Vaalbara (supercontinente)..................................................................................................................................................................................................Vaalbara

Vaalbara (supercontinent) / Vaalbara (supercontinente) / Vaalbara (Superkontinent) /瓦尔巴拉(超大陆名)/ Ваальбара (суперконтинент) / Vaalbara (supercontinente) /

O primeiro supercontinente que os geocientistas conseguiam reconstituir e que se formou a partir de protocontinentes que se aglutinaram há cerca de 3,1 Ga. O supercontinente Vaalbara fracturou-se há cerca de 2,8 Ma.

Ver: « Supercontinente »

Vale (corrente, curso de água)................................................................................................................................................................................................................Valley

Vallée (courante) / Valle (corriente) / Valley (Flüsse) / 流域(河流) / Долина (реки) / Valley (fiumi) /

A área entre o cimo dos taludes de cada lado do leito de um curso de água.

Ver: « Discordância »
&
« Fluvial »
&
« Rio »

O vale do Rio Douro, em Portugal, é conhecido em todas as parte do mundo, não só pelos seus socalcos (construídos em grande parte pelos romanos, como eles os fizeram também no vale do Rio Ródano, e, em particular, na Suíça), mas e sobretudo porque é neles crescem a uvas a partir das quais se faz vinho do Porto. Nunca confunda o vale de um rio com o leito do rio. O vale corresponde aos taludes que as populações usam para a agricultura. O leito de um rio é o espaço que pode ser ocupado pelas as águas de uma corrente. Como esta definição é muito vaga, é interessante saber que um rio, como qualquer outro curso de água, pode ter pelo menos três leitos: (i) Leito Maior ou Leito de Inundação, que engloba toda a zona que o rio inunda e, que, em geral, está coberta de aluviões modernos, como ilustrado nas cartas geológicas, e que é muito mais largo que o leito ordinário e (ii) Leito Ordinário ou, melhor o Leito Aparente, que é o alvéolo, bem determinado entre entre as margens, ocupado pelos materiais rolados pelas águas e pouco disfarçado, ao contrário do que sucede com leito maior, que é, em grande, parte coberto pela vegetação e ocupado pelo homem e (iii) Leito Reduzido, que é o leito que durante o verão, ocupa uma parte reduzida do leito normal e que não é limitado por margens nítidas ( ele vagueia dentro dos limites do leito ordinário e eventualmente, pode dividir-se em vários braços). Depois das inundações, os leitos maiores são ocupados por materiais sedimentares finos (excepto nas montanhas), uma vez que as vertentes, que, em geral estão cultivadas, fornecem, exclusivamente, materiais de granulometria fina. Estes materiais constituem o que os geocientistas chamam os depósitos de transbordo. A largura dos leitos ordinários ou aparentes é função da resistência das rochas, débito da corrente e do estorvamento dos materiais transportados. A débito igual, a largura do leito aparente é máxima para os cursos de água carregados de areia, areia grossa, seixos e, quando a corrente é formada de canais entrançados que circulam entre os bancos sedimentares. O material que forma o leito de uma corrente pode ser formado por rochas, in situ, ou por materiais transportados pela corrente. É abusivo associar o leito aluvial de um rio a um preenchimento e um leito rochoso a um erosão.

Vale Cavado (inciso)..................................................................................................................................................................................................Incised Valley

Vallée incisée / Valle inciso / Eingeschnittene Tal / 下切谷 / Врезанная долина / Valle incisa /

Vale talhado pela erosão induzida por uma descida relativa do nível do mar significativa, que destruiu o perfil de equilíbrio provisório e que pôs o nível do mar mais baixo do que rebordo da bacia, quer isto dizer, que exumou a plataforma continental e a parte superior do talude continental.

Ver: « Cortejo Sedimentar »
&
« Descida do Nível do Mar Relativo »
&
« Discordância »

Nesta fotografia, uma parte do vale de uma corrente (área entre o cimo dos taludes de cada lado do leito do curso de água) foi preenchida por sedimentos, provavelmente durante a deposição do último estágio de um prisma de nível baixo, quando nível do mar estava próximo, mas ainda mais baixo do que o rebordo da bacia. Efectivamente, o antigo vale cavado, que tinha sido induzido por uma descida significativa do nível do mar relativo (nível do mar local, referenciado a qualquer ponto fixo da superfície terrestre, que ele seja a base dos sedimentos ou o fundo do mar, que é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático*, ou seja, do o nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite e da tectónica) foi, totalmente, preenchido por sedimentos, ao mesmo tempo que se depositavam os últimos paraciclos sequência do prisma de nível baixo (PNA) do ciclo sequência inicia pela descida do nível do mar relativo. Todavia, mais tarde, uma nova descida do nível do mar, pós, outra vez, o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia, o criou uma nova discordância. Como a nova descida do nível do mar relativo deslocou para o mar e para baixo a linha da costa e assim como da desembocadura dos rios. Esta nova posição da linha da costa, obrigou os rio a cavar mais os seus leitos, que criaram um novo vale cavado, afim que eles obtenham um novo perfil de equilíbrio provisório. A anomalia topográfica (vale cavado) induzida por uma corrente reactivada é, nesta figura, muito evidente. A incisão foi produzida por uma descida significativa do nível do mar relativo, na qual o parâmetro tectónico, provavelmente, teve uma importância semelhante à da eustasia (variações do nível do mar absoluto ou eustático). Na realidade, uma descida significativa do nível do mar relativo, põe o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia, o que destrói o perfil de equilíbrio provisório das correntes (quando ao longo de todo o curso de água a inclinação permite apenas de evacuar a carga), uma vez que a desembocadura das correntes foram deslocadas para jusante (por vezes dezenas ou centenas de quilómetros). Mais tarde, durante a próxima ingressão marinha (subida subida do nível do mar relativo, o vale cavado (ou inciso) será preenchido por sedimentos formando o que os muitos geocientistas, principalmente, os que interpretam as linhas sísmicas, chamam, de maneira errada, simplesmente vale cavado. Na análise sequencial, os preenchimentos dos vales cavados são muito úteis, visto que eles permitem a localização das discordâncias, sobretudo quando estas não foram reforçadas pela tectónica o que é o caso mais frequente. O perfil de equilíbrio definitivo ou ideal é uma utopia geológica. Ele implica que ao longo de todo curso, a inclinação da corrente permita apenas o escoamento da água sem que qualquer material seja transportado. A inclinação de um tal perfil, que é dada pela formula de Chévy-Eytelwein, é tão pequena que, praticamente, nunca pode ser atingida. O único perfil que nos interessa é o perfil de equilíbrio provisório que a grande maioria dos geocientistas chamam perfil de equilíbrio. Não esqueça que para Vail e Posamentier (1988), a deposição deltaica ocorre quando uma corrente encontra um corpo de água, quase imóvel, e a sua velocidade diminui quase instantaneamente, isto é, a partir da linha de baía (limite entre a planície costeira e a aluvial), que para eles corresponde ao limite montante do prisma costeiro, a qual se que pode deslocar-se rio acima quando a progradação da linha da costa é acompanhada de agradação. Todavia, para certos geocientistas, como Miall, um tal encontro com um corpo de água quase imóvel e que controla o perfil de equilíbrio (provisório) dos rios, ocorre na embocadura de uma corrente, isto é na cabeça dos deltas, e não na linha de baía. Assim, quando se fala do perfil de equilíbrio provisório de um rio, o geocientistas deve sempre dizer se o perfil é em relação à linha de baía (posição de Vail) ou à linha da costa (posição de Miall).

(*) O nível do mar absoluto é o resultado da combinação da: (i) Tectonicoeustasia que é controlada pela variação do volume das bacias oceânicas em associação com alastramento oceânico no seguimento da ruptura dos supercontinentes ; (ii) Glacioeustasia, que é controlada pela variação de volume de água dos oceanos função da quantidade de gelo (assumindo que a quantidade de água sob todas as suas formas é constante desde a formação da Terra, há cerca de 4,5 Ga) ; (iii) Geoidaleustasia que é controlada pela distribuição da água dos oceanos causada pelas variações do campo da gravidade terrestre (onde a gravidade é mais forte que o valor normal, o nível do mar é atirado para o centro da Terra) e (iv) Aumento estérico do nível do mar ou dilatação térmica dos oceanos, que é controlo pelo aumento da temperatura dos oceanos (se a temperatura aumenta, a densidade da água diminui e, para uma massa constante, o volume aumenta).

Vale Cego (fornea)..................................................................................................................................................................................................................Blind Valley

Vallée aveugle/ Valle ciego / Reculée, Blind Valley / 盲谷 / Закрытая (слепая) долина / Valle cieco /

Vale numa região cársica, com inversão do declive do seu leito a jusante, terminando numa vertente ou numa escarpa. Sinónimo de Vale Morto.

Ver: « Carso »
&
« Dolina »
&
« Vale Seco »

Como ilustrado nesta figura, um vale cego ou vale morto é um vale profundo e estreito, com uma base plana que termina, a montante, de maneira abrupta. Os vales cegos desenvolvem-se nas regiões calcárias carsificadas, onde uma camada de rocha permeável repousa sobre uma camada ou conjunto de camadas impermeáveis como, por exemplo, margas (tipo de calcário contendo 35 a 60% de argila, de cor clara a cinzenta escuro, acastanhada ou avermelhada com grãos finos ou muito finos, podendo alguns serem distinguidos a olho nu), que são consideradas como um substrato. Os vales cegos são criados pelas correntes que se escoam ou que fluem, no interior da rocha permeável, as quais corroem a rocha a partir de dentro, até que a rocha subjacente se desmorone abrindo um vale íngreme e estreito, que, mais tarde, é erodido pela corrente que atravessa o vale na rocha impermeável. Na cabeça de um vale cego, isto é, na extremidade montante, como ilustrado nesta figura, a corrente emerge da rocha como uma nascente. Exemplos muito conhecidos de este tipo de vale ocorrem no Jura francês, como o "Reculée de Baume" e "Reculée d'Arbois ilustrado acima. Na América do Norte, vales cegos foram identificados em muitas áreas, em particular no Planalto Paleozóico, do "Midwest" americano, onde os vales fluviais são, profundamente, entalhados. Os vales cegos têm por vezes uma origem complexa, quer glaciar quer hidrológica. Eles podem se simples e curtos (poucos quilómetros), ou bastante longos e ramificados com becos sem saída. A largura é variável, mas, mais frequentemente, limitada entre algumas centenas de metros a um quilómetro, com as bordos inferiores, às vezes assimétricas, que dominam imponentes falésias entre 60/250 metros. Um vale cego ("reculée" em francês), como ilustrado acima, termina a montante com um circo limitado por paredes mais ou menos verticais, na base das quais nasce quase sempre uma corrente, a qual , por vezes, é a ressurgência de um sistema hidrológico, a montante, infiltrado através das grutas subterrâneas muito procuradas pelos espeleologistas, uma vez que o sistema pode ter vários quilómetros.

