Hadal.......................................................................................................................................................................................................................................................................................Hadal
Hadal / Hadal / Hadal (Bathymetrie) / 超深渊(水深) / Глубоководный / Adale /
Zona dos ambientes oceânicos profundos, especificamente o das fossas oceânicas, quer isto dizer, as áreas com uma profundidade de água superior a 6000 metros.
Ver: « Abissal »
&
« Batial »
&
« Ambiente Sedimentar »
Neste diagrama, a zona epipelágica é a zona que é mais familiar dos geocientistas. É nestas águas superficiais, com muita luz, que abunda o fitoplâncton, sardinhas, salmões, atum e muitos outros peixes, que nós utilizamos na nossa alimentação. Debaixo desta zona, que é, muitas vezes, limitada por uma brusca queda da temperatura (chamada termoclina), encontra-se a zona mesopelágica, onde a luz ainda penetra, mas não é suficientemente forte para alimentar a fotossíntese. A maioria das criaturas que vivem na zona mesopelágica (comunidade de água profunda que vive na parte mais superficial) têm os olhos muito aperfeiçoados para ver com pouca luz. Na zona batipelágica não há nenhuma luz. Ela tem muito baixa biomassa (animal) e a temperatura é muito baixa. O limite entre a zona batipelágica e a zona abissopelágica não é muito nítido. A zona abissopelágica é considerada como a coluna de água que está directamente acima do sopé continental e planície abissal até cerca de 3000 metros de profundidade de água. Certos geocientistas consideram esta região como fazendo parte da zona batipelágica. Neste diagrama, temos, também, a zona hadalpelágica ou zona hadal, que corresponde às profundidades das fossas oceânicas. Sabe-se muito pouco sobre esta zona, quer no que diz respeito ao habitat, quer sobre as criaturas que ai vivem. Os habitats bênticos são divididos na base da geologia dos limites continentais. Entre os habitats bênticos o mais bem conhecido é a zona sublitoral, que é a zona pouco profunda entre a linha da costa e o rebordo da bacia. A luz penetra, facilmente, neste ambiente, no qual vive um grande variedade de corais, algas e peixes. O ambiente batial é a base do talude continental. Ele é, geralmente, pouco inclinado e, muitas vezes, cavado por canhões submarinos que, por vezes, são induzidos por descidas significativas do nível do mar relativo ou iniciados por correntes ascendentes. Quando a inclinação do talude continental começa a diminuir, é o início do sopé continental, o qual, finalmente, passa ao habitat dos bênticos da planície abissal, onde se depositam os cones submarinos de bacia. O habitat bêntico extremo corresponde, às fossas oceânicas que formam a zona hadal, cuja profundidade máxima é de 10911 m.
Hadeano..................................................................................................................................................................................................................................................................Hadean
Hadéen / Hadeano / Hadaikum / 冥古宙 / Гадейский период / Adeano /
O Éon mais velho da história da Terra. O hadeano estende-se desde a origem da Terra (± 4,5 Ga) até aproximadamente 3,9 Ga.
Ver: « Tempo Geológico »
&
« Éon »
&
« Escala do Tempo (geológico) »
As rochas ilustradas nesta figura são, certamente, das mais antigas da Terra (Pré-câmbrico), mas não pertencem ao Hadeano, uma vez que este éon, por definição não pode ser representado por rochas, como nós hoje as definimos. Com efeito, o Hadeano é o éon geológico mais antigo da Terra. Os aparelhos vulcânicos eram muito abundantes à superfície da Terra. Também os meteoritos eram muito frequentes e produziram enormes cicatrizes de impacto, que ainda hoje, algumas delas, se podem localizar, mas de maneira indirecta. Alguns geocientistas consideram o Hadeano como o período de tempo "zen", uma vez, que ele é definido pela ausência de rochas. O seu limite superior será sempre recuado de cada vez que rochas mais antigas forem descobertas. Praticamente, pode dizer-se, que não existem nenhuns fósseis desse tempo. Baseado nas estimações da idade da Terra (Fevereiro de 2001), o Hadeano começou à cerca de 4,56 Ga e terminou cerca de 4,03 Ga (tendo em linha de conta as rochas) ou cerca de 4,40 Ga, tendo em linha de conta os mais antigos cristais de zircão. O Hadeano ainda não é uma unidade geológica formal da Comissão Internacional de Estratigrafia, uma vez que a sua definição, como dito antes, não pode ser documentada e representada por rochas. Antes do Hadeano, o sistema solar (e os corpos que o constituem) coalesceram a partir da matéria das gerações precedentes de supernovas. A Prototerra (como quase tudo) era uma combinação de pedaços de gelo, rocha, metal e matéria viscosa carbonácea. Durante o Hadeano, a Prototerra diferenciou-se pelo menos em um núcleo metálico e manto rochoso. O calor para um tal diferenciação foi, provavelmente, criado pelo impacto dos meteoritos, gravidade e decomposição radioactiva. Na base das datações dos asteróides, esta diferenciação efectuou-se em algumas dezenas de milhões de anos. Nos primeiros 100 My depois da diferenciação, a Prototerra colidiu com a Theia (planeta hipotético com um tamanho semelhante ao do planeta Março). Desta colisão, um parte do manto, destacou-se da Prototerra e entrou em órbita, contudo sem água ou outros elementos voláteis. Certos geocientistas pensam que foi assim que se formou o satélite da Terra, isto é, a Lua.
Halocinese.....................................................................................................................................................................................Halokinesis, Salt Tectonics
Halocinèse / Haloquinesis / Halokinese, Salztektonik / 盐构造 / Соляная тектоника / Tettonica del sale /
Forma de tectónica salífera na qual o escoamento do sal é devido, unicamente, à sua flutuabilidade, isto é, devido à libertação da energia potencial da gravidade. A halocinese é induzida pelo fluxo (lateral e vertical) dos níveis evaporíticos na ausência de todo esforço tectónico lateral significativo, quer isto dizer, na ausência de um regime tectónico compressivo.
Ver : « Sutura Salífera »
&
« Evaporito »
&
« Subsidência Compensatória »
Esta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do onshore de Angola, tirada nos anos 60 (linha não migrada), é, aproximadamente, a mesma que foi proposta pelos geocientistas da Petrangol (filial da antiga Petrofina, que, recentemente, foi comprada pela Total). Nos anos 60, os geocientistas da Petrangol, que trabalhavam no onshore de Angola (bacia do Kwanza) avançaram a hipótese, que certas estruturas e, sobretudo, as variações de espessura dos intervalos sedimentares, observadas no campo e nas linhas sísmicas, só se podiam explicar por um escoamento lateral e vertical dos horizontes salíferos, que tinham sido atravessados nos poços de pesquiza perfurados em terra. Os horizontes salíferos não afloram e as enormes variações de espessura dos intervalos sedimentares já tinham sido descritas pelos geólogos da companhia petrolífera americana Sinclair, que trabalhou na bacia do Kwanza entre 1904 e 1922. Brognon e Verrier (1966) e, mais tarde Masson (1972), explicaram a estrutura ilustrada nesta tentativa de interpretação (campo petrolífero de Quenguela Norte), por um alargamento mínimo (ausência de regime tectónico) e uma redução máxima de sal (escoamento). Nos anos 90, Duval, Cramez e Jackson (1992), tendo em linha de conta o importante encurtamento (compressão) dos sedimentos, observado nas partes profundas do offshore, propuseram um modelo, completamente, diferente, isto é, um modelo baseado num alargamento máximo e uma redução mínima do sal. Localmente, isto é, fora do contexto geológico regional, pode dizer-se que : (i) A estrutura antiforma de Quenguela ; (ii) As variações de espessura do Miocénico e (iii) A ausência de Cretácico no núcleo da antiforma, podem ser explicadas pelos dois modelos. Contudo, tendo em conta o contexto geológico da bacia, as estruturas compressivas, observadas nas partes profundas, só podem ser explicadas como uma contrapartida da extensão dos sedimentos nas parte superior (proximal) da bacia.
Haloclastia..........................................................................................................................................................................................Haloclasty, Salt Splitting
Haloclastie / Haloclastia / Salzsprengung / 盐风化 / Расщепление соли / Sale splitting, Aloclastismo /
Processo de fragmentação mecânica das rochas devido à cristalização dos sais provenientes da salsugem* e da água do mar. Por evaporação da água salgada, que impregna as fissuras das rochas, a solução salina concentrada-se e os sais minerais, aumenta de volume.
Ver: « Salsugem »
&
« Halocinese »
&
« Subsidência Compensatória »
Embora certos geocientistas traduzam haloclastia, em inglês, como "salsplitting", a haloclastia não tem nada a ver com o que os autores americanos chamam "salt splitting" na meteorização electroquímica (quando uma corrente eléctrica é aplicada na água do mar, o que causa a separação de uma solução, principalmente ácido hidroclorídico, ClH, e uma solução básica, sobretudo hidróxido de sódio, NaOH). A haloclastia é um tipo de intemperismo físico causado pelo crescimento de cristais de sal. O processo é iniciado quando água salina entra em fractura ou diaclases das rochas e depois se evapora deixando depósito de cristais de sal. Quando as rochas são aquecidas pela simples acção da luz do sol, os cristais aumentam de volume, o que cria uma pressão importante sobre a rocha encaixante, a qual com o tempo se fractura em pedaços, mais ou menos, grandes. A cristalização do sal pode também ocorrer quando certas soluções soluções decompõem as rochas (como, por exemplo, o calcário) para formar soluções salíferas de sulfato de sódio ou carbonato de sódio, que se a humidade se evaporar, depositam cristais de sal. Os sais mais eficazes na desintegração rochas são o sulfato de sódio, sulfato de magnésio, e cloreto de cálcio. Alguns destes sais podem expandir até três vezes ou mais. A haloclastia está, normalmente, associada com climas áridos, onde a alta temperatura provoca uma forte evaporação e, portanto, a cristalização do sal. Como ilustrado nesta figura, a haloclastia é, também, muito comum ao longo das costas em associação com a salsugem. A meterorização química pode fazer-se por : (i) Solução ; (ii) Hidratação ; (iii) Hidrólise ; (iv) Oxidação ; (v) Sulfatação (adição de dióxido de enxofre ao calcário produz gesso - sulfato de cálcio- , que sendo mais solúvel que o carbonato de cálcio é, facilmente, dissolvido e arrastado pela chuva) ; (vi) Processos biológicos. A forma mais comum de intemperismo ou meteorização (conjunto de fenómenos químicos, físicos e biológicos que provocam a alteração das rochas e seus minerais) é a libertação de substâncias (como, por exemplo, ácidos) segregado pelas árvores, para desintegrar elementos como alumínio e ferro no solo circundante.
(*) Nuvem de espuma formada por gotículas de água do mar e bolhas encerrando microcristais salinos resultantes da espuma de rebentação que é projectada contra a costa e transportada para o interior pelo vento. A salsugem é responsável por um modelado de corrosão característico e pela presença de determinadas biocenoses, isto é, associações equilibradas de animais e vegetais num mesmo biótopo (meio físico onde vivem os seres vivos de um ecossistema) e pela formação de outras (vegetais lenhosos) (Moreira, 1984).
Haloclina.........................................................................................................................................................................................................................................................Halocline
Halocline / Haloclina / Halokline / 盐跃层 / Галоклин (скачок солёности) / Halocline /
Zona de um corpo de água estratificado na qual a salinidade varia, em profundidade, de maneira abrupta.
Ver: « Estratificação (água) »
&
« Lago »
&
« Acomodação »
Como ilustrado neste esquema, a haloclina é uma forte variação vertical da salinidade da água. Um aumento da salinidade da água do mar de 1 kg/m3 produz um aumenta da densidade da água de cerca de 0,7 kg/m3. É a salinidade que, em grande parte, controla a estratificação da água do mar. Uma água mais salgada mergulha numa menos salgada. Isto quer dizer, que as haloclinas mais salgadas estão debaixo das menos salgadas. Contudo, há uma excepção importante, que está ilustrada nesta figura, isto é, a haloclina do Oceano Árctico, a qual é mais fria e mais densa do que a água quente do Atlântico, que é subjacente. Pode dizer-se, que a haloclina do Árctico protege a fusão da calote polar induzida pela água quente do Atlântico. Nas regiões árcticas, quando se forma o gelo a partir de uma água, relativamente, pouco salgada, o sal é libertado e vai contaminar a água circunvizinha, o que torna as águas superficiais muito mais salgadas e densas. Estas águas frias, salgadas e densas mergulham debaixo da água menos densa que está debaixo da calote glaciar (blocos de gelo aglutinados) formando uma haloclina, i.e., uma zona, mais ou menos, espessa de água fria e densa (salgada), que actua como uma barreira entre a água menos salgada e fria superficial e a água profunda e mais quente (menos salgada e menos densa) do Oceano Atlântico. Quando a água do Atlântico entra no Árctico através do estreito de Fram (passagem do Oceano Árctico para o Mar da Gronelândia e Mar da Noruega entre a Gronelândia e Siptzberg), ela funde o gelo, tornando a parte superior da água Atlântica menos salgada e mais fria, o que cria uma haloclina inferior. Nas áreas, onde a evaporação é muita mais importante do que a precipitação, isto é, nas regiões muito quentes, as águas superficiais tornam-se mais salgadas do que as águas profundas, o que desestabiliza a haloclina, uma vez que a estratificação é invertida. Não confunda a haloclina, que é simplesmente a região debaixo da superfície de uma massa de água onde há uma aumento ou diminuição significativa da densidade da água (devido à salinidade), com a termoclina, que é a área dentro de uma massa de água, que marca um aumento abrupto da temperatura.
Halófito (organismo)...........................................................................................................................................................................Halophyte, Halophitic
Halophyte, Halophytique / Halófito / Halophitisch / 盐生植物 / Галофит, солончаковое растение / Alofita /
Organismo que vive num solo ou ambiente salgado, como, por exemplo, nos sapais, mangais, praias e dunas litorais, assim como nas sabkhas. Sinónimo Halo-helófito.
