eles avançaram. Robert William Wood (1868-1955) testou um tal conjectura e os resultados dos testes refutaram completamente as hipóteses avançadas por Arrhenius e Saussure. Wood, substituiu os vidros da estufa por halite, que é transparente aos raios infravermelhos, e realizou que a temperatura dentro da estufa era aproximadamente a mesma, o que quer dizer, que ele realizou que mecanismo de efeito estufa sózinho não pode explicar o aumento de temperatura dentro de uma estufa.
Efeito de Estufa* não-Natural...................................................................Non-Natural Greenhouse Effect
Effet de Serre não-naturel / Efecto invernadero no-natural / Nicht- natürliche Treibhauseffekt / 非天然的温室效应 / Искусственный парниковый эффект / Non naturale effetto serra /
Aquecimento da superfície terrestre produzido por um aumento excessivo dos gases de efeito de estufa, devido, directa ou indirectamente, à actividade humana. Estes gases como: (i) Vapor de Água ; (ii) Óxido nitroso (gás hilariante N2O ou óxido de diazoto) ; (iii) Dióxido de Carbono ; (iv) Metano e (v) Azoto absorvem as radiações infravermelhas emitidas pela Terra e irradiam-nas para o espaço e em direcção da Terra aquecendo-a substancialmente. Nos últimos 50 anos, a produção de dióxido de carbono, óxido nitroso, metano aumentou muito, assim como a dos clorofluorocarbonos (CFC), que tem um poderoso efeito de estufa, uma vez que uma molécula de CFC é 12000 a 16000 vezes mais efectiva a absorver as radiações infravermelhas do que uma molécula de dióxido de carbono (CO2).
Ver: « Efeito de Estufa Natural »
&
« Aquecimento Global »
&
« Teoria Astronómica dos Paleoclimas »
A origem não natural dos gases de efeito de estufa é, principalmente, associada a uma intensa: (i) Agropecuária (os ecossistemas agrários são constituídos por biocenoses chamadas agrocenoses) ; (ii) Agricultura e (ii) Utilização de combustíveis fósseis. Contudo, nunca esqueça, que há muitos geocientistas, que não acreditam no efeito de estufa, o qual é baseado numa falsa analogia. Foi o químico Arrhenius, que baseando-se numa experiência do geólogo suíço De Saussure, avançou a hipótese que CO2 da atmosfera provoca um aumento de temperatura da Terra, como os vidros de uma estufa de jardim. Evidentemente, que a maior parte dos cientista não acreditaram em tal analogia, uma vez que várias experiências, como as feita por R. W. Wood (1868-1955), refutaram as hipóteses avançadas por Arrhenius e Saussure e mostraram que o fenómeno que produz um aumento de temperatura numa estufa é a convecção e não a opacidade dos vidros aos raios infravermelhos. Actualmente, por razões de propaganda, certos geocientistas, jornalistas e homens políticos permitem-se de culpabilizar a humanidade, a qual para eles é a grande responsável do aquecimento global (não confundir com mudanças climáticas). Eles ignoram (por incompetência mais do que por interesse), que na história geológica, as mudanças climáticas e os ciclos solares existem desde há 4,5 Ga, isto é, desde a formação da Terra. Henrik Svensmark e a sua equipa (Centro Espacial Nacional Dinamarquês) têm procurado explicar porque é que a Terra se esfria e aquece. Eles não acreditam que o CO2 seja o principal responsável do aumento da temperatura média global observada no final do século passado (desde 2000 a temperatura global é mais decrescente do que crescente). As suas descobertas (publicadas em Outubro de 2006, no "Proceedings of the Royal Society", ou seja, na revista de matemática, ciências físicas e engenharia da "Royal Society de Londres") podem ser resumidas da seguinte forma: (i) O Sol e as estrelas poderiam explicar muito, se não todo, o aquecimento deste século ; (ii) Mudanças no campo magnético do sol, independentemente dos gases de efeito estufa, podem estar relacionadas ao recente aumento das temperaturas globais ; (iii) O campo magnético do Sol desvia alguns dos raios cósmicos que penetram a atmosfera da Terra e, ao fazê-lo, também limita as imensas quantidades de iões e electrões livres que produzem os raios cósmicos. Svensmark e seus colegas chegaram às suas hipóteses depois de examinar dados que mostravam uma surpreendentemente forte correlação entre os raios cósmicos (partículas atómicas de alta velocidade originárias de estrelas explodidas na Via Láctea) e as nuvens de baixa altitude. A cobertura nebulosa da Terra aumenta quando a intensidade dos raios cósmicos cresce e diminuiu quando a intensidade diminuiu. As nuvens de baixa altitude são significativas porque elas protegem a Terra do Sol para nos manter a uma temperatura agradável. A cobertura nebulosa baixa pode variar em 2% em cinco anos, afectando a superfície da Terra até 1,2 Watts / m2 durante esse mesmo período. Tal chifra (1,2 Watts / m2) pode ser comparada com cerca de 1,4 Watts / m2 estimada pelo IPCC para o efeito estufa de todo o aumento deCO2 no ar desde a Revolução Industrial. Assim, como no século XX, a força do campo magnético do Sol duplicou, é bem possível que a Terra aqueça porque uma grande quantidade de raios cósmicos foram desviados, limitando a formação de nuvens. Lamentavelmente, certos os "Alarmistas" e, em particular, o Dr. R.K .Pachauri, presidente do IPCC (a principal agência que investiga o aquecimento global), criticaram imediatamente Svensmark, H. e sua equipa tratando-os de científicos ingénuos e irresponsáveis. Aguardemos alguns anos e veremos quem é ingénuo e irresponsável. Se o Svensmark estiver certo, a temperatura média global deve diminuir de maneira significativamente nos próximos anos, já que estamos no final do ciclo 23 (ciclo quente) ou já no ciclo inicial 24 (ciclo frio), no qual a actividade solar deve ser menor. Esperamos e vejamos.
(*) (*) A expressão "efeito de estufa", embora consagrada não é de maneira nenhuma correcta. Numa estufa, a condução térmica das paredes e o confinamento do ar aumentam a temperatura, mesmo quando o vidro é substituído por uma material transparente às radiações visíveis e às radiações infravermelhas (como é o caso da halite). A atmosfera não tem nada a ver com uma estufa, uma vez que o ar não está confinado e pode esfriar-se graça aos fenómenos de convexão. Todavia, a atmosfera produz um aquecimento radiactivo uma vez que certos gases (vapor de água, metano, CO2, etc.) que compõem a atmosfera absorvem as radiações infravermelhas. É por isso que certos geocientistas preferem falar de "efeito de estufa radiactivo" para bem sublinhar que unicamente os fenómenos radiactivos são tomados em linha de conta (A. Foucault, 2016- Climatologie et Paléoclimatologie, Dunod, ISBN 978-2-10-75460-1).
Efeito de Pêndulo....................................................................................................................................................................................Pendulum Effect
Effet de pendule / Efecto de péndulo / Pendel-Effekt / 钟摆效应 / Маятниковый эффект отвеса / Pendolo effetto/
Deslocamento lateral pendular dos centros de deposição progradantes de um delta por falta de espaço disponível. Os deslocamentos laterais dos lóbulos deltaicos (formados por uma acreção, mais ou menos, vertical de um certo número de deltas, que formam os edifícios deltaicos), são magníficos exemplos do efeito de pêndulo. Quando um lóbulo deltaico se desloca lateralmente, o fosso que o rodeia e as reentrâncias (planícies de maré) que existem de cada lado do lóbulo, deslocam-se, igualmente, o que produz, localmente, ingressões marinhas significativas, que permitem o depósito rochas argilosas ricas em matéria orgânica que, em certos casos, podem ser considerada s como rochas mãe potenciais.
