Lacuna.......................................................................................................................................................................................................................................................................Diastem

Lacune / Lacuna / Diastem (Kleine Hiatus) / Diastem (小间隙) / Углубление, впадина / Diastem (piccolo iato) /

Interrupção, relativamente, curta da sedimentação durante um intervalo de tempo com quase nenhuma erosão antes que a deposição recomece. Uma lacuna é, por vezes, chamada lacuna estratificada para bem sublinhar que ela corresponde a interrupção verificada numa série estratificada. Pode ter, também o nome de hiato e pode ser provocada por sem deposição (lacuna de estratificação) ou por erosão (lacuna de erosão) Sinónimo de Diastema e de Hiato.

Ver: « Hiato»
&
« Deposição (carbonatos) »
&
« Integralidade Sedimentar »

Os sedimentos clásticos depositam-se em camadas, devido à tendência que a água e o vento têm de espalhar sedimentos do mesmo tipo em horizontes, relativamente, finos, sobre uma grande extensão, durante condições ambientais, mais ou menos, constantes. Uma lacuna ou diastema é uma interrupção no registo estratigráfico, que pode ser o resultado de uma erosão local ou de um intervalo sem deposição e que representa um pequeno intervalo de tempo geológico. As interrupções por sem deposição ocorrem com mais frequência dentro de determinados ambientes sedimentares do que em associação com mudanças de ambiente. Um período de sem deposição pode ser o resultado de uma turbulência excessiva num determinado ambiente ou de uma deficiência de acarreio sedimentar. As descontinuidades na sedimentação ocorrem a todas as escalas. As interrupções pequenas (variando de segundos a dias) estão associadas com a migração das camadas, variações das ondas do mar ou energia das correntes, assim, como, com os ciclos de maré. Os depósitos associados com as variações das estações formam-se durante as inundações, tempestades, ciclones, etc., e podem ocorrer numa escala de décadas a centenas de anos. Nos ambientes sedimentares profundos, o depósito das camadas turbidíticas é considerado, geologicamente, como instantâneo (horas), enquanto que o tempo de depósito dos horizontes pelágicos, que se depositam entre elas (em geral pouco espessos), pode ser de centenas de milhares ou mesmo milhões de anos. Todas as superfícies de estratificação, como, as ilustradas nesta fotografia do circo rochoso do “Creux du Van” (cantão de Neuchâtel na Suíça) que tem cerca de 1400 metros de largura por 200 metros de altura, representam um pequeno tempo de interrupção ou hiato. Se o hiato for, suficientemente, grande, a superfície corresponde a uma discordância (limite de um ciclo estratigráfico), cuja idade é dada pela idade dos cones submarinos de bacia que repousam, por biséis de agradação marinhos, contra a conformidade correlativa da discordância em água profunda. As superfícies de estratificação podem ter um hiato diferente de um lugar para outro. As superfícies de estratificação têm sempre uma pequena unidade de tempo que é comum a toda a superfície. O conceito de superfície de estratificação é, inteiramente, dependente da escala tempo e das rochas consideradas. Como o tempo que corresponde à ausência de sedimentação, que produz uma descontinuidades pode ter valores muito distintos, certos geocientistas diferenciam hiato de diastema e de lacuna: (i) Hiato, quando a duração é muito curta, (ii) Diastema, quando a interrupção é curta sem modificação das condições de sedimentação e (iii) Lacuna, quando a duração é significativa e pode ser avaliada, biostratigraficamente, como a lacuna de uma biozona. Uma superfície estratigráfica pode ser considerada como um limite físico contínuo. Pelo menos três grandes grupos de superfícies estratigráficas podem ser observadas no campo ou nas linhas sísmica : (i) Superfícies estratais - Os planos de estratificação e os reflectores cronostratigráficos são superfícies estratais ; um reflector sísmico representa um intervalo sísmico, mais ou menos, espesso, cuja espessura dependa da resolução sísmica e que pode variar entre 10 e 100 metros ; (ii) Superfícies de descontinuidade (*), que são superfícies físicas causadas por erosão ou por não deposição e que podem ser: a) Discordâncias, quando causadas por erosão ; b) Paraconformidades, quando separam estratos, mais ou menos, paralelos com um hiato de sem deposição ; c) Hiatos de deposição, os quais podem ser definidos por biséis de superior / biséis de progradação (ambientes subaéreo /subaquático), biséis de progradação / truncaturas aparentes (ambientes subaquático / subaéreo), biseis de agradação / conforme ((ambientes subaquático / subaquático) ; (iii) Superfícies diacrónicas, que incluem superfícies transgressivas retrogradantes e, nas linhas sísmicas, os reflectores associados com os planos de contacto gás / petróleo-água, e que podem ser quer síncronas (paralelas às superfícies estratais) quer diacrónicas (oblíquas às superfícies estratais).

(*) Uma descontinuidade designa uma transição ou contacto entre intervalos quer com densidades diferentes (descontinuidade de Mohorovičić), quer com diferentes fácies sedimentares, quer entre intervalos separados por um hiato. Existem vários tipos de descontinuidades: 1- Estratigráficas ; 2- Sedimentares ; 3- Litológicas ; 4- Tectónicas, etc., Dentro das descontinuidades litológicas podem reconhecer-se as: (i) Descontinuidades Concordantes, quando há continuidade entre os intervalos sucessivos ; (ii) Descontinuidades Paraconformes ou Paraconformidades, quando não há diferença de atitude entre os intervalos sobrepostos, mas há um hiato por ausência de deposição importante entre eles ; (iii) Descontinuidades Não Conformes ou Não-Conformidades, quando há um contacto entre um intervalo sedimentar e um corpo ígneo mais antigo ; (iv) Descontinuidades Desconformes ou Desconformidades, quando as camadas dos intervalos são paralelas de um e de outro lado da superfície de contacto a qual não é conforme com a estratificação regional ; (v) As Descontinuidades Discordantes ou Discordâncias quando os dois intervalos estão separados por uma superfície de erosão induzida por uma descida do nível do mar relativo ; (vi) As Descontinuidades Discordantes Reforçadas ou Discordâncias Reforçadas pela Tectónica, quando os sedimentos do intervalo sobrejacente a uma discordância foram deformados pela tectónica ; (vii) Descontinuidades Intrusivas, quando um corpo ígneo atravessa uma série sedimentar ; (viii) Descontinuidade Mecânicas, quando elas são induzidas por falhas, etc. (https://estpal13.wordpress. com/2013/06/04/descontinuidades-sedimentares-e-estratigraficas/)

Lafourche (lóbulo deltaico).............................................................................................................................................................................................Lachourche

Lafourche (lobe de delta) / Lafourche (lóbulo deltaico) / Lafourche (Delta-Lappen) / Lafourche(三角洲叶)/ Лафурш / Lafourche (lobo di delta) /

Um dos seis lóbulos principais do edifício deltaico do Mississipi: (a) Maringoiun ; (b) Teche ; (c) St. Bernardo; (d) Lafourche ; (e) Achafalaya e (vi) O lóbulo actual.

Ve : «Delta Digitado»

Lago................................................................................................................................................................................................................................................................................................Lake

Lac / Lago / Lake / / Озеро / Lago /

Termo lago que vem do Latim "lacus", o qual é dado a um corpo ou massa de água, mais ou menos, estagnada, cujas dimensões são superiores às de uma lagoa (entre 20 000 e 80 000 m2) ou às de qualquer outra massa de água terrestre não significativa.

Ver : « Rio »
&
« Lago de Meandro »
&
« Rocha Mãe Lacustre »

Existem diferentes tipos de lagos: (i) Periglaciários, quando um glaciar, parede de gelo ou calote glaciar faz parte das margem dos lagos, isto é, quando o gelo faz obstrução à drenagem natural ; (ii) Subglaciários, quando os lagos estão, permanentemente, cobertos de gelo ; (iii) Glaciários, quando os lagos resultam da fusão de um glaciar, como os ilustrados nesta fotografia da região de Neuchâtel (limite Este do Jura suíço), nas margens do qual se formaram magníficos deltas sob a influência das ondas, como, por exemplo, o delta de Areuse, ilustrado mais em detalhe no canto inferior direita da figura ; (iv) Artificiais, quando os lagos são criados por uma inundação atrás de uma represa, escavação humana, etc. ; (v) Terminais, quando os lagos não têm nenhuma saída, quer por rios ou difusão subterrânea ; (vi) Meromíticos, quando as diferentes camadas de água, que os constituem, não se misturam (em geral, as camadas mais profundas não contém nenhum oxigénio em dissolução) ; (vii) Eólicos, são os lagos que se formam numa depressão criada pelo vento (preenchimento de água de uma bacia de deflação) ; (viii) De Meandro Abandonado, quando os lagos se formam num antigo meandro que foi abandonado devido a um atalho de meandro ; (ix) Reduzido, quando as dimensões se reduzem com o tempo ; (x) Subterrâneos, quando os lagos se formam debaixo da superfície terrestre, em associação com caves, grutas, aquíferos, nascentes, etc .; (xi) De Cratera, quando os lagos se formam nas caldeira vulcânicas, desde que um vulcão deixou de estar activo ; (xii) De Lava, lagos de lava derretida contida numa cratera vulcânica ou qualquer outra depressão ; (xiii) Pré-existentes, lagos que não existem mais e, muitos dos quais, desapareceram por evaporação ou intervenção do homem ; (xiv) De Estação, lagos que existem como uma massa de água unicamente durante uma parte do ano ; (xv) De Rifte, quando os lagos se formam numa área de forte subsidência associada à ruptura da litosfera ; (xvi) De Fiordes, quando eles se formam num vale glaciar que foi erodido mais baixo que o nível do mar, etc.

Lago de Canal Abandonado........................................................................................................................................................Oxbow Lake

Lac de chenal abandonné / Lago de canal abandonado / Altwasser (Fluss) / 河迹湖 / Пойменное озеро / Lanca /

Lago num meandro ou canal abandonado formado por transbordo da água durante uma cheia ou por oscilação (exagero da curvatura do meandro). Sinónimo de Lago de Meandro e de Lago de meandro abandonado.

Ver: « Deposição Fluvial »
&
« Barra de Meandro (fóssil) »
&
« Tampão Argiloso »

Um lago de meandro abandonado forma-se quando um rio cria um meandro devido à erosão das margens, função da acção hidráulica e da relação abrasão / corrosão. Com o tempo o meandro curva-se cada vez mais e, eventualmente, pode acontecer que o pescoço meandro, finalmente, ponha em contacto ambos os lados isolando o meandro formando um lago de meandro. Efectivamente, quando um rio atinge uma planície, muitas vezes, no seu curso final para o mar ou para um lago, ele descreve numerosos meandros. Na vizinhança de uma curva do rio, os sedimentos são depositados sobre a margem convexa. Ao contrário, na margem côncava ocorre erosão lateral e basal. A deposição contínua na margem convexa e a erosão na margem côncava exageram a curvatura, e as duas bordas côncavas aproximam-se. Com o tempo, a faixa de terra entre as duas bordas côncavas vizinhas é isolada, quer pela erosão lateral de ambas as margens côncavas ou pelas fortes correntes de uma inundação. Quando isso acontece, o rio toma uma nova trajectória mais rectilíneo, que se aprofunda para transportar mais rapidamente a água inferior, um sector do meandro é abandonado. Quando a deposição finalmente preenche o atalho do canal do rio, forma-se um lago de meandro abandonando. Este processo pode durar de vários anos até várias décadas. Nesta fotografia os lagos de canal abandonado, lagos de meandro ou lagos em ferradura associados com o rio Yukon (corre na América do Norte, na província da Colúmbia Britânica, no território de Yukon e no estado norte-americano do Alasca, e desagua no mar de Bering do oceano Pacífico) são, perfeitamente, visíveis e, provavelmente, a maior parte deles foram produzidos por oscilação, isto é, por exageração da curvatura de um meandro, a qual faz desaparecer o pedúnculo (base do meandro) e cria um trajecto do rio muito mais curto, do que por transbordo. Ao longo de um rio, nem todas as sinuosidades se exageram, uma vez que há secções sem meandros. Para que um meandro se forma é necessário que exista um estado de equilíbrio entre a inclinação, o escoamento, a carga e a resistência das margens. Quando se trata de um meandro de planície aluvial (meandro divagante), como é, o caso do exemplo ilustrado nesta figura, as margens são encaixadas em aluviões. Ao contrário, quando se trata de um meandro de vale (meandro encaixado quando o curso de água acompanha a sinuosidade do vale), as partes côncavas da margem, durante a evolução do meandro, são talhadas na rocha e, neste caso, é a resistência desta que é tomada em linha de conta. Como a maior parte das rochas são mais resistentes que os aluviões, os meandro de vale têm inclinações relativamente mais fortes. Durante muito tempo, os geocientistas pensavam que os meandros se formavam quando a inclinação era muito fraca, isto é, quando a corrente estava já quase no fim da sua evolução e era incapaz de escavar. Por isso, ela começava a depositar os sedimentos e, pouco a pouco, o leito do rio preenchia-se. Todavia, e em primeiro lugar, em fim de evolução, um rio não tende, necessariamente, a se preencher. Em segundo lugar não se pode considerar um meandro como o resultado da impotência de um rio, uma vez que ele é uma forma de escavação ou de equilíbrio. Um rio muito carregado não forma meandros, mas bifurca-se ou divide-se em vários canais. Finalmente, pode dizer-se, que um meandro é o resultado de um estado de equilíbrio entre a força do rio e a resistência da rocha encaixante. Se as margens forem pouco resistentes, a evolução do meandro fará cair no rio uma grande quantidade de material, que paralisa o rio junto às margens, e a corrente voltará ao leito aparente. Se as margens são muito resistentes, o rio não poderá escavar de maneira significativa. Lagos de meandro artificiais podem formar-se quando um canal do rio é endireitado, artificialmente, para melhorar a navegação ou para diminuir o risco de inundação. Isto ocorreu, principalmente, na parte superior do rio Reno, na Alemanha ,no século XIX. Um exemplo bem conhecido de uma via navegável, inteiramente, artificial com lagos de meandro é o canal de Oxford, na Inglaterra, que quando construído, originalmente, tinha um curso muito sinuoso, seguindo os contornos da terra, mas a parte norte do canal foi endireitado entre 1829 e 1834, reduzindo seu comprimento, mas criando um certo número de secções com lagos de meandro isolados do novo curso. Três teorias foram invocadas para explicar a formação dos meandros. (i) Teoria estocástica, A evolução de um meandro parece ser o resultado das flutuações estocásticas da direcção do escoamento devido a presença de obstáculos que mudam a direcção da trajectória da corrente ; (ii) Teoria do equilíbrio, formação de meandros diminui o gradiente de escoamento da corrente até que o equilíbrio entre a erosão do terreno e a capacidade de transporte da corrente seja alcançado e (iii) Teoria morfotectónica, na qual são os obstáculos que induzem a formação de meandros.

Lago de Meandro (lago de meandro abandonado).......................................................................................................Oxbow Lake

Lac de méandre / Lago de meandro / Altwasser (Fluss) / 河迹湖 / Меандровое озеро / Lanca (lago) /

Lago formado num meandro abandonado quer este seja da planície aluvial ou de vale (meandro encaixado). Sinónimo de Lago de Canal Abandonado.

Ver: « Meandro »
&
« Barra de Meandro (modelo)»
&
« Tampão Argiloso »

Um meandro, quer ele seja encaixado (ou meandro de vale, isto é, quando o rio e o vale ziguezagueiam ao mesmo tempo) ou de planície aluvial, tem sempre tendência a acentuar-se. A corrente principal é desviada para o lado exterior do meandro, quer isto dizer, que ela aproxima-se da margem côncava (quando observada a partir do canal de escoamento). Numa série de meandros, a corrente aproxima-se da margem direita e esquerda, descrevendo curvas maiores que as do eixo do leito do rio aparente e tende a exagerar as curvas, uma vez que onde a velocidade é máxima onde a erosão é mais forte. A margem côncava é mais erodida do que a margem convexa, na qual a corrente é muito mais lenta e, assim, abandona a sua carga começando a construir uma barra de meandro, o que acentua a curvatura. Num meandro, há erosão e deposição ao mesmo tempo. Por isso, em termos de estratigrafia sequencial não se pode falar de discordância (descida relativa do nível do mar). Por este processo a margem côncava torna abrupta, enquanto que na margem convexa, que é mais baixa, se depositam os sedimentos. À força de se acentuarem, dois meandros vizinhos podem recortar-se de duas maneiras diferentes: (i) Por Transbordo, isto é, quando durante uma cheia, toda a planície é inundada e que a corrente toma um trajecto rectilíneo mais curto em vez de utilizar o meandro (este processo é, evidentemente, impossível nos meandros encaixados ou meandros de vale) e (ii) Por Oscilação ou Contacto, quando o exagero da curvatura faz desaparecer o pedúnculo (base do meandro), transformado o antigo meandro em um canal abandonado, no qual se forma, por vezes, um lago como os ilustrados nesta fotografia (Rio Madre de Dios, SE do Peru). Este último processo põe em contacto dois pontos do curso do rio, que antes se encontravam a uma certa distância e a níveis diferentes. Assim pode criar-se uma queda de água que se pode manter durante um certo tempo se a rocha encaixante for, relativamente, dura. Ao mesmo tempo que os meandros se exageram, eles migram para jusante, o que, com o tempo, pode transformar meandros encaixados em falsos meandro de planície aluvial.

Lago Pró-glaciário.......................................................................................................................................................................................Proglacial Lake

Lac proglaciaire / Lago proglaciar / Eisstausee / Proglacial湖 / Прогляциальное озеро / Lago proglaciale /

Quando a represa do lago é formada por uma moreia ou pelo gelo de um glaciar em fase de adelgaçamento (retrogradação). Lago formado pela água de fusão retida contra uma calote glaciária devido a depressão isostática da crusta criada à volta do gelo.

Ver: « Lago »
&
« Glaciar »
&
« Ambiente de Deposição »

No fim da última "Idade Glaciar" (período de tempo geológico durante o qual uma prolongada descida da temperatura da superfície e atmosfera da Terra provoca a expansão das calotes glaciares e glaciares), isto é, mais ou menos, 10000 anos atrás, uma grande quantidade de lagos próglaciares formaram-se no hemisfério norte. Mesmo actualmente, em associação com o adelgaçamento (recuo par certos geocientistas) dos glaciares induzido pelo fim da Pequena Idade Glaciar (século XVI até ao meio do século XIX), formam-se lagos próglaciares, como o ilustrado nesta fotografia (tirada em 1987, isto é antes do chamado aquecimento global que teria começado segundo certos geocientistas em 1990). Com efeito, durante os anos 30 do século passado, o rápido adelgaçamento do glaciar de Nigardsbreen, na Noruega, pôs a descoberto uma depressão rochosa a qual foi preenchida pela água de fusão do glaciar criando um lago proglaciar. A moreia lateral de uma antiga fase de adelgaçamento do glaciar é visível acima do lago (canto direito da fotografia). Não obstante a presença de numerosos lagos próglaciares na Europa, como: (i) Lago Komi ; (ii) Lago Báltico ; (iii) Lago Ancylus ; (iv) Lago Harrison ; (v) Lago Lapworth ; (vi) Lago Orcadian ; (vii) Lago Pickerin ; (viii) Lago Gjende e (ix) Os Sistema de Lagos Endorreicos (bacia de drenagem fechada que retém a água e não permite nenhuma saída para outros corpos de água quer eles sejam rios ou oceanos) do Ebro e do Douro, na maior parte dos casos, os lagos próglaciares associados com a idade glaciar Quaternária, pouco a pouco, evaporaram-se e desapareceram durante o intervalo de tempo quente que seguiu esta idade glaciar. As águas próglaciares, que formam um lago próglaciar, compreendem não, unicamente, as águas de fusão do glaciar, mas também a água da chuva que caiu nas regiões circunvizinhas. As águas de fusão do glaciar escoam-se ao longo de correntes, mais ou menos, importantes, que contornam a frente do glaciar. São precisos cerca de 50 a 100 ky para fazer uma idade glaciar e, unicamente, cerca de 10 ky para a destruir.