Vale Seco.......................................................................................................................................................................................................................................................Dry Valley

Vallée sèche / Valle seco / Trockenes Tal / 干热河谷 / Сухая долина / Valle secco /

Vale escavado num carso por um curso de água superficial, que já não apresenta, normalmente, nenhuma circulação subaérea.

Ver: « Carso »
&
« Dolina »
&
« Vale Cego »

Como dito acima uma vale seco é um vale onde já correu um curso de água, mas que actualmente se encontra permanente ou de maneira sazonal sem água devido a um desvio da linha de água pelo subsolo no carso. Ele pode ainda ser ocupado pelo curso de água quando a precipitação é intensa e o subsolo não tem a capacidade de absorção, ocorrendo uma inundação do vale seco. Frequentemente, os vales seco contêm grandes calhaus, uma vez que só têm circulação durante as cheias quando há demasiada energia para que a areia e silte se depositem. Existem duas teorias para explicar a formação dos vales cegos: (i) A primeira considera que o lençol freático estava antes muito mais alto ; (ii) A segunda considera que durante as últimas glaciações o calcário permeável (giz, cré) se impermeabilizou devido ao permafroste, permitindo assim que os rios se escoam-se sem que entalhassem o substrato rochoso. Actualmente, estes vales não têm rios porque a água se infiltra através do calcário, que se tornou, de novo, poroso, para se escoar nas caverna subterrâneas. A grande maioria dos geocientistas consideram outros tipos de vales secos com origens diferentes. Pode falar-se de vales secos por captura hidrográfica, quando o vale foi inciso por uma corrente que depois foi desviada ou captada por outra corrente, como vale seco ao norte de Calamboloca (bacia do Kwanza, en Angola) devido ao desvio para oeste do rio Kwanza. Da mesma maneira pode falar-se de vales secos por aridez, quando o vale secou devido a temperaturas extremas que transformam a região, praticamente, num deserto, como é o caso, por exemplo do famoso Vale da Morte da Serra Nevada (Califórnia) nos Estados Unidos. É interessante notar que muitas pessoas consideram um "vale seco" num sentido figurativo, o que não tem nada a ver com uma seca climatológica ou geomorfológica, como é o caso por exemplo do "vale seco do Valais" na Suíça que quer sobretudo dizer que é uma região sem álcool. Como é também o caso do "vale seco" do cantão de Vaud (Suíça) que agrupa várias freguesias da região de Morges e que é assim chamado devido ausência de tavernas e cafés-restaurantes na maior parte das aldeias.

Vale Suspenso.......................................................................................................................................................................................................Suspended Valley

Vallée suspendue / Valle suspendido / Hängendtal / 暂停山谷 / Висячая долина / Valle sospesa /

Vale formado nas montanhas quando um glaciar erode parte da montanha a uma taxa mais alta do que nos outros lugares. Os vales suspensos encontram-se, principalmente, no topo das montanhas, o que quer dizer que o seu talvegue não atinge o nível do mar. Muitas vezes, os glaciares deslocam-se do topo para a base das montanhas ao longo do antigos vales secos dos rios. Normalmente, os vales suspensos formam-se próximo das correntes que fazem parte do sistema de drenagem montanhoso.

Ver:« Carso »
&
« Vale Seco »
&
« Vale Cego »

Como ilustrado, um vale suspenso é um vale típico de uma paisagem glaciar (onde se escoam ou se escoram, no passado geológico, glaciares), onde uma afluente do vale glaciar principal, mostrando um forte desnível entre os dois, o qual é, muitas vezes, sublinhado por uma queda água ou uma cachoeira. O vale glaciar principal é, sempre muito mas mais escavado ou inciso pela acção do glaciar principal, do que os vales suspenso tributários. Todos os vales glaciares têm uma secção transversal em forma de U, ao passo que os vales de origem fluvial têm uma secção transversal com a forma de um V. Um vale glaciar é, parcialmente, preenchido por sistemas de depósito glaciares, como moreias e tilos, e as suas paredes, assim como o leito, são lisas e mostram estrias que foram feitas pelas rochas que o glaciar transportava. As rochas "moutonnées" (rochas sobre as quais se escoou uma massa de gelo que exibem uma geometria semelhante a à das costas de uma ovelha) são, particularmente, interessantes uma vez que a sua forma indica a direcção e sentido do movimento do gelo. Não devemos esquecer que um glaciar é, acima de tudo, uma corrente de gelo. Assim ele só existe enquanto o glaciar se escoar, isto é, enquanto a acumulação compensa a ablação. Quando a ablação é superior à acumulação, um glaciar não se encolhe (não faz marcha atrás), mas continua a fluir costa abaixo adelgaçando-se. Isto deve ser tomado em linha de conta quando se fala de recuo e avanço de um glaciar, o que hoje está muito na moda, uma vez que muita gente e sobretudo os políticos começam a perceber que as mudanças climáticas existiram sempre na história geológica. Ao ponto de vista da estratigrafia sequencial, a presença de vales suspensos numa determinada região, sugere que a subida uma relativa do nível do mar (glacioeustasia) em diferentes fases.

Vale em U..............................................................................................................................................................................................................................U-shaped Valley

Vallée en U / Valle en U / U - förmiges Tal / U形谷 / U-образная долина / Valle a forma di U /

Vale talhado pela erosão glaciar, cujo perfil transversal tem lados abruptos e uma base quase plana, semelhante à geometria da letra U maiúscula. Os geógrafos para caracterizar a forma dos vales utilizam muito as expressões "em forma de U" e "em forma de V". A maioria de vales pertencem a um destes dois tipos principais ou a uma mistura deles.

Ver : « Descida do Nível do Mar Relativo »
&
« Glaciação »
&
« Glaciar »

Nesta fotografia reconhece-se um vale glaciar suspenso, com a sua forma em U, um degrau de confluência, muito pequeno, no qual a garganta de ligação é bem marcada. Os termos de vale glaciar e vale em U são, a maior parte das vezes, sinónimos. O termo calha ("auge" em francês) é também muito utilizado. A grande maioria dos vales glaciares têm a forma de uma calha de madeira (onde comem certos animais), com flancos abruptos e um fundo plano, embora a morfologia do fundo seja, muitas vezes, a consequência do preenchimento de um antigo lago pela corrente de água que corre ao longo do vale. A forma em U é a forma criada desde que um vale é aprofundado por um glaciar. Isto quer dizer que a forma em V original, que pode ter sido feita por um rio, é alargada e aprofundada depois do gelo ter erodido os lados e o fundo do vale. Os vale em forma de U têm um assoalhado largo e liso, que pode conter lagos longos e estreitos e correntes inadaptadas (que são muito pequenas para poderem fazer o vale). Os lados de um vales em U ou vales glaciares podem ter vales suspensos, como o ilustrado acima. Os vales suspensos são vales laterais que foram deixados altos nos lados do vale principal, desde que este foi aprofundado pela glaciação. As correntes que se escoam dos vales suspensos podem formar cataratas (quedas de água) importantes, quando a água se escoa ao longo dos degraus de confluência. Os vales laterais podem também ter cumes truncados pelo glaciares, os quais tende a escoar-se de maneira mais rectilínea do que um rio. Note que se todos os vales glaciares não são vales em U, também todos vales em U não são de origem glaciar (a resistência das rochas têm sempre que ser tomada em linha de conta). Quando um rio se escoa sobre um leito aluvial maior, ele pode formar uma calha aluvial de origem não-glaciar.

Variação Estérica do Nível do Mar...............................................................................Steric Sea Level Change

Changement de niveau de la mer stérique / Cambio Estérico del Nivel del Mar / Steric Sea Level Veränderung / 空间变化 / Стерильное изменение уровня моря / Cambio Steric del nivello del mare /

Dilatação térmica dos oceanos (se a temperatura dos oceanos aumenta, a densidade da água diminui e, para uma massa constante, o volume aumenta) ou elevação estérica do nível do mar, que pode ser um factor importante das variações do nível do mar absoluto.

Ver: « Megaciclo Eustático »

Variação (estatística)......................................................................................................................................................................................................................Variation

Variation (statistique) / Variación (desigualdad de Koksma) / Variation (statistische) / 变异(统计) / Изменение (статистика) / Variazione (statistica) /

Em estatística, variação ou coeficiente de variação é uma medida de dispersão que serve para a comparar diferentes distribuições. O desvio-padrão, que é uma medida de dispersão, é relativo à média. Como duas distribuições podem ter médias /valor médio diferentes, o desvio dessas distribuições não é comparável. A solução é usar o coeficiente de variação, que é igual ao desvio-padrão dividido pela média.