Ver: « Delta »
&
« Regressão Marinha »
&
« Variação do Nível do Mar Relativo »
O conceito do efeito de pêndulo na construção de um intervalo progradante, como, por exemplo, na construção de um edifício deltaico, foi descrito, provavelmente, pela primeira vez, por Dailly (1976) no delta do Níger. Desde que um curso de água, ao chegar ao mar, deposita um edifício deltaico, o espaço disponível para os sedimentos, isto é, a acomodação diminui por cima do edifício deltaico e resta, mais ou menos, constante dos lados do edifício. Se o nível do mar relativo (nível do mar, local, referenciado a qualquer ponto da superfície terrestre, o qual pode ser o fundo do mar ou a base dos sedimentos) se mantiver constante, quer isto dizer, se a acomodação não variar, o próximo edifício deltaico será depositado ao lado do precedente e não por cima dele, ou seja, ele será depositado onde houver espaço disponível para os sedimentos. É este desvio dos centros de deposição, para a direita ou para a esquerda do edifício inicial, que se chama efeito de pêndulo. Dailly descreveu o efeito de pêndulo ao grande edifício deltaico do Niger, mais ou menos, da maneira seguinte: a) O edifício deltaico do Níger (não confundir um edifício deltaico, que pode atingir milhares de metros, com um delta, cuja espessura, raramente, ultrapassa os 30/60 metros) corresponde a um grande centro de deposição ou depocentro, isto é, a zona de uma bacia sedimentar na qual uma determinada unidade estratigráfica alcança a sua máxima espessura (mais de 4 km de espessura) ; b) Ele é o resultado de uma progradação para o mar da linha da costa (desde há cerca de 40 My), com uma velocidade média de 5 km/My ; c) Actualmente, o fosso periférico, que se forma à volta do centro deposição, é sublinhado por duas reentrâncias das planícies de maré de cada lado do lóbulo ; d) Durante a formação do edifício deltaico, reentrâncias semelhantes formaram-se devido aos deslocamentos laterais dos depocentros ; e) Elas estão registadas nas secções geológicas por ingressões marinhas locais (ou como regressões sedimentares na reentrância oposta) ; f) Estes deslocamentos, como as de um pêndulo, reconhecem-se pela deposição de rochas argilosas retrogradantes (durante os períodos de estabilidade do nível do mar relativo que ocorre depois de cada ingressão marinha), entre os lóbulos arenosos, que correspondem a regressões sedimentares. As rochas argilosas que, em geral, são ricas em matéria orgânica, controlam, em grande em parte a distribuição das cinturas petrolíferas (localização da rochas-mãe potenciais). Este conceito foi, mais tarde, aplicado ao grande edifício delta do rio Mississipi, o qual começou a formar-se há cera de 7000 anos e dentro do qual diferentes edifícios deltaicos foram postos em evidência. Como ilustrado nesta figura, do mais antigo para mais recente, podem reconhecer-se os seguintes edifícios deltaicos : (i) Maringoiun ; (ii) Teche ; (iii) St. Bernardo; (iv) Lafourche e (v) O edifício deltaico Moderno. O movimento pendular destes edifícios é evidente. O edifício deltaico de Maringouin formou-se entre 7500 e 5500 anos atrás quando o nível do mar relativo subiu rapidamente*. O edifício deltaico de Teche formou-se entre 5500 e 3500 anos atrás depois que a subida do nível do mar relativo desacelerou. O edifício deltaico de São Bernardo formou-se entre 4000 e 2000 anos atrás, após uma avulsão que causou a deslocalização do rio para Este da actual cidade de Nova Orleães. O edifício deltaico de Lafourche formou-se entre 2500 e 500 anos atrás devido uma segunda avulsão que fez com que o rio mudasse para o Oeste da actual cidade de Nova Orleães. O edifício deltaico moderno (nos últimos 1500 anos) formou o delta de Plaquemines/Balize, também conhecido como Delta em Pé de Pássaro, entre o edifício de São Bernardo e o edifício de Lafourche. Se consideramos o edifício moderno, pode dizer-se que entre 1974 e 1990, a taxa de perda de terra é em média de 1072 acres (4338 km2) por ano ou 1,6 % por cento da área terrestre existente. Entre meados da década de 1950 e 1974, a taxa de perda de terra estimada para a bacia foi 2890 acres (11695 km2)2 por ano. Esta perda é o resultado da compactação, subsidência, furacões, erosão das marés, subida do nível do mar relativo e actividades humanas. A área total do terreno perdido ao longo dos últimos 60 anos é de cerca de 113300 acres (458508 km2).
(*) Resultado da combinação do nível do mar absoluto ou eustático, que é nível do mar global, referenciada ao centro da Terra ou a um satélite, em geral, um satélite radar e da tectónica, ou seja, subsidência, quando o regime tectónico predominante é em extensão ou levantamento, quando o regime tectónico predominante é em compressão.
Eixo de Expansão (oceânica)................................................................................Axis of expansion, Axis of spreading
Axe d'expansion (océanique) / Eje de expansión (oceánica) / Achserweiterung (ozeanische) / 轴膨胀(海洋) / Ось распространения (океаническая) / Axis espansione (oceanica) /
Eixo hipotético que define a rotação de uma ou de um par de placas litosféricas e que é, totalmente, independente do eixo geográfico de rotação da Terra.
Ver: " Fundo Oceânico "
&
" Dorsal Média Oceânica "
&
" Zona de Subducção"
Sobre uma esfera, todas as calotas se movem à volta de um eixo. Esse eixo passa pelo centro da esfera e corta a superfície em dois pontos, chamados centros de rotação ou pólos Euler. Uma tal rotação de uma calota pode descrever-se a partir de outra calota (movimentos relativos) ou a partir de um sistema de referência localizado dentro da esfera (movimentos absolutos). Todos os pontos da mesma calota giram em torno do pólo com a mesma velocidade angular* (graus ou radianos por tempo). Todavia, eles têm diferentes velocidades lineares (a velocidade linear aumenta com a distância ao pólo). As trajectórias do movimento dos ponto de uma placa são circulares (círculos menores da esfera) centradas no dito pólo. Assim, a reconstituição do movimento das placas litosféricas explica-se, facilmente, pelo teorema de Euler**. O movimento de um material rígido na superfície da Terra pode ser descrito em termos de rotação à volta de dois pontos fixos ou pólos (o movimento de uma calota, na superfície de uma esfera, depende, unicamente, do ângulo de rotação). Os pólos e ângulos de rotação das diferentes placas litosféricas descrevem os movimentos que os diferentes continentes efectuaram, à superfície da Terra, durante a evolução geológica. O limite entre duas placas litosférica é, na maior parte das vezes, a dorsal média oceânica. Os deslocamentos laterais da dorsal média oceânica (falhas transformantes) são aparentes. As falhas transformantes não têm nada a ver com as falhas de cisalhamento. Ao contrário do que muitos pensam, as dorsais médias oceânicas, onde se forma a nova crusta oceânica, não são cortadas e deslocadas por falhas de cisalhamento. Um tal deslocamento só é activo onde há formação de nova crusta oceânica. Desde que a crusta oceânica se solidifica todo o deslocamento lateral é impossível. As direcções de deslocamento correspondem às direcções das antigas falhas existentes na litosfera do supercontinente antes que ela fosse alongada e rompida, isto é, antes que ela tenha atingido uma espessura de cerca de 10 / 15 km. Tem que se ter em linha de conta, que quando uma litosfera se alarga, em associação com as anomalias térmicas (causa ou efeito), ao princípio, o alargamento faz-se por falhas normais com formação de bacias do tipo rifte, à medida que a espessura da litosfera diminui. Todavia, segundo certos geocientistas, a partir do momento em que a espessura da litosfera atinge cerca de 10/15 km, isto é, quando ela é, fortemente, injectada por material vulcânico da astenosfera, ela não pode mais alargar-se por falhas normais. Ela rompe-se, quer isto dizer, que as injecções vulcânicas tornam-se predominantes ao longo das antigas falhas e zonas de fragilidade da litosfera adelgaçada do supercontinente e o material da astenosfera termina por individualizar duas placas litosféricas. São essas direcções das antigas falhas e fracturas que condicionam a direcção das falhas transformantes e a orientação das dorsais médio oceânicas. No esquema ilustrado nesta figura, a placa litosférica B move-se em relação a placa A. As falhas transformantes (zonas de fractura entre os deslocamentos das dorsais) e as dorsais médio oceânicas limitam as duas placas litosféricas. O pólo AB, é o pólo comum do movimento relativo das placas A e B, se ele é o ponto de intersecção dos meridianos, que são perpendiculares as falhas transformantes. A hipótese da deriva dos continentes foi apresentada por A. Wegener, em 1912. Todavia, e apesar dos argumentos apresentados por Wegener, na ausência um mecanismo explicativo satisfatório, ela não foi aceite por uma grande maioria dos geocientistas. Os seus argumentos apresentados por Wegener, como aliás os dos seu sucessores, eram baseados, unicamente, na observação dos continentes. Os fundos dos oceanos, que representam cerca de dois terços da superfície da Terra e cujo conhecimento é crucial para compreender a Terra no seu conjunto, eram largamente inexplorados. Esta situação mudou, depois Segunda Guerra Mundial com o desenvolvimento de oceanografia e das técnicas de observação submarinas. Foi a descoberta gradual dos fundos oceânicos que permitiu a implementação das ideias mobilísticas, que conjecturam que há deslocamentos horizontais à superfície da Terra.
(*) A direcção da velocidade angular é dada pelo eixo de rotação, e a regra da mão direita indica a direcção positiva, da seguinte maneira: enrolando os dedos da mão direita seguindo a direcção da rotação, a direcção da velocidade angular é indicada pelo seu polegar direito.