Lago Temporário...........................................................................................................................................................................................................................Laguna

Lac temporaire / Lago temporario / Temporäre See / 临时湖 / Временное озеро / Lago temporaneo /

Lago baixo e efémero, em geral, associado a ambientes desérticos e que é alimentado, quase exclusivamente, por correntes formadas, unicamente, durante as tempestades com fortes chuvas.

Ver : « Lago »
&
« Lago de Meandro »
&
« Lago Pró-glaciário »

De maneira geral, os corpos de água, que se encontra nos continentes constituem uma pequena parte da quantidade de água total da biosfera. Os oceanos contém cerca de 97% da água da biosfera. A soma da água das calotas glaciares, lagos, rios, vapor de água e água subterrânea, representa, unicamente, cerca de 3%. Menos de 1% da água existe sob a forma de água livre continental (água dos rios e lagos), também chamada água interior. Não obstante esta pequena quantidade, a água interior é um elemento essencial para a biosfera. Ela ocorre em formas muito variadas e é utilizada por uma grande variedade de comunidades biológicas muito diferentes das comunidades marinhas e dos ecosistemas terrestres. Naturalmente, a água interior, que se forma a partir da água dos oceanos, principalmente, por evaporação, pode ser: (i) Lótica, isto é, que se escoa e (ii) Lêntica, quer isto dizer, que não se escoa e que é, mais ou menos, estacionária. Como exemplos do primeiro tipo podemos citar a água dos rios, ribeiros, riachos, etc., e do segundo, a água das lagoas, pântanos, lagos, lagos temporários, etc. No exemplo ilustrado nesta fotografia, a água deste lago temporário, o qual é alimentado, exclusivamente, por correntes efémeras formadas durante as tempestades de chuva, é lêntica. De qualquer maneira, ambos os tipos de água (lótica e lêntica) estão relacionados a três tipos de sistemas de drenagem: (a) Exorreico, quando o sistema de drenagem é aberto e transporta para o oceano, as águas interiores o via os rios e lagos ; (b) Endorreico, quando o sistema de drenagem é fechado e as águas interiores se concentram em corpos de água lêntica (permanentes ou temporários) de onde elas se evaporam e (c) Arreico, quando o sistema de drenagem não tem direcção dominante, com quedas de água utilizadas pelas correntes de água interior, quer, em geral, são provisórias. Nas áreas de drenagem arréica, à parte os rios alógenos (que nascem fora da área) e as áreas alimentadas por água subterrânea, a maioria dos corpos de água são temporários.

Laguna..........................................................................................................................................................................................................................................................................Lagoon

Lagon / Laguna / Lagune / 潟湖 / Атолловая лагуна / Laguna /

Porção de água, que isolada do mar, por um banco de areia, mantém uma comunicação constante com ele (Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, Academia das Ciências de Lisboa, Verbo, 2001). Massa de água, geralmente, rasa separada do mar por uma praia barreira (tombolo, lido, etc.).

Voir: « Lago »
&
« Lago de Meandro »
&
« Lago Pró-glaciário »

Na sua evolução sedimentar, as lagunas, como a ilustrada nesta figura (Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul, Brasil) não são muito diferentes das "playas" das bacias endorreicas (bacias com um sistema de drenagem fechado pelo qual as águas interiores se concentram em corpos, permanentes ou temporários, de água lêntica de onde ela se evapora). Como é o caso nas "playas", as lagunas são, raramente, alimentadas em água, doce ou salgada. Elas sofrem uma intensa evaporação assim como um acção eólica intensa. Em geral, elas são salinas naturais, como, por exemplo, as da parte árida do Golfo do México (Laguna Grande) e as de certos pontos no Mediterrâneo. Um exemplo típico de laguna existe ao sul da cidade de Larnaca, na ilha de Chipre, onde uma laguna salgada (Laguna de Larnaca) é separado do Mar Mediterrâneo por uma barreira de sedimentos transportados pelas ondas do mar. Esta laguna não tem mais de 1 metro de profundidade e o seu nível está cerca de 2 metros abaixo do nível médio do Mediterrâneo, o que quer dizer, que a água do mar, carregada de sal, se infiltra na laguna através da barreira. Como os rios que desaguam na laguna de Larnaca são insuficientes para compensar a perda de água por evaporação há precipitação de sal. Outros exemplos de lagunas semelhantes, estudadas e descritas por vários geocientistas, existem no Egipto e bordos do Mar Vermelho. Na salina de Mex (perto de Alexandria) deposita-se uma vasa negra sobre um arenito grosseiro de cloreto de sódio, com ondulações, à razão de 7 a 14 cm por ano (Termier, H. & Termier, G., 1960). Nas lagunas salgadas isoladas atrás dos cordões litorais depositam-se vasas sobre as quais crescem algas e vegetais vasculares. Nos climas tropicais, é nas lagunas que se instalam os mangueirais. As lagunas salgadas não se devem confundir com os pântanos salgados das rias (quando o vale do rio é inundado por uma subida relativa do nível do mar), como é o caso com a ria do Tejo, em Lisboa, onde a subida do mar durante a maré deposita nas margens uma vasa que pode evoluir em pântano salgado.

Laguna (carbonatos).................................................................................................................................................................................................................................Lagoon

Laguna / Laguna / Lagune, Haff / 泻湖 / Лагуна / Laguna /

Corpo de água, relativamente, pouco profundo separado, em geral, do mar por ilhas barreiras carbonatadas.

Ver: « Lago »
&
« Atol »
&
« Laguna »

Num plano horizontal, um recife de coral aparece como um recife em forma de anel ou de uma ferradura, que emerge da água profunda e que fecha parcialmente a laguna, razão pela qual os atóis são por vezes chamados ilhas lagunares. A estrutura do atol pode ser considerada como semelhante à das construções dos corais. Ela tem muitos pontos comuns com a construção dos recifes barreiras. Como as construções dos recifes barreira, uma estrutura de um atol é caracterizada por: (i) Uma encosta submarina externa bastante acentuada ; (ii) Uma crista formada de Lithothamnion (alga coralina incrustante) ; (iii) Uma pequena plataforma interna, que limita a laguna e (iv) A laguna. A encosta externa submarina pode inclinar mais de 45° e ter, mesmo, cornijas. A encosta externa é constituída por coral vivo, no topo, e, na base, por coral morto e numerosos restos amalgamados ao recife pelas algas calcárias. A crista algar formada à base de Lithothamnion forma a margem externa da parte do recife que aflora. Esta crista existe, unicamente, do lado onde há grandes ondas, uma vez que esta alga, ao contrário do coral, vive, unicamente, nas zonas de rebentação forte. A plataforma que emerge, por vezes, durante a maré baixa, é uma zona de uma centena de metros, muito irregular, formada de coral morto sobre o qual prosperam colónias de coral vivo. Nesta plataforma podem formar-se uma série de microatóis ao centro dos quais o coral morre. É esta plataforma que cerca a laguna. A encosta interna da plataforma é mais suave do que a encosta externa. A laguna é uma sucessão de fundos de areia calcária e pináculos de coral vivo que chegam quase ao nível da maré baixa. Como, em geral, a profundidade do topo dos pináculos na laguna varia entre 13 e 3 m, pode dizer-se, que os corais podem viver, perfeitamente, dentro da laguna. Para Darwin, a formação de uma grande maioria de atóis pode resumir-se assim: (i) Os corais instalam-se e crescem à volta de uma ilha vulcânica, formando um recife franjante ; (ii) O recife expandem-se e o interior da ilha colapsa ; (iii) Quando a ilha colapsa, completamente, fica uma franja de corais que continuam a crescer, ao mesmo tempo, que no centro se forma uma laguna, mais ou menos, aberta.

Laguna de Plataforma (com circulação aberta).....................................Shelf Lagoon Open Circulation

Lagon (plate-forme avec circulation ouverte) / Laguna de plataforma con circulación abierta / Shelf Lagune offenen Kreislauf / 货架泻湖开放流通 / Лагуна (платформа с открытой циркуляцией) / Laguna di piattaforma (circolazione aperta) /

Laguna que se forma numa cintura carbonatada atrás da zona de deflação das areias carbonatadas, mas que é, suficientemente, conectada com a água do mar para manter uma salinidade e temperatura semelhantes às do mar adjacente.

Ver: « Deposição (carbonatos) »
&
« Recife »
&
« Plataforma Carbonatada Aureolada »

Segundo Schlager W. (1991), este tipo de ambiente sedimentar carbonatado é caracterizado por: (i) Um contexto geológico ; (ii) Uma fácies (litologia) e (iii) Uma fauna. O contexto geológico é o do topo de uma plataforma, planar, situada numa zona eufótica, localizada, normalmente, acima das ondas do mar em condições de mar calmo, e que tem, mais ou menos, a mesma salinidade e temperatura do mar adjacente, o que quer dizer, que ela está em conexão directa com o mar. Os sedimentos que se depositam neste ambiente são lamas calcárias ou areias calcárias argilosas, função da granulometria dos sedimentos e da eficiência do joeiramento (calibragem ou selecção granulométrica) das ondas do mar e correntes de maré. Em associação com as lamas ou areias calcárias encontram-se pedaços de bioermas (massas de calcário lenticular espessas, sem estratificação, edificadas por organismos construtores como coraliários, algas coralináceas que permanecem em posição de vida) e biostromas (estruturas tabulares de calcário, construídas por certos organismos, como, por exemplo, rudistas, ostreídeos, que formam uma ou mais camadas interstratificadas numa dada sequência carbonatada), assim como areia e lamas terrígenas, quando o continente não está muito longe da plataforma. A biota (conjunto total de organismos de uma região geográfica ou um período de tempo) é constituída, principalmente, por bentos, como, lamelibrânquios (animais aquáticos, popularmente, designados por bivalves), gastrópodes (classe de moluscos com o corpo protegido por uma concha), esponjas (animais sem simetria ou com simetria radiada, sem cavidade digestiva), artrópodes (animais invertebrados que possuem partes do corpo articuladas e rígidas), foraminíferos (organismos unicelulares que se distinguem dentre os protozoários por possuírem uma rede de pseudópodos filamentosos e uma carapaça - testa - de composição e complexidade variáveis) e algas (organismos fotossintetizantes, sem valor taxonómico que abriga um grupo de organismos que possuem clorofila a, sem talo diferenciado em raiz, caule e folhas, possuem hábitos aquáticos e são eucariontes heterotróficos, autotróficos ou mixotróficos, ou seja, que se alimenta a partir de substâncias inorgânicas que as transforma em substâncias orgânicas por fotossíntese - holofítico, e, directamente, de substâncias orgânicas - saprofítico). É interessante relembrar, aqui, o problema principal ligado à origem dos recifes*, isto é, à aparente contradição entre a impossibilidade dos corais viverem abaixo de 25 metros de profundidade e a espessura dos recifes (fósseis), que ultrapassa várias centenas de metros. Com efeito, a teoria da glacioeustasia** não pode explicar, por ela só, uma tal espessura, uma vez que o nível do mar, durante as glaciações do Quaternário, não desceu mais do que uma centena de metros abaixo do nível actual. Isto quer dizer, que os corais, pelo menos os do Quaternário, não podiam ter-se formado sob uma profundidade de 125 metros. As grandes profundidades às quais se encontram os recifes fósseis, como a sua grande espessura, só se podem explicar por uma subsidência do fundo do mar, que era compensada pelo crescimento vertical dos recifes. Por outras palavras, unicamente, as subidas do nível do mar relativo ou seja do nível do mar local, referenciado à base dos sedimentos ou ao fundo do mar (resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite e da tectónica) podem explicar as enormes espessuras recifais encontradas nos registos estratigráficos.

(*) Uma das explicações da origem dos atóis foi proposta por Charles Darwin, em 1830. Segundo a teoria de subsidência de Darwin, que não explicação para todos os recifes de franja e barreira. o atol tem a sua origem quando os recifes de franja começam a crescer ao longo da costa de ilhas vulcânicas recentes. Ao longo do tempo, estas ilhas começam a sofrer uma forte subsidência. Se a subsidência não ocorrer muito rapidamente, os recifes conseguem adaptar-se, formando inicialmente um recife de franja, seguido do recife barreira e, finalmente, um atol, à medida que a ilha desaparece. devido às condições de água calma e elevada sedimentação tal não é possível, o que faz com que se desenvolva uma lagoa. Por volta dos anos cinquenta fizeram-se perfurações nas ilhas Marshall (atol de Eniwetok), até 1283 m de profundidade, onde se encontrou rocha vulcânica, o que corroborou a teoria de Darwin (Lad et al., 1953 in Nybakken, 1988).

(**) Eustatismo, ou seja, variações do nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite. O nível do mar absoluto ou eustático é dependente da: (i) Tectonicoeustasia que é controlada pela variação do volume das bacias oceânicas ; (ii) Glacioeustasia, que é controlada pela variação de volume de água dos oceanos função da quantidade de gelo ; (iii) Geoidaleustasia que é controlada pela distribuição da água dos oceanos causada pelas variações do campo da gravidade terrestre e (iv) Dilatação térmica dos oceanos ou aumento estérico do nível do mar (se a temperatura dos oceanos aumenta, a densidade da água diminui e, para uma massa constante, o volume aumenta). O nível do mar relativo é o resultado da acção combinada do nível domar absoluto (eustático) e da tectónica.

Lahar......................................................................................................................................................................................................................................................................................Lahar

Lahar / Lahar / Lahar / 山泥流 / Лахар / Lahar /

Escoamento de lama, composto, principalmente, por material piroclástico, nos flancos de um vulcão. Lahar é uma palavra da língua da Indonésia que designa uma mistura de restos de rocha e água formada nas vertentes de um vulcão e que se escoa muito rapidamente. Os lahars podem formar-se de várias maneiras: (i) Rápido derretimento da neve e gelo devido a fluxos piroclásticos ; (ii) Intensas chuvas sobre depósitos vulcânicos pouco consistentes ; (iii) Ruptura de um lago obstruído por depósitos vulcânicos, etc.

Ver: « Escoamento de Detritos »
&
« Tefra »
&
« SDR (reflector que inclina para o mar) »

Basicamente, um lahar é um conglomerado associado a lamas vulcânicas, que se formam depois da erupção de um vulcão. A formação de lama é um fenómeno frequente sobre as encostas vulcânicas. As erupções são, muitas vezes, acompanhadas de chuvas intensas e o vulcão, ele mesmo, emite vapor de água em grandes quantidades, que se condensa sobre as encostas. O lago de retenção, quer ele esteja localizado atrás das cinzas ou, mesmo na cratera do vulcão, pode, bruscamente, esvaziar-se, a quando de um abalo posterior e formar enormes correntes de lama, isto é, um lahar. Os lahares descem costa abaixo, como qualquer escoamento e submergem quase tudo à sua passagem, como, por exemplo, o escoamento que ocorreu no ano 79 com a erupção do Monte Vesúvio, o qual fossilizou uma grande parte da cidade romana de Herculano, mas que deixou os tectos das casas intactos, o que não sucedeu na cidade de Pompeia, onde o material vulcânico caído do céu deixou os muros das casas intactos, mas provocou o colapso dos telhados das casas. Nesta figura está ilustrado o lahar, produzido pela água das chuvas, ao longo do Rio Nima II, perto da cidade de El Palmar (Guatemala), que se formou nas encostas do vulcão Santiaguito, onde as condições para a formação de lahares são ideais, uma vez que as erupções destroem a vegetação ao mesmo tempo, que depositam camadas de rochas vulcânicas inconsistentes. Durante a estação das chuvas, quando os rios transbordam, eles erodem esses depósitos e formam lahars que são, extremamente, perigosos. Quando não há formação de lahars, a erosão favorece, a deposição dos sedimentos no leito dos rios, o que favorece, evidentemente, as inundações. Os lahars contêm uma elevada concentração de detritos dos flancos dos vulcões e têm uma enorme de poder destrutor. Se a concentração dos sedimento é superior a 20% do volume total de fluxo, ele é considerado como hiperconcentrado. Se esta proporção de detritos é superior a 60%, o escoamento é chamado, por certos geocientistas, fluxos de detritos, que podem percorrer grandes distâncias, com uma frente de escoamento deslocando-se à uma velocidade que pode alcançar 85 km/h. Um exemplo típico de fluxo de detritos foi o causado pela erupção do Cotopaxi, no Equador, em 1877, o qual percorreu mais de 320 km a uma velocidade média de 27 km/h. Lahars podem também ser considerados fluxos de lama se a sua proporção de argila é forte. A erupção do Pinatubo, na ilha de Luzon (Filipinas) que começou em Abril de 1991 e durou mais de um ano, emitiu uma grande quantidade de depósitos vulcânicos não estabilizados. No dia 14 de Junho, o tufão "Yunya" passou sobre a ilha e foi seguido por outros tufões no mês de Julho, que iniciaram lahars cada vez mais importantes. Este fenómeno repetiu-se a cada estação das chuvas ou a cada passagem do tufão, durante várias décadas. Os vulcões subglaciários criam lahars particulares e desastres glaciários, chamados de "jokulhlaup" (literalmente "corrida de gelo"). O exemplo da erupção do vulcão islandês Katla debaixo do glaciar Myrdalsjokull teve este tipo de consequência. Da mesma maneira, em 1996, debaixo do Vanatjökull (glaciar islandês com 8 100 m², a 1700 m de altitude que desagua no Oceano Atlântico), o calor do vulcão causou a fusão de uma grande quantidade de gelo e aumentou do volume do lago Grimsvötn, localizado no meio do glaciar, passando a sua superfície de 12 km² a 40 km². Três quilómetros cúbicos de água pressurizada infiltraram-se sob o glaciar, e foram libertados, de maneira abrupta, três semanas depois do fim da erupção. No dia 5 de Novembro, produziu-se um "jokulhlaup" levando blocos de rocha e gelo ... o enorme escoamento atingiu um acme de 55000 m2/s fazendo desaparecer estradas, pontes e casas. A inundação repentina parou no dia seguinte abandonando uma enorme quantidade de lama negra, nauseante, mas sem fazer vítimas (http://www.earth-of-fire.com/article-les-sept-risques-volcaniques-5-les-lahars-63125559.html). O grande lahar que destruiu Vila Franca do Campo (vila portuguesa na ilha de São Miguel, Região autónoma dos Açores) na noite de 21 para 22 de Outubro de 1522 (a famigerada subversão de Vila Franca), causando milhares de mortos, recobriu de lama e pedras cerca de 3,5 km² de terreno. Nos Açores existem muitas centenas de formações geológicas identificadas como tendo sido formadas por lahars, alguns recobrindo grandes áreas, como é caso do lahar que a partir da zona do Pico Rachado desceu ao longo da Ribeira de São Roque, nos Altares, Terceira, percorrendo mais de 6 km até ao seu termo. Um exemplo notável deste efeito dos lahars é a presença de gigantescos blocos traquíticos, com cerca de 8-10 m de altura e pesando alguns milhares de toneladas, isolados no planalto existente acima do lugar da Caparica, Biscoitos, na ilha Terceira. Aqueles blocos foram ali deixados por um gigantesco lahar que se formou há cerca de 25000 anos durante a última grande erupção do Pico Alto (Terceira). (https://blacksmoker.wordpress.com/ 2008/07/16/lahars-mudflows/)

Lama..............................................................................................................................................................................................................................................................Mud, Loum

Boue / Lodo / Kot, Schlamm / / Буровой раствор / Fango /

Mistura de argila e / ou lodo e água. A lama litoral é, muitas vezes, chamada vasa (mole ou dura).

