Raio Cósmico...............................................................................................................................................................................................................................Cosmic Ray
Rayon cosmique / Rayo cósmico / Kosmische Strahlung / 宇宙線 / Космические лучи / Raggio cosmico /
Partícula carregada electricamente (não radiação), que atinge a estratosfera terrestre vindo de todas as direcções do espaço. Os raios cósmicos são formados, principalmente, de protões, mas também contém vários tipos de núcleos atómicos pesados.
Ver: « Estratosfera »
&
« Nuvem »
&
« Sol »
Raios cósmicos são partícula,s extremamente, penetrantes, dotadas de alta energia, que se deslocam a velocidades próximas à da luz no espaço sideral. Nunca esqueça que “raios” cósmicos não são raios, mas partículas de átomos. Essas partículas ao penetrarem na Terra, colidem com os núcleos dos átomos da atmosfera, cerca de 10 mil metros acima da superfície do planeta, e dão origem a outras partículas, formando uma “chuva” de partículas com menos energia, os chamados “raios” cósmicos secundários. O número de partículas que chegam ao nível do mar, em média, é de uma partícula por segundo em cada centímetro quadrado. Os raios cósmicos secundários são inofensivos à vida na Terra, mas os raios cósmicos primários são perigosos para os astronautas no espaço. A principio pensava-se que os raios cósmicos eram formados de fotões (partícula elementar que mede a da força electromagnética ; é o quantum da radiação electromagnética, incluindo a luz) dotados de intensa energia, mas após estudos mais profundos, principalmente, depois que foi possível observá-los por meio de foguetes e satélites, chegou-se a conclusão que esse tipo de radiação era formado por partículas de natureza distinta: os raios primários e os raios cósmicos secundários. Os primários são formados em sua maior parte de protões, tendo também certa proporção de partículas e uma percentagem muito pequena de núcleos mais pesados. São esses que tem origem cósmica e viajam próximos da velocidade da luz, penetram nas altas camadas da atmosfera e chocam-se com os átomos de hidrogénio e oxigénio do ar, formando a radiação secundária que é formada quase, exclusivamente, de electrões. É a velocidade dessas partículas que lhes dá a habilidade de penetrar a matéria. Os raios cósmicos de origem solar são raios com energia, relativamente, baixa. A composição média é igual a do próprio Sol. Os raios cósmicos solares variam de intensidade e espectro com os eventos solares. O aumento de raios cósmicos solares é seguido de diminuição dos outros raios cósmico.
Raio Sísmico.................................................................................................................................................................................................................................Seismic Ray
Rayon sismique / Rayo sísmico / Seismische Strahl / 地震射线 / Сейсмический луч / Raggio sismico /
Trajectória segundo a qual uma onda sísmica viaja. Os raios sísmicos são perpendiculares às cristas da ondas.
Ver: « Crista (da onda) »
&
« Impedância (acústica) »
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« Sísmica de Reflexão »
Como ilustrado neste esquema, para criar raios sísmicos num modelo qualquer da Terra, antes de mais, uma fonte de ondas sísmicas tem de ser colocada num determinado sítio à superfície da Terra. As coordenadas geográficas da fonte sísmica devem ser, perfeitamente, determinadas. A fonte sísmica (artificial) pode ser a detonação de explosivos enterrados (fonte terrestre) ou submergidos (fonte marinha) a poucos metros de profundidade ou o choque da queda de um corpo em queda livre sobre solo, etc. A fonte sísmica provoca deformações nas rochas que se propagam por ondas elásticas (ondas sísmicas). Na realidade, as partículas que constituem as rochas vibram em quatro direcções diferentes, o que quer dizer, que a energia elástica de um fenómeno sísmico irradia por quatro tipos de ondas: (i) Onda de Love ; (ii) Ondas de Rayleigh ; (iii) Ondas S (transversais) e (iv) Ondas P (longitudinais). As ondas de Love e Rayleigh são ondas de superfície. Unicamente as onda S e P viajam através de corpos geológicos. Os raios destas ondas são as linhas imaginárias perpendiculares à direcção das ondas, a qual é dada pela direcção das cristas ou das cavas. As ondas emitidas pela fonte sísmica, que viajam através da Terra (onda S e P), curvam-se à medida que elas atravessam meios com características diferentes. A partir da fonte, não só os raios sísmicos divergem, à medida que a onda se propaga, mas as suas direcções mudam desde que as características do meio, que as ondas atravessam, variem. Os receptores, chamados geofones, são colocados na superfície para detectar a direcção e amplitude das ondas, à medida que elas atingem a superfície. Os geofones são pequenos sismógrafos portáteis, que medem e registam a intensidade, hora, duração e amplitude dos fenómenos sísmicos. Eles transformam as oscilações do subsolo e solo em correntes eléctricas, as quais depois de amplificadas e filtradas são registadas em papel ou numa fotografia, formando o que se chama um sismograma. Quando a fonte sísmica está colocada no mar, os receptores (hidrofones) são, em geral, colocados em bóias que são rebocadas por um navio. Não esqueça que as ondas propagam-se através dos corpos geológicos sem que estes se desloquem.
Rampa (pré-praia).............................................................................................................................................................................................................................................Ramp
Rampe (avant-plage) / Rampa (pre-playa) / Ramp (vorne-Strand) / 斜坡(前-沙滩) / Взброс (надвиг, платформа) / Rampa (front-spiaggia) /
Superfície plana, que inclina para o mar, a partir do limite jusante da praia-baixa. Por vezes, considerada como sinónimo de Pré-Praia.
Ver: « Linha da Costa »
&
« Praia »
&
« Praia-Baixa »
S. Judson e S. M. Richardson (1995) consideram a rampa como a superfície do fundo do mar a jusante do limite distal da praia-baixa. Para eles, a praia-baixa engloba a zona intramareal, que os geocientistas europeus chamam a praia-média. A maior parte dos geocientistas europeus consideram, que tendo em linha de conta as marés e o seus efeitos, a morfologia de uma praia (sensu lato) pode ser dividida em cinco faixas: (i) Antepraia, que é a região a montante do relevo que marca o limite interior da praia, o qual pode ser uma arriba ou cordão litoral e que pode isolar, ou não, uma laguna interior; é, em geral, na ante-praia que se são construídas as habitações ; (ii) Praia-Alta, que corresponde à parte superior da praia ; ela só é atingida pelas ondas nas preiamares de águas vivas e nas tempestades ; a praia-alta pode apresenta dunas devido a tufos de vegetação ; a superfície atingida pelas ondas é modelada em degraus, chamados degraus da praia, formados por um patamar ou berma da praia e um abrupto ; (iii) Praia-Média, é a área atingida pelas correntes de ressaca, entre os níveis da preiamar e baixamar de águas mortas ; ela fica separada da praia-alta pelo degrau mais baixo da praia e da praia-baixa pela linha de inflexão ; a linha de inflexão entre a berma da praia e o abrupto de cada degrau é a crista da berma ; a mais alta crista é a crista da praia; todas estas formas se modificam consoante a situação da maré e altura das ondas ; (iv) Praia-Baixa, corresponde à parte inferior do espraiado (espaço que se estende entre os limites atingidos pela baixamar, em águas mortas e águas vivas) ; o declive da praia-baixa é muito fraco, embora maior do que o da pré-praia ; a praia-baixa é constituída por material, geralmente, fino, mas, por vezes, pode conter material mais grosseiro que é transportado longitudinalmente ; (v) Pré-Praia, corresponde a faixa da praia que está sempre coberta de água; ela estende-se para jusante do nível de baixamar viva até um limite externo que varia com os autores ; a pré-praia é considerada por muitos geocientistas como equivalente a zona de rebentação, uma vez que o fundo do mar da pré-praia é modelado por cristas e sulcos pré-litorais cujas amplitudes podem ultrapassar o metro de altura.
Rampa Carbonatada....................................................................................................................................................................Carbonate Ramp
Rampe carbonatée / Rampa carbonática / Karbonatrampe / 碳酸盐缓坡 / Карбонатная платформа / Rampa di carbonato /
Tipo de plataforma carbonatada construída de sedimentos carbonatados soltos, sem construções recifais e sem ruptura de inclinação marcada (ruptura de talude). A rampa carbonatada contrasta com plataformas de talude abrupto e aureoladas (orladas de recifes).
Ver: « Princípio do Balde Carbonatado »
&
« Deposição (carbonatos) »
&
« Plataforma Carbonatada Aureolada »
As rampas carbonatadas são o tipo de plataformas carbonatadas que mais contrastam com as plataformas aureoladas (ou orladas). Quando um geocientista fala de plataforma, em geral, ele está a referir-se à plataforma continental, que é a superfície pouco inclinada do fundo do mar, limitada entre uma lâmina de água de 0 a 200 m, o que não é o caso de uma plataforma carbonatada. Teoricamente, em condições geológicas normais, a profundidade de água de uma plataforma calcária não pode ultrapassar a profundidade da zona fótica, uma vez que sem a energia da luz do Sol não pode haver formação “in situ” de carbonato. Assim, para evitar mal entendidos, é importante saber se o termo plataforma está a ser aplicado a um contexto sedimentar onde os clásticos são predominantes ou a um contexto carbonatado. A maior parte dos geocientistas considera cinco tipos de plataformas carbonatadas: (i) Plataformas Aureoladas, que são caracterizadas pela presença de recifes ou baixios recifais no rebordo da plataforma ; estas plataformas desenvolve-se em águas calmas e a sua largura pode variar entre 10 e 100 km ; (ii) Rampas Carbonatadas, como a ilustrada nesta figura, e nas quais as areias carbonatadas da linha da costa passam, na base da rampa, a areias argilosas e lama de água profundam; as rampas carbonatadas, onde os recifes são pouco presentes podem atingir uma largura cerca de 100 km ; (iii) Plataformas Epeiricas (ou epíricas), que são caracterizadas pela presença de superfícies de maré e lagunas protegidas ; a largura destas plataformas pode alcançar 10 000 km ; (iv) Plataformas Isoladas, que são caracterizadas pelo facto que as fácies são controladas pela orientação dos ventos dominantes; como nas plataforma aureoladas, recifes e corpos arenosos localizam-se na margem barlavento (que recebe o vento, por oposição ao sotavento), enquanto que na margem sotavento (margem que deixa passar o vento) os sedimentos são mais lamacentos ; uma plataforma isolada pode atingir 100 km de largura ; (v) Plataforma Morta ou Afogada, quando ela está debaixo da zona fótica. As plataformas carbonatadas são sucessões de rochas formadas em água pouco profunda que incluem plataformas aureoladas, rampas e construções recifais. A geometria das plataforma carbonatadas mais conhecida é associada aos processos de fabricação tropicais, onde as plataformas carbonatadas podem ser subdivididas em três ambientes sedimentares principais: A) Recife, que é a parte da plataforma carbonatada criada, in situ, por organismos sésseis ; B) Laguna interna (parte da plataforma atrás do recife, a qual é caracterizada por águas rasas e calmas com sedimentos compostos de fragmentos de recifes e partes duras de organismos ou sedimentos terrígenos quando o recife é epicontinental) e C) Talude ou Encosta (parte externa da plataforma, que liga o recife à bacia e que actua como sumidouro do excesso de sedimento carbonato, embora a maior parte do sedimento produzido na lagoa e no recife seja transportado por vários processos e acumulada no talude, isto é, na encosta). As plataformas ligadas ao continente são dividas em duas grandes famílias: (A) Plataformas Tipo Rampa e (B) Plataforma com Ruptura. Nas plataformas tipo rampa dois subtipos podem ser considerados: (A.1) Plataforma de Tipo Rampa Monoclinal e (A.2) Plataformas de Tipo Rampa com Pequena Ruptura Distal. Nas plataformas com ruptura existem, igualmente, dois subtipos: (B.1) Plataformas Não-aureolada e (B.2) Plataformas Aureolada. É no subtipo, plataforma com ruptura aureolada que a designação de plataforma carbonatada abrupta é mais frequente. Numa rampa carbonatada como ilustrado nesta figura, a inclinação original é inferior a 1° e o rebordo da bacia é difícil de individualizar, uma vez que, praticamente, não há ruptura de inclinação ao longo da superfície de deposição. Certos geocientistas dividem as rampas carbonatadas em homoclinais (com inclinação constante) e abruptas (ruptura na parte distal). A diferenciação é problemática a menos que existam depósitos de base de talude. Outros geocientistas utilizam a profundidade da acção das ondas (em mar calmo e agitado) para subdividir as rampas. A litologia das rampas carbonatadas reflecte as variações de energia que são função das variações da lâmina de água.
Rasa (plataforma)......................................................................................................................................................................................................Coastal rise, Rasa
Banquette d'érosion, Rasa / Rasa / Rasa / 沿海崛起 / Прибрежная возвышенность / Piattaforma erosione /
Plataforma de abrasão talhada numa plataforma subaérea preexistente, cuja génese esteve ou não ligada aos agentes marinhos, e que se encontra acima do nível do mar actual e inclina, suavemente, para o interior, em regra ligada a uma arriba morta.
Ver: « Plataforma »
Ravinamento..............................................................................................................................................................................................................................Ravinment
Ravinement / Ravinamiento / Gully Erosion (linear Schnitt) / 沟壑侵蚀(线性切口)/ Овражная эрозия (образование оврагов) / Canalone di erosione (incisione lineare) /
Erosão local, associada com uma superfície de inundação, induzida por subida relativa do nível do mar (ingressão marinha), como, por exemplo, durante o intervalo transgressivo (IT) de um ciclo-sequência (CS).
Voir: « Intervalo Transgressivo »
&
« Cortejo Sedimentar »
&
« Superfície de Ravinamento »
Neste modelo de um intervalo transgressivo (IT) de um ciclo sequência, criado por uma subida do nível do mar relativo* em aceleração, a geometria retrogradante corresponde à superposição vertical de episódios regressivos que progradam, cada vez menos, para o mar. A cada incremento da subida do nível do mar relativo, ou seja, a cada ingressão marinha simples (a cada paraciclo eustático), produz-se uma inundação que desloca para o continente a ruptura da superfície de deposição (mais ou menos, a linha da costa), criando no topo dos sedimentos já depositados uma superfície de ravinamento. Neste glossário, uma simples ingressão marinha simples é um acréscimo de uma ingressão marinha composta, uma vez que uma subida do nível do mar relativo não se faz em continuidade, mas por etapas, como por exemplo: (i) Subida do nível do mar relativo de 3 m (ingressão marinha simples) ; (ii) Período de estabilidade do nível do mar relativo ; (iii) Subida do nível do mar relativo de 5 m (ingressão marinha simples) ; (iv) Período de estabilidade do nível do mar relativo ; (v) Subida do nível do mar relativo de 7 m (ingressão marinha simples) ; (vi) Período de estabilidade do nível do mar relativo ; (vii) Descida do nível do mar relativo de 10 m (regressão marinha). Neste exemplo, globalmente, o nível do mar relativo subiu 15 metros (ingressão marinha composta), em aceleração, uma vez que as ingressões marinhas simples são cada vez maiores. Como ilustrado neste esquema geológico, dentro do subgrupo inferior do grupo de cortejos sedimentares de nível alto (CNA) de um ciclo sequência, ou seja, dentro do intervalo transgressivo (IT), a primeira superfície de ravinamento corresponde à primeira superfície transgressiva (1a ST), que sublinha o limite com o prisma de nível baixo (PNB) subjacente. A linha da costa, que durante o prisma de nível baixo (PNB) localizou-se, sucessivamente, nos pontos (1), (2), (3) e (4), no seguimento da ingressão marinha, vai, bruscamente, retrogradar para o ponto (5). Depois da inundação, que produziu uma superfície de ravinamento, na topografia pré-existente, segue-se um período de estabilidade do nível do mar relativo, durante o qual os sedimentos se depositam deslocando a linha da costa para o mar (regressão sedimentar), antes que uma nova subida do nível do mar relativo ocorra (nova ingressão marinha que é mais importante que a precedente). Por outras palavras, entre os paraciclos eustáticos (“para” + “ciclo”, onde “para” vem do grego “pará" que significa aproximação, defeito, semelhança) não há descida do nível do mar relativo. A ruptura costeira da superfície de deposição, que é, mais ou menos, a linha da costa (o erro é mínimo sobretudo nas linhas sísmica) é, progressivamente, deslocada para o mar, até atingir o máximo de progradação (15), isto é, sem atingir a posição que a linha da costa tinha durante a última fase do prisma de nível baixo (4). Isto quer dizer, que se formou-se pela primeira vez uma pequena plataforma continental, uma vez que a bacia não tinha plataforma desde o início do ciclo sequência (condições geológicas de nível baixo). Uma nova subida do nível do mar relativo em aceleração (nova ingressão marinha simples, mas maior importante que a precedente) desloca outra vez a linha da costa para a terra (16), criando uma nova superfície de ravinamento, aumentando assim a acomodação (espaço disponível para os sedimentos). Um novo período de estabilidade do nível do mar relativo, permite o depósito de um novo paraciclo sequência (sedimentos depositados durante o período de estabilidade do nível do mar relativo, entre duas subidas do nível do mar relativo sem que haja uma descida entre elas). Isto implica um novo deslocamento da linha da costa para o mar (22), mas que não atinge a última a posição que ela alcançou no paraciclo sequência precedente. Esta história repete-se até que o nível do mar comece a subir em desaceleração, o que permite que a última linha da costa do paraciclo sequência ultrapasse a posição que ela alcançou no paraciclo sequência precedente (é o início do prisma de nível alto, PNA). A montante de cada paraciclo sequência, mais ou menos, ao mesmo tempo depositam-se os depósitos de pântano ou de lago. Obviamente, as superfícies de ravinamento são mais importantes quando as ingressões marinhas são em aceleração, isto é cada vez mais importantes, o que é o caso durante o intervalo transgressivo, do que quando elas são em desaceleração (cada vez menos importantes, como é o caso durante o prisma de nível alto (PNA) e do prisma de nível baixo (PNB).
(*) O nível do mar pode ser relativo e absoluto ou eustático. O nível do mar relativo é o nível do mar, local, referenciado a qualquer ponto fixo da superfície terrestre, quer ele seja, por exemplo a base dos sedimentos (topo da crusta continental) ou o fundo do mar e que é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático (nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite) e da tectónica (subsidência quando os regimes em extensão são predominantes ou levantamento, quando os regimes tectónicos compressivos são predominantes).
Reacção de Fischer-Tropsch.......................................................................................................Fischer-Tropsch Reaction
Réaction de Fischer-Tropsch / Reacción de Fischer-Tropsch / Reaktion von Fischer-Tropsch / 费 - 托反应 / Реакция Фишера-Тропша / Reazione di Fischer-Tropsch /
Reacção que utiliza um catalítico, rico em ferro, para converter os gases (CO2 e H2) em hidrocarbonetos líquidos. Durante a II Guerra Mundial, a Alemanha, que não tinha acesso ao petróleo, produziu gasolina e gasóleo a partir da gasificação do carvão pela reacção de Fischer-Tropsch.