Em botânica, especialmente do ponto de vista da ecologia, denominam-se halófitas as plantas que, sendo essencialmente terrestres, estão adaptadas a viverem no mar ou próximo dele, porque são tolerantes à salinidade. A sua tolerância pode atingir até cerca de 15 g de cloreto de sódio por litro, o que é, mais ou menos, equivalente a metade da concentração da água do mar. Essas plantas absorvem, por exemplo, o cloreto de sódio em altas taxas e acumulam-o nas suas folhas para estabelecer um equilíbrio osmótico com o baixo potencial da água presente no solo. Plantas halófitas são as que vivem nos mangais. Algumas espécies de árvores deste ecossistema têm raízes aéreas que absorvem oxigénio do ar, para a sua respiração. Relativamente poucas espécies de plantas são plantas halófitas (talvez apenas 2% de todas as espécies de plantas). A grande maioria das espécies de plantas são glicófitas (plantas que não são se encontram, naturalmente, num substrato salino, mas que toleram, mais ou menos, uma certa quantidade de sal). Elas são danificadas, facilmente, pela salinidade da água. A adaptação a ambientes salinos pelas plantas halófitas pode ser por tolerância ao sal (halotolerância) ou evitando o sal. As plantas que evitam os efeitos de muito sal, apesar de viverem num ambiente salino são chamadas plantas halófitas facultativas, em vez de verdadeiras plantas halófitas. Uma espécie de curta duração, que complete o seu ciclo de reprodução durante períodos (como nas estação das chuvas) nos quais a concentração de sal é baixa evita o sal em vez de tolerá-lo. Certas espécies de plantas podem manter uma concentração interna de sal normal excretando os sais em excesso através das folhas, ou através de uma concentração de sais nas folhas que depois morrem e caiem. Nos tempos pré-históricos, a vegetação halófita era queimada para produzir potassa alcalina. Fornos de potássio e outros encontrados do Período Calcolítico (século IV antes de Cristo) foram descobertos em Tuleylat el-Ghassal, cerca de 10 km a nordeste do Mar Morto, o que sugere um povoamento importante nessa área.
Halo-Helófito (organismo)..................................................................................................................Halohelophite, Halohelophitic
Halohelophyte, Halohelophytique / Halo-helófito / Halo-helophitisch, Geschöpf von Salz Schlämme / 生物的盐泥浆 / Халогелофит / Creatura di sale fanghi /
Organismo que vive num solo ou ambiente salgado, como, por exemplos, nos sapais, mangais, praias, dunas litorais e sabkhas. Nas regiões temperadas, os organismos halo-helófitos habitam os pântanos e nas regiões tropicais, eles são frequentes nos mangueirais. Sinónimo de Halófito.
« Sabkha »
&
« Salgadiço »
&
« Solo »
Em botânica, especialmente do ponto de vista da ecologia, denominam-se halófitas as plantas que, sendo essencialmente terrestres, estão adaptadas a viverem no mar ou próximo dele, porque são tolerantes à salinidade. A sua tolerância pode atingir até cerca de 15 g de cloreto de sódio por litro, o que é, mais ou menos, equivalente a metade da concentração da água do mar. Essas plantas absorvem, por exemplo, o cloreto de sódio em altas taxas e acumulam-o nas suas folhas para estabelecer um equilíbrio osmótico com o baixo potencial da água presente no solo. Plantas halófitas são as que vivem nos mangais. Algumas espécies de árvores deste ecossistema têm raízes aéreas que absorvem oxigénio do ar, para a sua respiração. Relativamente poucas espécies de plantas são plantas halófitas (talvez apenas 2% de todas as espécies de plantas). A grande maioria das espécies de plantas são glicófitas (plantas que não são se encontram, naturalmente, num substrato salino, mas que toleram, mais ou menos, uma certa quantidade de sal). Elas são danificadas, facilmente, pela salinidade da água. A adaptação a ambientes salinos pelas plantas halófitas pode ser por tolerância ao sal (halotolerância) ou evitando o sal. As plantas que evitam os efeitos de muito sal, apesar de viverem num ambiente salino são chamadas plantas halófitas facultativas, em vez de verdadeiras plantas halófitas. Uma espécie de curta duração, que complete o seu ciclo de reprodução durante períodos (como nas estação das chuvas) nos quais a concentração de sal é baixa evita o sal em vez de tolerá-lo. Certas espécies de plantas podem manter uma concentração interna de sal normal excretando os sais em excesso através das folhas, ou através de uma concentração de sais nas folhas que depois morrem e caiem. Nos tempos pré-históricos, a vegetação halófita era queimada para produzir potassa alcalina. Fornos de potássio e outros encontrados do Período Calcolítico (século IV antes de Cristo) foram descobertos em Tuleylat el-Ghassal, cerca de 10 km a nordeste do Mar Morto, o que sugere um povoamento importante nessa área. Há relativamente pouca diferença entre um halófito (que vive num ambiente ou solo salino, como restingas, manguezais, praias e dunas costeiras, áreas desérticas de sebkha, etc.) e um organismo halo-helófito ou halo-halófito, o qual vive, de preferência enterrado na lama ou vasas salíferas. Os halo-helófitos vivem, muitas vezes, em pântanos, estuários e deltas onde formam lodaçais (termo dado às formações aluviais periodicamente inundáveis por água salgada e ocupadas por uma vegetação halófita ou em certos casos, por crostas de sal) ou em manguezais intertropicais (ecosistemas costeiros, de transição entre ambientes terrestres e marinhos terrestre e marinha, i.e., uma zona húmida característica das regiões tropicais e subtropicais). Estes organismos são, geralmente, micro-organismos aeróbios que vivem e crescem em ambientes salinos ou muito salgados. O teor de sal de um ambiente halófito é, geralmente, 10 vezes o da água do mar, o qual corresponde, geralmente, a cerca de 30%. Como exemplos de ambientes onde vivem halófitos e halo-helófitos pode citar-se o Grande Lago Salgado do Utah, o lago de Owens (Califórnia), o Mar Morto, etc. Estes organismos utilizam a pressão osmótica e substâncias químicas como, açúcares, álcoois, aminoácidos para ajudar a controlar a quantidade de sal nas células (a pressão osmótica é a relação dos fluidos no interior e exterior de um célula). As células saudáveis manter a mesma pressão dentro e fora das células. Estes organismos são como outros extremófilos. As proteínas dentro deles desempenham o papel mais importante, que lhes permitam sobreviver em um ambiente salgado. Estes organismos são revestidos com uma camada de proteína especial, que permite apenas a entrada na célula de certos níveis de soluções salinas. Uma tal cobertura permite, pelo processo de difusão, à célula para manter o teor de sal a um nível adequado, independentemente da meteorologia.
Halo-hidromorfo (sedimento)................................................................................................................................................Halohydromorph
Halohydromorphe (sédiment) / Halohidromorfo (sedimento) / Halohydromorph, Sediment mit Sole / Halohydromorph (沙水与盐 ) / Осадок с соленой водой / Sedimenti con acqua salata /
Sedimento, em geral um solo, depositado num meio ingurgitado de água salgada de maneira periódica ou permanente.
No domínio litoral intertropical, o mangal e os sedimentos halo-hidromorfos associados ilustrados nesta figura (Bakkhali, West Bengal) ocupam a zona, directamente, sujeita às influências das marés e, assim, correspondem aos andares supralitoral, médiolitoral e à aparte superior do andar infralitoral de acordo com o sistema de zoneamento, classicamente, adoptado no ambiente marinho. Foi esta zona, com um teor em sal, mais ou menos variável, e que, normalmente, é colonizada por mangueiras que caracteriza a formação vegetal anfíbia que Macnae (1968) denominou "Mangal", uma vez que ela forma, geralmente, um ecossistema específico. As mangueiras são ecossistemas que comportam comunidades vegetais e animais típicas de ambientes alagados, resistentes à alta salinidade da água e do solo, que colonizam as costas tropicais e subtropicais das Américas, África, Ásia e Oceânia. As espécies vegetais que constituem o mangal estão fisiológica e morfologicamente adaptadas ao meio anfíbio eurialino (com ampla gama de teores sal), suportando elevadas pressões osmóticas (pressão que se deve exercer sobre uma solução, para impedir a passagem de solvente através de uma membrana semipermeável), que são aplicadas aos sistemas de raízes aéreas e pneumatóforas. As raízes pneumatóforas, que também são conhecidas como raízes respiratórias, desenvolvem-se em locais alagadiços, onde o solo é, geralmente, muito pobre em gás oxigénio. Elas são caracterizadas por : (i) Partirem de raízes existentes no solo ; (ii) Crescerem verticalmente ; (iii) Emergirem da água e (iv) Por possuírem poros que permitem a absorção de oxigénio atmosférico. Um animal que consegue sobreviver em água salobra é eurialino. Um animal, extremamente, eurialino pode ser capaz de tolerar períodos mais curtos ou mais longos em água doce. O termo eurialino é usado também para animais de água doce que conseguem suportar aumentos consideráveis no conteúdo salino da água sem afectar o seu metabolismo. Um organismo estenoalino, marinho ou de água doce, consegue suportar apenas uma pequena variação na concentração salina da água onde vive. Estes animais utilizam sistemas de regulação da salinidade como, por exemplo, glândulas lacrimais, fossas nasais, etc.
Halopsamófito (organismo)...........................................................................Halopsammophite, Halopsammophitic
Halopsamophyte, Halopsammophytique / Halo-psamófito / Halo - psammophitisch / Halopsammophite (身体的咸沙) / Халопсаммофит / Halopsammophite (Corpo di sabbia salata) /
Organismo que vive nas areia salgadas das praias, dunas litorais ou planícies arenosas baixas atingidas pela salsugem e onde a água acima do nível freático é salgada ou salobra.
Ver: Ver: « Salsugem »
&
« Halohelófito »
&
« Salobra (água) »
Um dos exemplos típicos de organismo halopsamófito é a Nitraria sibila Pall ilustrada nesta figura, que se encontra de preferência Na Ásia Menor e Central, no Cáucaso, Irão, Afeganistão é Síria. A Nitraria sibila tolera solos com salinidade até 30% de sais solúveis na água, principalmente, em solos areno-argilosos, sapais, áreas húmidas salina, zonas ribeirinha, etc. A Nitraria sibila é arbusto que pode atingir dois metros de altura e que dura muito tempo (perenal), muito ramificado e com muitas espinhas. As folhas são alternas ou em fascículos (1,0/2,5 cm de comprimento, 0,5/1,5 cm), pecíolos grandes (caule que fica entre a bainha e o limbo ou lâmina das folhas das plantas vasculares), carnudas, de forma oval com uma extremidade estreita na base (ovobatecuneata), com ápices arredondados ou obtusos, que têm um entalhe central raso ou dentados e com pequenas estípulas persistentes (estruturas com a forma de escama localizadas no caule de muitas plantas vasculares, junto à baínha das folhas). As flores são bianuais, de 5 a 8 mm de diâmetro, actinomórficas (com simetria radial), pentâmeras, isto é que têm cinco folhas em cada verticilo (ponto do caule onde inserem-se folhas, vulgarmente designado nó) e com em ramos anuais reunidos em cimeiras. O cálice é formado por cinco sépalas (estruturas foliáceas, normalmente menores e mais consistentes do que as pétalas, que na maior parte dos casos têm a função primordial de proteger o botão floral, fechando-se sobre este antes da antese, isto , antes da abertura das flores). O cálice é persistente, com cinco pétalas (estruturas que formam a corola e que, normalmente, são membranáceas, amplas, coloridas e com muitas funções, entre as quais a atracção de polinizadores) livres, híspidas (coberto de pêlos ou cerdas duras) e com quinze 15 ou mais estames (folhas modificadas em órgãos reprodutores masculinos, produtores de grãos de pólen) inseridos na margem do disco floral. O fruto da Nitrari sibila é comido por todos animais que vivem nas áreas onde ela ocorre. A Nitrari sibila é um a planta halófita que acumula o sal e que estabiliza areia das áreas salinas. Ela é utilizada para a restauração dos terrenos afectados pelo sal e como uma fonte valiosa de potássio para fabricação do sabão.
Haloturbação...................................................................................................................................................................................................................Haloturbation
Haloturbation / Haloturbación / Haloturbation / Haloturbation, 体积变形(盐页岩) / Галотурбация / Haloturbation, Volume deformazione (sale scisti) /
Deformação das estruturas sedimentares, formações superficiais ou solos devido às modificações volumétricas das argilas salinas dos pântanos marinhos e fluviomarinhos e margens das lagunas.
Ver: « Halocinese »
&
« Haloclastia »
&
« Subsidência compensatória »
A haloturvação é um processo de deformação importante, envolvendo, geralmente, gesso ou halite. Nas salinas e planícies de vasa salífera, fendas superficiais são muito comuns, que, por vezes, formam polígonos muito característicos. Da mesma maneira crostas carbonatadas ou de outros minerais são igualmente frequentes. Superfícies em flocos, com uma precipitação de gesso são, igualmente, comuns. Nesta fotografia, as lamas areno-detríticas vieram para a zona costeira por escoamento superficial e foram depositados na superfície da playa, na foz da ribeira Andrecito no lago Lucero. As fracturas de dessecação na superfície da playa são evidentes. Um intervalo de areia lamacenta castanha mostra uma extrema haloturvação. Os sedimentos subjacentes são depósitos de gesso, isto é, a superfície que limita as lamas castanhas e o gesso branco marca a discordância entre os sedimentos do Pleistocénico e Holocénico. As interdigitações de evaporitos e as camas de areias na formação Grayburg (Texas) da bacia de Palo Duro mostram magníficos exemplos de haloturbação (Nance, 1986). Estes depósitos acumulados numa bacia de 28000 km2 epicontinental caracterizado pela aridez regional e episódica, próximo do afluxo de águas hipersalinas marinhas. Em cada um dos vários ciclos estratigráficos progradantes recorrentes desenvolve-se um série de diferentes ambientes sedimentares como, dunas eólicas, zonas entre as dunas, mantos de areia, lama salífera e uma grande e rasa salmoura marinha (salinas). Fontes de silício-clásticos encontravam-se a oeste e noroeste, enquanto que as salmouras derivaram do sul e sudoeste. Os depósitos de dunas eólicas areníticas de grão fino exibem uma estratificação entrecruzada com um ângulo médio a alto (15-35°). Nas áreas entre as dunas depositaram-se estratos, mais ou menos, horizontais ou ondulados de areia areia fina com estruturas de iluviação. Os mantos de areia são caracterizados por depósitos horizontais, bem calibrados, de arenitos muito finos com estruturas de iluviação. Os mantos de areia e as planícies de vasa são formadas por areias e siltes com estratificação granocalibrada, ondulações, estruturas em "flaser*", etc. são deformados internamente por haloturbação.