(**) Num espaço tridimensional, qualquer movimento de um sólido rígido que mantenha um ponto constante, também deve deixar constante um eixo completo, o que quer dizer que qualquer composição de rotações sobre um sólido rígido com eixos arbitrários é equivalente a uma só rotação sobre um novo eixo, chamado pólo de Euler.
Elasticidade.........................................................................................................................................................................................................................................Elasticity
Élasticité / Elasticidad / Elastizität / 弹性 / Эластичность (упругость) / Elasticità /
Em sentido genérico, é a alteração percentual de uma variável, dada a alteração percentual em outra, coeteris paribus (todo o mais é constante). Elasticidade é sinónimo de sensibilidade, resposta, reacção de uma variável, em face de mudanças em outras variáveis.
Ver: «Teoria de Kirchhoff-Bunsen»
Elipsóide.............................................................................................................................................................................................................................................................Elipsoid
Ellipsoïde / Elipsoide/ Ellipsoid / 椭圆/ Эллипсоид / Ellipsoid /
Superfície quádrica análoga a uma elipse, que se pode representar por uma equação algébrica do segundo grau*.
(*) Uma equação do segundo grau na incógnita x é da forma: a x² + b x + c = 0, na qual os números reais a, b e c são os coeficientes da equação, com "a" diferente de zero. Essa equação é também chamada de equação quadrática, pois o termo de maior grau está elevado ao quadrado.
Ver: «Nível do mar geodésico»
Eluviação...................................................................................................................................................................................................................................................Eluviation
Éluviation / Eluviación / Auswaschung / 淋溶 / Миграция растворённых веществ и коллоидов в водах верхних горизонтов / Eluviation /
Remoção de material dissolvido ou suspenso de uma ou mais camadas do solo pelo movimento da água quando a precipitação excede a evaporação. Uma tal perda de material em solução é, muitas vezes, referida como lixiviação. A eluviação influencia, substancialmente, a composição do solo.
Ver: « Solo »
&
« Lixiviação »
&
« Fragipan »
O termo eluviação não deve ser confundido com iluviação. A eluviação, que é impulsionada pelo movimento descendente da água num solo, é a remoção de substâncias orgânicas e inorgânicas de um horizonte por lixiviação, particularmente no horizonte A de um solo. A iluviação, ao contrário é a acumulação gradual de uma camada de solo (ou horizonte) de diversos materiais depositados por infiltração de água (percolação). Como ilustrado neste esquema, o horizonte superior (topo do solo), horizonte O é composto, principalmente, de matéria orgânica. O lixo fresco encontra-se na superfície, enquanto em profundidade todos os sinais da estrutura vegetal foram destruídos por decomposição. A matéria orgânica decomposta, ou húmus, enriquece o solo com nutrientes (nitrogénio, potássio, etc), favorece a estrutura do solo (ligando as partículas) e aumenta a retenção da humidade do solo. O segundo intervalo, debaixo do horizonte superficial (horizonte O), é formado por dois horizontes, A e E, que marcam o início do verdadeiro solo mineral. Na parte superior do intervalo, a matéria orgânica mistura-se com produtos inorgânicos de meteorização e é, por isso, que ela é de cor escura, devido à presença de matéria orgânica. É na parte superior deste intervalo (horizonte A) que a eluviação, impulsionada pela movimento descendente da água, é muito activa. A parte inferior (horizonte E) é, geralmente, de cor clara e a eluviação é o processo dominante. A lixiviação, ou a remoção de partículas de argila, matéria orgânica, e / ou óxidos de ferro e alumínio, é activa neste horizonte. Debaixo das florestas de coníferas, este horizonte, muitas vezes, tem uma elevada concentração de quartzo o que lhe dá um cor cinza-cinzento. O terceiro intervalo corresponde ao horizonte B, que é uma zona de iluviação onde o material fino que se desloca para baixo é acumulado. O acumulação deste material forma uma camada densa no sol que, muitas vezes, é enriquecida por nódulos ou níveis de carbonato de cálcio. Isto sucede quando o carbonato se precipita da água que se deslocam para baixo do solo ou por acção capilar.
Embocadura (de baía).....................................................................................................................................................................................................Bay Mouth
Embouchure (de la baie) / Desembocadura (da bahía)/ Mund (die Bucht) / 口(湾) / Устье (залива) / Bocca di baia /
Entrada de uma baía, ou a parte da baía que está em contacto e que serve de conexão, com a massa principal de água.
Ver: « Linha de Baía »
&
« Ponto de Equilíbrio »
&
« Planície Aluvial »
Em geral, a embocadura de uma baía, isto é, a linha segundo a qual a água de uma baía entra em conexão com a massa principal de água (mar ou oceano) é sublinhada por um cordão litoral chamado banco de embocadura de baía. Este cordão é, em grande, parte induzido pelas correntes litorais. Como ilustrado nesta figura, o cordão litoral é, praticamente, uma restinga que quase fecha a baía. Na estratigrafia sequencial, o conceito de linha de baía, que corresponde a linha de demarcação entre os ambientes fluviais e parálico-deltaicos, levanta certos problemas. Para os adeptos da estratigrafia sequencial, é a linha de baía e não a linha da costa, que determina o nível de base em relação ao qual os perfiles de equilíbrio provisórios das correntes de água se estabelecem. Todos os modelos de Posamentier et al. (1988) e Posamentier Vail (1988) assumem sempre, ao longo da linha da costa, uma área na baía ou nas lagunas, que serve de referência para os perfiles de equilíbrio provisório dos rios. Eles definem o ponto de equilíbrio como o ponto da margem continental, onde a subsidência (tectónica) e a eustasia se equilibram. Quando o nível do mar sobe ou desce, o ponto de equilíbrio migra para a montante ou jusante. Certos geocientistas consideram, por exemplo, que a deposição deltaica se faz onde as correntes encontram uma massa de água estável e que a velocidade de fluxo diminui de maneira abrupta. Para esses geocientistas, tais condições encontram-se junto da embocadura dos rios e não na linha de baía da estratigrafia sequencial. Vail e Posamentier consideram que quando os pontos de equilíbrio (onde a subsidência e eustasia se compensam e em relação aos quais as correntes se harmonizam), eles migram em direcção do mar e os perfiles de equilíbrio provisório dos rios movem-se igualmente, o que implica uma deposição concomitante dos depósitos fluviais. A deposição fluvial faz-se não obstante a posição do ponto de equilíbrio esteja a montante da linha de baía. Porém para certos geocientistas, estas hipóteses não são suportadas por observações e não tomam em linha de conta a actividade tectónica, acarreio terrígeno e as mudanças do nível do mar relativo.
Enchente............................................................................................................................................................................Flood Tide, Rising tide, Flood, Flow
Marée montante, Flux, Flôt / Flujo, Marea creciente / Flut, Steigen / 涨潮 / Приливная волна / Marea montante /
A parte do ciclo de maré durante a qual o nível do mar sobe. Sinónimo de Preiamar ou Maré Cheia.
Ver: « Vazante »
&
« Praia Intramareal (entre marés) »
&
« Praia Baixa »
Nesta figura, no máximo da corrente de maré enchente (maré ascendente), ou por outras palavras, na preiamar, o nível do mar é, mais ou menos, a três metros do topo do cais. O barco não repousa mais no fundo do mar exumado visto que quase toda a área foi coberta pelo mar (comparar com a figura, que representa a mesma área durante a baixamar). A maré é uma onda de oscilação (onda compostas por partículas de água, cada uma das quais oscila à volta de um ponto com pouca, se alguma, mudança permanente de posição, o que quer dizer que as partículas de água movem-se de maneira orbital) de fraca amplitude e com um grande comprimento de onda, que se forma no alto mar, devido a atracção luni-solar sobre a superfície das águas. Existem duas correntes de maré: (i) Enchente, ou corrente de maré ascendente, que se dirige do largo para a costa, onde ela provoca uma acumulação de água cujo máximo é chamado preiamar ou maré cheia e (ii) Vazante ou corrente de maré descendente, que se dirige para o largo, escoando a água acumulada junto à costa na preiamar. O nível da água mais baixo atingido pela maré descendente é a baixamar ou maré vazia. Pode dizer-se que as marés são descidas e subidas do nível do mar, com um período de, mais ou menos, 12 horas e meia, causadas pela combinação dos efeitos da rotação da Terra e atracção gravitacional da Lua e do Sol. Quando o Sol e a Lua estão em conjunção ou oposição as marés são vivas (com grande amplitude). Quando a Lua está em quarto minguante ou crescente (quadraturas), a maré é morta, isto é, com amplitudes mínimas. A circulação das correntes de maré induz a formação pequenos deltas subaquáticos, mais ou menos, simétricos, que se formam, em geral, nas aberturas das lagunas ou nos estreitos. O delta que se forma no lado interior é o delta de enchente e o que se forma no lado exterior é o delta de vazante. A presença dos deltas de maré, assim com as forma e dimensões dependem de três factores principais: (i) Acarreio sedimentar ; (ii) Interacção das ondas e processos de maré e (iii) Fluxo das marés durante o ciclo de maré. Os deltas de maré são excelentes reservatórios de material arenoso de substituição que é utilizado para restabelecer as dimensões das praias sujeitas a erosão das correntes litorais.