Ver: « Gás Natural Sintético (GNS) »
&
« Hidrocarboneto »
&
« Petróleo de Carvão »
Esta fotografia mostra a fábrica piloto de gasificação, a partir da reacção de Fischer-Tropsch (reacção FT), de Gussing na Áustria. O processo de Fischer-Tropsch é uma tecnologia bem estabelecida e largamente aplicada, a grande escala, embora a sua popularidade seja afectada pelo forte investimento que ela requere e pelo elevado preço das operações e manutenção. A actual volatilidade do preço do barril de petróleo e os eventuais problemas ambientais que a tecnologia pode criar, são factores negativos para a sua utilização. O uso de gás natural como matéria prima é, unicamente, válido quando se usa gás não-económico (gás descoberto, mas não utilizável por razões físicas ou económicas), isto é, por exemplo, recursos de gás natural localizados longe das cidades importantes e que não são, suficientemente, importantes paras serem transportadas por pipelines ou para alimentarem um projecto LNG, onde o gás natural, principalmente, o metano (CH4) é convertido, temporariamente, sob a forma líquida para facilitar o armazenamento ou o transporte. Caso contrário, a venta directa do gás aos consumidores seria mais rentável. Várias companhias estão a estudar a maneira de produzir os recursos de gás não-económico de maneira rentável. A grande maioria dos geocientistas das companhias petrolíferas pensa que se o consumo energético actual (2008) se mantiver, o pico de produção do gás natural será alcançado entre 5 e 15 anos depois do pico de petróleo, o que quer dizer, brevemente, uma vez que, para certos geocientistas, sobretudo os reformados (aqueles que podem dizer o que realmente pensam) o pico do petróleo já foi atingido. Existem grandes reservas de carvão que podem, progressivamente, ser utilizadas como fonte de energia durante a depleção do petróleo. O processo de Fischer-Tropsch pode utilizar carvão para produzir um combustível alternativo, se o preço do petróleo se tornar muito caro.
Reajustamento Elástico...............................................................................................................................................................Elastic Rebound
Réajustement élastique / Reajustamiento elástico / Elastische Nachjustierung / 弹性回跳 / Упругое отскакивание / Rimbalzo elastico /
Movimento ao longo de um plano de falha resultante da libertação abrupta de uma tensão elástica, progressivamente crescente, entre as rochas de um ou do outro lado do plano de falha.
Ver: « Armadilha (petróleo ou gás) »
&
« Bloco Falhado Inferior »
&
« Falha »
Em geologia, a hipótese do reajustamento elástico foi a primeira conjectura, que explicou, de maneira satisfatória, os terramotos (tremores de terra). Anteriormente, ao contrário do que sugere a hipótese do reajustamento elástico, pensava-se que as rupturas na superfície da Terra eram o resultado da forte vibração da Terra. Depois do terramoto de 1906 em São Francisco (EUA), os geocientistas examinaram o deslocamento do terreno à volta da falha de Santo André, a qual separa duas placas litosféricas. Eles concluíram, que o terramoto devia ter sido o resultado do reajustamento elástico da energia de deformação acumulada de cada lado do plano da falha. Na teoria das placas, as placas litosféricas deslocam-se umas em relação às outras, excepto nas áreas em que elas estão bloqueadas. Se uma estrada atravessar, ortogonalmente, o plano de uma dessas falhas, como ilustrado neste esquema, inicialmente (Tempo 1), a estrada é perpendicular ao traço do plano de falha no ponto E, onda a falha está bloqueada. Com o tempo, o movimento relativo das duas placas, que são neste caso, define a falha de Santo André, obriga as rochas e o asfalto da estrada a aumentar a deformação elástica na região onde a falha está bloqueada, como ilustrado no Tempo 2. Esta deformação faz-se a uma taxa de poucos centímetros por ano, mas durante muitos anos. Quando a deformação é, suficientemente, grande para ultrapassar a resistência das rochas, ocorre um terramoto. Durante o terramoto, as porções das rochas à volta do plano de falha que estavam bloqueadas, e que não se deslocaram para trás, como uma mola, libertaram o deslocamento em poucos segundos (Tempo 3) o que as placas fizeram entre o período de Tempo 1 e o Tempo 2. O período de tempo entre o Tempo 1 e Tempo 2 pode ser de meses até centenas de anos, enquanto que entre o Tempo 2 e Tempo 3 é de segundos. Como uma banda elástica, mais as rochas estão deformadas, maior é a energia elástica armazenada e mais importante será o terramoto. A energia armazenada é libertada durante a ruptura, principalmente de três maneiras: (i) Como calor, (ii) Danificando as rochas e como (iii) Ondas elásticas.
Rebentação (zona)............................................................................................................................................................Breaker, Surf, Breaking
Déferlement (de l’onde) / Rompiente / Brandung / 浪涌 (波浪) / Разрушающаяся волна / Mareggio, Rigetto, Cavalloni /
Transformação das ondas de oscilação em ondas de translação, quando a profundidade do fundo mar se tornar inferior a metade do comprimento de onda. Sinónimo de Quebra da Onda.
Ver: " Nível Acção das Vagas "
&
“ Praia ”
&
" Zona de Rebentação "
Todas as ondas mecânicas, como as ondas sonoras, as ondas de um lago, as ondas do mar ou as ondas sísmicas, precisam de um meio material para se propagar. Por outro lado, todos nós sabemos que uma onda mecânica não transporta matéria, mas apenas energia. Todavia, nas ondas do mar que se propagam perto da costa, isto é na zona de rebentação, isto não é verdade. Efectivamente, há dois tipos de ondas do mar: (i) Ondas de translação, nas áreas mais afastadas da praia, nas quais a água sobe e desce (movimento orbital, no qual cada partícula da água descreve uma elipse) e (ii) Ondas de rebentação, junto da costa, onde elas perdem velocidade (diminuição do comprimento de onda), aumentam de amplitude e se quebram (mantendo a mesma frequência). Quando uma onda se aproxima da costa, ela torna-se tão abrupta, que a água não pode mais suportar-se a si mesma e a onda quebra (rebenta) e cai na zona de rebentação (como ilustrado neste esquema geológico, a montante da zona de rebentação, encontra-se a zona de espraiamento e a jusante a zona de empolamento*). A zona des espraiamento é a zona onde a água se desloca para o continente depois da rebentação a um nível mais alto que o nível médio do mar nesse momento. Durante esse deslocamento, a energia remanescente da onda é convertida de cinética em potencial. O movimento ascendente da água, cuja direcção é fortemente influenciada pela direcção do vento, transporta sedimentos para a praia baixa e praia média, de maneira selectiva, uma vez que à medida que o escoamento vai perdendo energia, os sedimentos depositam-se função da sua granulometria A quebra de uma onda corresponde a um aumento da curvatura, com desequilíbrio e colapso da parte superior da crista da onda. Efectivamente, como o fluxo energético** tem que se manter constante, a altura da onda (proporcional à sua energia) vai progressivamente aumentando. A profundidades muito baixas, a diferença de velocidade entre a crista da onda (onde a profundidade é maior) e a cava da onda (que se propaga a profundidade menor) é significativa e aumenta constantemente, por forma que a crista da onda avança sobre a cava, onde não existe sustentação e, consequentemente, rebenta. A forma como uma onda rebenta depende, principalmente, de dois parâmetros : (a) Relação entre a altura e comprimento da onda ; (b) Inclinação e rugosidade do fundo do mar. Distinguem-se três tipos de quebras (Moreira, 1984): (i) Encapelada (em voluta ou báculo), quando a crista da onda se levanta, arredonda-se, enrolando-se em voluta sob ela própria, caindo contra a sua base (quando o fundo do mar é inclinado, regular e a razão entre a altura e comprimento da onda é pequena) ; (ii) Em Derrame (ou efervescente), quando a crista da onda se torna angulosa e quebra na parte superior, junto ao vértice, formando novelos de espuma, que deslizam na frente da onda (ocorre quando os fundos são pouco inclinados e sempre que a razão entre a altura e comprimento da onda é grande) e (iii) Enrolada (ou em vagalhão), quando a crista da onda, arredondada, aumenta o raio de curvatura até quebrar na parte superior ou média, formando-se rolos de espuma (ocorre quando os fundos são muito inclinados e quando as vagas são muito altas e rebentam paralelamente à costa numa grande extensão, como ilustrado nesta figura). Quando o fundo do mar tem uma fraca inclinação, as ondas rebentam longe da costa, enquanto, que quando o fundo do mar é, fortemente, inclinado, as ondas rebentam próximo da costa. Quando as costas são rochosas e a água do mar profunda, as ondas rebentam, directamente, sobre as rochas, com uma força que pode atingir centenas de toneladas por metro quadrado, projectando a água para o ar. Por isso, não é surpreendente encontrar, ao longo das costas, paredes de cimento (quebras-mar) para proteger a costa dos efeitos das ondas e correntes litorais. Depois da quebra na zona de rebentação, as ondas, agora muito mais baixas, continuam a deslocar-se e a rebentarem em direcção da linha da costa.
(*) A zona de empolamento é a zona onde as ondas interferem com o fundo do mar e aumentam de altura, uma vez que ao aproximarem-se da praia, como a profundidade de água diminui, a velocidade de propagação também diminui, mas como o fluxo energético tem que se manter constante, a altura da onda aumenta progressivamente.
(**) Fluxo de energia é a taxa de transferência de energia através de uma superfície. A quantidade é definida de duas maneiras diferentes, dependendo do contexto: (i) Taxa de transferência de energia por unidade de área ; esta é uma quantidade vectorial, sendo os seus componentes determinados em termos da direcção normal (perpendicular) para a superfície de medição; às vezes chamado densidade de fluxo de energia, para distingui-la da segunda definição ; fluxo radioactivo, fluxo de calor e fluxo de energia sonora são casos específicos de densidade de fluxo de energia. (ii)Taxa total de transferência de energia, que às vezes é informalmente chamada corrente de energia. (https://en.wikipedia.org/ wiki/Energy_flux)
Rebordo da Bacia (de um ciclo-sequência)..............................................................................................................................Shelf-Break
Rebord du bassin / Borde de la cuenca / Rand des Beckens / 陆架边缘 / Обрыв шельфа / Bordo del bacino /
Ao nível de um ciclo-sequência, corresponde, mais ou menos, ao limite externo da planície costeira. A sua posição depende das condições geológicas (nível do mar alto ou baixo). É o limite jusante da plataforma continental, se a bacia tiver uma plataforma. Em condições de nível baixo, como a bacia não tem plataforma continental, o rebordo da bacia é o último rebordo continental do ciclo-sequência precedente. Em condições de nível alto, se a bacia não tem plataforma (2a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto), o rebordo da bacia é a ruptura de inclinação da superfície de deposição costeira do prisma de nível alto, a qual corresponde ao rebordo continental.
Ver: « Plataforma Continental »
&
« Ruptura (superfície de deposição costeira) »
&
« Talude Continental »
Nos cortejos sedimentares de nível do mar baixo, de um ciclo-sequência, num contexto geológico de bacia em rampa, falar do rebordo continental não tem sentido, uma vez que há uma passagem gradual entre a linha da costa e aos ambientes profundos. Ao contrário, num contexto de falha de crescimento, o rebordo continental corresponde, mais ou menos, à posição do plano de falha (intersecção com a superfície), enquanto que num contexto morfológico abrupto, como durante os prisma de nível baixo (PNA) ou do prisma de bordadura de bacia (PBB), ilustrados nesta figura, a localização do rebordo continental é, relativamente, fácil. Como se pode constar, neste esquema, durante um ciclo sequência, a localização do rebordo da bacia é variável, uma vez que a bacia pode ter ou não uma plataforma continental. Quando a bacia tem uma plataforma, o rebordo continental é o rebordo da bacia, enquanto que quando a bacia não tem uma plataforma continental o rebordo bacia é o último rebordo continental do ciclo sequência precedente. O rebordo continental não é o rebordo da bacia durante o depósito dos subgrupos do grupo de cortejos sedimentares de nível baixo, ou seja, durante o depósito dos cones submarinos de bacia (CSB), cones submarinos de talude (CST) e do prisma de prisma de nível baixo (PNB). Durante o depósito destes subgrupos de cortejos sedimentares o rebordo da bacia é ultimo rebordo da bacia do ciclo sequência precedente. Todavia, durante a 2a fase de desenvolvimento do prisma de nível A (PNA), quando a bacia deixa de ter uma plataforma continental, desde que as progradações do prisma de alto nível fossilizam, completamente, a plataforma e que, por isso, a linha da costa tornou-se, praticamente, coincidente com o novo rebordo continental, o qual continua a ser o rebordo da bacia. No esquema ilustrado nesta figura, durante o prisma de nível alto (1, 2, 3, 4 e 5) do ciclo sequência inferior, o rebordo da bacia é marcado pelas sucessivas rupturas continentais que coincidem, grosseiramente, com a linha da costa, uma vez que a bacia não tem plataforma continental (tome nota que este esquema está exagerado, verticalmente, cerca de 20 vezes). Desde que o nível do mar relativo (nível do mar, local, referenciado a qualquer ponto fixo da superfície terrestre, quer ele seja, por exemplo a base dos sedimentos ou o fundo do mar e que é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático, ou seja, do nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite e da tectónica) desceu, a linha da costa deslocou-se para o mar e para baixo, levantando (relativamente) o antigo prisma costeiro e exumando a parte superior do antigo talude continental, o que criou uma discordância (em vermelho). O nível do mar ficou assim mais baixo do que o antigo rebordo da bacia (5) que continua a ser o rebordo da bacia durante o depósito do grupo de cortejos sedimentares de nível baixo (CNB) do novo ciclo-sequência: a) Cones submarinos de bacia (CSB), 6 e 7 ; b) Cones submarinos de talude (CST), 8 e 9) e Prisma de nível baixo (PNB), 10 e 11. A partir da 1a superfície de inundação, o rebordo da bacia passa a ser o último rebordo continental do prisma de nível baixo (11), uma vez que a bacia, devido a inundação da planície costeira do prisma de nível baixo, a bacia passou a ter uma plataforma continental. Durante o intervalo transgressivo (IT), cuja geometria é retrogradante, o rebordo da bacia continua a ser (11), uma vez que a ruptura da superfície de deposição costeira (mais ou menos a linha da costa) se desloca para o continente criando uma plataforma continental cada vez mais extensa e com maior profundidade de água (12, 13, 14 e 15). Desde que o nível do mar relativo começa a subir em desaceleração, o prisma de nível alto (PNA) começa a depositar-se diminuindo, progressivamente, o tamanho da plataforma (16, 17, 18 e 19), ao mesmo tempo que a ruptura costeira da superfície de deposição (linha da costa) se aproxima do rebordo continental. A partir do momento em que a bacia não tem mais plataforma (19), o antigo rebordo da bacia é fossilizado pelos depósitos de talude (2a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto). A linha da costa é , mais ou menos, coincidente com o rebordo continental, quer isto dizer, e o rebordo da bacia muda de (11) para (19). Durante a progradação do prisma de nível alto (PNA) e do prisma de bordadura da bacia (PBB) o rebordo da bacia passa, sucessivamente, de 20 a 27, até à nova subida do nível do mar relativo em aceleração, que precede o início de deposição do intervalo transgressivo (IT).
Rebordo Continental (de um ciclo-sequência)............................................................Continental Shelf-Break
Rebord continental / Borde continental / Schelfkante, Kontinental Rand / 大陆架边缘 / Обрыв континентального шельфа / Bordo del continente /
Ruptura do fundo do mar que marca o perímetro de cada continente e é associada a planície costeira, e que faz parte do continente. Durante os períodos glaciários (baixo nível do mar), o rebordo continental é, praticamente, subaéreo, mas está debaixo de água e durante os períodos interglaciários (alto nível do mar), como é o caso actualmente, nos mares epicontinentais e golfos. Dentro de um ciclo sequência, o rebordo continental é subaéreo durante o depósito do prisma de nível baixo (PNB) e durante o depósito da 2a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto (PNA). Durante o intervalo transgressivo (IT) e durante a 1a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto (PNA), o rebordo continental está debaixo de água. Durante o depósito dos cones submarinos, pode dizer-se que o rebordo continental é subaéreo, uma vez que ele corresponde, segundo certos geocientistas, ao rebordo da bacia do ciclo-sequência precedente.
Ver: « Plataforma Continental »
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« Ruptura (superfície de deposição costeira) »
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« Talude Continental »
Em geral chama-se rebordo continental à ruptura de inclinação do fundo do mar que marca o início do talude continental. O rebordo continental sublinha quer o limite entre a plataforma e o talude continental, quando a bacia tem uma plataforma, quer o limite entre a planície costeira (linha da costa) e o talude continental, quando a bacia não tem plataforma continental. No primeiro caso, o rebordo continental, que é também rebordo da bacia, está vários quilómetros (função da morfologia da bacia) da ruptura costeira da inclinação da superfície de deposição que coincide, mais ou menos, com a linha da costa (isto é particularmente verdadeiro nas linhas sísmicas, devido a resolução sísmica). No segundo caso, isto é, em condições geológicas de nível baixo (do mar), o rebordo continental coincide, grosseiramente, com a linha da costa, mas o rebordo da bacia está localizado muito mais a montante e corresponde ao último rebordo continental do prisma de nível alto do ciclo sequência precedente, se este está completo. Ao nível de hierárquico dos ciclos sequência, quando o nível do mar é baixo (neste caso não é necessário precisar se se trata do nível do mar relativo ou absoluto), isso significa que o nível do mar está mais baixo do que o rebordo da bacia, como é o caso, quando a bacia não tem plataforma continental. Quando o nível do mar é alto, ele esta acima do rebordo da bacia, como é o caso, quando a bacia tem uma plataforma (intervalo transgressivo, IT, e 1a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto, PNA). Dentro de um ciclo estratigráfico dito ciclo sequência, que é induzido por um ciclo eustático de 3a ordem, cuja duração varia entre 0,5 My e 3/5 My, que é o tijolo da construção da estratigrafia sequencial, durante o grupo de cortejos de baixo nível (CNB), o qual de baixo para cima é constituído por três subgrupos : (i) Cones submarinos de bacia (CSB) ; (ii) Cones submarinos de talude (CST) e (III) Prisma de baixo nível (PNB), a bacia não tem plataforma continental. O rebordo da bacia é o último rebordo continental do ciclo sequência precedente, o qual continua a ser o rebordo continental até que se depositem, os cones submarinos de talude. O rebordo continental enfatizado pelos cones submarinos de talude (CST) é reforçado e acentuado pela deposição do prisma de nível baixo (PNB), o qual obviamente não é o rebordo da bacia. Durante o depósito do grupo de cortejos de alto nível do mar, isto é, durante o depósito do intervalo transgressivo (IT) e do prisma de nível alto (PNA), o rebordo continental é o rebordo do continental do prisma de nível baixo, que passa a funcionar, também como rebordo da bacia, enquanto que a linha da costa se a localiza a montante, função da extensão da plataforma continental. Durante a 1a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto (PNA) a situação é, praticamente, a mesma e a bacia tem uma plataforma. Contudo, a extensão da plataforma é mais pequena, uma vez que as ingressões marinhas são em desaceleração (cada vez menos importantes) e as regressões sedimentares associadas cada vez maiores. Assim, com a progradação da linha da costa, a partir de um certo momento, a bacia deixa de ter plataforma. A linha da costa (sobretudo nas linhas sísmicas) torna-se o novo rebordo continental, o qual é ao mesmo tempo o rebordo da bacia: é o início da 2a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto (PNA), durante a qual a bacia não tem plataforma. Na carta ilustrada nesta figura, as áreas em que o rebordo continental está afastado da linha da costa de maneira significativa (quando existe uma plataforma continental importante, como em B) são, facilmente, reconhecidas. Nos outros casos, como em A, tendo em conta a escala, pode dizer-se que a margem continental não tem plataforma. Isto é, particularmente verdadeiro nas linhas sísmicas, uma vez que uma lâmina de água de 30 m é, geralmente inferior à resolução sísmica das linhas sísmicas convencionalmente utilizadas nas pesquisa petrolífera. No esquema geológico, ilustrado no canto inferior esquerdo desta figura, o rebordo continental (que aqui coincide com o rebordo da bacia) é ao mesmo tempo, também, a linha da costa, o que quer dizer, que as condições geológicas são de nível alto do mar, mas que a bacia não tem plataforma continental: o último intervalo sedimentar depositado (topo do intervalo amarelo) corresponde, provavelmente, a um intervalo da 2a fase de desenvolvimento de um prisma de nível alto do mar (PNA).