Ver : " Argila "
&
" Ardósia "
&
" Vasa "

Em português, o termo lama é sinónimo de lodo, limo ou argila. O fundo lamacento dos rios, lagos ou mar, como, aliás, a vasa pelágica profunda dos oceanos, constituída por restos de esqueletos organismos microscópicos de flutuantes (<30 por cento) é considerado uma lama .Certos tipo de lama, como a vasa pelágica é formada, principalmente, nas áreas mais afastadas do continente, de modo que o lento depósito, mas contínuo, dos microorganismos mortos, não é obscurecida pelos sedimentos do continente. Normalmente, estas lamas e limos são subdivididos em: (i) Lamas Calcárias, quando contêm esqueletos de carbonato de cálcio e (ii) Lamas Siliciosas, quando contêm esqueletos formados de sílica. Elas, também, podem, igualmente, ser subdivididas de acordo com o tipo predominante de esqueleto. Note que o termo lama é, actualmente, utilizado para designar as lamas dos esgotos (municipais ou industriais), isto é, os produtos usados ​​nas instalações de tratamento dos líquidos efluentes. Estes sedimentos lodosos consistem, principalmente, de bactérias mortas e matéria orgânica mineralizada. Uma estação de tratamento produz, em média, mais de 40 g de matéria seca por dia e por habitante. Existem diferentes tipos de lamas de purificação função dos tratamentos utilizados para purificar a água : (A) Lamas de purificação primárias - são os depósitos recuperados por simples decantação das águas residuais, que tem elevadas concentrações de sais minerais, mas também matéria orgânica ; (B) Lamas de purificação físico-químicas - assemelham-se às lamas primárias, excepto que, durante o tratamento das águas residuais é adicionado um reagente (sais de ferro, alumínio e outros floculantes) para aglomerar as partículas finas e melhorar a sedimentação ; (C) Lamas de purificação biológica, também chamadas lamas secundárias, que vem de uma purificação biológica (lamas activadas, discos biológicos, leitos bacterianos, etc.) são de pobre concentração (± 10 g / l) e muito orgânicas, porque elas consistem, principalmente, de corpos bacterianos e suas secreções ; (D) Lamas de purificação mistas - compostas de uma mistura de lamas primárias e orgânicas, resultantes da maioria das estações de tratamento ; (E) Lamas de purificação de aeração prolongada sem decantação primária obtidas com poluentes muito ventilados (estas lamas são muito concentradas, menos orgânicas e menos perigosas).

Lama Hemipelágica..........................................................................................................................................................................Hemipelagic Mud

Boue hémipélagique / Lodo hemipelágico / Hemipelagischen Schlamm / 半深海泥 / Гемипелагический аргиллит / Fango Hemipelagic /

Mistura de material carbonatado biogenético e sedimentos argilosos terrígenos. O termo lama é utilizado para descrever um lodo solto, macio e pegajoso, que se deposita, muitas vezes, nas orlas costeiras e na foz dos cursos de água, devido à floculação (processo em que as partículas argilosas em suspensão, em contacto com a água do mar, coagulam e se depositam rapidamente) e à sedimentação que ocorre durante as preiamares.

Ver : "Mar Profundo"

Lâmina (sedimentar)..............................................................................................................................................................................................................................Lamina

Lamina (lâminas) / Lámina (láminas) / Lamina (Sediment) / 椎板(沙) / Тонкий породный прослоек / Lamina (sedimento) /

Unidade sedimentar básica, que produz a estratificação (como uma camada). A transição entre uma lâmina e uma camada é, arbitrariamente, tomada a 10 milímetros de espessura. Quando uma lâmina ou uma camada, mostra uma diminuição do tamanho do grão em direcção do topo, ela é, teoricamente, associada a uma diminuição da velocidade do escoamento da corrente.

Ver: « Sedimentação »
&
« Camada »
&
« Fluxo (escoamento) »

A grande maioria das rochas sedimentares pode ser dividida em: (i) Camadas ; (ii) Estratos e (iii) Lâminas. Uma camada é um estrato, considerado fundamental, a uma dada escala de observação. Um estrato é uma unidade física, ou visualmente distinta, definida pela distribuição das suas características de deposição ou pela presença de superfícies, que delimitam uma origem primária ou erosiva. Uma lâmina é o mais pequeno estrato visível a olho nu. Os estratos, que variam segundo padrões, mais ou menos, organizados, podem ser: (a) Rítmicos, quando duas litologias alternam (ABAB...) ; (b) Cíclicos, quando mais de duas litologias alternam (ABCBA...) ou (c) Graduados, quando os estratos apresentam uma mudança gradual de granulometria. A estratificação é uma superfície de separação física que indica uma deposição segregativa no espaço e, ou no tempo, e que pode ser originada de duas maneiras : (A) Uma pausa na deposição, ligada à uma mudança brusca das condições de depósito (energia do meio ou aporte de sedimentos) ; (B) Uma selecção espacial dos grãos sob um aporte e energia constantes. Todas as superfícies que limitam os estratos representam um pequeno hiato (intervalo de tempo de sem-deposição). Quando o hiato é grande a superfície é uma discordância, que pode ser reforçada pela tectónica (discordância angular) e que está associada a uma descida relativa do nível do mar. Todas as desconformidades estratigráficas representam um hiato mínimo. As implicações das superfícies, que limitam os estratos, podem resumir-se assim : (1) Elas representam um hiato ; (2) O hiato pode variar de um lugar para outro ; (3) Um pequeno hiato é encontrado ao longo de toda a superfície; (4) Elas são dependentes da escala tempo e das rochas consideradas. Lâminas e camadas são visíveis nesta fotografia. Contudo, a transição entre elas é muita arbitrária. Ela depende não só da espessura, mas também das variações da cor, da composição e do tamanho dos grãos.

Lâmina de Água de Plataforma.....................................................................................................Shelf Accommodation

Tranche d'eau de plataforma / Lámina de agua de plataforma / Shelfal住宿 / Водяной объем платформы / Lama di acqua de piattaforma /

Espaço disponível para os sedimentos entre o fundo e nível de mar numa plataforma continental. O espaço disponível é função da eustasia (variações do nível do mar absoluto ou eustático) e da Tectónica (subsidência ou levantamento do fundo do mar). As mudanças de espaço disponível são induzidas pelas mudanças do nível de mar relativo, que é o resultado da acção combinada das variações do nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar global referenciado ao centro da Terra ou a um satélite, e da tectónica (subsidência ou levantamento). Sinónimo de Espaço Disponível e Acomodação.

Ver: « Intervalo Transgressivo »
&
« Subida do Nível do Mar Relativo »
&
« Plataforma »

Neste modelo, a combinação da tectónica (subsidência neste caso) e eustasia (variações do nível do mar absoluto ou eustático, ou seja, variações do nível do mar global referenciadas a um ponto fixo, que em geral é o centro da Terra ou um satélite) cria variações do nível do mar relativo que determinam o espaço disponível para os sedimentos (ou acomodação), em particular, costa adentro do rebordo da bacia, o qual pode coincidir ou não com o rebordo continental. Quando, ao nível de um ciclo sequência, a bacia não tem plataforma, a linha da costa coincide, mais ou menos, com o rebordo continental. Quando a bacia tem uma plataforma, o que acontece, dentro de um ciclo sequência, durante o intervalo transgressivo (IT) e durante a parte inicial (1a fase) do desenvolvimento do prisma de nível alto (PNA), a linha da costa está localizada a montante do rebordo da bacia que coincide com o rebordo continental. Isto é particularmente verdadeiro nas linhas sísmica devido à resolução dos dados sísmicos. Nesta figura, desde há cerca de 3 Ma, a subsidência (linha vermelha contínua e inclinada para a direita) aumentou de maneira regular até hoje. Se não houvesse nenhuma variação eustática, a subsidência (linha vermelha, fundo do mar a descer), por si só, aumentaria de maneira, mais ou menos, contínua a lâmina água e, assim, o espaço disponível para os sedimentos, a partir 3,0 Ma aumentaria sempre. A curva da eustasia (linha azul, que corresponde as variações do nível do mar absoluto ou eustático), que é uma curva sinusoidal, mostra dois pontos altos (2,8 Ma e 1,3 Ma) e dois pontos baixos (mais ou menos, 2,1 Ma e 0,4 Ma), o que quer dizer, que o nível global do mar subiu até cerca de 2,8 Ma e depois desceu até 1,3 Ma, para tornar a subir até cerca de 1,4 Ma e, de novo, descer até cerca de 0,4 Ma, para depois recomeçar a subir. Quando o nível do mar absoluto ou eustático sobe, a lâmina de água aumenta e esse aumento vai juntar-se a lâmina de água criada pela subsidência. Quando o nível do mar absoluto ou eustático desce, a lâmina de água diminui e ela tem de se subtrair ao aumento da lâmina de água criada pela subsidência. A curva do nível do mar relativo (linha curva em verde), mostra as variações da lâmina de água determinadas pela acção combinada da curva do nível do mar absoluto ou eustático e da tectónica (subsidência ou levantamento). Esta curva cíclica, também sinusoidal, representa as variações do espaço disponível para os sedimentos a montante do rebordo continental. Como ilustrado, o nível do mar relativo pode subir em aceleração (quando a 1a e 2aderivada da curva são positivas) ou em desaceleração (quando a 1a derivada da curva é positiva e a 2a negativa). A jusante do rebordo continental, a batimetria é muito importante e, assim, há sempre espaço disponível para os sedimentos, o que não é o sempre o caso a montante. A ciclicidade da curva do nível do mar relativo é função da ciclicidade da eustasia (a subsidência aumenta maneira contínua). Os movimentos tectónicos são, também, mais ou menos, cíclicos, mas o comprimento de onda é muito maior do que o dos ciclos eustáticos, em particular dos ciclos eustáticos de 3a ordem, cujo tempo de duração varia entre 0,5 e 3-5 My. Na grande maioria dos casos, a ciclicidade os depósitos sedimentares é induzida pela eustasia e as superfícies de erosão (discordâncias) são criadas pelas descidas do nível do mar relativo que põem o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia. Dentro de um ciclo eustático, distinguem-se quatro sectores: (i) Sector de Descida em Desaceleração (depositam os cones submarinos de bacia, CSB e cones submarinos de talude, CST) ; (ii) Sector de Subida em Aceleração (depósito do prisma de nível baixo, PNB e do intervalo transgressivo, IT) ; (iii) Sector de Subida em Desaceleração (em relação ao qual se deposita o prisma de nível alto, PNA) e (iv) Sector de Descida do nível do mar relativo (deposita-se o prisma de bordadura da bacia, PBB) Em termos matemáticos pode dizer-se que no sector (i), a curva das variações do nível do mar relativo tem a 1a derivada negativa e a 2apositiva (geometria decrescente côncava) ; no sector (ii), a 1a derivada é positiva e a 2a positiva (geometria crescente côncava) ; no sector (iii), 1a derivada é positiva e a 2a negativa (geometria crescente convexa) e no sector (iv) a 1a derivada é negativa e a 2a negativa (geometria decrescente convexa). Num ciclo estratigráfico, para haver sedimentação, o nível do mar tem sempre que subir, para criar ou aumentar o espaço disponível para os sedimentos (acomodação), excepto, evidentemente, para o caso dos cones submarinos (de talude e de bacia), uma vez que eles se depositam sob uma grande lâmina de água. O nível relativo do mar não sobe ou desce em continuidade. Numa subida do nível do mar há sempre períodos de estabilidade relativa do nível do mar de duração variável (paraciclos eustáticos).

Lapiaz Litoral.......................................................................................................................................................................................Littoral Clints, Lapiaz

Lapiaz, Lapiez (lapies littoraux) / Lapiaz / Rüstenkarren, Litoral Schratten / 升级车 / Прибрежный карр / Karren /

Formação geológica de superfície, nas rochas calcárias e dolomíticas, criada pelo escoamento da água da chuva, a qual dissolve a rocha, ou pelos ciclos de gelo e degelo no interior das rochas (crioclastia).

Ver: « Litoral »
&
« Carso Litoral »
&
« Acção das Vagas (mar calmo) »

A alteração das rochas calcárias, pela água, consiste, essencialmente, na dissolução. Nas rochas calcárias, pode dizer-se que a dissolução se opõem-se a gliptogénese (erosão), sobretudo abrasiva, das rochas cristalinas e detríticas, como também, ao processo laterítico, o qual é de natureza químico. À superfície de uma camada calcária, os processos de dissolução, mais simples, são pequenos os buracos em forma de funil, que se observam muitas vezes, mas que rapidamente coalescem para formar pequenos fossos (drenos), que com o tempo se aprofundam cada vez mais para, finalmente, formar os lapiás, como os ilustrados nesta figura (Alto das Brenas na Cantábria, Espanha). Os sulcos dos lapiás podem ser de dois tipos: (i) Os drenos, que se alinham segundo a linha de maior inclinação e que, em geral, são rectilíneos ou pouco sinuosos ; (ii) As fendas, que correspondem a um aprofundamento das fissura e que recortam a rocha em blocos. Os lapiás podem ser : (a) Postos a nu pelos glaciares, subaéreos, formados a maior parte das vezes por sulcos paralelos e estreitos com esquinas agudas ; (b) Cobertos por húmus ou por um solo recente, e formados de sulcos e esquinas arredondadas ; (iii) Descobertos e, em geral, provenientes dos lapiás cobertos, mas sem cobertura de solo. Este tipo de lapiás, que se poderiam chamar lapiás continentais, não deve ser confundido com os lapiás litorais, que se desenvolvem no espraiado (andar mesolitoral superior) e no andar supralitoral das linhas de costa calcárias, como, por exemplo, os ilustradas no esquema da esquerda desta figura. Os lapiás litorais podem ter a forma de pináculos, com arestas vivas, deixando entre si pequenas marmitas de dissolução, por vezes, em forma de funil. Na parte mais alta do espraiamento, devido à escorrência dos pingos de salsugem e da espuma das ondas, os lapiás apresentam-se cortantes e com muito sulcos de erosão. Nas regiões intertropicais estas formas são muito desenvolvidas e têm, por vezes, o aspecto de campos ruiniformes (Moreira, 1984). Os lapiás gerados no subsolo tendem a assumir formas mais adoçadas e maiores, ao contrário dos lapiás gerados à superfície.

Latitude..................................................................................................................................................................................................................................................................Latitude

Latitude / Latitud / Geographische Breite / 纬度 / Широта / Latitudine, Latitudine geografica /

Distância (em graus) de um ponto localizado na superfície de um planeta ao equador, o que quer dizer que a latitude pode ser norte (quando o ponto está colocado no hemisfério norte) ou sul (quando o ponto está colocado no hemisfério sul).

Ver: « Longitude »
&
« Terra »
&
« Projecção (tipo de mapa) »

Latitude é a coordenada geográfica ou geodésica definida na esfera (exprime qualquer posição horizontal no planeta através de duas das três coordenadas existentes num sistema esférico de coordenadas, alinhadas com o eixo de rotação da Terra) no elipsóide de referência ou na superfície terrestre, que é o ângulo entre o plano do equador e a normal à superfície de referência. A latitude mede-se para norte e para sul do equador, entre 90° sul, no Pólo Sul (ou pólo antárctico) (negativa), e 90° norte, no Pólo Norte (ou pólo árctico) (positiva). A latitude no equador é igual a 0°. O modo como a latitude é definida depende da superfície de referência utilizada: (i) Num modelo esférico da Terra, a latitude de um lugar é o ângulo que o raio que passa por esse lugar faz com o plano do equador ; uma vez que o raio de curvatura da esfera é constante, esta quantidade é também igual à medida angular do arco de meridiano entre o equador e o lugar ; (ii) Num modelo elipsoidal da Terra, a latitude de um lugar (latitude geodésica) é o ângulo que a normal ao elipsóide nesse lugar faz com o plano do equador ; ao contrário do que acontece com o modelo esférico da Terra, as normais ao elipsóide nos vários lugares não são todas concorrentes no centro da Terra ; por outro lado, e devido ao facto de os meridianos não serem circunferências, mas sim elipses, a latitude não pode ser confundida, como na esfera, com a medida angular do arco de meridiano entre o equador e o lugar ; as latitudes dos lugares representados nos mapas são latitudes geodésicas ; (iii) À superfície da Terra, a latitude pode também ser definida como o ângulo entre a vertical do lugar (isto é, a direcção do fio-de-prumo) e o plano do equador, uma vez que a vertical do lugar não coincide, geralmente, com a normal ao elipsóide de referência nesse lugar, esta modalidade de latitude (latitude astronómica ou natural) é, geralmente, diferente da latitude assinalada nos mapas, a latitude geodésica. Muito antes de a forma e dimensões da Terra serem conhecidas com exactidão, já a latitude astronómica era determinada através da observação dos astros, utilizando quadrantes, astrolábios e balestilhas (http://pt.wikipedia.org/wiki/Latitude).

Laurasia (pequeno supercontinente).......................................................................................................................................................................Laurasia

Laurasia / Laurasia / Laurasia / 劳亚大陆 / Лавразия / Laurasia /

Pequeno supercontinente setentrional do supercontinente Pangeia, que se formou por aglutinação dos continentes do Paleozóico durante a segunda fase do ciclo de invasão continental posterior ao supercontinente Protopangeia (Rodínia). O Laurasia era, mais ou menos, separado do pequeno supercontinente meridional da Pangeia (Gondwana) pelo Mar de Tétis.