(*) Nas rochas sedimentares, "flaser" é uma estrutura lenticular alongada de argila formada pela deposição de lama nas depressões das marcas de onda ou de corrente durante fases diminuição do escoamento ou das oscilações de ondas e que, posteriormente, são recobertas por novas deposições de areia cobrindo essas lentes e originando laminações cruzadas
Helictite (espeleotema).....................................................................................................................................................................................................................Helictite
Helictite (spéléothème) / Helictita (espeleotema) / Excentrique, Höle Ablagerung / Helictite (洞穴存款) / Сталактит скрученной формы / Helictite (deposito di grotta)/
Espeleotema encontrado nas cavernas das rochas calcárias, que muda o seu eixo da vertical em um ou mais estágios do seu crescimento. As helictites têm uma forma curva ou angular como se elas crescessem fora do campo da gravidade.
Ver: « Heligmite »
&
« Estalagmite »
&
« Caverna »
As helictites são, talvez, a mais delicada das formações das cavernas. Elas são, geralmente, formadas de agulhas calcite e aragonite e podem ter várias formas: em fita, em serra, em barras, em borboletas, em forma de mão, etc. Normalmente, as helictites têm uma simetria radial e podem facilmente ser quebradas por um leve toque. Por isso, nas cavernas abertas aos turistas, elas são, raramente, ao alcance da mão dos visitantes. A teoria mais provável para explicar as helictites invoca as forças capilares. Como a helictite tem um tubo central fino onde a água flui (como nas palhas utilizadas para beber refrescos), as forças capilares transportam a água contra a gravidade. Essa teoria, foi inspirada pelas helictites ocas. A maioria das helictites não são ocas. As gotas podem ser atraídos para as pontas das estruturas existentes e depositar a sua carga de calcite em qualquer lugar, o que pode criar helictites de formas variadas. Outra teoria admite que o vento dentro das cavernas é a principal causa das formas complicadas das helictites. As gotas penduradas numa estalactite são sopradas para um lado, de modo que o espeleotema cresce nesse sentido. Se o vento mudar, a direcção do crescimento também muda. Esta teoria é muito problemática, porque as direcções de vento mudam muito frequentemente. O vento nas cavernas depende de mudanças de pressão do ar exterior, que por sua vez dependem do clima. O vento muda de direcção sempre que as condições climáticas mudam. Mas os espeleotemas crescem muito lentamente (alguns centímetros em 100 anos), o que quer dizer, que a direcção do vento teria que permanecer estável por longos períodos de tempo, mudando para cada fragmento de um milímetro de crescimento. Um outro problema com esta teoria é que muitas cavernas com helictites não têm entrada natural pela qual o vento possa vento entrar. Uma outra teoria propõe que uma lenta alteração da pressão geológica causa tensões na base dos cristais o que altera o potencial piezoeletrostáctico* e provoca a deposição de partículas orientadas em relação a orientação pressão da prevalecente.
(*) A piezoelectricidade é a propriedade que têm certos corpos de se polarizarem electricamente sob a acção de um esforço mecânico e reciprocamente de se deformarem sob a acção de um campo eléctrico.
Heligmite (espeleotema)..........................................................................................................................................................................................................Heligmite
Heligmite (spéléothème) / Heligmita (espeleotema) / Heligmite (Höhlensinter) / Heligmite (石笋) / Хелигмит / Heligmite (speleotema) /
Helictite (espeleotema encontrado nas cavernas das rochas calcárias, que muda o seu eixo da vertical em um ou mais estágios do seu crescimento) que se desenvolve no solo, em vez de se desenvolver numa parede ou tecto, embora existam excepções. As heligmites são estruturas semelhante às grandes estalagmites. As grandes heligmites (digamos com 30 centímetros de altura e 5 de diâmetro), têm um canal central de cerca de 5 mm de diâmetro na parte principal, o qual se torna microscópico na ponta.
Ver: « Helictite »
&
« Estalagmite »
&
« Espeleotema »
As heligmites são, geralmente, classificadas como helictites que simplesmente se desenvolver no chão, em vez de uma parede ou no tecto. Existem algumas excepções, nas quais as heligmites têm que ser classificadas separadamente. Neste caso, as heligmites correspondem a grandes espeleotemas semelhantes a uma estalagmite. Elas têm um canal central. Nas grandes heligmites (digamos, com 30 cm de altura e 5 cm de diâmetro), o canal central pode ter cerca de 5 mm de diâmetro na parte principal da heligmite mas ser praticamente microscópico na ponta. Neste tipo de heligmite, o canal central é preenchido por uma fina lama pegajosa. Grandes heligmites podem observar-se na caverna de Tantanoola (Sul da Australia), onde delas se desenvolveram numa caverna dolomítica. Outros exemplos podem ser vistos nas caves de Jenolan Cave, onde as heligmites podem ter ramos laterais. Certas heligmites das caves de Jenolan têm um material escuro, provavelmente, dióxido de manganésio que se depositou, juntamente, com a calcite. Em algumas heligmites de Tantanoola este material escuro também parece estar presente. Certos geocientistas argumentam que estas grandes heligmites são, realmente, geisermites. Contudo, a definição de geisermites especifica que eles têm paredes laterais finas e um buraco central, o que não é o caso das heligmites que têm lados os muito grossos e não têm nenhum buraco central. Por outro lado, em ambas as cavernas, os espeleotemas são desenvolvidas em uma área que não tem géiseres (nascente termal que entra em erupção periodicamente, lançando uma coluna de água quente e vapor para o ar) ou águas termais. As helictites retornadas ("upturned" em inglês) têm, geralmente, a forma de um verme. Inicialmente, elas crescem horizontalmente, e depois verticalmente (para cima). O desenvolvimento horizontal, normalmente, é de apenas 5 cm de comprimento, enquanto, que o desenvolvimento vertical pode ter vários metros de comprimento.
Helófito..............................................................................................................................................................................................................................................................Helophyte
Helophyte / Helófito / Helophitisch, Sumpfpflanze / 沼泽植物 / Галофит / Helophyte /
Organismo que vive enraizado ou enterrado no lodo salgado. Alguns geocientistas, consideram o como halo-helófito ou helo-halófito (as duas formas de escrever parecem ser correctas). Sinónimo de Halófito.
Ver: « Halo-helófito »
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« Fundo do Mar »
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« Halófito »
Um organismo halófito tem necessidade absoluta de fortes concentrações de sal para viver. Estes organismos acumulam no citoplasma grandes quantidades de sal, principalmente, KCl. Eles evitam a perda de água por osmose. Estes organismos impõem-se um stress celular, que causa a insolubilidade e precipitação das proteínas. Nos organismos helófitos, as proteínas não só são solúveis e funcionais nas fortes concentrações de KCl, mas desnaturam-se quando a concentração de sal diminui. Certas algas ou bactérias continentais introduzidas no mar pelos rios secretam e acumulam no citoplasma soluções de aminoácidos, como, a glicina betaína. Actualmente, não é possível dizer com certeza se as proteínas helofílicas são o resultado da adaptação a ambientes extremos, ou se, pelo contrário se elas representam a sobrevivência das condições de vida primitivas com alto teor de sal. A planta helofótica ilustrada nesta figura é a Iris pseudacorus, que é, muitas vezes, para purificar a água da chuva nos telhados de recolha, afim que ela possa ser usada na irrigação agrícola. Há dois tipos de organismos halófitos: (i) Halotolerantes e (ii) Halo-obrigátórios (incapazes de crescer em ambientes que não sejam hipersalinos). Um organismo halotolerante é um organismo que pode adaptar-se às concentrações de sal muito elevadas. A maioria parte destes organismos são bactérias e algas unicelulares halotolerante. Eles podem adaptar-se a essas condições produzindo pequenas moléculas em grandes quantidades, tais como glicerol, moléculas que se acumulam no núcleo das células. A concentração das moléculas dissolvidas torna-se igual à concentração de cloreto de sódio (NaCl) do meio ambiente. A água não se escapa mais das células e as condições bioquímicas não são inibidas. O Staphylococcus aureus é uma bactéria à Gram+ (Gram é uma coloração ao azul de metileno, as bactérias que se se coloram em rosado são Gram- , as coloridas em violeta são Gram+), que é halófita. Ela pode ser cultivada em meios com alta concentração de sais. Especialmente num meio de Chapman, que é uma concentração de 75 g de NaCl/l, isto é, equivalente ao dobro do nível do mar (37,5 g / litro).
Hemera (biocron)......................................................................................................................................................................................................................................Hemera
Héméra / Hémera / Hemera / ヘーメラー / Гемера / Emera/
Caso particular de biocron (distribuição vertical de espécies características dentro de uma zona), que é a duração de desenvolvimento máximo ou acme de uma espécie ou de outro taxón ou da biozona de apogeu.
Ver: « Biocron »
Hemipelágico (organismo)...................................................................................................................................................................................Hemipelagic
Hemipélagique (organisme) / Hemipelágico (organismo) / Hemipelagischen /
半深海 / Гемипелагический организм / Hemipelagic /Organismo que vive na região hemipelágica, que em oceanografia é a região do oceano que se estende desde a bordadura da plataforma continental, que por vezes é o rebordo da bacia, até ao ambiente pelágico, o qual corresponde, mais ou menos, a zona batial, cujo limite inferior é entre 200 e 1000 metros de profundidade de água.
Ver: « Pelágico (depósito) »
&
« Hemipelágico (sedimento) »
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« Sedimento »
Os sedimentos marinhos modernos são, geralmente, classificados em : (i) Terrígenos ; (ii) Hemipelágicos e (iii) Pelágicos, função da distância entre a linha da costa e o local de amostragem e das características litológica. De maneira semelhante, muitos geocientistas classificam os organismos em função do ambiente em que eles vivem: (a) De Plataforma ; (b) Hemipelágico e (c) Pelágico. Um dos melhores exemplos para ilustrar a diferença entre uma fauna de um ambiente de plataforma e hemipelágico é no Cretácico Inferior na região Mediterrânica. Nesta região, no Cretácico Inicial, existiam grandes plataformas carbonatadas (pouco profundas), que passavam lateralmente a sedimentos arenosos muito finos e margas, muito espessas, de cor escura, que sublinham episódios anóxicos, isto é, sem oxigénio, os quais se depositaram num ambiente hemipelágico. As plataformas carbonatadas foram colonizadas por um fauna bêntica (que vive próximo do fundo do mar), em particular foraminíferos, mas também, algas calcárias, corais, esponjas e bivalves como, por exemplo, os rudistas. O domínio hemipelágico, onde se depositaram as margas negras, forneceu os habitas indispensáveis às amonites, foraminíferos planctónicos (que se deslocam com as correntes oceânicas, o que significa que os seres planctónicos não possuem a capacidade de locomoção), que floresceram a partir do Barremiano Tardio, e nanofósseis calcários. No oceano, podem distinguir-se os seguintes habitats: (1) Costeiro e Intramareal ; (2) Recife ; (3) Mar aberto e (4) Água profunda e Fossa. O habitat mar aberto (ou mar largo) é imenso e é onde vivem muitas espécies. Ao contrário do que muita gente pensa, o "mar aberto" não é o habitat onde a maioria das espécies passam a sua vida. Muitas espécies passam através do "mar aberto" para ir para outros habitats. São sobretudo as espécies de maior tamanho que habitam o "mar aberto".
Hemipelágico (sedimento)..................................................................................................................................................................................Hemipelagic
Hemipélagique (sédiment) / Hemipelágico (sedimento) / Hemipelagischen Sediment / 半深海沉积物 / Гемипелагические осадки / Sedimenti hemipelagic /
Sedimento marinho de transição entre os sedimentos pelágicos finos e terrígenos grosseiros, como a vasa negra (sedimento marinho, de origem orgânica, abissal, formado, principalmente, por carapaças siliciosas de diatomáceas, ou cochas de foraminíferos). Segundo certos geocientistas, os sedimentos hemipelágicos têm mais de 5% de grãos biogénicos e cerca de 40% de material terrígeno siltítico. Outros pensam, que pelo menos 25% dos sedimentos hemipelágicos têm dimensões superiores a 5 micrómetros e que eles são de origem terrígena, vulcânica ou nerítica. Em geral, os sedimentos hemipelágicos depositam-se perto das margens continentais.