Rebordo da Planície Costeira (de um ciclo-sequência).........................Shelf edge, Shelf break
Rebord de la plaine côtière / Borde de la llanura costera / Rand der Küstenebene / 沿海平原边缘 / Внешний край континентального шельфа / Bordo della pianura costiera /
Limite externo da planície costeira. Coincide, grosso modo, com a ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição. Dentro de um ciclo sequência, o rebordo da planície costeira pode coincidir com o rebordo da bacia, quando esta não tem plataforma continental: (i) Durante o depósito do prisma de nível baixo(PNB) ou quando as progradações do prisma da nível alto (PNA) fossilizaram a plataforma continental criada durante o intervalo transgressivo (IT), ou seja, durante a 2a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto (PNA). Ao contrário, durante o intervalo transgressivo (IT), o rebordo da planície costeira está afastado, por vezes várias centenas de quilómetros, para montante do rebordo da bacia.
Ver: « Ruptura Costeira »
Recife (arrecife)............................................................................................................................................................................................................................................................Reef
Récif / Arrecife / Riff / 礁 / Риф / Scogliera
Edifício orgânico-sedimentar construída pela interacção entre organismos e o ambiente.
Ver: « Bioerma »
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« Intervalo Transgressivo »
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« Deposição (carbonatos) »
Em geologia, um recife e os termos associados, como bioerma, biostroma, montículo carbonatado, etc., definem-se utilizando três parâmetros principais: (i) Morfologia de deposição ; (ii) Estrutura interna e (iii) Composição biótica. Não existe um consenso entre os geocientistas de uma definição, universalmente, aplicada, de recife. Certas definições distinguem recifes e montículos recifais. Ambos são considerados como variedades de construções orgânicas sedimentares, construídas pela interacção entre os organismos e seus ambientes, que têm um relevo sinóptico, isto é, que permite corroborar uma conjectura científica, e cuja composição biótica difere da encontrada sobre e debaixo do fundo do mar. Os recifes são sustentados por uma estrutura esquelética macroscópica, cujo exemplo tipo são os recifes de corais. Os corais e algas calcárias crescem no topo uns dos outros e formam uma estrutura tridimensional que é modificada de várias maneiras por outros organismos e processos inorgânicos. Ao contrário, os montículos carbonatados, eles são construídos por micro-organismos ou organismos a partir dos quais não cresce uma estrutura esquelética. Um montículo carbonatado microbiano é construído, exclusivamente, ou, principalmente, por cianobactérias (procariotas* capazes de realizar a fotossíntese e que existem desde há cerca de 3,9 Ga). Excelentes exemplos de biostromas formados por cianobactérias ocorrem, actualmente, no Grande Lago Salgado do Utah (EUA), Baía dos Tubarões, no Oeste da Austrália, etc. Na tentativa de interpretação geológica de um autotraço de um detalhe de uma linha sísmica do offshore da Indonésia (SO de Kalimantan, Bornéu), autotraço de maiores dimensões nesta figura, é fácil reconhecer os recifes. Pelo menos duas anomalias sedimentares carbonatadas podem ser interpretadas com recifes. Uma a cerca de 1,0 segundo (t.w.t.) de profundidade, na parte esquerda do autotraço, e outra, mais profunda, a cerca de 2,5 segundos, na parte direita do autotraço. Estes recifes delimitam, provavelmente, plataformas carbonatadas aureoladas, quer isto dizer, que eles cresceram à medida que o nível do mar relativo subia em aceleração, individualizando uma laguna de mar aberto. Neste autotraço, dentro do ciclo-sequência, limitado pelas duas discordâncias sublinhas pela linha vermelha e que correspondem a duas descidas significativas do nível do mar relativo** , em associação com o intervalo transgressivo (IT), colorido em verde, a linha da costa, uma laguna e uma construção recifal são, relativamente, bem visíveis, Elas pelas foram fossilizadas pelas progradações enfatizadas pelos paraciclos sequência, que formam os diferentes cortejos sedimentares do prisma de nível alto (PNA), os quais começaram a depositar-se desde que nível do mar relativo começou a subir em desaceleração (ingressões marinhas cada vez mais pequenas que induzem regressões sedimentares cada vez maiores). Num ciclo sequência, os prismas de nível alto (PNA) e baixo (PNB) são sobreposições laterais progradantes de cortejos sedimentares, depositados em associação com ingressões marinhas cada vez mais pequenas e regressões sedimentares cada vez mais importantes (durante períodos de acarreio sedimentar constante ou crescente), enquanto que o intervalo transgressivo (IT) é uma sobreposição lateral progradante de cortejos sedimentares depositados em associação com ingressões marinhas cada vez mais importantes e regressões sedimentares cada vez mais pequenas (durante um período de acarreio sedimentar constante ou decrescente). Por isso, globalmente, a geometria dos prismas de nível baixo ou alto é sempre progradante (embora a agradação possa ser mais ou menos importante), enquanto que a geometria o intervalo transgressivo (IT) é retrogradante. É por isso que ao nível de um ciclo sequência, aquilo que muitos geocientistas chamam de maneira pouco correcta uma “transgressão” é, na realidade, é uma sobreposição vertical de regressões sedimentares cada vez mais pequenas.
(*) As procariotas ou procarióticas são células sem núcleo celular definido, o que quer dizer, que o material genético é disperso no citoplasma, reunido numa área chamada nucleóide. As células que têm têm um núcleo distinto do citoplasma são chamadas eucariotas, isto é, aquelas células cuja ADN está dentro de um compartimento separado do resto da célula.
(**) O nível do mar relativo é o nível do mar, local, referenciado a qualquer ponto fixo da superfície terrestre, quer ele seja, por exemplo a base dos sedimentos (topo da crusta continental) ou o fundo do mar e que é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático (nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite) e da tectónica (subsidência quando os regimes em extensão são predominantes ou levantamento, quando os regimes tectónicos compressivos são predominantes).
Recife (Faro, Atollon)............................................................................................................................................................................................................................................Reef
Faro (atollon) / Faro (recife) / Faro (Riff) / 法鲁(礁) / Небольшой атоллоподобный риф / Faro (scoglio)
Recifes em forma de anel dentro das lagunas.
Ver: « Bioerma »
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« Intervalo Transgressivo »
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« Deposição (carbonatos) »
Em português (Dicionário da Porto Editora) um recife pode ser : (i) Um rochedo ou um conjunto de rochedos à flor da água, próximo da costa ou (ii) Uma formação geológica ao longo da costa marítima, constituída por polipeiros de coraliários. O termo recife de corais refere-se a um habitat marinho que está entre os ambientes de maior biodiversidade do planeta (https://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/recifes-de-corais-1-barreira-atol-e-franja-sao-tipos-desse-ambiente-marinho.htm). O recife é formado por algumas espécies de corais (animais pertencentes ao grupo dos cnidários) capazes de secretar um exoesqueleto calcário, juntamente com algas calcárias que produzem finas lâminas de carbonato de cálcio, que vão se acumulando e cimentando a estrutura do recife. Os corais (celenterados coraliários com formações tentaculares e esqueleto calcário, que vive em colónias) que formam o recife vivem em simbiose com pequenas algas unicelulares, chamadas zooxantela* que vivem no interior dos seus tecidos. Os corais recebem grandes quantidades da matéria orgânica produzida pela fotossíntese da alga e depende dela para sobreviver. A zooxantela, por sua vez, recebe nutrientes provenientes da excreção dos corais e um habitat seguro para se fixar. Embora esta relação seja também vantajosa para a alga, ela pode sobreviver sem o coral. De maneira geral, há três grandes tipos de recifes: (A) Bioclásticos, isto é, os recifes construídos pela acumulação de organismos, sobretudo, metazoários (seres multicelulares), que têm uma carapaça carbonatada rígida ; (B) Biogénicos, que correspondem a construções biogénicas carbonatadas sem acumulação de bioclastos e (C) Complexos, que correspondem a construções recifais, suficientemente, grandes e resistentes às ondas do mar para poderem formar relevos significativos e criar um núcleo recifal com uma margem interna e externa do recife. Todos estes recifes são sistemas complexos nos quais factores biológicos, físicos e químicos interagem. Existem, principalmente, quatro processos que operam na formação dos recifes: (i) Processos Construtivos, quer isto dizer, processos biológicos, como, o crescimentos dos organismos carbonatados ; (ii) Processos Destrutivos, isto é, todos os processos que podem destruir ou provocar danos no crescimento do recife, como, a acção das ondas do mar, bioerosão (destruição biológica), etc. ; (iii) Sedimentação, ou seja, a acumulação da matéria biogénica, criada pela intensa actividade biológica à volta do recife e dos detritos do próprio recife e (iv) Cimentação, que tem uma grande influência na forma do recife e que pode ser precoce e importante, como é o caso em muitos recifes antigos e recentes. Estes quatro processos (construtivos, destrutivos, sedimentação e cimentação) determinam uma grande variedade de morfologias e estruturas internas que podem ser, facilmente reconhecidas nos recifes. Nesta figura está esquematizada uma classificação dos recifes tendo em linha de conta a sua localização e forma. Em direcção do mar podem encontrar-se: (1) Recifes em Franjas, que são construções simples e mais ou menos, ligados à linha da costa (continentes ou a ilhas), como os encontrados no Caribe e próximo da Florida e das Bahamas; é o tipo de recife mais comum ; (ii) Faros (atóis dentro da laguna), que tem uma forma, mais ou menos, anelada ; (iii) Recifes Solitários que, tipicamente, tem uma plataforma, mais ou menos, importante ; (iv) Recifes barreira, são construções lineares ou semicirculares, separadas do continente por canais ; o exemplo típico é a Grande Barreira de Corais da Austrália, a maior do mundo, que se estende por mais de mil quilómetros ao longo do litoral australiano ; (v) Montículos recifais (termo pouco utilizado) que são recife isolados em água profunda, muitas vezes, associado com deslizamentos ou instabilidades dos recifes barreira ; (vi) Atóis, que são estruturas em forma de anel com uma laguna central, que se desenvolve, em águas, relativamente, profundas, em geral sobre antigos vulcões submersos e (vii) Recifes tabulares que, como os atóis se forma em água profunda, mas que, ao contrário destes, não têm lagunas.
(*) As zooxantelas são um tipo de algas unicelular que vivem em simbiose com os corais e alguns nudibrânquios (moluscos gastrópodes marinhos que possuem as brânquias desprotegidas, com o seu nome sugere). As zooxantelas, vivem nos tecidos dos pólipos dos corais. As zooxantelas são responsáveis do desenvolvimento de muitos corais em águas tropicais pobre em nutrientes, desenvolvem-se absorvendo o dióxido de carbono (CO2) libertado pelos corais e fornecem diversos nutrientes de volta. Os aminoácidos produzidos pelos pólipos estimulam a produção de glicerol, que está directamente relacionada com a respiração do coral. Algumas espécies de nudibrânquios, como Spurilla neapolitana, também possuem zooxantelas nos seus tecidos, provavelmente provenientes das anémonas que matam e consomem. (http://dictionnaire.sensagent.leparisien.fr /Zooxantela/pt-pt/)
Recife Barreira (recife avançado).......................................................................................................................................................Reef Barrier
Récif barrière (récif avancé) / Arrecife barrera / Barriereriff / 堡礁 / Барьерный риф / Barriera di scogli /
Recife construído perto do rebordo da plataforma, que pode coincidir ou não o rebordo da bacia, e que isola, total ou parcialmente, uma laguna do mar aberto. Num recife barreira podem existir passagens (ou aberturas) entre o mar aberto e a laguna.
Ver: « Recife »
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« Intervalo Transgressivo »
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« Deposição (carbonatos) »
Um recife é formado por várias espécies de corais, que são animais do grupo dos celenterados (“cele” significa oco e “enteros” significa intestino), que têm uma cavidade digestiva e que secretam um exoesqueleto calcário, juntamente com algas calcárias que produzem finas lâminas de carbonato de cálcio que se acumulam e se cimentando a estrutura do recife. Função da sua forma, tamanho e distância à terra firme, os recifes são, geralmente, classificados. em: (i) Recifes em franja, que são construções simples e mais ou menos, ligados à linha da costa (continentes ou a ilhas), como os encontrados no Caribe e próximo da Florida e das Bahamas ; é o tipo de recife mais comum ; (ii) Recifes barreira, são recifes de corais que, em geral, crescem, paralelamente, ao longo da costa e que afloram aflora nas marés baixas quando se formam áreas de lagunas ou canais entre o recife e a praia ; o exemplo típico é a Grande Barreira de Corais da Austrália, a maior do mundo, que se estende por mais de mil quilómetros ao longo do litoral australiano e (iii) Atóis, que são estruturas em forma de anel com uma laguna central, que se desenvolve, em águas, relativamente, profundas, em geral sobre antigos vulcões submersos. Os recifes barreira são construções carbonatadas de forma linear ou semicirculares, separadas do continente por canais. Os recifes-barreira estão associados às plataformas carbonatadas aureoladas e plataformas isoladas. As primeiras, que são caracterizadas pela presença de recifes e baixios recifais no rebordo da plataforma, desenvolvem-se em águas calmas e a sua largura varia entre 10 e 100 km. As segundas, que se desenvolvem também em águas calmas, são isoladas do continente e caracterizadas pelo facto que a fácies é controlada pela orientação dos ventos dominantes. Nas plataformas isoladas, os recifes e corpos arenoso formam-se na margem barlavento (lado de onde vem o vento ou que recebe o vento), como nas plataforma aureoladas, com sedimentos, mais lamacentos, na margem sotavento (na direcção para onde sopra o vento ou margem que deixa passar o vento). A largura de uma plataforma isolada pode atingir 100 km. Tendo em linha de conta que: (i) O perfil de uma plataforma carbonatada é, mais ou menos, sub-horizontal, o que contrasta com as plataformas dos sistemas siliciclásticos ; (ii) Um recife barreira marca o rebordo da plataforma, quer numa plataforma aureolada, quer isolada, o qual pode coincidir ou não com o rebordo da bacia dependendo se a bacia, ao nível do ciclo sequência tem ou não uma plataforma continental) ; (iii) Um recife barreira, separa a laguna do mar aberto ; (iv) A margem externa do recife barreira é mais abrupta e tem características de mar agitado, enquanto que a margem interna, é menos abrupta e tem características de mar calmo ; (v) Recifes isolados ou montículos carbonatos podem desenvolver-se na laguna e (vi) A margem interna da laguna corresponde praticamente, pelo menos, sismicamente, à linha da costa. O autotraço de um detalhe de uma linha sísmica do offshore da Indonésia (Irian Jaya, Papuásia), ilustrado nesta figura, pode ser, tentativamente, interpretado em termos geológicos como sugerido: (a) Uma discordância (linha ponteada colorida em vermelho) induzida por uma descida do nível do mar relativo (nível do mar, local, referenciado a qualquer ponto fixo da superfície terrestre, quer ele seja, por exemplo a base dos sedimentos ou o fundo do mar e que é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite, e da tectónica) é, facilmente, identificada, sobretudo tendo em conta as variações laterais de velocidade entre os carbonatos e os argilitos de talude, as quais introduzem deformações para cima (“pull-ups” dos geocientistas de língua inglesa) e para baixo ("pull-downs"), em particular debaixo do recife barreira que isola a laguna, onde um recife isolado é visível. A ausência de reflectores no recife barreira sugere uma porosidade significativa, a qual não foi refutada pelos poços de pesquisa petrolífera.
(*) Imensa faixa de corais composta por cerca de 2900 recifes, 600 ilhas continentais e 300 atóis de coral, situada entre as praias do nordeste da Austrália e Papua-Nova Guiné, que tem mais de 2200 quilómetros de comprimento, com largura que varia entre e 30 km a 740 km. (/https://pt.wikipedia.org/wiki/Grande_Barreira_de_Coral)
(**) Subsidência quando os regimes em extensão são predominantes ou levantamento, quando os regimes tectónicos compressivos são predominantes.
Recife de Bordo de Plateforma (cintura carbonatada)............................Reef of Platform Margin
Récif du bord de la plate-forme (ceinture carbonatée) / Arrecife de borde de Plataforma (cintura carbonatada) / Platform Marge Riff / 台缘礁 / Риф с края платформы / Piattaforma margine di barriera corallina /
Construção orgânica que borda certas plataformas carbonatadas. Um recife de bordadura é composto, quase exclusivamente de bentos e restos de esqueletos. Ele é sustentado por uma estrutura esquelética macroscópica, onde corais e algas calcárias crescem no topo uns dos outros formando uma estrutura tridimensional que pode ser modificada por outros organismos e processos inorgânicos.