Ver: « Curva Eustática »
&
« Curva de Milankovitch »
&
« Reservas »

O coeficiente de variação é, por vezes, multiplicado por 100, isto é, expresso em percentagem. O uso do coeficiente de variação é recomendado para variáveis quantitativas do tipo razão (na qual exista um zero absoluto), tais como altura, peso e velocidade. Se a variável não é do tipo razão o coeficiente de variação poderá assumir valores negativos e sua interpretação dependerá do ponto de referência (ponto considerado como "0" na escala), levando a interpretações equivocadas e relativas. Exemplo: considere uma distribuição com média/valor médio igual a 40 e um desvio padrão igual a 4. Em seguida, considere uma outra distribuição com média/valor médio igual a 5 e um desvio padrão igual a 4. O desvio padrão na segunda distribuição tem um peso muito mais significativo do que na primeira e, no entanto, este é igual em ambas. Ao determinar-se o coeficiente de variação é possível saber de que forma o desvio padrão está para a/o média/valor médio. Nestes exemplos, o coeficiente de variação é respectivamente 4/40 = 0,1 e 4/5 e = 0,8. Ao se interpretar estes valores pode-se afirmar que, na primeira distribuição, em média, os desvios relativamente à média atingem 10% do valor desta. Na segunda distribuição, os desvios relativamente à média atingem, em média, 80% do valor desta. As percentagens mostram o peso do desvio padrão sobre a distribuição. Como ilustrado nesta figura, durante a produção de um campo petrolífero, a variação das reservas em hidrocarbonetos, isto é, a incerteza das reservas varia com o tempo. Ao princípio da produção os valores maxi, moda e mini são muito diferentes. Contudo, à medida que os hidrocarbonetos são produzidos, o maxi, moda e mini aproximam-se uns dos outros até coincidirem num determinado valor real que corresponde ao total dos hidrocarbonetos produzidos até que o campo seja considerado como depletado.

Variação Estérica do Nível do Mar...............................................................................Steric Sea Level Change

Changement de niveau de la mer stérique / Cambio Estérico del Nivel del Mar / Steric Sea Level Veränderung / 空间变化 / Стерильное изменение уровня моря / Cambio Steric del nivello del mare /

Dilatação térmica dos oceanos (se a temperatura dos oceanos aumenta, a densidade da água diminui e, para uma massa constante, o volume aumenta) ou elevação estérica do nível do mar, que pode ser um factor importante das variações do nível do mar absoluto.

Ver: « Megaciclo Eustático »

Variação Eustática (nível do mar absoluto)...................................................................................................Eustatic Variation

Variation eustatique / Variación eustática / Eustatische Schwankungen / 海平面变化, eustatic变化 / эвстатической вариации / variazione eustatici /

Variação do nível do mar absoluto ou eustático, à escala planetária causada, por uma variação do volume de água do oceano global ou por variação do volume global das bacias oceânicas, etc. Variação do nível das águas dos oceanos e mares provocada pelo aumento da quantidade de água resultante do degelo dos pólos, movimentos tectónicos dos fundos marinhos, acumulação de sedimentos, dilatação térmica dos oceanos (aumento estérico do nível do mar), etc.

Ver: « Anomalia de Gravidade »

Variação do Geóide...........................................................................................................................................................................................Geoid Change

Variation du géoïde / Variación del geóide / Geoid - Änderung / 大地水准面的变化 / Изменение геоида / Variazione del geoide /

Uma das mudanças do geóide, as quais devem ser incluídas no termo geral eustasia: (i) Elas têm um efeito directo nas mudanças do nível dos oceanos (a maior parte dos registos do nível do mar põe o problema de como separar o factor eustático do factor crustal) ; (ii) Elas afectam o nível oceânico globalmente (embora com sinais diferentes) e distinguem-se facilmente dos efeitos locais ; (iii) É difícil, senão impossível, de as distinguir das variações glacioeustáticas e tectónicas.

Ver: « Eustasia »
&
« Variação do Nível do Mar Relativo »
&
« Anomalia de Gravidade »

A Terra é mais larga cerca do equador que entre o Pólo Norte e Pólo Sul. Ela é semelhante a um elipsóide ou esferóide. O elipsóide terrestre é uma figura matemática aproximada da forma da Terra, utilizada como quadro de referência para computações geodésicas, astronómicas e nas geociências. O geóide é uma superfície que é complexa para descrever matematicamente, mas que pode ser, facilmente, identificada medindo a gravidade. O geóide é considerado como sendo, mais ou menos, igual ao nível médio do mar*, todavia nos oceanos, o geóide e o nível médio do mar são, aproximadamente, o mesmo, mas, nas áreas continentais, eles podem ser muito diferentes. O terreno (verdadeira forma da Terra) é dada pela topografia e batimetria. Idealmente, a Terra devia ser uma esfera perfeita, composta de uma única substância, distribuída de maneira homogénea e com uma densidade uniforme. Em tais condições, a gravidade, quando calculada a partir da lei de Newton, teria o mesmo valor em qualquer ponto da superfície terrestre. Mas, na realidade, a Terra é constituída por três grande zonas concêntricas à volta do centro da Terra (onde toda a sua massa é considerada concentrada para calcular a gravidade): (i) Núcleo, na qual a parte interna é sólida e externa líquida ; (ii) Manto, que é onde a densidade e distribuição da massa variam e (iii) Litosfera, que engloba a parte superior do manto e a da crusta, a qual pode ser: (a) Oceânica, que tem uma composição, mais ou menos, uniforme e (b) Continental, que é muito variável em espessura e que tem uma composição heterogénea. Por estas razões, a gravidade, à superfície topográfica da Terra, varia de um lugar para outro devido às diferenças de densidade dentro do manto terrestre. A superfície equipotencial da gravidade, mais próxima do nível médio do mar é o geóide. Ela é a superfície de referência para todas as medidas da gravidade. A superfície do geóide difere do elipsóide triaxial teórico de cerca de +67 m (Norte Atlântico) e cerca de -100 m (ao sul da Índia). Um barco que navegue entre a Índia e o Norte Atlântico sobe cerca de 167 metros, sem gastar energia, uma vez que ele se desloca ao longo de uma superfície equipotencial da gravidade. As imagens ilustradas nesta figura s mostram as variações das anomalias da gravidade de GRACE (“Gravity Recovery and Climate Experiment”) na bacia do Amazonas de cada mês de 2004. As mudanças da quantidade de água armazenada na bacia varia de mês a mês e pode ser monitorizada a partir do espaço pela maneira como a massa de água altera o campo de gravidade terrestre. Os tons vermelhos sublinham as áreas onde a massa da água é inferior à média e os azuis onde a massa é superior. A estação da chuvas e a estação seca são bem visíveis nesta imagens. Na região do Amazonas, entre Março e Julho, o geóide é mais alto do que entre Setembro e Dezembro. O nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite, depende muito da Geoidaleustasia, a qual é controlada pela distribuição da água dos oceanos causada pelas variações do campo da gravidade terrestre e da dilatação térmica dos oceanos, que é controla pelo aumento da temperatura dos oceanos (se a temperatura aumenta, a densidade da água diminui e, para uma massa constante, o volume aumenta). A Glacioeustasia outro parâmetro importante das variações eustáticas, que, por vezes, são consideradas, globalmente, uniformes. Contudo para muitos geocientistas, elas não podem ser nem globais nem uniformes, uma vez que qualquer causa do nível do mar afecta, igualmente, o geóide terrestre. Se isto é verdade, nenhuma curva eustática é válida globalmente. Durante o degelo das calotas glaciárias, em resposta à carga da água adicionada às bacias oceânica, o nível do mar absoluto ou eustático será deprimido, e em resposta à carga removida (onde as calotas glaciárias derreteram), o continente será levantado. A redistribuição do material no interior da Terra é afectada pela sobrecarga e forcará, ainda mais, as variações da superfície do oceano (induzidas pelas anomalias da gravidade) e, assim, mais redistribuições da água serão necessárias para tentar igualizar o potencial gravítico. Este contínuo processo retroactivo gravítico entre as calotas glaciárias, oceanos e o continente é o processo que, por fim, determina a assinatura do nível do mar relativo, que é observado em todo os lugares onde o continente e o oceano se encontram. Unicamente as mudanças glacioeustáticas são, ao mesmo tempo, importantes (> 10 m) e rápidas (< 1 My).

(*) O nível do mar varia muito no tempo e no espaço (distância). Ele é afectado pelas marés, vento, pressão atmosférica, diferenças locais da gravidade, temperatura, salinidade, subsidência, etc. Para determinar o “nível médio do mar”, a melhor coisa que se pode fazer é determinar um lugar e calcular o nível médio nesse ponto e utilizá-lo como ponto de referência. Geralmente, a partir de observações horárias, feitas durante um longo período de tempo (cerca de 20) anos, pode calcular-se ser média para esse ponto de medida. Como uma subida do nível do mar (relativo ou absoluto) é, talvez, o efeito mais familiar das mudanças climáticas e, provavelmente, aquele com mais consequências, é importante sempre precisar de qual nível do mar (eustático, relativo, médio, preiamar, etc.) se trata e como é que ele foi calculado.

Variação do Nível do Mar (absoluto).............................................................................Eustatic Sea Level Change

Changement Eustatique du niveau de la mer/ Variación absoluta (del nivel del mar) / Eustatischer Meeresspiegelwechsel / 海平面变化 / Изменение уровня эвстатического моря / Cambiamento di livello del mare Eustatico /

Variação do nível do mar absoluto, que é o nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite e que depende da: i) Tectonicoeustasia ; (ii) Glacioeustasia, ; (iii) Geoidaleustasia e do (iv) Aumento estérico do nível do mar ou dilatação térmica dos oceanos.

Ver: « Variação do Nível do Mar Relativo  »

Variação do Nível do Mar (relativo).................................................................................Relative Sea Level Change

Changement du niveau de la mer relatif / Variación relativa (del nivel del mar) / Relative Änderung (Meeresspiegel) / 相对变化(海平面)/ Относительное изменение (уровня моря) / Variazione absoluta (livello del mare)/

Variação do nível do mar absoluto, que é o nível do mar local, referenciado à qualquer ponto da superfície terrestre, que ele seja a base dos sedimentos (topo da crusta continental) ou o fundo do mar e que é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático, que é o nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite e que depende da: i) Tectonicoeustasia ; (ii) Glacioeustasia ; (iii) Geoidaleustasia e do (iv) Aumento estérico o nível do mar ou dilatação térmica dos oceanos.