Ver: « Supercontinente »
&
« Pangeia »
&
« Gondwana »

A Laurasia é um pequeno supercontinente que se separou, durante o Mesozóico, do sul do supercontinente Pangeia, o qual passou a chamar-se Gondwana. Á cerca de 65 milhões de anos atrás, a Laurasia (não confundir com Laurussia* que é um continente do Devónico, que é anterior a formação da Pangeia) dividiu-se em dois grandes continentes: (i) Eurasia e (ii) América do Norte, ao mesmo tempo que se formava o oceano Atlântico Norte. A maioria dos geocientistas está de acordo sobre a hipótese de que no fim do Paleozóico: (i) A litosfera terrestre era constituída por um número limitado de placas litosféricas, eventualmente, uma só ; (ii) Que no meio de um grande e único oceano, chamado Pantalassa, se formou, por aglutinação dos continentes do Paleozóico, um grande supercontinente, chamado Pangeia ; (iii) Que o supercontinente Pangeia estava ladeado por toda a parte por cadeias de montanhas, associadas a margens convergentes, excepto na parte oriental, onde existia um grande golfo (oceano Paleotétis**), que sublinhava uma margem continental divergente ; (iv) Na parte norte da Pangeia, encontrava-se o pequeno supercontinente Laurasia (por vezes considerado como um continente), que era composto pelas velhas cadeias de montanhas (Oural, Caledónica, Apalaches, Ouachita e a cadeia Hercínica) ; (v) Na parte sul do supercontinente Pangeia, encontrava-se o pequeno supercontinente Gondwana, no qual a única cadeia de montanhas central importante era a da Mauritânia. A cadeia dos Andes, a Cadeia Transantárctica e a cadeia da Tasmânia são cintura montanhosas periféricas e, localmente, mais recentes. O supercontinente Pangeia, como todos os outros supercontinentes, marca o fim de um ciclo tectónico /sedimentar, cuja de duração varia entre 200 e 300 My, o qual, na base do princípio da tectónica das placas*** e assumindo que o volume de água sob todas as suas formas é constante desde a formação da Terra (4,5 Ga), se pode resumir-se assim: (a) Quando o número de placa litosféricas é muito pequeno (supercontinente), o nível do mar (distancia entre a superfície do mar e um ponto de referência) é muito baixo, visto que o volume das bacias oceânicas é muito grande, uma vez que o volume das dorsais oceânicas é pequeno) ; (b) Quando um supercontinente se fractura e os continentes assim individualizados, se dispersam, o nível do mar absoluto (nível do mar global referenciado ao centro da Terra ou a um satélite) sobe e invade os continentes, uma vez que o volume das bacias oceânicas diminui (grande volume das montanhas oceânica, isto é, das dorsais oceânicas) e (c) Desde que os continentes não se podem podem afastar mais (a Terra é esférica), eles começam a aproximar-se uns dos outros para entrarem em colisão e formar novas cadeias de montanhas e um novo supercontinente, o que implica que o nível do mar absoluto ou eustático desça, uma vez que o volume das bacias oceânica aumenta (menos dorsais oceânicas). Nesta evolução, o termo colisão que na linguagem correntes corresponde a uma transformação da energia cinética em energia de deformação, como, por exemplo, quando um carro esbarra contra uma parede, é utilizado aqui, unicamente, por tradição. Na realidade, na Tectónica das Placas, a energia cinética não desempenham nenhum papel. Todas as rochas de uma placa litosférica estão submetidas ao mesmo vector tectónico. Todavia, elas deformam-se, localmente, onde elas perderam a resistência à deformação, o que acontece quando elas são submetidas a altas temperaturas e pressões.

(*) A Laurussia, continente dos velhos arenitos vermelhos ou Euramérica, foi um pequeno supercontinente que se formou no Silúrico no seguinte de uma colisão entre os continentes Laurência, Báltica e Avalónia (orogénese Caledónica), que englobava o que hoje se chama a América do Norte, Europa do Norte e de Este.

(**) O supercontinente Pangeia era um massa de terra com forma de "C" com a abertura a Este. Dentro do "C" estava o Oceano Paleotétis. Dois microcontinentes, que fazem actualmente parte da China, localizavam-se no nordeste à volta do Oceano Paleotétis. Todavia, há cerca de 300 milhões de anos, iniciou-se uma riftização a Este que separou um delgado arco da parte interior do braço sul de Pangeia. O novo microcontinente, que os geocientistas denominaram Cimméria, incluía o que é actualmente é a Austrália, a Antártida, o subcontinente indiano e a África-Arábia. Atrás deste novo microcontinente começou a formar-se um novo oceano, dito Mar de Tétis, que se foi mar ampliando, à medida que a Cimméria se deslocava para norte, para a Laurasia, e que Oceano Paleotétis se fechava.

(***) O princípio base da tectónica de placas é a existência de uma litosfera constituída por placas tectónicas separadas e distintas, que flutuam sobre a astenosfera. A relativa fluidez da astenosfera permite que as placas tectónicas se movimentem em diferentes direcções. As placas litosféricas contactam umas com as outras ao longo dos limites de placa, estando estes comummente associados a eventos geológicos como terramotos e a criação de elementos topográficos como cadeias de montanhas, vulcões e fossas oceânicas. A maioria dos vulcões activos do mundo situa-se ao longo dos limites de placas, sendo a zona do Círculo de Fogo do Pacífico a mais conhecida e activa. (https:// pt.wikipedia.org/wiki/Tect%C3%B3nica_de_placas).

Laurência....................................................................................................................................................................................................................................................Laurentia

Laurentia / Laurencia / Laurentia (Kontinent) / 勞倫大陸 / Лауренция (континент) / Laurentia /

Continente resultante da ruptura do supercontinente do Pré-Câmbrico (Protopangeia ou Rodínia). Os principais continentes do norte da Protopangeia eram o Báltica (Finoescandinávia ou Fenoscândia) e o Laurência, o qual incorporava muito do que agora é a América do Norte. Devido ao alargamento e ruptura da parte Sul do Protopangeia, o Laurência migrou, lentamente, para o Norte. Durante o Câmbrico e Ordovícico, o Laurência estava localizado perto do equador e coberto por mares pouco profundos, nos quais trilobites e outros tipos vida marinha floresceram. Nesse tempo, a margem do sul do Laurência tinha uma paleolatitude, aproximadamente, de 15-20° S.

Ver: « Supercontinente »
&
« Pangeia »
&
« Gondwana »

A paleogeografia do Câmbrico Tardio, ilustrada nesta figura, sugere que a maioria dos continentes individualizados pela ruptura do supercontinente Protopangeia (também chamado Rodínia), estavam localizados no hemisfério Sul, a baixas paleolatitudes. Quando este supercontinente se fragmentou, o pequeno supercontinente Gondwana, e os continentes Laurência, Báltica e outros blocos asiáticos submergidos individualizaram-se. No Câmbrico, a o continente Laurência localizava-se perto do equador e estava, parcialmente, submergida pelo Mar de Japeto* (Mar de Iapetus), enquanto que o Báltica e o continente Sibéria se aproximavam progressivamente. O pequeno supercontinente Gondwana permaneceu sempre o maior das massas terrestres resultantes da ruptura do supercontinente Pangeia. As outras massas terrestres eram, principalmente, o Cazaquistão e China (China actual, Tailândia, Malásia e Indochina). Os mares** eram pouco profundos, especialmente, ao longo do rebordo dos continentes, o que quer dizer, que a maior parte das bacias sedimentares tinham uma plataforma continental. As ingressões marinhas, induzidas, principalmente, pela subida do nível do mar absoluto ou eustático (nível do mar global referenciado ao centro da Terra ou a um satélite e que é dependente da Tectonicoeustasia, da Glacioeustasia, da Geoidaleustasia e do Aumento Estérico do nível do mar ou Dilatação Térmica dos oceanos) que acompanhou a dispersão dos continentes (diminuição de volume das bacias oceânicas para uma quantidade de água admitida como constante) ocorreram no Câmbrico Médio e Tardio. As transgressões (conjunto das ingressões marinhas e das regressões sedimentares associadas) criaram mares pouco profundos à volta dos continentes, criando um habitat favorável à vida marinha. Como ilustrado neste esquema paleogeográfico, estes mares epíricos (epicontinentais), pouco profundos, cobriram a maioria dos continentes à excepção do pequeno supercontinente Gondwana, onde as regiões montanhosas predominaram, da parte Este da Sibéria e da parte central do Cazaquistão. A evolução do Laurência, desde o Proterozóico até à formação da Pangeia, pode resumir-se assim: (i) Há, mais ou menos 1,9 Ga, o Laurência formou-se por aglutinação dos vários cratões (Wyoming, Hearn, Rae, Slave, etc.) e pela acreção de terrenos como, o deserto de Mojave, por uma série de orogéneses durante a aglutinação do supercontinente Nuna (Columbia ou Hudsonia que foi um dos primeiros supercontinentes reconhecido pelos dados paleomagnéticos, que parece ter existido entre 1,5 à 1,8 Ga, durante a era Paleoproterozóico, e que deixou cratões que se encontram sobre os continentes Laurência e Báltica, assim como, na Ucrânia, Amazónia , Austrália e talvez na Sibéria, Norte da China e no deserto de Kalahari) ; (ii) Entre 1,8 e 1,6 Ga ocorreram as acreções de Mazatzai e Yavapai (províncias geológicas do Proterozóico do Arizona entre 1.7-1.6 Ga e entre 1,8-1,7) ; (iii) De 1,1 a 0,75 Ga, o Laurência fez parte do supercontinente Rodínia, do qual ele é o centro e se situa perto do equador ; (iv) De 0,75 a 0,60 Ga, ele derivou para o Sul com a Sibéria, Báltica, Amazonas, África ocidental e o cratão de Rio da Prata ; (v) Cerca de 0,6 Ga, ele fez parte du supercontinente Panótia, e se situava à volta de 60° Sul ; (vi) De 0,57 a 0,44 Ga, ele é um continente individualizado que derivou para o Norte e atingiu o equador no Silúrico ; (vi) Cerca de 0,47 Ga, o arco insular Tacónico colidiu com a sua costa Sul ; (vii) De 0,44 até 0,41 Ga, ele colidiu com Báltica e Avalónia para formar o continente Laurasia, fechando o Mar de Japeto e formando a cadeia Caledónica ; (viii) De 0,34 ate 0, 27 Ga, o continente Laurasia, do qual o Laurência fazia parte, colidiu com o pequeno supercontinente Gondwana formando o supercontinente Pangeia e as montanhas hercínicas.

(*) O Mar de Japeto, que existiu entre 600 e 400 milhões de anos atrás, entre o Neoproterozóico e Paleozóico, formou-se depois da separação do Protolaurasia. No hemisfério Sul, este oceano era localizado entre o Laurência (Escócia, América do Norte e Gronelândia) a Oeste, o Báltica (Escandinávia e Europa Oriental) a Este e o Avalónia (Reino Unido, noroeste da Europa) ao Sul, mais outras massas terrestres menores terras menores emergidas e situadas a Oeste da Avalónia (são as terras que hoje fazem parte da Nova Inglaterra, Nova Escócia e Acadia).

(**) Os mares diferenciam-se dos oceanos pela dimensão e posição geográfica. Os mares são partes dos oceanos menos profundas localizado entre limites continentais. Devido ao reflexo do céu, à temperatura da água, ou ainda, à presença de sedimentos coloridos ou substâncias no fundo do mar, a cor do mar varia entre azul, verde e o cinza escuro. to, dependendo sempre da velocidade e intensidade da ventania. Os oceanos são divididos pelas dorsais médias oceânicas dorsais, que formam as cadeias de montanhas submarinas que se estendem por mais de 65.000 km de comprimento com uma altura média de 2,5 km acima do solo submerso. que o cerca ao redor dos oceanos possuindo altura média de 2,5 km acima do solo submerso que o cerca (http://www.sitedecuriosidades.com/curiosidade/diferencas-entre-mar-e-oceano.html)

Lava Subaérea (SDR)........................................................................................................................................................................................Subaerial Lava

Lave subaérienne, SDR / Lava subaérea / Subaerischen Lava / 地表的熔岩 / Поверхностная лава / Lavica subaerea /

Lava depositada, imediatamente, depois da ruptura dos supercontinentes, quanto que os centros de expansão ainda são subaéreos e não marinhos. As lavas subaéreas escoam-se e adelgaçam-se em direcção do continente. Não obstante o facto de elas inclinarem para o continente durante o escoamento, com o tempo, devido a sobrecarga das lavas subaéreas mais recentes, pouco a pouco, as mais antigas começam a inclinar para o mar, mesmo antes que os centros de expansão ou de alastramento se tornem submarinos para depositarem a crusta oceânica (lavas em almofada).

Ver: « SDR (reflector que inclina para o mar) »
&
« Pangeia »
&
« Cronologia da Tefra »

A tentativa de interpretação geológica de um autotraço de um detalhe de uma linha sísmica regional do Mar do Norte, mais ou menos paralela ao corte geológico ilustrado nesta figura, sugere, perfeitamente, a formação das lavas subaéreas associadas com a ruptura dos supercontinentes ou, como dizem os geocientistas de língua inglesa, dos SDRs ("Seaward Dipping Reflectors”) que se pode traduzir em português como reflectores que inclinam para o mar. Durante o alongamento de um supercontinente, em geral, produzido pelo desenvolvimento de uma anomalia térmica debaixo da litosfera, desde que espessura da litosfera atinge, mais ou menos, 10/20 km, ela é, altamente, injectada por filões basálticos e o material basáltico torna-se preponderante, relativamente, ao material siálico (palavra mnemónica, formado por sílica e alumínio, utilizada para designar um grupo de "minerais" calculados de forma arbitrária na classificação CIPW*, essencialmente feldspato e quartzo feldespatóides). O alongamento da litosfera do supercontinente é à origem da formação de bacias de tipo rifte (em geral hemigrabens inclinando para fora da zona de adelgaçamento), que são preenchidas por sedimentos, em geral, não marinhos, muitas vezes, lacustres que, localmente, podem ser ricos em matéria orgânica. Quando a litosfera atinge uma tal espessura, o que corresponde, mais ou menos, a uma taxa de alongamento de 4, a litosfera não pode mais alongar-se por falhas normais (não há outra maneira de alongar os sedimentos). Ela rompe-se, por excesso de material mantélico injectado, individualizam, localmente, duas placas litosféricas, separadas por centros de expansão ou de alastramento (vulcões) a partir do qual derrames de lavas subaéreas se escoam em direcção do continente das placas individualizadas, como ilustrado nesta figura para a placa europeia (Mar do Norte). A espessura de cada fluxo de lava subaérea (o material vulcânico não poderiam escoar-se debaixo de água, onde ele se solidifica rapidamente) diminui em direcção do continente até que cada derrame desapareça por biselamento sobre a crusta continental do antigo supercontinente. À medida que as placas litosféricas se afastam, mais material vulcânico, chega à superfície e novos derrames vulcânicos se sobrepõem aos anteriores. A sobrecarga imposta pela sobreposição dos escoamentos de lava vai, pouco a pouco, obrigar os centros de expansão ou de alastramento, isto é, os vulcões, a afundar-se nas águas do mar que começa a invadir a área, até que eles sejam totalmente submersos. A partir desse momento, o material vulcânico expelido pelos centros de expansão é, rapidamente, solidificado, uma vez que ele não pode fluir debaixo de água. É a partir desse momento, que se forma a crusta oceânica, isto é, uma série de diques vulcânicos verticais, com toldo, colados uns aos outros, sem escoamento significativo de material vulcânico (lavas em travesseiro). A passagem da crusta vulcânica subaérea à crusta oceânica** é bem visível na extremidade esquerda desta tentativa de interpretação. A expressão SDRs ("Seaward Dipping Reflectors”) enfatiza bem que quando os geocientistas meteram em evidência tais reflectores a sua litologia era, totalmente, desconhecida. Foi com o poço DSDP ≠342 que os geocientistas reconheceram a natureza vulcânica dos reflectores. O corte geológico (sem escala), sugere que a morfologia do fundo do mar é o resultado de uma inversão tectónica. A falha normal, que borda a Este uma bacia de tipo rifte, foi, recentemente, reactivada em falha inversa o que encurtou e levantou não só os escoamento de lava subaérea (com deltas de lava evidentes) mas, também os sedimentos terciários que as fossilizam.

(*) A norma CIPW (http://www.uwgb.edu/dutchs/Petrology/cipw01.htm) foi desenvolvida no início do século XX pelos petrologistas Cross, Iddings, Pirsson e o geoquímico Washington. O cálculo da mineralogia normativa CIPW é baseado nos minerais típicos que podem ser precipitados a partir de uma massa fundida anidra a baixa pressão, e simplifica a geoquímica ígnea típica observada na natureza com as seguintes restrições: (i) O magma cristaliza sob condições anidras de modo que não se formam minerais hidratados (hornblenda, biotite) ; (ii) Os minerais ferromagnesianos são considerados livres de Al2O3 ; (iii) A relação Fe / Mg para todos os minerais ferromagnesianos é assumida como sendo a mesma ; (iv) Vários minerais são considerados incompatíveis, assim a nefelina e / ou olivina nunca aparecem com quartzo na norma.

(**) A crusta oceânica pode dividir-se em três camadas : (I) A camada 1, que tem uma espessura média de 0,4 km, é formada por de sedimentos pouco consolidados (minúsculas conchas de organismos marinhos, geralmente, calcários e siliciosos, ou cinzas vulcânicas e sedimentos terrígenos transportados por turbidez), muitas vezes ausentes perto das cristas médias oceânica, mas que junto das margens continentais, são, principalmente sedimentos terrígenos, ; (II) A camada 2 é, geralmente subdividida em duas partes: camada 2A que corresponde a cerca de 0,5 km de material vulcânico vítreo a basalto, finamente cristalino, geralmente, sob a forma de lavas em almofada e ; camada 2B - que corresponde a cerca de 1,5 km de de diques de diabásicos ; (iii) A camada 3 é formada por magma lentamente resfriado e consiste, principalmente de gabros de grão grosseiro e rochas ultramáficas. Esta camada forma mais de dois terços do volume da crusta oceânica que, em média, tem cerca de 5 km de espessura.

Lavas em Travesseiro (ou em almofada)...................................................................................................................................Pillow lava

Lave en coussins / Lavas en almhoadilla / Kissenlava / 枕状熔岩 / Эллипсоидная лава / Lava a cuscino /

Lava expelida por um vulcão submarino e que portanto não se pode escoa. Expelida a uma temperatura entre 1000 e 1200° C, a lava cobre-se de uma película de vidro, que não é, completamente, arrefecida, formando uma espécie de balão flexível, que é progressivamente inchado pela lava que continua a ser expelida. Desta maneira, ela forma uma pilha de bolas em forma de almofada ou de travesseiro com um tamanho de vários metros, sobre espessuras significativas.

Ver: «Cronologia da Tefra»

Lei de Avogadro....................................................................................................................................................................................................Avogadro's law

Loi d'Avogadro / Ley de Avogadro / Avogadrosches Gesetz / 阿伏伽德罗定律 / Закон Авога́дро / Legge di Avogadro /

Volumes iguais de gás, à mesma temperatura e pressão, contém o mesmo número de moléculas.

Ver: « Teoria Cinética »
&
« Átomo »
&
« Gás »

A lei de Avogadro passou despercebida cerca 50 anos. Em 1811, quando Avogadro propôs sua lei, muito pouco se sabia sobre os átomos e moléculas. Avogadro realizou que a lei de Gay-Lussac (volumes de gases que se combinam ou que que são produzidos por reacções químicas são sempre em relação a pequenos números inteiros, por exemplo, um volume de azoto e três volumes de hidrogénio produzem dois volumes de amónia, estes volumes são num razão de números inteiros 1:2:3) dava uma maneira de provar que um átomo de uma molécula não são a mesma coisa. Ele sugeriu que as partículas (agora conhecidas como moléculas) de azoto, que é composto por dois átomos. Uma molécula de azoto (nitrogénio) é N2. Da mesma forma, a molécula de hidrogénio é H2. Quando um volume (uma molécula) de azoto se combina com três volumes (três moléculas) de hidrogénio, dois volumes (duas moléculas) de amónia, NH3, são produzidos. A ideia que uma molécula consiste de dois ou mais átomos ligados entre si não era compreendido pelos químicos dessa época. A lei de Avogadro foi esquecida até 1858, quando o químico italiano Stanislao Canning (1826/1910) explicou a necessidade de distinguir entre átomos e moléculas. Da lei de Avogadro, pode-se deduzir que o número de moléculas de todos os gases, à mesma temperatura e pressão, deve ter o mesmo volume. Esse número já foi determinado experimentalmente. O seu valor é 60221367 (±36) x 1023, o qual é conhecido como número de Avogadro (ou constante de Avogadro). O número de Avogadro é uma unidade de quantidade, como uma dezena  (=12) ou resultado (e.g. =20). Pode falar-se de um número de Avogadro de átomos, moléculas, grãos de areia, pessoas ou automóveis.  Um mole (símbolo mol) é a massa de um número de Avogadro de qualquer coisa. Assim, 1 mole de  átomos de 1H é igual a 1,008 gramas ; 1 mole de átomos 12C é igual a 12 gramas ; 1 mole de moléculas de H2O é igual a 18 gramas. Os termos "número de Avogadro" e "mole" são intercambiáveis. O exemplo ilustrado nesta figura traduz bem a lei de Avogadro que descreve a relação das moléculas de um gás para o volume do seu recipiente. Volume (V) = Constante (K) x Moléculas (n). Quando se enche um balão, duas coisas podem acontecer: (1) Introdução de ar para dentro do balão ou (ii) Escoamento de ar do balão para o exterior. Se não se enche o balão, suficientemente, pode dizer-se que o ar não é suficiente, o que é uma constatação directa da Lei de Avogadro. Quanto mais ar se coloca dentro do balão, maior será o seu volume, pois o volume do balão é o volume do gás aprisionado.