Ver : « Ambiente Sedimenetar »
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« Abissal »
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«Cone Submarino de Bacia »
A sedimentação pelágica implica a ausência de uma influência de sedimentos terrígenos. Ela corresponde a uma deposição lenta, grão a grão de material produzido, bioquimicamente, nas águas superficiais, que se caracteriza uma sedimentação pelágica por numerosos hiatos, superfícies endurecidas, presença pelotas fecais, laminações a pequena escala, ciclos de estratificação de cré e marga, marcas da ondulação ("ripples marks"), etc. A sedimentação hemipelágica refere-se a estes sedimentos mas com uma influência do material de grão fino terrígeno, ela caracteriza-se por uma redeposição de sedimentos por correntes turbidítica ou correntes submarinas. Para certos geocientistas, os sedimentos hemipelágicos são os que se depositam na plataforma e talude continental. Em geral, eles acumulam-se, rapidamente, e não reagem, quimicamente, com a água do mar, o que permite que os grãos conservem as características das áreas em que eles se formaram. Assim, os sedimentos hemipelágicos depositados perto dos recifes contém abundante material carbonatado, assim como, os depositados perto de vulcões contém muitas cinzas vulcânicas. Para outros geocientistas, como, por exemplo, Bates & Jackson (1987), um sedimento hemipelágico é um sedimento de água profunda que contém uma pequena quantidade de material terrígeno e restos de organismos pelágicos. A génese dos sedimentos hemipelágicos é, muitas vezes, associada a processos de redeposição e incluem material mais fino, pelítico, das correntes turbidíticas que se espalham na planície abissal próximo do sopé continental. Como dizem certos geocientistas, os depósitos hemipelágicos são, na realidade, depósitos pelágicos impuros. Obviamente, é sempre útil precisar em que sentido o termo hemipelágico é utilizado. Ao contrário dos sedimentos hemipelágicos, os pelágicos depositam-se na planície abissal a grande distância dos continentes, isto é, longe dos aportes terrígenos grosseiros e das correntes de turbidez, a partir das quais se depositam os cones submarinos de talude e os cones submarinos de bacia (relativamente próximo dos continentes, uma vez que os sedimentos que os compõem são de origem terrígena). Como nestas áreas, poucos sedimentos clásticos atingem o fundo oceânico, os depósitos pelágicos são, principalmente, formados por constituintes biogénicos, como, os restos dos esqueletos de organismos marinhos. Quando as águas da superfície do mar são férteis em radiolários (organismos unicelulares, colonizadores de habitats aquáticos marinhos e planctónicos, que do ponto de vista da cadeia alimentar, são herbívoros consumidores primários ou produtores quando em associação simbiótica com algas microscópicas), carbonato de cálcio (dos foraminíferos, das algas cocolitoforídas* e dos moluscos pterópodes (com apêndices semelhantes a asas para a locomoção), opala (das diatomáceas), eles podem encontra-se nos sedimentos pelágicos. Na tentativa de interpretação geológica de autotraço de um detalhe de uma linha sísmica do offshore Sul da Costa Rica, o intervalo sísmico constituído por pelos sedimentos hemipelágicos (intervalo superior) é muito mais transparente (praticamente sem reflectores) do que o intervalo subjacente, o qual é constituído por sedimentos pelágicos depositados acima de um soco de natureza basáltica, que não é outra coisa que a crusta oceânica. A fotografia ilustra a alternância de calcários e argilitos da formação dos argilitos de Bowland, na ilha de Man (Scarlett Point), os quais são, muitas vezes, considerados como depósitos hemipelágicos. De facto, na Ilha de Man e no norte de Lancashire, a sucessão do Asbiano ao Brigantiano (na estratigrafia britânica**, o Viseano é subdividido em cinco subestágios, que de baixo para cima: (i) Chadiano ; (ii) Arundiano ; (iii) Holkeriano ; (iv) Asbiano e (v) Brigantiano) é, em grande parte constituída de fácies de prodelta ou basal, com intercalações de argilito negros, hemipelágicos e turbiditos calcários e ela é incluída na formação argilosa de Bowland. No sul da Ilha de Man, a parte mais baixa do Asbiano desta formação inclui o Membro do Ponto de Scarlett, onde a argila hemipelágica é intercalada com sedimentos de grãos mais grosseiros, incluindo grandes olistolitos*** de carbonato recifal, introduzido por correntes de turbidez e deslizamentos submarinos da margem da plataforma para o norte.
(*) Distinguem-se das outras algas por possuírem uma carapaça constituída por cerca de 30 escamas de calcite chamadas cocólitos (± 3 μm, 3 × 10-6 m, 3 micrómetros), que são responsáveis pela deposição de cerca de 1,5 milhões de toneladas de calcite nos oceanos em cada ano.
(**) http://earthwise.bgs.ac.uk/index.php/Southern_‘Dinantian’_successions,_Carboniferous,_Northern_England.
(***) Corpos rochosos de sedimentos consolidados, geralmente, de grandes dimensões, que se encontram dentro de uma sucessão sedimentar no seguimento de um deslizamento gravitário ao longo do talude continental de uma bacia sedimentar.
Hemipelagito.........................................................................................................................................................................................................................Hemipelagite
Hemipélagite / Hemipelagito / Hemipelagite (Tiefsee Schlamm) / Hemipelagite(深海泥) / Гемипелагит / Hemipelagite (fango marino profondo) /
Depósito de lama de alto mar, no qual mais de 25% da fracção das partículas são mais grossas que 5 micra e que é de origem terrígena, vulcânica ou nerítica.
Ver : « Hipopicnal (fluxo) »
Heterotrófico (organismo).........................................................................................................................................................................................Heterophic
Hétérotrophique (organisme) / Heterotrófico (organismo) / Heterotrophe / 异养 / Гетеротрофный организм / Eterotrofi /
Organismo que não podem sintetizar os próprios alimentos e é dependente de substâncias orgânicas complexas para a nutrição, que isto dizer, que ele necessita de componentes orgânicos à base de carbono e azoto para a sua alimentação. A grande maioria dos animais são heterotróficos.
Ver: « Fotossíntese »
&
« Autotrófico (organismo) »
&
« Necrófago »
Os organismos heterotróficos contrastam com os autotróficos, como, por exemplo, as plantas, que pode usar, directamente, as fontes de energia como a luz do Sol para a produzir os substratos orgânicos do dióxido de carbono. Os biologistas distinguem dois tipos de organismos heterotróficos: (i) Foto-heterotróficos, que obtém da energia da luz, o carbono orgânico e (ii) Quimo-heterotróficos que eles necessitam de uma fonte orgânica de carbono como fonte de energia e para crescer. Certos tipos de bactérias são foto-heterotróficos (as plantas são fotoautotróficas e não heterotróficas). Todos os animais e fungos são quimio-heterotróficos. Estes termos referem-se as reacções químicas que estão envolvidas nos processos biossintéticos ou respiração. Os fototróficos e os quimiotróficos que pode ser quer: (i) Litotróficos quer (ii) Organotróficos. Os litotróficos são, em geral, bactérias que se alimentam de minerais, muitas vezes junto das chaminés submarinas profundas. Os organotróficos alimentam-se de substâncias orgânicas. Todos os animais são organo-heterotróficos. Todas as plantas são organoautotróficas. Os organismos heterotróficos funcionam como consumidores nas cadeias alimentares. Eles obtém o carbono orgânico comendo outros heterotróficos e autotróficos. Eles decompõem os compostos orgânicos complexos que são produzidas pelos organismos autotróficos. No protozoário heterotrófico ilustrado nesta figura é interessante distinguir: (a) O flagelo locomotor ; (ii) O ponto ocular ; (iii) Os vacúolos contrácteis ; (iv) Os cloroplastos (organelos com membranas de forma variada, tendo os das plantas superiores forma lenticular ou ovóide, que se encontram-se em suspensão no hialoplasma e que têm uma grande importância biológica uma vez que neles se realiza a fotossíntese, uma função essencial no mundo vivo) ; (v) O núcleo ; (vi) Os corpos de Paramilon, onde os alimentos são armazenados) ; (vii) Película e (vii) A mitocondria (organelos, ou organela, organito, orgânulo ou organóide, celulares mais importantes, sobretudo para respiração celular).
Hiato.......................................................................................................................................................................................................................................................................................Hiatus
Hiatus / Hiato / Hiatus, Pause / 或裂孔 / Разрыв (расщелина) / Iato /
Intervalo de tempo geológico, que num determinado lugar de uma superfície estratigráfica, não é representado por estratos. Se o hiato abrange um intervalo de tempo geológico significativo, ele pode corresponder a uma discordância. Um hiato por sem depósito é definido por biséis (agradação, progradação e somitais) nas suas posições originais e caracteriza um intervalo de tempo durante o qual não houve depósito. Um hiato por erosão é caracterizado por truncaturas. Um hiato por erosão caracteriza o tempo geológico dos estratos que foram erodidos e não a idade da erosão.
Ver: « Sedimentação Lateral »
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« Lacuna »
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« Discordância »
Nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de um detalhe de uma linha sísmica do Mar Cáspio podem reconhecer-se vários tipos de hiato. Além do hiato associado à discordância (sublinhada em vermelho), que corresponde a uma superfície de erosão, induzida por uma descida significativa do nível do mar relativo, que separa dois ciclos estratigráficos, provavelmente, ciclos sequência, existem outros hiatos que não estão associados com uma erosão significativa, mas com uma ausência de deposição. Nesta tentativa de interpretação, as discordâncias (existem várias, mas uma só foi colorida em vermelho) não estão reforçadas pela tectónica (os reflectores que elas separam são, muitas vezes, mais ou menos concordantes). Elas estão representadas por horizontes coloridos em brancos à excepção da discordância sublinhada por uma linha vermelha ondulada. Os reflectores que esta discordância separa não são paralelos entre eles, quer isto dizer, que ela é a única (neste autotraço) em que a descida do nível do mar relativo que a criou é bem visível (sublinhada por superfícies sísmicas que enfatizam a erosão). Embora uma discordância corresponda a uma superfície de erosão, esta, nas linhas sísmicas, reconhece-se, facilmente, unicamente, quando ela foi reforçada pela tectónica ou em lugares particulares, nos quais os sedimentos subjacentes foram removidos por uma corrente rejuvenescida. Com efeito, a erosão associada com as discordâncias (não reforçadas, que muitos geocientistas chamam discordância crípticas) é reconhecida, localmente, como, por exemplo, pelos preenchimentos de vales cavados, perto do rebordo da bacia ou, no talude continental superior, pelo preenchimento de canhões submarinos, onde, muitas vezes, eles se formam. Uma vez que, um geocientista reconhece, localmente, a superfície de erosão (preenchimentos de vales cavados ou canhões submarinos) associada a uma descida significativa do nível do mar relativo, ele pode, praticamente, prolongá-la, para montante e para jusante, seguindo a primeira linha cronostratigráfica que não foi afectada pela erosão das correntes. Uma tal superfície será o limite inferior de um novo ciclo estratigráfico. Na realidade, não só os sedimentos subjacentes a um vale cavado são, em parte, erodidos, o que cria biséis superiores por truncatura, mas também os sedimentos que o preenchem depositam-se por quer biséis de agradação quer por biséis de progradação. Ao nível dos ciclos sequência, perto do rebordo da bacia é, geralmente, fácil de reconhecer os biséis de agradação do prisma de nível baixo (PNB) contra os sedimentos do ciclo sequência subjacente (biséis somitais por truncatura), que a superfície de erosão (discordância) separa. As terminações dos reflectores sísmicos subjacentes a um canhão submarino enfatizam, na maior parte dos casos, a erosão associada a descida do nível do mar relativo. O mesmo sucede com a terminações dos reflectores induzidos pelos sedimentos que preenchem os canhões submarinos. Nesta tentativa de interpretação, por exemplo, reconhece-se o preenchimento progradante de um vale cavado (o intervalo colorido em verde é, provavelmente, o intervalo transgressivo, uma vez que a sua geometria parece, globalmente, ser retrogradante) que foi coberto por um intervalo progradante, que fossiliza um hiato de sem deposição. Tudo isto quer dizer, que o vale cavado está longe do rebordo da bacia, uma vez que os sedimentos que o preenchem não pertencem ao prisma de nível baixo. Efectivamente, quando um vale cavado se forma, relativamente, próximo do rebordo da bacia, ele é, em geral, preenchido ao mesmo tempo que se deposita a parte superior do prisma de nível baixo (PNB), uma vez que o nível do mar antes de inundar a planície costeira inunda os vales cavados mais distais. Não devemos esquecer que um hiato por erosão corresponde ao tempo geológico dos estratos que foram removidos pela erosão e não ao tempo durante o qual a erosão ocorreu, quer isto dizer, se em associação com uma descida significativa do nível do mar relativo, que ocorreu durante o Oligocénico Tardio, um rio cavou um vale dentro dos sedimentos do Cretácico, o hiato por erosão não é Oligocénico, mas Cretácico (são os sedimentos do Cretácico que faltam e não os sedimentos do Oligocénico). As rochas acima de uma discordância reforçada pela tectónica são mais jovens do que as rochas abaixo (a menos que a sequência tenha sido invertida), assim ela representa o tempo durante o qual nenhum sedimento foi preservado em uma região. O registro local desse intervalo de tempo pode encontra-se nas áreas onde a discordância é críptica, uma vez que a erosão se faz em lugares privilegiados ao longo dos cursos de água. O intervalo de tempo geológico não representado é o que os geocientistas chamam hiato.
Hiato de Deposição.....................................................................................................................................................................Depositional Hiatus
Hiatus de déposition / Hiato de depositación / Ablagerungsbedingungen Hiatus / 沉积间断 / Осадочный разрез / Iato deposizionale /
Intervalo de tempo de sem deposição como, por exemplo, o intervalo de tempo durante o qual, num determinado ponto, não houve deposição entre um episódio transgressivo e regressivo de um ciclo sequência (o hiato aumenta para jusante). Sinónimo de Hiato sem deposição que é uma expressão mais correcta. As relações geométricas associadas com um hiato de sem deposição são: (i) Biséis de Agradação ; (ii) Superfícies Basais de Progradação e (iii) Biséis Somitais. Este hiato traduz o intervalo de tempo geológico durante o qual nenhum estrato se depositou na superfície de depósito.