Ver: « Agradação »
&
« Espaço Disponível »
&
« Eustasia »

Embora as flutuações globais do nível do mar resultem, em grande parte, do crescimento ou fusão (parcial ou total) dos glaciares e calotas glaciárias*, assim como das variações do volume das bacias oceânicas (configuração das margens continentais e assoalhados oceânicos), existem também uma série de processos geológicos regionais que podem mudar as posições do nível relativo do mar, que afectam a posição da linha da costa numa determinada área. Entre estes processos regionais podem citar-se: (i) A expansão térmica da água dos oceanos ; (ii) As variações da carga da água de fusão ; (iii) O reajustamento isostático ; (iv) O levantamento ou subsidência das áreas costeiras induzidos por diferentes processos tectónicos ; (v) Subsidência compensatória (quer isto dizer, escoamento lateral de intervalos estratigráficos móveis) ; (vi) A carga sedimentar ; (vii) A compactação, etc. As mudanças relativas do nível do mar podem também resultar das variações geodésicas como, por exemplo, as flutuações da velocidade angular da Terra ou da tracção polar (fenómeno geológico causado pelas variações do fluxo da parte líquida do núcleo da Terra, que muda a orientação do campo magnético terrestre e assim a posição do pólo Norte magnético). É interessante notar, que os registos das marés sugerem uma subida global média do nível do mar durante o século passado entre 0 a 3 mm por o ano, embora não haja uma evidência irrefutável destes valores. Certos alarmistas, como a Agência do Ambiente dos EUA, prognosticam uma subida global do nível do mar de cerca de 15 m até 2050 (± 3 mm por ano) induzida pelo aquecimento global antropogénico (se este existir). As variações globais e relativas do nível do mar existem, praticamente, desde a formação da Terra, uma vez que sem aumento da acomodação (espaço disponível para os sedimentos), a sedimentação na Terra seria impossível. Na estratigrafia sequencial é fundamental não confundir o nível do relativo com o nível do mar absoluto ou eustático. O nível do mar relativo é o nível do mar local, referenciado a qualquer ponto fixo da superfície terrestre, que ele seja a base dos sedimentos 8topo da crusta continental) ou o fundo do mar. O nível do mar absoluto ou eustático é o nível do mar, global, referenciado ao centro da Terra ou a um satélite. O nível do mar relativo é o resultado da acção combinada do nível do mar absoluto ou eustático e da tectónica (subsidência ou levantamento). O nível do mar absoluto é o resultado da combinação da: i) Tectonicoeustasia que é controlada pela variação do volume das bacias oceânicas em associação com alastramento oceânico no seguimento da ruptura dos supercontinentes ; (ii) Glacioeustasia, que é controlada pela variação de volume de água dos oceanos função da quantidade de gelo (assumindo que a quantidade de água sob todas as suas formas é constante desde a formação da Terra, há cerca de 4,5 Ga) ; (iii) Geoidaleustasia que é controlada pela distribuição da água dos oceanos causada pelas variações do campo da gravidade terrestre (onde a gravidade é mais forte que o valor normal, o nível do mar é atirado para o centro da Terra) e (iv) Aumento estérico do nível do mar ou dilatação térmica dos oceanos, que é controlo pelo aumento da temperatura dos oceanos (se a temperatura aumenta, a densidade da água diminui e, para uma massa constante, o volume aumenta). Durante um determinado tempo geológico, a combinação da curva eustática (curva das variações do nível do mar absoluto) e da tectónica (subsidência, quando o regime tectónico predominante é em extensão ou levantamento, quando o regime tectónico predominante é de encurtamento) dá a curva da taxa das mudanças do nível do mar relativo. Nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de uma linha sísmica do offshore do Labrador, as terminações dos reflectores que definem as superfícies sísmicas, como as discordâncias, permitem a reconstituição das variações do nível do mar relativo e absoluto que induziram a deposição da coluna sedimentar. A discordância entre o soco e a série sedimentar basal que constitui a margem divergente foi reforçada pela tectónica. O mesmo se passa com a discordância enfatizada pela linha ondulada vermelha, embora de maneira diferente. A descida do nível do mar relativo que induziu a discordância, foi mais tarde deformada por um levantamento diferencial isostático do continente que criou uma importante descida do nível do mar relativo que criou a superfície de erosão responsável da discordância sublinhada em vermelho. Os biséis de agradação marinhos (sobretudo do intervalo amarelo) e os biséis de agradação costeiros superiores sublinham subidas do nível do mar relativo (ingressões marinhas).

(*) A fusão dos mares ou plataformas de gelo não têm grande influência nas variações glacioeustáticas ou tem uma influência negativa (descida do nível do mar) uma vez que o gelo é menos denso que a água.

Varrido.................................................................................................................................................................................................................................................................................Fetch

Fetch / Fetch, Barrido / Fetch / / Нагон воды / Fetch

Área do oceano aberto acima da superfície do qual o vento sopra com uma velocidade e direcção constantes criando um sistema de vagas. Extensão da superfície do oceano sobre a qual o vento sopra durante um certo tempo até gerar uma onda ou um sistema de ondas (Moreira, 1984).

Ver: « Litoral »
&
« Nível de Acção das Vagas »
&
« Plataforma Continental »

O crescimento das ondas do mar depende, fundamentalmente, de três factores maiores: (i) Velocidade do vento, (ii) Varrido e (iii) Duração do vento. O varrido é a distância sobre a qual o vento sopra numa determinada direcção, com uma velocidade, mais ou menos, constante. A duração do vento é, naturalmente, o tempo durante o qual o vento afecta essa distância. Os ventos que aceleram ou desaceleram de maneira abrupta ou mudam de direcção, de maneira significativa, criam condições para que um novo varrido se forme numa área onde já existiam ondas. Com o nomograma das ondas (gráfico que serve para representar no plano, equações com várias variáveis, de tal forma que o cálculo das suas soluções se reduz a uma simples leitura efectuada nesse gráfico, que é também chamado ábaco) ou outros métodos pode prognosticar-se qual será a altura máxima que as ondas alcançaram no novo varrido. Contudo, o momento em que essa altura máxima ocorre dependerá da altura das ondas que incorporam o novo varrido. Quanto maior é o varrido, maior é a velocidade do vento e maiores e mais fortes serão as ondas. A compreensão de como o varrido de uma região muda ou sabendo quantas diferentes regiões de varrido existem numa determinada área, ajuda muito os meteorologistas a construírem os modelos numéricos da ondulação e o valor das suas previsões. No exemplo ilustrado nesta figura, vários varridos podem ser observados. As ovais sublinham, unicamente, possibilidades de varridos. Quando se avalia o varrido, o interpretador precisa apenas de se preocupar com os varridos que criaram ondas. Não existem regras para determinar os limites entre os varrido, uma vez que as mudanças de velocidade e direcção do vento são, no alto mar, muito subtis. Desde que a velocidade do vento diminui ou que a direcção começa a mudar, as ondas não crescem mais. É o varrido, que produz as ondulações do largo (alto mar) e que ele é, também, o responsável de uma parte da erosão costeira, visto que é ele que influencia as correntes litorais.

Varva........................................................................................................................................................................................................................................................................................Varve

Varve / Varva / Warve / 纹层 / Сезонная слоистость ила (варва) / Varva /

Um par de unidades sedimentares formadas, anualmente, durante as mudanças climáticas sazonais. Normalmente, as varvas encontram-se nos depósitos lacustres glaciários. A unidades sedimentar depositada durante o verão tem uma cor clara e granulometria, relativamente grosseira, enquanto que a depositada durante o inverno, debaixo da camada e gelo, é de cor escura e os grãos que a compõem são muito mais finos. As varvas e os pólens que elas contém são utilizadas para interpretar a história dos climas recentes.

Ver : « Glaciar »
&
« Glacioeustasia »
&
« Lago Proglaciário »

Nesta fotografia, o ritmo da sedimentação dos depósitos glaciares lacustres é extremamente fácil de reconhecer. Cada par de estratos forma uma varva e representa a acumulação durante um ano. A camada mais espessa deposita-se durante o verão e a mais fina durante o inverno. Por vezes, e sobretudo, nas camadas depositadas durante o verão, encontram-se seixos, que tombaram do gelo em fusão. Em geral, as camadas depositadas durante o verão são de cor mais clara e, por vezes, granodecrescente para cima. As camadas depositadas durante o inverno são menos espessas e mais escuras, devido aos minerais argilosos ou material orgânico que se deposita lentamente, por decantação (quando as correntes e os lagos estão parcialmente gelados). As varvas são muito utilizadas para estudar a geocronologia. Elas podem ser contadas para determinar a idade absoluta de algumas rochas do Pleistocénico de origem glaciar. De todas as rochas rítmicas, quer isto dizer, das rochas compostas de laminações alternadas de siltitos e argilitos, que reflectem uma sedimentação sazonal, as varvas são umas das mais importantes. As varvas, que representam os mais pequenos eventos reconhecidos na estratigrafia, contribuem para compreensão das mudanças climáticas do passado. Um certo número rochas rítmicas, que alguns geocientistas chamam ritmitos, a ciclicidade anual, ao contrário da das varvas, não está provada. Um outro exemplo de ciclicidade sedimentar são os ritmitos de maré, que, na maior parte das vezes (nos depósitos antigos) estão combinados com ritmitos induzidos pelas flutuações glaciares, eustáticas e pelas flutuações do teor de oxigénio dos oceanos.

Vasa (barro, lodo).........................................................................................................................................................................................................................................................Ooze

Vase (boue) / Barro, Lodo / Schlamm / / Ил (липкая грязь) / Melma /

Sedimento muito fino, formado por partículas pelíticas de minerais argilosos, ferro, manganésio, carbonato e matéria orgânica, que se forma, geralmente, nos estuários, deltas, pântanos marinhos e grandes fundos oceânicos.