Enchente (maré cheia)...............................................................................................................................................................................................................High-tide
Marée haute / Marea alta / Flut, Steigen / 涨潮 / Высокий прилив / Marea montante /
A parte do ciclo de maré durante a qual o nível do mar sobe. Sinónimo de Preiamar ou Maré Ascendente.
Voir: « Maré »
&
« Praia Intramareal (entre marés) »
&
« Praia Baixa »
A maré tem como causa a atracção gravitacional do Sol e da Lua. A influência da Lua é bastante superior, pois embora a sua massa seja muito menor que a do Sol, esse facto é compensado pela menor distância à Terra. Matematicamente a maré é uma soma de sinusóides (ondas constituintes) cuja periodicidade é conhecida e depende, exclusivamente, de factores astronómicos. Podemos dizer que a maré sobe quando das passagens meridianas superior e inferior da Lua. Isto é, temos preiamar quando a Lua passa por cima de nós e quando a Lua passa por baixo de nós, ou seja, por cima dos nossos antípodas. As preiamares sucedem-se assim, regularmente, com um intervalo médio de meio-dia lunar (aproximadamente 12h 25m) o que corresponde matematicamente à constituinte lunar semidiurna (M2). Tal facto é expresso pelo povo que refere que “a maré, no dia seguinte, é uma hora mais tarde” (na realidade ± 50 minutos mais tarde). Por sua vez, o intervalo de tempo entre uma preiamar e a baixamar seguinte é, em média, 6 h 13 m. O mar não reage, instantaneamente, à passagem da Lua, havendo, para cada local, um atraso maior ou menor das preiamares e baixamares. O intervalo de tempo entre a passagem meridiana da Lua e a preiamar seguinte é o chamado intervalo lunitidal. Actualmente, já estão a ser comercializados relógios em que esse valor é pedido, para que eles possam fornecer uma previsão grosseira da maré. Embora esse valor seja variável ao longo do tempo, em termos médios esse atraso é cerca de 2 horas em Portugal continental e inferior a 30 minutos na Madeira e nos Açores. Outro aspecto importante a ter em conta é o fenómeno quinzenal da alternância entre marés vivas e marés morta. Este fenómeno, matematicamente explicado pela constituinte S2 (solar semidiurna), decorre do efeito do Sol como elemento "perturbador". Quando o Sol e a Lua estão em oposição (Lua cheia) ou conjunção (Lua nova), a influência do Sol reforça a da Lua e ocorrem as marés vivas (matematicamente as constituintes somam-se). Quando o Sol e a Lua estão em quadratura (quarto crescente e minguante), a influência do Sol contraria a da Lua e ocorrem as marés mortas (http://www.hidrografico.pt/glossario-cientifico-mares.php).
Encurtamento Sedimentar.............................................................................................................Sedimentar shortening
Raccourcissement sédimentar / Acortamiento sedimentario / Sedimentary Verkürzung / 沉积缩短 / Сокращение седиментации / Accorciamento sedimentario /
Adaptação dos sedimentos às condições de volume impostas pelos regimes tectónicos compressivos. Os sedimentos encurtam-se (certos geocientistas dizem comprimem-se), unicamente, de duas maneiras: (i) Dobramento (dobras cónicas ou cilíndricas) e (ii) Fracturação (falhas inversas).
Ver: « Tectónica »
&
« Anticlinal »
&
« Antiforma »
Nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço (Canvas) de uma linha sísmica do norte do Cáucaso, o encurtamento sedimentar é evidente, uma vez que esta área corresponde a colisão de duas placas litosféricas (fecho do mar de Tétis). A margem continental divergente do norte do Mar de Tétis é visível na parte inferior da interpretação, enquanto que a parte superior sul corresponde a bacia de antepaís propriamente dita. Nesta tentativa de interpretação, os traços em branco sublinham as discordâncias (descidas significativas do nível do mar relativo). Numa bacia de antepaís existem quatro discordâncias principais (A. Bally, 1980): (i) A discordância pré-rifting (a), que marca o início do alongamento da litosfera, o qual termina com a criação de uma margem divergente ; (ii) A discordância da ruptura (b), uma vez que ela sublinha a ruptura da litosfera, isto é o fim da fase de rifting e o início da expansão oceânica (que começa por uma expansão subaérea antes de se tornar definitivamente oceânica) e da transgressão marinha; esta discordância é anterior a criação da bacia de antepaís; nas secções estratigráficas anteriores à bacia de antepaís, a maior parte senão todas as discordâncias são, principalmente, induzidas pela eustasia, ou por outras palavras, a componente eustática é predominante ; (iii) Discordância basal (c), a qual, na área proximal, isto é próximo da cadeia de montanhas é caracterizada pelo acunhamento dos sedimentos de água profunda contra os sedimentos da margem divergente que foram basculados em direcção da fossa ; na área distal, esta discordância é caracterizada pelos biséis somitais dos sedimentos de água pouco profunda. Na área distal, a progradação dos sedimentos da bacia de antepaís, que fossiliza a superfície de erosão é difícil de reconhecer, uma vez que o ângulo do talude é muito pequeno ; (iv) Discordâncias dentro da bacia de antepaís, que em geral são reforçadas pela tectónica ; são estas discordâncias, que, para certos geocientistas, criam um problema importante na estratigrafia sequencial, uma vez que o factor tectónico pode, em certos casos, ser predominante sobre o factor eustático.
Endobentos (organismos)..................................................................................................................................................................................Endobenthos
Endobenthos (organismes) / Endobentos (organismos) / Endobenthos (Im Inneren des Meeresbodens) / Endobenthos(海底室内) / Эндобентос (бентосные организмы) / Endobenthos (nell'interiore del fondo marino) /
Organismos que vivem dentro dos sedimentos do fundo do mar. Muitos endobentos podem deslocar-se dentro dos sedimentos, em geral, nos primeiros 15 centímetros. A grande maioria vive enterrada nos primeiros dois centímetros do fundo do mar.
Ver: « Bentos »
&
« Fitobentos »
&
« Fauna Profunda »
Os endobentos são organismos bentónicos que vivem dentro do substrato que forma o fundo do mar ou de águas internas (lagos, por exemplo). Como exemplos de endobentos pode citar-se as Turritella, Aporrhais, Scrobicularia, Lingula, etc. Certamente, o mais conhecido endobentos, sobretudo dos pescadores, é verme ou minhoca da areia ("lugworm" em inglês), que também é conhecido como nereis (família dos anelídeos). Embora as minhocas da areia não sejam vistas durante a maré baixa, uma vez que elas vivem enterradas, elas são muito procuradas pelos pescadores (cavar o verme de areia) para serem utilizadas como isca de pesca. A noção de endobentos e bentos é independente da profundidade de água. Na biologia marinha e limnologia, bentos são os organismos que vivem no substrato (quer marinho, quer das águas interiores) fixos ou não, em oposição aos organismos pelágicos, que vivem livremente na coluna de água. Um exemplo típico de bentos são os corais. O bentos subdividem-se em: (i) Fitobentos - como as macroalgas, algumas microalgas e as plantas aquáticas enraizadas ; (ii) Zoobentos - os animais e muitos protistas bentónicos, os quais são formados por a) Macrofauna - animais visíveis a olho nu, como a maior parte dos caranguejos, os equinodermes, larvas de insectos, vermes oligoquetas e algumas espécies de peixes ; b) Meiofauna - animais que vivem, permanentemente, enterrados no sedimento, quer livres, quer dentro de estruturas por eles construídas; muitos moluscos, como as amêijoas, e vários tipos de vermes ; c) Microfauna - animais microscópicos que se desenvolvem sobre o substrato, principalmente, protistas. Os endobentos são zoobentos de meiofauna. Função da natureza do substrato (areia, vasa, rocha compacta, etc), o modo de vida dos bentos será: 1) Epibêntico livre (vágil) ; 2) Epibêntico fixado ao substrato e 3) Endobêntico (que vivem dentro do substrato). A hierarquização das comunidades endobênticas depende do substrato, das preferência dos escavadores e da estratificação de oxigénio das águas intersticiais.
Endofauna......................................................................................................................................................................................................................................................Infauna
Endofaune / Endofauna / Tiefseefauna / 海深, 动物 / Бентосная фауна / Fauna profonda /
Invertebrados aquáticos que vivem em buracos, túneis (cavados por eles) ou em qualquer outro tipo de abrigo dentro dos sedimentos do fundo do mar.