Ver: « Hiato »
&
« Discordância »
&
« Superfície da Base das Progradações »
Nesta tentativa de interpretação geológica de um detalhe de um a linha sísmica do Norte do Mar Cáspio, é fácil identificar que um intervalo sísmico progradante (colorido em amarelo), com uma configuração complexa do tipo sigmóide oblíqua (agradação e progradação), fossiliza um intervalo transgressivo (colorido em verde), cuja configuração interna parece paralela, mas na realidade é retrogradante (noutras linhas sísmicas). Este intervalo progradante pode ser subdividido, pelo menos, em dois ciclos estratigráficos, uma vez que um óbvio bisel de agradação costeiro, existe dentro dele, o que permite de pôr em evidência uma descida significativa do nível do mar relativo. O mesmo se reconhece na tentativa de interpretação geológica de um autotraço de um detalhe de uma linha sísmica da depressão do Norte do Cáucaso ilustrada na parte superior esquerda desta figura, na qual o intervalo progradante mais profundo (colorido em castanho escuro) repousa sobre o intervalo subjacente (colorido em azul) por biseis de progradação. O limite entre estes dois intervalos sísmicos corresponde a uma superfície da base das progradações principais, a qual marca um hiato sem deposição (designado também, por certos geocientistas como hiato de deposição). No máximo do episódio transgressivo, a linha da costa encontrava-se, provavelmente, a várias dezenas, ver mesmo centenas, de quilómetros a Este da área aqui interpretada, isto é, deslocada em direcção do continente. Nessa altura, a plataforma continental era muito grande e as condições geológicas eram de nível alto (nível do mar mais alto do que o rebordo da bacia). Próximo do rebordo da bacia, as condições geológicas não só eram de nível alto do mar, mas também de bacia afamada, uma vez que a taxa de sedimentação aí é era, necessariamente, muito pequena. Todavia, nas partes mais proximais da plataforma, isto é, junto do continente, a taxa de sedimentação era, mais ou menos, normal. Na realidade pode dizer-se que ao nível dos ciclos de invasão continental (associados a ciclos eustáticos de 1a ordem, cuja duração é superior a 50 My, desde que o nível do mar absoluto ou eustático (nível do mar global referenciado a um ponto fixo, como, por exemplo o centro da Terra ou a um satélite) começou a descer, uma vez que o volume das bacias oceânicas começou a aumentar, devido à actividade das zonas de subducção de tipo-B (Benioff) e às colisões entre as placas litosféricas (zonas de subducção de tipo-A ou de Ampferer), a linha da costa começou a deslocar-se, lentamente, para o mar, à medida que os sedimentos se depositavam como uma geometria progradante. Como ilustrado nestas tentativas, os biséis de progradação do intervalo progradante fossilizaram, pouco a pouco, o hiato sem deposição entre os dois intervalos. Este hiato aumenta com a distância à linha da costa, o que quer dizer, que ele atinge o seu acme no máximo da ingressão marinha. Por outras palavras, a diferença de idade entre os sedimentos regressivos (progradantes) e transgressivos (retrogradantes) atravessados num poço de pesquisa, localizado longe da linha da costa (no momento da ingressão máxima) é muito maior do que a diferença de idade entre os mesmos sedimentos quando o poço de pesquisa é localizado mais a montante (mais próximo da costa). A idade da grande maioria dos eventos geológicos, como, por exemplo, a idade de uma discordância (superfície de erosão induzida por uma descida do nível do mar relativo ou seja do nível do mar, local, referenciado à base dos sedimentos ou ao fundo mar) é dada pelo hiato mínimo (mais próximo de uma continuidade de sedimentação) associado com essa superfície. É por isso que a idade mais provável (o que em geologia que dizer a idade mais difícil de refutar) de uma discordância é dada pela idade dos cones submarinos de bacia, induzidos pela descida do nível do mar relativo responsável da superfície da superfície de erosão que caracteriza a discordância. A idade dos cones submarinos de bacia, pode ser dada, mais ou menos correctamente, em termos geológicos, pela idade dos argilitos pelágicos depositados entre os lóbulos turbidíticos. Na realidade, os lóbulos turbidíticos são considerados, geologicamente, instantâneos (horas ou dias), enquanto que o tempo de deposição dos argilitos pelágicos que os separam as camadas arenosas pode ser de dezenas de milhares de anos. Um lóbulo turbidítico é constituído por um estrato (ou camada) com um grande continuidade lateral, grano crescente para cima, com marcas de ondulação, marcas de base de camada, turboglifos e marcas de objectos e uma camada argilosa pelágica (camada E de Bouma). Cada lóbulo turbidítico (camada arenosa e argilosa) é depositado como um único evento, no qual as variações d energia do escoamento gravitário confere à camada feições típicas.
Hiato sem Deposição................................................................................................................................................Nondepositional Hiatus
Hiatus de non-déposition / Hiato de no-depositación / Non-Ablagerungsbedingungen Hiatus / 非沉积间断 / Неосадочный разрез / Iato non deposizionale /
Hiato associado às superfícies geológicas caracterizadas por uma ausência de deposição. As relações geométricas associadas com um hiato sem deposição são: (i) Biséis de Agradação; (ii) Superfícies Basais de Progradação e (iii) Biséis Somitais. Este hiato traduz o intervalo de tempo geológico durante o qual nenhum estrato se depositou na superfície de depósito. Sinónimo de Hiato de Deposição.
Ver: « Hiato »
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« Discordância »
&
« Superfície da Base das Progradações »
De um modo geral, um hiato é uma ruptura ou interrupção na continuidade do registro geológico, como a ausência numa sequência estratigráfica de rochas que, normalmente, deveriam estar presentes, mas nunca foram depositadas ou foram erodidas antes da deposição das camadas sobrejacentes (R. Bates & J. Jackson, 1980). Um hiato sem deposição é muitas vezes considerado como o valor temporal de um episódio de não deposição ou de não deposição e erosão juntos*. Estes esquemas ilustram diferentes casos de um hiato sem deposição (hiato de deposição para certos geocientistas) em ambientes sedimentares diferentes. A determinação das relações geométricas entre os estratos (ou reflectores sísmicos cronostratigráficos) e as configurações internas dos intervalos separados pelo hiato é muito importante, uma vez que elas podem definir superfícies da base das progradações ou superfícies de terminação dos biséis de agradação, as quais, evidentemente, traduzem histórias geológicas diferentes. No primeiro esquema (1), os sucessivos biséis de progradação (ambiente subaquático) definem uma superfície da base das progradações de um intervalo sedimentar regressivo** que fossiliza um hiato sem deposição, o qual aumenta para jusante (para o mar). As terminações superiores dos reflectores deste mesmo intervalo regressivo (ou progradante) definem uma superfície de terminação de biséis somitais (ambiente subaéreo), a qual pode ser ter sido produzida por uma discordância, isto é, por uma descida significativa do nível do mar relativo (superfície de erosão) ou por uma zona de transferência (zona através da qual os sedimentos são transportados sem se depositarem). Na primeira hipótese, o hiato é de erosão, mas na segunda, o hiato é por sem deposição. No segundo esquema (2), as terminações superiores dos reflectores do intervalo progradante (ou regressivo) não são visíveis, por conseguinte, unicamente, o hiato inferior associado à superfície da base das progradações é significativo. O hiato é de sem deposição, uma vez que o intervalo é progradante. É por isso que na estratigrafia sequencial, as superfícies da base das progradações (ambiente subaquático) não são limites dos ciclos estratigráficos, visto que elas não são induzidas por uma descida significativa do nível do mar relativo. Elas não são superfícies de erosão. Todavia, elas podem coincidir com o limite de um ciclo estratigráfico (ciclo-sequência ou não), na parte muito distal da bacia, quando as progradações tardias do prisma de nível alto (PNA) podem terminar, directamente, sobre os sedimentos do ciclo estratigráfico subjacente. O terceiro esquema (3) traduz um caso particular, no qual o levantamento (não necessariamente associado a um encurtamento regional***) dos sedimentos conformes inferiores não foi suficiente, pelo menos localmente, para os colocar num ambiente subaéreo, o que quer dizer, que eles, praticamente, não foram erodidos. Por outro lado, os biséis de agradação do ciclo sobrejacente fossilizam um hiato de sem deposição e não um hiato de erosão. Os biséis de agradação são, neste caso, biséis de agradação distais que se depositaram num ambiente subaquático. É importante não esquecer que, na estratigrafia sequencial, para haver discordância tem que haver erosão e que para haver erosão os sedimentos têm que ser expostos aos agentes erosivos e que para isso o nível do mar relativo tem que descer abaixo do rebordo da bacia (que, geralmente, está localizado a montante do rebordo continental, quando a bacia tem uma plataforma continental.
(*) Para muitos geocientistas, isto não significa, necessariamente, que nada ocorreu durante tal época mas, simplesmente, que nada foi preservado no registo estratigráfico, o que não é a mesma coisa. Se for verdade, que 80% ou mais de actividade sedimentar de um dado momento e num dado lugar não é registada (lei de Pareto), então pode dizer-se que há um hiato porque, nesse lugar e nessa época, não há material sedimentar que os geocientistas possam estudar, o que não significa que não significa que mas haja material suficiente para ser estudado, noutro lugar. Estas lacunas temporais podem ser grandes (de 0 até Gy). Elas sugerem que pode haver um deposição desprezível ou uma contínua erosão num determinado local.
(**) A expressão intervalo sedimentar regressivo é um pouco redundante. Quase todos os depósitos clásticos são, por definição progradantes, particularmente os depósitos marinhos embora, por vezes, a inclinação das progradações sejam tão pequena, que a larga escala (escala das linhas sísmicas, por exemplo) parecem sub-horizontais. Dentro de um ciclo sequência, por exemplo, salvo os cones submarinos de bacia (CSB) e de talude (CST), que se depositam durante descidas significativas do nível do mar relativo, todos os outros subgrupos de cortejos sedimentares se depositam, durante os períodos de estabilidade do nível do mar relativo, a medida que a linha da costa se desloca para o mar e para cima (progradação e agradação).
(***) O levantamento de uma estrutura salífera diapírica, por exemplo, levanta o sedimentos sobrejacentes, mas não os encurta. Ao contrário, os sedimentos sobrejacentes são alargados, mais ou menos, por falhas normais induzidas por um regime tectónico, local, caracterizado por um elipsóide dos esforços efectivos com σ1 vertical e σ2 = σ3 horizontais e perpendiculares entre si.
Hiato por Erosão..........................................................................................................................................................................................Erosional Hiatus
Hiato por erosão / Hiato por erosión / Erosion-Hiatus / 侵蚀间断 / Эрозионный перерыв / Iato erosivi /
Intervalo total do tempo geológico, que, num determinado lugar, não é representado por estratos ao longo de uma superfície estratigráfica (cronostratigráfica). Se o hiato abranger um intervalo de tempo geológico que pode ser medido correctamente, a superfície estratigráfica corresponde a uma discordância. Um hiato por erosão é sempre associado a estratos, mais ou menos, truncados. O hiato corresponde ao tempo geológico dos estratos que foram removidos pela erosão e não ao tempo em que a erosão ocorreu.
Ver: « Hiato »
&
« Discordância »
&
« Truncatura »
Na tentativa de interpretação geológica de um autotraço de um detalhe de uma linha sísmica do offshore da Indonésia, a discordância entre os sedimentos do Paleozóico e do Neogénico é evidente. Esta discordância que, localmente, foi reforçada pela tectónica (discordância angular), criou um hiato por erosão muito grande, uma vez que ela separa sedimentos de idade muito diferente. Pode dizer que na área em que esta linha sísmica for tirada, o hiato é de cerca de 210 My, isto é, o tempo geológico dos estratos que foram, eventualmente, removidos pela erosão. Todavia, é, provável, que uma parte deste hiato corresponda a um hiato por sem deposição. O mesmo sucede na tentativa de interpretação do autotraço de um linha sísmica do Mar Negro, na qual a discordância principal (em vermelho) está reforçada pela tectónica. O carregamento dos cavalgamentos da cintura dobrada parece ter sido o principal responsável discordância de base da bacia de antepaís, a qual, neste exemplo particular, é enfatizada pelos biséis de agradação das terminações dos sedimentos da antefossa que são, grosseiramente, concordantes com a discordância. A presença de diques vulcânicos na parte Sul da linha sísmica sugere um soco, altamente, intrudido, o que anuncia uma possível oceanização da bacia. Nestas tentativas de interpretação é necessário não esquecer que: (i) Uma discordância (reforçada ou não) sublinha sempre uma superfície de erosão (pelo menos na Estratigrafia Sequencial) ; (ii) Uma superfície de erosão é induzida por uma descida significativa do nível do mar relativo, isto é, do nível do mar, local, referenciado à base dos sedimentos ou ao fundo do mar, que põe o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia, que é o rebordo continental quando as condições geológicas são de nível alto, ou seja quando a bacia tem uma plataforma* ; (iii) A descida significativa do nível do mar relativo é induzida pela acção combinada da eustasia (variações do nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou um satélite) e tectónica (subsidência, durante um regime tectónico em extensão ou levantamento, em geral, induzido por um regime tectónico em compressão) ; (iv) A eustasia é, praticamente, sempre preponderante, pelo menos no que diz respeito à ciclicidade da coluna estratigráfica ; (v) As variações do nível do mar absoluto são, em geral, mais rápidas do que as variações tectónicas ; (vi) Dentro de um ciclo tectónico há vários ciclos eustáticos de diferentes ordens temporais (comprimentos de onda tempo), isto é, várias descidas do nível do mar eustático e relativo, e por conseguinte, várias discordâncias ; (vii) As descidas significativas do nível do mar relativo criam superfícies de erosão crípticas ; (vii) A erosão se faz, sobretudo, em associação com a destabilização dos cursos de água e, por isso, ela só é evidente em lugares privilegiados (vales cavados, canhões submarinos, talude continental) ; (viii) Uma discordância é sempre um limite entre dois ciclos estratigráficos ; (vii) O hiato por erosão é dado pelo intervalo de tempo geológico equivalente ao estratos erodidos ; (viii) A idade da discordância (idade da descida do nível do mar relativo) é dada pela idade dos turbiditos associados à descida do nível do mar relativo que a criou, ou seja, a idade do hiato sem deposição mais pequeno entre os sedimentos subjacentes e sobrejacentes à discordância. Obviamente, os resultados micropaleontológicos de um poço de pesquisa perfurado na área reconhecida por estas linhas sísmicas não são suficientes para datar as discordâncias (superfícies de erosão coloridas em vermelho). Tudo o que os resultados micropalentológicos desses poços podem dizer é que as idades serão posterior ao Paleozóico e anterior ao Neogénico (para o autotraço da linha da Indonésia) e posterior ao Mesozóico e anterior ao Neogénico (para o autotraço da linha do Mar Negro). Todavia, se um geocientista diz, por exemplo, que a idade da discordância do autotraço da linha da Indonésia é de, mais ou menos, 60 Ma (Daniano), é porque ele sabe, que na mesma área, um poço de pesquisa reconheceu, por cima de sedimentos do Paleozóico, um intervalo sedimentar turbidítico (cones submarinos de bacia) e que os argilitos pelágicos, entre as camadas turbidíticas arenosas foram datados de, mais ou menos, 60 Ma. Em todos os outros casos, a idade da discordância é uma simples hipótese baseada num eventual correlação com a curva dos dos biséis de agradação propostas por Jan Hardenbol et al. (1998).
(*) Dentro de um ciclo-sequência, durante a 2a fase de desenvolvimento do prisma de nível alto (PNA), quando a bacia não tem plataforma continental, uma vez a linha da costa coincide com o rebordo continental, o rebordo da bacia continua a ser o rebordo continental.