Ver : « Sedimento »
&
« Matéria Orgânica (tipos) »
&
« Pelágico (depósito) »

Note que (i) Biovasa; (ii) Vasa biogénica ; (iii) Lodo biogénico ; (iv) Lama biogénica ; (v) Vasa pelágica, etc., são, praticamente, sinónimos e eles são traduzidos em inglês por uma única palavra - "ooze", a qual designa um tipo de sedimentos pelágicos, ou substância, que, se deposita quer no fundo dos oceanos, lagos ou dos rios e que contém mais de 30% de material biogénico. Isto quer dizer que função do ambiente sedimentar, a velocidade de sedimentação pelágica é muito diferente. Com efeito, ela varia entre 1 mm e 10 cm por cada 1000 anos, nos ambientes marinhos e lacustres, mas é muito mais rápida nos ambientes fluviais. Num sistema fluvial pode haver, em função do transbordo e subsequente retorno do rio ao seu leito ou devido à avulsão de um canal do rio, formação de vasa ao longo da planície de inundação, uma vez que elas são formadas pelo material orgânico que ficou submerso pela água do rio sobre a planície ou pelo lago formado no abandono do canal. O material orgânico que forma esses depósitos pode ser de origem animal (principalmente peixes) que formam o lodo orgânico no fundo e ou de origem vegetal. A velocidade de sedimentação deste tipo de vasa, que pode dar origem a turfa, é muito maior do que as vasas tipicamente pelágicas. Entre as vasa constituídas a partir por partículas calcárias, as mais conhecidas e abundantes são: (a) As vasas ou lamas com foraminíferos que são de cor leitosa e muito frequentes, sobretudo, no oceano Atlântico ; (b) As vasa com nanofósseis calcários compostas essencialmente por cocólitos, mais pequenos que os foraminíferos ; (c) As vasas com gasterópodes planctónicos com conchas aragoníticas ; (d) As vasas siliciosas constituídas, fundamentalmente, por frústulas de diatomáceas e radiolários. As vasas com diatomáceas predominam nos mares frios, enquanto as vasas ricas em radiolários formam-se na cintura equatorial e particularmente no oceano Pacífico. A grandes profundidades, as vasas são vermelho acastanhadas e constituídas por minerais de argilosos, grânulos cósmicos, poeiras vulcânicas e nódulos microscópicos.

Vasa Compacta (preiamar)................................................................................................................................................................................................Schorre

Vasière dure (compacte) / Llanura fangosa dura / Salzwiese / 滩涂硬盘 / Илистое место (твердое) / Pianura fangosa dura /

Vasa de depositada na plataforma de preiamar ("schorre" em inglês), na qual certos espaços (polders) são conquistados pelo homem com a construção de diques para impedir que a vasa compacta seja inundada pela maré.

Ver: « Plataforma de Preiamar (alta) »
&
« Maré »
&
« Vasa Mole (preiamar) »

As vasas compactas e moles da plataforma de preiamar ("vasières" em francês e "schore-slikke" em inglês) correspondem a empilhamentos de sedimentos marinhos e fluviais finos, que são cobertos pelo mar durante a maré alta. A vegetação que se desenvolve pouco neste tipo de depósito, mas a produtividade biológica é muito importante. A abundância de micro-organismos, caranguejos, minhocas e moluscos atrai muitas aves, entre as quais o celebre o ostraceiro (facilmente reconhecido pela sua silhueta negra, que contrasta com o bico cor-de-laranja e cujo chamamento agudo característico se sobrepõe-se ao forte rumorejo da rebentação das ondas nas rochas onde vive), que é acusado de desempenhar um papel activo no esgotamento dos recursos. Na parte inferior destas vasas a presença de certas algas e o moliço (conjunto de várias plantas vasculares, entre as quais a zosteira marinha, e a zosteira molti, que crescem submersas em água salgada) promove o acumulo de sedimentos. A parte superior da vasa compacta de preiamar é colonizada por halófitos, como a spartina e salicornia que fixam a vasa nas suas raízes. Os sapais (formações aluvionares, periodicamente, alagadas pela água salgada e ocupadas por vegetação halofítica ou, nalguns casos, por mantos de sal), que se formam por uma subida do nível do solo, devido as acumulações sucessivas de sedimentos, e que são cobertos durante a maré alta, são, geralmente, separados da vasa compacta uma microfalésia (pequena ruptura de inclinação do solo). Os sapais, que nas regiões tropicais são conhecidos como mangais ou manguezais, fornecem um pastagem de qualidade aos rebanhos de ovelhas. Na fotografia ilustrada nesta figura, os sapais estão cobertos por numerosos planos de água que são utilizados para a caça. Se o envasamento da baía ilustrado acima (Baía de Somme, em França) é um fenómeno conhecido desde há muitos anos a sua intensidade acelera a extensão dos sapais, que eram pouco desenvolvidos no início do século XX, mas que ocupam agora uma superfície importante do estuário e a sua progressão não pára de aumentar.

Vasa Mole (baixamar).............................................................................................................................................................................................................................Slikke

Vasière mole (marée basse) / Llanura fangosa / Schlick / 滩涂痣 / Ил, покрывающий эстуарии при отливе / Pianura fangosa mole /

Vasa depositada na plataforma de baixamar, constituída por sedimentos finos fluviais e marinhos, a qual é recoberta a cada maré. A vegetação é quase ausente, mas a produtividade biológica é muito intensa.

Ver: «Vasa Compacta (preiamar) »
&
« Plataforma de Preiamar (alta) »
&
« Maré »

Há uns anos atrás, os pântanos e as vasas de preiamar (compacta e mole, conhecidas na linguagem corrente como lodaçais), como as do estuário da Somem (França), ilustrada nesta figura desencorajam os turistas devido a sua paisagem que era considerada com hostil e pouco interessante. Actualmente, a consciencialização da importância ecológica das áreas húmidas alterou de maneira significativa a percepção das chamadas paisagens cativantes. No esquema de uma plataforma de preiamar ilustrado nesta figura, pode reconhecer-se: (i) Areia ; (ii) Vasa compactada ; (iii) Vasa mole ; (iv) Poças de maré ; (v) Canais de maré ; (vi) O degrau da plataforma preiamar alta ; (vii) Ilhas da plataforma de baixamar (sapais) e (viii) Um cordão litoral. A vasa compactada da plataforma de preiamar (sapal superior), que submersa apenas durante a preiamar viva, é individualizada da vasa mole da plataforma de baixamar (sapal inferior) pelo degrau de preiamar baixa. Como ilustrado, a plataforma de baixamar é emersa, unicamente, durante a baixamar viva. Não esqueça que a baixamar é o nível mínimo das águas no fim da vazante, quando a corrente se conserva parada e que em marés semidiurnas (quando há duas baixamares no mesmo dia) à de menor altura chama-se baixamar inferior em oposição à de maior altura, que é baixamar superior. Por outro lado a baixamar viva, é a maré baixa que ocorre perto dos equinócios. Por outro lado, a preiamar ou maré alta marca o nível máximo de uma mareia cheia e a preiamar viva é a preiamar que ocorre durante os equinócios. A vasa mole tem pouca vegetação, mas tem uma enorme biomassa bacteriana que desempenha um papel fundamental nos processos de autodepuração e reciclagem dos organismos mortos. Ela abriga uma grande variedade de espécies de bivalves (amêijoas, berbigão, etc.), pequenos gastrópodes de pasto, caranguejos verdes, peixes herbívoros e caçadores (mulas, solhas, pargos, etc.). Os vermes e moluscos que vivem na vasa salgada são o alimento preferido de muitas aves.

Vasque................................................................................................................................................................................................................................................Solution Bench

Vasque / Vasques, Cubetas / Pfame, Becken, Quelltöpfe / 解决方案长椅 / Бассейны / Soluzione panchine /

Pequena plataforma de dissolução de fundo plano ou com lápias muito pequenas, com fendas, rodeada por um rebordo baixo de 10 a 30 cm (Moreira, 1984). As vasques podem aparecer escalonadas ou não. Atribui-se a origem das vasques ao alargamento das ouriçangas litorais ou mares e ao desgaste mecânico e químico das lápias, sendo o rebordo um testemunho da superfície inicial (rebordo de erosão). Às vezes o rebordo é total ou parcialmente bioconstruído por moluscos e algas.

Ver: « Carso »
&
« Carso Litoral »
&
« Erosão »

Este corte geológico da Ponta de Jangamo (Cabo das Correntes em Moçambique) ilustra a zonação e os principais tipos de microformas do carso litoral, em eolianitos, quer isto dizer, em rochas formadas de areia, por vezes calcária, empilhada pelo vento (dunas) e grés de praia : (1) Arriba morta alveolizada, a qual têm alvéolos de corrosão ; (2) Plataforma com lápias pontiagudas ; (3) Ouriçangas litorais ; (4) Visor da arriba viva ; (5) Sapa ; (6) Plataforma com vasques e ouriçangas embrionárias ; (7) Plataforma com vasques incrustadas de algas calcárias; (8) Plataforma bioconstruída por tubícolas ; (9) Ouriçangas litorais ; (10) Ouriçangas litorais ; (11) Sapa submersa ; (12) Banco de coral morto ; (13) Grés de praia e (14) Eolianito. As vasques, ou plataformas de dissolução são, também, muito frequentes nas áreas em que a linha da costa é composta de recifes e areias calcárias como, por exemplo, nas Ilhas Hawai. Uma descrição detalhada das características e formação de vasques nesta ilhas foi dada por Wentworth (1939), onde o perfil da costa é muito semelhante ao ilustrado nesta figura: (i) Em geral, elas têm várias centenas de metros de longo (paralelamente à linha da costa) e uma largura entre 1,5 e 20 metros ; (ii) Elas são muito lisas ; (iii) A sua superfície, normalmente, têm variações de altitude que não excedem 7-15 cm, numa área de 15 por 30 metros ; (iv) A borda exterior levanta-se, mais ou menos, abruptamente da água ; (v) A superfície está, em geral, alguns centímetros ou um metro acima do nível do mar e não existe nenhum parapeito do lado do mar ; (vi) As vasques, propriamente ditas, são formadas por calcários recifais, que contribuem à construção das vasques em direcção do mar ; (vii) Estas vasques, principalmente na parte interna, junto a costa, são formadas pela dissolução do calcário das ouriçangas litorais pela água da chuva.