Ver: « Bentos »
&
« Fundo do Mar »
&
« Fauna Profunda »
Como dito acima a endofauna são bentos que vivem enterrados no fundo do mar. As bactérias (micróbios unicelulares de forma alongada - bacilos-, esférica -cocos- ou espiralada, sem membrana nuclear e que se alimentam segundo o modo vegetal) e microalgas podem também viver nos interstícios dos sedimentos do fundo do mar. A endofauna animal torna-se, progressivamente, mais rara à medida, que a lâmina de água e a distância à linha da costa aumentam. Ao contrário, a quantidade de bactérias mantém-se, mais ou menos, constante (grosso modo um bilião de células por milímetro de água intersticial). Embora o termo fauna englobe os animais vivos de uma região num determinado tempo geológico (flora é o termo para as plantas), muitas vezes, utilizam-se outros termos como, por exemplo, macrofauna, para designar os bentónicos (organismos que vivem no fundo de uma massa de água) e que têm pelo menos um milímetro de comprimento, enquanto que a megafauna é o termo, que engloba todos os grandes animais de uma região particular num determinado tempo geológico. A meiofauna engloba os invertebrados bentónicos, que vivem quer nos ambientes marinhos quer de água doce. Este termo, mais do que um grupo taxonómico, define, sobretudo, um grupo de organismos maiores do que os da microfauna e menores do que os da macrofauna. Praticamente, estes organismos passam através de uma rede de 1 mm, mas são retido numa rede de 45 μm, embora as dimensões exactas variam com os autores. A mesofauna é formada pelo invertebrados macroscópicos como, por exemplo, os artrópodes, enquanto que a microfauna engloba todos os animais pequenos ou microscópicos como, por exemplo, os protozoários. Nesta esquema do fundo do mar reconhece-se uma endofauna formada por: (1) Cirrípedes* (Balaniden) ; (2) Mexilhão Azul (Mytilus edulis); (3) Poliqueta Lanice conchilega ; (4) Poliqueta Lagis koreni ; (5) Caracol Littorina littorea ; (6) Molusco Navalha (Ensis americanus) ; (7) Bivalve Cerastoderma edule ; (8) Bivalve Scrobicularia plana ; (9) Bivalve Mya arenaria ; (10) Poliqueta Arenicola marina ; (11) Poliqueta Hediste diversicolor e (12) Bivalve Macoma báltica.
(*) Infraclasse dentro da classe Maxillopoda de crustáceos marinhos, com cerca de 1220 espécies, que inclui as cracas e percebas.
Endógena (planta).............................................................................................................................................................................................................................Endogen
Endogène (plante) / Endógena (planta) / Endogen / 内源 / Эндогенный (глубинный) / Endogena /
Planta que se desenvolve pelo crescimento de novos tecidos celulares e vasculares a partir de tecidos já formados. O significado original de “endógeno” é o crescimento interior ao lado de uma parede de células externas. De maneira mais simples, endógeno é o que é produzido de dentro.
Ver: « Exógena »
&
« Epifauna »
&
« Fitoplâncton »
Uma planta endógena é uma planta, que aumenta de tamanho por crescimento interno e alongamento na cimeira, tendo uma madeira em forma de pacotes ou tópicos, distribuídos, irregularmente, ao longo de todo o diâmetro, sem formar camadas anuais, e sem medula (tecido mole e esponjoso na parte central do tronco) distinta. As folhas das plantas endógenas têm, normalmente, nervuras paralelas e as flores são a maior parte das vezes formadas de três, ou múltiplos de três, partes. Os embriões têm um único cotilédone (as duas primeiras folhas que surge do embrião das espermatófitas, que produzem sementes, e que irrompendo durante a germinação das sementes), com as primeiras folhas alternadas. As plantas endógenas constituem uma das grandes classes de plantas, e incluiu plantas como as palmas, lírios, juncos, orquídeas, a banana, o abacaxi, etc. Ao contrário de uma planta endógena, uma planta exógena é uma planta que é caracterizada por ter uma casca e medula, com a madeira formando uma camada entre a casca e miolo. Estas plantas crescem, na sua totalidade, pela adição anual de uma nova camada de madeira para o exterior próxima da casca. As folhas têm, geralmente, nervuras bem marcadas e o número de cotilédones é dois, ou, muito raramente, vários em redemoinho. As sementes das plantas monocotiledóneas, como, por exemplo, as orquídeas, palmeiras, lírios, cebola, alho, etc., como o seu nome indica, possuem apenas um cotilédone, enquanto as dicotiledóneas, como, por exemplo, a ervilha, soja, feijão, morango, pêra, café, maçã, margarida, girassol, laranjeira, eucalipto, abacate, rosa, maçã, algodão, cacau, limão, etc., possuem dois. Nas gimnospérmicas, que são plantas vasculares com as sementes desprotegidas, isto é, plantas sem polpa, inseridas em escamas que formam uma estrutura mais ou menos cónica - pinha, o número de cotilédones é variável. As plantas gimnospérmicas (têm raiz, caule, folhas, inflorescência em forma de pinha e sementes) diferenciam-se das angiospérmicas, porque estas têm as sementes envoltas por um fruto, gerado por um ovário.
Endorreica (hidrografia)..................................................................................................................................................................................................Endorheic
Endoréique (hydrographie) / Endorreica (hidrografia) / Endorheisch / 内流盆地 / Бессточный (замкнутый) / Endoreico (idrografia) /
Quando a drenagem não se faz directamente par a o mar, mas para uma bacia. A hidrografia é exorréica, se a drenagem se faz directamente para o mar e arréica se não se verifica nenhum escoamento superficial e, finalmente, criptorréica se a linha de água se infiltra no solo por sumidouros.
Ver: « Bacia de Drenagem »
&
« Exorréica (hidrografia) »
&
« Lago Temporário »
As regiões endorreicas (sistema de drenagem interno) em contraste com regiões exorréicas, nas quais a água se escoa para o oceano segundo padrões, geologicamente, definidos, são sistemas hidrológicos fechado. O fundo das bacia endorréicas está, normalmente, ocupado por um lago de sal ou salinas. Cerca de 18 por cento da área dos continentes drena para lagos ou mares endorréicos, a maior destas áreas da terra é sem dúvida o interior da Ásia. As águas superficiais são drenadas para as áreas entre as montanhas onde elas se evaporam ou se infiltram no solo, não tendo acesso ao mar. Corpos de água endorreicos incluem alguns dos maiores lagos do mundo, como, por exemplo, o Mar de Aral e o Mar Cáspio, que é o maior corpo de água salina da água do mundo isolado do oceano. As regiões endorreicas podem ocorrer em qualquer clima, mas são muito mais comuns nos locais desérticos quentes. Nas áreas onde a precipitação é maior, a erosão ribeirinha ou ripária (erosão adjacente a corrente de água), geralmente, cava canais de drenagem (especialmente na época das cheias) ou aumenta o nível da água nos lagos até que a água encontre uma saída, rompendo a barreira geográfica do sistema hidrológico endorreico (fechado) e abrindo-o para o terreno circundante. O Mar Negro foi provavelmente um lago, com um sistema hidrológico independente antes que Mar Mediterrâneo inunda-se o terreno que os separava. O conhecimento a priori (partindo daquilo que vem antes) da morfologia e batimetria do Mar Egeu, Estreito de Dardanelos, Mar de Mármara, Estreito do Bósforo e Mar Negro, permitem explicar o dilúvio (hipótese proposta por Ryan et al., 1997), o qual o qual teria sido o resultado da invasão, através do Bósforo, do Mediterrâneo no Mar Negro, cerca de 7000 AC. Esta hipótese sugere que durante a última glaciação, o mar Negro ficou, parcialmente, seco (corpo de água endorreico), e posteriormente, cerca de 7000 anos atrás, ele teria sido preenchido de maneira catastrófica, o que teria produzido uma gigantesca inundação, isto é, o Dilúvio.
Énotema............................................................................................................................................................................................................................................................Enothem
Énothème / Enotema / Äonothem (Major stratigraphischen Einheit) / Enothem (主要地层团结) / Энотема / Eonotema (major unitá stratigrafica) /
A maior unidade estratigráfica da história da Terra. Há três principais énotema, os quais são constituídos por érotemas. Por sua vez, os érotemas são constituídos por sistemas, os quais são constituídos por séries e estas por vários andares.