Ver: « Bioerma »
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« Intervalo Transgressivo »
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« Deposição (carbonatos) »
Neste esquema, os recifes de bordo ou de bordadura de plataforma, sublinham a margem externa das plataformas orladas (plataforma ligadas ao continente) e também das plataformas isoladas (não conectadas com o continente), em particular a margem barlavento (lado da plataforma donde lhe sopra o vento ou que recebe o vento). Este tipo de recifes pode desenvolver-se como: (i) Montículos lamacentos orgânicos estáveis do talude superior ; (ii) Pináculos recifais (empilhamento de material calcário acumulado no fundo do mar) e areia formadas de restos de esqueletos calcários ; (iii) Recifes barreira resistentes às ondas que orlam a plataforma carbonatada. Os sedimentos destes recifes são, principalmente, grãos de carbonato, quase puro, de diferentes tamanhos. Os mais característicos são massas ou pedaços de calcário bioconstruído ou "framestone", cavidades internas preenchidas de cimento ou sedimentos, gerações múltiplas de construção orgânica, incrustações, perfurações, etc. A biota é, exclusivamente, bêntica. As colónias de construtores, incrustadores, e perfuradores são frequentes assim como uma grande quantidade de detritos e areia de esqueletos carbonatados. Os corpos sedimentares mais frequentes nos recifes de bordo de uma plataforma carbonatada são: (a) Montículos da base do talude ; (b) Recifes montículares ; (c) Montículos de calcário bioconstruído ; (d) Recifes franjantes e de barreira e (e) Esporões e sulcos. Por outro lado, as microfácies mais frequentes são : (1) Calcário bioconstruído ; (2) Grainstone revestido, anelíditico, bioclástico ; (3) Lumachela; (4) "Floatstone" (grãos milimétricos numa fina matriz de lama calcária) ; (5) Rudito ; (6) "Bafflestone" (carbonato autóctone cujos componente originais são ligados organicamente durante o depósito), etc. A maior parte dos geocientistas considera cinco tipos de plataformas carbonatadas: (i) Plataformas Aureoladas, que são caracterizadas pela presença de recifes ou baixios recifais no rebordo da plataforma ; estas plataformas desenvolve-se em águas calmas e a sua largura pode variar entre 10 e 100 km ; (ii) Rampas Carbonatadas, como a ilustrada nesta figura, e nas quais as areias carbonatadas da linha da costa passam, na base da rampa, a areias argilosas e lama de água profundam; as rampas carbonatadas, onde os recifes são pouco presentes podem atingir uma largura cerca de 100 km ; (iii) Plataformas Epeiricas (ou epíricas), que são caracterizadas pela presença de superfícies de maré e lagunas protegidas ; a largura destas plataformas pode alcançar 10000 km ; (iv) Plataformas Isoladas, que são caracterizadas pelo facto que as fácies são controladas pela orientação dos ventos dominantes; como nas plataforma aureoladas, recifes e corpos arenosos localizam-se na margem barlavento (que recebe o vento, por oposição ao sotavento), enquanto que na margem sotavento (margem que deixa passar o vento) os sedimentos são mais lamacentos ; uma plataforma isolada pode atingir 100 km de largura ; (v) Plataforma Morta ou Afogada, quando ela está debaixo da zona fótica. A geometria das plataforma carbonatadas mais conhecida é associada aos processos de fabricação tropicais, onde as plataformas carbonatadas podem ser subdivididas em três ambientes sedimentares principais: A) Recife, que é a parte da plataforma carbonatada criada, in situ, por organismos sésseis ; B) Laguna interna (parte da plataforma atrás do recife, a qual é caracterizada por águas rasas e calmas com sedimentos compostos de fragmentos de recifes e partes duras de organismos ou sedimentos terrígenos quando o recife é epicontinental) e C) Talude ou Encosta (parte externa da plataforma, que liga o recife à bacia e que actua como sumidouro do excesso de sedimento carbonato, embora a maior parte do sedimento produzido na lagoa e no recife seja transportado por vários processos e acumulada no talude, isto é, na encosta). As plataformas ligadas ao continente são dividas em duas grandes famílias: (A) Plataformas Tipo Rampa e (B) Plataforma com Ruptura. Nas plataformas tipo rampa dois subtipos podem ser considerados: (A.1) Plataforma de Tipo Rampa Monoclinal e (A.2) Plataformas de Tipo Rampa com Pequena Ruptura Distal. Nas plataformas com ruptura existem, igualmente, dois subtipos: (B.1) Plataformas Não-aureolada e (B.2) Plataformas Aureolada. É no subtipo, plataforma com ruptura aureolada que a designação de plataforma carbonatada abrupta é mais frequente. Numa rampa carbonatada, a inclinação original é inferior a 1° e o rebordo da bacia é difícil de individualizar, uma vez que, praticamente, não há ruptura de inclinação ao longo da superfície de deposição. Certos geocientistas dividem as rampas carbonatadas em homoclinais (com inclinação constante) e abruptas (ruptura na parte distal). A diferenciação é problemática a menos que existam depósitos de base de talude. Outros geocientistas utilizam a profundidade da acção das ondas (em mar calmo e agitado) para subdividir as rampas. A litologia das rampas carbonatadas reflecte as variações de energia que são função das variações da lâmina de água.
Recife de Coral.........................................................................................................................................................................................................................Coral Reef
Récif de corail / Arrecife de coral / Korallenriff / 珊瑚礁 / Коралловый риф / Barriera corallina /
Banco de calcário recifal, biogénico, constituído pelos esqueletos externos de colónias de pólipos coralinos associados a algas incrustantes, calcárias, em especial do género Lithothamniun e detritos de calcário coralino que as ondas acumulam no próprio recife, tudo cimentado por calcite de precipitação.
Ver: « Recife Monticular »
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Em português (Dicionário da Porto Editora) o termo recife pode ser : (i) Um rochedo ou um conjunto de rochedos à flor da água, próximo da costa ou (ii) Uma formação geológica ao longo da costa marítima, constituída por polipeiros de coraliários. Um recife de corais refere-se a um habitat marinho que está entre os ambientes de maior biodiversidade do planeta (https://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/recifes-de-corais-1-barreira-atol-e-franja-sao-tipos-desse-am- biente-marinho.htm). O recife é formado por algumas espécies de corais (animais pertencentes ao grupo dos cnidários) capazes de secretar um exoesqueleto calcário, juntamente com algas calcárias que produzem finas lâminas de carbonato de cálcio, que vão se acumulando e cimentando a estrutura do recife. Um recife é formado por: (i) Várias espécies de corais e (ii) Algas calcárias que produzem finas lâminas de carbonato de cálcio, que se acumulam e se cimentando a estrutura do recife. Os corais são celenterados (“cele” significa oco e “enteros” significa intestino), com uma cavidade digestiva, e que secretam um exoesqueleto calcário. Os corais são organismos coloniais que em sua maioria constroem esqueletos calcários que são responsáveis pela estrutura rochosa. Os blocos construídos nos recifes de coral são os esqueletos de várias gerações de algas, corais e outros organismos construtoras de recifes, que são compostos por carbonato de cálcio. Como um recife de coral cresce, ele estabelece uma estrutura esquelética encaixando cada novo pólipo. Os recifes de coral crescem na região fótica* dos mares tropicais, com uma acção de ondas, suficientemente, forte para manter disponível, na lâmina de água, alimentos e oxigénio dissolvido. Ondas, peixes (como peixe papagaio), ouriços do mar, esponjas e outros organismos quebram os esqueletos de corais em fragmentos que tombam na estrutura do recife. Muitos outros organismos que vivem na comunidade do recife contribuem para o esqueleto de carbonato de cálcio do recife do mesmo modo. Algas coralinas são, realmente, os principais contribuintes para a estrutura, pelo menos nas partes do recife submetidas às maiores forças por ondas (como o recife frente oceano aberto). Estas algas contribuem para a construção do recife através do depósito de calcário em folhas sobre a superfície do recife contribuindo assim para a integridade estrutural do recife. Muitas espécies de algas coralinas formam nódulos, ou desenvolvem-se na superfície dos fragmentos alargando-os. A crosta protege espécies formadoras de recifes para resistir a pressões e ondas atenuantes que ide outra maneira destruir a maior parte dos corais. Frequentemente, esta crosta forma uma protecção sobre o cume de uma aresta exterior do recife (crista do recife ou a margem do recife), em particular nos recifes do Oceano Pacífico. Os corais que formam os recife vivem em simbiose com as algas zooxantelas**, que vivem no interior de seus tecidos. Assim, eles só se formam em águas claras, geralmente, acima de 50 m de profundidade, para que as algas possam realizar a fotossíntese. Por outro lado, a temperatura da água deve ser superior a 20° C para que ocorra a secreção de carbonato de cálcio pelos corais e algas calcárias, que é essencial para a construção do recife. Entre os recifes mais famosos pode citar-se a Grande Barreira de coral, a norte da Austrália (imensa faixa de corais composta por cerca de 2900 recifes, 600 ilhas continentais e 300 atóis de coral, situada entre as praias do nordeste da Austrália e Papua-Nova Guiné, que tem mais de 2200 km de comprimento, com largura que varia entre 30 e 740 km. (/https://pt.wikipedia.org/wiki/ Grande_Barreira_de_Coral) e Grande Barreira de Recife de coral do Belize. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Recife_de_coral).
(*) Nos ecossistemas marinhos e lacustres a zona fótica é aquela em que penetra luz solar. A sua profundidade é muito variável, dependendo da turbidez da água. Chama-se profundidade eufótica ou nível eufótico a profundidade a que a intensidade da luz é reduzida a 1%, da que penetrou em superfície, limite abaixo do qual a intensidade da luz não é suficientemente l para a fotossíntese. Alguma luz pode atingir 700 ou mais metros de profundidade, mas o limite da zona eufótica, com luz suficiente para a fotossíntese, pode ser situar-se apenas a alguns decímetros em águas muito turvas de rios e pântanos, ou aproximar-se de 200 m, que é o valor típico em regiões tropicais dos oceanos com águas muito claras.(https://es.wikipedia.org/wiki/Zona_fótica)
(**) As zooxantelas são um tipo de algas unicelular que vivem em simbiose com os corais e alguns nudibrânquios (moluscos gastrópodes marinhos que possuem as brânquias desprotegidas, com o seu nome sugere). As zooxantelas, vivem nos tecidos dos pólipos dos corais. As zooxantelas são responsáveis do desenvolvimento de muitos corais em águas tropicais pobre em nutrientes, desenvolvem-se absorvendo o dióxido de carbono (CO2) libertado pelos corais e fornecem diversos nutrientes de volta. Os aminoácidos produzidos pelos pólipos estimulam a produção de glicerol, que está directamente relacionada com a respiração do coral. Algumas espécies de nudibrânquios, como Spurilla neapolitana, também possuem zooxantelas nos seus tecidos, provavelmente provenientes das anémonas que matam e consomem. (http://dictionnaire.sensagent. leparisien.fr/Zooxantela/pt-pt/)
Recife Costeiro.......................................................................................................................................................Fringing Reef, Onshore Reef
Récif frangeant (Récif côtier) / Arrecife en franja, costero / Franzenriff, Küstenriff / 边礁 / Окаймляющий или береговой риф / Fringing scogliera, Frange reef (barriera corallina) /
Que se desenvolve apoiado às rochas da plataforma, em faixas, mais ou menos, paralelas à linha da costa. Entre um recife costeiro e a costa existe um canal estreito e pouco profundo que certos geocientistas chamam canal de embarcações. Sinónimo de Recife em Franja.
Voir: «Recife»
Recife Isolado (recife solitário)........................................................................................................................................................................Patch Reef
Récif isolé / Arrecife de coral aislado / Isolierte Korallenriff / 补丁礁 / Изолированный риф / Barriera corallina isolato, Corale reef isolato /
Construção recifal pequena e isolada, de forma circular ou oval, que se encontra perto dos grandes recifes e, em geral, dentro da laguna. O topo de um recife isolado está quase à superfície da água e pode ficar acima do nível do mar durante a baixamar. Os recifes isolados formam-se em águas calmas, quer na laguna de uma plataforma orlada, quer nas águas protegidas pelos recifes barreira. Gradualmente, o recife afunda-se e os corais continuam a crescer. Se o afundamento é completo forma-se um atol, isto é, recifes à volta de uma laguna.
Ver: « Recife »
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Em português (Dicionário da Porto Editora) o termo recife pode ser : (i) Um rochedo ou um conjunto de rochedos à flor da água, próximo da costa ou (ii) Uma formação geológica ao longo da costa marítima, constituída por polipeiros de coraliários. Um recife de corais refere-se a um habitat marinho que está entre os ambientes de maior biodiversidade do planeta. Um recife é formado por algumas espécies de corais (animais pertencentes ao grupo dos cnidários) capazes de secretar um exoesqueleto calcário, juntamente com algas calcárias que produzem finas lâminas de carbonato de cálcio, que vão se acumulando e cimentando a estrutura do recife. Um recife é formado por: (i) Várias espécies de corais e (ii) Algas calcárias que produzem finas lâminas de carbonato de cálcio, que se acumulam e se cimentando a estrutura do recife. Os corais são celenterados, com uma cavidade digestiva, e que secretam um exoesqueleto calcário. Os corais são organismos coloniais que em sua maioria constroem esqueletos calcários. Tais esqueletos são responsáveis pela estrutura rochosa chamada recifes de coral. Os blocos construídos nos recifes de coral são os esqueletos de várias gerações de algas, corais e outros organismos construtoras de recifes, que são compostos pode carbonato de cálcio. Função da sua forma, tamanho e distância à terra firme, os recifes são, geralmente, classificados em: (i) Recifes em franja, que são construções simples e mais ou menos, ligados à linha da costa (continentes ou a ilhas), como os encontrados no Caribe e próximo da Florida e das Bahamas; é o tipo de recife mais comum ; (ii) Recifes barreira, são construções lineares ou semicirculares, separadas do continente por canais ; o exemplo típico é a Grande Barreira de Corais da Austrália, a maior do mundo, que se estende por mais de mil quilómetros ao longo do litoral australiano e (iii) Faros (atóis dentro da laguna), que tem uma forma, mais ou menos anelada, ; (iv) Recifes Solitários que, tipicamente, tem uma plataforma, mais ou menos, importante ; (v) Montículos recifais (termo pouco utilizado) que são recife isolados em água profunda, muitas vezes, associado com deslizamentos ou instabilidades dos recifes barreira ; (vi) Atóis, que são estruturas em forma de anel com uma laguna central, que se desenvolve, em águas, relativamente, profundas, em geral sobre antigos vulcões submersos e (vii) Recifes tabulares que, como os atóis se forma em água profunda, mas que, ao contrário destes, não têm lagunas. Nesta fotografia, pequenos recifes solitários (recifes remendo dos geocientistas brasileiros) dentro da laguna de uma plataforma carbonatada isolada (não ligada ao continente) são, facilmente, reconhecidos. O recife barreira que se desenvolveu na margem barlavento da plataforma (lado do recife que recebe o vento) é visível na parte superior (horizonte branco) da fotografia. Este tipo de plataforma carbonatada (plataforma isolada), cuja largura pode atingir 100 quilómetros, é caracterizada pelo facto que as fácies são muito controladas pela orientação dos ventos dominantes. Na margem barlavento (lado de onde sopra o vento ou que recebe o vento), formam-se recifes progradantes e corpos arenoso, enquanto que na margem sotavento (borda de margem na direcção para onde sopra o vento ou margem que deixa passar o vento), os sedimentos são mais lamacentos. Nas águas calmas da laguna, os recifes isolados são muito frequentes, muitos dos quais, durante a maré baixa, tem o topo acima do nível da água. Além deste tipo de plataforma carbonatada existem outros tipos nos quais podem crescer recifes solitários: (i) Plataformas Orladas, que são caracterizadas pela presença de recifes ou baixios recifais no rebordo da plataforma e areias argilosos e recifes solitários na laguna ; desenvolvem-se em águas calmas e a sua largura pode variar entre 10 e 100 km ; (ii) Rampas Carbonatadas, que podem atingir 100 km de largura e nas quais os recifes não são muito frequentes, as areias carbonatadas da linha da costa passam, na base da rampa, a areias argilosas e lama de água profunda ; os recifes não são muito frequentes ; (iii) Plataformas Epeiricas, cuja a largura pode alcançar 10000 km, e que são caracterizadas pela presença de superfícies de maré e lagunas protegidas com recifes solitários e (iv) Plataformas Mortas ou Afogadas, que se encontram debaixo da zona fótica (o nível relativo do do mar, durante os últimos 10000 mil anos, subiu e desceu várias vezes e que esteve, pelo menos, três vezes acima do nível actual, o que favoreceu o seu desenvolvimento).
Recife Monticular....................................................................................................................................................................................................Reef Mound
Monticule récifal, Récif monticulaire / Montículo arrecifal / Reef Hügel, Buckelschicht Riff / 礁丘 / Рифовый холм, Холмистый риф / Monticello scogliera, Scogliera a forma di tumulo /
Construção orgânico sedimentar sem as características típicas de um recife, feita a partir de micro-organismos e organismos sem estrutura esquelética. Um recife em montículo microbiano é construído, exclusiva ou principalmente, por cianobactérias. Sinónimo de Montículo Carbonatado.
Ver: « Recife »
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« Intervalo Transgressivo »
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« Deposição (carbonatos) »
Um recife (termo que em português tem dois significados muito diferentes : (i) Um rochedo ou um conjunto de rochedos à flor da água, próximo da costa ou (ii) Uma formação geológica ao longo da costa marítima, constituída por polipeiros de coraliários) designa neste glossário uma formação geológica carbonatada e não um rochedo. Assim um recife e os termos associados, como bioerma, biostroma, montículo carbonatada, recife monticular, etc., definem-se utilizando, principalmente, três parâmetros: (i) Morfologia de deposição ; (ii) Estrutura interna e (iii) Composição biótica. Não existe um consenso entre os geocientistas de uma definição, universalmente, aplicada, de recife. Certos geocientistas fazem a distinção entre recifes e montículos recifais ou montículos carbonatos, embora ambos sejam variedades de construções orgânico sedimentares, construídas pela interacção entre os organismos e seus ambientes, que tem um relevo sinóptico e cuja composição biótica difere da encontrada à sua volta. Os recifes são sustentados por uma estrutura esquelética macroscópica, como, os recifes de corais, onde corais e algas calcárias crescem no topo, uns dos outros, formando uma estrutura tridimensional, que pode ser modificada, de várias maneiras, por outros organismos e processos inorgânicos. Os montículos carbonatados, como ilustrado nesta figura, são construídos por microorganismos ou organismos a partir dos quais não se forma uma estrutura esquelética. Um montículo carbonatado microbiano é construído, exclusiva ou principalmente, por cianobactérias (grupo de bactérias que obtêm energia por fotossíntese, que são chamadas também de algas azuis ou algas verde-azuladas, embora alguns geocientistas considerem estes nomes inadequados, uma vez que cianobactérias são procarióticas, isto é, organismos unicelulares que não têm o material genético delimitado por uma membrana, e as algas deveriam ser apenas eucarióticas, ou seja com membrana celular individualizada). Estruturas monticulares de baixo relevo encontram-se, por exemplo, ao longo da costa da Florida (EUA). Elas são constituídas por numerosos vermes de terra marinhos da família dos Sabellariidae. Cada verme de terra estabelece-se numa superfície estável e começa por construir um tubo de protecção fora da areia e à sua volta. Os vermes de terra da família Sabellariidae anexam-se aos tubos vizinhos, formando grandes colónias que evoluem em recifes monticulares muito maciços e de dimensões significativas, como ilustrado nesta tentativa de interpretação de um autotraço de um detalhe de uma linha sísmica do offshore da Indonésia, assim como no esquema geológico da parte superior esquerda desta figura. Estes montículos são, por vezes, expostos durante a maré baixa, criando pequenas poças de água que são o habitat de numerosos organismos marinhos. Nos últimos 10000 anos, o nível relativo do mar relativo subiu e desceu várias vezes (três vezes o nível do mar absoluto ou eustático esteve acima do nível actual). As construções carbonatadas cresceram durante as subidas do nível do mar relativa (algumas foram afogadas), mas morreram e foram erodidas, durante as descidas do nível do mar relativo. O desenvolvimento máximo das construções carbonatadas parece ter sido à cerca de 5000 anos, quando o nível do mar estava cerca de 5 metros acima do nível actual. O período de cerca de 1000 anos de estabilidade do nível do mar relativo, favoreceu o desenvolvimento de numerosas construções recifais, Todavia, desde à cerca de 4000 anos, devido às descida bruscas do nível do mar absoluto, muitas estruturas recifais foram emersas e erodidas, embora algumas tivessem crescido, lateralmente, formando, por coalescência, bancos recifais. Note que nível do mar relativo é o nível do mar, local, referenciado a qualquer ponto fixo da superfície terrestre, quer ele seja, por exemplo a base dos sedimentos (topo da crusta continental) ou o fundo do mar. Por outro lado, o nível do mar relativo é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático, que é nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite, e da tectónica (subsidência quando os regimes em extensão são predominantes ou levantamento, quando os regimes tectónicos compressivos são predominantes).