Hiato Marinho..............................................................................................................................................................................................................Marine Hiatus
Hiatus marin / Hiato marino / Marine-Hiatus / 海洋间断 / Морская расщелина / Iato marino /
Hiato num ambiente sedimentar marinho. Este tipo de hiato é, quase sempre, por sem deposição, uma vez que a erosão submarina é, em geral, local, embora ela possa estar associada, a montante, com uma superfície de erosão regional, isto é, com uma discordância.
Ver: « Hiato »
&
« Discordância »
&
« Superfície da Base das Progradações »
O offshore de Angola corresponde à sobreposição de várias bacias da classificação das bacias sedimentares de Bally e Snelson (1980). Na maior parte das linhas sísmicas regionais, acima de um soco que, a maior parte das vezes, corresponde a um conjunto de rochas graníticas do Pré-Câmbrico ou a uma cintura de montanhas dobradas e aplanadas, é possível reconhecer, de baixo par cima, as bacias seguintes: (i) Bacias de tipo-rifte que, como o seu nome sugere, são estruturas em extensão (demigrabens) de idade Jurássico Tardio / Cretácico Inferior, que se desenvolveram durante o alongamento do pequeno supercontinente Gondwana, as quais são cobertas por (ii) Uma margem divergente de tipo Atlântico de idade Mesozóico / Cenozóico. A bacias de tipo-rifte, que estão preenchidas por sedimentos não marinhos e, muitas vezes lacustres, são anteriores à ruptura da litosfera do pequeno supercontinente. A margem divergente começa por uma acreção vulcânica subaérea (escoamentos de lava que inclinam e se espessam para o mar em direcção dos centros de alastramento), antes que o alastramento passe a ser oceânico com a formação da crusta oceânica (diques vulcânicos com toldo e lavas em travesseiro). Na estratigrafia sequencial, ela corresponde ao ciclo de invasão continental pós-Pangeia (induzido pelo segundo ciclo eustático de 1a ordem do Fanerozóico), dentro do qual duas fases tectónico-sedimentares podem ser reconhecida: (a) Fase transgressiva, de geometria retrogradante, depositada durante a subida do nível do mar absoluto ou eustático (nível do mar global referenciado ao centro da Terra ou a um satélite e (b) Fase regressiva, de geometria progradante, depositada durante a descida do nível do mar absoluto ou eustático. Esta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de um detalhe de uma linha sísmica deste offshore ilustra um enorme hiato marinho, entre a fase transgressiva e regressiva do ciclo de invasão continental pós-Pangeia, o qual, por definição, aumenta em direcção da bacia. O hiato mínimo ao longo da superfície de base das progradações marca a idade de máxima da ingressão marinha do Cretácico (91,5 Ma, Cenomaniano / Turoniano). A história geológica sugerida por esta tentativa de interpretação é, provavelmente, a seguinte : (i) A crusta litosférica do supercontinente Pangeia foi alongada por um regime tectónico extensivo por falhas normais que criaram bacias de tipo-rifte (demigrabens preenchidos por sedimentos não marinhos com vergência oposta) ; (ii) A partir de um determinado momento (quando a espessura da litosfera, por adelgaçamento e injecção de material vulcânico atinge uma espessura de cerca de 10/15 quilómetros), a litosfera não pode mais alongar-se, por falhas normais e, assim, ela rompe-se, por excesso de injecções do manto sublitosférico, individualizando duas grandes placas litosférica (África e América do Sul) ; (iii) A ruptura da litosfera do supercontinente iniciou uma expansão ou alastramento vulcânico (formação de crusta subaérea e depois oceânica nova e do proto-oceano Atlântico Sul) ; (iv) Nas margens dos novos continentes depositou-se, por cima das bacias de tipo-rifte e do soco do pequeno supercontinente Gondwana (parte Sul do supercontinente Pangeia), uma margem continental divergente em associação com um ciclo eustático de 1a ordem, o qual foi o responsável do depósito do ciclo de invasão continental pós-Pangeia ; (v) Este ciclo estratigráfico é formado por duas grandes fases tectónico-estratigráficas: a fase transgressiva e a fase regressiva ; (vi) A fase inferior é a transgressiva, que foi induzida por uma subida do nível do mar eustático provocada pela expansão oceânica (tectonicoeustasia) e, em particular, pela formação de montanhas oceânicas (dorsais oceânicas), que reduziram o volume das bacias oceânicas (a quantidade de água sob todas as suas formas é considerada como constante desde o início da formação da Terra há cerca de 4,5 Ga) ; (vii) Durante a subida do nível do mar absoluto, a linha da costa, assim como os centros de deposição costeiros, globalmente deslocaram-se, pouco a pouco, para o continente ; (viii) Desde que o nível do mar eustático começou a descer, a linha da costa iniciou o seu deslocamento para jusante, fossilizando, progressivamente, a superfície de inundação máxima do Cretácico, a qual sublinha um enorme hiato marinho sem deposição. Nesta tentativa de interpretação é importante reconhecer a desarmonia tectónica induzida pelo horizonte salífero, perto da base da margem divergente. Acima da desarmonia tectónica, os intervalos sedimentares foram deformados (alongados) pela halocinese (σt = 0, ou seja, vector tectónico nulo) e pela tectónica salífera (σt < 0, isto é, quando o vector tectónico é negativo, tracção), enquanto que os intervalos subjacentes à desarmonia não estão deformados de maneira significativa.
Hidrocarboneto.............................................................................................................................................................................................................Hydrocarbon
Hydrocarbure / Hidrocarburo / Kohlenwasserstoff / 烃 / Углеводород / Idrocarburo /
Composto orgânico formado, inteiramente, de hidrogénio e carbono. A maioria dos hidrocarbonetos encontram-se no petróleo. Os hidrocarbonetos são uma das fontes de energia mais importante da Terra. Os hidrocarbonetos são usados, sobretudo, como combustíveis. Misturas de hidrocarbonetos voláteis são, actualmente, utilizados para substituir os clorofluorocarbonetos como propulsor dos pulverizadores de aerossol, uma vez que elas não têm nenhum impacto (negativo) na camada de ozono*.
Ver: « Metano »
&
« Petróleo »
&
« Asfalto »
Embora os hidrocarbonetos produzidos pelos poços de pesquiza sejam, em geral, designados como petróleo ou gás, há entre eles uma série de outros hidrocarbonetos. Os primeiros cinco membros da família da parafina (nome dado ao hidrocarbonetos cuja fórmula é CnH2n+2) contém de 1 a 5 átomos de carbono. A molécula com um átomo de carbono, que está ilustrada nesta figura, é o metano, que é o componente principal do gás natural. As outras chamam-se respectivamente, etano, propano, butano e pentano. O propano e o butano são os hidrocarbonetos que são vendidos nas garrafas de gás. Os hidrocarbonetos com 3/5 átomos de carbono são conhecidos como: gás condensado, líquidos de gás natural, ouro branco (contraste ao "ouro negro", isto é, ao petróleo). Os hidrocarbonetos podem formar cadeias rectilíneas ou ramificadas. Algumas destas são produzidas, naturalmente, por plantas e animais. A cera que é produzida nas nossas orelhas é um exemplo típico da produção de hidrocarbonetos pelo homem. As cadeias rectilíneas mais simples são as mais susceptíveis a sibilar (detonação não controlada) no motor des automóveis. São elas que são a base da taxa das octanas da gasolina medida da resistência da gasolina à detonação. Uma molécula com sete carbonos (heptano) rectilínea têm zero de octanas, enquanto que uma molécula de sete carbonos ramificada tem 100. O número de octanas da gasolina, que nós utilizamos ou utilizávamos nos automóveis (hidrocarbonetos alifáticos, quer isto dizer, sem aromáticos, reforçados com iso-octano ou benzeno), é determinado por comparação a uma mistura destes dois tipos de duas moléculas (heptano). A propriedade típica dos hidrocarbonetos é que eles produzem hidrogénio, dióxido de carbono e calor durante a combustão e que o oxigénio é necessário para que a combustão ocorra. Assim, o metano é queimado da seguinte maneira: CH4 + 2 O2 → 2 H2O + COn2 + Energia.
(*) Intervalo, de mais ou menos 10 km de espessura, da estratosfera terrestre com um forte teor de ozono (formado pela combinação de três átomos de oxigénio), entre 15 e 35 km de altitude, o qual contém cerca de 90% do ozono atmosférico. Nesta camada os gases são tão rarefeitos que se comprimidos à pressão atmosférica ao nível do mar a sua espessura teria unicamente alguns milímetros.
Hidrófito (organismo).........................................................................................................................................................................................................Hydrophyte
Hidrófito / Hidrófito / Hydrophitisch / 水生植物 / Гидрофит / Idrofite /
Organismo que vive na água ou num ambiente saturado de água. O termo hidrófito é sobretudo utilizado para as plantas.
Ve : « Hemipelágico (organismo) »
&
« Helófito (organismo) »
&
« Acomodação »
Como ilustrado nesta figura as plantas hidrófitas, isto é, as plantas que vivem a estação desfavorável debaixo da terra ou da água, podem ser : (i) Geófitas, que têm órgãos subterrâneos suculentos tais como rizomas, bolbos ou tubérculos e que no período das chuvas conseguem desenvolver, rapidamente, uma parte aérea utilizando os carbohidratos armazenados para florir e frutificar num curto período de tempo ; (ii) Helófitas, plantas que crescem em habitats alagadiços ou ao longo de rios e margens de rios ; (iii) Hidrófilas (também conhecidas como macrófitas aquáticas), que vivem com uma porção de sua parte vegetativa, permanentemente, imersa em água (o termo hidrófito refere-se tanto às algas como plantas vasculares). As hidrófitas têm uma série de adaptações ao seu meio ambiente. No caso de algumas árvores, as raízes podem ser dotadas de pneumatóforos, que captam oxigénio atmosférico para sua respiração. As plantas herbáceas e rizomatosas podem apresentar-se de três maneiras: (a) Flutuantes (quando suas raízes não se prendem ao fundo e toda a planta permanece flutuando na superfície) ; (b) Semissubmersas (quando parte da planta permanece fora da água, mas pelo menos as raízes estão presas ao fundo) e (c) Submersas (quando as raízes estão fixas ao fundo e todo o corpo da planta permanece debaixo de água). Cada um desses tipos apresenta uma gama de características próprias para seu modo de vida. As plantas flutuantes são, normalmente, dotadas de aerenquima (tecido constituído por células infladas ou grandes espaços intercelulares, formando grandes cavidades no interior da planta preenchidas de ar), que tornam seu peso mais leve; também possuem raízes curtas e simples, e grande índice de transpiração. As semissubmersas, normalmente, possuem caules curtos ou rizomas subterrâneos, presos ao substrato, e longas folhas ou pecíolos que mantém suas folhas para fora da água. Estas folhas possuem estomatos na face superior das folhas, ao invés da inferior, que é o mais usual. As submersas apresentam tecidos muito finos e delicados, normalmente, com folhas pequenas, em forma de fita, ou fimbriadas (orladas), sem qualquer tipo de tecido de sustentação. As flores, algumas vezes, permanecem submersas, embora isso não seja uma regra.
Hidrofracturação.........................................................................................................................................................................................Hydrofracturing
Hydrofracturation / Hidrofracturación / Hydraulic Fracturing / 水力压裂 / Гидроразры́в пласта́ / Fratturazione idraulica /
Injecção de um líquido sob alta pressão para abrir as fracturas à volta de um poço de produção quer ele produza água ou hidrocarbonetos.
Ver: « Hidrocarboneto »
&
« Diagrafia de Inclinação »
&
« Calcário »
A hidrofracturação é um método de desenvolvimento e reabilitação de um poço de produção, em geral de petróleo, pela água. A hidrofracturação é utilizada para aumentar o rendimento dos poços de baixa produção (quer de água quer de petróleo) nas formações geológicas em que os sistemas de fracturas são pouco desenvolvidos ou muito fechados. Nos Estados Unidos, a hidrofracturação tem sido utilizada, desde os anos 80, para aumentar a produção dos poços de produção de água. Inicialmente, a hidrofracturação foi utilizada em poços pouco profundos (75-180 metros) perfurados no soco (granito, gabros, etc.) e em rochas sedimentares, como calcários e arenitos. A maioria das vezes a fracturação foi feita entre 1000 e 2500 psi (libras por polegada quadrada) para as rochas do soco e entre 300 e 800 psi nas séries sedimentares, o que produziu um escoamento da água em superfície entre 250 e 450 litros por minuto. Praticamente, na primeira fase de uma hidrofracturação, desce-se um empacotador de perfuração ("packer") e expandem-se de maneira a isolar a zona da rocha-reservatório que deve ser reabilitada. Em seguida, bombeia-se a água a alta pressão, através de um tubo de injecção para a zona da rocha-reservatório. A pressão e o escoamento forçado em direcção da rocha-reservatório criam, na zona de produção, a abertura de pequenas fracturas radiais. As fracturas assim abertas ou de neoformação criam conexões com as fracturas antigas, que contém água, e com as paredes do poço. Num poço de um campo petrolífero, o princípio é, mais ou menos, o mesmo: (i) O equipamento de hidrofracturação injecta água sob alta pressão na rocha-reservatório ; (ii) A pressão da água abre as fracturas da rocha-reservatório, que permitem que o saturante (petróleo ou gás) se escoe para o poço. Numa hidrofracturação por zonas, começa-se por isolar, individualmente, cada zona de produção potencial, com os empacotadores de perfuração e injecta-se água a grande pressão para aumentar a permeabilidade da formação. Esta operação é efectuada para todas as zonas com rochas-reservatório potenciais, o que permite um escoamento para o poço do saturante, o qual é em seguida recuperado em superfície, quer naturalmente, quer por bombagem.
Hidrografia................................................................................................................................................................................................................................Hydrography
Hydrographie / Hidrografía / Hydrographie, Bewässerungkunde / 水文 / Гидрография / Idrografia /
Ciência que se ocupa da medição e descrição das águas e, especificamente, das medições e descrições das águas navegáveis necessárias para uma navegação segura dos navios. A oceanografia e a limnologia são ramos de hidrografia.