Ver: « Tempo Geológico »
&
« Unidade Biostratigráfica »
&
« Éon »
Certos geocientistas sublinham o facto, que as unidades rochosas não têm uma conotação tempo explicita. As unidades tempo equivalentes às unidades rochosas estão ilustradas nesta figura. Por exemplo, o Sistema Cretácico é composto por todas as rochas que se depositaram durante o Período Cretácico. O Cretácico Superior não é sinónimo de Cretácico Tardio. O Cretácico Superior traduz um conjunto de rochas, que se depositaram durante o Cretácico Tardio (tempo). Quando se diz que o Cretácico Tardio corresponde ao intervalo de tempo entre 100 e 65 Ma da história da Terra, isto não quer dizer, que o tempo de deposição das rochas, que formam o Cretácico Superior, é de 35 My. O tempo efectivo de deposição é muito mais pequeno do que o tempo total do intervalo geológico. Quando a diferença de idade entre os limites de um ciclo-sequência (induzido por um ciclo eustático de 3a ordem, que tem uma duração entre 0,5 e 3-5 Ma) é de 2 Ma, isto não quer dizer, que o tempo de deposição das rochas que formam os diferentes cortejos sedimentares do ciclo-sequência é de 2 My. Se a diferença de tempo entre os limites dos cones submarinos de bacia (CSB), isto é, de todos os lóbulos turbidíticos que formam o membro inferior do cortejo de nível baixo (CNB), for de 300 ky, é evidente que o tempo efectivo de deposição dos lóbulos é muito mais pequeno, uma vez que, geologicamente, o tempo de deposição de um lóbulo turbidítico é instantâneo. Uma laminação de um depósito de praia deposita-se em um segundo. Uma camada com estratificação entrecruzada dos depósitos de tempestade, deposita-se em alguns minutos. Uma camada turbidítica deposita-se em algumas horas. Os depósitos de inundação, como os Scablands (associados às inundações induzidas pela ruptura da retenção dos lagos atrás dos glaciares Plio/Pleistocénicos do Canadá) depositam-se em alguma semanas. As varvas glaciares depositam-se durante um ano. Um centímetro de sedimentos pelágicos deposita-se em 1 ky. Um subciclo de invasão continental deposita-se entre 5 e 50 My, e um ciclo de invasão continental entre 50 e 200 My.
Enseada (baía)........................................................................................................................................................................................................................................Cove (Bay)
Crique (baie) / Ensenada / Verbreitung Achse / コーブ (曖昧さ回避)/ Бухта (залив) / Cala (baia) /
Baía, mais ou menos, circular com uma pequena entrada.
Ver: «Baía»
Entropia................................................................................................................................................................................................................................................................Entropy
Entropie / Entropía / Entropie (Thermodynamik) / 熵 / Энтропия / Entropia /
Por vezes designada como desordem de um sistema, mas também pode ser definida em termos de desequilíbrio. Um sistema com uma pequena entropia tem um desequilíbrio muito grande ou diferenças de energia importantes entre diferentes partes do sistema. Num sistema com uma grande entropia, as diferentes partes do sistema estão em equilíbrio, uma vez que elas têm, mais ou menos, o mesmo nível de energia e, por conseguinte, pouco trabalho pode ser realizado, visto que a energia não pode fluir de um lugar para outro.
Ver: « Big Bang (teoria) »
&
« Universo Inflacionário »
&
« Teoria dos Sistemas »
Função que define o estado de desordem de um sistema. A entropia total de um sistema isolado deve sempre aumentar, a sua desordem* deve sempre crescer (2° principio da termodinâmica**). Uma das ideias envolvidas no conceito de entropia é que, em sistemas isolados, a natureza tende a levar as coisas da ordem para a desordem. É importante saber como definir a desordem se este termo for utilizado para compreender a entropia. A maneira mais precisa para caracterizar a entropia é dizer que ela é uma medida da "multiplicidade" associada com o estado dos objectos. Se um determinado estado poder ser conseguido de várias maneiras, então ele é mais provável do que aquele que pode ser feito só de uma ou duas maneiras. Por exemplo, quando se lançam dois dados (1 a 6), sair um sete é mais provável do que dois, uma vez que sete pode ser obtido de seis formas diferentes e que só há uma maneira obter dois. Assim, sete tem uma maior multiplicidade do que dois. Pode dizer que sete representa maior desordem ou maior entropia. Da mesma maneira, se de um camião, cheio de tijolos dispostos de maneira regular e ordenada, deitarmos para o chão todos os tijolos, é evidente que a pilha de tijolos mais provável, que se formará no chão, é uma pilha desordenada, o que quer dizer, que a pilha desordenada é posterior a pilha ordenada. Um aumento da entropia marca a flecha do tempo físico, o que quer dizer, que no esquema representado nesta figura a direcção do tempo é da esquerda (ordem) para a direita (caos). Encha um copo com blocos de gelo (tempo 1). O amontoado dos pedaços de gelo parece muito desordenado, mas os blocos de gelo impõem limites ao número de maneiras pelas quais as moléculas de água podem ser arranjadas. Quando os pedaços de gelo fundem (tempo 2), o copo de água parece uniforme e homogéneo, mas as moléculas de água podem ser dispostas em muitas outras maneiras, elas têm uma maior multiplicidade e, portanto, têm maior a entropia. Em todas estas situações, o estado inicial é mais organizado que o estado final. A situação final contém menos informação que o estado inicial. Da mesma maneira, que a passagem do passado ao futuro, do nascimento à morte, definem a direcção do tempo psicológico, a passagem da organização à desordem, do mais de informação ao menos de informação, do desequilíbrio ao equilíbrio definem a direcção do tempo físico.
(*) Na física, desordem deve crescer, a informação deve perder-se e o desequilíbrio deve desaparecer.
(**) Este princípio foi descoberto no século XIX, durante a revolução industrial, quando se tentava amelhorar o rendimento das máquina s vapor.
Envasamento.........................................................................................................................................................................................................Mudding, Silting
Envasement / Depósito de Fango / Verschlammtung / 泥化 / Заиление (глинизирование) / Deposito di fango /
Deposição de partículas coloidais e pré-coloidais, por floculação ou por aderência. O preenchimento ou levantamento do fundo de um corpo de água devido ao depósito das partículas finas (silte e argila) em suspensão num corpo de água estagnada.
Ver: « Argila »
&
« Siltito »
&
« Deposição (clásticos) »
Como ilustrado nesta figura, a camada de vasa ou lama depositado no fundo deste lago (envasamento) é bem visível, à medida que o nível do lago desce. A lama é uma mistura líquida ou semilíquida de água e uma combinação de solo, limo e argila. Os depósitos de lama endurecem com o tempo geológico para formar rochas sedimentares como, por exemplo, os argilitos (rochas argilosas) ou vasalitos ("mudstone" em inglês), geralmente, chamados lutitos. Sobre este assunto, não devemos esquecer que o termo argila é, normalmente, utilizado para designar uma partícula e não uma rocha. É por isso, que nós, na falta de melhor, traduzimos o termo inglês "shale" por argilito ou rocha argilosa e não por argila como o fazem alguns geocientistas. Quando os depósitos de lama se formam nos estuários, as camadas resultantes são chamadas de lamas de baía. A lama está, intimamente, relacionada com as partículas em suspensão e detritos, em particular com as partículas coloidais e pré-coloidais (partículas que não se cristalizam e que se difundem lentamente), as quais se podem apresentar sob dois estados: (i) Estado disperso (os coloides aparecem como grãos isolados com dimensões inferiores a 1μm, isto é, 10-6 metros) e (ii) Estado coloidal (os coloides agrupam-se em grumos ou flocos, que por acção da gravidade podem sedimentar por floculação. As micelas, isto é, as moléculas surfactantes (substâncias como sabões e detergentes) ou tensoactivas, e as partículas em suspensão formam flocos ou agregam-se num floco, o que destrói a estabilidade da solução e favoriza a deposição. Uma solução coloidal é uma dispersão onde as partículas dispersas têm um tamanho médio compreendido entre 1 e 100 nanómetros (1 nm = 10-9 m). Com esse tamanho, as partículas coloidais apresentam massas que variam, aproximadamente de 10000 a 100000 unidades de massa atómica* (u). A fase dispersa é chamada coloide, embora, em geral, a própria solução coloidal também receba o nome de coloide. Na indústria da construção, a lama pode referir-se a gesso molhado, estuque, cimento ou outras substâncias semelhantes. A lama que é, principalmente, formada de argila ou de uma mistura de argila e areia pode ser utilizados na cerâmica, sob várias formas sendo as mais comuns o tijolo e as telhas.
(*) Média dos números de massa molecular (A) dos isótopos de um determinado elemento químico, ponderada pela ocorrência de cada isótopo. Número de massa (A) é a soma dos protões e neutrões do núcleo de um átomo (nucleões dos físicos das partículas), medida em unidade de massa atómica, representado por u.m.a ou simplesmente u.