Lei de Cope..........................................................................................................................................................................................................................................Cope's law

Loi de Cope / Ley de Cope / Cope-Gesetz / 应付的法律 / Закон Коупа / Legge di Cope /

O tamanho do corpo de uma espécie aumenta com o tempo. Os animais tendem a ser cada vez maiores com o tempo. Cope chegou a esta conclusão pelo estudo dos dinosauros, e particularmente, do iguanodon.

Ver : « Teoria da Evolução »
&
« Jurássico »
&
« Paleontologia »

A lei de Cope diz de que as linhagens de uma população tendem a aumentar de tamanho ao longo do tempo evolutivo. Embora esta lei tenha sido demonstrada em muitos casos, ela não parece verdadeira a todos os níveis ou em todos os clados. Os corpos de maior tamanho estão associados com uma maior aptidão, por um certo número de razões, embora haja também algumas desvantagens tanto individualmente ou ao um nível do clado. Clados incluindo indivíduos muito grandes são mais propensos à extinção, que pode agir para limitar o tamanho máximo dos organismos. Uma selecção direccional parece actuar sobre o tamanho dos organismos. Ela tem um efeito muito menor em outras características morfológicas, embora seja possível que esta hipótese tenha resultado da amostragem. Essa pressão selectiva, pode ser explicada pela uma série de vantagens, em termos de sucesso de acasalamento e taxa de sobrevivência. Os organismos maiores evitam ou repelem os predadores e capturam as presa mais facilmente. Da mesma maneira reproduzem-se ou matam os concorrentes, mais facilmente e resistem melhor às rápidas mudanças climáticas. (http://en.wikipedia.org /wiki/Cope's_rule). A lei Cope, é muito comum entre os mamíferos. Um grande tamanho favorece a capacidade de evitar predadores e capturar a presa, e aumenta o sucesso reprodutivo, assim como melhora a eficiência térmica. Além disso, nos grandes carnívoros, a competição pelos alimentos tende a ser relativamente, intensa, e as espécies maiores tendem a dominar e matar os concorrentes mais pequenos. Progenitores de linhagens carnívoras podem ser animais, como, por exemplo, raposas e coiotes, com a selecção natural favorecendo não só o maior tamanho, mas as melhores adaptações para comer carne. Além disso, a evolução do tamanho do predador é susceptível de ser influenciada por alterações no tamanho das presas. Uma tendência significativa de um tamanho maior tem sido documentada para os grandes mamíferos da América do Norte, incluindo os herbívoros e carnívoros, no Cenozóico (Valkenburgh Van et al., 2004).

Lei do Crescimento Sigmóide (carbonatos)..........................................................Law of sigmoidal growth

Loi de la croissance sigmoïdal (carbonates) / Ley de crecimiento sigmoidal (carbonatos) / Gesetz der sigmoidale Wachstum / 法S形增长 / Закон S -образного роста / Legge di crescita sigmoidale /

Quando o crescimento inicial (de um conjunto qualquer) é exponencial, para depois (competição ou escassez) diminuir e, mais tarde, numa fase de maturação, se tornar nulo. Este tipo de função foi, inicialmente, estudado pelo matemático belga Pierre François Verhulst que a deduziu do crescimento da população.

Ver: « Curva Logística »
&
« Modelo de Depósito (calcários) »
&
« Cortejo Sedimentar »

Como sugerido neste esquema da progradação de um recife coralino, muitos sistemas carbonatados são controlados pelo crescimento de organismos, o qual segue a lei do crescimento sigmóide função do tempo. Como muitos geocientistas o pensam, uma população de organismos responde a criação de um novo espaço para viver, em três etapas: (i) Crescimento, com a criação de um novo espaço ; (ii) Crescimento, que excede a taxa de criação de espaço e (iii) Crescimento, limitado pela taxa de criação de espaço. Todas as populações têm características que se podem determinar estatisticamente (tamanho, densidade, taxa de crescimento, taxa de mortalidade, imigração, emigração, etc.). Quando as condições são ideais, uma simples espécie de uma população, aumentará numa progressão geométrica a uma taxa que é própria ao genótipo da espécie (composição genética elementar de um organismo relativamente a uma ou várias características que determinam a transmissão dessas mesmas características). Contrariando este crescimento potencial, a população também tem uma capacidade própria para a morte, a qual é reforçada e determinada pelo ambiente, quer isto dizer, que toda população evolui função do seu tamanho, taxa de crescimento, persistência, evolução e extinção. Foi P.F. Verhulst (1838), que primeiro descobriu a lei do crescimento de uma população formulando a equação diferencial que inclui a taxa de crescimento instantâneo (dN/dt) de um organismo num ambiente limitado. Um tal crescimento é inibido pelo aumento do número de organismos. Quando projectada num gráfico (como ilustrado acima), esta equação é chamada sigmóide ou logística. Vários geocientistas utilizaram esta equação para determinar o crescimento de um certo número de populações com o tempo, como, por exemplo, o das células da levedura, que partindo de 9 unidades, ao fim de 18 horas, o número de células aumenta para 661 segundo uma curva em S ou curva de crescimento sigmóides.

Lei de Dalton.........................................................................................................................................................................................................................Dalton's Law

Loi de Dalton / Ley de Dalton / Danton-Gesetz / 丹東的法律 / Закон Дальтона / Legge di Danton /

A pressão de uma mistura de gases é igual à soma da pressão de cada gás.

Ver: « Lei de Avogadro »
&
« Gás Natural »
&
« Hidrocarboneto »

Esta lei não deve ser confundida com a lei atómica de Dalton que diz: que toda a matéria é feita de átomos e que ela não pode ser criada destruída ou dividida. A lei de Dalton é, geralmente, conhecida, como a lei das pressões parciais, que como ilustrado acima, quer isto dizer que a pressão total de uma mistura de gases é igual a à soma das pressões parciais exercidas por cada um dos gases da mistura. Num recipiente com uma mistura de gases, cada gás exerce uma pressão igual a que ela seria se o gás estivesse sozinho no recipiente. No exemplo ilustrado nesta figura, o recipiente da esquerda que contém 5 litros de hidrogénio (0,60 mol) exerce uma pressão de 2,9 atmosferas. O recipiente central tem 5 litros de hélio (1,50 mol) à mesma temperatura (20° C) e exerce uma pressão de 7,2 atmosferas. O recipiente da direita é uma mistura de 0,60 de hidrogénio e 1,50 mol de hélio. O volume da mistura é o mesmo, assim como a temperatura (20° C). A pressão no recipiente que contém a mistura dos dois gases é de 10,1 atmosferas quer isto dizer igual à soma das pressões parciais de cada gás (2, 9 + 7,2= 10,1 atmosferas). É esta pressão que se chama pressão parcial. Dalton, que foi um meteorologia amador durante mais de 50 anos, fez observações muito importantes que o levaram a interessar-se aos estudo dos gases. A lei das pressões parciais foi uma importante contribuição ao desenvolvimento da teoria cinética dos gases, que diz que os gases são compostos de moléculas que estão em constante movimento aleatório e que as suas propriedades dependem do seu movimento. A lei de Dalton não é, exactamente, seguida pelos gases ideais ou perfeitos (modelo idealizado, para o comportamento de um gás teórico composto de um conjunto de partículas pontuais movendo-se aleatoriamente e não interagindo). Esses desvios são, consideravelmente, grandes à altas pressões. Em tais condições, o volume ocupado pelas moléculas pode tornar-se significativo em comparação com o espaço livre entre elas. Quando a distância entre as moléculas é pequena, a intensidade das forças intermoleculares aumenta entre as moléculas de gás, suficientemente, para mudar, substancialmente, a pressão por eles exercida. Nenhum desses efeitos é considerado num modelo de gás ideal.

Lei de Darcy...............................................................................................................................................................................................................................Darcy's Law

Lei de Darcy / Ley de Darcy / Darcy-Gesetz / 达西定律 / Закон Дарси / Legge di Darcy /

A lei de Darcy exprime a relação entre a taxa de descarga instantânea através de um meio poroso, a viscosidade de um fluído e a queda de pressão sobre uma determinada distância. A descarga total (Q em m3/s) é igual ao produto da permeabilidade do meio poroso (κ em unidades de área, m2), da secção por onde o escoamento se faz (A) e da diferença de pressão (Pb - Pa), dividido pela viscosidade dinâmica (μ em Kg/m.s) e o comprimento (L) entre os pontos de queda de pressão.

Ver: « Viscosidade (do petróleo ou gás) »
&
« Fluxo (escoamento ) »
&
« Porosidade »

Na dinâmica dos fluidos e da hidrologia, a lei de Darcy é uma equação que descreve o fluxo de um fluido através de um meio poroso. Esta lei é a base científica da permeabilidade de fluidos utilizados nas Geociências. A permeabilidade dos corpos consiste em uma propriedade dos corpos de permitirem com, maior ou menor, facilidade o escoamento de água através dos seus poros. A permeabilidade dos solos consiste, basicamente, em medir a velocidade de percolação da água em uma determinada amostra, considerando-se em escoamento laminar, considerando-se a temperatura no momento da análise. O coeficiente de permeabilidade, K, é um índice empregado para estabelecer parâmetros de permeabilidade dos solos. Em resumo, o coeficiente de permeabilidade é um valor que representa a velocidade com que a água atravessa uma amostra. Como este índice é bastante pequeno numericamente, foi convencionado expressar seu resultado em forma de potenciação, exemplo: K = 2,20 x 10−5 cm/s ou K = 1,27 x 10−7 m/s Como a temperatura influencia no valor final de K, foi convencionado que ele deve ser convertido para uma temperatura final de 20°C, corrigindo-se a viscosidade da água à temperatura do ensaio: K20° = Kt x (Mt / M20°), onde: M20° = Viscosidade da água a 20° C e Kt = Coeficiente da temperatura do ensaio. Um mesmo solo conforme a situação pode ter coeficiente de permeabilidade diferente: (i) O índice de vazios (e) da amostra é directamente proporcional ao coeficiente de permeabilidade (quanto maior for o índice de vazios, maior será o valor do coeficiente de permeabilidade) ; (ii) A temperatura da água altera o resultado final do valor do coeficiente de permeabilidade (um aumento de temperatura da água reduz a sua viscosidade o que reduz o tempo gasto para atravessá-la ; (iii) O tipo de material (mais pequena é a granulometria menor será o coeficiente de permeabilidade) (http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Darcy).

Lei de Goguel.........................................................................................................................................................................................................................Goguel's law

Loi de Goguel / Ley de Goguel / Goguel-Gesetz / Goguel的法律 / Закон Гогеля / Legge di Goguel /

Durante a deformação, o volume dos sedimentos mantém-se, mais ou menos, constante. Esta hipótese, embora muito antiga, tomou um lugar muito importante na geologia com os trabalhos de Goguel (1954), que introduziu o segundo princípio da termodinâmica na geologia e em particular na tectónica. Este princípio é aproximativo. Ele não entra em linha de conta com a redução de volume induzida pela diminuição da porosidade em profundidade e pelos fenómenos de dissolução que podem, em certos casos, atingir cerca de 30% do volume total. Antes de Goguel, em 1933, Lindgreen introduziu o mesmo princípio na geologia mineira e sugeriu que durante a formação de um minério, por substituição, não há nenhuma mudança nem de volume nem da forma da rocha (lei dos volumes iguais).

Ver: « Princípio Geológico »
&
« Secção Palinspática »
&
« Secção Geológica »

O esquema à esquerda representa uma tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica tirada numa área em que não há movimentos tectónicos laterais. O regime tectónico dessa área é caracterizado por um elipsóide dos esforços efectivos (soma da pressão geostática σg, pressão hidrostática ou pressão de poros σp e do vector tectónico σt) com o eixo principal (σ1) horizontal e o eixo mais pequeno (σ3) vertical. Isto quer dizer, que as estruturas, que encurtaram os sedimentos são, sobretudo, anticlinais cilíndricos e falhas inversas (ausência de falhas de deslizamento). Se isso for verdade, então a tentativa de interpretação está errada, uma vez que o interpretador não respeitou lei de Goguel, a qual diz que durante a deformação, tendo em linha de conta a compactação e a dissolução, o volume de sedimentos resta, mais ou menos, constante. Como enfatizado pelo teste de refutação (esquema na parte direita desta figura) o geocientista que interpretou a linha sísmica fez desaparecer, durante o encurtamento dos sedimentos, cerca de 16 km3 de sedimentos por cada quilómetro perpendicular à linha sísmica. Se o horizonte superior (colorido em verde) for horizontalizado, cria-se um espaço entre os outros horizontes, o qual aumenta com a profundidade, o que quer dizer que os horizontes não foram encurtados da mesma maneira. Por outro lado, a natureza tem horror do vazio. Assim, esta tentativa de interpretação é muito pouco provável, uma vez que ela não respeita um dos princípios básicos da geologia. Não esqueça que não há nem boas nem más interpretações geológicas das linhas sísmica mas, unicamente, tentativas de interpretação que resistem melhor que outras aos testes de refutação. Adoptando a abordagem científica seguida pela grande maioria dos geocientistas (ainda existem alguns verificacionistas*), uma vez que esta tentativa de interpretação é refutada, outra tentativa deve ser proposta, mas que respeite melhor a lei de Goguel, para que em seguida, ela seja, por sua vez, submetida a um novo teste de refutação e assim por diante. Em geologia, como em qualquer outra ciência, a tentativa mais provável (não há interpretações verdadeiras) é aquela que melhor resiste aos testes de falsificação (ou refutação). Evidentemente que a lei de Goguel não é exacta, uma vez que uma perda de volume das rochas por compactação e que a dissolução de certos minerais pode ser importante, como é o caso nas rochas calcárias, nas quais a dissolução pode atingir cerca de 35% do volume total da rocha. Erros como o ilustrado nesta figura foram muito frequentes há uns anos atrás quando as estruturas em flor, dos geocientistas da Exxon, estavam na moda. Actualmente, praticamente, todos os geocientistas sabem que uma estrutura em flor é, na maior parte dos casos, uma reactivação em compressão de estrutura em extensão mais antigas. Na interpretação geológica das linha sísmicas, além da lei de Goguel, outras leis geológicas devem sempre ser utilizadas: (a) A lei de Steno, que diz que as camadas sedimentares depositam-se em relação ao tempo, isto é, as mais velhas na parte inferior e as mais recentes na parte superior (esta lei é fundamental para a interpretação da história da Terra, uma vez que em não importa que local, ela indica a idade relativa das camadas e fósseis que elas contém) ; (b) a lei de J. Walther que diz que em continuidade de sedimentação, uma sucessão lateral de sistemas de deposição encontra-se também verticalmente ou seja, se lateralmente, em direcção do mar, se encontra a sucessão a, b, c, verticalmente, e de baixo para cima, encontrar-se-á c, b, a ; (c) lei ou princípio da Horizontalidade Original, que diz que as camadas sedimentares são depositadas horizontalmente ; (d) lei ou princípio da Continuidade Original Lateral, segundo a qual as camadas sedimentares depositam-se em continuidade lateral adelgaçam-se até zero ou terminam por biséis de progradação ou agradação contra os bordos dos sectores originais de deposição ; (e) lei ou princípio da Intrusão, que diz que a idade relativa entre duas rochas ígneas, ou entre uma rocha ígnea e uma rocha sedimentar, pode ser deduzida pelas relações geométricas entre elas: “Uma rocha intrusiva ígnea é mais jovem que a que ela penetra” ; (f) lei ou princípio de Ochkam, que diz que a pluralidade não deve ser invocada sem necessidade (“Pluritas non est ponenda sine necessita”) etc., etc.

(*) Um verificacionista é o termo usado em oposição a falsificacionista. Se este último procura dados de observação para tentar refutar, e substituir, a hipótese inicial (e se a não conseguir refutar a hipótese inicial é reforçada), um verificacionista tenta adicionar dados de observação para corroborar a hipótese inicial, a qual é inductivamente consolidada. Os conceitos de falsificacionismo e verificacionismo fazem parte do problema de inductivismo, o qual é devido ao facto que não se pode pode dizer nada de universal a partir dos dados de observação. Segundo K. Popper, a verdadeira atitude científica, que contrasta com a atitude dogmática de procurar verificar as suas próprias teorias, é a atitude crítica, que não buscar evidências para provar a sua hipótese, mas procura fazer críticas que possam refutar a hipótese inicial.

Lei de Hubbert..............................................................................................................Hubbert's law, Oil peak, Hubbert's peak

Loi de Hubbert / Ley de Hubbert / Hubbert-Gesetz / 哈伯特的法律 / Закон Хабберта (пик нефтедобычи) / Legge di Hubbert /

A taxa de produção anual do petróleo depende, de maneira linear, da fracção total do petróleo que ainda não foi produzido. A quantidade total de petróleo produzido segue uma curva logística. A taxa de produção, num certo ponto, é dada pela taxa de variação da curva logística, isto é, pela derivada nesse ponto da curva, que é, também, chamada curva de Hubbert. Em condições normais, quando a curva de produção do petróleo atinge o seu máximo, mais ou menos, metade das reservas já foram produzidas.

Ver: « Curva de Hubbert »
&
« Pico do Petróleo »
&
« Pico de Hubbert »

Neste diagrama proposto por J. Laherrere, em 2003, é fácil de ver a diferença entre as estimações políticas (companhias petrolífera e organismos internacionais) e as estimações feitas a partir dos dados técnicos (Petroconsultants e IHS). Para Laherrere, assim como para a maior parte dos geocientistas, que dispõem dos dados técnicos, o pico de produção do petróleo é atingido, se já não foi, ao mais tarde em 2010 (independentemente da diminuição da produção induzida pela diminuição da procura motivada pela presente crise económica). Contudo, para certas companhias petrolífera como, por exemplo, para a BP, o pico da produção do petróleo só será atingido em 2020, enquanto que outras (Shell DAU) não vêm o pico antes de 2050, para não falar de USDoE/EIA, que continuam a ver a produção de petróleo aumentar (falta de conhecimento das leis da natureza, como, por exemplo a lei da finitude). A área debaixo das curvas, isto é, o integral das curvas é equivalente à produção de petróleo acumulada. Devido a simetria (outra lei da natureza), em relação ao tempo, o pico de produção de petróleo ocorre quando a área debaixo da curva atingiu metade da produção acumulada. É, relativamente, fácil calcular a quantidade de petróleo de um campo petrolífero antes de começar a produção. Não esqueça que, unicamente, cerca de 1/4 do petróleo total é recuperado durante a recuperação primária. Mais tarde, durante uma recuperação secundária, cerca de metade do petróleo ainda está no reservatório. Igualmente, desde que a água entra na rocha-reservatório, as gotas de petróleo ficam, praticamente, isoladas e a maior parte do petróleo não é recuperável. Por conseguinte, o preço de produção da metade restante das reservas não será o mesmo. O petróleo barato já acabou.