Ver: « Bacia de Drenagem »
&
« Canal »
&
« Fundo do mar »
A hidrografia é uma parte da geografia física que classifica e estuda as águas do planeta. O objecto de estudo da hidrografia é a água da Terra sob todas as suas forma, quer isto dizer, oceanos, mares, glaciares, água subterrânea, lagos, rios e água da atmosfera. A maior parte da água está, evidentemente, concentrada nos oceanos e mares, cerca de 1380000000 km3, o que corresponde a, mais ou menos, 97,3% das reserva hídrica do mundo. O volume total das águas continentais é cerca de 38000000 km3, o que representa 2,7% da água do planeta. A grande escala, a hidrografia é, geralmente, realizada por organizações nacionais ou internacionais que patrocinam a colheita de dados através de precisas observações e a publicação de cartas e material descritivo, sobretudo, para fins de navegação. A oceanografia é, em parte, uma consequência da hidrografia clássica. Em muitos aspectos, os dados são intercambiáveis, mas os dados hidrográficos marinhos são, especialmente, destinados à navegação marítima e de segurança da navegação. A exploração dos recursos marinhos, sobretudo a pesquiza petrolífera, utiliza de maneira intensiva a hidrografia. Historicamente, a hidrografia nasceu com a elaboração de cartas, gráficos, desenhos e anotações feitas, de maneira individual, pelos marinheiros. Todos estes documentos que, em geral, eram propriedade privada e, muitas vezes detidos em segrego, eram utilizados sobretudo para obter vantagem comerciais ou militares. Mais tarde, certas organizações, particularmente comerciais, adquiriram e aperfeiçoaram muitos desses dados individuais para os distribuírem aos seus membros, o que lhes deu uma vantagem organizacional. Na etapa seguinte, a maioria dos membros dessas organizações, foi obrigada a proceder à recolha de informações, o que permitiu o desenvolvimento de organizações hidrográficas dedicadas, basicamente, à recolha, organização, publicação e distribuição da hidrografia sob a forma de mapas e roteiros. A hidrografia dos rios inclui, em particular, também informações sobre o leitos, fluxos, qualidade da água e terrenos adjacentes.
Hidrologia.................................................................................................................................................................................................................................................Hydrology
Hydrologie / Hidrología / Hydrologie / 水文学 / Гидрология / Idrologia /
Ciência do ciclo hidrológico, isto é, do movimento cíclico da água dos oceanos para a atmosfera, da atmosfera para a superfície terrestre, da superfície da terrestre para as correntes de escoamento e água subterrânea e, finamente, de novo para os oceanos. A hidrologia é o estudo do movimento, distribuição e características da água sobre e debaixo dos continentes.
Ver: « Ciclo Hidrológico »
&
« Água Hipogénica »
&
« Água Juvenil »
O ciclo hidrológico é o movimento da água acima, sobre e debaixo da superfície da Terra. O ciclo hidrológico é o ciclo que reabastece as fontes de água subterrânea. Teoricamente, o ciclo hidrológico começa com a evaporação da água, para a atmosfera, quer dos oceanos, rios, lagos, calotes glaciares, vegetação, solos, etc. Este processo chama-se evaporatranspiração. Desde que a água se condensa para formar as nuvens, ela volta para a terra por precipitação, quer pela chuva, saraiva ou neve. A precipitação caí na superfície da Terra e infiltra-se no solo ou escoa-se sobre o terreno. Quando ela se infiltra no solo, fala-se de infiltração. Quando ela flui à superfície da terra fala-se de escoamento. A quantidade de precipitação que se infiltra, em relação à quantidade de água, que se escoa sobre a superfície da terra, varia em função de vários factores: (i) Quantidade de água presente no solo ; (ii) Composição do solo ; (iii) Cobertura vegetal e, evidentemente ; (iv) Declive do terreno. Na grande maioria dos casos, o escoamento de superfície encontra uma corrente ou qualquer outra massa de água (lago, oceano, etc.), onde, a água entra, para de novo, se evaporar para a atmosfera. A água que se infiltra no solo, flui sob a acção da gravidade através partículas que formam o solo e das fissuras. Se o solo for muito seco, a água é absorvida até que ele fique molhado. Desde que ele fica molhado, o excesso de infiltração começa a deslocar-se em direcção do nível freático (nível hidrostático). Desde que a água atinge o nível hidrostático, a água passa a fazer parte da água subterrânea. Muitas das rochas localizadas próximo da superfície da terra são porosas e fracturadas. Toda a água debaixo da superfície da terra que se escoa através dos poros e fissuras da terra é conhecida como água subterrânea. Esta desloca-se para baixo e, lateralmente, para, eventualmente, atingir uma exsudação, nascente, fonte ou mesmo o mar, onde, outra vez, ela se vai evaporar para recomeçar um novo ciclo hidrológico.
Hidrosfera......................................................................................................................................................................................................................................Hydrosphere
Hydrosphère / Hidrosfera / Hydrosphäre / 水圈 / Гидросфера / Idrosfera /
A água da Terra sob todas as formas, isto é, água da litosfera (rochas), da criosfera (gelo), da atmosfera (ar) e da biosfera (organismos vivos).
Ver: « Criosfera »
&
« Litostratigrafia »
&
« Variação do Nível do Mar Relativo »
A hidrosfera inclui toda a água da Terra. Na realidade, 71% da Terra é coberta de água e só 29% corresponde à terra firme. A abundância de água na Terra é uma característica única. Ela distingue o nosso planeta dos outros planetas do sistema solar. A razão mais provável da presença de água na Terra é que esta tem a massa, composição química e atmosfera justa. Por outro lado, a Terra está à distância justa do Sol, o que permite que a água exista sob a forma líquida. As variações de temperatura e pressão no nosso planeta permitem à água de existir em três estados: (i) Sólido (gelo) ; (ii) Líquido (água) e (iii) Gasoso (vapor de água). A maioria da água é contida nos oceanos (1,35 M km3). A elevada capacidade de calor desta grande grande massa de água protege a superfície da Terra de grandes mudanças de temperatura. A quantidade de água na terra é limitada, uma vez que ela é constante. Os geocientistas pensam que a quantidade de água (sob todas as suas formas) é constante desde a formação da Terra. Esta conjectura permite explicar os ciclos eustáticos associados à ruptura dos supercontinentes (ciclos eustáticos de 1a ordem). O movimento da água através a hidrosfera, como ilustrado no esquema da direita, chama-se ciclo da água ou ciclo hidrológico. Este ciclo pode ser dividido em seis partes: (a) Evaporação / Transpiração ; (b) Condensação ; (c) Precipitação ; (iv) Infiltração ; (v) Escoamento e (vi) Colheita. A condensação ocorre quando o vapor de água se condensa na atmosfera para formar as nuvens. Quando o ar arrefece, suficientemente, o vapor de água condensa-se, no ar, em partículas para formar as nuvens. Desde que as nuvens se formam, o vento desloca-as através a superfície terrestre, espalhando vapor de água. Quando as nuvens não podem conter mais humidade, elas liberam a água sob a forma de precipitação, que pode ser chuva, neve, saraiva, etc. A infiltração, escoamento e evaporação ocorrem ao mesmo tempo. A infiltração ocorre quando a precipitação caí no terreno. Se a precipitação é mais rápida que a infiltração ela começa a escoar-se até entrar num corpo de água. O mesmo sucede a água subterrânea. A evaporação muda a água líquida dos corpos de água em gás que sobe na atmosfera para mais tarde se condensar.
Hidroturbação.........................................................................................................................................................................................................Hydroturbation
Hydroturbation / Hidroturbación / Hydroturbation / Hydroturbation (土壤,由于水的混合物) / Гидротурбация / Idroturbazione (miscela di suolo a causa di acqua)/
Deformação das estruturas sedimentares, formações superficiais ou solos devido a modificações de teores de humidade, em especial nas rochas argilosas e limos. Sinónimo de Peloturvação.
Ver: « Turbiditos »
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« Compactação »
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« Argila »
A hidroturbação designa, principalmente, a deformação de um solo sob a acção da hidratação e desidratação, assim, por exemplo, as fendas de dissecação são o resultado da hidroturbação. Quando o conteúdo de água ou o aumento de pressão causa hidroturvação ou peloturvação, certos geocientistas pensam, que é devido aos processos de dilatação e contracção dos minerais argilosos. As colunas de solo desenvolvem-se onde minerais argilosos são lavados. Na superfície uma estrutura de microinchaços ocorre ao lado microcavidades (microturbação). Não confunda hidroturvação com bioturvação. A bioturvação resulta da mistura dos solos provocada por organismos. Esta mistura cria uma expansão dos horizontes do solo, assim como uma lubrificação dos horizontes de transição. A bioturvação produz uma porosidade secundária, que desempenha um papel crucial na condutividade da água sobretudo nos solos finos. Os processos de bioturbação promovem a formação de húmus complexos, que estabilizam e aumenta a fertilidade dos solos. O cultivo antropogénico dos solos faz parte da bioturvação, embora, convencionalmente, ele não seja tomado em consideração pelos geocientistas. Também não confunda hidroturbação com crioturvação, que é uma turbação, isto é, um conjunto dos processos de mistura dos sedimentos ou dos horizontes de um solo, provocada pelo gelo e na qual os efeitos de decomposição física são os mesmo que durante uma fracturação pelo gelo (crioclástica). Esta fotografia representa um afloramento de um intervalo arenoso turbidítico profundo (cones submarinos de bacia) depositado na sequência de uma descida relativa do nível do mar que pôs nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia, isto é, que mudou as condições geológicas de alto nível do mar para condições geológicas de nível baixo. Neste horizonte argiloso que sublinha a idade da superfície de erosão (discordância) induzida pela descida relativa do nível do mar, é fácil de reconhecer as deformações dos sedimentos (convexas para cima) induzidas por um escape da água, que preenchia a porosidade das areias, devido a compactação (figuras de escape).
Higrófito (organismo) .........................................................................................................................................................................................................Hygrophyte
Hygrphyte / Higrófito / Hygrophitisch / 湿生植物 / Гигрофит / Igrofite /
Organismo que vive num ambiente de atmosfera húmida, saturada ou quase. Uma organismo higrófito é, praticamente, sinónimo de um organismo hidrófito.
Voir: « Ambiente Sedimentar »
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« Hidrófito »
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« Hemipelágico (organismo) »
No que diz respeito às plantas, segunda classificação de Raunkier, uma planta higrófita ou hidrófita é um tipo de planta que vive submersa na água (os gomos ou gemas e as folhas estão na água) a maior parte do ano ou mesmo todo o ano. Dentro desta categoria de plantas podem distinguir-se: (i) As higrófitas flutuadoras, que vivem à superfície da água e (ii) as higrófitas fixas (enraizada no solo) com flores e folhas flutuantes (como um lírio de água) ou com folhas submersas, como por exemplo, a elódea (Elodea canadensis). Devido à lenta difusão dos gases na água, à luz difusa e à relativa pobreza de sais, as folhas submersas têm uma superfície muito exagerada, em relação ao volume. Elas podem ser inteiras e muito finos, divididas ou fenestradas (cheias de buracos) ou pequenas, mas muito numerosas. É importante notar que certos autores diferenciam as plantas hidrófitas das plantas hidrófilas, o que quer dizer que eles não consideram estes termos como sinónimos. Para eles, as plantas higrófitas são as que vivem num ambiente húmido e de solo, permanentemente, húmido, com abastecimento de água abundante, como, por exemplo, muitas das plantas que vivem à sombra ou que vivem no interior da floresta. A raiz e o sistema vascular destas plantas são pouco desenvolvidos. Elas têm estruturas que favoreçam a transpiração: limbos foliares grande, delgados, tenros, suculentos e muitos hidatódios, isto é, estruturas para eliminar, por um processo de gotação (a perda de água líquida, através da superfície das folhas). Por outro lado, como a luz é limitada, elas, muitas vezes, possuem cloroplastos na epiderme. Algumas plantas higrófitas têm iridescência azul, que é devida à formação de filtros por finas películas de interferência na epiderme ou nos cloroplastos. A vantagem desses filtros na sombra da floresta é, segundo certos autores, devido a uma absorção mais eficaz das ondas de luz vermelha em detrimento da reflexão das ondas de luz azul. Muitas ervas da floresta tropical têm antocianinas (derivados de sais flavílicos, isto é, com catião AH-, solúveis em água, que na natureza estão associados à moléculas de açúcar) na epiderme abaxial (que está fora do eixo do corpo), o que, aparentemente, aumenta a absorção de energia luminosa por retroespalhamento de luz através do tecido de clorofila.
Hiperbentos...........................................................................................................................................................................................................................Hyperbenthos
Hyperbenthos / Hiperbentos / Hyperbenthos / Hyperbenthos (底棲生物) / Гипербентос / Iperbenthos /
Pequenos animais que vivem no fundo do mar e que tem a capacidade de bem nadar e realizar, com as variação de amplitude, intensidade e regularidade, migrações verticais sazonais ou diárias acima do fundo do mar.
Ver: « Bentos »
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« Hemipelágico (organismo) »
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« Animal (reino) »
Bentos ou organismos bentónicos são os organismos que vivem, no interior ou próximo do fundo do mar. Eles vivem dentro ou perto de ambientes sedimentares marinhos, desde as zonas intermareais até às zonas abissais (ambientes de plataforma continental incluídos). No que diz respeito à localização os bentos subdividem-se em: (i) Epibentos e (ii) Hiperbentos (este termo é sobretudo utilizado para os crustáceos). Os primeiros vivem sobre o fundo do mar ou, imediatamente, acima do fundo do mar, alguns estão ligados ao substrato, enquanto outros são móveis. Como epibentos podemos citar as esponjas, corais, estrelas do mar, etc. Os segundos, isto é, os hiperbentos têm uma grande capacidade de natação que lhes permite efectuar migrações verticais, mais ou menos, regulares (diárias ou sazonais) a partir do fundo do mar. Recentemente, certos autores fazem uma distinção entre as espécies, realmente, hiperbênticas e as variedade de animais "de visita" ou "imigrantes", os quais podem ser classificados como endobentos, epibentos ou planctónicos. Igualmente, também, à pouco tempo, se reconheceu o papel importante dos hiperbentos no funcionamento dos ecossistemas marinhos, sobretudo, quando se verificou que numerosos os peixes demersais (peixes que vivem a maior parte do tempo em associação com o substrato, quer em fundos arenosos como os linguados, ou em fundos rochosos, como as garoupas) e muitos crustáceos epibentos se alimentam, pelo menos durante uma parte da sua vida, de animais hiperbênticos. Actualmente, há também um interesse muito marcado nos estudos das larvas de peixes e crustáceos que mais tarde têm uma fase de vida hiperbêntica. Como os estudos de acoplamento pelágico-bentónico ligados aos fluxos de energia incluem, raramente, amostras colhidas a poucos centímetros acima do fundo do mar, existe uma subestimação significativa do fluxo de partículas orgânicas. Os animais hiperbênticos muito móveis, que vivem um pouco acima do fundo do mar são, raramente, capturados pelos aparelhos de amostragens das faunas bênticas ou pelágicas.