Envelope Pelágico (tapete sedimentar).........................................................................................................................................................Drape
Drapé sédimentaire / Envolvente pelágico / Envelope (Umschlag) pelagischen / 沉积披覆 / Осадочная складка / Drappo sedimentario /
Envelope sedimentar, relativamente, pouco espesso, composto de rochas argilosas pelágicas depositadas entre os cortejos ou conjuntos de cortejos sedimentares, sempre que os centros de deposição se deslocam para o continente, o que cria, nas partes distais da plataforma e em água profunda, condições geológicas caracterizadas por uma taxa de sedimentação muito fraca. Nos cones submarinos de talude (CST), por cima dos preenchimentos das depressões (entre os lóbulos) e depósitos de transbordo, o envelope pelágico é, particularmente, espesso, embora, quase sempre, inferior resolução sísmica.
Ver: " Ciclo Estratigráfico "
&
“ Cone Submarino do Talude ”
&
" Intervalo Transgressivo "
Em água profunda, ao nível hierárquico do ciclo-sequência, o envelope pelágico, entre os subgrupos de cortejos de nível baixo (CNB) e o intervalo transgressivo (IT), que está sublinhado nesta figura (ciclo-sequência superior) é, muitas vezes, inferior à resolução das linhas sísmicas, o que quer dizer, que a sua espessura, raramente, atinge 20/30 metros. Os envelopes e camadas pelágicas existem, quase sempre, não só, entre os três subgrupos de cortejos sedimentares do grupo de cortejos de nível baixo (CNB), isto é, entre: (i) Os Cones Submarinos de Bacia (CSB) ; (ii) Os Cones Submarinos de Talude (CST) e (iii) O Prisma de Nível Baixo (PNB), mas também entre cada lóbulo turbidítico. Os envelopes e camadas pelágicas têm um taxa de sedimentação muito pequena, enquanto que as outras rochas, que formam os sistemas de deposição dos cortejos sedimentares têm taxas de deposição muito maiores*. Isto quer dizer que o tempo de deposição de um envelope pelágico é muito maior do que o tempo de deposição total das rochas entre ele. Uma camada turbidítica de um cone submarino de bacia deposita-se em algumas horas, enquanto que a camada pelágica que a fossiliza, raramente, ultrapassa 5-10 centímetros de espessura, deposita-se em vários milhares de anos. Imaginemos um intervalo estratigráfico composto de 100 camadas turbidíticas e argilitos pelágicos. Cada camada turbidítica tem uma espessura de 100 cm e cada camada pelágica tem uma espessura de 5 cm. A espessura total é de 15000 cm. Como a taxa média de deposição dos argilitos pelágicos é de ± 5 cm/1000 anos e que as correntes turbidíticas são eventos estratigráficos instantâneos, podemos deduzir que: a) O tempo total de deposição foi de 100000 anos ; b) A frequência das correntes turbidíticas é de 1000 anos ; c) Dois terços do intervalo sedimentar foram depositados por eventos instantâneos, cuja frequência é de um evento todos os mil anos ; d) Em 10 milhões de anos, 10000 eventos instantâneos (em termos geológicos) podem depositar uma secção de 15000 cm de espessura. Todavia, globalmente, pode dizer-se que ambos os depósitos fazem parte de um intervalo sedimentar (cones submarinos de bacia de um ciclo-sequência), que na Estratigrafia Sequencial, se depositou, praticamente, de maneira instantânea. Efectivamente, dentro do Fanerozóico (intervalo de tempo com interesse para a geologia do petróleo), que durou, mais ou menos, 600 milhões de anos, todo o evento geológico** com um tempo de duração equivalente a 1/100 do tempo total do Fanerozóico, isto é, um evento que durou 6 My é considerado, pelo menos, ao ponto de vista matemático, como instantâneo. Na realidade, não há maneira fácil de o representar graficamente. Se o Fanerozóico se representar por uma linha de 15 cm de comprimento, um evento de 6 My de duração, ou seja, um evento instantâneo corresponderá, à mesma escala, praticamente, à espessura da linha (0,15 cm). Neste esquema, estão ilustrados dois ciclos-sequência incompletos, que foram induzidos por dois ciclos eustáticos de 3a ordem cujo tempo de duração varia entre 0,5 e 3-5 My, que são, evidentemente, separados por uma discordância induzida por uma descida do nível do mar relativo (nível do mar, local, referenciado a qualquer ponto da superfície terrestre, o qual pode ser o fundo do mar ou a base dos sedimentos). No ciclo-sequência inferior, unicamente, o intervalo transgressivo (IT) e o prisma de nível alto (PNA) estão representados. O primeiro tem uma geometria retrogradante, ele corresponde ingressões marinhas cada vez mais importantes e regressões sedimentares cada vez mais pequenas, o que os geocientistas, colectivamente, chamam transgressões. O segundo tem uma geometria progradante (ingressões marinhas cada vez mais pequenas e regressões sedimentares cada vez maiores). O ciclo-sequência superior está representado pelo intervalo transgressivo (IT) e pelo grupo de cortejos de nível baixo (CNB) no qual se depositaram os três subgrupos : (i) Cones submarinos de bacia (CSB) ; (ii) Cones submarinos de talude (CST) e (iii) O prisma de nível baixo (PNB).
(*) Uma laminação de um depósito de praia é depositada em cerca de um segundo. Uma camada de HCS ("estratificação ondulada cruzada") característica dos depósitos de tempestade, deposita-se em minutos. Uma camada turbidítica deposita-se em algumas horas. Os depósitos de inundação, como os Scablands do Canadá (depósitos e erosões associadas às inundações provocadas pela ruptura da retenção dos lagos atrás dos glaciares do Plio-Pleistocénico) depositaram-se em algumas semanas. As varvas glaciárias depositam-se durante um ano. Um centímetro de sedimentos pelágicos depositam-se em cerca de 103 anos. Um subciclo de invasão continental deposita-se em 10-20 x 106 anos ; h) Um ciclo de invasão continental deposita-se em 100-200 x 106 anos.
(**) O termo evento que é, muitas vezes, ouvido nas reuniões das companhias de petróleo, obriga-nos a insistir sobre seu significado, uma vez que embora os agentes geológicos sejam raros e episódicos, à escala humana, eles induzem mudanças pontuais que, à escala geológica, são processos, mais ou menos, contínuos. Matematicamente, um evento geológico episódico caracteriza-se por uma duração que ultrapassa, raramente, 1/100 do tempo total considerado. Em outras palavras, quando expresso graficamente, um evento geológico episódico (mudança em função do tempo), é apenas a espessura do risco de um lápis.
Eolianito......................................................................................................................................................................................................................................................Aeolianite
Éolianite / Eolianita / Aeolianite / Eolianite (岩沉积风沙过程) / Эолианит / Aeolianite (roccia depositati dagli processi eolici) /
Termo geral utilizado para todos os produtos de deposição eólica ou qualquer rocha formada por litificação de sedimentos arenosos, depositados por processos eólicos, ou seja, pelo vento. Certos geocientistas, utilizam este termo, também, para designar calcários costeiros formados de sedimentos carbonatos biogénicos que formam dunas litorais, pelo vento e que, depois, litificam-se.