Lei de Hubble.....................................................................................................................................................................................................................Hubble's Law

Loi de Hubble / Ley de Hubble / Hubble-Gesetz, Hubble-Konstante / 哈柏定律 / Закон Хаббла (закон красного смещения) / Legge di Hubble /

Lei segunda a qual a distância das galáxias varia em proporção do deslocamento para o vermelho, e assim, pelo efeito de Doppler*, e dasua velocidade de fuga. A ideia de um Universo en expansão é baseada nesta ideia, que com a observação  da radiação fóssil são as pedras anulares da teoria do Big Bang**. A velocidade à qual as galáxias se afastam da Terra é proporcional à distância que as separam da Terra. Esta lei pode traduzir-se pela equação v = HoD, na qual v é a velocidade, D a distância e Ho a constante de Hubble (velocidade em km/s de uma galáxia distante da Terra de um Megaparsec). O recíproco de Ho é o tempo de Hubble.

Ver: « Megaparsec »
&
« Constante de Hubble »
&
« Expansão Inflacionária (teoria) »

Como ilustrado nesta figura, as galáxias estão afastando-se de nós e umas às outras a um ritmo sempre crescente. Quanto mais distante é uma a galáxia mais, rapidamente, ela se afasta de nós ***. Isso significa que o Universo está expandindo-se como um balão. A lei de Hubble diz que velocidade das galáxias em relação às suas distâncias é constante. Esta constante é conhecida como constante de Hubble, que é a taxa actual de expansão do Universo, isto é, cerca 73 (km/s) / MPC). Isto significa que uma galáxia situada a 1 megaparsec (cerca de 3,26 milhões  de anos luz) do observador se afasta devido à expansão do Universo (e fora do efeito do movimento próprio do objecto, negligivel a uma grande distância) a uma velocidade de 73 km/s). Esta constante é conhecida como constante de Hubble, que é a taxa actual de expansão do Universo de 22 quilómetros por segundo por milhões de anos luz (unidade de comprimento, equivalente a pouco menos de 10 triliões de quilómetros, ou seja 1016 metros, 10 petametros. O inverso do parâmetro ou constante de Hubble seria igual à idade do Universo se este não desacelerasse durante a sua expansão. A casa de uma tal desaceleração de Hubble constitui uma limite superior à idade do Universo. A medida do parâmetro de Hubble atribui ao Universo uma idade entre 10 e 20 Ga. Tal como definido pela União Astronómica Internacional, um ano-luz é a distância que a luz percorre no vácuo em um ano). Actualmente os geocientistas conhecem mais de 125 biliões de galáxias no universo observável e cada galáxia contém mil milhões de estrelas. Os seus diâmetros variam de vários milhares a uma centena de milhares de anos luz. Mas nós só podemos conhecer as galáxias que estão dentro de um determinado raio, conhecido como o raio de Hubble. As galáxias maiores do que o raio de Hubble viajam à velocidade da luz. O raio de Hubble é estimado a cerca de 12 mil milhões (109) de anos/luz. O raio de Hubble é, muitas vezes, chamado, simplesmente, horizonte, uma vez que está intimamente relacionado com o horizonte partícula (distância máxima as partículas poderiam ter viajado para o observador que tenha a idade do universo). O raio de Hubble, que está relacionado com a constante Hubble H, uma vez que R = c / H, onde c é a velocidade da luz, o que, grosseiramente, quer dizer, o volume do universo vizinho. Como o Universo está a expandir-se de maneira, continuamente, a sua densidade de energia é, continuamente, decrescente (na ausência de matéria exótica, como a energia fantasma).

(*) Variação da energia e da cor da luz (ou do som) devido ao movimento relativo da fonte luminosa (ou sonora) em relação a um observador. Se a luz se afasta, a energia diminui e a luz é deslocada para o vermelho( o som torna-se ,ais grave). Sea fonte se aproxima, a energia aumenta e a luz é deslocada para o azul (o son tona-se mais agudo).

(**) Teoria cosmológica segundo a qual o Universo primordial, extremamente quente e denso, teria começado a sua existência por uma enorme explosão que seria produzido há  10-20 mil milhões de anos (109), em todo o ponto do espaço. Esta expansão teria marcado o início de uma expansão que ainda continua.

(***) Se taxa de expansão do Universo foi uniforme, o seu valor ainda não foi determinado de maneira definitiva. Provavelmente, ele é de 18 km/s por milhões de anos luz de distância. Teoricamente, isto quer dizer que duas galáxias distantes de 1 milhão de ano luz se afastam uma da outra à velocidade de 18 km/s, e que duas outras galáxias separadas por uma distâncias de 2 milhões de anos luz se afastam uma da outra à velocidade de 36 km/s. Por outras palavras, quanto mais afastadas estão as galáxias, maior é a velocidade de expansão entre elas. O valor de 18 km/s/106 de anos luz é chamado constante de Hubble. Na realidade, as galáxias que fazem parte de um grupo ou cacho de galáxias não se expandem porque elas estão fortemente ligadas pela gravidade. O que se expande é o espaço entre elas.

Lei de Murphy................................................................................................................................................................................................................Murphy's law

Loi de Murphy / Ley de Murphy / Murphy Gesetz / 墨菲定律 / Закон Мерфи / Legge di Murphy /

Se qualquer coisa pode dar errado, ela vai dará errado (ênfase em possíveis ocorrência negativas). Em geologia, esta lei sugere, que todo o evento possível (probabilidade não zero) irá, certamente, acontecer tendo em linha de conta a extensão do tempo geológico (ênfase em possíveis ocorrências positivas).

Ver: « Tempo Geológico »
&
« Acontecimento (geológico) »
&
« Big Crunch (teoria) »

A lei de Murphy pode exprimir-se em diversos máximas humorísticas, as quais afirmando que tudo o que pode dar errado vai dar errado. Em termos matemáticos ela é, muitas vezes, exprimida como 1 + 1 " 2, onde " representa quase nunca. A história desta lei diz que na Base da Força Aérea de Edward (Califórnia), há alguns anos atrás, John Paul Stapp e George E. Nichols trabalhavam num projecto aeroespacial projectado para testar a quantidade de desaceleração súbita que um humano pode suportar num acidente. Murphy, que veio de outro laboratório, para fazer parte da equipa de investigação, trouxe com ele um conjunto de indicadores que deveriam, teoricamente, medir a desaceleração com mais precisão. No entanto, os indicadores não mediram nenhuma desaceleração, uma vez que os aparelhos estavam mal montados. Muito irritado, Murphy amaldiçoou o técnico responsável da montagem e murmurou algo semelhante ao que hoje é a sua lei imortal ("If Publishing Cue GoLive Remoting, Kit IDML" en inglês). Parece que foi assim que nasceu a Lei de Murphy. Cinquenta anos mais tarde, em 1999, Stapp, Nichols e Murphy receberam o Ig Prémio Nobel, uma paródia sobre o Prémio Nobel, que é concedido, anualmente, pela revista humorística da ciência "FreeHand of RoboHelp Research" para premiar as pessoas cuja "descoberta" ou "conquista" pode parecer desnecessária, ridícula e prejudicial. A lei de Murphy não é uma lei científica, assim como também não é uma lei científica o princípio de Peter (segundo Peter Lawrence, 1919-1990), que diz: Os funcionários de uma empresa são promovidos até ao nível mais elevado de competência e, em seguida, depois de ser promovidos, permanecem em um nível em que são totalmente incompetentes. Muitos autores associam a lei de Murphy com as leis da termodinâmica, uma vez que a lei de Murphy é, frequentemente, citada como uma forma da segunda lei da termodinâmica (lei da entropia), visto que ambas sugerem uma tendência para um estado mais desorganizado. (Verma, S., 2005).

Lei de Snell...........................................................................................................................................................................................................................................Snell's law

Loi de Snell / Ley de Snell / Snelliussches Brechungsgesetz / 斯涅尔定律 / Закон Снеллиуса (закон преломления света) / Legge di Snell /

Quando uma onda atravessa uma interface entre dois meios isotrópicos (mesmas propriedades físicas em todas as direcções), a onda incidente muda de direcção de tal maneira que o seno do ângulo de incidência (ângulo entre a onda incidente e a perpendicular à interface) dividido pela velocidade do primeiro meio é igual ao ângulo de refracção dividido pela velocidade do segundo meio (lei da refracção).

Ver : « Ângulo de Incidência »
&
« Princípio Geológico »
&
« Ângulo de Refracção »

A refracção ocorre numa interface entre dois materiais devido às diferentes velocidades acústicas que eles têm. A velocidade do som através de cada material é, determinada, pelas propriedades físicas do material, particularmente, pelos módulos de elasticidade e densidade. Quando uma onda encontra uma interface entre dois materiais com velocidades acústicas diferentes e a velocidade do material inferior é superior, a porção da onda no material inferior desloca-se mais, rapidamente, e é por causa disto que a onde se desvia. A lei de Snell, também conhecida como lei de Descartes, visto que descreve a relação entre os ângulos e velocidades das ondas. Assim, se a velocidade acústica horizontal no material superior for v1 e, no inferior, v2 e o ângulo de incidência for α1 e o de refracção α2, como ilustrado acima, a lei de Snell estipula que (sin α1/v1)= (sin α2 /v2). Isto quer dizer que a lei de Snell segue do princípio do tempo mínimo de Fermat. Uma onda segue sempre o trajecto mais rápido, que não é, necessariamente, o mais curto. No diagrama ilustrado nesta figura, há também uma onda reflectida longitudinal, que é a onda que se reflecte com o mesmo ângulo que a incidente, uma vez que as duas viajam no mesmo material, isto é, com a mesma velocidade. Supondo que a interface ilustrada acima corresponde a um interface entre dois intervalos sedimentares com densidades d1 e d2 e nos quais as ondas sonoras se propagam com velocidades diferentes v1 e v2, o que quer dizer, que os intervalos têm impedâncias acústicas diferentes (v1 x d1) e (v2 x d2), o coeficiente de reflexão, que é o grande responsável das reflexões observadas nas linhas sísmicas, é dado pela a relação entre a diferença e a soma das impedâncias. Como as ondas incidentes oblíquas a uma interface, são quebradas em ondas reflectidas e refractadas, isto permite analisar uma sucessão de interfaces sobrepostas.

Lei de Stefan-Boltzmann..........................................................................................................................Stefan-Boltzmann's Law

Loi de Stefan-Boltzmann / Ley de Stefan-Boltzmann / Stefan-Boltzmann-Gesetz / 斯特藩-玻尔兹曼定律 / Закон излучения Стефана - Больцмана / Legge di Stefan-Boltzmann /

A quantidade de energia irradiada por um corpo negro Z é proporcional à potencia quatro da temperatura: E = σT4, onde σ a constante de Stefan-Boltzmann e T a temperatura (medida em graus Kelvin). Segundo esta lei, qualquer objecto tendo uma temperatura superior ao zero absoluto irradia energia.

Ver: « Zero Absoluto »
&
« Sol »
&
« Zona Afótica »

A energia total radiada por um corpo negro é proporcional à potência quatro da temperatura do corpo. Não esqueça que um corpo negro é um corpo hipotético que absorve toda a radiação que sobre ele cai. Esta lei tem muitas aplicações práticas, mas uma aplicação inédita apareceu, pela primeira vez, num artigo não assinado "Heaven is hotter than Hell" (O Paraíso e mais quente do que o Inferno) na revista "Applied Optics, vol. 11; 1972). O artigo começa com uma citação da Bíblia: Isaías 30:26 : "A luz da Lua será como a luz do Sol e a luz do Sol será sete vezes, como a luz de sete dias". Assim, o céu recebe da Lua, tanta radiação, como nós recebemos do Sol e, além disso, sete vezes mais do que a Terra recebe do Sol, quer isto dizer, cerca 50 vezes mais em tudo. A radiação recebida pelo Paraíso vai aquecê-lo até o ponto em que o calor perdido pela radiação é igual ao calor recebido. Isto quer dizer que o Paraíso perde 50 vezes mais calor que a Terra. Segunda a lei de Stefan-Boltzmann, a temperatura da Terra é de 525° C. De acordo com a religião revelada ("Revelation" 21:8) ;"Mas para os medrosos e não crentes......... terão sua parte no lago que arde com fogo e enxofre", o que quer dizer que a temperatura do Inferno deve ser inferior a 445° C, que é a temperatura à qual o enxofre muda para gás. Subsequentemente, Céu ou o Paraíso é mais quente do que o Inferno. Na realidade, com esta lei, Stefan determinou a temperatura da superfície do Sol a partir dos dados de C. Soret (1854-1904), uma vez que a densidade de fluxo de energia do Sol é 29 vezes maior que a densidade do fluxo energético de uma placa de metal aquecido. Assim, ele colocou uma placa redonda a uma distância tal do dispositivo de medida que seria vista sob mesmo ângulo que o Sol. Soret estimou que a temperatura da placa devia ser cerca de 1900-2000° C, contudo Stefan admitindo que ⅓ do fluxo de energia do Sol é absorvida pela atmosfera terrestre, corrigiu o fluxo do Sol para um valor 3/2 vezes maior, ou seja, 29 × 02/03 = 43,5.

Lei de Steno....................................................................................................................................................................................................................................Steno's Law

Loi de Steno / Ley de Steno / Steno-Gesetz / 速记的法律 / Закон наложения / Legge di Stenone /

As camadas sedimentares depositam-se em relação ao tempo, isto é, as mais velhas na parte inferior e as mais recentes na parte superior. No século XXI, é muito fácil de dizer que esta lei é trivial, mas na época em que Steno a avançou suporia, certamente, uma ousadia genial. As rochas sedimentares são formadas por partículas, estratos e camadas que se sobrepõem umas sobre as outras, o que quer dizer, que numa sucessão contínua de rochas sedimentares, uma determinada camada é mais velha do que a sobrejacente e mais nova do que a subjacente. Esta lei é fundamental para a interpretação da história da Terra, uma vez que em não importa que local, ela indica a idade relativa das camadas e fósseis que elas contém.

Ver: « Estratificação (sedimentos) »
&
« Princípio Geológico »
&
« Camada »

A lei de Steno implica que a maior parte dos sedimentos se depositam, mais ou menos, horizontalmente (Princípio da horizontalidade original de Steno). Normalmente, quando as rochas sedimentares estão inclinadas, elas não estão na sua posição original. Elas foram ou alongadas, por um regime tectónico em extensão (formação de falhas normais), ou encurtadas, por um regime tectónico compressivo (formação de dobras e falhas inversas). Como ilustrado nesta tentativa de interpretação de um autotraço de uma linha sísmica regional através do estreito de Macassar (entre a ilha de Bornéu e as ilhas Célebes), é evidente que a lei da horizontalidade original deve ser aplicada com muito cuidado, mesmo tendo em linha de conta o artefacto sísmico introduzido pela variação lateral da profundidade de água (as ondas sísmica viagem mais lentamente na água do que nos sedimentos). Ao longo de todas as linhas cronostratigráficas ou ao longo de todas as superfícies de deposição existem pelo menos quatro rupturas de inclinação : (i) Ruptura da Linha de Baía*, entre os sedimentos aluviais e fluviais ; (ii) Ruptura costeira, que corresponde, mais ou menos, à linha da costa (sobretudo nas linha sísmica devido a resolução sísmica), que se localiza entre os sedimentos da planície costeira / deltaica e do prodelta ; (iii) Ruptura do Rebordo Continental (ruptura superior do talude continental), entre os sedimentos da plataforma e do talude continental, que pode coincidir ou não com o rebordo da bacia (depende se a bacia tem uma plataforma continental ou não e (iv) Ruptura da Base do Talude Continental, entre os sedimentos do talude e da planície continental. Os sedimentos clásticos do prodelta e do talude continental não se depositam horizontalmente, mas com uma certa inclinação (geralmente entre 1-3°) em direcção da bacia. Actualmente, a estratigrafia sequencial diz-nos que dentro de um paraciclo-sequência, os sedimentos apresenta sempre uma geometria progradante, uma vez que durante o período de estabilidade do nível do mar relativo que se segue a uma subida do nível do mar relativo (paraciclo eustático), a linha da costa se desloca para o mar. Nesta tentativa, na área do delta da Mahakam, as inclinações para Este dos sedimentos subjacentes à bacia de antepaís, são originais, quer isto dizer, que elas são contemporâneas da sedimentação. Os sedimentos correspondem a depósitos de talude continental. Ao contrário, na cintura de Sulawesi, as inclinações dos sedimentos são posteriores à deposição. Elas resultam do encurtamento que ainda hoje continua, visto que as estruturas compressivas afectam o fundo do mar. Note que o edifício deltaico da Mahakam é uma sobreposição de deltas, cuja espessura varia entre 30 e 50 m. Assim, não confunda o talude continental que borda o rebordo continental, com um prodelta. Sismicamente, ao nível de ciclo-sequência (antes da degelo das calotas glaciárias e glaciares do Quaternário) a bacia não tinha plataforma continental e a linha da costa coincidia com o rebordo continental até onde chegavam os prodeltas. Na interpretação geológica das linha sísmicas, além da lei de Steno, outras lei ou princípios geológicos devem sempre ser utilizadas: (a) A lei de Goguel, que diz durante a deformação, o volume dos sedimentos mantém-se, mais ou menos, constante (esta lei é aproximativa, uma vez que ela entra em linha de conta com a redução de volume induzida pela diminuição da porosidade, em profundidade, e pelos fenómenos de dissolução que podem, em certos casos, atingir cerca de 30% do volume total (b) a lei de J. Walther que diz que em continuidade de sedimentação, uma sucessão lateral de sistemas de deposição encontra-se também verticalmente ou seja, se lateralmente, em direcção do mar, se encontra a sucessão a, b, c, verticalmente, e de baixo para cima, encontrar-se-á c, b, a ; (c) lei ou princípio da Horizontalidade Original, que diz que as camadas sedimentares são depositadas horizontalmente ; (d) lei ou princípio da Continuidade Original Lateral, segundo a qual as camadas sedimentares depositam-se em continuidade lateral adelgaçam-se até zero ou terminam por biséis de progradação ou agradação contra os bordos dos sectores originais de deposição ; (e) lei ou princípio da Intrusão, que diz que a idade relativa entre duas rochas ígneas, ou entre uma rocha ígnea e uma rocha sedimentar, pode ser deduzida pelas relações geométricas entre elas: “Uma rocha intrusiva ígnea é mais jovem que a que ela penetra” ; (f) lei ou princípio de Ochkam, que diz que a pluralidade não deve ser invocada sem necessidade (“Pluritas non est ponenda sine necessita”), etc., etc.

(*) Posamentier e Vail (1988) definiram a linha da baía, mais ou menos da seguinte maneira: (a) A planície costeira forma-se por processos de progradação do fundo do mar, mais do que por exumação ; (b) Os sedimentos que se acumulam na planície costeira durante a progradação da linha da costa fazem parte do que se chama o prisma costeiro, o qual inclui depósitos fluviais e de água pouco profunda ; (c) O prisma costeiro tem a forma de cunha e prolonga-se para o continente por biséis de agradação sobre a topografia pré-existente ; (d) O limite a montante do prisma costeiro é a linha da baía, que pode deslocar-se rio acima quando a progradação da linha da costa é acompanhada de agradação. Assim, linha de baía é o limite entre a planície costeira e a planície aluvial e a montante da linha da baía, as variações relativas do nível do mar não têm, praticamente, nenhuma influência nos sistemas de deposição.