Hiperpicnal (fluxo)............................................................................................................................................................................................................Hyperpycnal
Hyperpycnal / Hiperpicnal (flujo) / Hyperpycnal (Fluss) / Hyperpycnal (流) / Гиперпикнальный поток / Iperpicnal (flusso) /
Corrente de água que é mais densa do que o corpo de água na qual ela entra. Quando uma corrente hiperpicnal entra num corpo de água (oceano, lago, etc.), ela produz, geralmente, uma corrente de turbidez. O padrão de fluxo hiperpicnal é o de um jacto plano.
Ver: « Hipopicnal (fluxo) »
&
« Jacto Plano »
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« Jacto Axial »
O destino da água de um rio carregada de sedimentos é determinado pela sua densidade em relação à densidade da água do corpo de água em que ela é descarregada. Três situações são possíveis: (i) Fluxo Hiperpicnal, quando a densidade da água do rio é maior do que a densidade da água de recepção ; (ii) Fluxo Hipopicnal, quando a densidade da água do rio é menor do que a densidade da água de recepção e (iii) Fluxo Homopicnal, quando a densidade da água do rio é igual à da água de recepção. No primeiro caso (hiperpicnal), a água do rio mergulha para o fundo da bacia de recepção e pode formar uma corrente de turbidez. No segundo caso (hipopicnal), os sedimentos espalham-se à superfície da bacia de recepção e, gradualmente, depositam-se no fundo como um hemipelagito. No terceiro caso (homopicnal), a água de entrada mistura-se com a água de recepção e os sedimentos depositam-se formando um banco de desembocadura. Os casos mais frequentes são, evidentemente, os das correntes hiperpicnais e hipopicnais. A concentração crítica de sedimentos a partir da qual a água de um rio é hiperpicnal ou hipopicnal pode calcular-se facilmente. A densidade de uma corrente depende da densidade do fluído, sedimentos e concentração dos sedimentos que ela transporta. A densidade da água do mar depende da salinidade e temperatura. A concentração crítica de sedimentos para que uma corrente se torne hiperpicnal, por exemplo, depende do clima e do padrão de circulação do oceano no momento de deposição. Nesta figura está ilustrada uma simulação da entrada de uma corrente hiperpicnal no mar Adriático (Rio Potenza). No esquema da esquerda, os autores assumiram que não havia nenhuma corrente litoral paralela à linha de costa. No da direita, eles admitiram a presença de uma corrente litoral paralela à linha da costa de 50 cm/s, a qual, evidentemente, interagiu com o fluxo hiperpicnal. A duração desta simulação foi de 4 horas. É possível que muitas correntes de turbidez, responsáveis pela deposição de cones submarinos profundos, se tenham formado nestas condições.
Hipocentro (foco sísmico).............................................................................................................................................................................................Hypocenter
Hypocentre / Hipocentro / Hypozentrums / 震源 / Гипоцентр / Ipocentro /
Foco de um tremor de terra ou de uma explosão nuclear.
Ver: « Tsunami »
&
« Epicentro »
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« Falha »
Em relação a um terramoto, o hipocentro é o foco do terramoto, enquanto que em relação a uma explosão nuclear, o hipocentro é o ponto da superfície zero. Isto quer dizer, que o hipocentro de um terremoto é a posição onde a energia de deformação armazenada nas rochas é libertada pela primeira vez. Ele marca o ponto onde a falha começa a formar-se, o que ocorre na profundidade focal debaixo do epicentro (ponto da superfície da Terra que está directamente acima do hipocentro ou foco, isto é, o ponto onde um terramoto ou uma explosão subterrânea se origina). A profundidade focal pode ser calculada a partir de medidas baseadas na propagação das ondas sísmicas. Como em todos os fenómenos ondulatórios, há uma certa incerteza nas medidas, a qual aumenta com o comprimento de onda. Por isso, a profundidade focal da fonte das ondas de grande comprimento de onda (baixa frequência) é difícil determinar com precisão. Os terramotos muito fortes irradiam uma grande fracção da energia liberada em ondas sísmicas com comprimentos de onda muito grandes e, por isso, um forte terramoto envolve a libertação de energia a partir de uma grande massa rochosa. Um terramoto (ou tremor de terra) é o resultado de uma súbita libertação de energia na crusta terrestre que cria ondas sísmicas. A sismicidade ou actividade sísmica de uma área refere-se à frequência, tipo e tamanho dos sismos que a área sofreu durante um período de tempo significativo (tempo geológico). A amplitude dos terramotos é medida com sismógrafos, isto é, dispositivos que registam as ondas sísmicas. A magnitude de um terramoto é, convencionalmente, considerada a partir de 3, uma vez que os terramotos com magnitude inferior são quase sempre imperceptíveis, enquanto que os de magnitude 7, ou mais, causam grandes danos em áreas extensas. A intensidade do movimento produzido por um terramoto é medida numa escala de Mercalli modificada : (1) Imperceptível ; (2) Muito fraco ; (3) Fraco ; (4) Moderado; (5) Forte ; (6) Bastante forte ; (7) Muito forte ; (8) Ruinoso ; (9) Desastroso; (10) Destruidor ; (11) Catastrófico e (12) Cataclismo. Este último caracterizado por deslocamentos de grandes massas rochosas, topográfica distorcida, objectos atirados ao ar, nunca foi registado no período histórico.
Hipopicnal (fluxo).................................................................................................................................................................................................................Hypopycnal
Hypopicnal / Hipopicnal (flujo) / Hypopycnal (Fluss) / Hypopycnal (流) / Гипопикнальный поток / Ipopicnal (flusso) /
Fluxo de água que é mais menos denso do que a do corpo de água no qual ele entra (bacia de recepção). Ao entrar numa bacia de recepção, os sedimentos que transporta uma corrente hipopicnal dispersam-se à superfície da bacia, para, mais tarde, se depositarem, pouco a pouco, no fundo da bacia formando hemipelagitos (depósito profundo no qual mais de 25% da fracção das partículas tem um tamanho superior a 5 micrómetros). O padrão do fluxo é o de um jacto axial.
Ver: « Hiperpicnal »
&
« Jacto Plano »
&
« Jacto Axial »
Quando a água de uma corrente carregada de sedimentos entra num outro corpo de água (bacia de recepção), três coisas podem acontecer: (i) A densidade da água do rio pode ser maior do que a densidade da água de recepção (fluxo hiperpicnal) ; (ii) A densidade da água do rio é igual à da água de recepção (fluxo homopicnal) e (iii) A densidade da água do rio é menor do que a densidade da água de recepção (fluxo hipopicnal). Quando o fluxo é hipopicnal, os sedimentos espalham-se à superfície da bacia de recepção e, gradualmente, depositam-se no fundo formando um hemipelagito (depósito de lama de alto mar, no qual mais de 25% da fracção das partículas são mais grossas que 5 micra, cuja origem é (*) terrígena, vulcânica ou nerítica). Um escoamento hipopicnal cria-se quando um rio de água pouco densa que entra num corpo de água de alta densidade. Nestas condições, a água do rio, quando entra na bacia de recepção, escoa-se para o largo depositando, progressivamente, as fracções argilosas que ela transportava em suspensão formando, eventualmente, um prodelta. As partículas argilosas deixam de estar suspensas por floculação, isto é, pela aglutinação das partículas devido à criação, pela água do mar, de partículas carregadas negativa e positivamente. Em condição homopicnal, três tipos de jactos podem existir à frente de um canal distributário: (1) Jacto axial, sem atrito com o fundo do corpo de água receptor ; (2) Jacto plano, fluxo com grande velocidade entrando em uma bacia pouco profunda, sofrendo atrito com o fundo do corpo de água receptor ; (3) Pluma flutuante, a água aportada gera plumas (todavia, no começo, na entrada na bacia de recepção, o fluxo é governado por forças gravitacionais, o que pode sugerir um comportamento mais semelhante a jactos). Note que as plumas são fluxos com a flutuabilidade alimentada de maneira contínua, enquanto que os jactos são fluxos com a quantidade de movimento alimentada, continuamente, pela fonte (Crapper, 1977). A quantidade de movimento nos jactos permanece constante ao longo das linhas de fluxo centrais, em qualquer secção transversal, enquanto que nas plumas há um aumento gradual, mantendo, todavia, a flutuabilidade constante. Ambos fluxos se expandem lateralmente através da bacia de recepção. A diferença entre um jacto e uma pluma não tem nada a ver com a turbulência (escoamento de um fluido no qual as partículas, que o fluido transporta, se misturam de forma não linear, isto é, de forma caótica com grande agitação e redemoinhos, em oposição ao fluxo laminar, no qual a lei de Poiseuille não se aplica. De maneira geral, a lei de Poiseuille indica, de maneira teórica a relação entre a taxa de fluxo e a viscosidade do fluido, a diferença de pressão nas extremidades do um canal, o comprimento e o raio do canal. Esta relação é verificada experimentalmente nos canais de pequeno raio e é, frequentemente, utilizada nos viscosímetros porque diz, nomeadamente, que o fluxo é inversamente proporcional à viscosidade (https://fr.wikipedia.org/wiki/Écoulement_de_Poiseuille). Ambos podem ter um comportamento turbulento ou laminar. Esta fotografia ilustra a desembocadura do rio Rusk no lago Mono que funciona como uma bacia de recepção. A corrente do rio é hipopicnal, o que quer dizer, que a densidade da água do lago Mono é maior do que a densidade da água do rio Rusk. Assim, quando o vale do rio é inundado pelo levantamento do nível do lago, a água doce do rio ao entrar no lago e flutua sobre a água do lago o que torna a área deltaica muito produtiva sob o ponto vista ecológico. Nesta fotografia o edifício deltaico construído pelas águas do rio Rusk é, perfeitamente, visível. Não confunda edifício deltaico com delta, uma vez que a espessura e um delta, raramente, ultrapassa 30-6o metros, enquanto que a espessura de um edifício deltaico, que a superposição, mais ou menos, vertical de muitos deltas, pode atingir milhares de metros.
(*) Para Bates & Jackson (1987), um sedimento hemipelágico é um sedimento de água profunda que contém uma pequena quantidade de material terrígeno e restos de organismos pelágicos. A génese dos sedimentos hemipelágicos é, muitas vezes, associada a processos de redeposição e incluem material mais fino, pelítico, das correntes turbidíticas que se espalham na planície abissal próximo do sopé continental. Os depósitos hemipelágicos são, na realidade, depósitos pelágicos impuros. É, é sempre útil precisar em que sentido o termo hemipelágico é utilizado. Ao contrário dos sedimentos hemipelágicos, os pelágicos depositam-se na planície abissal a grande distância dos continentes, isto é, longe dos aportes terrígenos grosseiros e das correntes de turbidez, a partir das quais se depositam os cones submarinos de talude e os cones submarinos de bacia (relativamente próximo dos continentes, uma vez que os sedimentos que os compõem são de origem terrígena).
Hipsométrica (curva).................................................................................................................................................................................................Hypsometric
Hypsométrique, Hypsographique / Hipsométrica / hypsometrischen Kurve / 分层设曲线 / Гипсометрическая кривая / Curva ipsometrica /
Curva que representa a distribuição areal das altitudes do relevo da superfície da Terra. Quando esta distribuição areal inclui as profundidades do relevo submarino a curva ou a carta é hipsobatimétrica. Sinónimo de Curva Hipsométrica.
Ver: « Curva hipsométrica »
&
« Fisiográfica (província) »
&
« Mapa de Contornos »
Não confunda uma carta hipsométrica, como a carta ilustrada nesta figura à direita (que é uma carta topográfica) e com a curva (hipsométrica) ilustrada a esquerda. Uma curva hipsométrica é uma função empírica da distribuição cumulativa de elevações de uma região. As diferenças entre as curvas hipsométricas de certas áreas sugerem que elas foram moldadas por diferentes processos geomorfológicos. Isto é, muitas vezes, facilmente reconhecido pela análise do sistema de drenagem, i.e., pelo padrão formado pelos córregos, rios e lagos de uma certa região. Os sistema de drenagem dentrítico, paralelo, rectangular, radial, etc., traduzem estruturas rochosas e processos geomorfológicos diferentes. Uma curva hipsométrica pode, também, ser considerada como uma função contínua e representada, graficamente, como uma projecção x-y, na qual a elevação é no eixo vertical (eixo y) e a área na horizontal (eixo x). Uma curva hipsométrica pode também pode ser representada de forma não-dimensional ou numa forma estandardizada pelos valores máximos da elevação e área, o que fornece aos geocientistas uma maneira de avaliar a similaridade das bacias hidrográficas. Em outros termos uma curva hipsométrica (ou curva hipsográfica, como certos geocientistas lhe chamam) é uma curva de frequência cumulativa da altura da superfície da Terra. Essencialmente, ela é um gráfico que mostra a proporção de área de terra que existe em vários níveis projectando área relativa contra a altura relativa. Na curva hipsométrica da superfície terrestre total existem dois máximos de frequência a 100 e 4700 metros de altura, os quais correspondem ao nível médio das áreas continentais e do fundo do mar. Uma curva hipsométrica é, normalmente, utilizada para demonstrar que a Terra tem dois tipos de crusta: continental e oceânica. A curva, como ilustrado acima, mostra a percentagem da superfície da Terra, acima de qualquer elevação. É por isso, que0 eixo horizontal é chamado "% da superfície da Terra", uma vez que ele indica a percentagem, enquanto o eixo vertical sublinha elevação acima ou abaixo do nível do mar.