Vazante.................................................................................................................................................................Ebb Tide, Falling Tide, Downward Current

Marée descendante, reflux, jusant / Reflujo, Marea descendiente / Ebbe, fallend Wasser / 落潮 / Отлив (морской) / Marea discendente /

Parte de um ciclo de maré durante a qual o nível do mar desce. Sinónimo de Baixamar ou Maré Vazia.

Voir: « Maré »
&
« Praia Intramareal »
&
« Praia-Baixa »

Nestas fotografias, é evidente que no máximo da maré descende, isto é, na baixamar o barco repousa no fundo do mar exumado e que toda a altura do cais é visível o que não sucede durante a maré ascendente. As ondas de oscilação do alto mar formadas pela atracção luni-solar, transformam-se em ondas de translação que dão origem às correntes de maré. Por ser uma onda de translação (as partículas de água deslocam-se para a terra), a maré é caracterizada por vários parâmetros: (i) Altura da maré, que é a diferença dos níveis atingidos entre a preiamar (maré cheia) e baixamar (maré vazia) que se lhe segue ; (ii) Amplitude da maré, que é a semidiferença dos níveis atingidos entre a preiamar e baixamar que se lhe segue ; (iii) Coeficiente de maré, que é a razão entre a amplitude da maré num determinado momento, e determinado lugar e a amplitude média da maré nesse local; (iv) Estabelecimento do Porto, que é o período de tempo que decorre entre o momento de preiamar e o da passagem da Lua no semimeridiano do lugar ; (v) Estofa da maré, que é o momento imediatamente anterior à inversão das correntes de maré ; (vi) Idade da maré, que é o período de tempo que decorre entre o momento da conjunção astronómica (novilúnio, lua nova) e a ocorrência da maré viva correspondente ; na conjunção astronómica, o Sol e a Lua parecem próximos um do outro, quando vistos da Terra ; (vii) Período de maré, que é o tempo decorrido entre duas preiamares ou baixamares consecutivas ; (viii) Maré dinâmica, que é a corrente de maré que penetra nos estuários (e deltas) para montante da penetração da cunha salina, devido à acumulação das água fluviais empurradas de jusante para montante da enchente ; (ix) Maré morta, que é a maré que ocorre durante as quadraturas lunares, caracterizando-se, para cada local, por amplitudes mínimas das marés ; (x) Maré salina, que é a corrente de maré que penetra nas fozes dos cursos de água, correspondendo ao avanço da cunha salina e massa de água salobra resultante da mistura ; (xi) Maré viva, que é a maré que ocorre durante as sizígias (plenilúnio e novilúnio), caracterizando-se, para cada local, pelas amplitudes mais elevadas (às marés vivas que ocorrem perto dos equinócios, acusando valores máximos de amplitude, chamam-se marés equinociais (Moreira, 1984).

Vazante (corrente de maré).........................................................................................................................................................................Ebb, Falling Tide

Descendante (courant de maré) / Bajante (corriente) / Flut / 落潮 / Отлив (понижение уровня воды) / Caduta di marea /

Corrente de retorno da maré, uma vez que a água volta para o mar.

Ver : “ Maré
&
" Maré Cheia "
&
" Oposição (astronomia) "

As marés são as alterações do nível do mar causadas pela interferência gravitacional da Lua e do Sol (este último com menor intensidade, devido à sua grande distância da Terra distância) sobre o campo gravídico da Terra. Num campo gravitacional terrestre ideal, ou seja, sem interferências, as águas à superfície da Terra sofreriam uma aceleração idêntica na direcção do centro de massa terrestre, encontrando-se assim numa situação isopotencial. Devido à existência de corpos com campos gravitacionais significativos a interferirem com o da Terra, como seja o da Lua e do Sol, estes provocam acelerações que actuam na massa terrestre com intensidades diferentes. Como os campos gravitacionais actuam com uma intensidade inversamente proporcional ao quadrado da distância, as acelerações sentidas nos diversos pontos da Terra não são as mesmas. A aceleração provocada pela Lua têm intensidades, significativamente, diferentes entre os pontos mais próximos e mais afastados da Lua. Desta forma as massas oceânicas que estão mais próximas da Lua sofrem uma aceleração de intensidade superior às massas oceânicas mais afastadas da Lua. É este diferencial que provoca as alterações da altura das massas de água à superfície da Terra. Quando a maré está em seu ápice chama-se maré alta, maré cheia ou preiamar. Quando nível do mar está no seu menor nível chama-se maré baixa ou baixamar. Em média, as marés oscilam em um período de 12 horas e 24 minutos. Doze horas devido à rotação da Terra e 24 minutos devido à órbita lunar. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Maré). Como, normalmente, a subida da maré num estuário ocasiona um fluxo de enchente (maré enchente) e uma descida da maré ocasiona um fluxo de vazante ou corrente vazante (maré vazante), as correntes são, praticamente, nulas próximo às preiamares e baixamares. Quando isto ocorre, muitos geocientistas dizem que a onda de maré está em fase com a variação das correntes e a onda de maré é dita estacionária. Contudo, isto não é uma regra. Em estuários longos e pouco convergentes, ou em canais que conduzem a lagunas internas, a maré vertical (subida e descida) pode estar associada de forma diferente com a maré horizontal (correntes de maré).

Velocidade de Fase (onda)....................................................................................................................................................................Phase velocity

Vitesse de phase/ Velocidad de fase / Phasengeschwindigkeit / 位相速度/ Фазова швидкість / Velocità di fase/

Taxa à qual a fase de uma onda se propaga no espaço. Velocidade com que um ponto caracterizado por uma determinada fase num onda periódica simples (que se repetem em intervalos de tempos iguais) se desloca no espaço.

Ver: « Acção das vagas, mar calmo »

Vergência.........................................................................................................................................................................................................................................................Vergence

Vergence / Vergencia / Vergenz / 朝向 / Обратная величина фокусного расстояния / Vergenza /

Qualidade do que possui sentidos opostos, como, por exemplo, falhas, progradações, etc. Sinónimo, por vezes, de polaridade.

Ver: « Sismostratigrafia »
&
« Inclinação Deposicional »
&
« Levantamento Tectónico »

A importância da vergência ou polaridade dos objectos geológicos está bem ilustrada neste autotraço de um detalhe uma linha sísmica do onshore do Irão. No passado, este autotraço de uma linha sísmica não migrada foi interpretado de maneiras muito diferentes, sobretudo pelos interpretadores com poucos conhecimentos de geologia, o que era o caso da grande maioria dos geocientistas geofísicos quando começamos a nossa carreira profissional na "Compagnie Française des Pétroles," que hoje se chama "Total SA". Como se pode constatar, a continuidade dos reflectores é interrompida várias vezes, o que quer dizer, que existem diferentes blocos falhados* separados por planos de falha (descontinuidades mecânicas entre os reflectores dos diferentes blocos falhados) que, geralmente, não são sublinhados por reflectores sísmicos, excepto os planos de falha quando injectados por sal ou vulcanismo ou quando a interface é entre rochas com impedâncias acústicas muito diferentes. Os geocientistas encarregados da interpretação das linhas sísmicas em termos geológicos com poucos conhecimentos em geologia, têm sempre tendência a interpretar as falhas como normais, sobretudo, quando os dados sísmicos não são migrados, inclinando o plano de falha (vergência) em direcção do bloco superior (bloco abaixado). Todavia, isto só, é verdade se os reflectores dos blocos falhados forem horizontais, o que não o caso, por exemplo, neste autotraço. Felizmente, que na geologia existem regras que os geocientistas têm que respeitar. A grande maioria dos geocientistas sabe, perfeitamente, que se a vergência de um plano de falha (inclinação) é em direcção do bloco superior e que se este foi levantado (relativamente ao bloco inferior), a falha é inversa, o que significa que os sedimentos foram encurtados por um regime tectónico compressivo, o qual é caracterizado por um elipsóide dos esforços efectivos (pressão geostática σg, pressão hidrostática ou dos poros σp, vector tectónico σt) oblongo (σ1, ou seja o maior eixo do elipsóide horizontal e σ2, paralelo ao plano de falha). Se ao contrário, a vergência de um plano de falha (inclinação) é em direcção do bloco superior e que se este foi deprimido (relativamente ao bloco inferior), a falha é normal, o que significa que os sedimentos foram alargados por um regime tectónico extensivo caracterizado por um elipsóide dos esforços efectivos alongado (σ1, ou seja o maior eixo do elipsóide vertical e σ2, paralelo ao plano de falha). É importante não esquecer que os sedimentos, no mesmo lugar e ao mesmo tempo são ou alargados ou encurtados, mas não os dois ao mesmo tempo. Por outras palavras, se numa linha sísmica, em associação com a mesma estrutura, por exemplo, em associação com um anticlinal, existem falhas inversas e normais, certamente elas são de idades diferentes e, provavelmente, as falhas normais são mais recentes, caso contrário, elas teriam sido, mais ou menos, reactivadas, como falhas inversas durante o regime tectónico compressivo responsável pela formação das falhas inversas do do anticlinal. Neste autotraço, a primeira coisa que o geocientistas tem que reconhecer é se os sedimentos foram alargados ou encurtados, o que teoricamente implica histórias geológicas diferente : (i) Se os sedimentos foram encurtados (σ1 horizontal) ➞ Descida do nível do mar relativo (regressão marinha) ➞ Diminuição da acomodação (espaço disponível para os sedimentos) ➞ Erosão e Discordância ➞ Novo ciclo estratigráfico ; (ii) Se os sedimentos foram alargados (σ1 vertical) ➞ Subsidência ➞ Subida do nível do mar relativo (ingressão marinha) ➞ Aumento ou criação de espaço disponível para os sedimentos ➞ Deposição. Como neste exemplo, claramente, os sedimentos foram encurtados e levantados (não há nenhuma evidência de alargamento), o regime tectónico predominante (posterior à deposição) foi, certamente, compressivo (σ1 horizontal) e, por conseguinte, todas as falhas (reactivadas ou não) devem ser interpretadas como inversas, isto é, a vergência dos planos de falha é em direcção dos blocos falhados superior que foram levantados. Lembrem que: a) O plano de falha é a superfície de fractura ; b) A direcção de uma falha é a linha de intersecção do plano de falha com um plano horizontal ; c) A inclinação de uma falha é o ângulo definido entre o plano de falha e uma superfície horizontal ; d) O rejeito é o movimento relativo entre dois blocos de falha ; e) O tecto de uma falha é o bloco situado acima do plano de falha e f) O muro de uma falha é o bloco situado abaixo do plano de falha.