Recife Tabular.................................................................................................................................................................................................................Tabular Reef
Platform reef / Récif placage / Arrecife tabular / Schelfriff / 资源(矿产) / Платформенный риф / Scogliera tabulare /
Recife que se desenvolve em bancos horizontais sobre a plataforma continental ou sobre relevos submarinos, em regra vulcânicos, que podem emergir ou estar permanentemente submersos.
Ver: «Recife, Faro»
Recuperação (petróleo)............................................................................................................................................................................................Oil Recovery
Récupération (pétrole) / Recuperación (de petróleo) / Recovery (Öl) / 采油 / Извлечение нефти / Recupero (olio) /
Quantidade de petróleo produzida por um campo. A quantidade de petróleo de um campo antes de começar a produção é fácil de calcular. Durante a produção primária (quando a produção se faz por mecanismos naturais) apenas cerca de 1/4 do petróleo total é recuperado. Ao fim da produção secundária (quando se aumenta a pressão do petróleo artificialmente) ainda restam cerca de 50% de petróleo no reservatório. Desde que água entra num reservatório, as gotas de petróleo ficam, mais ou menos, isoladas, o que o torna irrecuperável. Praticamente, metade do petróleo existente no subsolo nunca será recuperável mesmo com o preço do barril caro.
Ver: « Jazigo (de hidrocarbonetos) »
&
« Petróleo »
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« Reservas »
A presença de uma zona de transição debaixo do plano de contacto entre o petróleo e a água de uma rocha rocha-reservatório é, actualmente, admitida pela maior parte dos geocientistas, que trabalham nas companhias petrolíferas. O que certos geocientistas avançam é que, em certas condições geológicas e hidrodinâmicas, uma zona de petróleo residual (ZPR) pode existir debaixo da zona de transição. A extensão e espessura desta zona (ZPR) pode ser importante e estar preenchida com petróleo residual, que pode, eventualmente, ser recuperado utilizando o dióxido de carbono (CO2) como base de uma operação de recuperação de petróleo assistida (RPA). Estas zonas de petróleo residual significativas, a partir das quais o petróleo pode ser recuperado, existem onde a água entrou, naturalmente, na parte inferior da rocha-reservatório. Tradicionalmente, as zonas de petróleo residual não foram tomadas em linha de conta por duas razões principais: (i) Elas adicionariam muito pouco petróleo durante a primeira e segunda fase de produção e (ii) Para evitar ou reduzir a produção de água que estas zonas contém. Evidentemente, que uma recuperação por injecção de CO2 é dispendiosa, mas ela pode ser, largamente, económica próximo dos grandes centros urbanos, em particular nos países que vão obrigar as industrias a pagar o excesso de produção de CO2 e os particular via a utilização do automóvel como meio de transporte, como será o caso nos EUA, França, Portugal, etc., a diferença é que em França e Portugal, não há, praticamente, campos petrolíferos para reactivar, o que não é o caso dos EUA.
Recuperação Avançada de Petróleo..............................................................................Enhanced Oil Recovery
Récupération assistée du pétrole / Recuperación asistida de petróleo / Enhanced Oil Recovery, EOR, Enhanced Erholung (Öl) / 提高原油采收率 / Добыча нефти при поддержании давления / Recupero olio migliore /
Termo aplicado às técnicas e métodos que aumentam a quantidade de petróleo que pode ser extraída de um campo petrolífero. A recuperação assistida do petróleo (RAP) é, muitas vezes, designada como recuperação terciária (redução da viscosidade para facilitam a extracção) ou improvisada (por oposição à primária e secundária). Com uma RAP, 30-60% do petróleo presente numa rocha-reservatório pode ser extraído comparado com os 20-40% extraídos durante a produção primária e secundária.
Ver: « Jazigo (de hidrocarbonetos) »
&
« Petróleo »
&
« Recuperação »
Normalmente, a injecção de gás é o mais comum método de recuperação assistida do petróleo (RAP). Contudo, outros gases, como o CO2, gás natural ou azoto, podem ser injectados na rocha-reservatório, os quais imediatamente se expandem e assim empurram adicional petróleo para os poços de produção, como ilustrado no esquema acima. Ao mesmo tempo que esses gases se dissolvem no petróleo, eles baixam a viscosidade deste, o que aumenta, de maneira significativa, a taxa de escoamento. O deslocamento do petróleo pelo CO2 depende do comportamento da fase de CO2 e as misturas de petróleo, as quais são, extremamente, dependentes da temperatura da rocha-reservatório, pressão e composição do petróleo. Estes mecanismos variam com o aumento de volume do petróleo e redução da viscosidade pelas injecções de fluídos imiscíveis (a baixa pressão) até ao deslocamento, completamente, miscível em injecções a alta-temperatura. Nestas aplicações, mais de metade e, em certos casos dois terços, do dióxido de carbono injectado volta com o petróleo produzido e é, normalmente, reinjectado na rocha-reservatório para diminuir o preço das operações de recuperação. O restante CO2 é sequestrado na rocha-reservatório. É por esta razão, que actualmente, devido aos problemas ecológicos que certos responsáveis políticos e da comunicação social atribuem ao CO2, certas recuperações do petróleo assistida pelo CO2 podem ser, largamente, económicas, em particular quando os campos a reactivar se localizam próximo das indústrias que produzem muito CO2, tais, como, refinarias, centrais térmicas, etc.. Outras técnicas de recuperação assistida utilizam o calor para aumentar a taxa de escoamento e, mais raramente, a injecção de produtos químicos para aumentar a influência do aquífero ou diminuir a pressão de capilaridade.
Recursos.........................................................................................................................................................................................................................................................Resources
Ressources / Recursos / Ressourcen / 资源 / Ресурсы / Risorse /
Quantidade de um mineral ou de uma rocha existente, ou por descobrir, que pode, eventualmente, ser um dia extraída, mas que actualmente, por razões económicas ou técnicas, não pode ser extraída. Tudo o que poderia transformar-se em reservas se não houvesse constrangimentos tecnológicos e económicos. Os recursos podem transformar-se em reservas quando a tecnologia, financiamento, tempo e economia são favoráveis.
Ver: « Jazigo (de hidrocarbonetos) »
&
« Reservas »
&
« Reservas não Provadas (HC) »
A revista "Time" disse que os "xistos" betuminosos do Athabasca (onshore do Canadá) poderiam contribuir e, em grande parte, satisfazer a procura de combustíveis fósseis durante este século. Como ilustrado acima, juntando ao petróleo convencional todas os recursos possíveis e outras formas de produção de petróleo, o conjunto será, largamente, insuficiente se a procura continuar como antes, isto é, "Business as usual", que nós traduzimos como Negócios Como de Costume. Provavelmente, os chamados "xistos betuminosos" do Athabasca podem produzir bastante petróleo, mas, provavelmente, uma tal produção criará um grande problema de ambiente e, certamente, ela nunca poderá anular a diferença entre a oferta e procura de combustíveis fósseis, que começa já a fazer-se sentir. Isto é verdade, mesmo se os problemas de rentabilidade do investimento e a necessidade de utilização de gás e água para a produção do petróleo forem superados eficazmente. A Faixa do Orenoco (no onshore da Venezuela), onde várias companhias produzem, desde alguns anos para cá, petróleo ligeiro a partir de petróleo muito pesado é, muita vezes, considerada como a região com recursos suficientes para nos salvar. Contudo, a produção do petróleo nesta área é, largamente, dependente da subsidência, ou não, do terreno à medida que o petróleo é extraído, o que, actualmente, escapa, totalmente, ao controlo dos geocientistas que trabalham na área. De qualquer maneira, mesmo, que a produção de petróleo ligeiro, na Faixa do Orenoco, atingir 1 Mbd (1 milhão de barris por dia), isto é, 365 Mb por ano, o que não é o caso, o problema energético estará longe de ser resolvido, uma vez que o consumo mundial actual (2010) é cerca de 29 Gb (29 mil milhões de barris). Por outro lado, o tempo necessário para desenvolver estes recursos é demasiado longo para ajudar a resolver o problema energético a curto termo.
Reflector (sísmico)................................................................................................................................................................................................Seismic Reflector
Réflecteur (sismique) / Reflector (sísmica) / Reflektor (seismische) / 反射镜(地震) / Отражатель (сейсмический) / Riflettore (sismica) /
Interface de impedância acústica* contrastante, de acordo com a lei de Snell, que corresponde à energia sísmica ou sinal que retorna da interface. Perfil do subsolo, criado por um contraste de impedância acústica entre dois intervalos sedimentares.
Ver: « Impedância Acústica »
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« Parasita (reflexão) »
&
« Sísmica de Reflexão »
Como ilustrado neste autotraço de uma linha sísmica do onshore dos USA, os reflectores sísmicos podem ter ou não um valor cronostratigráfico. Numa linha sísmica bem processada e migrada, a grande maioria dos reflectores são cronostratigráfico e correspondem a interfaces sedimentares que limitam intervalos com impedâncias acústicas diferentes. Os reflectores sísmicos sem valor cronostratigráfico, correspondem a artefactos sísmicos (difracções, múltiplos, refracções reflectidas, etc.). Estes reflectores, quando inclinados, podem corresponder a planos de falha e quando suhorizontais podem sublinhar superfícies de contacto entre os hidrocarbonetos e água. Um reflector pode ser positivo ou negativo. No primeiro caso, segundo a convenção da sociedade europeia de geofísicos (SEG), ele sublinha uma interface entre dois intervalos sedimentares, na qual o intervalo mais impedante é o inferior. No segundo caso, é o intervalo superior que tem maior impedância acústica. Isto quer dizer, que no primeiro caso, o coeficiente de reflexão é positivo e no segundo negativo. Segundo a mesma convenção, a polaridade de um reflector é positiva quando a amplitude é expressa por uma deflexão para a direita da linha de base e negativa quando a deflexão é para a esquerda. Uma amplitude positiva é colorida em preta e uma amplitude negativa em branco. Para ondas sísmicas simétricas, a amplitude de um reflector sísmico é metade da distância ortogonal entre as cristas do traço sísmico. Quando uma onda sísmica chega à superfície da Terra, a amplitude do sinal sísmico diminui, rapidamente, com o tempo. O intervalo de variação da amplitude é muito grande e muitas vezes de mais de um milhão para um. Os nossos olhos pode apreciar apenas um intervalo de amplitude entre 1 milímetro e 1 quilómetro. Contudo, nas linhas sísmicas normais nós só podemos distinguir amplitudes que variam de 10 a 1, quer isto dizer, de 0,1 a 1 milímetro. Assim, as amplitudes devem ser limitada dentro desta faixa, quer por processos automáticos (dependente dos dados) ou por alterações puramente funcionais.
(*) A impedância acústica de um determinado intervalo sedimentar é dada pelo produto da velocidade, à qual as ondas das sísmicas viajam nesse intervalo, pela densidade dos sedimentos que o compõem.
Reflexão Lateral...................................................................................................................................................................................................Lateral Arrival
Réflexion latérale / Reflexión lateral (sísmica) / Side-Reflexion (seismische) / 侧反射(地震) / Латеральное отражение / Riflessione laterale (sismica) /
Reflexão induzida por energia organizada não produzida por reflectores localizados no plano vertical do perfil sísmico. As reflexões laterais constituem uma dificuldade importante na interpretação geológica dos dados sísmicos, em particular, se o geocientista interpretador não têm à sua disposição todas as linhas sísmicas de uma região.
Ver: « Impedância Acústica »
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« Parasita (reflexão) »
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« Sísmica de Reflexão »
Cada sistema de reflexões pode mostrar áreas de continuidade e sectores onde elas se confundem. Sem outra evidência, não se pode dizer quais as reflexões contínuas que estão associadas a outras, nem dizer, de que direcção elas vêm. Por vezes, o exame de outras linhas sísmicas, melhor orientadas, em relação à estrutura das rochas que formam terreno, pode permitir a interpretação geológica de linhas complexas com reflexões laterais vindas de várias direcções. Neste autotraço de uma linha sísmica do onshore da França, o reflector sublinhado pela flecha foi inicialmente interpretado como uma reflexão induzida por plano de falha inversa. Por vezes, mas raramente, os planos de falha são sublinhados por uma reflexão sísmica: (i) Quando a zona de falha, (zona entre os dois blocos falhados) está injectada por sal, o que é muito frequente nas bacias com intervalos evaporíticos importantes (onshore e offshore de Angola, bacia Lusitânica, etc) ; (ii) Quando a zona de falha está injectada por vulcanismo, como em certas áreas do Mar do Norte e (iii) Quando o plano de falha separa blocos falhados com impedâncias acústicas muito contrastada, como, quando a falha é definida entre um soco (alta impedância) e um intervalo argilo-arenoso (baixa impedância). A interpretação da reflexão ilustrada neste autotraço como induzida pelo plano de uma falha inversa, é compatível com o contexto geológico em compressão da região onde a linha foi tirada. Contudo, é difícil de imaginar, ao longo do plano de falha um contraste de impedância tão localizado entre os blocos falhados. Como toda interpretação tem que ser submetida a um teste de falsificação (refutação), a conjectura de uma reflexão induzida por um plano de falha foi refutada por uma linha arbitrária 3D passando pela linha original. A reflexão é lateral, o que quer dizer, que ela não tem nenhum significado geológico, o que não é o caso dos outros reflectores, que sublinham linhas cronostratigráficas.
Reflexão Negativa............................................................................................................................................................................Negative Reflection
Réflexion négative / Reflexión negativa (sísmica) / Negative Reflexion (seismische) / 负反射(地) / Отрицательное отражение / Riflessione negativa (sismica) /
Quando a impedância acústica do intervalo superior da interface, que define a reflexão, é maior do que a do intervalo inferior (exemplo: calcário/argilito, ou argilito/areia).
Ver: « Coeficiente de Reflexão »
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« Impedância Acústica »
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« Sísmica de Reflexão »
Uma reflexão sísmica é induzida por um contraste de impedância acústica. A impedância acústica de um determinado intervalo é o produto da velocidade das ondas sísmicas, através do intervalo, pela densidade do intervalo. Uma reflexão negativa ocorre quando a impedância acústica do intervalo superior é maior do que a do intervalo inferior. Uma interface entre um intervalo calcário e intervalo argiloso ou entre um intervalo argiloso e um arenoso cria uma reflexão negativa. Na convenção SEG, isto é, da Sociedade Europeia de Geofísica, numa linha sísmica, uma reflexão negativa representa-se por uma deflexão para a esquerda da linha de base do traço sísmico. Ela é colorida em branco (polaridade negativa). Ao contrário, quando a impedância acústica do intervalo inferior é maior que a do intervalo superior a reflexão sísmica associada é positiva (como, por exemplo: argilito/calcário, etc.). Segundo a mesma convenção, uma reflexão positiva materializa-se por uma deflexão do traço sísmico para a direita e o espaço entre a traço e a linha de base é colorida a preto. A maior parte dos geocientistas têm uma tendência natural a seguir as reflexões positivas (negro para a direita), sobretudo quando elas têm uma boa continuidade. Numa interpretação sequencial, isto é feita, em ciclos estratigráficos e, se possível, em ciclos-sequência, o geocientistas é, frequentemente, obrigado a saltar de uma reflexão negativa para positiva ou vice-versa afim definir os limites dos ciclos estratigráficos. Uma interpretação sequencial é a baseada na identificação e delineação das discordâncias (superfícies de erosão), que limitam os diferentes ciclos estratigráficos. Mesmo quando as discordâncias não são reforçadas pela tectónica (discordâncias angulares), o contraste de impedância acústica entre os sedimentos infra e suprajacentes à discordância vária ao longo da superfície de erosão que a sublinha. O geocientista para delinear a discordância é, por vezes, obrigado a saltar de uma crista (preto para a direita, reflexão positiva) para uma cava (branco para a esquerda, reflexão negativa) ou o contrário. Por isso se diz na industria petrolífera que delinear uma discordância é para seniores e não para juniores.
Reflexão Positiva....................................................................................................................................................................................Positive Reflection
Réflexion positive / Reflexión positiva (sísmica) / Positive Reflexion (seismische) / 积极反映(地) / Положительныое отражение / Riflessione positiva (sismica) /
Quando a impedância acústica do intervalo superior da interface sedimentar, que define uma reflexão, é inferior à do intervalo inferior (exemplo : argilito/calcário, ou areia/argilito).