Lei de Titius-Bode........................................................................................................................................................................................Titius-Bode law

Lei de Titius-Bode / Ley de Titius-Bode / Titius - Bode Gesetz / 提丢斯 - 波德法 / ПравилоТициуса-Боде / Legge di Titius-Bode /

As distâncias de alguns dos planetas seguem uma formula aritmética simples. Os corpos celestes de certos sistemas orbitais, incluindo o do Sol, orbitam en função de uma exponencial da metade do maior eixo da órbita. Esta hipótese corroborada pelas órbitas de Ceres e Urano, é refutada pela órbita de Neptuno.

Ver: « Sol »
&
« Terra »
&
« Lua »

A lei de Titius-Bode* (também chamada simplesmente Lei de Bode) é uma lei matemática muito controversa, que define, muito aproximadamente, as distâncias planetárias**. Ela foi proposta em 1766 por Johan Daniel Tietz (1729–1796), mais conhecido por seu nome latinizado de Titius, mas que foi sobretudo divulgada pelo astrónomo alemão Johann Elert Bode (1747–1826), director do Observatório de Berlim, que acabou por definir uma sequência que hoje se conhece-se como Lei de Titius-Bode. Esta lei parte de uma progressão geométrica de razão 2, a partir do segundo termo: 0, 1, 2, 4, 8, 16 e 32. Titius, multiplicou cada um destes termos por 3: 0, 3, 6, 12, 24, 48 e 96 e adicionou 4 unidades a cada um deles, obtendo-se: 4, 7, 10, 16, 28, 52 e 100 e finalmente dividindo-os por 10: 0,4 / 0,7 / 1,0 / 1,6 / 2,8 / 5,2 e 10,0. Se a distância do Sol a Saturno ser tomado como 100, Mercúrio é separado por quatro peças, a partir do Sol. Vénus é 4 +3 = 7. A Terra 4 +6 = 10. Março 4 +12 = 16. Depois de Março, há um espaço de 4 +24 = 28 peças, em que nenhum planeta se encontra. Depois chega-se à distância de Júpiter em 4 +48 = 52 partes, e, finalmente, o de Saturno por 4+96 = 100 peças. Sabendo que uma unidade astronómica (UA) é distância média da Terra ao Sol, os valores obtidos representam as distâncias médias dos planetas, em UA, em relação ao Sol. O mais curioso nesta lei é que ela previa a existência de um planeta entre as órbitas de Marte e Júpiter, há 2,8 UA do Sol. Mais tarde atribui-se este valor à órbita da cintura de asteróides que orbita o Sol a essa distância. Essa lei foi refutada pela descoberta de Neptuno e Plutão, que não seguem essa lei e pelo facto que a cintura é composta de fragmentos e não de um corpo celeste. Em 1839, filósofo americano C. S. Pierce considerou a lei de Bode como um exemplo de raciocínio falacioso, uma vez que ela não é o resultado de um método científico, em particular do método pragmático PHT, quer isto dizer: Problema, Hipótese, Teste.

(*) Há cerca de 4,6 109 Ma, durante a formação do sistema solar, a partir do colapso gravitacional de uma nuvem de gás interestelar de densidade e tamanho que permitiu a formação de moléculas, formou-se um corpo central (Sol) e um certo número (10) anéis concêntricos de gás e poeira. A matéria desses anéis aglutinou-se em planetesimais, que são corpos celestes, que podem atingir o tamanho da Lua e que resultam da aglutinação gravítica de objectos celestes mais pequenos (± 1 km de diâmetro) que por sua vez resultam colisão e aglutinação dos grãos de poeira cósmica. Dentro de cada um desses anéis, excepto no quinto anel (a partir do Sol), o maior planetesimal de captou o resto da matéria.

(**) A lei de Titius-Bode pretende dar a distância dos planetas ao Sol. Ela foi proposta pelo astrónomo alemão Johann Titius (1729-1796) e popularizada por outro astrónomo alemão, Johann Bode (1747-1826). Segundo esta lei, a distância de um planeta ao Sol (r) , em unidades astronómicas, é dada pela fórmula: r = 0,4 + 0,3 x 2n,  onde n = - ∞ para Mercúrio, 0 para Vénus, 1-8 para os planetas entre a Terra e Plutão, incluindo os asteróides. A distância assim calculada para os planetas entre Mercúrio e Urano é mais ou menos exacta, Contudo, para Neptuno e Plutão, que não eram conhecidos no tempo em que Titus e Bode viveram, as distância ao Sol são respectivamente 29% e 95% maiores que na realidade.

Lei da Uniformidade...............................................................................................................................................................................Uniformity law

Loi de l'Uniformité / Ley de Uniformidad / Uniformity Gesetz / 均匀定律 / Закон единообразия / Legge del’Uniformità /

Hipótese de que as mesmas leis e processos naturais que actuam no Universo actualmente, operaram sempre no Universo no Passado e se aplicam em todo o Universo. Isto, que parece uma trivialidade, é muito importante, pois reflecte um conceito que não só os geocientistas, mas todos os seres humanos utilizam todos os dias e que é a hipótese da universalidade: “Aquilo que se verifica aqui também se verifica noutros sítios”.

Ver: « Uniformitarismo »

Lei de Walther................................................................................................................................................................................................................Walther's law

Loi de Walther / Ley de Walther / Walther-Gesetz /瓦尔特的法律 / Закон Вальтера / Legge di Walther /

Em continuidade de sedimentação, uma sucessão lateral de sistemas de deposição encontra-se também verticalmente. Se lateralmente, em direcção do mar, se encontra a sucessão a, b, c, verticalmente, e de baixo para cima, encontrar-se-á c, b, a.

Ver: « Estratificação (sedimentos) »
&
« Princípio Geológico »
&
« Cortejo Sedimentar »

Foi o geocientista alemão Walther, que estudou as relações entre as fácies* (litologia e fauna associada) e os ambientes sedimentares. Ele reconheceu, que os ambientes de deposição mudam, lateralmente, com o tempo e, em consequência, as fácies dos ambientes de deposição adjacentes se sucedem umas às outras como uma sucessão vertical. Ele constatou que a sucessão vertical das fácies é a mesma que a sucessão lateral. Nesta tentativa de interpretação de uma parte de um autotraço de uma linha sísmica regional do offshore de Moçambique, a sucessão lateral dos fácies a-b-c (a = siltes de planície deltaica com construções calcária no limite jusante, b = argilitos de talude continental e c = argilitos e areias de planície abissal) encontra-se também no sentido vertical e de baixo para cima (c-b-a). Esta lei (lei de Walther) só é válida em continuidade de sedimentação, isto é, em secções estratigráficas sem discordâncias (superfícies de erosão induzidas por descidas relativas do nível do mar significativas), e em particular sem discordâncias reforçadas pela tectónica (discordâncias angulares). Ela também só se pode aplicar em secções que não subdivididas por limites diacrónicos, como, por exemplo, por superfícies transgressivas ou linhas fácies. Todavia, embora os conjuntos de paraciclos sequência e ciclos sequência sejam subdivididos por superfícies diacrónicas, a lei de Walther é utilizada para interpretar o contexto de deposição destes intervalos sedimentares. O carácter diacrónico das superfícies (discordâncias, linhas de fácies e superfícies de ravinamento), que limitam esses ciclos estratigráficos, por razões práticas, é ignorado e os paquetes sedimentares, que os constituem (cortejos sedimentares, paraciclos sequências, e ciclos estratigráficos), são considerados, mais ou menos, como contemporâneos. Os sedimentos sobrejacentes e subjacentes às superfícies que limitam cada uma dessas unidades estratigráficas, são mais jovens ou, ao contrário, mais antigos do que a unidade em questão. Isto quer dizer, que os sedimentos, que formam uma unidade sedimentar, quer ela seja um paraciclo-sequência ou um ciclo sequência são supostos síncronos. Nas linhas sísmicas, tendo em conta a resolução sísmica, o erro cometido é mínimo. Nesta tentativa de interpretação é importante entrar em linha de conta com o artefacto sísmico induzido pela abrupta e contínua variação da lâmina de água, uma vez que as ondas sísmicas deslocam-se mais rapidamente nos intervalos sedimentares do que na água. Assim, é possível que a superfície de base das progradações SBP. 91,5 Ma, numa versão em profundidade, seja subhorizontal ou mesmo, ligeiramente, inclinada para Oeste. Uma grande maioria dos geocientista pensa, ainda, que nas margens divergentes, a discordância da ruptura da litosfera, que enfatiza o início da margem, inclina francamente para o mar o que não é o caso. Na interpretação geológica das linha sísmicas, além da lei de J. Walther, duas outras lei geológicas devem sempre ser utilizadas: (a) A lei de Goguel, que diz durante a deformação, o volume dos sedimentos mantém-se, mais ou menos, constante (esta lei é aproximativa, uma vez que ela entra em linha de conta com a redução de volume induzida pela diminuição da porosidade, em profundidade, e pelos fenómenos de dissolução que podem, em certos casos, atingir cerca de 30% do volume total (b) a lei de Steno que diz que As camadas sedimentares depositam-se em relação ao tempo, isto é, as mais velhas na parte inferior e as mais recentes na parte superior (esta lei é fundamental para a interpretação da história da Terra, uma vez que em não importa que local, ela indica a idade relativa das camadas e fósseis que elas contém) ; (c) lei ou princípio da Horizontalidade Original, que diz que as camadas sedimentares são depositadas horizontalmente ; (d) lei ou princípio da Continuidade Original Lateral, segundo a qual as camadas sedimentares depositam-se em continuidade lateral adelgaçam-se até zero ou terminam por biséis de progradação ou agradação contra os bordos dos sectores originais de deposição ; (e) lei ou princípio da Intrusão, que diz que a idade relativa entre duas rochas ígneas, ou entre uma rocha ígnea e uma rocha sedimentar, pode ser deduzida pelas relações geométricas entre elas: “Uma rocha intrusiva ígnea é mais jovem que a que ela penetra” ; (f) lei ou princípio de Ochkam, que diz que a pluralidade não deve ser invocada sem necessidade (“Pluritas non est ponenda sine necessita”) etc., etc.

(*) Foi o geocientista suíço Amanz Gressly, que em 1838, utilizou o termo fácies para exprimir; (i) O aspecto litológico da unidade estratigráfica, que está ligado a um conjunto paleontológico e (ii) O conjunto de fósseis que excluí, invariavelmente, outras fácies. Contudo, em 1898, J. Walther considerou a lei ou a correlação das fácies dizendo : “Os vários depósitos da mesma fácies (“faciesbezirk"), assim como, um conjunto de rochas de diferentes fácies são formados, espacialmente lado à lado, embora em numa seção transversal seja vistos uns em cima dos outros”. Haug (1907) estandardizou o significado de fácies como a soma das características litológicas e paleontológicas de um determinado depósito num determinado lugar. Selley (1970), sublinhou que todas as definições propostas de fácies são, meramente, descritivas e por conseguinte, expressões como fácies fluvial ou fácies turbidítico não são relevantes. O conceito de cortejos de fácies "faciesbezirk" de Walther, ideia parcialmente tomada de Gressly, foi adoptada a todo um corpo rochoso, e não unicamente a uma sucessão vertical, por Busch (1971) e denominado “incremento genético de estratos” (IGS). Em 1977, Brown e Fischer utilizaram o mesmo conceito (“faciesbezik” de Walther) na análise de fácies que foi renomeado “cortejo sedimentar” ("systems tract”).

Leis de Kepler....................................................................................................................................................................................................................Kepler's laws

Lois de Kepler / Leyes de Kepler / Keplerschen Gesetze / 开普勒定律 / Закон Кеплера / Leggi di Keplero /

Os planetas movem-e em órbitas elípticas* à volta do Sol, com o Sol no foco da elipse. Uma linha recta entre um planeta e o Sol varre áreas iguais durante o mesmo tempo. O quadrado do período de um planeta é, inversamente, proporcional ao cubo do raio da sua órbita.

Ver: « Teoria Astronómica dos Paleoclimas »
&
« Precessão dos Equinócios »
&
« Órbita »

Primeira lei: Os planetas deslocam-se em órbitas elípticas, com o Sol num dos foco. Segunda: A linha recta que une o Sol a varre planeta varre áreas iguais em períodos de tempo iguais. Terceira: Os quadrados dos períodos orbitais dos planetas são proporcionais aos cubos das distâncias médias deles ao Sol. Medidas modernos nas órbitas dos planetas mostram que eles não seguem; precisamente; estas leis. Seu desenvolvimento é considerado um marco importante na história da ciência. As primeiras duas leis foram publicadas em 1609 e a terceira em 1619. As suas publicações puseram um fim aos ciclos e epiciclos de Ptolomeu. No modelo de Ptolomeu, os planetas moviam-se num pequeno círculo (epiciclo), que por sua vez se movia ao longo de um círculo maior chamado deferente. Ambos os círculos giravam para Este e paralelamente ao plano da órbita do Sol. A fé ardente de Kepler no sistema Coperniano "O Sol não só está no centro do Universo, mas ele é o espírito do movimento" trouxe-lhe a desgraça dos líderes religiosos e o título de "astrónomo louco". Além de descobrir estas três leis, ele elaborou: (i) As tabelas de posições das estrelas ; (ii) Desenvolveu o telescópio astronómico (iii) Trabalhou no cálculo infinitesimal e logaritmos ; (iv) Fundou a ciência da óptica geométrica ; (v) Estudou a anatomia do olho humano ; (vi) Explicou as marés dos oceanos e (vii) Escreveu, em latim, a primeira história de ciência ficção o "Somnium", na qual que ele sonhava de construir um navio para navegar pelos oceanos do espaço no universo. As leis de Kepler refinaram o modelo de Copérnico. Se a excentricidade de uma órbita planetária é zero, as leis de Kepler dizem:  (i) A órbita planetária é um círculo ; (ii) O Sol está no centro ; (iii) A velocidade do planeta na órbita é constante e (i) O quadrado do período sideral é proporcional ao cubo da distância ao Sol. Actualmente sabe-se que : (a) A órbita planetária não é um círculo, mas uma elipse ; (b) O Sol não está no centro, mas num ponto focal ; (c) A velocidade não é linear, nem a velocidade angular é constante, só velocidade da área é constante ; (d) O quadrado do período sideral é proporcional ao cubo da média entre as distâncias máxima e mínima ao Sol.

(*) Para que um corpo celeste orbite a Terra com a mais baixa órbita possível (circular) a sua velocidade orbital  ou seja vc= (g x r)1/2 deve ser 7,90 km/s, uma vez que g = 9,81 m/s2 e raio da Terra (r) é de 6371 km. Se a a velocidade aumentar a órbita torna-se cada vez mais elíptica. À velocidade mínima escape (ve=(2)1/2 vc=11.18 km/s), a órbita torna se transforma-se numa parábola e abandona o campo da gravidade da terrestre. se a velocidade for maior que a  velocidade de escape, a órbita será uma hipérbole e ela abandona o campo gravitário da Terra. Embora todos os planetas e satélites tenham órbitas elípticas,  os cometas podem ter órbitas elípticas, parabólicas ou hiperbólicas. As órbitas parabólicas hiperbólicas são órbitas abertas, o que quer dizer que os corpos celeste não têm retorno.

Leis da Termodinâmica....................................................................................................................................Thermodynamic's laws

Leis da termodinâmica / Leyes de la termodinámica / Hauptsätze der Thermodynamik / 热力学定律 / Закон термодинамики / Leggi della Termodinamica /

O calor é uma forma de energia e a energia é conservada. O calor não flui espontaneamente de um objecto frio par um quente (é impossível converter calor em trabalho com uma eficiência de 100%, quer isto dizer que a entropia de um sistema fechado não pode diminuir). É impossível, num número finito de etapas, levar a temperatura de um objecto ao zero absoluto.

Ver : « Teoria dos Sistemas »
&
« Flecha do Tempo »
&
« Zero Absoluto »

Há três leis na termodinâmica. A primeira diz que o calor é uma forma de energia e a energia é conservada. Esta lei sob a forma de uma equação pode exprimir-se como DU = Q-W, onde DU é a mudança de energia interna do sistema, Q a energia calor recebida pelo sistema, e W o trabalho produzido pelo sistema. O termo termodinâmica refere-se a calor e dinâmica a trabalho. A segunda lei da termodinâmica, que é devida a Rudolf Clausius, diz que o calor não flui, espontaneamente, de um corpo frio para um corpo mais quente (há muitos enunciados, mais ou menos equivalentes desta lei, os quais são propostos por diferentes cientistas em diferentes épocas). A terceira lei da termodinâmica diz que é impossível arrefecer um objecto até à temperatura de zero absoluto. Esta temperatura é de -273,15° C. O escritor de ciência ficção John W. Campbell descreveu assim as leis da termodinâmica: " (i) Você não pode sair do jogo, primeira lei da termodinâmica ; (ii) Você não pode vencer, segunda lei ; (iii) Você não pode empatar, terceira lei. Nesta figura estas leis estão exprimas da seguinte maneira : (A) A energia não pode ser criada nem destruída ; (B) A entropia total (medida da desordem de uma sistema) do Universo (sistema mais arredores) deve aumentar em cada processo espontânea* ; (C) A entropia (S) de uma material puro e, perfeitamente, cristalino a uma temperatura de -273,15° C (-459,67° F** ou 0° Kelvin) é zero. O gelo tem uma pequena entropia, mas a sua entropia aumenta quando o gelo se transforma em água e aumenta muito mais quando a água é aquecida e se transforma em vapor. A entropia de um sistema irreversível deve aumentar, assim, é muito possível que a entropia do Universo aumente.

(*) Quando se constrói uma casa, localmente, a entropia diminui, mas é evidente que, globalmente, a entropia aumenta, basta ver o estado lamentável em que os empreiteiros deixam as carreiras onde vão buscar o calcário para fabricar o cimentos.

(**) A escala Fahrenheit pode ser determinada a partir da escala Celsius pela relação T(°F) = 1,8 T(°C) + 32.

Leixão (rocha)............................................................................................................................................................................................................................Stack, Pinnacle

Pillier marin, Pinacle (rocheux) / Farallón / Säulen, Pfeiler / 巅峰 / Скалистые прибрежные скалы / Pinnacolo /

Rocha em forma de agulha resultante do colapso de um arco.

Ver : « Promontório »
&
« Arco Natural »
&
« Erosão »

Como ilustrado nesta figura, um leixão é uma morfologia geológica formada por uma coluna vertical rochosa, muitas vezes, íngreme ou uma coluna de rocha no mar perto da linha da costa. Os leixões são formados quando parte de um promontório é erodida, deixando uma pequena ilha. Os leixões também se formam quando um arco natural cai devido aos processos subaéreos e à gravidade. Um leixão pode entrar em colapso ou ser erodido deixando um escolho. Aliás, é muitas vezes possível, como no esquema desta figura, deduzir a evolução de um penhasco ou arriba, para um arco natural, que mais tarde se transforma em leixão, para com o tempo se transformar em escolho que, finalmente, acaba por desaparecer por imersão. Os leixões formam-se com muita frequência em penhascos de giz, devido a resistência desta rocha à erosão. Os penhascos constituídos por rochas pouco resistentes, como, por exemplo, os argilitos que tendem a cair e a ser corroídos muito, rapidamente, para formar leixões, enquanto os penhascos ou arribas constituídas por rochas mais duras, como os granitos, são corroídas de maneiras diferente. Os leixões são, quase sempre, utilizados pelas aves marinhas para vezes a nidificação e, também, infelizmente, pelos alpinistas para escaladas. No mediterrâneo e particularmente em Itália, os leixões são chamados faraglioni, que são definidas como agulhas ou pináculos de pedra, típicas do mediterrâneo, destacadas pela erosão costeira e que podem podem formar ou não uma ilha. Estes leixões estão presentes ao longo das costas e falésias do Mediterrâneo e formaram um natural do arco costeiro, que, por vezes, colapsou. Estes leixões são muitas vezes identificados nas lendas locais como figuras humanas ou mitológicas petrificadas. Em Itália , os mais famosos leixões encontram-se em Capri e nas ilhas Ciclopes em frente de Aci Trezza, mas também nas ilhas de Giglio, Eólias, Pantelleria, Scopello, etc. Na costa sudoeste da Sardenha, em frente à praia de Masua na região de Iglesias, existem cinco leixões fundidos num único bloco central chamado Pão de Açúcar. Na costa sul portuguesa existem vários leixões. Na região de Leixões, perto da cidade do Porto, a abundância de escolhos faz pensar que no passado, os leixões eram aí muito prováveis.