(*) Uma falha é uma fractura ou zona fracturada ao longo da qual houve deslocamento que pode variar de alguns centímetros até quilómetros, que se caracteriza por uma linha de falha, plano de falha e rejeito. As paredes dos blocos falhados, no campo, são, normalmente estriadas e polidas (espelho de falha), resultado dos movimentos dos blocos. A espessura de uma falha pode variar de alguns milímetros até dezenas ou centenas de metros.

Vernal (ponto).........................................................................................................................................................................................................................................................Vernal

Vernal (point) / Vernal (punto) / Frühlingspunkt / 春分点 / Точка весеннего равноденствия / Punto vernale /

Ponto na esfera celeste onde o Sol está localizado no equinócio de primavera (vernal). O hemisfério norte é tomado como referência para as estações do ano.

Ver: « Órbita »
&
« Equinócio »
&
« Ciclo de Milankovitch »

Como ilustrado neste esquema, na esfera celeste, o equador e a eclíptica cruzam-se. As duas intersecções são chamados nós. Durante o seu movimento aparente, o Sol cruza estes dois pontos, um ao passar do hemisfério Norte para o hemisfério Sul, o chamado nó descendente, e o outro ao passar do hemisfério Sul para o hemisfério Norte - nó ascendente. É este último nó (nó ascendente), que é chamado ponto vernal ou, por vezes, ponto do equinócio da primavera. No sistema de coordenadas equatoriais os eixos ou as referências são: (i) O meridiano que passa pelo equinócio de primavera, que define o meridiano zero para medir ascensões rectas e (ii) O equador celeste a partir do qual se mede a declinação (positiva para acima do equador e negativa para abaixo). Pode dizer-se que as coordenadas do ponto vernal são: (a) Ascensão recta zero 0 h (uma vez que ele está situado no meridiano zero) e (b) Declinação é zero, porque, como ilustrado acima, o ponto vernal está localizado sobre o equador celeste. Em conclusão, o equinócio vernal, que é definido pela intersecção do equador celeste e da eclíptica, muda de posição com o movimento de precessão e nutação do eixo de rotação da Terra. Em razão do movimento do equinócio vernal, são as suas coordenadas no dia 1 de Janeiro do ano 2000, ao meio-dia, que servem como referência para o sistema de coordenadas equatoriais. Da mesma maneira que a longitude de um lugar sublinha ângulo entre o meridiano do lugar e um meridiano de referência, a ascensão recta de um astro sublinha o ângulo entre o círculo horário desse astro e um círculo horário de referência. Da mesma maneira que o meridiano de Greenwich e o equador servem de ponto de referência para a longitude terrestre, o ponto vernal serve de referência para a ascensão recta (coordenada azimutal do sistema de coordenadas equatoriais que equivale ao arco, medido no equador celeste, entre os círculos horários que passam pelo ponto vernal e pelo astro, respectivamente, no sentido anti-horário quando visto desde o pólo norte celeste). Ascensão recta é sempre medida como um ângulo expresso em horas, minuto e segundo do tempo sideral, onde uma hora equivale, mais ou menos, a equivalente a 15 graus.

Vida......................................................................................................................................................................................................................................................................................................Life

Vie / Vida / Leben / 生活 / Жизнь / Vita /

Não existe uma definição definitiva sobre o que é a vida. Para a ciência, um ser vivo é algo que satisfaz um certo número de condições. Assim, sob o ponto de vista bioquímico, os seres vivos são seres que contém informação hereditária reproduzível codificada em moléculas de ácidos nucléicos e que controlam a velocidade de reacções de metabolização pelo uso de catálise com proteínas especiais chamadas de enzimas. Esta definição é muito mais sofisticada que a definição metabólica ou fisiológica. Contudo, também neste caso, existem contraexemplos: existe um tipo de vírus que não contém ácido nucléico e é capaz de se reproduzir sem a utilização do ácido nucléico do hospedeiro.

Ver: « Matéria Orgânica (tipos) »
&
« Teoria da Evolução »
&
« Fotossíntese »

Localmente a vida viola a segunda lei da termodinâmica, quer isto dizer, que ela extraí energia do ambiente e utiliza-a aumentando assim a ordem local. Isto acontece porque a vida corresponde ao sistema é aberto. Por mais simples que possa parecer, ainda é muito difícil para os cientistas definir a vida com clareza. Muitos biólogos tentam defini-la como um fenómeno que anima a matéria. Tradicionalmente, considera-se que uma entidade é um ser vivo se exibe todos os seguintes fenómenos pelo menos uma vez durante a sua existência: (i) Crescimento, isto é produção de novas células ; (ii) Metabolismo, isto é, consumo, transformação e armazenamento de energia e massa (crescimento por absorção e reorganização de massa, excreção de desperdício) ; (iii) Movimento, quer movimento próprio ou movimento interno ; (iv) Reprodução, o que significa ter a capacidade de gerar entidades semelhantes a si própria ; (v) Resposta a estímulos, ou por outras palavras, a capacidade de avaliar as propriedades do ambiente que a rodeia e de agir em resposta a determinadas condições. Estes critérios têm a sua utilidade, mas a sua natureza díspar torna-os insatisfatórios sob mais que uma perspectiva. De facto, não é difícil encontrar contraexemplos, bem como exemplos que requerem uma maior elaboração. Não existe ainda nenhum modelo consensual para a origem da vida, várias hipóteses foram avançadas. Os sistemas vivos adquirem e utilizam a energia livre de que necessitam para desempenhar as suas várias funções combinando as reacções exoérgicas (que produz trabalho) da oxidação de nutrientes com os processos endoérgicos (que consome trabalho) necessários para a manutenção do estado vivo. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Vida).

Vírus....................................................................................................................................................................................................................................................................................Viruses

Virus / Virus / Virus / 病毒 / Вирус / Virus /

Organismos ou células não vivas. São partículas cerca de 0,1/0,3 micrómetros de diâmetro que contém um simples ou duplo genoma de DNA ou RNA. Os vírus podem reproduzir-se apenas dentro de células vivas de bactérias, plantas ou animais.

Ver: « Vida »
&
« Matéria Orgânica (tipos) »
&
« Cianobactéria »

Os vírus diferem das bactérias por serem muito mais pequenos, de constituição não celular e parasitas intracelulares. Eles não são capazes de crescer em meios de cultura não vivos. Existem vírus com especificidade para diversos tipos de células, tanto eucarióticas como procarióticas. A estrita dependência de células hospedeiras deve-se à sua incapacidade dos vírus de sintetizar as enzimas necessárias aos mecanismos da sua propagação. Ao penetrarem nas células, os vírus são capazes de usar as enzimas do hospedeiro em seu próprio proveito. Os vírus que parasitam as bactérias, os bacteriófagos ou simplesmente fagos são de mais fácil manipulação, embora o seu estudo exija a aplicação de técnicas gerais de microbiologia, menos demoradas devido a rápida taxa de crescimento das bactérias usadas. Quando um fago infecta uma bactéria receptiva uma de duas coisas acontecerá: (i) A Lise da bactéria (o processo de ruptura ou dissolução da membrana plasmática ou da parede bacteriana, que leva à morte da célula e à libertação de seu conteúdo) ou (ii) a Lisogenia da bactéria (estado de uma bactéria no qual ela transporte o DNA de um vírus inactivo, integrado ao seu genoma). Quando ocorre a lise o metabolismo da bactéria é reorientado para a síntese do DNA gnómico do vírus e das proteínas para produzir as partículas fágicas maduras. Quando utilizado o material celular disponível, a célula rebenta e liberta os viriões maduros, capazes de reinfectar novas bactérias que encontrem. Os bacteriófagos que provocam a lise da bactéria são chamados de virulentos ou líticos. Quando a infecção não conduz à morte da bactéria, estabelece-se entre esta e o vírus um relacionamento designado por lisogenia e o fago é denominado de temperado ou lisogénico. Nestes casos o DNA do fago é integrado no cromossoma da bactéria e esta cresce normalmente. Ocasionalmente uma destas bactérias entra em ciclo lítico e liberta viriões capazes de infectar outras células (http://pt.shvoong.com/exact-sciences/biology /1767169-bacteriófagos/). Retrovírus são uma família de partículas virais esféricas (0,1 de diâmetro µm), que contêm um genoma formado por duas moléculas idênticas de RNA.

Vírus (pelágico)..................................................................................................................................................................................................................................................Viruses

Virus (pélagique) / Virus (pelágico) / Virus (pelagische) / 病毒(上层) / Вирус (пелагический) / Virus (pelagico) /

Vírus presente de um sistema pelágico.