Ver: « Coeficiente de Reflexão »
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« Impedância Acústica »
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« Reflexão Negativa »
Uma reflexão sísmica é induzida por um contraste de impedância acústica. A impedância acústica de um determinado intervalo é o produto da velocidade das ondas sísmicas, através o intervalo, pela densidade do intervalo. Uma reflexão positiva ocorre quando a impedância acústica do intervalo superior é maior do que a do intervalo inferior. Uma interface entre um intervalo argiloso e um intervalo calcário ou entre um intervalo arenoso e um calcário cria uma reflexão negativa. No caso de uma interface argilito-grés, a reflexão poder ser positiva ou negativa. Tudo depende da profundidade. Na parte parte superior de uma bacia sedimentar, onde os sedimentos argilosos ainda não foram suficientemente compactados, a impedância acústica do intervalo argiloso é mais pequena do que a do intervalo arenoso e a reflexão sísmica associada é positiva. Contudo, nas partes profundas da bacia, os sedimentos argilosos são muito mais compactados do que as areias, uma vez que eles perdem toda a sua porosidade original. Assim, debaixo de uma determinada profundidade, que certos autores chamam ponto ou profundidade de inversão, que varia de bacia a bacia, uma interface argilito-arenito cria uma reflexão negativa. Na convenção SEG, isto é, na convenção da Sociedade Europeia de Geofísica, numa linha sísmica, uma reflexão positiva representa-se por uma deflexão para a direita da linha de base do traço sísmico. Ela é colorida em preto (polaridade positiva). Ao contrário, quando a impedância acústica do intervalo inferior é maior que a do intervalo superior, a reflexão sísmica associada é negativa (exemplo: calcário/shale). Uma reflexão negativa materializa-se por uma deflexão do traço sísmico para a esquerda e o espaço entre a traço e a linha de base é colorida a branco. Ao longo de uma linha cronostratigráfica, em particular quando ela foi deformada (como, por exemplo, num anticlinal), uma reflexão positiva pode transforma-se numa reflexão negativa ou vice versa. Imagine no ápice pouco profundo de um anticlinal um intervalo de areia com gás entre dois intervalos de shale. A reflexão negativa induzida pela interface argilito-arenito muda para positiva na área onde a areia está saturada de gás (a presença de gás num intervalo arenoso diminui a impedância acústica do intervalo de maneira significativa).
Reflexão Sísmica......................................................................................................................................................................................Seismic Reflection
Réflexion sismique / Reflexión sísmica / Reflexionsseismische / 地震反射 / Сейсмическое отражение / Riflessione sismica /
Tempo de trajecto que as ondas sísmicas, produzidas por uma fonte sísmica (em geral artificial), levam a percorrer o espaço entre uma determinada interface sedimentar (mais ou menos contínua) e os geofones. Se a velocidade de propagação das ondas no intervalo superior da interface for conhecida, o tempo do trajecto pode ser utilizado para avaliar a profundidade da interface.
Ver : « Coeficiente de Reflexão »
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« Impedância Acústica »
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« Sísmica de Reflexão »
A maior parte dos geocientistas, quando interpretam uma linha sísmica, referem-se, por vezes, a reflexões, como, por exemplo: "esta reflexão corresponde, provavelmente, à superfície de inundação máxima da transgressão Cretácica, quer isto dizer, à superfície da base das progradações SBP. 91,5 Ma", mas, na realidade, elas não são reflexões. Em geral, eles estão a referir-se a eventos reflectivos e não a reflexões. Um evento reflectivo é marcado por uma série de reflexões em diferentes sismogramas (traços registados num único ponto de tiro) que, aparentemente, se podem correlacionar. Uma linha sísmica é uma agregação de numerosos sismogramas, que tem uma escala horizontal em metros e uma escala vertical em tempo. A escala vertical "t.w.t." ("Two Way Time") que se observa, em geral, na parte direita das linhas sísmicas, é, num trajecto vertical, o tempo de ida e volta entre a superfície e as diferentes interfaces sedimentares. Teoricamente, as equações de propagação das ondas sísmicas resolvem-se, facilmente, e permitem prognosticar o movimento de uma partícula em qualquer ponto, se for conhecido o movimento da partícula num ponto. Contudo, isto só é verdade se for conhecida a velocidade longitudinal das ondas sísmicas ao longo do meio de propagação. É por isso que os geocientistas estão sempre muito interessado em saber qual é a velocidade das ondas sísmicas nos diferentes intervalos sedimentares. Se no esquema ilustrado nesta figura, a velocidade das ondas sísmicas, no intervalo superior (entre o horizonte 1 e a superfície), variar lateralmente, numa linha sísmica, o evento reflectivo, que sublinha o horizonte 1 (interface entre dois intervalos sedimentares), não é horizontal. Se a velocidade das ondas for maior a esquerda, o evento reflectivo inclinará da esquerda para a direita, uma vez que à esquerda, as ondas gastarão menos tempo do que à direita para percorrer o mesmo tempo.
Refracção Reflectida............................................................................................................................................................Reflected Refraction
Réfraction réfléchie / Refracción reflejada (sísmica) / Reflektierte Brechung (seismische) / 反映折射(地震) / Отраженно-преломлённая волна / Rifrazione riflessa (sismica) /
Reflexão rectilínea induzida por uma onda refractada que é reflectida ao longo de um refractor e que volta, directamente, para o geofone.
Ver: « Coeficiente de Reflexão »
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« Impedância Acústica »
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« Sísmica de Reflexão »
Em determinadas bacias, como, por exemplo na bacia cratónica do Mar do Norte, para evitar erros de interpretação dos planos de falhas, é de primeira importância saber reconhecer e diferenciar as refracções reflectidas das reflexões associadas aos planos de falha. Na maioria dos casos não existem reflectores sísmicos associados aos planos, excepto: (i) Quando eles são injectados por materiais rochosos de forte impedância, tais como sal, material vulcânico, etc; (ii) Quando eles põem em justaposição formações geológicas com impedâncias acústicas muito diferentes. Quando existem reflexões associadas com os planos de falhas elas horizontalizam-se sempre em profundidade, quer isto dizer, que a inclinação das reflexões diminui em profundidade. As refracções reflectidas são reflexões rectilíneas (em tempo e profundidade). A inclinação de uma refracção reflectida é, unicamente, dependente da velocidade das ondas sísmicas ao longo do refractor sísmico. Qualquer anomalia ao longo do refractor (como o deslocamento vertical de uma interface) pode ser um ponto de partida de retorno das ondas sísmicas para o geofone, isto é, de uma reflexão rectilínea sem significado cronostratigráfico. Neste autotraço de uma linha sísmica (detalhe de uma linha regional do Mar do Norte), uma refracção reflectida (rectilínea em profundidade), induzida pelo deslocamento vertical do refractor (discordância) provocado por uma falha normal é, facilmente, reconhecida. Na versão não-migrada desta linha sísmica, a refracção reflectida é tangente às hipérboles de difracção criadas pela falha. Ela não pode existir na parte de trás das hipérboles, visto que na parte da frente das hipérboles, o refractor não está à mesma profundidade. Isto explica porque é que nesta linha, que é migrada, todos as outras refracções reflectidas (não visíveis neste detalhe) inclinam sempre para oeste. Se actualmente, a maior parte dos geocientistas sabem que obrigatoriamente os planos de falha (norma ou inversa) se horizontalizam em profundidade, uma vez que a velocidade dos intervalos aumenta em profundidade, nos anos 80-90, era frequente ver geocientistas encarregados da interpretação das linhas sísmicas utilizar réguas rolantes para delinear os planos de falha. Não esqueça, que, apenas, os planos das falhas de deslizamento são verticais.
Registo das Rochas............................................................................................................................................................................................Rock Record
Registre des roches / Registro de las rocas / Registrieren Sie sich von Gesteinen / 岩石记录 / Реерстр пород / Registro delle rocce /
História geológica gravada na litologia, estrutura e deformação das rochas.
Ver: « Ciclo de Davis »
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« Ciclo de Wilson »
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« Sistema Rochoso »
Na fotografia maior, ilustrada nesta figura, as rochas do Pérmico do Ingeborgfjellet, na região de Van Mienfjorden, da ilha de Spitsbergen (ilha aos Ursos), como aliás também na fotografia mais pequena, embora de idade diferente (Colorado, EUA) reconhecem-se toda uma série de eventos geológicos , que ao nível hierárquico dos ciclos sequência que se podem resumir assim: (i) Durante a parte inicial do Pérmico, provavelmente, durante o Kunguriano (entre 258 e 263 Ma), as condições geológicas de baixo nível do mar (nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia), as condições ambientais (planície costeira) e as condições climáticas quentes e secas, permitiram a deposição de um intervalo evaporítico que forma, actualmente, o núcleo de uma estrutura anticlinal complexa, uma vez que ela resulta do encurtamento, relativamente recente de uma antiga antiforma (não confundir uma estrutura antiforma, que é uma estrutura em extensão, com um anticlinal, que é uma estrutura em compressão, isto é, uma estrutura de encurtamento) ; (ii) Uma subida do nível do mar relativo, inundou a antiga planície costeira do subgrupo superior do grupo de cortejo sedimentares de nível baixo (CNB), isto é, do prisma de nível baixo (PNB), no qual o intervalo evaporítico se depositou (o nível do mar relativo é o nível do mar, local, referenciado a qualquer ponto fixo da superfície terrestre, quer ele seja, por exemplo a base dos sedimentos, ou seja, o topo da crusta continental, ou o fundo do mar e que é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático (nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite, e da tectónica, isto é, da subsidência do fundo do mar quando os regimes em extensão são predominantes ou levantamento do fundo do mar, quando os regimes tectónicos compressivos são predominantes) ; (iii) Os limites ciclo sequência, ou sejam, as discordâncias (induzidas por descidas significativas do nível do mar relativo, cuja diferença se idade é entre 0,5 e 3-5 My) não evidentes nesta fotografia ; (iv) Esta ingressão marinha deslocou a linha da costa, em direcção do continente, de várias dezenas, ver mesmo, centenas de quilómetros, criando uma superfície de ravinamento na topografia pré-existente ; (v) O período de estabilidade do nível do mar relativo, que ocorre depois de cada ingressão marinha, permitiu que a linha costa se desloca-se, pouco a pouco, para o mar, à medida que se depositavam (causa ou efeito) sedimentos greso-carbonatados ; (vi) Uma nova subida do nível do mar relativo em aceleração (ingressão marinha maior que a precedente) deslocou outra vez para montante a linha da costa ; (vii) O mar inundou os sedimentos depositados anteriormente desenvolvendo no topo destes uma nova superfície de ravinamento ; (viii) Uma nova fase de estabilidade do nível do mar relativo, permitiu, outra vez, que a linha da costa se desloca-se para o mar, à medida que sedimentos de fácies greso-carbonatada se depositaram, sem contudo ultrapassarem os sedimentos depositados durante o período de estabilidade do nível do mar relativo que seguiu o paraciclo eustático precedente ; (ix) As alternâncias de subidas do nível do mar relativo em aceleração (ingressões marinhas) e de períodos de estabilidade do nível do mar relativo, durante as quais se depositaram regressões sedimentares, continuaram até que as subidas do mar nível do mar relativo começaram a ser em desaceleração, o que induziu a deposição do prisma de nível alto (PNA) ; (x) Colectivamente, as ingressões marinhas cada vez importantes e as regressões sedimentares cada vez mais pequenas criaram a geometria retrogradante do intervalo transgressivo bem visível nesta fotografia (a espessura aumenta em direcção do continente e a fácies torna-se mais carbonatada) ; (xi) A deposição do prisma de nível alto (PNA) terminou com uma descida significativa do nível do mar relativo que pôs, outra vez, o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia, o que produz uma superfície de erosão que termina a deposição do ciclo sequência ; (xii) Os sedimentos foram alargados por um regime tectónico extensivo, induzido pelos movimentos do horizonte salífero (halocinese, σ1 vertical e σ2= σ3), criando estruturas antiformas (σ1, σ2 e σ3 são, respectivamente, os eixos, maior, médio e mais pequeno, do elipsóide dos esforços efectivos, que resultam da combinação da pressão geostática (σg), pressão hidrostática ou pressão dos poros (σp) e do vector tectónico (σv), e que efectivamente deformam os sedimentos) ; (xii) Ulteriormente, toda a série sedimentar foi encurtada, por um regime tectónico compressivo (σ1 horizontal, σ2 horizontal e perpendicular a σ1 e σ3 vertical), que exagerou a geometria das estrutura antiformas salíferas, como ilustrado nesta figuras.
Rególito...................................................................................................................................................................................................................................................................Regolith
Régolithe / Regolito / Régolite / 表岩屑 / Реголит / Régolite /
Termo geral para designar todo o intervalo não consolidado de fragmentos de rochas.
Ver: « Erosão »
&
« Lua »
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« Terra »
Toda a camada sedimentar não consolidada à superfície de um planeta, quer isto dizer, todo o material que cobre, por vezes, a rocha sólida é um rególito. Como na Terra, o solo é um rególito, o rególito lunar ilustrado nesta fotografia, tirada durante a campanha Apolo, é também, por vezes, chamado solo. Sobre este assunto, certos geocientistas consideram que na Terra, o rególito, função dos casos, pode ter diversos componentes: (i) Solo ou Pedólito ; (ii) Aluvião e Cobertura Transportada, incluindo os transportados por processos eólicos, glaciares, marinhos e gravitários ; (iii) Saprólito, que corresponde à rocha alterada, quimicamente, e que não é transportada; o saprólito pode, por sua vez, ser dividido em : a) Saprólito Superior, que é completamente oxidado ; b) Saprólito Inferior, que corresponde à rocha alterada por redução química e c) Saprólito Fracturado, que corresponde ao substrato rochoso alterado unicamente à volta das fracturas ; (iv) Cinzas e Lavas Vulcânica ; (v) Crusta Endurecida, a qual é formada pela cimentação do solo, saprólito e material transportado como argilas, silicatos, óxidos e oxihidróxidos de ferro, carbonatos, sulfatos, e produtos menos comuns, em horizontes resistentes à alteração meteórica e erosão ; (vi) Água Subterrânea e Sais Minerais e finalmente ; (vii) Biota e Componentes Orgânicos Derivados. A espessura do rególito varia de zero (quando o rególito é ausente) a centenas de metros. A formação do rególito pode ser quase instantânea (em termos geológicos), como o rególito produzido pelo depósito de cinzas vulcânicas durante uma erupção ou pode durar centenas de milhões de anos (rególitos Pré-cambrianos são conhecidos em várias partes da Austrália). O rególito é formado, principalmente, por alteração meteórica ou processos biológicos. Muitos depósitos minerais estão hospedados no rególito, como, areias minerais, calcretes (nódulos carbonatados pedogénicos) de urânio, depósitos lateríticos, etc. Quando o rególito contém uma percentagem significativa de componentes biológicos, ele é, geralmente, chamado solo. Na superfície terrestre, a presença de rególito é uma das condições mais importantes para o desenvolvimento da vida. Poucas plantas podem crescer, directamente, sobre ou dentro do substrato rochoso. Sem rególito a bioperfuração é impossível e, assim, muitos animais morreriam por falta de abrigo para se protegerem dos predadores.
Regradação................................................................................................................................................................................................................................Regradation
Régradation / Regradación / Regradation / 再沉积 / Понижение поверхностисуши вследствие эрозии / Regradation /
Formação de um novo perfil de equilíbrio provisório de uma corrente, em geral, um rio, quando o perfil provisório inicial, depois da gradação, foi deformado por movimentos tectónicos ou pelo clima. A gradação dá ao leito da corrente uma inclinação tal que a água é apenas capaz de transportar o material que ela contém.
Ver: « Intervalo Transgressivo »
&
« Progradação »
&
« Retrogradação »
Os rios transportam para o mar quase toda a água que cai sobre os continentes. Eles seguem, em geral, a linha de maior inclinação, uma vez que o seu escoamento obedece à lei da gravidade (duas partículas quaisquer do Universo se atraem por meio de uma força que é directamente proporcional ao produto de suas massa e inversamente proporcional ao quadrado da distância que as separa). Quando em cada ponto do perfil longitudinal de um rio (linha que une as altitudes do seu leito ao longo de todo o seu percurso, partindo da nascente e indo até a foz), este tem uma inclinação de equilíbrio, ou seja, quando o rio nem deposita nem cava o seu leito, de maneira significativa, o que não é o caso nos esquema ilustrado nesta, diz-se que rio atingiu o seu perfil de equilíbrio provisório. Nestas condições, a inclinação do rio, ao longo de todo o seu percurso, permite-lhe, unicamente, evacuar a sua carga. Um tal perfil não é definitivo, uma vez que o rio continua a transportar sedimentos, que são erodidos a montante. Todavia, pode imaginar-se que a partir de um determinado momento, a inclinação do rio é tal, que ela só permite o escoamento da água e, que todo o transporte sedimentar desapareceu. Neste caso, o rio atingiu o que se pode chamar o seu perfil de equilíbrio definitivo ou ideal. Quando uma descida significativa do nível do mar relativo (nível do mar, local, referenciado a qualquer ponto fixo da superfície terrestre, quer ele seja, por exemplo, a base dos sedimentos ou o fundo do mar e que é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático, que é nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite, e da tectónica) ocorre, a desembocadura dos rios é deslocada para jusante, o que rompe o perfil de equilíbrio (provisório) dos rios. Eles serão obrigados cavar os seus leitos (regradação) formando vales cavados até que um novo perfil de equilíbrio provisório, seja alcançado. Neste autotraço de um detalhe de uma linha sísmica do Golfo do México, a depressão da discordância A, corresponde a um vale cavado feito pelo rio para estabelecer um novo perfil de equilíbrio provisório, uma vez que ele tinha sido rompido pela descida relativa do nível do mar responsável da superfície de erosão que enfatiza a discordância (A). Mais tarde, quando o nível do mar começou a subir, por cima dos cones submarinos da bacia (CSB), que se depositaram durante a descida relativa do nível do mar, depositaram-se, em condições geológicas de nível baixo do mar, os cones submarinos de talude (CST) e o prisma de nível baixo (PNB). Os cones submarinos e a maior parte prisma de nível baixo (PNB) não são visíveis neste autotraço. Eles reconhecem-se, facilmente, na linha sísmica original completa. O preenchimento do vale cavado, fez-se durante a fase terminal do depósito do prisma de nível baixo (PNB), o qual é apenas visível nesta tentativa de interpretação (intervalo colorido em violeta, na extremidade Este deste autotraço, imediatamente acima da discordância A). Antes que o nível do mar relativo inunde a planície costeira do ciclo sequência precedente, o vale cavado já estava inundado. Ele é, topograficamente, mais baixo que a última planície costeira do ciclo sequência anterior (quando este é completo). O preenchimento do vale cavado ou inciso termina com a superfície de ravinamento criada pelo 1° paraciclo eustático do intervalo transgressivo (IT) do ciclo-sequência, o qual corresponde a uma ingressão marinha em aceleração (mais importante que a precedente). Esta ingressão marinha, que deslocou, para o continente, a linha da costa, ravina, ligeiramente, a superfície de erosão responsável pela discordância, o que quer dizer que o rebordo do prisma de nível baixo (PNB) está localizado muito mais para Este que esta área. Por outro lado, ela iniciou a formação de uma plataforma que aumentará à medida das novas ingressões marinhas em aceleração. Depois de cada ingressão marinha, há um período de estabilidade do nível do mar relativo, durante o qual a linha da costa se desloca de novo para o mar, à medida que os sedimentos se depositam criando uma regressão sedimentar que caracteriza o que em estratigrafia sequencial se chama um paraciclo sequencial, uma vez que ele limitado, superiormente, por uma nova superfície de inundação (nova ingressão marinha mais importante que a precedente) e não por uma descida do nível do mar relativo, ou seja, por uma discordância. Note que uma ingressão marinha, raramente é simples, quer isto dizer formada por um único paraciclo sequência, Em geral elas são composta, isto é, induzidas por uma sucessão de subidas do nível do mar relativo, as quais podem se em aceleração ou em desaceleração.