Ver: « Diagénese »
&
« Depósito Costeiro não Marinho »
&
« Carsificação »
Teoricamente um eolianito é qualquer rocha formada por litificação de sedimentos depositados por processos eólicos, isto é, pelo vento. Muito geocientistas utilizam o termo eolianito para a forma mais comum, que é um calcário costeiro constituído por sedimentos de carbonato de origem biogénica marinha de água pouco profunda, formados em dunas costeiras pelo vento, e, posteriormente, litificados. Todavia, qualquer sedimento transportado pelo vento, como, por exemplo, silte, argila ou cinzas vulcânicas, pode estar incluído num eolianito. Convencionalmente, o termo eolianito é restrito à areia das dunas, embora sedimentos mais finos possam estar presentes. A areia das dunas é, parcialmente, cimentada por precipitação interna de carbonato por percolação das águas subterrâneas. As proporções de carbonato variam, mas são, tipicamente, superiores a 50% e, muitas vezes, mais de 90%. O carbonato vem de restos de conchas, corais, briozoários*, etc., que vivem no fundo do mar. Embora os eolianitos, que alguns geocientistas chamam, dunas rochosas, ocorram em quase todas as partes do mundo, eles são muito mais frequentes entre as latitudes 20° e 40°, quer no hemisfério Norte quer no hemisfério Sul. Eles são pouco frequentes perto do equador e, praticamente, inexistentes próximo dos pólos. Não há diferença aparente na distribuição entre os hemisférios. Se a extensão e a espessura dos depósitos são tomados em linha de conta, é no hemisfério Sul que se localizam a maior parte dos eolianitos. As condições favoráveis para a formação de eolianitos são: (i) Um clima quente, propício à produção de carbonato pelos animais marinhos de água pouco profunda, como, por exemplo, a produção de conchas de moluscos marinhos ; (ii) Ventos continentais para transformar os sedimentos das praias em dunas ; (iii) Uma topografia, relativamente, baixa do onshore, quer isto dizer, uma ausência de falésias, para permitir a formação de sistemas de dunas ; (iv) Uma fraca pluviosidade para permitir uma rápida litificação e (v) Uma estabilidade tectónica. Os mais extensos depósitos de eolianitos do mundo estão localizados nas costas Sul e Oeste da Austrália. Na costa Oeste, há mais de 800 quilómetros de falésias de eolianitos, que em alguns lugares podem ter mais de 150 metros de espessura. Estas falésias são, localmente, conhecidas como a Formação calcária de Tamala. Elas correspondem a uma alternância de dunas e sedimentos água pouco profunda. Nos eolianitos do Pleistocénico Tardio, que ocorrem no SO Alentejano, em Portugal (http://www.lneg.pt/iedt/ unidades/16/ paginas/26/30/95) foram encontradas pegadas e trilhos de mamíferos e de aves. Eolianitos carbonatados, também de idade Pleistocénico ocorrem também ao longo da costa atlântica de Portugal (Praia do Malhão e do Pessegueiro, Perto do Vila Nova de Milfontes) assim como na costa algarvia entre Sagres e Armação de Pêra. Os afloramentos de eolianitos da Fonte de Areia na ilha de Porto Santo são particularmente, bem conhecidos (https://www.geocaching.com/geocache/ GC4TZA6_fonte-da-areia?guid=0623342e-c741-4cc1-b435-83ccd6e36173) : “A Fonte da Areia está localizada a norte da ilha e foi formada depois da era Terciária após a formação de uma barreira coralígena à volta da ilha. Com a descida do nível do mar absoluto ou eustático durante as glaciações do Quaternário, os ventos encarregaram-se de desgastar os corais, transportando para a ilha as areias com que construíram a duna da Fonte da Areia e a excelente praia que ocupa quase toda a costa Sul. Estas formações sedimentares na Fonte da Areia estão representadas por eolianitos calcoareníticos, paleosolos siltoargilosos, depósitos de praia, crostas calcárias, depósitos fluviais e depósitos de vertente. Os depósitos eolianitos calcoareníticos de formação Eolianítica, podem atingir espessuras da ordem de 40 a 50m. Os calcoarenitos apresentam uma cor amarelo-esbranquiçada sendo constituídos por fragmentos de algas calcárias e de exoesqueletos de organismos marinhos e terrestres. A consolidação das areias carbonatadas organogénicas em calcoarenitos esteve relacionada com a acção das águas da chuva que, percolando por infiltração nos níveis superiores do sedimento muito poroso, vão-se enriquecendo em bicarbonato de cálcio devido à dissolução até que atinjam a saturação em níveis mais profundos, precipitando o carbonato de cálcio que funciona como cimento que une as partículas de areia.”
(*) Pequenos invertebrados coloniais, comuns no mar, mas que podem também ocorrer em água doce. Colónias de briozoários crescem a partir de um único indivíduo, que depois de um fase larval livre se fixa num substrato sólido, e começa sua reprodução assexuada por brotamento. Desta forma, toda colónia de briozoários é formada por clones do primeiro animal, que é chamada de ancestrula. Os indivíduos dentro da colónia são chamados zoóides, cada zoóide mora dentro de uma cápsula secretada pelo organismo (zooecium), que pode ser de diferentes formas, e interconetadas de diferentes maneiras, dependendo da sua morfologia. (http://www.planetainvertebrados.com.br /index.asp?pagina=especies_ver&id_categoria)
Eolização....................................................................................................................................................................................................................................................Eolisation
Éolisation / Eolización / Windkorrosion / 风腐蚀 / Эолизация / Aeolizione /
Efeito de polimento provocado pela acção corrosiva do vento e da areia que ele transporta, sobre a superfície das rochas, calhaus e blocos, conferindo-lhe um brilho acetinado ou verniz eólico. Pode também significar, em sentido mais lato, o efeito conjugado da corrasão e deflação, produzindo formas, mais ou menos, características.
Ver : « Erosão »
&
« Eolianito »
&
« Corrasão »
Cailleux (1942) propôs um método de análise morfológica das areias. Baseando-se na forma e aspecto de grãos de quartzo, ele distinguiu quatro categorias fundamentais: (I) Não-Desgastado (ND), angulares; (ii) Polido Brilhante (PB), que sugere um grande e longo trabalho num meio aquático; (iii) Redondo Limpo (RL), desgastados pelo o vento; (iv) Redondo Sujo (RS), antigos grãos eólicos retrabalhados. Estabelecendo para uma determinada amostra, a percentagem de cada tipo, pode determinar-se a história de grãos e, portanto, as acções que se exerceram sobre eles. O resultado de uma tal análise deve ser interpretado. Um determinada a areia formada, principalmente, de grãos não-desgastados (ND) pode ser uma areia marinha, proveniente de uma areia recém-desagregada, cujos grãos ainda não foram trabalhados. Uma areia contendo uma grande quantidade de grãos (PB), eles podem ser derivados de uma material marinho mais antigo. A eolização pode produzir formas características como: 1) Os rochedos em cogumelo (blocos rochosos, em forma de cogumelo ou de mesa, que aparece ligada à abrasão das correntes de ressaca, na faixa intramareal, ou à erosão eólica, nas regiões desérticas e que é um indicador do nível médio da maré alta) ; 2) Taffonis*, cuja distribuição geográfica não é zonal, ou seja, eles formam-se em todos os litorais gresosos do globo, em posição exposta ao vento, e em regiões semi-áridas ; 3) Alvéolos ; 4) Estrias ; 5) Ventifactos (calhaus modelados pela corrasão e deflação eólicas, com arestas vivas, cujo número depende das posições que o calhau toma face aos ventos e com faces picotadas ou polidas, na parte exposta ao vento), que aparecem nas praias e nos desertos, etc.
(*) Modelado das rochas gresosas ou cristalinas, caracterizado pela escavação de cavidades esféricas, por deflação dos elementos desagregados por alteração subcutânea, devida à corrosão da rocha pela salsugem.
Éon.........................................................................................................................................................................................................................................................................................................Eon
Éon / Eón / Äon (Geologie) / 宙 / Геологическая эра / Eone /
A primeira divisão do tempo geológico. Do mais antigo até ao mais recente os éons são : (i) Hadeano ; (ii) Arqueozóico ; (iii) Proterozóico e (iv) Fanerozóico.
Ver: « Tempo Geológico »
&
« Escala do Tempo (geológico) »
&
« Énotema »
Nesta escala geológica, modificada de Hunt (1990), o mais antigo Éon, é o Arqueozóico. Muitos geocientistas dividem o Arqueozóico em Hadeano e Arcaico e consideram quatro éons na história geológica: (i) Hadeano; (ii) Arcaico; (iii) Proterozóico e (iv) Fanerozóico. O Pré-Câmbrico, para certos geocientistas é um Superéon, e corresponde ao conjunto do Arqueano ou Arcaico, Arqueozóico e Proterozóico, enquanto que outros consideram, antes do Hadeano, o Criptozóico (Gamoviano e Plankiano). Nesta escala geológica, na última coluna está representado a percentagem tempo desde o começo de cada período geológico (equivalente tempo do sistema, isto é, das rochas) até hoje. Assumido que a base do Arqueozóico representa a idade da Terra (100%), o Neogénico representa 0,6 % da idade total da Terra. Conceber de maneira abstracta e intelectual o tempo é muito simples. Todos as pessoas sabem quantos zeros se devem juntar ao número dez para representa milhões de anos. Ao contrário, assimilar um tal período de tempo é muito mais difícil. Todos os miúdos, hoje, sabem que os dinossauros desaparecem à cerca de 65 Ma, mas eles não têm nenhuma ideia do que isso representa. A noção do tempo geológico é tão estranha que ela só pode ser apreendida por metáforas. "Imaginemos uma jarda, velha medida inglesa, que é, mais ou menos, a distância entre o nariz e a extremidade da sua mão, quando estendida. Se essa distância (± 91 cm) representar a idade da Terra, uma simples limada na unha do seu polegar é suficiente para fazer desaparecer toda a história da Humanidade" (McPhee, J., 1980). "O homem está aqui na Terra desde há 32 mil anos. Que tenham sido necessários 100 milhões de anos para preparar o mundo para ele, é a prova que o homem foi feito para viver aqui. Eu suponho, mas eu não sei. Se tomarmos a torre Eiffel, em Paris, para representar a idade do mundo, a película de pintura que lá em cima de tudo, protege a bossa do pináculo, representa a porção humana de essa idade e é evidente, para toda a gente, que a torre Eiffel foi construída, unicamente, para que essa fina película de pintura possa lá estar. É possível, mas eu não sei" (Mark Twain, 1903).