Ver: « Vida »
&
« Vírus »
&
« Cianobactéria »

A lise viral (o processo de ruptura ou dissolução da membrana plasmática ou da parede bacteriana, que leva à morte da célula e à libertação de seu conteúdo) é uma das principais causas de mortalidade das bactérias nos sistemas marinhos pelágicos. A mortalidade das bactérias induzida pelos vírus pelágicos tem implicações na abundância e composição das comunidades da bacterioplâncton (bactérias que compõem o plâncton que deriva na lâmina de água e que ocupa nichos ecológicos em sistemas aquáticos, das quais muitas são saprófitas e obtêm sua energia do consumindo o material orgânico produzido pelo por outros e outras são autotróficos e obtêm sua energia por fotossíntese ou quimiossíntese ; estas formas pertencem ao picofitoplâncton e incluem as bactérias dos géneros Synechococcus e Prochlorococcus) e um efeito importante na reciclagem de nutrientes microbianos. Além de matar células do hospedeiro infectado, a lise viral provoca a libertação de novos vírus, dos conteúdo da célula hospedeira, incluindo o material citoplasmático e estrutural, para o ambiente. O material libertado pela lise viral pode ser um substrato viral de alta qualidade com um teor em azoto e fósforo mais importante do que produzido pela fotossíntese. Se existir uma importante fonte alimentar para o bacterioplâncton pelágico, a lise viral influencia a reciclagem da matéria orgânica na cadeia alimentar microbiana. Os cientistas demonstram que o carbono orgânico dissolvido libertado pela lise viral de uma população bacteriana hospedeira pode ser uma fonte importante estimulando o crescimento de populações bacterianas não infectados. Consequentemente, a actividade viral tende a manter uma produção e respiração heterotrófica na fracção bacteriana e, portanto, reduzir a transferência de carbono orgânico para níveis tróficos superiores. É geralmente aceite que 10-30% da produção de bacterioplâncton é perdida todos os dias, em consequência das infecções virais, e assim, uma fracção importante da produção bacteriana pode ser libertada como matéria orgânica dissolvida. É provável, que a produção bacteriana seja, em grande parte, sustentada pela reciclagem da lise viral e que uma fracção significativa da respiração total heterotrófica do plâncton marinho é o resultado da reciclagem lise viral das bactérias.  (http://www.mbl.ku.dk/Middelboe/html/ the_role.html).

Viscosidade (do petróleo).......................................................................................................................................................................................................Viscosity

Viscosité (huile)do petróleo ou gás) / Viscosidad / Viskosität / 粘度(油) / Вязкость (нефть) / Viscosità (olio) /

Resistência ao escoamento do petróleo ou gás. A viscosidade do gás é cerca de 100 vezes mais pequena que a viscosidade do petróleo. Um mau reservatório para o petróleo, quer isto dizer, um reservatório com uma permeabilidade que não permite uma produção económica de petróleo, pode, eventualmente, ser um bom reservatório para o gás.

Ver: « Petróleo »
&
« Óleo Pesado »
&
« Gás »

A viscosidade é a resistência ao escoamento de um fluído. A viscosidade é a medida da resistência de um fluído quando este é deformado por um cisalhamento ou extensão. Um alta viscosidade significa, que o fluído não se escoa facilmente, como, por exemplo, o mel. Uma pequena viscosidade significa, que o fluído se escoa facilmente, como, por exemplo, a água ou a gasolina. Na linguagem comum, a viscosidade é, regularmente, correlacionada com a espessura de um fluído. Um líquido com baixa viscosidade é um líquido espesso, como o vinho do Porto. Um fluído com alta viscosidade é um fluído espesso com geleia ou o magma dum vulcão. Um viscosímetro, como o ilustrado nesta figura, é um aparelho utilizado para medir a viscosidade dos fluídos. As unidades da viscosidade dinâmica, que é uma propriedade fundamental, são o m.m2/s (metro metro quadrado por segundo) ou m Pa.s (metro Pascal segundo). Se um fluído com uma viscosidade de 1 pascal-segundo (Pa.s) for colocado entre duas placas e uma delas empurrada lateralmente por uma tensão cisalhante de 1 Pa (pascal), ela desloca-se de uma distância igual a espessura do fluído num segundo. No sistema cgs (centímetro grama segundo), a unidade física da viscosidade (dinâmica) é a poise (P). A relação entre a poise e pascal-segundo é: 10P = 1 kg.m-1.s-1 = 1Pa.s. A relação entre a viscosidade (dinâmica) e a densidade de um fluído é a viscosidade cinemática, cuja unidade é o stoke. Os fluídos com uma viscosidade constante são fluídos newtonianos. Os fluídos com uma viscosidade variável, são fluídos não-newtonianos, para os quais a viscosidade não pode ser descrita por um simples número. A temperatura tem uma influência muito grande na viscosidade de um fluído. Quando a temperatura é baixa a viscosidade aumenta. No inverno, os motores dos automóveis têm dificuldade a pegar, é porque o óleo está mais viscoso. Em certas produtos, como óleo de lubrificação, diesel, betume, etc., o valor da viscosidade é fundamental.

Vulcanismo............................................................................................................................................................................................................................................Vulcanism

Vulcanisme / Volcanismo / Vulkanismus / 火山 / Вулканизм / Vulcanismo /

Processo geológico pelo qual o material interno e profundo de um planeta é trazido e derramado à superfície, embora uma ínfima parte possa residir uns tempos na atmosfera. Mesmo que não sejam vulcões, os géiseres e nascentes termais fazem parte do vulcanismo, envolvendo a água e a actividade hidrotermal. Na maior parte dos casos, o vulcanismo é um processo de arrefecimento dos planetas. Certos objectos planetários, como o Europa (satélite de Júpiter) tem um vulcanismo glaciar, que é uma outra forma de vulcanismo envolvendo a água.

Ver: « SDR »
&
« Subducção do Tipo-B (Benioff) »
&
« Vulcão »

À superfície da Terra existem várias formas de vulcanismo, embora, a mais importante seja associada à formação de vulcões. Contudo, os vulcões podem ser de diferentes tipos e criados por diferentes processos geológicos. Até à poucos anos, a grande maioria dos geocientistas pensava que a principal causa do vulcanismo era a subducção da crusta terrestre. Na realidade, as margens divergentes e, particularmente, as margens Atlânticas eram consideradas como margens não-vulcânicas. Esta conjectura foi, totalmente, refutada pelos estudos dos offshores profundos e, particularmente, pela interpretação geológica das linhas sísmicas regionais, que sugeriam enormes quantidades de vulcanismo subaéreo. Vários poços de pesquiza petrolífera e DSDP ("Deep Sea Drilling Project") corroboraram a presença de vulcanismo subaéreo, o que obrigou os geocientistas a mudar, radicalmente, o modelo de abertura das margens Atlânticas. Nesta figura está ilustrado o modelo, que companhia petrolífera Total SA propôs para as margens divergentes tipo-Atlântico (Golfo do México incluído), onde, entre a crusta oceânica convencional (lavas em travesseiro) e a crusta continental, que tem um limite abrupto (não existe praticamente nenhum adelgaçamento da crusta continental), existe uma crusta vulcânica subaérea, na qual a morfologia dos depósitos vulcânicos varia em função da profundidade dos centros de expansão (vulcões): (i) Escoamento de lavas (lâmina de água, mais ou menos 0); (ii) Deltas de lava (lâmina de água entre 0 e 50 m); (iii) Vulcanismo explosivo (lâmina de água entre 0 e 200 m). A crusta oceânica (lavas tipo travesseiro) forma-se desde que a lâmina de água é superior a 200-300 metros e que quando o centro de expansão está debaixo de água.

Vulcão.................................................................................................................................................................................................................................................................................Vulcan

Volcan / Volcán / Vulkan / 火神 / Вулкан / Vulcano /

Montanha ou abertura (cratera) na montanha, de onde saem, mais ou menos regularmente, gases, turbilhões de fogo, rochas no estado sólido e substâncias em fusão (lavas).

Ver : « Ponto Quente »
&
« SDR »
&
« Subducção do Tipo-B (Benioff) »

Como ilustrado neste autotraço de uma linha sísmica do offshore do Paquistão, quando o magma atinge a superfície da Terra, eventualmente, mas nem sempre, ela entra em erupção e a lava (termo dado ao magma quando este atinge a superfície) escoa-se em direcções opostas formando um cone ou vulcão. Pode dizer-se, que uma montanha vulcânica, normalmente, com a forma de um cone e uma cratera no cimo, se forma à volta de uma abertura ou chaminé pela acumulação dos derrames de lava solidificados e cinzas (pequenas fragmentos de rocha). Muitos vulcões ocorrem nas margens das placas litosféricas, onde o movimento das placas gera magma (margens convergentes) ou permite ao material mantélico de ascender à superfície terrestre (margens divergentes). Um grande número de vulcões encontram-se longe das margens das placas litosféricas, nos chamados pontos quentes, onde a crusta terrestre é mais adelgaçada. Existem duas grandes famílias de vulcões: (i) Vulcões compósitos ou estratificados, que são altos, relativamente estreitos e construídos por uma infinidade de derrames de lava que se adelgaçam a medida que se afastam da cratera e (ii) Vulcões-escudo, que, ao contrário dos primeiros, são altos, largos, de forma, mais ou menos, arredondada, com o topo plano. Estes últimos vulcões são muito menos perigosos, que os primeiros, uma vez, que os derrames de lavas, em geral, não são acompanhados de material piroclástico. Os vulcões compósitos emitem restos de piroclastos, enquanto os vulcões-escudo produzem escoamentos de lavas. O tipo de actividade vulcânica depende também da idade do vulcão. Os primeiros estágios de uma erupção são, normalmente, mais vigorosos, uma vez, que o magma tenta chegar a superfície e, por conseguinte, a pressão é muito grande. Desde que a pressão diminui e se forma a chaminé, começa a fase principal de actividade vulcânica. Quando a pressão desaparece, devido a exaustão do magma, a actividade vulcânica diminui de tal maneira que ela é confinada à emissão de gás, a qual, com tempo, igualmente cessa e o vulcão entra num período de repouso.


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Última actualização: Março, 2018