Regressão Marinha...................................................................................................................................................................Marine Regression
Régression (marine) / Regresión marina / Meerregrassion / 海洋回归/海退 / Морская регрессия / Regressione Marine /
Descida do nível do mar (relativo ou absoluto) e deslocação da linha da costa para o mar, mas não dos depósitos costeiros. Ao nível de um ciclo-sequência, o deslocamento para o mar dos depósitos costeiros, o que implica, igualmente, o deslocamento da linha da costa, enfatiza uma regressão sedimentar, que ocorre durante o período de estabilidade do nível do mar relativo depois de uma ingressão marinha ou seja depois da subida do nível do mar relativo que criou o espaço disponível para que os sedimentos se depositem.
Ver: « Cortejo de Nível Alto (do mar) »
&
« Progradação »
&
« Transgressão »
Como se pode constatar nesta figura, Antoine Laurent Lavoisier (1743/1794) foi um dos primeiros cientistas a tentar compreender o mecanismo das transgressões e regressões marinhas. Na bacia geográfica de Paris que não é uma bacia sedimentar, mas uma plataforma deformada, Lavoisier associou os deslocamentos da linha da costa e dos depósitos costeiros com as variações do nível do mar. Ele interpretou o deslocamento para o mar dos depósitos costeiros (regressão sedimentar) como a consequência de uma descida do nível do mar e o deslocamento para montante (transgressão sedimentar) como criado por uma subida do nível marinho, o que, basicamente, está errado. Actualmente, sabe-se que o nível do mar pode ser absoluto ou eustático e relativo. O nível do mar absoluto ou eustático é o nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite, enquanto que o nível do mar relativo é o nível do mar, local, referenciado a qualquer ponto da superfície terrestre, quer ele seja, por exemplo a base dos sedimentos (topo da crusta continental) ou o fundo do mar e que é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático e da tectónica (subsidência do fundo do mar quando os regimes tectónicos em extensão são predominantes ou levantamento do fundo do mar, quando os regimes tectónicos compressivos são predominantes. Por outro lado, hoje em dia, todos os geocientistas sabem, ou devem saber, que as variações do nível do mar absoluto ou eustático são induzidas pela : (i) Tectonicoeustasia que é controlada pela variação do volume das bacias oceânicas em associação com alastramento oceânico no seguimento da ruptura dos supercontinentes ; (ii) Glacioeustasia, que é controlada pela variação de volume de água dos oceanos função da quantidade de gelo das calotas glaciárias, mares ou plataformas de gelo e dos glaciares (assumindo que a quantidade de água sob todas as suas formas é constante desde a formação da Terra, há cerca de 4,5 Ga) ; (iii) Geoidaleustasia que é controlada pela distribuição da água dos oceanos causada pelas variações do campo da gravidade terrestre (onde a gravidade é mais forte que o valor normal, o nível do mar é atirado para o centro da Terra) e (iv) Aumento estérico do nível do mar ou dilatação térmica dos oceanos, que é controlo pelo aumento da temperatura dos oceanos ( se a temperatura aumenta, a densidade da água diminui e, para uma massa constante, o volume aumenta). Igualmente, também, se sabe-se que ao nível hierárquico de um ciclo sequência, o prisma de nível alto do mar (PNA), está associado a uma subida do nível do mar relativo, em desaceleração, enquanto que o intervalo transgressivo (IT) está associado a uma subida do nível do mar relativo, mas em aceleração. No primeiro caso as ingressões marinhas são cada vez mais importantes e as regressões sedimentares, por elas induzidas, cada vez mais pequenas. No segundo caso, as ingressões marinhas são cada vez mais pequenas e as regressões sedimentares cada vez maiores. Assim, pode dizer-se, que para haver deposição (cones submarinos excluídos) tem sempre que haver um aumento do espaço disponível para os sedimentos e que, dentro de um ciclo sequência, um deslocamento para o mar da linha da costa ou dos depósitos costeiros não implica uma descida do nível do mar relativo. Quando um geocientista fala de “Regressão Cretácica”, é óbvio que ele está a referir-se à subida do nível do mar absoluto ou eustático induzida pela dispersão dos continentes resultantes da fracturação do supercontinente Pangeia. Todavia, quando ele se refere ao intervalo transgressivo de um ciclo sequência, ele está referir-se a subida do nível do mar relativo. A curva das variações do nível do mar pode ser considerada à curta duração, longa duração e longa duração aplanada. A primeira mostra as variações do nível do mar relativo, enquanto que as outras sublinham, sobretudo as variações do nível do mar absoluto. Ao nível dos ciclos sequência (curva eustática a curto prazo ou de curta duração) é necessário entrar, também, em linha de conta com o acarreio sedimentar. Se o aporte terrígeno for pequeno, a linha da costa e os depósitos costeiros deslocam-se para o continente, qualquer que seja a taxa de subida do nível do mar relativo (mesmo quando o nível relativo do mar é estável). Ao contrário, se o acarreio sedimentar for muito grande, a linha da costa e os depósitos costeiros deslocar-se-ão para o mar qualquer que seja a variação do nível do mar relativo (mesmo durante uma subida). Se o acarreio sedimentar balancear as subidas do nível do mar relativo, a linha da costa e os depósitos costeiros nem progradam nem retrogradam (recuo aparente para a terra), eles agradam verticalmente e a linha da costa é estacionária. Em conclusão, esqueça o termo regressão marinha, e utilize a expressão descida do nível do mar, que ele, seja absoluto ou relativo e, assim evitará mal entendidos.
Regressão Forçada.......................................................................................................................................................................Forced Regression
Régression forcée / Regresión forzada / Erzwungene Regression / 被迫海退 / Вынужденная регрессия / Regressione forzata /
Deslocamento da linha da costa para o mar dentro de um ciclo-sequência, quando o nível do mar relativo desce e quando a posição do limite superior do ciclo sequência, é difícil de localizar. Desde alguns anos para cá, há um debate importante no que diz respeito a posição do limite superior do ciclo sequência nas transições dos ambientes marinhos para não-marinhos.
Ver: « Descida Do Nível do Mar Relativo »
&
« Limite do Ciclo Sequência »
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« Regressão Marinha »
Dentro do ciclo estratigráfico dito ciclo sequência, que é induzido por um ciclo eustático de 3a ordem, cuja duração varia entre 0,5 e 3-5 My, Hunter e Tucker (1992) meteram em evidência a importância da arquitectura dos depósitos costeiros depositados durante uma descida do nível do mar relativo (nível do mar, local, referenciado a qualquer ponto fixo da superfície terrestre, quer ele seja, por exemplo a base dos sedimentos ou o fundo do mar e que é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite, e da subsidência, quando os regimes em extensão são predominantes, ou do levantamento, quando os regimes tectónicos compressivos são predominantes). Este tipo de depósitos foi, originalmente, tomado em linha de conta na estratigrafia sequencial, em associação com discordâncias de tipo II, como prismas de bordadura da bacia ou cortejos sedimentares descendentes. Todavia, a diferenciação entre as discordância tipo I (descida do nível do mar relativo, que o pôs mais baixo o nível do mar do que o rebordo da bacia) e do tipo II (descida do nível do mar relativo mas que não pôs o nível do mar mais baixo que o rebordo da bacia) não é relevante. Certos geocientistas começaram a falar de regressões forçadas induzidas pelo movimento da linha da costa para o mar no seguimento de uma descida do nível do mar relativo. Para Catuneanu (2002), as regressões forçadas elas ocorrem durante as fases de descida do nível de base de deposição, quando o litoral é forçado a progradar devido a uma descida do nível do mar relativo, independentemente, do acarreio sedimentar, o que desencadeia erosão, tanto nos ambientes não marinhos como nos ambientes de água pouco profundas. Isto quer dizer que a incisão fluvial é acompanhada pela progradação de depósitos costeiros. Certos geocientistas incluíram as regressões forçadas num cortejo sedimentar próprio, que eles chamaram "Cunha de sistemas de regressão forçada". O reconhecimento de um tal cortejo levanta uma questão muito importante: Onde é que se deve marcar o limite do ciclo sequência? Debaixo ou acima de tais depósitos costeiros? Para alguns geocientistas, o limite do ciclo sequência deve ser colocado debaixo dos depósitos de regressão forçada, enquanto que para outros, ele deve ser colocado por cima. Sobre este problema Miall (1977) diz que, teoricamente, o limite superior do ciclo sequência é fácil de reconhecer nos ambiente não marinhos, onde é representado por uma discordância de erosão, todavia, mesmo neste caso, é difícil de o distinguir das outras superfícies de erosão, como a criada por incisão autogénica* de um canal, por exemplo. Admitindo que num sistema regressivo forçado, o problema é de localizar o limite superior do ciclo sequência. Foi sugerido que um tal limite representaria o começo da descida do nível do mar relativo. Certos geocientistas propuseram que ele deveria ser colocado debaixo dos depósitos formados durante a fase de descida. Contudo esta solução tem um problema: um tal limite, que pode ser, localmente, concordante, é truncado pela superfície regressiva da erosão marinha formada durante a fase de descida e assim associado ao ciclo sequência sobrejacente que é composto por uma espessura importante dos depósitos regressivos da praia baixa formados durante a fase de descida. Isto quer dizer, que a discordância subaérea começa no princípio da fase de descida, mas a erosão e incisão continuam até ao fim da fase de descida do nível do mar. Actualmente, muito geocientistas consideram que depois da descida significativa do nível do mar relativo que induziu a discordância que inicia um novo ciclo sequência se depositou: (i) O grupo de cortejos de nível baixo (CNB), dentro do qual se podem individualizar os cones submarinos (CSB e CST) e o prisma de nível baixo (PNB), cuja geometria é basicamente progradante (regressões sedimentares normais) : (ii) O grupo de cortejos de nível alto (CNA) dentro do qual se podem pôr em evidência e debaixo para cima : a) Cortejo transgressivo (IT), de geometria retrogradante (conjunto de regressões sedimentares cada vez mais pequenas) ; b) Prisma de nível alto (PNA), de geometria progradante (regressões sedimentares cada vez mais pequenas) e c) Regressão forçada (RF) de geometria fortemente progradante (regressões sedimentares descendentes), antes que a descida do nível do mar relativo se acentue e ponha, nitidamente, o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia.
(*) O termo autogénica, literalmente, significa "auto-formação", assim uma incisão fluvial autogénica, por exemplo, significa uma incisão feita pelo próprio rio.
Reino Animal......................................................................................................................................................................................................................................Animalia
Animal (règne) / Reino animal / Tierreich, Animal Kingdom / 动物界 / Животное царство / Regni animale /
A mais alta classificação dos organismos vivos (em contraste com as plantas, fungos e outros), que engloba todos os animais. O Reino Animal também chamado Metazoa não contém os procariotas (Reino Monera) e os protistas (Reino Protista, que inclui os organismos eucarióticos unicelulares). Todos os membros do Reino Animal são multicelulares e heterotróficos, isto é, dependentes directa ou indirectamente de outros organismos para a sua alimentação.
Ver: " Eucariota "
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" Protocariota "
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" Fanerozóico "
O reino animal é um dos cinco reinos taxonómicos dos seres vivos. Os outros são : Fungos (ou Micota, um táxon que agrupa os cogumelos) ; Monera (inclui muitos organismos com uma organização celular pró-carióta, isto é, sem núcleo) ; Protistas (protozoários com afinidades animais, protozoários com afinidades vegetais e micetozoários que têm afinidades com os cogumelos) e Plantas. Por definição, como um animal não pode gerar os seus próprios alimentos ele é dependente das plantas ou de outros animais para o seu sustento. O reino animal, também chamado Metazoa, é formado por organismos multicelulares eucarióticos. O plano corporal dos animais, eventualmente, torna-se fixo à medida que eles se desenvolvem, embora alguns deles passem por um processo de metamorfose tardio. A maioria dos animais são móveis, o que significa que eles podem mover-se, espontaneamente, e de forma independente. Por outro lado, como dito anteriormente, todos os animais são heterotróficos, quer isto dizer, que eles devem ingerir outros organismos para se alimentarem, mas adaptam-se com facilidade às mudanças que se produzem no seu ambiente. Muitos dos conhecidos filos animais apareceram nos registos fósseis como espécies marinhas durante a explosão Câmbrica cerca de 540 milhões de anos atrás. Os animais podem classificar-se em : (i) Vertebrados e (ii) Invertebrados. Os primeiros, que são caracterizados por terem um esqueleto interno, que suporta o corpo e permite o movimento, subdividem-se em 5 grupos : (a) Mamíferos ; (b) Aves ; (c) Peixes ; (d) Anfíbios e (e) Répteis. Os invertebrados, que são os mais numerosos, carecem de coluna vertebral e de esqueleto interno articulado, mas a maioria deles têm uma protecção externa, classificam-se em vários grupos entre os quais : 1) Artrópodes ; 2) Moluscos ; 3) Vermes ; 4) Equinodermes ; 5) Medusas ; 6) Esponjas, etc. Existem cerca de 36 filos no reino animal.
Relação Geométrica (de base e da base).........................................................................................................Baselap, Bedform
Relation géométrique (de base ou de la base) / Relación geométrica (de base o de la base) / Geometrischen Beziehung (Basis-oder Grund) /几何关系(基地)/ Геометрическое соотношение (базовое) / Relazione geometrica (base o di base) /
Uma das relações geométricas que descreve as terminações dos estratos ou reflexões sísmicas ao longo da discordância inferior de um ciclo-sequência (ciclo estratigráfico induzido por um ciclo eustático de 3a ordem, cuja duração varia entre 0,5 e 3-5 My). As relações geométricas na base são as alterações de uma camada horizontal criadas pelo escoamento (marcadas de ondulação, dunas, etc.) e associadas com o movimento dos grãos sedimentares.
Ver: « Ciclo Estratigráfico »
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« Configuração dos Estratos »
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« Estratigrafia Sequencial »
Sem entrar em discussões semânticas sobre a melhor tradução em português do termo "Baseforms", que os geocientistas da EPR (“Exploration Production Research” da Exxon) utilizaram no início da Estratigrafia Sequencial (fim dos anos 70), o que é fundamental é que a identificação e cartografia das relações geométricas e terminações dos reflectores (nas linhas sísmicas ) ou dos estratos (no campo), permite avançar várias conjecturas sobre a geologia e estratigráfica das bacias sedimentares. As relações geométricas da base ("baselaps"), isto é, os biséis de agradação (relação geométrica entre estratos ou reflectores sísmicos inicialmente horizontais, que terminam contra uma superfície inclinada) e os biséis de progradação (relação geométrica associada ao limite inferior de um ciclo estratigráfico na qual os estratos, ou os reflectores sísmicos, originalmente inclinados terminam, a jusante, contra estratos originalmente horizontais ou menos inclinados), não devem ser confundidas com as relações encontradas, por vezes, na base das camadas "bedforms". Nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de um detalhe de uma linha sísmica do onshore dos Estados Unidos (Texas), feita ao nível hierárquico dos ciclos estratigráficos ditos ciclos sequência (intervalos estratigráficos básicos depositados durante ciclos eustáticos de 3a ordem, cuja duração varia entre 0,5 My e 35 My), entre outras coisas, pode dizer-se que: (i) Entre 2 segundos (tempo duplo ou t.w.t) e a base do intervalo evaporítico (enfatizado em violeta e, localmente, representado pelas suturas salíferas associadas sublinhas por círculos brancos), as superfícies de erosão induzidas por descidas do nível do mar relativo (nível do mar, local, referenciado a qualquer ponto fixo da superfície terrestre, quer ele seja, por exemplo a base dos sedimentos ou o fundo do mar e que é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite, e da subsidência do fundo do mar, quando os regimes em extensão são predominantes, ou do levantamento do fundo do mar, quando os regimes tectónicos compressivos são predominantes) que puseram o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia, permitem identificar as discordância que limitam ciclos sequência considerados ; (ii) Alguns destes ciclos estão incompletos e são representados, apenas, pelo grupo de cortejos sedimentares depositados em condições geológicas de alto nível (intervalo transgressivo IT e prisma de nível alto PNA) ; (iii) Outros ciclos sequência têm um prisma de nível baixo (PNB) bem desenvolvido, mas os cones submarinos de bacia (CSB) e os cones submarinos de talude (CST), estão quase sempre ausentes ; (iv) O rebordo da bacia, que é, coincidente com o rebordo continental quando bacia tem uma plataforma continental (excepto durante a 2a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto), deslocou-se para o mar, isto é, globalmente para Oeste ; (v) Unicamente durante os intervalos transgressivos (IT) e durante a 1a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto (quando a bacia ainda tem uma plataforma) é que a linha da costa se desloca para Este, quer isto dizer, para o continente ; (vi) A halocinese (tectónica do sal, σ
1 vertical e σ2= σ3, sem vector tectónico σt=0 ) criou na base do horizonte salífero uma desarmonia tectónica que, localmente, pode coincidir com uma discordância ; (vii) Acima da desarmonia tectónica, que muitas vezes, coincide com uma sutura salífera (quando todo o sal foi, lateralmente, evacuado, os sedimentos (sal incluído) estão alargados de maneira significativa, o que não é o caso dos sedimentos subjacente ao horizonte salífero ; (viii) Unicamente os subgrupos de cortejos sedimentares dos prisma de nível baixo (PNB), prisma de nível alto (PNA) e do intervalo transgressivo (IT), depositados em associação com paraciclos eustáticos (uma subida e estabilização do nível do mar relativo, seguida por outra subida do nível do mar relativo, sem que nenhuma descida significante do nível do mar relativo ocorra), se puderam pôr em evidência (raramente um único cortejo sedimentar se deposita durante um paraciclo eustático ou dito de outra maneira, raramente um paraciclo sequência é composto por um único cortejo sedimentar, sobretudo nos dados sísmicos). (*) Os paraciclos eustáticos são, provavelmente, induzidos pelos ciclos orbitais de Milankovitch, os quais controlam a energia solar recebida pela superfície da Terra. As variações climáticas induzem mudanças da quantidade de água nas bacias oceânicas. Os ciclos orbitais de Milankovitch têm durações de 19 k, de 23 k, de 41 k e de 100 k anos) ou dito de outra maneira, raramente um paraciclo sequência é composto por um único cortejo sedimentar).