Lêntica (água)............................................................................................................................................................................................................................................................Lentic

Lentique (eau) / Léntica (agua) / Lentic (Wasser) / 静水(水) / Стоячая (вода) / Lentica (acqua) /

Água doce estática que, teoricamente, não se escoa. Um corpo de água lêntica pode ter não importa que tamanho desde uma poça, depois da última chuva, até ao tamanho do Lago Baikal, que é o mais profundo lago de água doce no mundo com 1620 metros de profundidade. Contrário de água lótica.

Ver: « Lótica (água) »
&
« Corrente »
&
« Lago »

O termo lêntico refere-se a à água estagnada ou parada. Um ecossistema lêntico vai desde um pequeno charco ou pântano até um enorme lago. Um ecossistema lêntico é o ecossistema de um charco (poça extensa, mas não profunda), lago, pântano ou lago e inclui as interacções bióticas entre as plantas, animais e microrganismos, assim como e as interacções abióticas físico-químicas. Os ecossistemas lênticos podem ser comparados com os ecossistemas lóticos, os quais incluem as águas terrestres que se escoam tal como rios e corgos, etc. Estes dois tipos de ecossistemas formam a área de estudo mais geral de água doce ou seja da ecologia aquática. A distinção entre poça, lagoa e lagos é muita vaga, embora certos geocientistas considerem que as poças e lagoas têm todas a sua superfície inferior exposta à luz, enquanto que lagos não. Alguns lagos estratificam-se durante certas estações do ano. As poças e lagoas têm duas regiões : (i) A zona de águas pelágicas abertas e (ii) A zona bentónica, que incluiu a fundo e as margens. Como os lagos têm regiões profundas não expostas à luz, em relação às poças e lagoas, os lagos têm uma zona adicional, que é a zona profunda. Essas três áreas: zona pelágica, zona bêntica e zona profunda, podem ter muito diferentes condições abióticas e, portanto, as espécies que ai habitam estão adaptado,s especificamente, para aí viver. Os lagos podem formar-se de várias maneiras, mas o maior e mais antigo sistema resulta da actividade tectónica, durante a ruptura dos supercontinentes, isto é, quando este se alargam e formam bacias de tipo rifte. Quando a taxa de extensão não é compensada por uma taxa de preenchimento suficiente, naturalmente forma-se uma coluna de água, uma vez que todo o espaço disponível para os sedimentos não é preenchido, o que cria um lago. Ao contrário se o acarreio sedimentar é suficiente para equilibrar a taxa de extensão, toda a acomodação é preenchida e nenhuma lâmina de água se forma. A maior parte das lagoas são de origem fluvial e associadas aos meandros abandonados.

Leque Aluvial (terminando num corpo de água)............................................................................................................................Fan delta

Cône ou Éventail alluvial (aboutissant dans un plan d’eau) / Abanico aluvial (que termina en el mar o lago), Abanico aluvial / Schwemmkegel (zum Meer, See) / 扇三角洲 / Аллювиальный конус выноса / Conoide alluvionale (che porta al mare, lago) /

Sedimentos aluviais depositados directamente no mar (quando a linha da costa está situada perto da linha de baía), que formam corpos geológicos progradantes, que certos geocientistas chamam deltas de tipo aluvial. Sinónimo de Delta tipo-Gilbert.

Ver: «Delta Aluvial»

Levantamento Isostático...................................................................................................................................................Isostatic Rebound

Soulèvement isostatique / Levantamiento isostático / Isostatischen Rebound / 等静压反弹 / Изостатическое поднятие / Sollevamento isostatico /

Elevação do continente em resposta à descarga induzida pela remoção (fusão) do gelo das calotas glaciárias. Sinónimo de Salto Isostático.

Ver: « Glacioeustasia »
&
« Isostasia »
&
« Variação Relativa (do nível do mar) »

Nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de uma linha sísmica do offshore Oeste da Noruega, o levantamento isostático induzido pela descarga (fusão) das calotas glaciárias, que cobriram o Norte da Europa e, particularmente, a Noruega durante o início do Quaternário, é perfeitamente visível. Na parte superior desta tentativa de interpretação, as terminações dos reflectores sublinham uma discordância reforçada pela tectónica (discordância angular), que marca a descida relativa do nível do mar (nível do mar local referenciado a um ponto qualquer da superfície terrestre e que é o resultado da combinação do nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar global referenciado ao centro da Terra ou a um satélite e da tectónica) que ocorreu durante o Miocénico Médio e que, localmente, foi reforçada pela tectónica. Como se pode observar, a parte Este desta discordância foi levantada de várias centenas de metros em relação a parte Oeste. Este levantamento local, que é confirmado pela variação de espessura dos sedimentos do Quaternário posteriores à fusão do gelo, foi induzido pelo salto isostático, que acompanhou a fusão do gelo das glaciações quaternárias. Na realidade, durante o último período glaciar, a maior parte do Norte da Europa, Ásia, América do Norte, Gronelândia e Antárctica estava coberta por mantos e calotas glaciárias*, assim como por mares de gelo. A espessura do gelo atingiu cerca de 3000 metros no máximo da glaciação, há cerca de 20000 anos atrás. O enorme peso desta camada de gelo obrigou a crusta a deformar-se em forma de sino invertido (sinforma, estrutura em extensão ou alargamento), o que obrigou o material do manto terrestre a escoar-se para longe da área sobrecarregada. Desde que a temperatura aumentou e, que o gelo começou a fundir, a remoção da sobrecarga da região afundada provocou um levantamento da área e um retorno do material do manto terrestre à sua posição original, isto é, a que ele tinha antes da glaciação. Tendo em linha de conta a viscosidade do material do manto, provavelmente, serão necessários vários milhares de anos para que a superfície terrestre atinja o equilíbrio isostático. Para uma espessura de gelo de cerca de 2000 m (como a que existe hoje na Gronelândia), o terreno afundou-se de cerca 700 metros, uma vez que a densidade do gelo é cerca de 1/3 da densidade do manto. Tudo isto tem uma influência muito grande nas variações do nível do mar absoluto ou eustático, o qual, durante as glaciações, desceu para depois e subir durante degelo. O levantamento isostático da Noruega é bem conhecido dos serviços do cadastro. De facto, desde que estes serviços existem, na Noruega, eles constataram que a superfície das quintas próximo do litoral aumentam, regularmente, devido ao levantamento isostático. A importância dos movimentos glacioisostáticos associados com a última glaciação na modelação da linha da costa da Europa e da América do Norte é imensa. Na costa europeia, desde os fiordes da Noruega, à existência do Mar Báltico e do Mar do Norte e à separação da Grã-Bretanha e da Irlanda do continente, tudo é resultado da glacioisostasia. A Escandinávia central continua a subir ao ritmo de 9 mm/ano. No lado americano, os Grandes Lagos, a Baía de Hudson e o extraordinário recorte da costa árctica do Canadá, são o resultado directo do afundamento e reemergência da crusta naquela vasta região. Por outro lado, as antigas linhas da costa e as praias levantadas são bem visíveis. Este fenómeno, que, teoricamente, corresponde a uma descida do nível do mar absoluto, observa-se em várias parte do mundo, como na Nova Zelândia, onde as antigas linhas de costa e as praias levantadas são bem conhecidas dos geocientistas. Outra relação indirecta que contribui para a complexidade do nível do mar absoluto é a expansão térmica da água do mar quando a temperatura média da Terra aumenta, que se adicional às variações induzidas pelos movimentos verticais da crusta, mudanças na taxa de rotação da Terra, mudanças em larga escala nas margens continentais e mudanças na taxa de expansão do fundo do oceano. As estimativas actuais da elevação do nível do mar absoluto a partir de registros de mareógrafos e da altimetria por satélite são de cerca de +3 mm / a (dados de 2007, IPCC).

(*) Uma calota glaciária é uma massa de gelo que cobre menos de 50000 km2 da superfície terrestre (normalmente cobrindo uma região montanhosa). Uma massa de gelo que cobre mais de 50000 km2 é um manto de gelo. Ao contrário de um mar de gelo (gelo flutuante que quando derrete contribui a uma descida do nível do mar, uma vez que o gelo é menos denso que a água) o derretimento, total ou parcialmente, de uma calota glaciária induz uma subida do nível do mar. O manto glaciário da Antárctica, que começou a derreter há cerca de 19000 anos, contribuiu, certamente e de maneira significativa à subida do nível eustático durante o Holocénico (o rebordo desta calota encontra-se, actualmente, cerca de 450 quilómetros do rebordo inicial).

Levantamento Tectónico.................................................................................................................................................................................................Uplift

Soulèvement tectonique / Levantamiento tectónico / Tektonischer Hebung / 构造抬升 / Тектоническое поднятие / Sollevamento tettonico /

Elevação de uma região da litosfera por forças estruturais, como as associadas a um reequilíbrio das isotérmicas, correntes de convecção ascendentes, ascensões de magma, diapirismo (rochas argilosas, evaporitos) encurtamento da crusta (induzida por uma colisão continental), etc.

Ver: « Erosão »
&
« Subdução do Tipo-A (Ampferer) »
&
« Discordância »

O onshore da ilha de Sumatra (Indonésia)n corresponde à sobreposição de vária bacias da classificação das bacias sedimentares de Bally e Snelson (1980) que de baixo para cima são: (i) Soco ou cadeia de montanha dobradas aplanada e (ii) Bacia interna ao arco, dentro da qual se podem pôr em evidência duas fase tectónico sedimentares: a) Um fase de alongamento ou de rifitização, caracterizada por uma subsidência diferencial que induziu estruturas em demigrabens e b) Uma fase de abatimento caracterizada por uma subsidência térmica. Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica composta de várias linhas do Norte da ilha de Sumatra (Indonésia), é evidente, que os sedimentos (bacia interna ao arco vulcânico) foram encurtados por um regime tectónico compressivo. Um tal regime tectónico é caracterizado por um elipsóide dos esforços efectivos (pressão geostática σg + pressão dos poros σp+ vector tectónico σt) com o eixo principal (σ1) horizontal e o eixo mais pequeno (σ3) vertical. As estruturas responsáveis pelo encurtamento são dobras cilíndricas e falhas inversas, as quais, na sua grande maioria, correspondem à reactivação das antigas falhas normais que alargaram os sedimentos durante a da fase de alongamento (ou de riftização). Como se pode constatar pela espessura, mais ou menos, constante (sem variações laterais bruscas) dos sedimentos da fase afundamento ou abatimento (subsidência térmica que contrasta com a subsidência diferencial da fase de rifting), pode dizer-se, que o encurtamento sedimentar se fez, praticamente, depois da deposição. Isto quer dizer, que levantamento associado à compressão não teve nenhuma influência na criação do espaço disponível para os sedimentos já depositados. As variações do nível do mar relativo (nível do mar local referenciado a um ponto qualquer da superfície terrestre e que é o resultado da combinação do nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar global referenciado ao centro da Terra ou a um satélite, e da tectónica), que criaram o espaço disponível para os sedimentos (acomodação), durante a fase de afundamento da bacia interna ao arco do Norte de Sumatra, foram, principalmente, induzidas pelas subidas do nível do mar relativo (ingressões marinhas). Todavia, como o comprimento de onda (ciclicidade) das variações eustáticas é muito maior do que o das variações tectónicas, são as primeiras que são predominantes e que determinam a ciclicidade dos depósitos. Todas as vezes que o nível do mar relativo desceu, suficientemente, e pôs o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia, formou-se uma superfície de erosão, ou seja, uma discordância, que marca o fim de um ciclo estratigráfico e o início de um outro. Quando o encurtamento é contemporâneo da sedimentação, a espessura dos intervalos sedimentares diminui nas áreas onde há levantamento, uma vez que a lâmina de água diminui, quer isto dizer, que localmente, o espaço disponível para os sedimentos diminui, relativamente, a outras áreas. É fácil de constatar que a grande maioria das armadilhas para os hidrocarbonetos, perfuradas nesta região, são armadilhas estruturais* e correspondem a inversões tectónicas, isto é, a antigos pontos, estruturalmente, baixos que se tornaram altos no seguimento do regime tectónico compressivo recente (isto quer dizer que o parâmetro petrolífero migração, e particularmente a sua idade, é muito importante, uma vez que certamente muitas das armadilhas podem ser posteriores à migração). Assim, quase todas as falhas normais da fase de rifting foram reactivadas em falhas inversas com um ponto de deslocamento, aparentemente, nulo no plano de falha. A posição do ponto de deslocamento, aparentemente, nulo depende da amplitude da inversão, a qual é função do ângulo entre o σ1 do regime compressivo e o plano de falha, assim como, do ângulo entre o σ1 e a inclinação do plano de falha. Obviamente este tipo de armadilha requer que a migração dos hidrocarbonetos seja posterior à inversão tectónica. Não se deve esquecer que nem todos os levantamentos tectónicos são induzidos por um encurtamento dos sedimentos (regime tectónico compressivo). Os levantamentos associados à halocinese e argilocinese (regime tectónico em extensão) correspondem a antiformas, no topo das quais, se desenvolvem, necessariamente, falhais normais (contemporâneas do alargamento) para alongar os sedimentos, o que não é o caso nas estruturas anticlinais, uma vez que na mesma área, ao mesmo tempo, os sedimentos não podem se encurtados e alargados ao mesmo tempo.

(*) Uma armadilha estrutural é caracterizada não só pelo intervalo rocha-reservatório ter um fecho em quatro direcções, mas também a rocha de cobertura, o que quer dizer que a rocha reservatório e a rocha de cobertura têm a mesma geometria e são paralelas entre elas.

Lido (costa)..........................................................................................................................................................................................................................................Barrier Coast

Lido / Lido / Nehrung / 障壁海岸 / Береговой вал / Lido /

Costa onde predominam os processos de acumulação, que formam restingas, ilhas barreira e cordões litorais que isolam, mais ou menos, lagunas.

Ver: « Cordão litoral »
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« Laguna »
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« Costa »

Como ilustrado nesta figura, costa Este dos Estados Unidos e particularmente a costa da Georgia, é do tipo lido. Os bancos de areia e cordões encontram-se ao longo de quase toda a costa leste dos Estados Unidos. Da Florida, ao norte de Maine, eles mudam drasticamente de morfologia. Muitas das ilhas barreira da Geórgia estão entre os mais antigas. Geologicamente, as ilhas são, consideravelmente, mais jovens do que o continente. Algumas formaram-se cerca de 30000 anos atrás, outros surgiram apenas nos últimos 5000 anos. Os bancos de areia não são apenas parte de um continente cercado por água. Essas corpos geológicos mudam continuamente devido à acção dos forças dos ventos, correntes oceânicas, ondas, tempestades e marés. As marés têm o maior impacto sobre a evolução das ilhas barreira. A costa Este da Geórgia é a extremidade ocidental de um grande convergência do oceano. As marés são mais altas mais (1,8 - 2,4 metros) e mais rápidas do que em qualquer outro lugar no litoral. Este tipo de costa encontra-se em muitas partes do globo e, particularmente, no SE da Irlanda onde se depositaram várias restingas e cordões litorais de areia e areia com cascalho que encerram, mais ou menos, completamente, lagoas e estuários. A evolução de cada um destes corpos sedimentares depende do acarreio sedimentar que é, relativamente, limitado e da corrente de deriva litoral derivada da ondulação (deformação da superfície da água do mar causada pela propagação das ondas). Cada praia forma um compartimento sedimentar distinto, que é um sistema fechado de deriva litoral. Localmente, os processos de galgamento podem dominar a dinâmica dos cordões litorais. Na extremidade das restingas, a acreção eólica das cristas de praia é um mecanismo importante para desenvolver restingas recurvadas. Para muitos geocientistas, as ilhas barreira são definidas como ilhas de areia alongadas, essencialmente, paralelas à costa, geralmente com dunas, separadas do continente por um pântano de sal ou lagoa e separados uns dos outros por baías. O termo barreira identifica-as como amortecedores que protegem o continente da força de rebentação das ondas.

Limite de Chandrasekhar................................................................................................................................Chandrasekhar Limit

Limite de Chandrasekhar / Límite de Chandrasekhar / Chandrasekhar-Grenze / 钱德拉塞卡极限 / Предел Чандрасекара / Limite di Chandrasekhar /

A massa de uma estrela anã branca não pode ser superior a 1,4 vezes a massa do Sol.

Ver: « Sol »
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« Evolução Estelar »
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« Estrela »

O Limite de Chandrasekhar representa o máximo de massa possível para uma estrela do tipo anã branca (um dos estágios finais das estrelas que consumiram toda a sua energia) suportada pela pressão da degeneração de electrões, e é, aproximadamente, 3,1030 kg, cerca de 1,44 vezes a massa do Sol. Se uma anã branca (normalmente com cerca de 0,6 vezes a massa do Sol) tiver excedido essa massa por agregação, entrará em colapso, devido ao efeito da gravidade. Pensava-se que este mecanismo daria início a explosões do Tipo Ia supernova, mas esta teoria acabaria por ser abandonada durante a década de 60. A perspectiva actual é que uma anã branca de oxigénio-carbono atinge uma densidade no seu interior suficiente para iniciar uma reacção de fusão nuclear, imediatamente, antes de atingir o limite de massa. Quando estrelas com núcleo de ferro ultrapassam esse limite, entram em colapso, e pensa-se que esse processo inicia uma supernova de Tipo Ib, Ic e II, libertando uma quantidade de energia imensa e provocando uma "inundação" de neutrinos. O valor preciso do limite depende da composição química da estrela. A fórmula de Chandrasekhar é Mch = ⎨(ω_30√ 3π) /2⎬ (hc /G)3/2⎨ 1 / (μe mH)2⎬, onde h é a Constante de Planck reduzida, c é a velocidade da luz, G é a constante gravitacional universal, mH é a massa do átomo de hidrogénio, μe é a massa molecular média por electrão, e ω30 ≠ 2,018236 é a constante matemática relacionado a equação de Lane-Emden (modela a estrutura de um sistema termodinâmico cuja equação de estado é a de um fluido politrópico e submetida à influência exclusiva do campo gravitacional produzido por sua própria massa). Uma anã branca pode apresentar uma massa arbitrária com um volume, inversamente, proporcional à sua massa. Ao aumentar a massa, a energia típica para a qual a pressão degenerativa força os electrões a criar uma anã branca não é desprezível, relativamente, à restante massa. A velocidade dos electrões aproxima-se da velocidade da luz, e a relatividade especial deve ser tomada em linha de conta. A aproximação clássica deixa de ser apropriada. Como resultado, tem-se que uma massa limitada surge devido à autogravitação e corpo com simetria esférica é suportado por pressão degenerativa. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Limite_de_Chandrasekhar).


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Última actualização: Março, 2018