Relação Geométrica (estratigrafia sequencial)..............................................................Geometric Relationship
Relation géométrique / Relación geométrica (estratigrafía secuencial) / Geometrischen Beziehung / 几何关系(层序地层学)/ Геометрическое соотношение (стратиграфия) / Relazione geometrica /
Uma das muitas configurações geométricas originais dos estratos, ou reflectores, dentro de uma unidade estratigráfica ao momento do depósito e, independentemente, das deformações tectónicas posteriores à deposição. A cartografia das superfícies definidas pelas relações geométricas (terminações dos estratos ou dos reflectores sísmicos) é um dos dados mais importantes da Estratigrafia Sequencial.
Ver: « Configuração dos Estratos »
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« Cronostratigrafia »
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« Relação Geométrica (reflectores, estratos) »
Um ciclo-sequência deposita-se em associação com um ciclo eustático de 3a ordem, cuja duração varia entre 0.5 My e 3/5 My. Um ciclo sequência é limitado entre duas discordâncias, isto é, entre duas superfícies de erosão ou entre as respectivas paraconformidades correlativas, em água profunda. Assim, obviamente, a diferença de idade entre a discordância inferior e superior não pode ser superior a 3/5 My. Quando um ciclo sequência está completo, de baixo para cima reconhecem-se dois grupos de cortejos sedimentares: (i) Grupo de cortejos de nível baixo (CNB), no existem três subgrupos de cortejos que de baixo para cima são: a) Cones submarinos de Bacia (CSB) ; b) Cones submarinos de talude (CST) e c) Prisma de nível baixo (PNB) ; (ii) Grupo de cortejos de nível alto (CNA) no qual podem existir três subgrupos, que de baixo para cima são: a) Intervalo transgressivo (IT) ; b) Prisma de nível alto (PNA) e, em certos casos c) Regressão Forçada (RF). Neste esquema estão ilustrados dois ciclos sequência incompletos. No ciclo inferior, as relações geométricas entre os reflectores ou estratos (no campo) permitem de reconhecer : (i) O intervalo transgressivo (IT), colorido em verde, durante o qual a linha da costa, globalmente, se desloca para o continente (ela retrograda em direcção do continente entre dois paraciclos eustáticos consecutivos), mas o rebordo da bacia, que neste caso coincide com o rebordo continental, fica fixo e (ii) O prisma de nível alto (PNA) sobrejacente, colorido em castanho claro, durante o qual as progradações fossilizam pouco a pouco a plataforma continental, à medida que a linha da costa se deslocava para o mar. Numa 1a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto (PNA) , quando a linha da costa está individualizada do rebordo da bacia, a bacia tem plataforma continental, todavia na 2a fase (não presente neste esquema), a bacia não tem plataforma e a linha da costa coincide, mais ou menos, com o rebordo continental que é, também, rebordo da bacia. O ciclo-sequência inferior termina com uma descida significativa do nível do mar relativa, que deslocou para a bacia, e para baixo, a linha da costa, produzindo uma superfície de erosão (discordância), ao longo da qual se podem desenvolver vales cavados e canhões submarinos. No ciclo-sequência superior, as relações geométricas entre os reflectores permitem identificar de baixo para cima: (a) Os cones submarinos de bacia (CSB), coloridos em amarelo, que se depositaram durante a descida do nível mar relativo (nível do mar, local, referenciado a qualquer ponto fixo da superfície terrestre, quer ele seja, por exemplo a base dos sedimentos ou o fundo do mar e que é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático*, que é o nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite, e da subsidência, quando os regimes em extensão são predominantes, ou do levantamento, quando os regimes tectónicos compressivos são predominantes) que criou a discordância; (b) Os cones submarinos de talude (coloridos em cinzento) com os seus diques marginais naturais turbidíticos e biséis superiores ascendentes (biséis superiores inclinados para montante, direcção oposta à corrente, que, em geral, são associados aos depósitos turbidíticos do talude e, particularmente, aos depósitos de transbordo ou seja, aos diques marginais naturais turbidíticos “asas de gaivota”) ; (c) O prisma de nível baixo (PNB),colorido em violeta claro) que se caracteriza por uma geometria progradante bem marcada e que fossiliza o preenchimento dos canhões ; (d) O preenchimento de um canhão submarino, que se faz durante o depósito do prisma de nível baixo inferior ; (e) O preenchimento de um vale cavado que se efectuou durante o depósito do prisma de nível baixo inferior ; (f) Os depósitos de deslizamento associados com as instabilidades do rebordo continental do prisma do nível baixo superior e (g) O início do intervalo transgressivo (IT), colorido em verde), que sublinha a 1a superfície de inundação da planície costeira do prisma de nível baixo e da discordância.
(*) O nível do mar absoluto ou eustático é função da : (i) Tectonicoeustasia que é controlada pela variação do volume das bacias oceânicas em associação com alastramento oceânico no seguimento da ruptura dos supercontinentes ; (ii) Glacioeustasia, que é controlada pela variação de volume de água dos oceanos função da quantidade de gelo (assumindo que a quantidade de água sob todas as suas formas é constante desde a formação da Terra, há cerca de 4,5 Ga) ; (iii) Geoidaleustasia que é controlada pela distribuição da água dos oceanos causada pelas variações do campo da gravidade terrestre (onde a gravidade é mais forte que o valor normal, o nível do mar é atirado para o centro da Terra) e (iv) Aumento estérico do nível do mar ou dilatação térmica dos oceanos, que é controlo pelo aumento da temperatura dos oceanos ( se a temperatura aumenta, a densidade da água diminui e, para uma massa constante, o volume aumenta).
Relação Geométrica (reflector, estrato)...................................................................................Geometric Relationship
Relation géométrique / Relación geométrica (reflector, estrato) / Geometrischen Beziehung (Reflektor oder Stratum) / 几何关系(反射层或地层) / Геометрическое соотношение (отражателя или слоя) / Relazione geometrica (riflettore o strato) /
Uma das configurações geométricas dos estratos ou dos reflectores dentro de uma unidade estratigráfica. A geometria sedimentar traduz os processos de depósito e deformações posteriores à deposição. É importante distinguir a geometria sedimentar da geometria das terminação dos estratos. A primeira permite uma predição dos ambientes sedimentares, enquanto que a segunda permite a identificação as discordâncias. Igualmente, é importante diferenciar as relações geométricas originais (momento do depósito) das relações deformadas pela tectónica.
Ver:« Configuração dos Estratos »
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« Cronostratigrafia »
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« Estratigrafia Sequencial »
Neste esquema estão ilustradas as principais relações geométricas que se podem encontrar num ciclo estratigráfico, quer numa linha sísmica quer no campo. Num ciclo sequência, que é induzido por um ciclo eustático de 3a ordem, isto é, que têm uma duração entre 500 ky e 3/5 My, a diferença de idade entre as descidas do nível do mar relativo, obviamente, não pode ser superior a 3/5 My. Note que o nível do mar relativo é o nível do mar global, local, referenciado a qualquer ponto da superfície terrestre, quer ele seja, por exemplo a base dos sedimentos (topo da crusta continental) ou o fundo do mar e que é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático (nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite) e da subsidência do fundo do mar, quando os regimes em extensão são predominantes, ou do levantamento do fundo do mar, quando os regimes tectónicos compressivos são predominantes). Por outras palavras, para considerar um ciclo estratigráfico como um ciclo-sequência a diferença de idade entre as discordâncias ou as paraconformidades correlativas, em água profunda, que o limita, não pode ser superior a 3/5 My. As discordâncias, que, geralmente, não são sublinhadas por uma reflexão sísmica, podem pôr-se em evidência pelas superfícies sísmicas definidas pelas terminações dos reflectores (ou camadas). No esquema ilustrado nesta figura, como as idades das discordâncias que limitam o intervalo sedimentar enfatizado pelas linhas cronostratigráficas (linha em branco), que podem corresponder a planos de estratificação (campo) ou a interfaces sísmicas (intervalos sedimentares cuja espessura é condicionada pela resolução das linhas sísmicas), não são conhecidas é preferível considerar este intervalo, simplesmente, como um ciclo estratigráfico. De qualquer maneira, diferentes relações geométricas entre as linhas cronostratigráficas se podem individualizar: (i) Biséis de Agradação, que exprimem a relação geométrica entre estratos (ou reflectores sísmicos), inicialmente, horizontais, que terminam contra uma superfície inclinada, ou que exprimem a relação entre estratos, inicialmente, inclinados, que terminam contra uma superfície, inicialmente, mais inclinada ; (ii) Biséis de Progradação, que exprimem a relação entre estratos ou os reflectores, originalmente, inclinados, que terminam, a jusante, contra estratos ou reflectores, originalmente, horizontais ou menos inclinados e (iii) Biséis Somitais ou Superiores, os quais exprimem a relação entre estratos, ou reflectores sísmicos, contra uma superfície sobrejacente. Diferentes tipos de biséis de agradação podem ser considerados: (a) Biséis de Agradação Costeiros ; (b) Biséis de Agradação Distantes ; (c) Biséis de Agradação Próximos ; (d) Biséis de Agradação Marinhos, (e) Biséis de Agradação Verdadeiros, quando observados paralelamente ao declive de deposição, que, geralmente, corresponde à direcção do acarreio sedimentar. etc. Existem, igualmente, vários tipos de biséis de progradação: a) Bisel de progradação de bacia, que é localizado a jusante do rebordo da bacia e, particularmente, além da base do talude continental ; b) Bisel de progradação distal, que é na direcção do acarreio sedimentar regional (localmente, e em particular nos depósitos de transbordo, os biséis de progradação não são distais visto que se orientam, em geral, perpendicularmente, à direcção do acarreio sedimentar regional) ; c) Bisel de progradação falso, que é uma terminação tangencial dos estratos (ou reflectores sísmicos) para jusante, quer isto dizer, que eles se horizontalizam e continuam como unidades estratigráficas independentes que, muitas vezes, são tão finas que não são captadas pela capacidade de resolução do método sísmico ; c) Bisel de progradação de plataforma, que é o bisel de progradação numa plataforma continental que, em geral, sublinha um talude deltaico localizado a jusante da ruptura costeira da inclinação da superfície de deposição. Os biséis somitais, que podem ser desenvolvido por erosão (truncatura) ou por períodos sem depósito, podem ser: 1) Costeiros ; 2) Marinhos e 3) Não-marinhos. Dentro de um determinado intervalo a progradação para o mar da linha da costa pode ser marcada por linhas cronostratigráficas sigmóides (progradações (*)), o que quer dizer, que houve uma agradação sedimentar significa (superior à resolução sísmica) ou linhas oblíquas quando não há evidência de agradação. Na tentativa de interpretação geológica de um autotraço de um detalhe de uma linha sísmica regional do Mar do Norte, ilustrada nesta figura, que foi feita ao nível hierárquico dos subciclos de invasão continental (ciclos eustáticos de 2a ordem, cuja duração varia entre 50 My e 3/5 My) estão sublinhadas as terminações dos reflectores que permitem definir as principais superfícies sísmicas (discordâncias e superfícies de base das progradações).
(*) Uma progradação é uma das linhas cronostratigráficas que indicam um deslocamento para o mar da ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição. Ela pode ser sigmóide, quando a há uma agradação significativa, ou oblíqua quando não há agradação. Função da geometria la linhas cronostratigráficas, podem considera-se progradações oblíquas tangenciais, oblíquas deitadas (em telhado de ripas), etc.
Relação de Intersecção..........................................................................................................................Crosscutting Relationships
Relation d'intersection / Relación de intersección / Crosscutting Beziehung / 横切关系 / Теория поперечного разреза / Relazione Intersecanti /
Descontinuidades geológicas que sugerem idades relativas. Um acontecimento geológico é mais jovem do que o acontecimento que o corta. Com efeito, uma falha que recorta uma rocha é mais jovem que a rocha.
Ver : « Acontecimento (geológico) »
&
« Falha »
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« Mapa Geológico »
Um dos erros mais frequentes dos geocientistas, que trabalham nas companhias petrolífera, é que eles, muitas vezes, esquecem a topografia quando determinam a idade relativa das falhas pelo método das relações de intersecção. Uma grande parte das armadilha perfuradas pelas companhias petrolíferas são armadilhas morfológicas por justaposição e não armadilhas estruturais. Nas armadilhas morfológicas por justaposição, a rocha-reservatório, localizada num bloco falhado (em geral no bloco superior) é posta em justaposição com uma rocha de cobertura (lateral) do bloco falhado oposto, devido ao movimento relativo dos dois blocos ao longo do plano de falha. A idade da armadilha corresponde a idade da falha ou da sua reactivação. Uma armadilha só tem interesse se a sua idade for mais antiga do que a idade da migração dos hidrocarbonetos (não se pode acumular petróleo numa armadilha que não existe). Assim, a determinação da idade (relativa) da falha, cujo movimento cria uma armadilha, é crucial para a pesquiza. Num bloco diagrama sem topografia (como o ilustrado em C, na figura acima), quer isto dizer numa área (carta geológica) com uma topografia plana, é a falha mais jovem (quer ela seja normal ou inversa), que desloca a mais antiga. Desde que exista uma topografia relativamente acentuada, o que é o caso na maioria das cartas geológicas e sísmicas em isócronas (linhas tempo), é a falha mais recente que é, aparentemente, deslocada pela falha mais antiga (não esqueça que não existem falhas normais verticais). No exemplo ilustrado acima, durante a fase 1 (Cretácico) formou-se um falha normal de direcção N 45° (azimute), que inclina para N 135°. Ela produziu um afundamento importante do bloco inferior. Durante o Miocénico (fase 2), um outro regime tectónico em extensão criou uma falha normal de direcção N 310° e inclinação N 220°. Esta falha produziu também um afundamento do bloco inferior importante. No mapa da superfície do bloco diagrama (sem erosão, em D) é aparentemente a falha recente que é deslocada pela falha antiga, o que não é o caso quando a topografia é plana (C).
Remoção (turbiditos)...............................................................................................................................................................................................Flow Stripping
Rémotion (courants turbiditiques) / Remoción (corrientes turbidíticas) / Remotion (Trübeströme) / 流剥离(浊流) / Поток взвешенных наносов / Remotion (correnti di torbidità) /
Perda, por transbordo, de uma parte da corrente turbidítica, quando esta é muito alta em relação à profundidade da depressão (ou canal), ao longo da qual ela se escoa e, em particular, quando a depressão é, mais ou menos, sinuosa.
Ver : « Ciclo-Sequência »
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« Cone Submarino de Talude »
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« Corrente de Turbidez »
A remoção (ou escoamento desviado) de uma corrente de turbidítica (corrente de densidade devido a uma grande quantidade de matéria mantida em suspensão por fenómenos turbulentos, que torna a água muito turva) ocorre quando a altura da corrente é superior a profundidade do canal ou da depressão (localizada entre os diques marginais naturais) ao longo da qual ela se escoa. É aspecto importante a ser lembrado sobre as correntes turbidíticas que quando que elas são mais espessas do que o cana ou depressão que as confina. Na realidade, à medida que uma corrente turbidítica aprofunda o canal ou a depressão onde ela se escoa e se aproxima de uma curva, a parte inferior do fluxo, que tem o material mais grosso, continuará ao longo do eixo, mas a parte superior, normalmente, mais lamacenta, do fluxo é mais alta do que este confinamento e transborda o canal. Isto é, frequente, quando a geometria do leito ao longo do qual o escoamento se faz não é rectilínea. Nós utilizamos o termo canal quando o escoamento se faz num leito que foi erodido (cavado) pela própria corrente e que está mais baixo do que o fundo do mar adjacente. Todavia, na maior parte dos casos não há erosão. As correntes escoam-se ao longo de declives homogéneos, mas, pouco a pouco, devido ao depósito de lóbulos laterais ou diques marginais naturais turbidíticos, elas criam um leito por agradação lateral. Neste caso, o termo depressão relativa ou, simplesmente, depressão é preferível. Nos sítios em que uma corrente de turbidez, rica em material arenoso, é, parcialmente, desviada por remoção, formam-se lóbulos turbidíticos e diques marginais naturais secundários, como ilustrado no esquema desta figura. A corrente principal, que se escoa no leito original, pode perder muito da sua energia e começar a depositar rapidamente. Nas correntes argilosas de grande altura, o progressivo transbordo do material lamacento causa menos perdas (material e energia) na corrente principal. As dimensões e a relação areia / lama de uma corrente de turbidez controlam, em grande parte, a morfologia e a extensão dos cones submarinos. Numa depressão com uma grande curvatura, como ilustrado nesta figura, o escoamento divide-se em duas partes devido a inabilidade que ela tem de atravessar o leito. Nos escoamentos gravitários em desaceleração, pode produzir-se galgamento (saltar por cima como os galgos), o que implica uma deposição do material transportado quase, imediatamente, à volta do leito. Em contraste, o transbordo (ou sobrederrame) pode ocorrer, uma vez que o escoamento se torna estável, o que produz a formação de um gradiente dinâmico acima e aos lados do escoamento. Isto causa um contínuo transporte dos sedimentos para cima e por cima dos diques marginais naturais turbidíticos o que aumenta, fortemente, a taxa de agradação (aumento da elevação da terra, quer em onshore ou em offshore, devido à deposição de sedimentos). Tudo isto se aplica às corrente turbidíticas, independentemente, do contexto geológico da bacia. Todavia, uma corrente turbidítica não se inicia sem haver qualquer mecanismo exógeno (descida relativa do nível do mar, abalos sísmicos, deslizamentos de terras, cheias dos rios, etc.), que faça com que uma grande quantidade de sedimentos entre em suspensão, quer o contexto geológico no qual se formam as correntes turbidíticas seja de baixo nível do mar (nível do mar relativo* mais baixo do que o rebordo da bacia, como sugerido no modelo de Vail, ou de nível alto do mar (quando o nível do mar cobre o rebordo da bacia) como sugerido por Mutti. Dentro de um ciclo sequência, o rebordo da bacia é o rebordo continental quando a bacia tem uma plataforma continental assim como durante a 2a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto (quando a linha da costa é praticamente coincidente com o rebordo continental coincide, enquanto quando a bacia não tem plataforma continental (excepção o feita durante a 2a fase do prisma de nível alto), o rebordo da bacia é, em geral, o último rebordo bacia do ciclo sequência precedente, se este está completo). O rebordo continental é a ruptura do fundo do mar que enfatiza o topo do talude continental. Quando a bacia não tem plataforma, o rebordo continental corresponde ao limite externo da planície costeira (mais ou menos, a linha da costa). Quando a bacia te uma plataforma, ele corresponde ao limite externo da plataforma continental.
(*) Nível do mar, local, referenciado a qualquer ponto fixo da superfície terrestre, quer ele seja, por exemplo a base dos sedimentos ou o fundo do mar e que é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite, e da subsidência, quando os regimes em extensão são predominantes, ou do levantamento, quando os regimes tectónicos compressivos são predominantes.